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RELATÓRIO PSICODIAGNÓSTICO

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4 
 
1. APRESENTAÇÃO 
 
O presente relatório de estágio enquadra-se no 8º semestre do curso do 
Curso de Graduação em Psicologia da Universidade de Uberaba, apresentado 
como exigência para o estágio da disciplina Psicodiagnóstico. 
Considerando que o estágio solicitado, sendo ela uma exigência da 
Universidade, preponderamos sobre sua importância mediante ao nosso 
processo de aprendizagem, agregando grandes formas de conhecimentos 
práticos em nossa profissão, assim nos tornando profissionais preparados para 
enfrentar os desafios de tal profissão. 
Assim, o estágio teve como objetivo, aplicar os conhecimentos teóricos 
adquiridos ao longo do curso, contribuir para a aquisição de experiências e 
competências profissionais, refletir sobre as práticas e as aprendizagens no 
contato com a realidade do indivíduo e promover a formação ética alicerçada 
com a componente teórica. 
O Processo foi realizado na CLIDA (Clínica Integrada de Docência e 
Assistência Psicológica), situada na Avenida Guilherme Ferreira, nº 217. Centro 
de Uberaba, teve duração de 10 atendimentos, sendo o 1º atendimento realizado 
com a mãe da criança para entrevista de Anamnese, e os demais atendimentos 
realizados com a criança, o atendimento teve duração de 50 minutos. Todo o 
processo foi realizado em dupla, onde a acadêmica Regina realizou a aplicação 
da Anamnese, Desenho Estória e Wisc IV, já a acadêmica Vivian realizou a 
aplicação dos testes TDE, Madeline Thomas, Desenho Família e Realizou a 
Devolutiva com a mãe da criança. Durante o todo processo de atendimento, uma 
das estagiarias aplicava o teste a outra realizava as observações e anotações. 
As técnicas e testes aplicados foram escolhidos com base nas Hipóteses 
levantadas durante as supervisões realizadas com a Professora Orientadora 
Sônia Barros. 
5 
 
2. O PSICODIGNÓSTICO 
 
Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza 
técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para 
entender problemáticas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar 
aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, 
comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, 
se for o caso. (Cunha, 2000, p. 26). O psicodiagnóstico é um estudo profundo da 
personalidade ele parte de uma base de que a personalidade possui um aspecto 
consciente e outro inconsciente e que tem uma dinâmica interna e que cada 
indivíduo possui uma configuração da personalidade única e inconfundível. 
(inteligência, emoções, impulsos, defesas, etc). Visando, portanto, determinadas 
conceituações é de suma importância que o psicólogo antes de iniciar o 
tratamento esclareça qual é o motivo manifesto e qual é o motivo latente que traz 
o cliente à consulta. OCAMPO (1981) ressalta que: 
 
O propósito do psicodiagnóstico, é descrever e compreender a 
personalidade total do paciente, os aspectos do passado presente e 
futuro. 
 
O psicodiagnóstico se estabeleceu no Brasil como prática clínica pautado 
no modelo médico de atuação. O psicodiagnóstico surgiu como consequência do 
advento da psicanálise, que ofereceu novo enfoque para o entendimento e a 
classificação dos transtornos mentais. Seus procedimentos visavam a ações 
observáveis e quantitativas, devido a sua ênfase na Psicometria, que buscava 
mais fiéis para aquele momento histórico. Com o desenvolvimento científico e 
histórico, o psicodiagnóstico passou a ser percebido dentro de um referencial 
terapêutico, associando a investigação à possibilidade de entendimento 
dos mecanismos que possivelmente produzem as doenças, dando origem 
a uma proposta investigativa e interventiva que propicie mudanças 
terapêuticas. O psicodiagnóstico teve sua origem na conscientização de que 
as doenças mentais não eram advindas de castigos divinos ou possessões, mas 
análogas às doenças físicas (ANCONA-LOPEZ, 1984). Nasceu da psicologia 
clínica, que foi iniciada por Linghter Witmer em 1896, e se fundamentou na 
6 
 
tradição médica, produzindo efeitos marcantes na identidade profissional do 
psicólogo (CUNHA, 2003). 
Na Cartilha sobre Avaliação Psicológica, editada em 2007 pelo CFP 
(2007), não há referência ao termo “psicodiagnóstico”. “Já na Cartilha de 2013 
(CFP, 2013, p. 34), há apenas uma menção ao termo, descrito como uma 
modalidade de avaliação psicológica, sem a especificação da necessidade ou 
não do uso de testes “. . . no âmbito da intervenção profissional, os processos 
de investigação psicológica são denominados de avaliação psicológica, 
descritos em termos de suas modalidades – psicodiagnóstico, exame 
psicológico, psicotécnico ou perícia” (CFP, 2013, p. 34). 
Influênciado pelo modelo médico, o psicodiagnóstico era realizado por 
meio de avaliações psicométricas, que valorizavam os aspectos técnicos da 
testagem. Foi um período em que, apenas, utilizavam testes para obter dados 
que revelassem uma série de traços ou descrições da capacidade de uma 
pessoa, desconsiderando suas características peculiares relacionadas ao 
contexto total (CUNHA, 2003). O psicólogo atuava de modo “objetivo”, visando, 
apenas, ao contato com aspectos parciais da personalidade humana, não 
estabelecendo compromissos com suas características pessoais e 
afetivas (TRINCA 1984). 
Winnicott esclarece que, aliado ao valor diagnóstico, há um ganho 
terapêutico na medida em que esse procedimento proporciona à criança a 
vivência de experiências profundas, muitas vezes temidas. Acompanhado pelo 
psicólogo, esse contato pode permitir que a criança integre aspectos de sua vida 
emocional tendo assim a possibilidade de se ver livre de bloqueios que 
paralisavam seu desenvolvimento. Sendo assim, podemos então, compreender 
que o psicodiagnóstico é um processo de saber o que ocorre com determinado 
paciente para além do que pode descrever conscientemente. A utilização de 
diferentes instrumentos de diagnóstico permite estudar o paciente através de 
todas as vias de comunicação, determinado procedimento pode apontar para 
momentos difíceis no tratamento, se houver, se o insight será ou não fácil e de 
como se processará a relação de transferência. Um bom psicodiagnóstico 
completo e bem administrado, na visão de ARZENO(1995), permite estimar o 
prognóstico do caso e a estratégia e/ou abordagem terapêutica mais adequada 
para ajudar o paciente. 
7 
 
Partindo do pressuposto de uma determinada referência inicial pautada nas 
hipóteses iniciais apresentadas pelo paciente, podemos determinar os objetivos a 
serem traçados no processo, para atingir certo objetivo é válido levar em 
consideração a qualidade no qual o psicodiagnóstico foi realizado, essa qualidade 
engloba a escolha adequada dos instrumentos utilizados para certo processo, 
agregando então a certo conhecimento uma capacidade de análise e a inter-
relação dos dados quantitativos e qualitativos de forma minuciosa. Alcançando 
certo resultado, aponta-se então, para a competência do profissional, sendo ele o 
psicólogo clínico, e é fundamental que ele consiga exercer bem essa tarefa, já 
que, cada detalhe averiguado com sutileza poderá mudar o rumo do processo. 
“Quando procuramos ler determinado fato a partir de conhecimentos específicos, 
estamos realizando um diagnostico no campo da ciência ao qual esses 
conhecimentos se referem”. (TRINCA, 1984, p.01), sendo assim, a paciente 
manifesta a sua realidade de diversas maneiras diferentes podendo, portanto, ter 
a percepção de que o paciente pode manifestar-se através da fala, onde são 
trazidas as suas vivências, a sua história, há também manifestações como a do 
corpo, modo na qual se senta, gesticula e sua estranheza. O processo em questão 
é um dos métodos mais magníficos dentro da Psicologia, já que, é capaz de 
aprender o individuo em sua realidade e esseprocesso é fruto da coautoria entre 
psicoterapeuta e paciente. VAN KOLCK (1984) nos traz uma reflexão: é 
importante chegar a um todo integrado de significados que forneça uma 
compreensão dinâmica da personalidade do indivíduo. Como? Tendo a 
consciência de que DIAGNOSTICAR é uma condição do conhecimento e não uma 
opção. 
 
8 
 
3. ANAMNESE 
O termo anamnese se origina de ana = trazer de volta, recordar e mnese 
= memória. Significa trazer de volta à mente os fatos relacionados com a pessoa 
e suas manifestações de doença. A anamnese tem como um de seus 
fundamentos o alcance de uma boa relação médico-paciente, que objetiva o 
vínculo, a adesão ao tratamento, a confiança e maior fidedignidade das 
informações prestadas pelo paciente. 
A anamnese é uma entrevista para conhecer a História atual do paciente 
a ser atendido, esta entrevista pode ser adaptada para se adequar melhor ao 
tipo de investigação que pretende ser feita, consistindo-se, portanto, em buscar 
de primeira instância com os responsáveis detalhes a respeito da vida do 
paciente, podendo então contribuir para o processo e boa conduta do 
Psicodiagnóstico, na entrevista de Anamnese é possível uma investigação na 
qual verifica-se a origem e a causa do estado atual do paciente, já que, não 
somos produtos de nós mesmos, somos ligados por um emaranhado de raízes 
culturais que exercem influência sobre a nossa forma de ser, escolher e agir. 
Sendo assim, a entrevista de Anamnese ela nos proporciona um aspecto 
norteador para um determinado procedimento, levando em consideração o 
desejo do paciente perante o tratamento. Ou seja, este modo peculiar de 
relacionamento interpessoal está determinado basicamente pela situação viral 
do paciente, e do terapeuta que através de seus conhecimentos está disposto a 
ajuda que dele se espera, a partir de uma postura empática, reflexiva e afetiva 
perante ao paciente, a entrevista é o momento em que inicia-se a formação do 
vínculo terapêutico e é a partir daí que são colhidos os dados para esclarecer a 
queixa trazida e auxiliar na hipótese diagnóstica. CUNHA, 1993, diz: 
Esse procedimento se dá em um contexto familiar, além de 
dados cronológicos, deve-se explorar variáveis afetivas e sociais. 
Dependendo da problemática e da estrutura de personalidade da 
paciente, certas áreas e certos conflitos deveram ser mais explorados 
do que outros. 
Sendo assim, pode-se afirmar que, a importância de uma boa construção 
de relações com o paciente se torna aspecto fundamental para a conclusão de 
qualquer informação, por isso a importância de se manter conectado com o 
paciente, mostrando-se interessado por todas as situações que ele tem para 
9 
 
contar, é de suma importância para que a conversa flua normalmente e essa 
criação de vínculo seja eficaz, algumas palavras e expressões são 
extremamente perigosas mediante a uma entrevista, o uso de expressões e 
entonações que demonstrem quaisquer julgamentos a fala do paciente deve ser 
evitadas para que não aparenta evidencias contraditórias do que esta sendo 
retratado no processo, assim também como frases que cobram de certa forma 
alguns comportamentos do sujeito, cada detalhe na entrevista deve ser 
previamente analisada antes de qualquer ato que demonstre ações relativas 
perante o paciente. 
10 
 
4. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA 
 
Com base na queixa inicial, queixa atual, na primeira entrevista realizada 
com os responsáveis e no primeiro contato com o paciente, foi possível chegar a 
algumas hipóteses diagnósticas as quais serão esclarecidas abaixo: 
• Atenção Difusa- De acordo com o Conselho Federal de Psicologia 
(2011) a atenção pode ser definida como o fenômeno pelo qual o ser humano 
processa uma quantidade limitada de informações das várias informações 
disponíveis. Em outros termos, a atenção refere-se à capacidade e esforço 
exercido para focalizar e selecionar um estímulo para ser processado, levando o 
indivíduo a responder a determinados aspectos do ambiente, em lugar de fazê-
lo a outros, permitindo que o indivíduo utilize seus recursos cognitivos para emitir 
respostas rápidas e adequadas mediante estímulos que julgue importantes. 
Quando uma ou mais atividades são realizadas simultaneamente essa atenção 
pode se dividir entre as atividades, sendo que quanto mais complexa a atividade 
mais tempo a paciente vai precisar para estar realizando. Portanto nem todos os 
estímulos que chegam de uma só vez por meio dos sentidos provocam reações. 
(Braga 2007) 
• Insegurança- De acordo com a autora Thaiana F. Brottoa 
insegurança emocional pode ser desencadeada quando a pessoa tem 
pensamentos de que não é amada ou não é bom o suficiente para algo ou para 
alguém, tem a frequente sensação de que é inútil ou que não faz nada direito, 
isso gera grande desconforto. 
• Ansiedade e Nervosismo- De acordo com a monografia 
apresentada por Obelar (2016) é relatado que os transtornos de ansiedade são 
condições psiquiátricas caracterizadas por medo e ansiedade ou 
comportamentos de esquiva desproporcionais à situação desencadeante, que 
persistem além do esperado em relação ao evento. O transtorno ocasiona 
importantes prejuízos ao indivíduo em função do sofrimento produzido, da piora 
da qualidade de vida e das restrições sociais que impõem. A ansiedade não é 
considerada um fenômeno necessariamente patológico, mas uma função natural 
do organismo, que permite o mesmo estar preparado, ou preparar-se para 
responder, da melhor forma possível, a uma situação nova e desconhecida, bem 
como a uma situação já conhecida e interpretada como potencialmente perigosa 
https://www.psicologoeterapia.com.br/sobre-nos/#respons
11 
 
(Obelar apud Silva, 2010). No entanto, quando a ansiedade atinge graus muito 
elevados e contínuos, ela pode ser considerada prejudicial ao organismo, pois 
fará com que este permaneça em constante estado de alerta, configurando, 
assim, as patologias designadas como transtornos de ansiedade (Araújo, 2011). 
De acordo com o Hospital Santa Monica (2013) O nervosismo que prepara 
o individuo para um desafio que esta por vir é uma reação natural do organismo, 
mas quando se torna excessivo e prejudicial no dia a dia atrapalhando a realizar 
tarefas simples e afetando negativamente seus relacionamentos interpessoais 
pode estar sujeito a causar doenças de fundo psicossomático. 
A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos 
quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou 
qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária 
e interferem a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário 
do indivíduo. (HIRSHFELD et al. 1999; ROSEN; SCHILJKIN, 1998). 
• Complexo de Édipo- Laplanche e Pontalis (1992), explica que o 
complexo de Édipo é um conjunto organizado de desejos amorosos e hostis 
que a criança sente em relação aos pais. Sob a sua forma dita positiva, o 
complexo apresenta-se como na história de Édipo-Rei: desejo da morte do rival 
que é a personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela personagem do 
sexo oposto. Sob a sua forma negativa, apresenta-se de modo inverso: amor 
pelo progenitor do mesmo sexo e ódio ciumento ao progenitor do sexo oposto. 
Na realidade, essas duas formas encontram-se em graus diversos na chamada 
forma completa do complexo de Édipo. Segundo Freud, o complexo de Édipo é 
vivido entre os três e os cinco anos, durante a fase fálica; o seu declínio marca 
a entrada no período de latência. É revivido na puberdade e é superado com 
maior ou menor êxito num tipo especial de escolha de objeto. O complexo de 
Édipo desempenha papel fundamental na estruturação da personalidade e na 
orientação do desejo humano. Para os psicanalistas, ele é o principal eixo de 
referência da psicopatologia. (p. 77) (SOUZA 2006) 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa é 
importante ressaltar que, para uma criança,os desejos e os impulsos de prazer 
são interpretados de forma diferente, pois ela ainda não tem o mesmo 
conhecimento de mundo de um jovem ou de um adulto, mas, ainda assim, ela 
os sente e externaliza isso tendo muito ciúme do progenitor do mesmo sexo e 
12 
 
um amor incondicional pelo sexo oposto. Quando os pais são separados a 
criança tem um forte desejo para que eles se reconciliem para que ela tenha 
contato total com o mesmo. 
• Carência Afetiva e Agressividade- Crianças com carência 
afetiva, são crianças dependentes que buscam estar acompanhadas e devido a 
sua baixa autoestima ela esta em constante procura de aprovação dos outros 
sobre si mesma, necessitam em muitos casos ser o centro da atenção para se 
sentirem valorizadas, se frustram e se irritam com facilidade quando suas 
expectativas não são atingidas pois acreditam que merecem e precisam que 
aquilo imposto por elas reja realizado. Pode exteriorizar essa dor interna com 
agressividade, oposição, rejeição. Podem possuir comportamentos destrutivos 
como ser antissocial, desafiador, insubmisso, agressivo, autoritário. Outros tipos 
de comportamentos de indiferença e falta de interesse podemos associar a 
crianças que se isolam, escondem dentro de si mesma se desconectando do 
entorno para deixar de sofrer, geralmente possuem uma grande imaginação, são 
excelentes observadoras e analíticas. (SARA SANCHIS 2021) 
• Falta de limite- A indisciplina, como a própria palavra expressa é 
o comportamento contrário à disciplina. Conforme Aquino (1996, p.7), “a 
indisciplina constitui uma das queixas quanto ao cotidiano não apenas de 
professores, mas também dos pais”. O indisciplinado é quem não se adapta com 
as normas sociais estabelecidas e se comporta de forma inadequada aos 
princípios do bom comportamento, traduzidos em termos como: bagunça, 
tumulto, agressividade, rebeldia, teimosia, falta de limites, desrespeitando assim 
a figura de autoridade. (REIS 2010, p.10) 
Dessa maneira a falta de limites desenvolve um quadro de dificuldades 
que vai se instalando pouco a pouco gerando descontrole emocional, histeria, 
ataques de raiva; dificuldades de aceitação, distúrbio de conduta, desrespeito 
aos pais, colegas e autoridades, incapacidade de concentração, dificuldade porá 
concluir tarefas, excitabilidade, baixo rendimento; agressões físicas se 
contrariado, descontrole, problemas de conduta, problemas psiquiátricos nos 
casos que há predisposição. A criança que não aprende a ter limites cresce com 
uma deformação na percepção do outro. Só ela importa, o seu querer, o seu 
bem-estar, o seu prazer. A falta de limites, também, gera angústia e incerteza, 
que pode levar a um comportamento inadequado; este, por sua vez, gerará mais 
13 
 
angústia e também culpa, revolta, sensação de impotência e, talvez, 
agressividade. (ALMASAN; ALVARO; 2006 apud et al Zagury 2003) 
• Imaturidade- A Imaturidade infantil é diferente da imaturidade em 
adulto, pois enquanto que na infância existe uma norma previamente construída 
pela sociedade e educação, com base nas aquisições, nas competências e 
capacidades cognitivas, na imaturidade em adulto, não existe uma norma 
explicita, mas implícita, e em vez de se basear na aprendizagem e na dimensão 
cognitiva, baseia-se em outras dimensões, como: a capacidade de aprender com 
a experiência, inteligência emocional e a capacidade de lidar com os problemas. 
Alguns aspectos que podem definir a imaturidade são a dificuldade de se 
responsabilizar, cometer os mesmos erros, egocentrismo e chantagens 
emocionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. HIPÓTESES CONFIRMADAS 
Carência afetiva e agressividade 
Falta de limite 
14 
 
