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Assunto 6 - A coesão textual - mecanismos de referenciação

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A coesão textual: mecanismos de 
referenciação
APRESENTAÇÃO
Uma das habilidades que têm merecido maior atenção nas aulas de Língua Portuguesa tem sido 
a de coesão textual. Tal investimento se faz necessário em virtude das dificuldades que os 
alunos têm revelado para articular as partes de um texto, fazendo-o evoluir sem repetições, com 
boa conjugação verbal, pontuação eficiente e articuladores adequados.
Nesta Unidade de Aprendizagem, dedicaremo-nos a esse tema, buscando esclarecer aspectos 
importantes da produção e leitura textual.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os problemas de coesão apresentados em um texto;•
Construir a coesão referencial de um texto, evitando a repetição e promovendo uma leitura 
mais leve e agradável;
•
Estabelecer a coesão sequencial de um texto, buscando escolher os articuladores 
adequados para a construção do sentido pretendido.
•
DESAFIO
A seguir, você encontrará vários períodos isolados que tratam do mesmo tema.
Após a leitura dos itens, articule os períodos em um só parágrafo de modo que tanto o 
sentido quanto a progressão sejam beneficiados pela estrutura proposta. Considere que há 
várias possibilidades de escolha, mas cada uma delas conduzirá o leitor para a construção 
de sentidos diferentes.
a) As crianças da era pós-moderna são atraídas por brinquedos eletrônicos. 
b) As crianças não têm autonomia para comprar ou vender. 
c) As campanhas publicitárias têm adotado as crianças como público-alvo cada vez mais. 
d) As crianças recorrem a seus pais para comprarem os brinquedos eletrônicos. 
e) A decisão final de compra é dos pais, que sabem avaliar se o produto é de qualidade, 
adequado às crianças e a suas condições de aquisição.
INFOGRÁFICO
Veja o infográfico a seguir e verifique, em perspectiva diferente, a questão da coesão textual e 
seus mecanismos de referenciação e sequenciação.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Para compreender com maior profundidade as questões que se referem à articulação textual, leia 
ao capítulo A coesão textual: mecanismos de referenciação, pertencente a obra Comunicação e 
expressão, trecho integrante desta unidade de aprendizagem .
Boa leitura.
COMUNICAÇÃO E 
EXPRESSÃO
Letícia Sangaletti
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
S225c Sangaletti, Leticia.
 Comunicação e expressão [recurso eletrônico] / Leticia
 Sangaletti, Laís Virginia Alves Medeiros; [revisão técnica: 
 Laís Virginia Alves Medeiros] . – Porto Alegre: SAGAH 2018.
 ISBN 978-85-9502-215-7
 1. Comunicação. 2. Língua Portuguesa. I. Medeiros, Laís
 Virginia Alves. II. Título.
CDU 81’38
Revisão técnica:
Laís Virginia Alves Medeiros
Mestra em Letras – Estudos da Linguagem: 
Teorias do Texto e do Discurso
Bacharela em Letras – Habilitação Tradutora: Português e Francês
A coesão textual: 
mecanismos de 
referenciação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os problemas de coesão apresentados em um texto.
 � Construir a coesão referencial de um texto, evitando a repetição e 
promovendo uma leitura mais leve e agradável.
 � Estabelecer a coesão sequencial de um texto, buscando escolher os 
articuladores adequados para a construção do sentido pretendido.
Introdução
Um dos assuntos que têm merecido maior atenção nas aulas de língua 
portuguesa é a coesão textual. Tal importância se relaciona às dificuldades 
que os alunos têm revelado para articular as partes de um texto, fazendo-o 
evoluir sem repetições, com boa conjugação verbal, pontuação eficiente 
e articuladores adequados.
Neste texto, você aprenderá mais sobre esse tema, se familiarizando 
com aspectos importantes da produção e da leitura textuais.
Problemas de coesão no texto
Fávero (2002) explica que há inúmeras propostas de classificação das rela-
ções de coesão que podem se estabelecer formalmente em um texto. Koch e 
Elias (2006, p. 186) afirmam que as noções de coesão e coerência sofreram 
significativas alterações ao longo do tempo: “Inicialmente, os dois conceitos 
praticamente se confundiam e, por isso, os dois termos eram, muitas vezes, 
usados indiferentemente. Mas à medida que se modificava a concepção do 
texto, eles passaram a diferenciar-se de maneira decisiva.”.
