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Autora: Profa. Adriana Ribeiro Negrão Colaboradora: Profa. Amarilis Tudella Nanias Trabalho de Conclusão de Curso Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Professora conteudista: Adriana Ribeiro Negrão Graduada em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP (1996) e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da mesma universidade (2013-2014). Atualmente é assistente social na Superintendência de Assistência Social da Universidade de São Paulo – USP. Atua há 18 anos no Serviço Social com ênfase em Educação e Assistência Social. Docente em Serviço Social. Supervisora de Treinamento em Programa Educacional para o Brasil e a América Latina. Coordenadora de Projetos de Assistência Social com experiência nas esferas pública e privada. Pesquisadora CNPq sob a orientação da professora doutora Rosângela Dias Oliveira da Paz, com ênfase nas categorias Trabalho e Educação. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Z13 Zacariotto, William Antonio Informática: Tecnologias Aplicadas à Educação. / William Antonio Zacariotto - São Paulo: Editora Sol. il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-006/11, ISSN 1517-9230. 1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título 681.3 ? Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Vítor Andrade Juliana Mendes Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Sumário Trabalho de Conclusão de Curso INTRODUçãO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 ORIENTAçõES METODOLóGICAS PARA O TRABALhO CIENTíFICO .................................................9 2 REDAçãO CIENTíFICA .................................................................................................................................... 19 3 RECONSTRUINDO DE FORMA SIMPLIFICADA AS ETAPAS DA PESQUISA .................................. 27 3.1 O projeto de pesquisa ......................................................................................................................... 27 Unidade II 4 ORIENTAçõES ................................................................................................................................................... 30 5 ESTRUTURA ESPECíFICA DO TCC ............................................................................................................... 31 5.1 Elementos pré-textuais ...................................................................................................................... 32 5.2 Elementos textuais .............................................................................................................................. 43 5.3 Elementos pós-textuais ..................................................................................................................... 45 Unidade III 6 MEDIDAS DE FORMATAçãO DO TCC ....................................................................................................... 49 7 CITAçõES ............................................................................................................................................................ 50 7 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 INTRodução [...] Nem tudo é verdadeiro; mas em todo lugar e a todo o momento existe uma verdade a ser dita e a ser vista, uma verdade talvez, adormecida, mas que, no entanto, está somente à espera de nosso olhar para aparecer, à espera de nossa mão para ser desvelada; a nós, cabe achar a boa perspectiva, o ângulo correto, os instrumentos necessários, pois de qualquer maneira ela está presente aqui e em todo lugar (Michel Focault). [...] A sabedoria não nos é dada. É preciso descobri-la por nós mesmos, depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós (Marcel Proust). Esta disciplina tem como objetivo auxiliar o aluno na elaboração de seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), fornecendo-lhe os subsídios necessários para que seja capaz de desenvolver sua pesquisa com destreza e obedecendo ao rigor científico dos trabalhos acadêmicos. O TCC é parte integrante do processo de formação dos alunos dos cursos de graduação; para muitos deles, constitui sua primeira experiência em pesquisa acadêmica, portanto representa uma atividade de ensino-pesquisa-aprendizagem bastante significativa, tanto para o orientador quanto para o aluno orientando. Trata-se de um trabalho científico e que deve ser escrito de acordo com os padrões do Guia de Normalização para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos da UNIP. A obra aborda um assunto específico da área de Serviço Social e é resultante das experiências do discente durante a prática de estágio, e também de seus questionamentos durante o curso que sejam relevantes para o ensino e/ou para o exercício profissional do assistente social. O processo de pesquisa iniciado durante a experiência do TCC poderá proporcionar ao aluno a chance de dar continuidade aos seus estudos, em especialização, mestrado ou doutorado. O discente contará com a colaboração de um professor-orientador durante todo o processo de elaboração do seu trabalho. Cabe ao mestre auxiliar o aluno desde a elaboração do projeto de pesquisa até a elaboração final do TCC. Junto ao seu orientando, também deverá elaborar um cronograma para execução das tarefas, a fim de proporcionar-lhe tempo hábil para desenvolver-se na prática da pesquisa acadêmica. O TCC deverá ser elaborado com, no mínimo, quarenta páginas de elementos textuais. O trabalho também deve seguir as Normas Técnicas para Trabalhos Acadêmicos da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), de acordo com o Guia de Normalização para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. Este pode ser visualizado no seguinte endereço virtual: <www.unip.br\serviços\biblioteca\guia.aspx>. Ressalta-se, ainda, que o aluno deve respeitar os princípios e as diretrizes do Código de Ética Profissional do assistente social e da Lei de Direitos Autorais. 8 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Quando o aluno estiver no 6º semestre do curso, deverá elaborar seu projeto de pesquisa. Logo em seguida, precisará fazer a introdução e os capítulos do TCC, os quais deverão ser enviados parao orientador fazer as devidas correções. O tema escolhido para o trabalho deverá ser contemporâneo e de relevante interesse da comunidade acadêmica e da sociedade. A qualidade, a pertinência das informações e os dados utilizados na análise das questões tratadas são preceitos básicos ao discente. Destaca-se, ainda, que o aluno deverá prezar pela correção ortográfica e pela coerência textual da redação, utilizando-se de linguagem clara e de boa articulação dos argumentos nas explanações de suas ideias. A organização dos capítulos deverá obedecer a uma sequência lógica. O TCC, seja ele de abordagem teórica, documental ou com pesquisa de campo, deverá articular os conhecimentos teórico-práticos adquiridos durante o processo de formação do aluno na graduação e ser de relevância científica para a promoção da construção do conhecimento na área de Serviço Social. Para melhor compreensão, primeiro abordaremos alguns conceitos importantes para a metodologia do trabalho científico. Depois, apresentaremos a estrutura geral do TCC, seus elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, bem como aspectos da formatação e as normas sobre as citações e referências. Com esta obra, esperamos ajudá-lo a desenvolver seu trabalho com maior confiança, cumprindo com louvor a etapa final do seu processo de formação no curso. 