Insegurança 
Ansiedade e nervosismo 
Relação Edípica 
15 
 
6. CRONOGRAMA 
04/05/21 Primeiro atendimento- Entrevista de Anamnese com a mãe da 
paciente. 
11/05/21 Segundo Atendimento- Técnica projetiva: A hora do jogo 
diagnóstica (com a paciente) e Técnica projetiva Desenho Estória 
(D-E) (com a paciente). 
18/05/21 Terceiro atendimento- Continuação da Técnica projetiva Desenho 
Estória (D-E) (com a paciente). 
25/05/21 Quarto atendimento- Continuação do Teste projetivo- Desenho 
Estória (D-E) e Aplicação do teste de Desempenho Escolar (TDE). 
01/06/21 Quinto atendimento- Aplicação do Teste Madeleine Thomas (com a 
paciente). 
08/06/21 Sexto atendimento- Aplicação do teste projetivo- Desenho Família 
Estória (DF-E). 
15/06/21 Sétimo atendimento- Continuação do teste projetivo- Desenho 
Família Estória (DF-E). 
22/06 Oitavo atendimento- Aplicação do teste de capacidade intelectual 
WISC IV. 
29/06 Nono atendimento- Continuação da Aplicação do teste de 
capacidade intelectual WISC IV. Entrevista Devolutiva (com a 
paciente e com a mãe da paciente) 
 
16 
 
7. INDENTIFICAÇÃO 
 
Nome: Vitória Nathália Lopes Ribeiro 
Data de nascimento:05 de novembro de 2012 
Idade: 8 anos 
Série: 2º ano 
Escola: Escola Municipal Santa Maria 
Cidade: Uberaba 
17 
 
8. QUEIXA 
 
A mãe de Vitória buscou ajuda psicológica para a paciente, queixando-
se que a filha é muito nervosa, rasga as roupas, corta roupas com tesoura, 
rouba as coisas e diz ser dela, as crises nervosas teve início desde os três anos 
de idade, chegando a ficar gaga por algumas vezes, queixou-se também que a 
paciente tem dificuldade na escola, sendo uma aluna repetente do 2º ano, 
vagarosa em realizar as atividades escolares. Foi a escola que orientou a mãe 
a buscar ajuda psicológica. Além disso, a paciente usa muito da chantagem 
emocional para conseguir as coisas com a mãe. 
18 
 
9. TESTES APLICADOS 
 
Sabemos que um teste psicológico é de uma mensuração objetiva e 
padronizada fundamental de uma amostra de comportamento, uma verificação 
ou projeção futura dos potenciais do sujeito como diz Silva 2008. 
Sedo assim, baseando-se nas hipóteses diagnósticas levantadas de 
primeira instância referente a paciente, foram delimitados cinco testes. 
• ESCLA DE INTELIGENCIA WECHSLER PARA CRIANÇAS (WISC-
IV) 
• TESTE DE DESEMPENHO ESCOLAR (TDE) 
• A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA 
• DESENHO ESTÓRIA (DE) 
• MADELEINE THOMAS 
• PROCEDIMENTO DESENHO FAMÍLIA COM ESTÓRIA (DF-E) 
 
19 
 
9.1– (WISC- IV) ESCALA DE INTELIGENCIA WECHSLER PARA CRIANÇAS 
A Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – 4ª Edição (WISC-IV) 
– é um instrumento clínico de aplicação individual que tem como objetivo avaliar 
a capacidade intelectual das crianças e o processo de resolução de problemas. 
Faixa etária: 6 anos e 0 meses a 16 anos e 11 meses. É composto por 15 
subtestes, sendo 10 principais e 5 suplementares, e dispõe de quatro índices, à 
saber: Índice de Compreensão Verbal, Índice de Organização Perceptual, Índice 
de Memória Operacional e Índice de Velocidade de Processamento, além do QI 
Total. 
Cubos avalia o componente espacial da percepção em um nível 
conceitual e a habilidade construtiva. Avalia a organização perceptual e visual, a 
conceitualização abstrata e a formação de conceito não verbal e visualização 
espacial. Semelhanças avalia as funções executivas (comparações verbais 
abstratas, formação de conceitos e habilidade verbal geral). Digitos recruta os 
recursos para armazenamento e operação da memória de trabalho. Conceitos 
Figurativos mede o raciocínio fluido, organização perceptual(capacidade de 
organizar os conceitos não verbais de uma maneira que eles podem ser 
processados rapidamente com precisão), a categorização(habilidade em 
reconhecer as características comuns de conceitos não verbal). Códigos 
examina a velocidade e a precisão com que números são associados aos 
códigos correspondentes. Vocabulário desenvolvimento da linguagem e 
conhecimento das palavras. Sequencia de Números e letras Avaliam a 
memória de trabalho, atenção, concentração, raciocínio e controle 
mental. Raciocinio Matricial é uma medida de inteligência fluida por meio da 
habilidadede realizar analogias em uma matriz. Compreensão avalia o 
raciocínio verbal, a memória remota, o julgamento, a abstração e a flexibilidade 
cognitiva (avalia o uso de experiências passadas e conhecimento dos padrões 
convencionais de comportamento). Procurar símbolos avalia a atenção, 
memória de curto prazo, rapidez de processamento, precisão, discriminação 
perceptual e habilidade para explorar símbolos visuais. Aritimética avalia 
habilidades de calculo e raciocínio matemático, como a capacidade de resolver 
as quatro operações básicas, habilidades de resolução de problemas complexos, 
atenção, abstração, concentração, flexibilidade cognitiva e memória imediata. 
20 
 
Informação avalia a memória retrógada, memória semântica e habilidade verbal 
geral (aquisição de conhecimento e retenção). 
Foram realizados quatro encontros com a paciente Vitória Nathalia para a 
aplicação do teste WISC IV que é um instrumento clinico de aplicação individual, 
que tem como objetivo avaliar a capacidade intelectual e o processo de 
resolução de problemas de crianças e adolescentes na faixa etária entre 6 e 0 
meses a 16 anos e 11 meses. É composto por 15 subtestes, dividido entre 
indicies Fatoriais e Quociente de Inteligência Geral. 
Os subtestes do WISC-IV são: informação, semelhanças, vocabulário 
compreensão, conceitos figurativos medidas de fatores específicos da 
inteligência cristalizada; O subteste aritmética, do fator de conhecimento 
quantitativo.Os subtestes: dígitos e sequencia de números e letras medem o 
fator memória de curto prazo. Os subtestes códigos, procurar símbolos e 
cancelamento são específicos de velocidade de processamento. Os subtestes 
cubos e completar figuras calculam o processamento visual raciocínio matricial 
Alem disso como medida da capacidade intelectual geral, o wisc-iv pode 
ser utilizado para diferentes finalidades como por exemplo, avaliação 
psicoeducacional, diagnóstico de crianças excepcionais em idade escolar, 
avaliação clinica, neuropsicologia e pesquisa. O instrumento também pode ser 
útil não apenas para diagnósticos de deficiências ou avaliações de uma criança, 
mas também para identificar as forças e fraquezas do sujeito e fornecer 
informações relevantes para elaboração de uma programação educacional 
especifica para cada caso. 
A participante foi submetida a aplicação de 10 sub testes que fazem parte 
do WISC IV que é sensível a resultados direcionado a compreensão verbal, 
organização perceptual, memória operacional e velocidade de processamento.A 
paciente V apresentou desempenho mediano nos testes: 8 vocabulário, 7 
compreensão, 8 conceitos figurativos, 8 raciocínio matricial, 7 sequência de 
números e letras, 5 procurar símbolos e ficou a cima da média nos testes cubos 
com 12 e 14 em códigos.( falta semelhanças e dígitos ) A mesma obteve 
resultados medianos com o QI 96 na organização perceptual com percentil 39 e 
intervalo de confiança 90-103, na velocidade de processamento obteve QI 97 
com percentil 42 e intervalo de confiança 90-105 .(Falta compreensão verbal 
e memória operacional e QI total) 
21 
 
 
 
9.2- TESTE DE DESEMPENHO ESCOLAR (TDE) 
 
O Teste de Desempenho Escolar (TDE), de 1994, é um instrumento 
psicométrico de aplicação individual que avalia de forma ampla as capacidades 
fundamentais para o desempenho escolar em três áreas específicas: 
1) leitura - reconhecimento de palavras isoladas do contexto; 
2) escrita - escrita do nome próprio e de palavras contextualizadas, 
apresentadas sob a forma de ditado; 
3) aritmética - solução oral de problemas e cálculo de operações 
aritméticas por escrito. 
Ele foi concebido e normatizado com o objetivo de avaliar escolares de 
1ª a 6ª séries do Ensino Fundamental. Cada um dos subtestes apresenta uma 
escala de itens em ordem crescente de dificuldade que são apresentados à 
criança independentemente de sua série. A aplicação do subteste é 
interrompida pelo aplicador assim que os itens apresentados forem muito 
difíceis de serem resolvidos (Stein, 1994). 
 