Para Hailiday e Hasan (apud FÁVERO, 2002), a coesão é entendida como um 
conceito semântico que se refere às relações de sentido que se estabelecem entre 
os enunciados que compõem o texto. Desse modo, para interpretar um elemento, 
é preciso interpretar o outro. De acordo com os teóricos, são três os níveis em que 
o sistema linguístico está organizado: o semântico, que é o significado; o léxico-
-gramatical, que se trata do formal; e o fonológico ortográfico, ou seja, a expressão. 
Nessa perspectiva, os significados se codificam como formas, e estas se 
realizam como expressões. Assim, a coesão é conseguida parcialmente por 
meio da gramática e parcialmente por meio do léxico. Para Hailiday e Hasan, 
a coesão textual depende de cinco categorias de procedimento: referência, 
substituição, elipse, conjunção e léxico. Veja o que significa cada uma (HAI-
LIDAY; HASAN apud FÁVERO, 2002): 
 � Referência: é a função pela qual um signo linguístico se relaciona a 
um objeto extralinguístico. São três os tipos de referência: pessoal, que 
são pronomes pessoais e possessivos; demonstrativa, que são pronomes 
demonstrativos e advérbios indicativos de lugar; e comparativa, que se 
dá por via indireta, por meio de identidades ou similaridades. 
 � Substituição: é a colocação de um item no lugar de outro ou de uma 
oração inteira. Pode ser nominal e verbal. A nominal é feita por meio 
de pronomes pessoais, numerais, indefinidos e nomes genéricos, como 
“coisa”, “gente” e “pessoa”. Já a verbal se dá no verbo “fazer”, que é 
substituto dos causativos, e no verbo “ser”, o substituto existencial.
 � Elipse: é a omissão de um item lexical recuperável pelo contexto, ou 
seja, a substituição por zero. Pode ocorrer elipse de elementos nominais, 
verbais e oracionais.
 � Conjunção: tem natureza diferente das outras relações coesivas por 
não se tratar simplesmente de uma relação anafórica. Os elementos 
conjuntivos são coesivos não por si mesmos, mas indiretamente. Isso 
ocorre em virtude das relações específicas que se estabelecem entre 
orações, períodos e parágrafos. Essas diferentes relações conjuntivas 
possuem uma série de equivalentes estruturais. Os principais tipos de 
elementos conjuntivos são: advérbios e locuções adverbiais; conjunções 
coordenativas e subordinativas; locuções conjuntivas, preposições e 
locuções prepositivas; itens continuativos como “então”, “daí”, etc.
 � Coesão lexical: é obtida pela reiteração de itens lexicais idênticos ou 
que possuem o mesmo referente. Também se dá pelo uso de nomes 
genéricos cuja função coesiva está no limite entre as coesões lexical e 
gramatical. Esses nomes estão a meio caminho do item lexical, membro 
A coesão textual: mecanismos de referenciação150
de um conjunto aberto, e do item gramatical, membro de um conjunto 
fechado. A colocação também é um fator de coesão lexical. Ela resulta 
da associação de itens lexicais que regularmente ocorrem. 
A coesão textual se trata do uso adequado de elos que conferem unidade ao texto. Esses elos 
contribuem para que relações de sentido sejam estabelecidas e para que o texto seja tecido. 
Fávero (2002) propõe uma reclassificação dos mecanismos de coesão 
textual em termos da função que esses mecanismos exercem na construção 
do texto. A autora cita três tipos de coesão com seus respectivos mecanismos, 
como você pode ver a seguir.
Coesão referencial com mecanismos de substituição e 
reiteração
Para a teórica (FÁVERO, 2002), a referência constitui um primeiro grau de abs-
tração: o leitor/alocutário relaciona determinado signo a um objeto tal como 
ele o percebe dentro da cultura em que vive. No quetange aos mecanismos, a 
substituição se dá quando um componente é retomado ou precedido por uma pró-
-forma. A pró-forma é um elemento gramatical representante de uma categoria, 
como o nome. Ela se caracteriza por baixa densidade sêmica: traz as marcas do 
que substitui. No caso de retomada, se tem uma anáfora. Já no caso de sucessão, 
uma catáfora. As pró-formas podem ser pronominais, verbais, adverbiais e 
numerais. Elas exercem função de pró-sintagma, pró-constituinte ou pró-
-oração. Já a reiteração é a repetição de expressões no texto. Ela pode ocorrer 
por meio de: (1) repetição do mesmo item lexical; (2) sinônimos; (3) hiperônimos 
e hipônimos; (4) expressões nominais definidas; e (5) nomes genéricos.