9 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Unidade I 1 oRIeNTAções meTodológICAs PARA o TRAbAlho CIeNTífICo Comecemos pelo primeiro conceito: ciência. Desde os primórdios da história o homem produz conhecimento para satisfazer às suas necessidades de sobrevivência. Ele indaga e questiona a realidade a fim de transformar a natureza a seu favor. Se o homem se conformasse com o imediato, com a realidade posta, não haveria ciência. O homem não sairia do senso comum, que é a visão acrítica, imediatista e ingênua da realidade. Acreditaria no que imaginasse ver. Assim, a ciência se opõe à simples opinião, pois o senso comum é um conhecimento vulgar, popular e falso, não comprovado cientificamente. Para ter a devida credibilidade, esse saber precisa ser rompido. Para tal, dispõe-se de três atos epistemológicos: a ruptura, a construção e a constatação. Portanto, a ciência é a captação do real, assim como ele é. Contudo, não há uma aquisição completa, porque a realidade é mais complexa do que podemos absorver, ela é um dado transitório, ou seja, está sempre em mudança, não é estática. Assim, um conhecimento é sempre superado por outro. A cada nova necessidade, surgem novas culturas. A ciência busca superar o imediato, o que está dado na realidade. Não vamos desconsiderar que o mundo está em movimento, e que as realidades têm sua própria dinâmica. A tentativa de explicar, de dar respostas aos fenômenos é a marca fundamental da ciência. É preciso fazer isso de forma racional e com esforço. Devem-se eliminar questionamentos e dúvidas daquilo que se sabe superficialmente ou que já foi demonstrado à luz da ciência, o que é impulsionado pelas novas indagações da curiosidade humana. A ciência gira em torno do esforço de ser objetiva, coerente, consistente, lógica. Inventa atitudes e instrumentos para facilitar este esforço, como são as técnicas de coleta e tratamento dos dados, as formas de observação controlada da realidade, o exercício da discussão crítica desarmada, o estudo das metodologias da pesquisa, a contraposição das várias teorias existentes, com suas falhas e virtudes, e assim por diante (DEMO, 1985, p. 130). Podemos concluir que a busca da precisão, a mensuração e a experimentação como procedimento para produção de conhecimento, a utilização de modelos lógico-matemáticos na construção e expressão do conhecimento, a escrita e a comprovação são características da ciência. 10 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I Etimologicamente, podemos definir que ciência significa conhecimento. O grande problema é que não podemos usar apenas esse conceito. No entanto, esse pensamento pode ser simplista demais, pois temos outros tipos de conhecimento que não são ciência, como as noções de senso comum, de religião, de filosofia etc. Podemos dizer que é um conhecimento científico. Para que fique claro o que estamos argumentando, podemos definir de forma mais precisa ciência pelas suas características essenciais. “Assim, a ciência pode ser caracterizada como uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível.” (GIL, 1999, p. 49). Note, portanto, que ainda é frequente definirmos ciência pelo senso comum. Assim, pensamos que ela é algo complicado e que deve ser realizada apenas por “cientistas”. Não temos a pretensão de julgarmos que qualquer pesquisa seja ciência, nem ao menos que qualquer pessoa possa ser cientista. Para o exercício desta disciplina, é importante ressaltar que os alunos, ao fazerem um trabalho científico, estão trilhando o caminho em direção à ciência. Eles [...] devem não só imbuir-se de espírito científico e de mentalidade científica, mas também instrumentalizar-se e habilitar-se a trabalhar com critérios de ciência. Devem, ainda, estar em condição de realizar os trabalhos de pesquisa que lhes forem sendo gradativamente solicitados, de acordo com as normas da metodologia científica (RUIZ, 2002, p. 36). O aluno não é aquele cientista já formado, já amadurecido, já experimentado e integrado numa equipe de pesquisadores, que trabalham nos grandes templos da ciência movidos pelo objetivo da descoberta capaz de aumentar o conhecimento e o domínio do universo. É importante esclarecer que os primeiros trabalhos de pesquisa exigidos na graduação têm caráter didático-pedagógico “isto é, constituem meio de aprendizagem, ensinam, exercitam, treinam, habilitam a refazer cientificamente caminhos já percorridos. Assim, “ao observar um fato, ao explorá-lo criticamente, ao estabelecer uma hipótese, ao investigar fontes e ao controlar variáveis, o estudante situa-se, concretamente, no plano da pesquisa científica (Ibidem, p. 49-50). No entanto, não há ciência sem uma pergunta. É preciso utilizar métodos e caminhos para se chegar a uma resposta, pois ela está presente em algum momento histórico, o que indica que são temporárias, porque depois surgem novas questões e novas explicações. Com o mundo capitalista da atualidade, a ciência se coloca a serviço do aparato produtivo, atendendo a suas exigências e antecipando-se a elas. 11 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Dessa forma, há uma diferença entre o desenvolvimento da ciência e as áreas que se desenvolvem mais e em que há maior investimento. Pode-se dizer que existem duas visões a seu respeito: o lado do mal e o do bem. Seja qual for o lado empregado, não há ciência sem o uso de métodos científicos. Podemos definir método científico como o modo sistemático de explicar um fenômeno. O método é a forma ordenada de natureza mental e material para obtenção da verdade do conhecimento de um fenômeno ou de um objeto. São atividades ordenadas que nos conduzem a um fim. Portanto, nem todo conhecimento poderá ser considerado científico se não seguir o método científico, e não haverá produção de conhecimento científico se não houver um problema a ser investigado e pesquisado com seu auxílio. Devemos nos focar em determinado problema, e este será apresentado em forma de pergunta (tema da pesquisa) e utilizar todos os conhecimentos já existentes sobre o assunto (revisão da literatura) e todo o instrumental disponível para sua resolução (material e técnicas), propor hipóteses que sejam testáveis e quesejam relevantes, conduzir um experimento que permita refutar ou não a hipótese (pesquisa qualitativa ou quantitativa) proposta mediante coleta minuciosa de dados e análise adequada. observação Temos dois tipos de ciência: da natureza e as ciências sociais. O serviço social faz parte das ciências sociais aplicadas. A pesquisa nessa área lida com os seres humanos e é essencialmente qualitativa. A pesquisa é a atividade básica da ciência na construção da realidade. É com ela que buscamos novos conhecimentos. A pesquisa indaga, questiona, tem senso crítico e viabiliza novas aprendizagens. Inicia-se com um problema o qual se propõe a conhecer. A pesquisa científica é a realização de uma investigação planejada, “desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagrada pela ciência” (RUIZ, 2002, p. 48). Nem sempre pesquisar significa criar algo novo em relação ao conhecimento existente, mas questionar determinada realidade ou algum aspecto dela, por discordar do modo como o fato foi explicado. O que é de grande importância, uma vez que esse conhecimento passa a ser questionado por um olhar diferenciado e crítico. Dessa forma, notamos que a pesquisa não se inicia do zero. há algo escrito sobre o tema a ser pesquisado, é um dado do real. há várias formas de se obter o que já foi relatado, pensado ou falado sobre o tema. As informações podem vir de observação, de reflexões pessoais, de pessoas que adquiriram experiências pelo estudo ou pela participação em eventos, ou ainda do acervo de conhecimentos reunidos em bibliotecas, centros de documentação bibliográfica ou de qualquer registro que contenha dados. 