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RESUMO Introdução: Os benzodiazepínicos (BDZs) são ansiolíticos amplamente utilizados no tratamento de transtornos de ansiedade e insônia. Seu mecanismo de ação atua na inibição dos neurotransmissores ácido-gama-amino-butírico. O uso desses medicamentos deve ser feito de maneira cautelosa e com acompanhamento médico, visto que sua má utilização pode acarretar desenvolvimento de tolerância e síndrome de abstinência, a qual apresenta, além do possível retorno da ansiedade, uma tríade de manifestações clínicas caracterizadas pela disforia, hiperacusia e gosto metálico na boca. Objetivo: Mostrar, com base na literatura atual os riscos do uso abusivo dos BZDs e a possível interferência dos pacientes na tomada de decisão para a sua prescrição. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica, com pesquisa nas bases de dados SciELO, BVS e PUBMED, utilizando os descritores: abuso, benzodiazepínicos e dependência. Como critério de inclusão usou-se artigos originais completos nas línguas portuguesa e inglesa, publicados entre os anos de 2010 e 2020, e foram excluídas revisões de literatura, monografias e dissertações. Encontrando 54 estudos científicos, dos quais 4 foram selecionados por apresentarem adequação aos parâmetros exigidos. Resultados: Os estudos demonstram uma maior susceptibilidade em mulheres e idoso, devido à ansiedade e insônia respectivamente, quanto ao uso crônico e à dependência de BDZs. O tratamento por períodos superiores a 4 semanas, constituem fator de risco devido à prolongada exposição ao composto químico. Na rede pública, as prescrições são majoritariamente realizadas por clínicos gerais, enquanto que no ambiente das classes socioeconômicas mais elevadas, percebemos uma maior indicação por parte de psiquiatras. A falta de acesso a alternativas terapêuticas no ambiente público, a dificuldade de acompanhamento contínuo dos pacientes e a pressão exercida pelos usuários sobre os profissionais em âmbito laboral reforçam a ideia de que o risco-benefício é justificável e interfere nas decisões dos que prescrevem. Nota-se também que os usuários alegam não terem sido informados adequadamente sobre os riscos do uso prolongado dos BZDs e que analisam o tratamento com baixas dosagens como incapaz de gerar consequências à saúde. O uso abusivo desses ansiolíticos pode gerar dependência e a sua interrupção deve ocorrer de forma gradual devido à possibilidade de surgimento de sintomas rebote, de retorno aos sintomas iniciais e de crises de abstinência. Conclusão: O uso contínuo de BZDs, muitas vezes visto por profissionais como única alternativa de tratamento, tem gerado tolerância e dependência principalmente em mulheres e idosos. Os efeitos negativos gerados pela abstinência dificultam a interrupção do uso e favorecem, junto à dificuldade dos médicos na mensuração da relação risco-benefício ao paciente, o surgimento de um cenário em que os dependentes influenciam na tomada de decisões dos profissionais de saúde. Palavras-chave: Abuso. Benzodiazepínicos. Dependência. _________________________ 1 Acadêmico do curso de Medicina da Faculdade Santa Maria - FSM 2 Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade Santa Maria – FSM 3 Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade Santa Maria - FSM 4 Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade Santa Maria - FSM 5 Acadêmica do curso de Medicina da Faculdade Santa Maria - FSM 6 Docente da Faculdade Santa Maria - FSM
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