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Unidade II - Coesão textual - conceito e seu uso prático

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Prévia do material em texto

Língua Portuguesa: 
Linguística Textual
Coesão textual - conceito e seu uso prático
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Elaine A. Souto Antunes
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
5
• Introdução
• Coesão Textual
• Relações Textuais (Campo 1)
• Procedimentos (Campo 2)
• Recursos (Campo 3)
• Aprender a usar os elementos de coesão para ler e produzir bons textos;
• Compreender as relações coesivas que acontecem no interior dos textos;
• Valorizar os procedimentos e recursos que estabelecem as relações coesivas 
dentro dos textos.
Para obter um bom desempenho ao ler e produzir textos, além de alguns fatores importantes 
é bom entender quais elementos internos e externos se articulam para que os textos se formem. 
Com esse objetivo, nessa unidade, trataremos da coesão textual. 
Lembramos a você da importância de realizar todas as leituras e as atividades propostas dentro 
do prazo estabelecido para cada unidade, no cronograma da disciplina. Para isso, organize uma 
rotina de trabalho e evite acumular conteúdos e realizar atividades no último minuto. Em caso 
de dúvidas entre em contato com o tutor.
É muito importante que você exerça a sua autonomia de estudante para construir novos 
conhecimentos.
Coesão textual - conceito e seu uso prático
6
Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
Contextualização
O texto apresenta propriedades internas a ele que são de fundamental importância para a sua 
estruturação. Para que um texto seja considerado bom é necessário, entre outros fatores, que ocorra 
uma harmonia textual entre as partes que o integram. Considere o texto como um “tecido” que vai 
sendo tramado à medida que o escrevemos. Por isso, é muito importante que o fio condutor desse 
tecido esteja muito bem tramado para que não altere o produto final. Isso é o que deve acontecer na 
construção do texto e o fio condutor dessa trama são os elementos de coesão.
Esses elementos precisam ser compreendidos não apenas como palavras que serão usadas 
ao longo do texto, mas como os responsáveis pela conexão bem articulada das partes que 
integram um texto.
Ao perceber a importância que os chamados elementos coesivos têm em determinados 
gêneros textuais, fica muito mais fácil, tanto para os professores e profissionais que trabalham 
com textos como para aqueles que usam os textos apenas como meio de interação, entenderem 
como esse objeto tão fascinante se articula. 
Os elementos coesivos ao serem valorizados na unidade textual contribuem para uma melhor 
leitura, compreensão e produção de bons textos.
7
Introdução
Nesta unidade, trataremos da coesão textual. Ela é uma das duas importantes propriedades 
textuais (coesão e coerência) envolvidas na construção e produção de textos em relação a 
atribuição de sentidos. 
 Talvez, você mesmo já tenha passado pela experiência de pegar seu texto e verificar o 
seguinte comentário: - Falta coesão ou -Não tem coesão.
Para pensar
Mas na realidade o que o professor queria dizer? 
- Já se perguntou o que realmente estava faltando? 
- O que você devia mudar ou corrigir?
Atenção
Vamos refletir um pouco sobre essas questões? Esse é o convite que 
fazemos nesta unidade. 
Para começar nossa conversa, veremos o comentário que a professora Irandé Antunes (2012, 
p.16) tece a respeito de coesão e coerência:
Essas propriedades do texto parecem ser, assim, um terreno 
meio indefinido, vago, impreciso, para onde vamos jogando tudo 
o que não sabemos explicar bem; sobretudo quando se trata de 
dificuldades menos superficiais. Diante daquele texto meio ruim, 
que não está bem formulado, que não está muito claro, cuja 
dificuldade não sabemos exatamente identificar, recorremos a uma 
área geral, sem contornos, onde cabe tudo e tudo acomoda. E, aí, 
dizemos: falta coesão; ou o texto não tem coerência.
Ou seja, em outras palavras, recorremos a um conceito, aparentemente geral, mas que não 
define claramente, pelo menos em um primeiro momento, o problema que deve ser tratado. 