Coesão recorrencial com mecanismos de paralelismo, 
paráfrase e recursos fonológicos, segmentais e 
suprassegmentais
A coesão recorrencial ocorre quando o fluxo informacional caminha, progride. 
Nesse caso, ele tem, então, por função levar adiante o discurso, mesmo que 
151A coesão textual: mecanismos de referenciação
haja retomada de estruturas, itens ou sentenças. Sobre seus mecanismos, o 
paralelismo se dá quando as estruturas são reutilizadas, mas com diferentes 
conteúdos.
Já a paráfrase é uma atividade efetiva de reformulação pela qual “[...] 
todo e qualquer texto tem uma multivocidade inerente (= muitas leituras); 
o enunciador faz sempre uma interpretação do texto fonte e, assim, não 
só o restaura de modo diferente, mas também faz uma interpretação do 
texto derivada no momento em que o produz como paráfrase.” (FÁVERO; 
URBANO apud FÁVERO, 2002). Para Fávero (2002), a paráfrase contribui 
para a coesão do texto, pois atua como articuladora entre as informações 
antigas e novas.
No que tange aos recursos fonológicos, segmentais e suprasssegmentais, 
há a função do componente fonológico no estabelecimento da coesão. A 
autora (FÁVERO, 2002) cita dois casos em que a coesão é obtida com esse 
componente: o ritmo e os recursos de motivação sonora.
Ritmo: trata-se do fato de que a duração relativa das sílabas, de um lado, 
está ligada à posição das pausas, acentos e entonação; de outro, a mudança 
do tempo pode constituir por si só uma função delimitadora ou um realce.
Para que fique clara a função do ritmo na obtenção da coesão (e da coerência também), 
você deve entendê-lo como uma sucessão de movimentos num jogo de tensão e 
distensão. Assim, a análise rítmica é indissociável da rede complexa de significantes 
que compõem o texto. 
Recursos de motivação sonora: possuem expressividade das vogais e das 
consoantes, aliterações, ecos, assonâncias, etc.
Coesão sequencial, com mecanismos de sequenciação 
temporal e sequenciação por conexão
Tem por função fazer o texto progredir e o fluxo informacional caminhar. Os 
mecanismos utilizados aqui são diferentes dos mecanismos de recorrência. 
Eles não possuem retomada de itens, sentenças ou estruturas. Podem se dar 
por sequenciação temporal e por conexão.
A coesão textual: mecanismos de referenciação152
Sequenciação temporal: indica o tempo do “mundo real”. A sequencializa-
ção dos enunciados deve satisfazer as condições conceituais no que concerne à 
localização temporal e à ordenação relativa, que são características dos estados 
de coisas no mundo, selecionadas pela referida sequência textual (MATEUS 
et al. apud FÁVERO, 2002).
A sequenciação temporal pode ser obtida por: (1) ordenação linear dos 
elementos; (2) expressões que assinalam a ordenação ou a continuação das 
sequências temporais; (3) partículas temporais; e (4) correlação dos tempos 
verbais (consecutio temporum).
Sobre a sequenciação por conexão, Fávero (2002) explica que tudo se relaciona 
em um texto. Nesse sentido, o enunciado só se compreende por si mesmo e ajuda 
na compreensão dos demais. Assim, o enunciado está subordinado a outros. 
Conforme a autora, se trata de uma interdependência semântica/pragmática que 
se expressa por operadores do tipo lógico, operadores discursivos e pausas. 
Koch (1988), por sua vez, faz uma reclassificação, postulando a existência 
de duas grandes modalidades de coesão: coesão referencial, ou referenciação, 
e coesão sequencial, ou sequenciação. “Em termos de estrutura informacional, 
a primeira está ligada ao dado, a segunda, ao novo.” (KOCH, 1988, p. 75).
Para Koch (1988), a língua possui recursos que têm por função estabelecer relações de 
sentido entre enunciados ou partes de enunciados. Entre essas relações, estão as de 
oposição ou contraste – quando se usa o termo “mas” –, finalidade ou meta – por meio 
da palavra “para” –, consequência – com “foi assim que” –, localização temporal – que 
pode aparecer por meio de “até que” –, explicação ou justificativa – com “porque” – e 
adição de argumentos ou ideias – com o uso do “e”, etc.
Para Koch (1988), a língua possui recursos que têm por função estabelecer 
relações de sentido entre enunciados ou partes de enunciados. Entre essas 
relações, estão as de oposição ou contraste – quando se usa o termo “mas” 
–, finalidade ou meta – por meio da palavra “para” –, consequência – com 
“foi assim que” –, localização temporal – que pode aparecer por meio de “até 
que” –, explicação ou justificativa – com “porque” – e adição de argumentos 
ou ideias – com o uso do “e”, etc.