12 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I A utilização adequada dessas fontes de informação auxilia o pesquisador na delimitação clara do próprio projeto, esclarece aspectos obscuros da pesquisa e o orienta na busca da fundamentação e dos meios de resolver problemas. A determinação de um problema a ser pesquisado pode originar-se, pois, da observação direta e da reflexão sobre fatos observáveis e de análises pessoais, de fontes documentais orais ou escritas (ChIZZOTTI, 1995, p. 16). Assim, a observação na pesquisa visa obter conclusões a partir de experimentação. Positivistas como Comte tomaram a observação como única fonte possível de conhecimento, o que supõe algumas técnicas de controle e classificação dos fatos. A observação participante, aquela em que o pesquisador está presente na pesquisa e na interação do processo de observação, obtém dados na observação direta com outros pares que constroem o conhecimento. Outra fonte de informação são as pessoas-fonte, que adquiriram ao longo da vida conhecimentos específicos sobre o tema e o relatam, sendo este parte do aprendizado já construído. A consulta a pessoas-fontes, como qualquer entrevista, depende muito da preparação prévia para se acolher as informações relevantes sobre as questões fundamentais de uma pesquisa, em tempo breve, e registrar adequadamente as informações que se procura (ChIZZOTTI, 1995, p. 17). Já a pesquisa documental é parte integrante de qualquer investigação sistemática. Vejamos seus componentes: o que já foi estudado, os instrumentos utilizados, os pressupostos teóricos assumidos, as posições dos pesquisadores, o que falta investigar e o que ficou obscuro. Os conhecimentos produzidos são importantes para a nova pesquisa. O pesquisador tem de ter claro o que quer pesquisar para não se perder em pilhas de documentos e livros. É preciso foco no tema. É muito importante selecionar as fontes de pesquisa, como bibliotecas, arquivos, sites, revistas científicas etc. Então, o estudante organiza-se em sua leitura e destaca o que é relevante. Ele deve se lembrar de que a pesquisa irá responder ao problema transformado em pergunta, às hipóteses e aos objetivos. Segundo Dyniewicz (2009), as etapas iniciais do processo de pesquisa envolvem a definição do problema central, o qual servirá de base para a elaboração da introdução, da justificativa e dos objetivos, momento em que será apresentada a importância e a relevância do tema para a construção de conhecimentos sobre o assunto. Na etapa subsequente, faz-se necessária uma revisão da bibliografia, ou seja, um levantamento dos estudos produzidos sobre o tema a ser abordado. Em seguida, o aluno fará a seleção do destaque de 13 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso pesquisa e definirá seu tipo: qualitativa ou quantitativa; deverá, ainda, delimitar o local de estudo ou do seu campo de pesquisa, a população que será selecionada para a amostra, o tipo de técnica utilizado para a coleta e a análise dos dados obtidos. Por fim, ele construirá o cronograma da pesquisa. Realizamos pesquisa com muita frequência em nossas vidas, de forma empírica, com base no conhecimento cotidiano, e dificilmente vemos essa atividade como algo maçante e dispensável. Pelo contrário, ela é necessária. Uma coisa leva a outra, e quando nos damos conta, já realizamos inúmeras pesquisas na internet; observando o que existe ao redor; por meio das conversas informais, presenciais ou pelo celular, fazendo perguntas em série e sem inibição, ampliando contatos e preparando terreno para novas perguntas em busca de novas respostas. São essas pesquisas “descompromissadas” aos olhos da ciência que movem a vida cotidiana de cada pessoa. É o processo da descoberta movida, principalmente, pela necessidade que estimula essa ação de curiosidade. O desembaraço de nossas ações nesse processo empírico advém da inexistência de se ter que explicar o porquê do fazer, o que fazer, quando fazer, quais os meios e mecanismos utilizados. O que importa são os resultados alcançados para a solução de problemas imediatos. A partir dessa apreensão, compreende-se que pesquisar é uma ação para pessoas curiosas, inconformadas e necessitadas de respostas a novos problemas (CASTRO, 2011, p. 16). De acordo com a autora, o contrário da pesquisa cotidiana é a pesquisa científica, que requer métodos para se alcançar resultados plausíveis. Para esta última, devemos levar a sério o compromisso com o saber e com a sociedade, pois é ela que vai se apropriar ou deverá se apropriar dos resultados para conseguir transformações da realidade. há, ainda, a preocupação de se descrever os elementos específicos que causam os efeitos e com a generalidade do conhecimento obtido. É nesse sentido que podemos considerar o pesquisador como um homem que não se contenta com informações superficiais sobre um aspecto da realidade, é crítico e busca compreender ou explicar a realidade ou parte dela, o objeto de pesquisa. Para entendermos melhor, precisamos explicar o papel do pesquisador e do seu objeto de pesquisa. O ato de realizar pesquisa exige conhecimento, reflexão e prática. Portanto, pesquisar é uma forma de educar a mente para ordenar as ideias, aprender a não se dispersar, desenvolver habilidades para identificar o core business da pesquisa (a questão central), além de ajudar o pesquisador a disciplinar-se, a desembaraçar-se com as palavras e com a escrita e, não menos importante, aprender a dar crédito aos conceitos (Ibidem, p. 18). 14 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I Vejamos alguns destaques importantes sobre o processo de pesquisa: • observar a realidade; • analisar o fenômeno (problema); • elencar um problema e escrevê‑lo em forma de pergunta; • formular hipóteses (resposta provável para a questão); • justificar a escolha do problema e a sua importância para a sociedade e a vida acadêmica; • coletardados sobre o fenômeno (leitura de textos sobre o tema e revisão bibliográfica); • metodologia‑pesquisa de campo (entrevista, questionário, formulário); • tabular os dados coletados na pesquisa de campo e representar de forma discursiva, em gráficos e tabelas (usar regra de três); • sintetizar e representar os conhecimentos obtidos; • fazer a conclusão do conhecimento adquirido e informar se a hipótese foi confirmada ou não. O TCC em Serviço Social é uma atividade de cunho acadêmico, requisito obrigatório para a obtenção do título de bacharel. É uma tarefa que vem sendo desenvolvida do quarto ao sétimo período do curso. Até o sexto período, o aluno vivencia conceitos que irão subsidiar a construção do projeto de pesquisa científica, que nada mais é que o planejamento para a elaboração do TCC. Nos cursos de graduação os alunos já iniciam a pesquisa científica, embora tenham vivenciado anteriormente outras experiências. O trabalho com esse volume de leituras e escritas é feito apenas como finalização do curso. Esse projeto auxilia o aluno a traçar: o que escrever, como, onde, para quê e quando deve escrever. É nesse momento que o aluno delimita o tema a ser estudado e escolhe os caminhos a serem percorridos para se chegar a um fim. Também destaca as hipóteses, os objetivos a serem alcançados, justifica a escolha do tema, escolhe a metodologia e prevê o tempo de duração da escrita do TCC, ou seja, faz um cronograma baseando-se no prazo estipulado pelo coordenador do curso. O aluno vai escrever sobre aquilo que vivenciou durante o curso, seja de forma teórica, seja prática. Poderá escolher um problema tratado na explanação teórica dos professores, nos livros-textos ou na prática de estágio. 