Mesmo as gramáticas, ao tratarem de coerência e coesão, trazem uma conceptualização que às 
vezes deixa mais lacunas do que esclarecimentos.
Vamos, então, nesta unidade, tratar um pouco da coesão, para que você ao ler, produzir 
e corrigir textos saiba do que está falando e também para que aqueles que não são da área 
possam compreender do que falamos ao citar este conceito.
8
Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
Coesão Textual
A coesão textual diz respeito às relações estabelecidas no continuo do texto por meio de 
elementos que servem como conectores entres as partes do discurso. Trata-se de estabelecer 
uma relação de continuidade entre cada unidade linguística, de tal modo que entre elas se 
estabeleça um continuo de sentido. Ou seja, a coesão não é garantia de sentido, no entanto, ela 
possibilita uma arquitetura textual que vai conectando as ideias dentro do texto e propiciando 
uma harmonia estrutural. Tanto que, um texto com os elementos de coesão mal empregados ou 
colocados de forma aleatória não permitem a atribuição de sentido do leitor.
Para elucidar melhor o conceito de coesão textual, utilizaremos colocações de alguns 
especialistas da área como Ingedore V. Koch e Irandé Antunes.
Koch, por exemplo, traz o seguinte comentário:
Em obra que se tornou clássica sobre o assunto, Halliday & Hasan 
(1976) apresentam o conceito de coesão textual, como um conceito 
semântico que se refere às relações de sentido existentes no interior 
do texto e que o definem como um texto. (In: Koch, 2001, p. 17)
Ainda lembrando Koch,
Para esses autores, a coesão é, pois, uma relação semântica entre 
um elemento do texto e algum outro elemento crucial para a sua 
interpretação. 
A coesão, por estabelecer relações de sentido, diz respeito ao conjunto 
de recursos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga 
com a que veio antes, aos recursos semânticos mobilizados com o 
propósito de criar textos. A cada ocorrência de um recurso coesivo no 
texto, denominam “laço”, “elo coesivo”. (Koch, 2001, p. 17)
Veja que Halliday & Hasan mostram, justamente, que os mecanismos de coesão textual serão 
utilizados ao longo do texto como um elo de ligação entre os elementos que propiciarão uma 
compreensão do enunciado como um todo. Na realidade, a coesão textual permite costurar as 
partes do texto de tal forma que se vai “tecendo a trama do texto”. Trata-se de um trabalho de 
“tessitura” que se for bem realizado formará um texto com ideias claras e coesas.
Atenção
Apesar da importância da coesão para a elaboração de um texto bem 
estruturado, como você verá mais adiante, ela não é condição necessária, por 
exemplo, para um texto coerente. Podemos encontrar textos desprovidos de 
elementos de coesão textual, de acordo com sua função ou um determinado 
gênero textual, mas que sejam coerentes.
Exemplo:
Receita de bolinho:
1 ovo,
2 xícaras de farinha,
2 xícaras de açúcar,
1 xícara de leite,
Manteiga.
Junte tudo, amasse bem, faça os bolinhos e frite em óleo quente. 
9
A coesão serve para manter uma continuidade textual por meio dos laços que se estabelecem 
entre os elementos que constituem o texto, garantindo-lhe uma unidade semântica. Para 
entendermos quais são os elementos de coesão de que tanto se fala, trabalharemos com um 
quadro da Prof. Irandé Antunes (2014, p. 51), no qual ela apresenta quais são as relações 
textuais, os procedimentos e os recursos de coesão.