Como você viu, há diferentes tentativas de definir o que é coesão e os seus 
mecanismos. Contudo, parece não haver um consenso entre os conceitos que 
153A coesão textual: mecanismos de referenciação
você acabou de estudar, não é? De qualquer modo, o uso adequado dos meca-
nismos de coesão textual contribui para uma melhor interpretação do texto. Já 
o seu mau uso pode implicar construções de sentido ou interpretações errôneas. 
Você verá a seguir a coesão referencial e a sequencial. Assim, poderá 
compreender a diferença que fazem na compreensão do texto.
Coesão referencial
A coesão referencial de um texto evita a repetição e promove uma leitura 
mais leve e agradável. De acordo com Koch (1988), esse tipo de coesão se 
estabelece entre dois ou mais componentes da superfície textual que remetem a 
um mesmo referente. Esse referente, por sua vez, pode ser acrescido de outros 
traços que vão agregando traços textualmente. 
Esse tipo de coesão é obtido por meio de dois mecanismos básicos, que 
são a substituição e a reiteração. 
Há substituição quando um componente da superfície textual é retomado 
(anaforicamente) ou precedido (cataforicamente) por uma pró-forma. A pró-
-forma, como você já viu, é um elemento gramatical representante de uma 
categoria, como o nome. Ela tem como característica a baixa densidade sêmica, 
já que traz as marcas do que substitui. Além disso, pode ser pronominal, ver-
bal, adverbial ou qualitativa. Também pode funcionar como pró-constituinte, 
pró-sintagma, pró-oração ou pró-enunciado. Também é bastante comum, em 
português, a substituição por zero (elipse total) (KOCH, 1988).
Veja os exemplos dados pela teórica: 
 � “As crianças estão viajando. [Elas] só voltarão no fim do mês.” (KOCH, 
1988, p. 75). Nesse caso, o termo “elas” é a pró-forma nominal com 
função de pró-sintagma. 
 � “Ontem fui conhecer a nova casa de Joana. Ela comprou depois que seus 
pais morreram num acidente. Ambos eram ainda bem jovens.” (KOCH, 
1988, p. 75). Nesse exemplo, “ela” é pró-forma pronominal com função 
de pró-constituinte. Além disso, “seus” é pró-forma pronominal com 
função de pró-constituinte. Já “ambos” é pró-forma quantitativa com 
função de pró-sintagma.
Já a reiteração ocorre por meio de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
néricos, expressões nominais definidas ou repetição do mesmo item lexical. 
Observe os exemplos de Koch (1988):
A coesão textual: mecanismos de referenciação154
 � “Diante de casa estava um menino. O garoto era magro e pálido.” 
(KOCH, 1988, p. 76). Nesse caso, há um exemplo de sinônimo, já que 
a palavra “garoto” também significa “menino”.
 � “Vimos o carro do ministro aproximar-se. Alguns minutos depois, o veículo 
estacionava diante da Casa Branca.” (KOCH,1988, p. 76). Aqui, há um 
exemplo de hiperônimo, em que o termo “veículo” está ligado a “carro”.
 � “A multidão ouviu o ruído de um motor e, ao olhar para o alto, viu a coisa 
se aproximando.” (KOCH, 1988, p. 76). O termo “coisa”, nesse exemplo, 
se trata de um nome genérico para algo que a multidão estava vendo.
 � “Reagan perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados 
Unidos vem sofrendo sucessivas derrotas políticas.” (KOCH, 1988, 
p. 76). Quando você lê “o presidente dos Estados Unidos”, está diante 
de uma expressão nominal definida, que se refere a Reagan, no caso o 
chefe do Executivo americano naquele momento.
 � “Os cães são animais de faro apuradíssimo. Por isso, os cães são ex-
celentes auxiliares da polícia.” (KOCH, 1988, p. 76). Há, aqui, uma 
repetição do mesmo item lexical, considerando que você pode ler “os 
cães” nos dois enunciados.
De modo geral, nesse modelo, podem ser itens de referência: artigos; 
pronomes; elipse; numerais; advérbios; pró-formas verbais; expressões ou 
grupos nominais definidos; nominalizações; expressões sinônimas ou quase 
sinônimas; nomes genéricos; e hiperônimos ou indicadores de classe.