15 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Deverá sistematizar no TCC o conhecimento adquirido tendo por base uma investigação científica, preferencialmente originária da análise crítica da prática de estágio desenvolvida durante o curso. Portanto, o trabalho é fruto de todos os estudos do aluno. Assim, o Trabalho de Conclusão de Curso ou Trabalhos Acadêmicos ou similares é o documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador (ABNT, 2005). Segundo o regulamento do TCC do projeto pedagógico do curso, em seu Capítulo I, das exigências legais, temos: Art. 1º – Conforme parecer do Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação Superior, do Ministério da Educação, CNE/CES nº 492/2001, e conforme as Diretrizes Gerais para o curso de Serviço Social, Documento ABEPSS – 1996, o Trabalho de Conclusão de Curso é uma exigência curricular para obtenção de diploma no curso de graduação em Serviço Social. Deve ser compreendido como um espaço de síntese do processo de formação profissional. Os alunos, individualmente ou em grupos de no máximo 3, deverão sistematizar no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) o conhecimento adquirido no espaço socioinstitucional, tendo por base uma investigação científica, originária preferencialmente da análise crítica da prática de estágio desenvolvida durante o curso. O TCC será no formato de monografia e seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas para Trabalhos Acadêmicos (ABNT) e o Manual de Orientação do Curso (Ibidem, 2005). Citamos, ainda, o Capítulo II do mesmo documento: Do conceito Art. 2º – O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um trabalho científico escrito que aborda um assunto específico da área de Serviço Social. Esse assunto é resultante da prática de estágio desenvolvida e/ou de pesquisa advinda de questionamentos referentes à realidade social ou à prática profissional que contribuam para o ensino e/ou exercício profissional. Terá o formato de monografia. Dos objetivos Art. 3º – São objetivos do TCC: 16 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I Proporcionar aos alunos um espaço reflexivo para o aprofundamento teórico de questões sociais presentes no campo de estágio que foram levantadas a partir da realidade vivenciada ou estudada, relacionando-as ao projeto político, econômico, cultural e social vigente na microrregião em que estão inseridos; Contribuir para o desenvolvimento e a ampliação da produção científica na área de Serviço Social (Ibidem, 2005). Com base nessa afirmação, o TCC é o momento do aprendizado do aluno que permite o exercício da observação, da leitura e síntese dos dados obtidos em suas leituras e exploração documental. Eleva o espírito aguçado da leitura da realidade e da prática em seu campo de estágio vivenciando situações inusitadas e muitas vezes deficientes de uma visão crítica. Severino (2007, p. 7) diz que, “[...] em sendo uma atividade de construção, a aprendizagem envolve necessariamente a prática [...] impõe-se a aprender a pesquisar pesquisando”. Então, percebe-se que há a real possibilidade de o aluno fazer ciência e imprimir aos seus estudos um olhar não de senso comum da realidade, mas a aproximação da verdade da razão de se fazer ciência. Começa a ter contato mais efetivo com os processos de pesquisa e os métodos da investigação científica. O TCC é um documento que contém as várias fontes e os diversos fatos que foram essenciais para o assunto escolhido, além de explorar um assunto de interesse do aluno, despertando-o para o mundo da pesquisa, visto que há um padrão de exigências a serem seguidas. Devemos deixar claro que o aluno não está sozinho nesse momento tão importante para seu amadurecimento pessoal e intelectual. No 6º semestre, o aluno já terá elaborado o seu projeto de pesquisa científica, e este já terá sido avaliado e aprovado por um professor-orientador. Assim que obtém a devolutiva de seu projeto, o aluno deve iniciar as leituras pertinentes ao seu tema ou problema de pesquisa, fazendo aproximações sucessivas com o assunto, a fim de se apropriar dos principais conceitos ou categorias que irá estudar/pesquisar. O aluno ou o grupo de alunos contará com um professor-orientador escolhido pela coordenação do curso de Serviço Social. Na EaD, o discente interage com o professor por meio do AVA (Ambiente Virtual Acadêmico). Nessa ferramenta, o aluno deverá ter acesso ao cronograma de postagem do trabalho e cumprir os prazos estabelecidos. Ele também deve se apropriar do material de apoio disponibilizado no ambiente acadêmico. Percebe-se que o aluno ainda encara o TCC como algo muito complexo. Compreende a sua importância para finalizar o curso, mas muitas vezes não consegue se preparar para tal tarefa. É comum o professor orientador ouvir do aluno: “Não sei bem por onde começar”, “Já não sei em que ponto estou”, “Tenho a impressão de já não saber o que procuro”, “Não faço a mínima ideia do que fazer para continuar”, “Tenho muitos dados, mas não sei o que fazer com eles”. 17 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Esses questionamentos são comuns quando o aluno não se planeja para a realização do trabalho. Não há como fazer pesquisa sem planejamento. Esse procedimento é essencial na condução do processo investigativo, e é na graduação que o estudante aprende como realizar um projeto de pesquisa e planejar as ações subsequentes (conduzir a investigação, organizar o material coletado, analisar as informações e escrever o texto final). Assim, a metodologia científica é uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento desse aprendizado.Quando aprendida e usada adequadamente, ela dá respaldo, consistência e credibilidade ao estudo. Os benefícios que as ações de pesquisa incorporam ao conhecimento dos alunos de graduação são um fato, e exercitar essas ações não restringe o papel da pesquisa ao de apenas dar sustentabilidade às atividades acadêmicas do aluno. Por si só ela é uma atividade agregadora de performances: proporciona habilidades para saber planejar, ter foco, ter disciplina, ser crítico, saber escrever, entre tantas outras (CASTRO, 2011, p. 19). Nessa mesma proposta de cientificidade, o TCC que envolver pesquisa com seres humanos deverá observar a legislação vigente do Ministério da Saúde, sendo de responsabilidade do