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Técnicas Descob Crianças

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Prévia do material em texto

Teorias e Técnicas Descobrindo Crianças 
 
Apresentação 
 
 Seja bem-vinda ao Projeto dos descobridores e apaixonados pelo mundo 
infantil! 
 
 Sou Eanes Moreira, psicóloga clínica e diretora do Descobrindo Criança. 
 
 O Descobrindo Crianças é uma organização com foco no 
desenvolvimento infantil, tendo como objetivo descomplicar a infância sob o 
olhar multidisciplinar. O nosso blog é o único composto por uma equipe 
multidisciplinar da área da saúde, educação e direito. 
 
 
 
 O blog está com 1 ano e 9 meses e já passa de 150 mil visualizações 
mensais, as nossas redes sociais Instagram e Facebook já passa de 22 mil 
seguidores, entre eles a maioria são psicólogos. 
 
Ah! As crianças do post são as nossas mascotes Malu e Lipe. 
 
 Quero agradecer a confiança no meu trabalho como psicóloga e diretora 
do Descobrindo Crianças. Obrigada por aderir este método revolucionário que 
irá te ajudar a descobrir e descomplicar o mundo infantil e assim poder auxiliar 
as crianças e sua famílias. Saiba que você traz mais credibilidade ao projeto 
Descobrindo Crianças. Aspiro amor no que faço!! 
 
 Para começar bem, venho informar a origem do nome do projeto e da 
palavra que usei para te cumprimentar. 
 
 O nome ‘Descobrindo Crianças’ é fruto do livro “Descobrindo Crianças da 
Violet Oaklanter” e a palavra “descobridora, descobridor ou descobridores” tirei 
da música do Tim Maia – “Descobridor do sete Mares”. Afinal, somos ou não 
somos descobridores das crianças? 
 
 Pois bem, vamos lá para a introdução do nosso conteúdo. O Teoria e 
Técnicas foi pensado para te ajudar nas descobertas do problema ou queixa do 
seu paciente ou cliente. 
 
 O conteúdo está dividido por tema onde trago para você técnicas 
direcionadas ao trabalho no consultório clínico infantil. 
 
 Para dar vontade e curiosidade no que vem pelos nas próximas páginas, 
trago uma reflexão do Jung. 
 
 “Em todo adulto espreita uma criança – uma criança interna, algo que está 
sempre vindo a ser, que nunca está completo e que solicita cuidado, atenção e 
educação incessantes”. (Jung) 
 
 
 
 É muito importante que o psicólogo infantil “conheça a si mesmo” e 
descubra sua criança interior. 
 
Pensando nesta frase, faço uma proposta. 
 
Como anda a sua descoberta interior? 
 
 Reflita antes de continuar a leitura! 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Entrevista Inicial 
 
 Um psicólogo descobridor deve ser capaz de adequar as estratégias de 
atendimento às necessidades da criança ou da família e adaptar as 
técnicas/atividades a qualquer abordagem terapêutica que estiver usando. 
 
 Falando em abordagem, peço uma pausa para responder a pergunta que 
quase todas as psicólogas me perguntaram: Eanes qual a sua abordagem? 
Então respondi: Sou da abordagem sistêmica, acredito que o todo é mais do 
que a soma das partes. Penso que a criança e a família é mais do que qualquer 
abordagem. Penso que as técnicas servem para nos auxiliarem e assim realizar 
o diagnóstico de acordo com o nosso embasamento teórico. Por isso, o conteúdo 
é baseado nas descobertas da infância e assim poder colaborar no seu 
atendimento. 
 
 O objetivo do profissional é mover a criança para a frente de uma maneira 
positiva e construtiva, de modo a ajudá-las a se sentir bem consigo mesma, 
integrando assim com a família e a escola. Isto é, socializando. 
 
 É crucial que o psicólogo ou a psicóloga infantil conheça sua criança 
interna, só assim é possível aceitar o problema da criança ou da família a qual 
você atende. 
 
Terminado a reflexão, vamos para a parte importante do início do 
atendimento. Entrevista ou anamnese. Eu prefiro chamar entrevista. 
 
 A entrevista vai de acordo com a abordagem, eu particularmente marco 
com os pais, caso um deles não possa comparecer busco marcar outro horário 
com a mãe ou pai e tento com o casal. Caso não seja possível no primeiro 
momento, busco marcar posteriormente. 
 