A
 C
O
E
S
Ã
O
 D
O
 T
E
X
T
O
Relações Textuais
(Campo 1)
Procedimentos
(Campo 2)
Recursos
(Campo 3)
1. REITERAÇÃO 1.1. Repetição 1.1.1. Paráfrase
1.1.2. Paralelismo
1.1.3. Repetição 
propriamente dita
• de unidades do 
léxico
• de unidades da 
gramática
1.2. Substituição
1.2.1. Substituição 
gramatical
Retomada por:
• pronomes
• advérbios
1.2.2. Substituição 
lexical
Retomada por:
• sinônimos
• hiperonimos
• caracterizadores 
situacionais
1.2.3. Elipse
Retomada
• elipse
2. ASSOCIAÇÃO 2.1. Seleção lexical Seleção de palavras 
semanticamentepróximas
• por antônimos
• por diferentes 
modos de 
relações de 
parte/todo
3. CONEXÃO 3.1. Estabelecimento 
de relações sintático-se-
mânticas entre termos, 
orações, períodos, 
parágrafos e blocos 
supraparagráficos
Uso de diferentes 
conectores
• preposições
• conjunções
• advérbios
• e respectivas 
locuções
(fonte: Irandé Antunes. Lutar com palavras: coesão e coerência, 2012, p. 51)
Passaremos, agora, a uma análise sistemática da proposta apresentada neste quadro, pois 
Antunes organiza de uma forma muito didática o que você, caro(a) aluno(a), precisa compreender 
em termos de coesão.
O quadro, apresentado anteriormente, traz uma diferenciação entre relações textuais 
(Campo1), procedimentos (campo 2) e recursos (campo 3).
10
Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
Relações Textuais (Campo 1)
As relações textuais (campo 1) dizem respeito ao tipo de ligação (laço) que se estabelece 
entre os elementos do textos, sendo relações semânticas que podem ocorrer de 3 formas: por 
reiteração, por associação ou por conexão.
1. Relação de Reiteração
A relação de reiteração é aquela de constante retomada do que foi dito. Ela representa 
um movimento de ida e volta ao que se fala por meio da substituição de uma expressão por 
pronomes ou sinônimos, por exemplo. 
As relações, de reiteração do que se disse, servem para costurar o texto, de tal forma que 
promova uma continuidade dos elementos para que eles não fiquem soltos na superfície textual. 
Observe o exemplo (Antunes, 2014, p. 53) a seguir, no qual a reiteração ocorre por meio da 
repetição das palavras células-tronco e tipo.
Há três tipos de células-tronco. As mais comuns são encontradas 
na medula do ser humano em qualquer idade, mas seu poder de 
reprodução e especialização é baixo. Outro tipo são as células-
tronco existentes no cordão umbilical, mais potente que as da 
medula. Mas o tipo mais promissor são as células-tronco dos 
embriões humanos. 
(Veja, 2/03/2005. In Antunes, 2012, p. 53)
2. Relação de Associação
A relação de associação é promovida pelo uso de palavras de um mesmo campo semântico 
ou campos semânticos afins. Trata-se de promover uma unidade de sentido por trabalhar dentro 
de uma unidade temática. Isso deixa claro que não se escolhe aleatoriamente as palavras para 
compor um texto, mas, ao contrário, elas estão em ligação de sentido temático.
Exemplo:
Acabou a festa
O governo esperou o Carnaval passar para botar seu bloco na 
rua. Na semana passada, enquanto a comissão de frente fechava 
os últimos detalhes do acordo com o Fundo Monetário Internacional 
(FMI), em Washington, a turma da bateria acertou o ritmo do 
ajuste fiscal.
( Wladimir Gramacho, Isto é, 10/03/99, p. 84. In Antunes, 2012, p. 129)
3. Relação de Conexão
A relação de conexão é conseguida pelo uso do que se chama conectores textuais (preposições, 
conjunções, advérbios e respectivas locuções). Esses conectores servem para estabelecer relações 
de sentido entre orações, parágrafos e/ou período, os quais demarcam efeitos de sentido de 
oposição, causa, dúvida etc... Se o conector não for empregado corretamente trará prejuízo 
de sentido para o texto, por isso, mais adiante veremos quais tipos de relação cada conector 
estabelece entre os segmentos.
11
Exemplo:
Em São Paulo não apenas os assaltos aumentam, mas também os 
sequestros relâmpagos
Procedimentos (Campo 2)
Voltando ao quadro apresentado, o campo 2, refere-se aos procedimentos que devem ser 
desenvolvidos em cada tipo de relação. Os procedimentos são: de repetição e de substituição 
para a relação de reiteração; de seleção lexical para a relação de associação; e procedimentos 
sintático-semânticos para relação de conexão.