aluno e do professor-orientador encaminhar o projeto ao Comitê de Ética da Universidade no 6º semestre. Pensando numa proposta de interação e socialização do conhecimento, os alunos poderão elaborar o TCC individualmente ou em grupo de até cinco alunos. Este deverá discorrer sobre um tema de própria escolha, porém dentro das linhas de pesquisa apresentadas pelo coordenador do curso. Dessa forma, o aluno que iniciou o seu planejamento a partir do quarto período terá concluído o trabalho no sétimo semestre do curso. O que estamos querendo enfatizar é que o TCC será elaborado no formato de monografia e seguirá as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas para Trabalhos Acadêmicos (ABNT) e o Manual de Orientação do Curso. O acesso às normas poderá ser feito pelo aluno no Guia de Normalização para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos da UNIP, disponível em: <www.unip.br/servicos/biblioteca/guia.aspx>. O papel da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é estabelecer um padrão nacional na utilização da escrita técnica, pois isto é muito importante. [...] Não se deixe intimidar pelo volume de regras e sua aparente dificuldade em tornar o seu artigo prático (AQUINO, 2010, p. 9). Como a monografia versará sobre um único tema, deverá ter no mínimo quarenta páginas de elementos textuais. O aluno realiza vários tipos de trabalhos científicos durante sua jornada estudantil. Podemos dizer que o TCC é o seu primeiro contato com a escrita científica. há uma diferença entre cada tipo de 18 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I trabalho científico em todas as etapas da vida do aluno. Caso queira aprofundar seus conhecimentos, o aluno da graduação avança para a pós-graduação. A tese é o documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem-delimitado. Ela deve ser elaborada com base investigativa e precisa ser original. Sob a coordenação de um orientador (doutor), a tese deve apresentar uma real contribuição para a especialidade em questão, e também visar à obtenção do título de doutor ou similar (ABNT, 2005). A dissertação é o documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem-definido em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob coordenação de um orientador (doutor), visando à obtenção do título de mestre (ABNT, 2005). Assim, o TCC é um trabalho científico que, ao ser realizado na graduação, permite ao aluno exercitar a escrita e iniciar seu caminho em pesquisa e na investigação científica. Será o início de uma tarefa que possibilitará que outras atividades sejam desenvolvidas, e estas serão cada vez mais complexas e com novas exigências. Apesar de não ser algo inatingível, o TCC requer tempo de estudo, reuniões de grupos, dedicação e pesquisa. O aluno deve entender que o TCC não é uma personagem lendária, é um trabalho possível de se concretizar. É preciso convencer o aluno de que essa construção é possível. Elencamos aqui os passos a serem seguidos: • escolha do tema e do problema e início das leituras afins; • elaboração do projeto de pesquisa científica no sexto semestre (tema, problema, resposta do problema – hipótese, objetivo geral e objetivos específicos, justificativa, público-alvo – amostragem, metodologia, cronograma e referências); • leitura de livros, textos e artigos científicos sobre o tema e fichamento das ideias principais dos autores, citações e referências utilizadas; • revisão da literatura pesquisada (fazer citações e referenciar o autor estudado sem fazer plágio nem distorcer sua concepção); • elaborar o material de pesquisa de campo (questionários ou formulários); • aplicar a pesquisa de campo junto aos sujeitos, por amostragem; 19 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso • fazer a somatória dos dados coletados utilizando a regra de três para a pesquisa quantitativa; • elaborar tabelas e gráficos com os dados obtidos na pesquisa; • analisar os dados extraídos da pesquisa; • avaliar se os objetivos propostos foram alcançados, bem como se a hipótese foi confirmada ou não; • considerações finais. No regulamento do TCC do projeto pedagógico do curso, em seu Capítulo I (das exigências legais), temos ainda as orientações sobre a aprovação do trabalho. Art. 9º – A avaliação do TCC será efetuada com base no cumprimento dos critérios estabelecidos neste Regulamento. A avaliação será expressa em nota dentro da escala de 0,0 (zero) a 10,0 (dez) e em intervalos de cinco décimos. Art. 10º – Será considerado APROVADO todo acadêmico que obtiver média final igual ou superior a 6,0 (seis) e será considerado REPROVADO todo acadêmico que obtiver média final inferior a 6,0 (seis). Em caso de cópia/plágio, o aluno será reprovado (UNIP, 2015). O mesmo documento ainda apresenta as orientações sobre a apresentação do trabalho: Art. 12º – O TCC que tenha sido aprovado com a nota 6,0 (seis) ou maior que 6,0 (seis) será apresentado e defendido pelo aluno à banca composta pelo professor orientador, coorientador e por um professor convidado pela Coordenação do Curso. Parágrafo Único: O aluno apresentará à banca um resumo no máximo de 500 caracteres e irá defender seu tema e as perguntas realizadas pela banca examinadora (Ibidem). Outro conceito importante a ser tratado é o de redação científica. 2 RedAção CIeNTífICA Ao iniciar a graduação, o aluno enfrenta muitas mudanças, e durante o curso ele vai se adaptando a elas. A forma como deve escrever é uma das transformações que percebe logo no início. Ele passa a ser cobrado a redigir um texto mais formal, com a linguagem sempre culta. há muitas cobranças, inclusive a de apresentar uma postura mais adulta e madura. É mister ser mais responsável e aproveitar melhor o tempo em que permanecer na graduação. Não basta assistir às videoaulas, é fundamental instruir-se 20 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I para a escrita e o trabalho científico. É o momento de crescimento e de esforço. Além do compromisso com as aulas, as leituras indicadas vão garantir bom rendimento nos estudos e melhorar a capacidade de análise, o poder de síntese e a assimilação de novos conceitos. No entanto, é preciso tempo, o que muitos alunos da graduação não têm. É imprescindível organizar-se e estabelecer horas para o estudo e a pesquisa. Trata-se de um fator decisivo, pois o aluno passa alguns anos na graduação e depois é encaminhado ao mercado de trabalho, e a continuidade de conhecimentos importantes para a vida cultural e profissional não cessam. “Entende-se que não basta descobrir tempo: é necessáriodesenvolver técnicas para tornar qualquer tempo produtivo” (RUIZ, 2002, p. 51). Como o tempo é escasso, quanto mais for organizado, melhor. Nesse processo, as anotações são muito importantes. Cabe ao aluno avançar, e o professor é apenas o facilitador. observação Programar o que fazer em cada tempo disponível para o estudo é estudar de forma inteligente. Os trabalhos realizados em grupo devem respeitar um cronograma de ação, isto é, deve-se planejar o que estudar e como estudar. Todos deverão providenciar textos para leitura, pois isso enriquecerá a aprendizagem. Será mais produtivo se for selecionado um coordenador dos trabalhos. A leitura dos textos não encerra as instruções, mas a reflexão e a criticidade produzirão dialeticamente novos conhecimentos. A boa escrita faz parte de uma boa leitura. Portanto, saber ler, interpretar e escrever é o primeiro passo. “Quem não sabe ler, não saberá resumir, não saberá tomar apontamentos e, finalmente, não saberá estudar” (Ibidem, p. 34). É preciso ler muito, e ler com critério. Ler apenas não traz aprendizagem, mas informação. O conhecimento requer maturidade e criticidade, o que, muitas vezes, o aluno não traz para a graduação. A finalidade da leitura é a procura, a captação, a crítica, a retenção e a integração de conhecimento, e isto se faz, em primeiro lugar, pela procura de ideias mestras, das ideias principais, também chamadas de ideias diretrizes (Ibidem, p. 37). O bom leitor lê a ideia central, e não palavra por palavra, e ainda produz seu resumo. É preciso captar o conceito central. 