 Antes do início da psicoterapia infantil propriamente dita, ou seja, com a 
criança. É preciso conhecer os detalhes que o cercam. 
 
 
 Saber sobre a família, o histórico da criança, qualquer trauma dentro da 
família, a definição da queixa inicial ou do problema apresentado pelo cuidador 
(e também pela criança) a percepção do cuidador quanto à coisa do problema e 
qualquer solução que já tenha sido tentado ou buscado. 
 
 A entrevista inicial é importante para saber os detalhes do 
desenvolvimento da criança até o momento em que chegou até você. Existe 
caso que é possível realizar a entrevista em uma sessão, porém, ao terminar a 
sessão surgir dúvidas, por isso o recomendado é de duas a três sessões. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Autorização 
 
 
Vou disponibilizar para você um modelo de autorização para 
acompanhamento à crianças e adolescentes. Ela é baseada no código de Ética 
do Psicólogo e na resolução 08/2010 referente à atuação do psicólogo como 
perito e assistente técnico. 
É uma forma de prevenir possíveis consequências futura, visto que o 
psicólogo não pode ser perito e nem assistente técnico da família inserida no 
contexto da criança. 
Lembrando que é um modelo, você pode alterar colocando seus dados e 
da clínica que você atende. 
 A Autorização em anexo que do e-mail que você recebeu. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.descobrindocriancas.com.br/
 
 
 
• Família 
 
 Família é a base para a criança, antes era composta tradicionalmente pelo 
núcleo formado por pai, mãe e filhos. Hoje ela pode ser constituída de várias 
formas. Pensando nesta mudança, antes o que colava a família era as tradições, 
atualmente a cola é a confiança entre os membros. 
 
Como está a cola da criança com sua família? 
 
 Famílias que vivem juntas apesar de suas fronteiras nacionais, culturais, 
étnicas, continuam juntas independentemente de elementos que não se 
encaixam. 
 
 Globalização muda instituições como a família. Revolução digital muda a 
socialização. É importante salientar que as famílias mudam mais rápidos que o 
nossos modelos terapêuticos. 
 
 É preciso pensar! É preciso estudar e analisar com cuidado cada caso. 
 
 O desafio é pararmos de pensar que há uma forma única de família. E, 
da mesma forma, não há uma identidade ou uma forma certa de ser. 
 
 Enquanto psicoterapeuta de crianças é preciso tomar consciência do seu 
próprio estado de ser: 
- Sua experiência de si mesmo ou dos outros 
- Seu autoconhecimento 
- Seus pensamentos e emoções 
- Como surge o seu julgamento? 
- Onde/ quando a volição surge? 
- Como você muda a história e a história lhe muda? 
 
 
 
 
• Comunicação Familiar 
 
 
Para entender a família é preciso entender como acontece a comunicação 
familiar, independente da constituição familiar, ela é a base fundamental para as 
crianças. 
 
 Indivíduos que não se sentem ouvidos ou entendidos, que não 
conseguem expressar seus sentimentos e desejos, que se submetem ou 
violentam por causa da comunicação, que se pautam mais pelo que não é dito, 
que não confiam nas palavras, são apenas alguns dos inúmeros exemplos de 
problemas de comunicação nas relações humanas. 
 
 Pensando na comunicação segue alguns fatores que interferem na 
comunicação entre pais e filhos: 
 
1. Em muitas ocasiões ouvimos aquilo que queremos ouvir e não o que 
realmente está sendo dito. 
 É muito comum na comunicação entre casais, pais, filhose dentro das 
famílias a ocorrência desse tipo de ruído. As queixas dos filhos podem ser 
ouvidas de diferentes maneiras, dependendo do contexto e do contato dos pais 
com eles. Silêncios, choros, isolamento e agressões são mensagens que são 
recebidas com diferentes significados pelos diferentes membros da família. 
 
2. Temos a tendência de ignorar informações – principalmente as novas – 
que entram em conflito com nossas crenças, opiniões e precondições. 
 Um exemplo é algum membro da família que foge do script ou tradição 
familiar. Fato que pode prejudicar a comunicação se não souber ouvir. 
 
3. Quando nos comunicamos, não estamos isentos de avaliar a fonte de 
onde vem a mensagem e também para quem vamos transmitir. 
 Crianças e adolescentes sabem avaliar a fonte comunicadora quando se 
trata de obedecer a ordens. Sabem se o pedido é mesmo “para valer” ou se vai 
 
 
ser esquecido logo mais como tantos outros. Sabe aquelas promessas que 
nunca se cumprem, os segredos que não são guardados? Estão nessa forma de 
comunicar. 
 