Recursos (Campo 3)
Novamente, voltando ao quadro apresentado, o campo 3 trata dos recursos que dispomos 
para estabelecer a ligação entre as partes do texto. Esses recursos são os elementos que dispomos, 
efetivamente, para que os procedimentos sejam efetivados. Conversaremos sobre esses recursos 
já trabalhando em cima de exemplos práticos, pois são eles que articulam as relações textuais.
1. RELAÇÃO DE REITERAÇÃO - Procedimentos e recursos
Para desenvolver a relação de reiteração podemos proceder de duas formas: 1. Repetição ou 
2. Substituição.
1. Relação de Reiteração
1.1 Procedimento de Repetição
1.1.1 Recurso - Paráfrase 
Para os procedimentos de repetição temos os seguintes recursos ao nosso alcance: paráfrase, 
paralelismo e repetição propriamente dita (de unidades do léxico ou de unidades da gramática).
A paráfrase consiste em dizer algo que já foi dito usando palavras diferentes. Ela ocorre 
quando se utiliza expressões do tipo: isto é, ou seja, dito em outras palavras, em resumo, em 
síntese, em suma. Tem a função semântica de esclarecimento, pois repete o que foi colocado 
anteriormente.
Exemplo:
“Em todo enunciado, fala-se de um determinado estado de coisas 
de uma determinada maneira: isto é, ao lado daquilo que se diz, há 
o modo como aquilo que se diz é dito.” (Koch, 2001, p.52)
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Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
1.1.2 Recurso - Paralelismo
O paralelismo, também conhecido como simetria de construção ou simetria sintática consiste 
na ordenação de dois elementos ou expressões de valor idêntico. 
Exemplo:
É conveniente que chegues a tempo e que tragas o relatório pronto.
Ou,
É conveniente chegares a tempo e trazeres o relatório pronto.
(Antunes, 2012, p. 64)
Apresentaria falta de paralelismo, se a sentença estivesse da seguinte forma:
É conveniente chegares a tempo e que tragas o relatório pronto. 
(Antunes, 2012, p. 64)
Outro exemplo de paralelismo com relação À manutenção da estrutura sintática:
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(Gonçalves Dias, In: Koch, 2001, p. 51)
Atenção
Às vezes a quebra do paralelismo consiste em um recurso estilístico, 
principalmente em obras literárias ou publicitárias, para promover 
algum efeito de sentido no leitor. 
1.1.3 Recurso – Repetição Propriamente Dita
Os estudiosos falam do mito de que não se pode repetir palavras em um texto, no entanto, as 
relações textuais estabelecidas pela repetição de termos (do léxico ou da gramática), conhecido 
como repetição propriamente dito ou repetição literal, consiste em valioso recurso de manutenção 
temática e é muito precioso quando bem utilizado, pois desenvolve algumas funções dentro do texto:
1. Marca ênfase, exemplo:
“O capitalismo, para Gil, funciona assim: o Estado paga tudo. Paga 
a produção do filme, paga a construção da sala, paga a distribuição 
da cópia, paga o bilhete do espectador. 
(Veja, 8/06/2005, In: Antunes, 2014, p.72)
A repetição da forma verbal “paga” enfatiza a crítica de Gil ao funcionamento do capitalismo.
13
2. Marcar o contraste entre dois segmentos do enunciado, exemplo:
Para os pais todos são iguais, mas existem filhos e filhos.
A repetição da palavra “filhos” mostra um contraste entre filhos bons e filhos ruins.
3. Marcar um gancho para uma correção, explícita ou apenas sugerida, exemplo:
VINGANÇA
O Itamaraty assistiu com uma ponta de alma lavada ao fracasso 
da comemoração dos 500 anos. A organização estava a cargo dos 
diplomatas, mas Rafael Grecca assumiu-a para promover uma festa 
popular. Popular? 