9.3- A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA 
 
A hora do jogo diagnóstica parte da concepção de que, através do 
brincar, a criança fala de si simbolicamente, e a maneira como ela atua durante 
essa atividade pode revelar o sentido oculto das angustias e dos sintomas que 
apresenta ( Efron, Fainberg, Kleiner, Sigal & Woscoboinik, 1981). O jogo insere-
se tanto na vertente da psicoterapia, orientando o psicodiagnóstico e tratamento 
das dificuldades de ordem emocional, como na psicopedagogia, orientando o 
diagnóstico e intervenção das dificuldades de aprendizagem. Estas duas 
vertentes se encontram relacionadas no que concerne às dificuldades de 
aprendizagem. Piaget (1978) caracteriza o brincar como uma atividade que 
reflete os estados internos do sujeito diante de uma realidade vivida ou 
imaginada. Deste se diferencia o jogo de regras por ser constituído pela estrutura 
de regras. Dada sua natureza lógica e social esta forma de jogo é caracterizada 
22 
 
pelas coordenações do sujeito, pelas coordenações interindividuais, a fim de dar 
conta das exigências de reciprocidade social. 
Durante a hora lúdica não é necessário que a criança permaneça o 
tempo todo brincando. Há silêncios eloquentes como os dos adultos, há 
momentos de inatividade que não significam passividade, assim como há 
muitas conversas que não podem ser consideradas como tais. Legitimar a 
linguagem lúdica da criança foi objeto da psicanálise. Freud e Ana Freud já 
consideravam a importância do jogo, entretanto, Melanie Klein foi a pioneira na 
utilização do jogo como técnica psicanalítica, considerando-o “a via régia do 
inconsciente, como são os sonhos no adulto”. Melanie Klein considera o brincar 
a linguagem típica da criança por ser mais expressiva que a linguagem verbal. O 
jogo representa, segundo a autora, o equivalente lúdico da fantasia, traduzindo, 
durante sua evolução, a evolução da fantasia. A criança atualiza por meio do jogo 
suas imaginações inconscientes, sexuais e agressivas, seus desejos e suas 
experiências vividas. 
Considero que se a paciente falar todo o tempo podemos escutar sem 
interrupção nenhuma, mas se ela permanecer calada, essa postura será 
insustentável, tanto para ela quanto para a psicóloga. Essa indicação é uma má 
interrupção do que seria uma atitude não intervencionista, não interfere, para 
recolher a produção espontânea da paciente. 
O papel do psicólogo na hora do jogo diagnóstico é o de observador não 
participante, no caso do estágio na qual estamos, como estamos em duas 
estagiárias, uma brinca com a criança e a outra observa a paciente e faz as 
anotações relevantes, mas essa não participação de uma das estagiárias tem 
um limite. Existem crianças que ao chegar, já solicitam que façamos alguma 
coisa com elas. Essa pode ser a forma que elas encontram para manter-nos 
entretidos porque temem que possamos fazer-lhe algum mal, uma sedução por 
motivos mais ou menos semelhantes, ou então, uma verdadeira forma de 
buscar contato. Responder ao pedido de brincar é funcionar como Ego auxiliar 
da criança; é responder com a mesma frequência de onda que nós mesmos 
propusemos para a nossa comunicação. 
Em certos casos, é conveniente incluir brinquedos ou materiais que 
estejam relacionados com o conflito da criança para ver quais as associações 
que surgem. Não é permitido, seguindo a regra de abstinência de S. Freud, 
23 
 
assumir papeis que a criança nos atribua e que impliquem uma atuação da 
transferência agressiva ou erótica, pois isso perturba o sentido da situação 
analítica. A mesma postura aplica-se à situação diagnostica. 
Em relação as condutas agressivas, tais como jogar, esconder ou tentar 
danificar, devemos deixar fazer até o ponto em que possamos nós mesmos 
consertar o objeto danificado. 
Para concluir podemos dizer que a hora do jogo diagnostico é um 
momento do brincar da criança, onde iremosperceber as variáveis internas da 
personalidade da criança. A criança projeta suas questões chaves no conteúdo 
do jogo e na maneira como usa os brinquedos, assim como o brinquedo a qual 
escolheu. Tem como objetivo examinar a vida intrapsíquica da criança como 
desejos, medos, impulsos, conflitos. Pode-se avaliar também a inteligência, 
criatividade, espontaneidade, habilidades, percepto-motoras. O entrevistador 
durante a hora do jogo observa o brincar da criança, atentando para a 
criatividade, fluxo e intensidade. O entrevistador deve deixar claro para a 
criança que ela pode usar o brinquedo da forma que ela quiser. Para finalizar 
esta é interessante distinguir entre a “hora de jogo diagnóstica” e “hora de jogo 
terapêutica”, a fim de delimitar os dois procedimentos: “a hora de jogo 
diagnóstica” engloba em um processo que apresenta início, desenvolvimento e 
fim em si mesmo, opera como uma unidade e assim deve ser interpretada; já a 
“hora de jogo terapêutica” apresenta um elo a mais, inserindo num “continuum” 
mais amplo, no qual, pela intervenção do terapeuta, novos aspectos e 
modificações vão surgindo. Como pudemos observar, o jogo, em suas diferentes 
formas, constitui um recurso diagnóstico complementar aos testes e provas. 
Além de oferecer um direcionamento ao tratamento de crianças e adolescentes, 
revela-se como um meio favorável a ser utilizado como procedimento de 
intervenção nas áreas da psicoterapia, da psicopedagogia e da educação. 
 
9.4 PROCEDIMENTO DESENHO ESTÓRIA (DE) 
 
Segundo Walter Trinca (apud Prudenciatti; Tavano; Neme, in Trinca2003) 
o instrumento Desenho Estória tem como objetivo auxiliar no diagnóstico 
psicológico. Ele nos da a possibilidade de conhecer características individuais 
podendo ser usado como recurso psicológico de aproximação do mundo mental 
24 
 
do paciente, permitindo observar suas fantasias, desejos, angustias, afetos e 
sentimentos, despertando conteúdos internos e possibilitando o 
acompanhamento dos movimentos emocionais que emergem durante a 
aplicação (Trinca 2003,p 60). 
De acordo com o artigo escrito por Prudenciatti; Tavano; Neme (2013) o 
termo Estória possui o significado da narrativa de ficção, porem contada de 
maneira lúdica e “história” a narrativa é feita de acontecimentos reais. 
O desenho-estória por ser uma atividade atrativa, lúdica e acessível, 
Mèridieu (1994) nos diz que o mesmo expressa o mundo interno da criança 
juntamente com a sua personalidade. Ao desenhar ela mostra o seu 
conhecimento sobre um determinado objeto e a representação mental que tem 
no momento para ela, por meio dessas informações nós podemos compreender 
melhor suas ansiedades, medos e fantasias além de reflexos atuais e como eles 
são transformados na imaginação. Dessa mesma maneira, Winnicott 
(1971/1975) diz que as crianças brincam por prazer, e inevitavelmente podemos 
notar de acordo com o seu momento a forma que ela lida com o ódio, agressão, 
angustia e como domina as relações sociais e então dará um norte para a 
consulta terapêutica. 
De forma consciente ou não, o paciente não saberá sobre o que esta 
expressando a respeito de si, e assim será e menos defensivo, comunicando com 
coisas que ele não tem percepção. O mesmo realizou cinco unidades 
sequenciais de desenhos livres e cinco estórias e titulo que lhes são associadas 
imediatamente após cada desenho e em seguida o profissional faz o inquérito 
para saber mais sobre o desenho. 
 
9.5 MADELEINE THOMAS 
 
A Técnica projetiva Madeleine Thomas, é uma técnica projetiva para 
crianças que procura fornecer um meio de observação do modo como elas lidam 
com a ansiedade e com o prazer, emoções cuja elaboração ou integração 
indiciam aspectos fundamentais da organização da mente. Estas emoções são 
evocadas por situações desenhadas nos Cartões que constituem o teste. Os 
Cartões são apresentados as crianças com a indicação de que se trata de uma 
história (que ainda não está acabada). As crianças deverão dar sequência a 
25 
 
história. Tem por objetivo, como atrás se referiu, descrever o modo como as 
crianças elaboram as emoções, nomeadamente a ansiedade e o prazer, 
consideradas estados afetivos fundamentais no processo de desenvolvimento. 
As características do material, assim como a sua forma de aplicação, resultam 
da reflexão sobre uma prática clínica inserida no quadro das teorias 
psicodinâmicas de funcionamento psicológico 
As histórias representadas nos diversos Cartões do teste Madeleine 
Thomas dizem sempre respeito a uma mesma personagem, menino ou menina, 
consoante o sexo da criança a observar. As histórias representam episódios, 
comuns na vida infantil, ansiogéneos (perder-se, estar sozinho, ter um pesadelo 
etc.) ou prazerosos (ir passear, poder brincar com outras crianças), e a tarefa 
pedida para a criança é que ela complete as histórias apresentadas. As 
características da situação do teste, no modo de aplicação descrito, refletem 
ainda um outro aspecto inspirado na entrevista lúdica: a implicação mútua, a 
partilha a dois (psicólogo e criança). De fato, quando o psicólogo apresenta e 
descreve o Cartão e dá a vez a criança para que ela selecione as cenas e as 
descreva, estabelecesse uma troca, uma representação do ((agora tu-agora 
eu» (Leal, 1985/1975) que facilita e promove a comunicação expressiva. 
Considera-se, no entanto, que sendo a avaliação psicológica um 
processo global e complexo, os elementos de interpretação do teste Madeleine 
Thomas, adquirem maior riqueza de significado quando articulados e integrados 
com os restantes elementos obtidos nesse processo, ajudando a enriquecer a 
compreensão global da criança, nomeadamente pela forma como elabora as 
emoções e se relaciona com outros significados. 
 