4. Um mesmo fato pode comunicar coisas diferentes para diferentes 
pessoas. 
 A expressão sorrir, cantar, chorar, gritar entre outros pode significar coisas 
diferentes para pais, mães, irmãos, avós e amigos 
 
5. Palavras iguais podem ter significados diferentes para as pessoas. 
 A palavra “logo” pode ter o sentido de alguns minutos, algumas horas ou 
de algumas semanas, dependendo de quem a diz. A expressão “me deixa 
sozinho” dita pelo filho, pode significar “Quero um abraço”. 
 A comunicação é a mais poderosa conexão familiar que reflete a saúde 
emocional das crianças. 
 
 Portanto, pais, educadores e profissionais fiquem atentos a forma de se 
comunicar com nossas crianças, ela pode gerar emoções negativas, conflitos 
internos e externos e até mesmo traumas. 
 
• Subejtividade Familiar 
 
 Seguindo mais o tema de comunicação familiar, no entanto, com foco no 
desenvolvimento da subjetividade infantil. 
 
 A comunicação familiar foi tomada como fonte de compreensão do 
desenvolvimento da subjetividade da criança, de sua forma de se reconhecer no 
mundo, de seus movimentos de ida para a rua ou do fenômeno de ruptura entre 
ela e sua família. 
 
 Moreno refletiu sobre a importância do contexto familiar como um espaço 
social que promove a co-existência, a co-ação e a co-experiência no processo 
 
 
de desenvolvimento da criança. Há de se pensar que enquanto adultos, 
assumimos a valorização da negociação dos significados da experiência no 
contexto familiar. Sendo assim, a criança é influenciada de diferentes formas 
pela família, podendo ressignificar as sugestões culturais oferecidas por ela. 
 
 É importante levar em consideração os sentidos subjetivos constituídos 
pelas suas experiências com a família, só assim é possível entender a criança, 
relacionando-os à sua ação social ou à sua atuação singular nesse contexto. 
 
 A psiquê é um processo do sujeito ativo, em que o social e o individual 
são inter-relacionados dinamicamente. Assim, define a subjetividade como um 
sistema de significações e de sentidos constituídos pelo sujeito, desenvolvendo-
se de acordo com suas necessidades e com seus movimentos na vida social. 
 
 As emoções são essenciais em tudo, no desenvolvimento da criança 
então é fundamental. As emoções e as necessidades que se relacionam 
dinamicamente e recursivamente são geradas pelo sujeito na sua vida social, e 
são elas que permitem constituir uma história peculiar de seu desenvolvimento. 
 
 As descobertas das emoções devem ser iniciadas na família, por meio da 
comunicação entre os membros. Fato muito importante a ser avaliado pelo 
psicólogo no momento da primeira avaliação e no decorrer da psicoterapia. 
 Cada família tem sua particularidade de gerar emoções nas crianças 
sejam elas de forma positiva ou negativa. Seja como for a constituição familiar, 
é lá que é o espaço genuíno da construção inicial do sujeito psicológico, devendo 
ser atuante na educação dos filhos e na transformação da sociedade. 
 
 Os papeis iniciais possibilitados pela família vão sendo gradualmente 
diferenciados ou singularizados pela criança que o desempenha. Sendo assim, 
a criança elabora um significado particular dos papeis apreendidos na família. 
Alguns autores, diferentemente de Freud, relatam que a criança desenvolve de 
acordo com a subjetivação que se manterão paralelos ao longo do seu 
desenvolvimento. 
 
 
 
 Deste modo, a família é um espaço privilegiado de produção de 
subjetividades individuais, possibilitando a transformação dos papéis ideológicos 
da cultura na qual ela está inserida. 
 
 A qualidade relacional da família depende do seu sistema de 
comunicação familiar que possibilita a cada membro expressar suas emoções e 
sentimentos. No entanto, em algumas famílias é difícil conseguir o dialogo e a 
comunicação dos sentimentos, tendo como exemplo as famílias. 
 
 O processo de estudo da família é essencial para observação dos 
processos de desenvolvimento humano, indicando a existência de um caráter 
humano. 
 