Para saber mais sobre o assunto, leia o texto “A coesão textual” (KOCH, 1989).
Coesão sequencial
A coesão sequencial busca escolher os articuladores adequados para a constru-
ção do sentido pretendido. Para Koch (1988), ela diz respeito aos procedimentos 
linguísticos por meio dos quais se estabelecem diferentes tipos de interdepen-
dência semântica ou pragmática entre enunciados, ou partes de enunciados, à 
medida que o texto progride. De acordo com a estudiosa, a coesão sequencial 
é obtida por meio dos procedimentos de recorrência ou progressão. 
155A coesão textual: mecanismos de referenciação
Nos mecanismos por recorrência ou parafrástica, há recorrência de termos, 
estruturas (paralelismo), conteúdos semânticos (paráfrase), recursos fono-
lógicos segmentais e suprassegmentais (ritmo, rima e aliteração, etc.), bem 
como de aspectos de tempos verbais. Leia os exemplos dados por Koch (1988):
“E o trem corria, corria, corria...” (KOCH, 1988, p. 77). 
Aqui, há a recorrência de termos, considerando que “corria” aparece três 
vezes na frase.
“Nosso céu tem mais estrelas
Nossa várzea tem mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida mais amores” (DIAS apud KOCH, 1988, p. 77).
Observe que aqui há repetição de estrutura, tendo em vista que todos os 
versos seguem o mesmo padrão. Agora veja este outro exemplo:
“O poeta é um fingidor:
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente” (PESSOA, 1972). 
Aqui, há recursos fonológicos, segmentais e suprassegmentais, que são o 
ritmo, a rima e a aliteração.
Em termos gerais, a coesão sequencial engloba: recorrência de termos; recorrência de 
estruturas ou paralelismo sintático; recorrência de conteúdos semânticos ou paráfrase; 
recorrência de recursos fonológicos segmentais e/ou suprassegmentais; recorrência 
de tempo e aspecto verbal; procedimento de manutenção temática; progressão 
temática; encadeamento; e conexão.
A coesão sequencial se dá pelo encadeamento de segmentos textuais, que ocorre 
por meio de conectores ou operadores argumentativos. Tais conectores encadeiam 
os segmentos textuais e ainda estabelecem uma relação semântica entre eles.
A coesão textual: mecanismos de referenciação156
Para ver mais um exemplo de coesão textual, leia o artigo “Mecanismos coesivos: um 
estudo sobre o que os professores do ensino médio apontam como problemas de 
coesão em textos escritos” (GOMES, 2009).
FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2002.
GOMES, A. T. Mecanismos coesivos: um estudo sobre o que os professores do ensino 
médio apontam como problemas de coesão em textos escritos. Veredas, Juiz de Fora, 
v. 2, p. 100-116, 2009.
JORNAL VALOR ECONÔMICO. Jovem fora da universidade é o foco. São Paulo, 27 jan. 
2015. Disponível em: <http://www.valor.com.br/empresas/3879180/jovem-fora-da-
-universidade-e-o-foco>. Acesso em 05 dez. 2017.
KOCH, I. G. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.
KOCH, I. G. V. Principais mecanismos de coesão textual em português. Cadernos de 
Estudos Lingüísticos, Campinas, v. 15, p. 73-80, jul./dez. 1988.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Con-
texto, 2006.
PESSOA, F. Autopsicografia. In: PESSOA, F. Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 
1972. p. 164.
Leitura recomendada
BEAUGRANDE, R.; DRESSLER, W. U. Introducción a la lingüística del texto. Barcelona: 
Ariel, 1997.
157A coesão textual: mecanismos de referenciação
DICA DO PROFESSOR
Assista ao vídeo a seguir referente aos assuntos abordados nesta unidade. 
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EXERCÍCIOS
1) Dentre todos os recursos responsáveis pela coesão de um texto, a pontuação é um dos 
que mais se destacam. Em qual das orações a seguir, a mudança de pontuação 
modificou a construção do sentido?
A) A baixa taxa de escolaridade dos brasileiros, combinada com o potencial de crescimento 
econômico do país, despertou o interesse de empresas estrangeiras no mercado nacional de 
educação. (Jornal Valor Econômico, 27/01/2015). 
 
A baixa taxa de escolaridade dos brasileiros combinada com o potencial de crescimento 
econômico do país despertou o interesse de empresas estrangeiras no mercado nacional de 
educação.
B) A melhora da economia do país, o aumento do índice de confiança e o crescimento do 
poder aquisitivo tornaram o mercado nacional atrativo, diz Loureiro. (Jornal Valor 
Econômico, 27/01/2015). 