 
9.6 PROCEDIMENTO DESENHO FAMÍLIA COM ESTÓRIA (DF-E) 
 
O procedimento de Desenho Família com Estórias (DF-E), é uma técnica 
de investigação clínica da personalidade. Não se trata de teste psicológico, e sim 
de um instrumento par auso clínico e pesquisa. Segundo TRINCA (1972) O 
Procedimento de DF-E foi introduzido, como instrumento de investigação clínica 
da personalidade. A escolha do DF-E em um processo psicodiagnóstico se dá em 
função das hipóteses iniciais de que as dificuldades e os sofrimentos 
26 
 
apresentados têm relação com questões sobre a dinâmica familiar, sendo 
recomendada a sua utilização logo após as primeiras entrevistas. Como um 
desdobramento natural destas, o DF-E apresenta-se como um objeto mediador, 
favorecendo, portanto, o processo de associação livre e, consequentemente, a 
comunicação dos elementos centrais do caso. Trinca (2013b, p.24) que “as 
unidades de produção não se dissociam entre si, mas formam um processo 
unitário, que converge para a representação dos focos nodais de natureza 
inconsciente”. 
Sendo assim, o DF-E consiste numa sequência de quatro desenhos de 
famílias com respectivas estórias e títulos, solicitados nas seguintes ordens: 
1- Desenhe uma família qualquer, neste desenho pode-se perceber o 
modelo de família introjetado, nota-se que, normalmente, não há uma recusa a 
essa unidade, pois ela introduz o tema família de maneira ampla, permitindo maior 
controle das associações, sendo interessante observar o quanto a produção se 
aproxima ou distancia da configuração familiar real. 
2- Desenhe uma família que você gostaria de ter, neste desenho deve-se 
observar, tanto no desenho quanto na estória, as semelhanças e as diferenças 
em relação a família real, a inclusão ou a exclusão de membros da família e o 
conteúdo das idealizações. 
 3- Desenhe uma família onde uma pessoa não está bem, neste desenho 
de maneira geral é necessário observar, qual é o personagem identificado como 
quem não está legal e qual é o significado desse lugar nas relações do sujeito 
com os objetivos internos e externos do seu mundo familiar. 
4- Desenhe a sua família, aqui podemos ter informaçõessore como o 
examinado lida com sua família real, podendo ter a percepção das relações entre 
elementos de forma realística ou não e qual é o foco dos conflitos conscientes e 
inconscientes das relações familiares. 
 Assim como o DE, é utilizado papel sulfite entregues na transversal, além 
de lápis de cores e lápis preto e borracha, após cada desenho é solicitado a 
estória de determinado desenho, e ao termino de cada estória, realiza-se o 
inquérito, tendo por objetivo esclarecer com maior clareza o material produzido 
e explorar novas associações. Dessa maneira o teste facilitará a comunicação 
de conflitos profundos, vividos no meio familiar, de fantasias inconscientes a 
27 
 
respeito das figuras significativas e do jogo de forças emocionais existentes no 
seio da família da paciente. 
10. ENCAMINHAMENTO 
 
Após o processo de aplicação dos testes e das técnicas das análises dos 
mesmos e das entrevistas, foi feito o encaminhamento do paciente para 
psicoterapia adolescente individual. 
 
 
 
 
_______________________________________ 
Sonia Maria 
CRP: 
 
 
_______________________________________ 
Regina Gonçalves Ramos 
RA: 5147614 
 
 
_______________________________________ 
Vivian Aparecida da Silva 
RA: 5139344 
 
28 
 
11. ENTREVISTA DEVOLUTIVA 
 
A entrevista Devolutiva é de caráter esclarecedor e assistencial. Não é 
uma entreva diretiva ou manipuladora. Apresentamos os resultados encontrados 
de todos os testes psicológicos projetivos, cognitivos e o que foi observado e, 
passamos algumas orientações e se preciso um encaminhamento para algum 
profissional. 
Durante o processo de diagnóstico, é criado um vínculo com o paciente, e 
é devolvida as informações elaboradas, interpretadas a luz da psicologia 
profunda e numa linguagem que torne a comunicação acessível, esclarecendo 
dúvidas e problemas. Sendo assim, ao terminar o processo, o psicólogo 
analisará criteriosamente todo o material colhido e irá elaborar hipóteses 
explicativas que serão capazes de situar o cliente dentro de um contexto, um 
todo, levando-se em conta as suas capacidades, limitações e defesas. 
Continuando as recomendações, de acordo com Ocampo (1981): 
 
Um ponto fundamental é comparar a entrevista inicial com a de 
devolução, pois se vai ter uma noção de como é que foi todo o processo 
e de como é que está sendo a devolução de informações, se aconteceu 
alguma mudança, se a queixa se desdobrou ou se transformou, e 
assim vai mostrar que modificações houve. O psicólogo deve 
identificar os aspectos mais sadios e adaptativos, assim como os 
menos sadios e adaptativos, tanto do cliente quanto do seu grupo 
familiar; depois ele irá fazer uma distinção entre o que pode e o não 
pode ser dito ao cliente, como consciência de questões sobre o que é 
menos adaptativo e consequentemente mais doente, muitas vezes não 
deve ser dito para respeitar as possibilidades do cliente e seus limites. 
Assim, a entrevista inicia-se com os aspectos mais adaptativos do 
cliente e prossegue até chegarmos aos menos adaptativos. 
Resumindo esse tópico, devemos ficar atento ao cliente para identificar 
a tolerância ou não às informações que estão sendo ditas e podem 
aparecer por meio de aspectos verbais conscientes; há também os 
inconscientes que são os lapsos ou então a aceitação passiva para 
simplesmente não pensar no assunto, e ainda os não verbais, tais 
como os atrasos, as faltas, a resistência do final do processo – pode-
se também perceber isso quando os sinais de tolerância com relação 
àquilo que é devolvido.10 
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29 
 
 
Em 1991, Cunha, Freitas e Raymundo (apud NUNES, In: CUNHA, 1993) 
elaboraram algumas recomendações sobre a entrevista de devolução: 
- Após a interpretação dos dados, o entrevistador vai comunicar-lhe em que 
consiste o psicodiagnóstico, e indicar a terapêutica que julga mais adequada; 
- O entrevistador retoma os motivos da consulta, e a maneira como o 
processo de avaliação foi conduzido; 
- A devolução inicia com os aspectos menos comprometidos do paciente, ou 
seja, menos mobilizadores de ansiedade; 
- Deve-se evitar o uso de jargão técnico (expressões próprias da ciência 
circulante entre os profissionais da área, em outras palavras “gíria 
profissional”), e iniciar por sintoma ligado diretamente à queixa principal; 
- A entrevista de devolução deve encerrar com a indicação terapêutica. 
 
30 
 
12. DEVOLUTIVA 
 
Com a Paciente: 
A paciente compareceu no dia 01/07/2021. Agradeceremos a ela por ter 
comparecido aos atendimentos e realizado todas as atividades solicitadas. 
Perguntamos como foi a experiência dos nossos atendimentos? O que ela 
achou? O que mais gostou e o que menos gostou (enfatizamos na resposta 
negativa que para termos bons resultados em algumas coisas é necessário 
fazermos coisas que não gostamos, mas que mesmo não gostando sempre 
podemos tirar um aprendizado e sermos ainda melhores naquilo), ela concordou. 
E se ela sabe o motivo da mãe ter levado ela para o atendimento psicológico? 
Ela disse que não sabia. Respondemos que a mãe ama muito ela e que se 
preocupa com o desenvolvimento dela. Informamos também que a mãe notou 
que ela tem algumas dificuldades em relação às atividades da escola, que ela é 
uma menina muito nervosa e que fica brava com facilidade, quando contrariada, 
rasgando as roupas, quebrando as coisas, jogando as coisas. Informamos que 
o processo do Psicodiagnóstico estaria se encerrando a partir do dado momento 
e que não nos encontrar-mos-ia mais, porém ela poderia fica tranqüila, pois seria 
encaminhada para a psicoterapia e psicopedagoga, e se encontrará com outro 
psicólogo ou psicólogo, que também irá realizar diversas atividades com ela (e), 
algumas legais e outra nem tanto, mais é pra ela se dedicar da mesma forma 
que se dedicou com a gente. 
Ressaltamos as qualidades e habilidades da paciente: é uma menina 
muito esperta, afetiva, tem habilidades nos jogos, mas não gosta de perder e 
quase sempre que perde quer trocar o jogo, ou torce pelas pessoas perderem, 
é uma menina muito competitiva, porém muito criativa com os jogos, é uma 
menina muito alegre e isso é muito bom. 
Em seguida realizamos algumas orientações para ela, enfatizando que 
embora ela tenha inúmeras habilidades, assim como outras crianças e pessoas 
adultas também, ela apresenta algumas dificuldades que precisam ser 
trabalhadas: Esta dispersa, muito desatenta e sempre esta com preguiça, por 
isso ela tem dificuldades de realizar algumas tarefas que são necessárias para 
a idade dela, por isso sempre que ela tiver dificuldade ela pode procurar a 
31 
 
professora. E que ela não precisa se sentir diferente em nada, assim como 
apresentado em alguns desenhos (onde ela dizia que desenhava e pintava feio 
ou então falava que não conseguia, mesmo sem tentar, como apresentado em 
alguns testes), pois ela é uma menina muito inteligente mais precisa pegar firme 
para aprender sem ter preguiça. Falamos também da relação dela com o pai, 
desse desejo dela em querer os pais juntos, enfatizando que nem sempre um 
relacionamento entre os adultos dão certo, e está tudo bem, o importante é o pai 
e a mãe amarem ela e cuidar dela, e mesmo os pais estejam separados o pai 
nunca vai deixar de ser pai e a mãe nunca deixará de ser mãe. Falamos que é 
errado torcer pela queda do outro, que devemos sempre estar com o outro e 
vencer junto com ele, torcer sempre pelo bem do outro, pois se ela torce ao 
contrário isso pode magoar o(a) coleguinha e deixá-lo triste, perguntamos se ela 
iria gostar que torcessem para ela perder? Ela parou, pensou e disse que não, 
que é ruim. 
Para finalizar, dissemos para Vitória Nathália que foram ótimos os 
encontros que tivemos, agradeceremos a ela por tudo e principalmente por ter 
nos dado a oportunidade de conhecer quem ela era. 
Com a mãe: 
A mãe compareceu no dia 29/06/21,sem a presença da paciente, pois a 
mesma não estava se sentindo bem, dando inicio a nossa devolutiva com a mãe, 
relatamos o que foi identificado em todo trabalho feito até aqui. Iniciamos pela 
valorização da mãe em procurar a nossa ajuda em relação a sua filha, Vanusa 
disse ser uma mãe muito orgulhosa, mas reconhece quando precisa de ajuda e 
este foi um momento que se viu em dificuldade, reconhecendo que não é 
possível abraçar o mundo sozinha e que um suporte é sempre bem aceito. 
Agradecemos por ela ter sido tão responsável e cuidado para que a Vitória 
comparecesse aos atendimentos. Informamos que a Avaliação esta sendo 
encerrada e que durante o processo Vitória foi submetida a exames psicológicos 
que nos auxiliaram para avaliarmos tanto a parte cognitiva quanto a parte 
emocional da paciente. 
Relatamos o potencial da Vitória, que em alguns aspectos a menina 
apresenta bom desempenho e em outros por preguiça as vezes ela não 
32 
 