(Veja, 3/5/2000, In: Antunes, 2014, p. 73)
Ao repetir da palavra “popular” está se fazendo uma correção porque não se considera a 
festa como popular.
4. Marcar uma espécie de ‘qualificação’, por exemplo:
Há três soluções para o drama da infância perdida na rua: escola, 
escola, escola.
(Veja, 30/10/1996, In: Antunes, 2014, p. 74)
Ao repetir o termo “escola” três vezes o locutor marca a importância da escola para a 
infância perdida.
5. Marcar a continuidade do tema que está em foco, exemplo do texto, já citado, que 
fala sobre célula-tronco.
1. Relação de Reiteração
1.2 Procedimento de Substituição
1.2.1 Recurso - Substituição Gramatical
Passemos, agora,para a relação textual de reiteração, pelo procedimento de substituição, 
ou seja, em vez de repetir uma palavra iremos substituí-la. Para tanto, temos três recursos: 1. 
Substituição gramatical; 2. Substituição lexical e 3. Elipse.
1. A substituição gramatical ocorre por retomada de um termo por meio de pronomes 
(pessoais, demonstrativos, possessivos, os relativos, os indefinidos) ou advérbios.
Substituição por pronome:
A substituição de um nome por um pronome pode ocorrer em duas ordens:
14
Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
a) Anáfora: cita um nome e depois ele é substituído por um pronome. 
Exemplo:
Ana é minha amiga de infância. Ela morava peto da minha casa.
b) Catáfora: Primeiro vem o pronome e depois o nome a qual ele se refere:
Exemplo:
Muita e muita gente já a desejou. Alguns a tiveram. Ao longo da 
década de 80, ela deslumbrou o Brasil desfilando nas passarelas 
do Rio de Janeiro. Os anônimos que a desejaram, é natural, já 
a esqueceram. Ela se chama Josette Armênia de Campos 
Rodrigues. No auge de seu estrelato, chamava-se Josi Campos. Era 
uma mulher introspectiva, mas batalhadora e guerreira.
(IstoÉ, 29/09/04, In: Antunes, 2012, p. 87-88)
Substituição por advérbio:
Podemos substituir um elemento ou uma frase toda por um advérbio. 
Exemplo:
O professor acha que os alunos não estão preparados, mas eu não 
penso assim.
(Koch, 2001, p. 21)
1.2.2 Recurso – Substituição Lexical
A substituição lexical consiste em retomar uma palavra, expressão, um período ou até mesmo 
um parágrafo inteiro utilizando sinônimos, hiperônimos ou caracterizadores situacionais.
Glossário
Hiperônimo é uma palavra que abrange várias outras. Ex. flor é hiperônimo 
de rosa, margarida, violeta.
Caracterizadores situacionais: São palavras ou termos que servem para 
definir algo a partir do conhecimento de mundo que o Interlocutor possui. Ex. 
“lata velha” é um caracterizador de carro velho
A substituição por um sinônimo consiste em usar uma palavra por outra de sentido igual ou 
aproximado. Exemplo:
Vivamente empenhado em reduzir o déficit de caixa do Tesouro (...), 
o governo (...) se vem preocupando com o problema de redução dos 
gastos do erário.
(Diário de Pernambuco, 1/10/1969, In: Antunes, 2014, p. 101)
15
c) A substituição por um hiperônimo consiste no uso de “palavras gerais”, “palavras 
superordenadas” ou “nomes genéricos”, com os quais se nomeia uma classe de seres ou 
se abarcam todos os membros de um grupo (Antunes, 2014, p. 102). Exemplo:
Existem evidências de que os sapos habitam a terra desde o período 
jurássico. Mas, ao contrário dos dinossauros, a mais imponente 
estirpe de 200 milhões de anos atrás, os anfíbios sempre foram 
considerados párias do reino animal.
(Época, 28/06/04, p. 60. In: Antunes, 2014, p. 104)
d) A terceira substituição, chamada por Antunes de caracterização situacional, é aquela 
na qual se troca um termo ou expressão por outro que serve para definir um objeto a 
partir de uma contextualização discursiva elaborada sobre o conhecimento de mundo 
do receptor do texto.