 Independentemente da abordagem, um fator importantíssimo na 
avaliação da criança, é olhar da dinâmica da família e como ela está interferindo 
na subjetividade da criança. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Agressividade 
 
Após refletir a comunicação e subjetividade familiar, vamos falar um 
pouco sobre um assunto muito real e presente na realidade das crianças, as 
quais são atendidas por nós. 
Começo a reflexão com a frase da Clara Thompson. 
A agressão não é necessariamente destrutiva. Ela se origina de uma tendência 
inata para crescer e dominar a vida. Somente quando essa força vital é destruída 
em seu desenvolvimento é que os ingredientes da ira, raiva ou ódio passam a 
ser ligados. 
 
 Sendo assim, vamos analisar um pouco do desenvolvimento positivo da 
agressão. 
 
Os recém-nascidos têm impulsos agressivos, a despeito do fato de não 
poder penetrar diretamente no seu mundo de fantasia. A frustração do bebê 
pode aparecer, por exemplo, no momento da retirada da mamadeira e a chegada 
do choro. 
 
O bebê para chegar ao estágio da agressão propriamente dita ele passa 
por três níveis: O primeiro nível, ‘O Poder de Ser’ caracterizado pela 
compreensão do problema, considerando assim um aspecto básico. O segundo 
nível, ‘A Autoafirmação’, que nada mais é do que a busca do seu ser, de se auto 
afirmar. Nesse nível é importante observar que tem uma grande influência da 
família. Por exemplo, a autoafirmação pode ser bloqueada nos momentos de 
confusão entre os pais, brigas ou até mesmo separações. E o terceiro nível, ‘A 
Auto-inserção’, forma de comportamento mais forte. “Aqui estou e exijo ser 
levado em conta” 
 
Chegando assim, o estágio da agressão, forma mais enérgica de reação. 
Ela é um movimento de penetração nas posições de poder ou prestígio, ou no 
território do outro e por sua posse. Quando os esforços dirigidos à agressão são 
ineficazes, se produz a explosão primária, que se conhece como violência. Sua 
forma principal é a física, já que em outras fases pode intervir o raciocínio ou a 
persuasão. 
 
 
Podemos analisar com essa reflexão que a agressão pode estar ligada a 
uma emoção. Penso que a agressão precisa ser compreendida internamente 
assim como as emoções. Sendo assim, nem toda agressividade é violência, mas 
toda violência é, sim agressividade. 
 
Mas como desenvolve a violência? 
 
O índice de violência só cresce e um dos fatores do crescimento deste 
comportamento pode estar na família. Uma vez que tal instituição é um lugar de 
muitas contradições, pois ela organiza a vida emocional de seus membros, 
sendo unidade básica de desenvolvimento e experiência da criança e ao mesmo 
tempo,pode configurar um ambiente de maus-tratos aos seus componentes. Por 
ser a matriz da personalidade do indivíduo, a família também forma a identidade 
que se assume ao longo de nossa existência. 
 
Existe uma grande lacuna entre a experiência real de violência e agressão 
na infância, sua ação em fantasia. A divergência entre fantasia e realidade pode 
ser vista com bastante clareza se examinarmos atentamente os mitos e os 
contos de fada, com os quais a maioria foi criada. Muitos desse contos contém 
atos de violência que, se tomados literalmente, assustariam os mais robustos. 
 
Haverá agressão e violência enquanto as pessoas se virem obrigadas a 
permanecer em um estado semi-humano. Ela se torna uma provável via com a 
qual contam para liberar uma tensão insuportável e alcançar a sensação de 
significação. 
 
O fato das influências socias operarem muito cedo na vida da criança, 
sugere que uma atenção especial deve ser focalizada no processo de seu 
desenvolvimento. Valores morais, atitudes sociais e estabilidade emocional 
podem ser afetados pela experiência social precoce. 
 
Uma criança educada em um ambiente onde existe auto índice de 
agressividade e violência, pode ter seus próprios impulsos agressivos 
reforçados. Elas necessitam de todo potencial agressivo que podem reunir para 
proteger e fazer velar sua individualidade em desenvolvimento. 
 
 
Quatro fatores caracterizam a violência familiar: abuso físico, emocional, 
sexual e abandono. Fatores estes que são registrados no inconsciente pela sua 
expressão por meio de sintomas, sonhos, fracassos e fantasias. 
 
A criança, em sua vulnerabilidade, pode ser vítima do adulto. Já que o 
adulto pode encontrar nela uma vítima fácil, que lhe permite saciar sua 
agressividade. 
 