 
A melhora da economia do país, o aumento do índice de confiança e o crescimento do 
poder aquisitivo tornaram o mercado nacional atrativo diz, Loureiro.
C) Seguindo uma tendência mundial, o ensino a distância (EAD) também tem grande 
potencial de crescimento no Brasil. (Jornal Valor Econômico, 27/01/2015). 
 
Seguindo uma tendência mundial, o ensino a distância (EAD), também, tem grande 
potencial de crescimento no Brasil.
D) A empresa pretende crescer nessa área e também fazer novas aquisições no ensino 
presencial, especialmente em regiões onde ainda não atua. (Jornal Valor Econômico, 
27/01/2015). 
 
A empresa pretende crescer nessa área e também fazer novas aquisições no ensino 
presencial, especialmente, em regiões onde ainda não atua.
E) De cada cem alunos que entram no ensino fundamental, 57 concluem o ensino médio, 14 
entram no ensino superior e, desses, só 7 se formam. (Jornal Valor Econômico, 
27/01/2015). 
 
De cada cem alunos que entram no ensino fundamental, 57 concluem o ensino médio, 14 
entram no ensino superior e desses, só 7 se formam.
2) Todas as opções a seguir apresentam problemas de coesão que afetaram a coerência 
textual. 
Assinale a opção em que haja problema de ambiguidade.
A) Atualmente, nos grandes centros urbanos, ocorre uma onda de violência que vem causando 
um pânico crescente, nos dias de hoje, entre as pessoas.
B) Há poucos dias atrás se aceitariam estas evidências tão claras como provas do atentado.
C) Qual o elo de ligação entre professor e aluno?
D) É preciso coragem, encare as dificuldades de frente!
E) Regressou de Brasília depois de uma cirurgia cardíaca com cerimonial de chefe de estado.
3) Em todas as alternativas, o termo sublinhado funciona como referente do pronome 
destacado em CAIXA ALTA, EXCETO em:
A) Estas são as páginas do livro SOBRE AS QUAIS lhe falei.
B) Como um livro CUJO texto usa uma língua completamente desconhecida, o rascunho do 
genoma humano até agora visualizado tem frases, sentenças e mesmo algumas páginas 
faltando.
C) O próprio Collins, QUE dirige o projeto estatal americano, faz um alerta...
D) Naquele encontro de jovens, a pessoa com QUEM mais simpatizei foi o filho dela.
E) O rádio é um veículo a QUE as pessoas atribuem autoridade e credibilidade.
4) Assinale a opção em que o sentido da oração esteja adequadamente construído por 
meio do articulador.A) Não sou o culpado, embora sejam contundentes os argumentos do nobre colega. ( 
Concessão ).
B) Nunca desviei verbas, pois tal procedimento não está de acordo com meus princípios. ( 
Finalidade ).
C) Os nobres colegas prolongaram tanto os seus discursos, que a plateia está exausta. ( 
Intensidade ).
D) Preciso de mais um tempo para expor os meus argumentos. ( Causa ).
E) Sairei amanhã logo cedo, apesar de não estar me sentindo muito bem. ( Comparação ).
5) Assinale a alternativa em que o referente do pronome sublinhado foi devidamente 
indicado dentro dos parênteses.
A) Os atuais simuladores de voos militares estão em condições não apenas de exibir uma 
imagem “realista” da paisagem sobrevoada, mas também de confrontá-la com a obtida nos 
radares. (paisagem).
B) Motta me disse que, caso o escândalo viesse a público, ele se demitiria; em seu lugar, eu 
não o faria. (escândalo).
C) Segundo as gramáticas, “conquanto” e “nem” são conjunções: esta é classificada como 
aditiva; aquela, como adversativa. (conquanto).
D) Rinaldo é tenente do exército, e seu irmão também o é. (do exército).
E) Em meio ao vendaval, Simone saiu correndo com o pacote e o esqueceu sob uma árvore. 
(vendaval).
NA PRÁTICA
Veja como a coesão é importante em nosso dia a dia:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Noções de coesão textual na produção escrita de formandos do curso de Letras
O artigo a seguir tem como objetivo verificar como se manifesta o conceito de coesão textual na 
produção escrita de formandos do curso de Letras.
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Produção Textual - Defeitos de um Texto
Na vídeo aula a seguir a professora apresenta alguns defeitos que podem prejudicar a 
compreensão dos textos e que devem ser evitados para uma produção textual adequada.
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