consegue fazer, mas quando damos um tempinho pra ela e incentivamos, ela 
faz e faz correto. Mostramos pra ela as atividades realizadas por Vitória em 
relação ao desempenho escolar já que ela teve grandes dificuldades em realizar 
as atividades, atingindo um nível inferior a idade escolar dela, levando em 
consideração que ela ainda é repetente, tendo uma média intelectual voltado 
para a idade inferior a sete anos, porém, além deste aspecto podemos identificar 
que Vitória é imatura e precisa de alguém para ajudá-la nesse quesito, 
estimulando suas capacidades para que sua média suba e as dificuldades não 
se agravem e prejudiquem a sua vida futuramente. O desenvolvimento escolar 
de Vitória está abaixo de sua idade cronológica o que justifica ela não estar 
conseguindo realizar algumas atividades na escola. mostramos alguns desenhos 
e estórias contadas por ela, para enfatizar a confirmação da agressividade ( 
agressividade essa que foi colocada pela mãe em sua queixa inicial) uma relação 
mal resolvida com o pai que precisa ser trabalhada, pois o pai não esta tão 
presente na vida da paciente, ela precisa estar mais com o pai, pois sempre que 
se trata de algo referente a ele, ela se atrapalha, fica confusa e não sabe explicar 
certinho, enfatizamos também as questões afetivas da criança, mostrando que 
ela é uma menina doce, amorosa, porém mal compreendida as vezes. 
Mostramos também através dos desenhos a sua carência afetiva. 
Emocional: Vitória é uma menina amorosa, afetiva, sensível, feliz e 
sonhadora... Porém é uma criança bem competitiva e não caiu a realidade ainda 
que nem sempre conseguimos vencer. Tem muita dificuldade em lidar com as 
frustrações, quando ela perde ela fica agitada, às vezes não quer jogar mais, às 
vezes quer jogar mais, porém sempre com o intuito de querer vencer e derrubar 
o outro, ela sempre minimiza a forma dos jogos de seus concorrentes dizendo 
que é perdedor e que está torcendo para a pessoa perder. Não tem sido capaz 
de parar, pensar e analisar. Todo esse comportamento demonstra imaturidade, 
essa imaturidade também irá ser necessária trabalhar, para não atrapalhar o 
resto da vida dela. Por isso é necessário que ela seja incentivada a crescer. 
Vitória apesar do pouco convívio com o pai, ela o tem como o melhor de 
todos, que cuida que é o mais legal, pois faz as melhores caretas e que não bate 
nela mais, porém a separação dos pais não agrada a Vitória, ela sempre fala de 
querer os pais juntos, pois ama os dois, Vitória carrega um sentimento de culpa 
33 
 
por essa separação, por isso tem medo de ser abandonada, chora quando fica 
sozinha, pois ela entende que os pais não se entendem e esse sentimento de 
carência dela ( mesmos os dois dando todo amor do mundo) se transforma em 
agressividade, onde ela desconta em tudo que vê pela frente, por isso é preciso 
ser tratado isso para que não se torne algo mais grave futuramente. 
Com relação às brigas: Sobre as brigas e discussões, mesmo que seja a 
muito tempo, incomodam muito a Vitória, ela guarda isso e não tem uma noção 
exata de família unida, família que se apóia, portanto, seja com quem for as 
discussões e brigas é preciso não envolver a Vitória e nem levar ao 
conhecimento dela, já que grande parte do processo de agressividade da Vitória 
foi desenvolvido por ver os pais discutirem e brigarem, seja perto dela ou alguma 
história contada pela mãe perto dela, assim gerando um reflexo em seus 
comportamentos, acreditando que tudo que os pais fazem ela pode fazer 
também. Devolve agressividade, pois os pais são agressivos. A mãe disse que 
irá tentar ser um pouco mais calma, irá tentar mudar pela filha, apesar do pai ser 
uma pessoa muito incompreensiva. 
Orientações: Quando Vitória mudar o comportamento e ser necessário 
castigá-la, sentar com ela e conversar, explicar o motivo no qual esta sendo 
castigada, e não ceder as carinhas fofas que ela faz. Para uma um bom 
comportamento é necessário uma boa disciplina e a Vitória precisa desse 
entendimento de certo e errado, impor um limite que ela não tem. 
Buscar conversar mais com a filha, já que nos encontros Vitória 
apresentava grande necessidade de falar, conversar o que foi feito no dia, como 
foi o fim de semana quando for passar o dia com pai, buscar ter mais diálogo 
com ela. 
Impor limites de horários para dormir, assim ela acordará mais disposta, 
evitando a “preguiça” que ela sempre fala durante os atendimentos. A mãe relata 
que quando a paciente vai passar o fim de semana com o pai, ele a obriga a 
acordar de madrugada colocando o celular da paciente para despertar as três da 
manhã para orar, não levando em consideração de que a Vitória é uma criança 
em fase de crescimento e precisa ter seus horários respeitados. 
34 
 
Vitória apresentou interesse pela sexualidade, em alguns momentos, 
fundamental a mãe buscar conhecer melhor a Vitória, sentar e conversar com 
ela sobre esses assuntos também, já que ela fala que precisa fazer 18 anos logo 
para namorar. 
Em relação as atividades escolares: Embora Vitória tenha dificuldade, a 
mãe precisa permitir que a filha realize mais sozinha e não fazer por ela. É 
preciso estimular mais a paciente para as atividades escolares, como ler e 
escrever, ter paciência com ela nas atividades, pois às vezes ela precisa de um 
tempo maior para fazer, podendo ser necessário uma explicação mais especifica 
e detalhada, mas que ela tem capacidade e tem muita facilidade em aprender 
com o uso de algo concreto (exemplo dos cubos). Sendo assim, se ela entrega 
tudo fácil pra ela, acaba que ela não terá o entusiasmo em aprender, pois terá 
alguém que faz por ela, sem ela precisar fazer qualquer esforço pra isso, e será 
de grande aprendizagem para a vida dela também, pois verá que nem sempre 
temos alguém para fazer por nós, nós mesmo temos que aprender, senão irá 
reforçando alguns comportamentos, como não querer copiar, raciocinar, 
principalmente as atividades relacionadas a cálculos matemáticos. Vitória tem 
capacidade para exercer essas funções, mas a facilidade em ter tudo na mão, a 
falta de atenção e a preguiça não deixam. Em psicoterapia essa falta de atenção 
pode ser trabalhada e ela se tornar consciente disso. 
Para finalizar, dissemos a Vanusa que seria interessante ela também ser 
encaminhada para Psicoterapia se ela tivesse interesse é claro, assim ela 
poderia ajudar a Vitória ainda mais, o que iria orientar melhor na forma de agir 
em relação a Vitória. A mãe concordou, disse que realmente será importante 
para ela, até para mediante ao contato com o pai da criança e o relacionamento 
atual que a mãe tem, onde sente-se insegura. 
Sendo assim, encaminhamos a mãe Vanusa e a Filha Vitória Nathalia 
para a Psicoterapia com o consentimento de ambas, sendo a Vitória Nathalia 
encaminhada para a Psicopedagoga também. Agradecemos a ela por ter nos 
confiado os cuidados da filha e que foi um enorme prazer trabalhar com a Vitória.35 
 
 
13. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Consideramos que o estágio de psicodiagnóstico foi de extrema 
importância pois nos proporcionou nosso primeiro encontro com o paciente, a 
anamnese, desenvolvimento dos testes, jogo diagnóstica, vinculo e interpretação; 
sem esse processo não teríamos aprendido sobre a teoria e a prática. 
O psicodiagnóstico é necessário para um melhor atendimento facilitando 
um diagnóstico assertivo diante a demanda do paciente e o encaminhamento 
adequado. 
Os instrumentos disponibilizados pela CLIDA são de extrema qualidade 
fazendo com que toda a prática fosse realizada com excelência! 
As supervisões foram de extremo aprendizado pois podemos aprender com 
as colegas e com a percepção e vivência da supervisora Sônia. Fomos muito 
amparadas e acreditamos que foi essêncial para o desenvolvimento de novas 
habilidades e aumento da capacidade de interpretação e estratégias diagnósticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERENCIAS 
 
36 
 
 
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Artes Médicas, 1995. 
 