21 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Existe técnica para a leitura. Não basta ler, é preciso se organizar, planejar para que ela produza o conhecimento necessário ao aluno. Sublinhar os textos facilita a compreensão do seu foco, assim como destacar as palavras-chave. Essa atividade também requer uma técnica. Não é possível sublinhar as ideias principais numa primeira leitura. Os livros que não são da biblioteca particular do aluno não podem ter esses destaques, exceto se autorizados. Primeiramente, esclarecem-se os termos e os conceitos desconhecidos, e na segunda leitura sublinham-se as partes mais importantes do texto. Dessa forma, o aluno está preparado para iniciar o resumo do texto. O resumo é a parte mais importante para a produção de conhecimento científico. Para a realização de uma monografia, dissertação ou tese, é imprescindível fazer a revisão bibliográfica. Esta não compreende a cópia de textos, mas apanhar a ideia central dos autores lidos, o que permitirá cruzar informações de forma crítica e expondo os conceitos do pesquisador. Portanto, ler e escrever são atitudes que saem do pensamento para o papel de forma organizada, crítica e respeitando o pensamento dos autores. Para escrever de forma que produza conhecimento científico, o aluno ainda deve seguir as normas da ABNT. Fazer o resumo do que se lê é compilar o conhecimento adquirido na leitura do texto, do artigo científico ou mesmo de um capítulo de livro; é algo importante para fixar o que se pretende estudar e também produzir conhecimento para posterior elaboração do trabalho científico. Assim, “[...] resumo é trabalho de ‘extração’, e não de ‘criação’. [...] mas ‘resumo de texto’ supõe, necessariamente, fidelidade ao texto e, consequentemente, leitura e exame prévios” (RUIZ, 2002, p. 45). Portanto, a revisão bibliográfica de um artigo científico ou de uma monografia, dissertação ou tese parte do resumo dos autores lidos e da conversa que se propõe entre o autor e os demais autores. Os resumos, embora marcados pelo caráter de objetividade e de fidelidade às fontes, comportam inclusões de crítica pessoal e certas anotações de caráter integrador, diríamos que os resumos podem e devem ser “personalizados” (Ibidem, p. 45). Revisar significa ler atentamente e aproveitar o que de mais significativo tem o texto. Buscam-se a sua tese, a ideia que defende, o foco de toda a sua escrita, bem como os fatores primários e secundários. É bastante comum que a Revisão Bibliográfica seja constituída pela simples citação cronológica de autores e os principais resultados de suas pesquisas, sem a preocupação em destacar a contribuição que pode trazer ao trabalho desenvolvido e/ou à discussão final dos resultados conseguidos. Muitos fazem isso “desavisadamente”, outros apenas para “encher linguiça”, mas, em 22 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I qualquer desses casos, constitui procedimento equivocado, inadmissível em publicações de bom nível (VOLPATO, 2007, p. 125). Para facilitar os estudos, o armazenamento das informações obtidas por meio das leituras dos diferentes autores poderá ser realizado num arquivo de fichas ou pelo computador. Alguns documentos de igual importância durante a fase de coleta de informações são: o arquivo de leitura, o de ideias e o de citações. O arquivo de leitura consiste no registro de resumos, opiniões, citações, enfim, de tudo o que possa servir como embasamento para a tese ou mesmo ideias que o aluno possa defender por ocasião da redação do texto que tem em vista. O arquivo bibliográfico (referências) registra os livros que devem ser localizados, lidos, examinados. Para trilhar a carreira de pesquisador, é preciso aprofundar-se na leitura de obras de diferentes autores e que trazem os temas que são objeto de estudo do pesquisador, neste caso, o aluno. A busca de compreensão do tema a ser abordado já foi objeto de estudo de antecessores e contemporâneos. Ao fazer a leitura científica de dada realidade, o aluno trará subsídios para a compreensão de seu objeto de pesquisa. Assim, os primeiros trabalhos de pesquisa exigidos dos alunos têm caráter didático-pedagógico, isto é, constituem meio de aprendizagem, ensinam, exercitam, treinam, habilitam a refazer cientificamente caminhos já percorridos. Eles representam excelentes exercícios para o aluno iniciar a escrita científica. “Ao observar um fato, ao explorá-lo criticamente, ao estabelecer uma hipótese, ao investigar e ao controlar variáveis, o estudante situa-se, concretamente, no plano da pesquisa científica” (RUIZ, 2002, p. 50). Inicialmente, após a escolha do tema, do problema e das respostas prováveis, é chegado o momento de o aluno fazer a leitura, ou seja, a pesquisa bibliográfica sobre o assunto. Essa atividade vai aproximá-lo da situação atual do problema, quanto aos trabalhos realizados, às opiniões, e permitirá um modelo teórico inicial de referência. O estudo de autores previamente escolhidos (no mínimo, três) servirá de base para a revisão bibliográfica. A partir daí, é importante que as técnicas de registro de dados sejam definidas, assim como as fontes e a amostragem, ou seja, é preciso ter material suficiente para referendar o problema a ser pesquisado, bem como suas conclusões. A redação nos trabalhos científicos deve ser clara, apresentando uma introdução que justifique a escolha do tema, o problema a ser estudado, os objetivos, as hipóteses formuladas, a população a ser pesquisada, a metodologia a ser seguida e como os dados serão coletados e apresentados. Deve, ainda, descrever as partes do trabalho e distribuí-las em capítulos. O desenvolvimento da pesquisa trará a revisão bibliográfica de forma crítica, expondo a ideia dos autores, o diálogo entre eles e as concepções do pesquisador (o aluno). 