É com indignação que vejo o sucesso dos Mamonas Assassinas. 
Tal fato demonstra o baixíssimo nível cultural do povo brasileiro, 
que, além de engolir sem digerir a futilidade de sertanejos, pagodes, 
raps e outras idiotices, incorpora a seu cardápio terceiro-mundista a 
mediocridade desses estelionatários da arte.
(Veja,1995. In: Antunes, 2014, p. 115)
1.2.3 Recurso – Elipse
A elipse consiste no que se chamou de substituição por zero, Consiste em não usar uma 
palavra ou expressão que é facilmente recuperada pelo contexto.
Exemplo:
Ainda bem que você está satisfeito – disse a galinha - E Ø tem razão 
de estar Ø, pois Ø é galo. Mas eu, galinha, fêmea da espécie, posso 
estar satisfeita? Não posso Ø. 
(Antunes, 2014, p. 123)
A versão sem elipse seria:
Ainda bem que você está satisfeito – disse a galinha - E você tem 
razão de estar satisfeito, pois você é galo. Mas eu, galinha, fêmea da 
espécie, posso estar satisfeita? Não posso estar.
(Antunes, 2014, p. 123)
Atenção
A elipse é um recurso muito valioso, no entanto deve-se tomar cuidado 
para não suprimir um termo ou expressão que deixe o enunciado sem 
informações importantes ou que cause ambiguidade de sentido. 
16
Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
2. RELAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO - Procedimentos e recursos
Voltando ao quadro de coesão colocado anteriormente, no campo 1 do quadro encontramos 
a relação textual (2) de associação, cujo o procedimento é a seleção lexical e que se realiza 
com o recurso de seleção de palavras semanticamente próximas por meio de antônimos e por 
diferentes modos de relações de parte/ todo. Ou seja, no texto são estabelecidos elos entre as 
partes graças ao uso de palavras que associam:
relações 
antônimas de sentido contrários, exemplo gordo/magro; alto/baixo.
 
relações 
co-hiponímicas
que tem um sentido restrito, ex: rosa é hipônimo de flor, Fiat é hipônimo 
de carro etc.;
relações 
partonímicas
palavras que representam uma parte de um conceito ou um objeto maior, 
exemplo: chuva/gota/água, clima/chuva/temperatura etc.
Um texto se constrói por meio da escolha de palavras que pertençam a um determinado 
campo lexical, para que mantenha uma unidade temática e uma continuidade de sentido. Isso 
nos mostra que não escolhemos as palavras aleatoriamente para colocar no texto, ao contrário, 
elas estabelecem um elo associativo de significados de acordo com o seu uso concreto.
3. RELAÇÃO DE CONEXÃO - Procedimentos e recursos
Por fim, trataremos da relação textual de conexão, cujo procedimento é o estabelecimento 
de relações sintático-semânticas entre termos, orações, períodos, parágrafos e blocos 
supraparagráficos. Para se estabelecer as relações entre as unidades sintático-semânticas o 
recurso disponibilizado é o usos dos conectivos textuais (preposições, conjunções, advérbios e 
respectivas locuções).
Glossário
Blocos supraparagráficos são blocos maiores do texto.