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IMPORTÂNCIA DO SENSO DE LIMITES PARA O DESENVOLVIMENTO DA 
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BROTTO, Thaiana F. O que é insegurança emocional?. O que é insegurança 
emocional?, são paulo, 2021. Disponível em: 
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 ANEXOS 
 
Roteiro de Anamnse- Dados importantes 
Dentro do processo desempenhado foi realizado entrevista com a mãe 
da paciente, sendo esta chamada de ANAMNESE, entrevista com a criança 
(observação lúdica), momento de jogos, e aplicação dos testes: DESENHO 
ESTÓRIA, TDE, MADELEINE THOMAS, DESENHO FAMÍLIA, WISC e 
entrevista devolutiva 
Inicialmente foi realizado um relatório juntamente com a mãe da criança, 
onde a mesma salientou as queixas trazidas por ela em sua triagem, 
compreendendo, portanto, o comportamento de V, utilizando técnicas e 
instrumentos ajustados para o psicodiagnóstico. Percebemos informações 
importantes trazidas pela mãe com relação ao desenvolvimento psicomotor de 
V. A mãe informa que V, sempre foi muito adiantada em tudo que fazia, nasceu 
com 8 meses, deu seus primeiros passos com 9 meses, reconhecimento 
familiar desde quando estava no ventre materno, onde, V. sempre se agitava 
ao ouvir a voz de seus pais e seu tio no qual é seu padrinho. A mãe de V. traz 
como queixas principais o nervosismo chagando a cortar suas roupas com uma 
tesoura, mãe de V, teve um relacionamento de 11 anos com o pai da criança, 
onde ela o agredia após a descoberta de traições cujo ex. marido a culpa por 
determinada traição já que a mesma não fazia as coisas nas quais ele queria. 
V. mora com a mãe a tia e a prima de 23 anos, cujo momento tem dormido no 
mesmo quarto que V. já que a criança tem medo de escuro, precisando se sentir 
segura com uma companhia. V. dormia com sua mãe até meados de abril de 
2021, onde após a triagem a mãe foi orientada a retirar V. do seu quarto. Mãe 
de V. traz também questões sobre furto na escola onde a criança estuda. V. 
leva as coisas para casa dizendo ser dela, “gostei e peguei para mim”. 
Mãe de V. diz que os ataques de nervosismo apresentados por ela, vem 
desde os 3 anos de idade, chegando a ficar até gaga devido ao nervosismo 
excessivo. V. Foi uma criança muito desejada por seus pais, apesar do fim da 
gravidez ter sido um pouco conturbada devido as dores intensas sentidas pela 
mãe, V. foi muito bem recebida pelos membros de seu âmbito familiar, sendo 
mimada por seus familiares paternos até hoje. Segundo a mãe V. fica nervosa 
somente com pessoas da família, que moram em sua casa, não permitindo que 
39 
 
sejam mais autoridade do que ela, V. não aceita a ausência de sua mãe, sempre 
quando a mesma necessita sair para resolver assuntos pessoais V. grita ficando 
muito nervosa e irritada, quebrando o que estiver em sua frente, utilizando 
frases como: “Você não me ama”, “Você não quer ficar comigo” que podem 
mexer sentimentalmente com a mãe em busca de uma atitude contraditória da 
mãe em relação a sua saída. V. é bem competitiva e não gosta de perder, se 
perder chora. Chora com facilidade perante a todos, quando contrariada pela 
mãe diz: Você não me ama” Você não quer cuidar de mim”. 
Referente a atualidade na escola e as aulas remotas: V. tem anos e 
estuda na Escola Santa Maria. A mãe fica muito nervosa, diz que as aulas a tirado sério. V. tem ajuda da tia nas lições quando a mãe se encontra ausente e 
tem aulas de reforços pelo SESI também, já que tem dificuldade de 
aprendizagem e repetiu 2 vezes o segundo 2º ano fundamenta. Não tem 
reclamações da escola. Tem poucos amigos, antes da Pandemia tinha um 
amigo muito próximo chamado Max, que é um pouco mais velho do que ela, na 
qual ela gostava muito da companhia dele e de brincar, eles brincavam muito 
de jogar bola. Vitória tem mais facilidade de amizade com meninos do que 
meninas. Repetindo muitas das coisas que os meninos fazem. O PAI busca 
sempre participar das reuniões. Possui um desenvolvimento lento, aprendendo 
somente quando interessa a ela. Suas matérias preferidas são: artes e 
educação física. 
V. tem uma questão religiosa bem definida, ela é evangélica e buscar 
orar todos os dias de manhã, em suas orações corriqueiramente pede pela 
restauração de sua família, gosta de brincar com terra, água, slime, pintar, poço 
de lama pois gosta muito do desenho da pepa e danças forró com a mãe. 
Referente as relações familiares a mãe acha o pai presente, porém critica 
seus gestos de agressões com a criança. Foram 2 vezes decorrentes sendo ele 
bem rígido com ela mediante as atuações imprópria de V. A mãe iniciou um 
relacionamento onde V. não gosta do rapaz, afirmando: “EU NÃO GOSTO 
DELE” “VOCÊ TEM QUE VOLTAR COM O PAPAI”. V presenciou um beijo do 
atual parceiro na mãe e ficou muito brava. Quando a mãe beijava o pai ela nem 
ligava. V. é castigada por seus atos impróprios com a mãe, ficando, portanto, 
sem celular e tv, porém a mãe se arrepende voltando com o castigo e permitindo 
com que a criança retorne a praticar seus atos de maneiras indisciplinadas. 
40 
 
A entrevista verbal com a criança possibilitou observar que V. é uma 
criança agitada, sem nenhuma dificuldade para interagir com o meio, entende-
se aqui que cada indivíduo aprende a ser constituir nas relações com 
os outros. Segundo Vygotsky: É através da atividade que o homem se apropria 
do mundo, ou seja, é a atividade que propicia a transição daquilo que está fora 
do homem para dentro dele, processo de internalização. De acordo com 
Vygotsky, o desenvolvimento do sujeito está relacionado à interação a 
mediação social e cultural. Dessa maneira os movimentos construídos 
pelo sujeito também dependem dos recursos biológicos, psicológicos e 
das condições do ambiente em que ela vive. Sendo assim, podemos observar 
segundo o relato trazido pela mãe da criança que V. constitui totalmente uma 
persona infundada em sua mãe, reprimindo o seu eu interior e agindo conforme 
a existência da mãe, tornando-se uma adulta mirim, impondo regras e desejos 
onde devem ser realizados segundo seus próprios pensamentos. Observando, 
portanto, o seu comportamento mediante ao relato trazido pela mãe de V. 
podemos perceber certa imaturidade, falta de limite, ansiedade e nervosismo, 
ocasionando certos comportamentos incoerentes como roer as unhas mostrando 
aí um certo índice de ansiedade em determinados momentos. Pode-se inferir 
que a falta de disciplina e coerência entre os pais com relação à educação 
informal e formal da criança, parece ter afetado algumas etapas importantes de 
seu desenvolvimento, fazendo com que enfrente muitas dificuldades para 
adquirir novas capacidades cognitivas, afetivas e sociais. 
Durante os atendimentos com V. utilizou-se uma linguagem simples de 
acordo com a idade e capacidade de compreensão da criança. Procurou-se 
estimulara verbalização, fazendo-lhe perguntas sobre o que faz o que gosta, sua 
rotina, e assim por diante, como se fosse uma entrevista dirigida. Foi possível 
observar que demonstra em suas ações ansiedade frente as atividades até 
então, propostas, pois sabe o que outro espera e sendo assim procurou 
liderar no primeiro momento, tomando frente as brincadeiras, mostrando 
conhecimento dos mesmos e o que não sabia completamente se mostrou atenta 
as informações repassadas e sendo cooperativa com as atividades propostas e 
muito competitiva. Observamos também que a mesma analisava o jogo das 
estagiarias e mostrava que estava perdendo para ver a reação das mesmas. 
41 
 
No seguinte encontro V chegou toda empolgada, ainda mais quando 
entrou na sala e viu na mesa que tinha jogos, logo foi dizendo que gostava de 
jogos e que ela já conhecia quase todos por ver vídeo no YouTube sobre. Disse 
que foi com a mãe, foi questionado se ela gosta da mãe e ela disse: Eu gosto 
muito da minha mãe, mais as vezes ela briga comigo, eu não gosto mais ela 
pede desculpas. 
Falou do namorado da irmã alegando que a irmã não tem idade ainda 
para namorar, contou também que um dia a irmã colocou no status uma foto de 
uma menina pulando na piscina, Vitoria viu, disse para irmã que iria contar para 
a mamãe. Irmã da V disse que se ela contasse ia falar para a mãe dela que ela 
pegava a menina. V acha que a irmã não gosta dela, pois ela implica muito e 
empurrou ela uma vez. Mas ela gosta da irmã. Percebemos que V gostaria de 
ter uma relação melhor com a Irma e não entende porque não é possível. 
Brincamos com os jogos pula macaco, domino de animais e palito 
Iniciamos com o Pula macaco, jogo escolhido por Vitória, na qual ela 
mesma montou o brinquedo e ela falou as instruções. Ela falou das cores dos 
macacos, organizando cada uma de nós com uma cor diferente. Durante o jogo: 
Fez uma fila com os macacos, ficava olhando e mexendo nos palitos enquanto 
jogava, dizia que queria comprar todos os jogos do you tube mais a mãe não 
queria comprar. Colocou um macaco no cantinho do pensamento para ficarem 
disciplinados, colocou o macaco da estagiaria R também. 
A estagiaria R enfatizou de que o macaco estaria de castigo porém sem 
saber o motivo, já que ele não fez nada. V disse: Minha mãe é assim. Quando 
eu não faço a coisa certa e não entendo, ela me coloca de castigo. Percebemos 
que V se sentia confusa do porque as vezes era colocada de castigo pela mãe. 
Foi colocando todos os macacos que errava de castigo. Pegou o macaco 
da estagiária V e também o colocou de castigo e ria quando errávamos. 
Estagiária R pediu para passar a vez e ela não deixou. E ficou Feliz quando a 
estagiária R disse que ela estava melhorando. 
Pegou o macaco dela e foi brigar com os macacos da estagiaria V colocou 
nomes nos macacos e começou a falar dos outros jogos perguntando se 
queríamos que ela mostrasse como jogava. E então separou os palitos de 
plástico e os de madeira, fez uma patinha de pato com os palitos. Tentava passar 
na frente algumas vezes. Percebemos que V observava as estagiarias para ver 
42 
 
se elas teriam alguma reação com as atitudes dela passar na frente para jogar 
primeiro, percebemos também que mesmo errando ela pegava os palitinhos para 
ganhar. 
Iniciamos o jogo dominó e vibrava em cada peça que pega igual e dizia 
que ia ganhar o tempo todo. Empolgava pois tinha a peça certa para o momento 
e tentava olhar as peças das estagiárias e então colocou as peças na caixa para 
ninguém olhar e durante o jogo ela dava muita risada sem muito critério. Logo 
após iniciamos o primeiro teste. 
 