23 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Nessa mesma etapa, apresentar-se-ão a análise, os dados coletados, as tabelas e os gráficos dos dados mais significativosda pesquisa, o que levará à confirmação ou não das hipóteses e à conclusão. Se for pertinente, indicar-se-ão os possíveis prolongamentos suscitados pela pesquisa e discussões que a conclusão poderá levar adiante. Leia a seguir o que diz a educadora Vânia Maria do Nascimento Duarte: Objetividade – Como característica básica de todo texto no qual prevalece o sentido denotativo da linguagem, a objetividade é elementar ao discurso da modalidade em questão, visto que os assuntos deverão ser retratados de maneira simples, de modo a evitar dúbios significados, tampouco hermetismo excessivo, demarcado pelo excesso de palavras difíceis de serem compreendidas pelo interlocutor. Concisão – Um texto conciso é aquele em que você diz muito em poucas palavras, ou seja, o excesso de palavras e de ideias repetitivas só contribui para a falta de clareza acerca do que se pretende dizer. Clareza – Como já expresso, uma das qualidades que distinguem o texto científico do literário, do jornalístico e do publicitário é tão somente a clareza expressa pela mensagem. Assim sendo, torna-se fundamental que não haja comentários redundantes e irrelevantes. Precisão – Para que o emissor atinja seu verdadeiro objetivo, faz-se necessário que ele seja preciso no que escreve ou fala. Portanto, rebuscamentos exagerados, bem como a prolixidade, são elementos que ofuscam tal intenção. Sendo assim, para ser entendido, faça-se entender. Imparcialidade – Toda e qualquer pesquisa científica deve estar amparada em evidências concretas, sejam estas oriundas de uma pesquisa de campo ou até mesmo por argumentos que sustentem as conclusões expostas no artigo. Daí a necessidade de o pesquisador manter uma postura unilateral. Encadeamento – ao mencionarmos tal vocábulo, podemos associá-lo à coesão – expressa pelo encadeamento de frases, orações e períodos, que resulta na perfeita articulação das ideias expressas. Nesse sentido é fundamental que os parágrafos, os tópicos e os capítulos estejam em perfeita sintonia, de modo a caracterizar uma sequência lógica de posicionamentos. Impessoalidade – Tendo em vista um dos requisitos que nutrem a linguagem escrita, sobretudo quando se trata de argumentos, posição assumida pelo autor em relação a um determinado assunto, afirma-se que a impessoalidade é elementar. Sendo assim, todo o texto deve ser redigido em terceira pessoa, no intuito de evitar determinadas expressões, tais como: meu artigo, meu 24 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I estudo, entre outros, uma vez que o conveniente é “o referido artigo, o artigo em evidência, este estudo, o estudo em questão”, e assim por diante. Coerência – A coerência está relacionada ao conteúdo propriamente dito, ou seja, um texto somente pode ser considerado coerente se suas ideias, fatos e opiniões estiverem expostos de forma ordenada. Assim ocorre na redação científica, na qual essa sequência se repete em cada etapa do trabalho, ou seja, a sequência expressa no resumo deve estar detalhada na introdução, bem como deve prosseguir no desenvolvimento. As considerações finais devem abordar os aspectos essenciais do artigo na mesma ordem e forma apresentadas no desenvolvimento (DUARTE, [s.d.]). Dessa forma, o estilo da redação de trabalhos científicos e acadêmicos apresenta características próprias diferentes das utilizada em outros documentos, como na linguagem literária, na jornalística ou na publicitária. O tema precisa ser tratado de maneira direta e simples, obedecendo-se a uma sequência lógica e ordenada na apresentação das ideias, evitando-se o desvio do assunto com considerações irrelevantes ou que não façam parte do estudo. A obra deve ter coerência e progressão na exposição das concepções, a fim de facilitar a leitura e a interpretação do texto, e o objetivo inicial deve ser mantido ao longo de seu desenvolvimento. É importante usar vocabulário preciso, evitando linguagem rebuscada e prolixa. Os termos devem ser técnicos e aceitos pelo meio científico. Evitar termos e expressões que não indiquem claramente proporções e quantidades, como: bastante, pouco, a maioria, quase todos. Exemplo: a maioria (90%) da população pesquisada concorda com... Não se recomenda empregar adjetivos, advérbios, locuções e pronomes que indiquem tempo, modo ou lugar de forma imprecisa. Exemplo: antigamente se costumava escrever trabalhos em papel almaço. Para garantir a imparcialidade nos trabalhos científicos e acadêmicos, o pesquisador não deve fazer prevalecer seu ponto de vista, sua opinião e seus preceitos. Também deve evitar ideias preconcebidas. A uniformidade do texto é importante e mostra que é um trabalho que tem seriedade e valor. A forma de tratamento deve seguir a única ao longo do texto, bem como a utilização de números, símbolos, unidades, datas, horas, siglas, abreviaturas, dentre outros. A conjugação verbal deve ser impessoal. Exemplo: “Procurou-se mensurar a reação da população... Para a obtenção dos dados, aplicou-se uma entrevista estruturada”. Quando o pesquisador se refere ao seu próprio trabalho, deve-se usar também a forma impessoal, e não “O autor descreve...” ou “O autor conclui...” Exemplo: “Concluiu-se que a situação requer providências imediatas”. 25 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Os dados referentes aos resultados de observações, questionamentos e experiências devem ser expressos em formas verbais indicativas de passado. Exemplo: “Foram coletadas sessenta amostras de...”, “As respostas indicaram aumento da demanda...”. Uma boa escrita é interessante para se ler; o texto mal-escrito, ao contrário, tira o interesse do leitor. A gramática bem-colocada facilita a interpretação e o entendimento do texto. Dessa forma, o parágrafo é importante como ingrediente da escrita. Ele é o conjunto de frases que expressam a ideia do autor. É o parágrafo que dá a noção da compreensão do texto, iniciando com a ideia geral e se restringindo até chegar ao enfoque específico. A arte de escrever parágrafos facilita a escrita. O parágrafo tem a introdução, que é a frase principal; depois há o desenvolvimento, que destaca as concepções secundárias em duas ou três frases; por fim, há a conclusão, que elabora o fechamento do tópico. Ao se mudar o assunto, muda-se o parágrafo. A escrita técnica é objetiva, portanto entender a importância do parágrafo facilita a sua realização. A explanação do tema deve apoiar-se em dados e provas, e não em opiniões que não possam ser confirmadas. É na revisão bibliográfica que o aluno vai apresentar dados ilustrativos do tema. Não se deve usar o senso comum, mas as ideias dos autores lidos. É fundamental respeitar uma sequência de datas, destacando-as das mais antigas para as atuais. A ética na escrita científica é uma premissa basilar. Fazer a revisão bibliográfica requer ética científica, ou seja, respeitar a ideia do autor, não mudar o sentido do texto e não transcrever trechos do texto sem utilizar as indicações da ABNT. O fato de não seguir as normas implica plágio, que é considerado crime. há formas legais de fazer referência ao que o outro escreveu. Veja o excerto a seguir, sobre ética: São princípios caros ao Código de Ética Científica: • Conhecimentos anteriormente publicados devem ser sempre mencionados (citações bibliográficas) em trabalhos publicados ou mesmo restritos (relatórios técnicos internos); • Dados não podem ser “fabricados” ou falsificados; • Conhecimentos devem ser repassados à comunidade científica. Dessa forma, são condenáveis (inaceitáveis na Ciência) toda e qualquer forma de plágio (cópia de textos de outrem; uso de informações de outros autores sem a devidacitação bibliográfica; apropriação indevida de resultados e interpretações de outrem) e publicação de resultados inverídicos (VOLPATO, 2007, p. 129). 26 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I As citações podem ser diretas (transcrição literal do texto) ou indiretas (apresenta-se o próprio conceito, mas com base no pensamento do autor). Segundo a ABNT, há duas formas de citação direta, apresentadas a seguir. 