Destacamos aqui que não olharemos para esses conectivos da mesma forma que eles vêm 
sendo tratados, na maioria das vezes, pelas gramáticas, ou seja, apenas como ligação cuja 
função é indicar causa, efeito, temporalidade, negação etc. Mas, em uma perspectiva que 
“reconheça que esses elementos também cumprem a função de indicar a orientação discursivo-
argumentativa que o autor pretende emprestar a seu texto.” (Antunes, 2012, p. 144) 
Essa abordagem respalda-se pelas colocações de Irandé Antunes, na procura de novas 
perspectivas para o estudo dos conectores e levanta dois pontos fundamentais:
• entender a função dos conectores como elementos de ligação de subpartes do texto 
(sejam essas partes termos, orações, períodos, parágrafos ou blocos maiores do texto);
• e entender esses conectores como elementos indicadores de relações de sentido e de 
orientações argumentativas pensadas para o texto. (Antunes, 2012, p. 144)
Os quadros a seguir mostram as conjunções e suas relações no estabelecimento da 
conexão coesiva:
17
Relação De comparação: consiste em confrontar dois elementos para ver no 
que são iguais ou diferentes.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Como, mais (...) do que, menos (...) do que, tanto (...) quanto, tão 
(...) como
Exemplo Um time é maior do que a soma de seus jogadores. (Anúncio do 
BankBoston, Veja, 13/04/05, p.29)
Relação De justificação ou explicação: consiste em explicar, esclarecer ou 
justificar algo que foi dito
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Isto é, quer dizer, ou seja, pois
Exemplo Não existem animais inúteis. Isto é, todo animal, para sobreviver, 
alimenta-se necessariamente de outros seres, sejam eles animais ou 
vegetais. (Carlos Eduardo Novais, 1974)
Relação De adição: consiste em acrescentar mais um argumento em favor do 
que foi dito.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
E, ainda, também, não só... mas também, além de, nem (a expressão 
além do mais, em geral, introduz um argumento decisivo)
ExemploAs últimas pesquisas demonstram que os homens já estão se 
equiparando às mulheres na frequência aos supermercados. Revelam 
ainda que eles vêm mostrando um talento incrível para donas de 
casa. (Carlos Eduardo Novais, 1974)
Relação De conclusão: consiste em apresentar uma conclusão com base em 
fatos e conceitos expressos no texto.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Logo, portanto, pois, por conseguinte, então, assim
Exemplo NOSSA GRANDE VANTAGEM: todos já sabemos português! Não 
precisamos, portanto, partir do zero. (Carlos Alberto Faraco, 2003, p. 3)
Relação De complementação: consiste em usar oração como sujeito, 
complemento ou aposto de outra.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Que, se, como
Exemplo Depois do longo voo do pontificado de João Paulo II, os cardeais do 
conclave podem concluir que está na hora de o catolicismo sofrer 
uma revisão. (Veja, 13/04/05, p. 11)
Relação De causalidade: consiste em expressar o motivo do que foi expresso 
em outra oração
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Porque, uma vez que, visto que, já que, dado que, como
Exemplo Como o sol não costuma dar trégua, as praias são sempre uma ótima 
opção. (Anúncio de uma Agência de Viagens)
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Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
Relação De delimitação ou restrição: consiste em delimitar ou restringir o que 
foi dito em outra oração.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas 
Pronomes relativos - Que, o que, qual, o (a) qual, os(as) quais
Exemplo O saldo deixado por uma doença que foge ao controle é quase 
sempre catastrófico. (Veja, 13/04/05, p. 123)
Relação De oposição: consiste em opor-se a algo que foi dito, de maneira 
explícita ou implícita, anteriormente.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora, se bem que, 
ainda que, apesar de
Exemplo A educação básica é a grande prioridade nacional, mas o tema que 
ocupa os jornais é o ensino superior. (Isto É, 13/04/05, p. 47)
Relação De condicionalidade: consiste em estabelecer uma condição em 
relação ao conteúdo expresso em outra oração.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Se, caso, desde que, contanto que, a menos que, sem que, salvo se, 
exceto se
Exemplo Acho que as escolas terão realizado sua missão se forem capazes de 
desenvolver nos alunos o prazer da leitura. (Rubem Alves, Folha de 
S. Paulo, 24/03/1999)
Relação De temporalidade: consiste em expressar as relações de temporalidade 
(anterior, simultâneo, posterior, habitual e proporcional) em relação 
aos acontecimentos e ações. 