 
43 
 
 HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA 
 
Ao realizar Hora do Jogo Diagnóstica; podemos perceber nos jogos que V 
é uma criança muito competitiva, e que gosta muito de jogar, a mesma é muito 
criativa com os jogos, esta sempre criando histórias paras os objetos que 
jogamos. Durante a brincadeira lúdica percebemos que a mesma tinha 
necessidade de minimizar a forma de jogo das estagiárias dizendo que eram 
perdedoras. É uma criança muito observadora e sempre muito alegre, em alguns 
jogos a paciente fala da sua relação com a mãe que mora com ela, que cuida e 
educa, o pai que mora fora da cidade e como ela ama a relação dos dois e que 
tem muito desejo que os pais voltem a ficar juntos para que ela possa ter maiscontato com ele, e a relação com a Irmã por ser a distância pensa que poderiam 
ser mais amigas. Durante a anamnese foi relatado pela mãe que V é muito 
amorosa, e que não é muito de obedecer a mãe na conversa com a mesma V 
apresentou ter falta de limite, imaturidade, ansiedade e nervosismo. Sobre o pai 
a mãe disse que não tem o que reclamar, pois os dois tem uma ótima relação de 
pai e filha. 
 
 DESENHO ESTÓRIA 
 
Ao realizar o Desenho Estória (DE); V apresentou riso constante, 
nervosismo e ansiedade, muita competitividade. Foi mencionado por ela o 
relacionamento dos pais, que gostaria que os dois estivessem juntos. Em outro 
momento a mesma disse que não entende o porque a mãe a coloca de castigo, 
demonstrou grande necessidade de conversar, e carência afetiva. Demonstrou 
também dificuldade de realizar a atividade quando havia outro estimulo. Ao 
contar as histórias V demonstrou estar muito confusa e tentava ligar um desenho 
no outro, misturava fantasia com realidade. Em outros momentos era perceptível 
a relação confusa que V tem com o pai, ela mostra o pai bastante distante mas 
ao contar sobre ele é como se eles convivessem juntos. Percebemos uma 
Relação edípica mal resolvida, V demonstra ter ciúmes da mãe e menciona nos 
desenhos que a mãe tem inveja dela pela relação dela com o pai, V gostaria 
muito que os dois reatassem o casamento porque gosta dos dois juntos apesar 
de que os pais se separaram com ela muito nova, acreditamos pelo complexo de 
44 
 
Édipo de V que ela deseja que os pais voltem a se relacionar como um casal 
para que a mesma tenha seu desejo realizado de conviver todos os dias com o 
pai. Ela alimenta um amor pelo progenitor e demonstra nos desenhos a confusão 
desses sentimentos, de acordo com a relação deles. É uma menina muito 
sensível, desenha muitos corações e usa cores fortes, mas tem agressividade 
quando é frustrada, tem uma auto imagem muito negativa e o super ego rígido 
pois não se contenta com as coisas que faz, em alguns momentos foi 
demonstrado interesses sexuais e até situações que ela se imagina namorando. 
 
1° Desenho Estória 
 
No dia da aplicação do teste, V Iniciou com a folha na horizontal, lápis 
preto. Começou a casa pelo teto, depois desenhou o sol e disse que o sol seria 
diferente pois era de coração. 
Disse que essa hora a mãe estava com saudade dela, pois nesta hora as 
duas ficam abraçadinhas. 
Desenhou varias nuvens enfileiradas ao lado do sol, tanto na direita 
quanto na esquerda, Disse para as estagiárias as cores preferidas dela eram 
Azul, rosa, pois formam um casal muito lindo e disse também que rosa e azul se 
transforma em roxo. Desenhou um coração grande em cima da casa 
Ao se preparar para colorir posicionou os lápis de cores um em cada canto 
da folha Vermelho no coração - Azul no superior - Laranja em cima da casa, no 
telhado Rosa abaixo da casa. 
Ainda sem tirar os lápis coloridos posicionados na folha, ela pegou um 
lápis preto e desenhou um vaso de flor com um coração no centro ao lado da 
casa. Começou a colorir o telhado laranja ( cores fortes, sem pressão intensiva, 
mas com cores fortes). Casa rosa e disse que daria o desenho para uma pessoa 
que ela gostava muito e que estava na frente dela, que era a estagiária R para 
ela colocar no quarto. Pintou a Flor de verde, o céu de azul, disse que estava 
fazendo a margem do céu. Ficou retangular. Sol de coração amarelo. Coração 
de vermelho 
V perguntou se tinha mais pessoas do lado de lá da parede e disse que 
não ia parar a conversação bateu nas paredes para ver se alguém respondia do 
outro lado e que assim seria difícil continuar. Percebemos que V tem dificuldades 
45 
 
de prestar atenção em uma coisa quando se tem mais estímulos a sua volta. 
Continuou a pintar, a partir do vaso com a cor rosa. Miolo da flor amarelo,porta 
marrom 
Desenhou uma menina ao lado da casa, iniciou pelo vestido. E um 
unicórnio do lado dela e outro vaso de flor que a menina esta aguando com o 
regador de unicórnio. Pintou o chifre do Unicórnio. 
Com a junção de 3 lapis de cores diferentes desenhou um coração 
gigante: Azul, rosa e laranja. ( apagou a primeira linha pois duas cores falhou) 
Passou o lápis em cima das linhas que estavam mais fraquinhas, utilizou 
mais a cor rosa. Vestido da menina, pintou de laranja. Força no lápis quando 
pinta. 
Nome do 1° desenho- Lilica. Menina do desenho 
Pegou o lápis azul e rosa e desenhou um coração em volta do nome Lilica 
Estória: Era uma menina que morava em uma casa colorida, que tinha 
um coração colorido em cima da casa dela. Ficava passeando e brincando no 
pula pula de coração. Aguava as plantinhas e olhava para o céu. Continuou a 
estória dizendo que o coração do titulo era um coração dos desejos. Ultimo 
desejo era o unicórnio, pois gostava muito dele, pois ela não gostava de morar 
sozinha. O unicórnio pede para o coração transformar a menina em uma 
princesa. Tinha pai e mãe mais morreu de acidente de carro. 
A filha ficou triste e pediu para o coração mágico trazer o papai e a mamãe 
de volta, pois gostava dos pais juntos e não separados. 
Inquérito: 
Quem mora com a menina? Mora um unicórnio 
Desenhou um unicórnio. Não ficou como ela queria ela apagou e 
desenhou de novo. 
Quem é o Unicórnio? ele é mágico e transforma no amiguinho dela. 
(Insistiu que queria jogar os jogos do inicio da sessão) 
Com um lápis ainda nas mãos continuou a pintar o Unicórnio. 
O que o unicórnio faz? ajuda ela, pois se transforma em uma pessoa e 
ajuda ela em todas as coisas, o nome do unicórnio é Perola: escreveu o nome 
dentro de um outro coração menor em cima da cabeça dele. 
Últimos minutos jogamos mais um pouco o jogo do macaco, ela escolheu 
as cores para a estagiária V. A estagiária R No perguntou se os macacos 
46 
 
fossem pessoas quem eles seriam? E ela disse chamavam. macaco chamado 
pai e mãe, e começou a bater um no outro. ( a mãe batendo no pai) e colocou 
o pai de castigo. 
 
2° Desenho Estória 
 
Propomos que a V e a estagiaria R iria desenhar e a estagiária V ficaria 
como jurada do desenho e da estória. Ela mesma propôs para que uma não 
olhasse o desenho da outra. Colocou a caixa do jogo pula macaco para tapar o 
seu desenho, mas a estagiária V pediu para tirar ( pois poderia influencia-la na 
criação do desenho)- 
Folha na horizontal. Pegou os lápis, rosa, amarelo, laranja, vermelho, azul 
e roxo e ficou segurando eles. 
Desenhou uma menina com a cor rosa, pintou seus braços de azul, o 
corpo de rosa e azul. Cochichou no ouvido da estagiária V que ela iria desenhar 
uma casa bem grande. 
Diz ela que estava desenhando um Power Ranger: disse que gosta muito 
e que ele seria colorido. Usou dois lápis juntos para pintar, viu que não deu certo 
e utilizou um lápis em cada mão para pintar sem trocar as mãos. Desenhou um 
espaço de roxo, pintou as bolinhas do espaço de roxo, cor forte e certa força no 
lápis. O restante do espaço de azul. Durante o processo de desenho V dava 
bastantes risadas, estagiária R pegou um lápis e ela disse: opa.... Regina 
perguntou se ela iria usar, ela pegou todos os lápis nas mãos e disse que ela 
poderia usar. 
Disse que está esquecendo tudo, e que esta ficando velhinha igual a vó 
dela fala. Desenhou um coração pequeno no alto da folha colorido e escreveu o 
nome colorido. 
Nome do 2° Desenho Estória: Power Ranger na lua 
Estória: Um Power Ranger que morava na lua e ele morava em uma das 
bolinhas e as outras bolinhas eram animais que eram cachorrinhos e o Power 
Ranger colocava ração para os cachorrinhos. O coração maior é um portal 
mágico que dá para a cidade e lá na cidade se pode comprar muitos pirulitos. 
Inquérito: 
47 
 
Quem seria os Power Ranger? ela disse que seria o papai e o padrinho 
que é o tio dela e ela gosta muito dele. Eles gostam de olhar para a Lua e as 
vezes escutam barulho de lobo. 
Desenhou um coração grandão rosa e azul e outro

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