1) Citação de até três linhas: coloca-se a citação entre aspas. Exemplo: segundo Ruiz (2002, p. 28), “a vantagem do mestre é que ele já conhece o caminho certo e os desvios perigosos; conhece os alunos como o médico conhece seus doentes e o agricultor conhece suas sementes e sua terra”. 2) Citações com mais de três linhas: recua-se o texto 4 cm da margem esquerda e altera-se o tamanho da fonte. A pesquisa investiga o mundo em que o homem vive e o próprio homem. Para esta atividade, o investigador recorre à observação e à reflexão que faz sobre os problemas que enfrenta, e à experiência passada e atual dos homens na solução destes problemas, a fim de munir-se dos instrumentos mais adequados à sua ação e intervir no seu mundo para construí-lo adequado à sua vida (ChIZZOTTI, 1995, p. 11). Para os resumos, não há citações diretas, e sim uma explicação sucinta das ideias do autor. Trata-se da citação indireta ou paráfrase. Neste caso, as aspas não são necessárias. Exemplo: O marco lógico é um instrumento muito útil para a elaboração, a análise e o gerenciamento de projetos. Sua maior contribuição na elaboração de um projeto está em que ele oferece uma sucessão de passos lógicos encadeados, ao final da qual se tem um projeto bem-estruturado nas suas relações de causa e efeito (ARMANI, 2008). Parafraseando a parte do texto citada anteriormente, ou seja, escrevendo o que entendeu do texto, o aluno deve referenciar o autor e o ano de publicação do texto. Deverá, ainda, apanhar a ideia central e fazer o resumo. É importante lembrar que os textos escolhidos devem ser apropriados à pesquisa do discente. Veja a seguinte frase: Segundo Armani (2008), o marco lógico é importante para o desenvolvimento de projetos. Observa-se, neste resumo, que não há cópia do texto, e sim a expressão do que de mais importante tem o texto. Dessa forma, não seguirá a regra de citações literais. há, na escrita, além de letras, palavras e sinais, símbolos importantes (caracteres especiais) que também aparecem em publicações: ® Marca registrada © Copyright TM marca 27 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Esses símbolos são de proteção da propriedade intelectual de uma marca ou um produto de alguém que possui tal registro (pessoa física ou jurídica). É oportuno não omitir tais símbolos (AQUINO, 2010, p. 14). É fundamental que se desmistifique tudo o que envolve o TCC. Esse é o primeiro obstáculo para desenvolver um plano ou uma proposta para um estudo de pesquisa. A elaboração do projeto de pesquisa e do TCC requer um conhecimento científico, portanto metodológico, o qual encaminhará o aluno em seus estudos e sua pesquisa. “A ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem entender e explicar racionalmente a natureza “[...] buscando superar a ilusão, o desconhecido, o imediato [...]” (ANDERY, 1988, p. 15). É a busca de respostas à natureza e de satisfação de suas necessidades que leva o homem historicamente a construir novos conhecimentos, produzir e reproduzir o novo formando uma rede de interferências recíprocas entre ideias e condições materiais. Assim, o aluno de graduação, ao tentar entender a realidade de sua área de pesquisa, quer vivida no campo de estágio, quer pelas leituras que embasam seu conhecimento, tem de fazer uma leitura da realidade por meio da observação crítica e reflexiva e embasada por uma metodologia que só é colocada em prática quando é empregada para um conhecimento científico. No fim do curso, muitos alunos ainda se encontram num dilema em relação à escolha do tema de seu TCC. As disciplinas que se iniciam no 4º período acompanham o aluno na construção do projeto de pesquisa na elaboração mental de um problema da realidade, que muitas vezes está latente e se constrói ao longo dos semestres. Essa questão pode estar relacionada ao campo de estágio ou mesmo às teorias que embasam o curso. 3 ReCoNsTRuINdo de foRmA sImPlIfICAdA As eTAPAs dA PesQuIsA 3.1 o projeto de pesquisa Passo 1 – Escolha do tema Para o aluno iniciar os estudos, é importante ter claro que escrever um trabalho científico não é fazer cópia, e sim entender o que os autores escolhidos por ele falam e escrevem sobre o tema. Saber como ler e escrever resumos e fazer fichamento é a forma correta para se iniciar o trabalho. O tema é o ponto de partida da pesquisa. Após essa escolha, o discente direciona a sua preocupação e delimita ao máximo sua pesquisa. O assunto é o primeiro contato do aluno com seu objeto de pesquisa. Ele deve ser curto, simples e completo, descrevendo de forma adequada o conteúdo do trabalho científico. O objeto deve chamar a atenção do leitor, deve provocar a curiosidade. 28 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Unidade I É preciso, ainda, que esteja relacionado e ser assunto de relevância para a grande área do serviço social. lembrete Partindo do pressuposto de que já escolheu o tema, o aluno fará a pergunta correta para responder à sua inquietação. Passo 2 – Seleção do problema a ser pesquisado Toda pesquisa segue uma linha de conhecimento do campo de estudo do pesquisador, assim um aluno de graduação do curso de Serviço Social irá buscar um tema sobre o que já estudou, pesquisou e aprendeu no transcorrer do curso. O que vemos muitas vezes é o discente fazer um tratado sobre determinado assunto e fugir da linha de trabalho proposta. Para essa atividade, o aluno faz uma observação e reflexão sobre a experiência vivida no decorrer do curso e, ao indagar sobre um determinado problema, vai recorrer às respostas mais prováveis, e estas vão nortear a pesquisa a ser realizada. Ao ter clareza quanto a sua principal inquietação, o aluno conseguirá escrever, ou seja, fazer a redação da introdução, da justificativa e dos objetivos. Passo 3 – Estudo bibliográfico Nesta etapa, o aluno vai pesquisar o que já tem escrito sobre o assunto: dissertações, teses, TCCs e livros. Este estudo não precisa ser muito aprofundado, trata-se de uma primeira aproximação do tema da pesquisa. Passo 4 – Metodologia Junto ao professor, o aluno fará a escolha do tipo de pesquisa: qualitativa ou quantitativa. É na metodologia que o discente vai descrever o local onde pretende realizar sua pesquisa, quem serão os sujeitos participantes do estudo, se houver, ou quais os relatórios, prontuários, bibliografias a serem utilizados. Será necessário, ainda, definir quais serão os instrumentos empregados na coleta de dados (entrevistas, questionários, grupos etc.), e qual será a técnica para a análise dos dados. Por fim, mas não menos importante, a elaboração do cronograma, que deverá ser feita de maneira que o aluno possa desenvolver seu TCC com facilidade, de acordo com o prazo solicitado pela instituição de ensino. 29 Re vi sã o: V íto r- D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 2/ 01 /1 5 Trabalho de ConClusão de Curso Um cronograma é essencial para planejar e executar o projeto. Para planejar seu tempo, você deve considerar os prazos de que dispõe. Assim um cronograma possibilita que se distribuam as várias etapas do projeto dentro de um limite detempo, incluindo as fases que demandarão mais tempo, mais recursos e possíveis dificuldades metodológicas (DYNIEWICZ, 2009, p. 26).