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que, logo que, 
assim que, sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada 
vez que
Exemplo Cada vez que um brasileiro sai do campo para a cidade, o Brasil 
perde alimentos e ganha fome. (Anúncio da Fundação Banco do Brasil)
Relação De conformidade: consiste em estabelecer uma relação de acordo 
entre o que está sendo dito.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Conforme, consoante, segundo
Exemplo O brasileiro – mesmo que lentamente – dá sinais de reação. Cansado 
e mais alerta, já não engole sapos tão facilmente. Procura se 
informar e tem ousado contra-atacar, conforme mostram as queixas 
registradas nos Procons. (Isto É, 7/2/2001)
Relação De alternância: consiste em alternar elementos de forma exclusiva (só 
admite uma possibilidade como verdadeira) ou inclusiva (os elementos se 
incluem um no outro). 
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
ou
Exemplo Exclusiva: Todo escritor é útil ou nocivo, um dos dois. (Yourcenar, 1983) 
Inclusiva: Mesmo os animais cuja sobrevivência não pareça tão essencial 
à humanidade ou à natureza devem ser preservados de extinção. (Conhecer 
nosso tempo, 1974)
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Relação De finalidade: consiste em expressar a finalidade ou o propósito 
colocado em outra oração.
Alguns conectores ou 
expressões conectivas
Para que, a fim de que
Exemplo Estes cartões abrem portas para você fechar negócios. (Anúncio 
publicitário)
(Fonte: Adaptado do livro de Irandé Antunes, Lutar com palavras: coesão e coerência, 2012, p. 145 – 163)
Atenção
O conector pode aparecer apenas subentendido, cabendo ao leitor 
ativar seus conhecimentos linguísticos para recuperá-lo. 
Exemplo:
Quer continuar a respirar? Comece a preservar. 
(Fundação S.O.S. Mata Atlântica, In: Antunes, 2012, p. 158)
Com o conectivo:
Quer começar a respirar? Então, comece a preservar.
Observação: O quadro de conectores textuais foi elaborado a partir 
das colocações de Irandé Antunes, no livro – Lutar com Palavras: coesão 
e coerência, assim como todos os exemplos foram retirados da mesma 
obra. Sugiro a leitura, pois, nesta obra você encontrará uma significativa 
quantidade de outros exemplos.
Esperamos que você tenha percebido o quanto refletir a respeito dos elementos de coesão é 
importante, pois eles estabelecem relações de sentido entre as partes do texto. Ou seja, a coesão 
é responsável tanto pela arquitetura estrutural do texto quanto por significados depreendidos 
por meio das ligações internas que estabelece. 
A coesão é uma propriedade textual essencial para a leitura e produção de bons textos.
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Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
Material Complementar
Para aprender mais sobre os conteúdos trabalhados nesta unidade, indicamos os links a 
seguir:
Vídeos:
Videoaula, realizada pelo Professor Kalife, no site aulade.com.br 
Esse vídeo trata da relação de reiteração, procedimento de substituição, recurso substituição 
gramatical. Mais especificamente da anáfora e da catáfora.
https://www.youtube.com/watch?v=EG5S3eq2fao
Videoaula, realizada pelo Professor Kalife, no site aulade.com.br
Esse vídeo trata da relação de conexão, comentando a respeito da importância de conectar 
os elementos na sequência do texto.
https://www.youtube.com/watch?v=1gIv6Aa77BQ
 
Videoaula, realizada pela Professora Rafaela Motta.
A aula aborda as relações de reiteração e foca no uso dos pronomes dentro dos textos.
https://www.youtube.com/watch?v=stks7R4dGgY
Site:
Artigo da Brasil Escola a respeito das relações coesivas.
Escrito por Marina Cabral, especialista em Língua Portuguesa.
http://www.brasilescola.com/redacao/coesao.htm
Não deixe de acessar o material complementar, pois é muito importante sua ação como 
protagonista na construção dos seus conhecimentos.
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Referências
ANTUNES, Irandé Costa. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2012.
Koch, Ingendore Villaça. A coesão textual. 16 ed. – São Paulo: Contexto, 2001.
Referências Bibliográficas: (disponível para consulta)
ANTUNES, Irandé Costa. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2012.
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Unidade: Coesão textual - conceito e seu uso prático
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