Muitas famílias ainda vivem respondendo a violência com violência. Cabe 
a nós psicólogos buscar a prevenção da violência e orientar as famílias. E um 
caminho para ajudar essas famílias a buscar a resiliência. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.descobrindocriancas.com.br/
 
 
• Avaliação e observação inicial 
 
 É preciso fazer uma reflexão referente a avaliação e observação inicial da 
criança. 
 
 O primeiro contato com a criança traz muitas informações para o 
psicólogo infantil. Atitudes e manifestação da criança devem ser 
minuciosamente observadas, pois, são elementos indispensáveis ao 
conhecimento mais profundo da personalidade. 
 
 O psicólogo deve observar o modo como a criança cumprimenta, se é 
tímida ou não, sua sociabilidade, imaginação, linguagem, compreensão e 
conhecimentos gerais. Se é atenta ou dispersa, se é espontânea ou fechada. Se 
é alegre ou triste, etc. 
 
 Sabe-se que em geral os adultos reagem de modo intelectualizado diante 
das reações da criança, explicando-as de modo muito abstrato e básico, o que 
impede a boa compreensão essencial. Por isso, para o psicólogo compreender 
a criança não basta, por exemplo, saber teoricamente, que o pensamento infantil 
é pré-lógico. Estas noções ficam esquemáticas quando encaradas abstrata e 
teoricamente, em vez de compreendidas. 
 
 Zulliger atenta para a necessidade de se compreender o pensamento 
simbólico pré-lógico da criança e cita um exemplo: 
 
 Uma criança brinca com um pedaço de madeira envolto num trapo velho; 
fala com ele e, dando ela mesma, uma resposta, que quer ouvir. Dialogando, 
oferece à madeira comida, refrescos, coloca-a numa caixa de papelão, que é o 
berço, etc. Sorrindo, o adulto dirá: “A criança toma a madeira por boneca”; 
imagina que a madeira é uma boneca, brinca com ela, e isto corresponde ao 
pensamento pré-lógico da criança. Estaria errado. A madeira não está em lugar 
da boneca, não é apenas a boneca, mas é o filho da criança. O que se passa 
com a madeira representa muito mais para a criança, do que para nós adultos 
que significa um jogo. O pedaço da madeira, que consideramos brinquedo, é o 
filho da criança e, para ela tem vida. Somente depois de termos compreendido 
este fato, seremos capazes de nos transpormos à criança que brinca, certos de 
 
 
que ela é capaz de chorar amargamente pela madeira, como também 
experimentar, por ela, as mais profundas alegrias. 
Profundo? 
 
 A criança transforma a realidade externa. Em todas as técnicas de 
observação psicológica, o essencial é sermos capazes de compreender a 
criança no seu mundo. 
 
 Dentre as técnicas de observação psicológica, buscamos inicialmente 
uma verbalização com a criança, procurando colocá-la á vontade; e usamos, 
também como recurso, os desenhos, brinquedos, recursos lúdicos e 
posteriormente se houver necessidade os testes. Particularmente só utilizo teste 
ou encaminho para uma neuropsicólogo em último caso. 
 
 Sabemos que a verbalização para a criança constitui uma dificuldade, pois 
ela se exprime mais naturalmente através de projeções, no brinquedo, nos 
desenhos e nos testes. Esta dificuldade é ainda maior quando a criança é muito 
pequena. 
 
 Para a criança verbalizar melhor eu utilizo a técnica dos “3 desejos”, muito 
útil nas entrevistas iniciais. 
 
 Pergunta se a criança gosta de histórias de fadas e solicito que faça 3 
pedidos a uma fada, que ela irá aparecer e realizar seus desejos. 
 
 Crianças inseguras e com sentimento de culpa, frequentemente pedem: “ 
que eu seja bom” “que eu seja feliz” “Que meus pais me queiram bem” “Que 
meus pais voltem a morar junto” “Que eu não tenha medo”. Avalia cada pedido 
da criança que você irá atender. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
• Técnica o meu mundo 
 
 Temos uma parte importante das descobertas da infância, mas quero 
frisar que as técnicas sugeridas são recursos extras e não transformarão você 
em uma psicóloga ou um psicólogo infantil. O que é importante é a sua 
capacidade como terapeuta que transformará estas ideias em ferramentas 
terapêuticas úteis. 
 
A técnica que será trabalhada pode ser aplicada na avaliação incial e 
também no decorrer do seu atendimento, depende da queixa e pode para te 
ajudar na avaliação inicial da criança e do adolescente. Recebi depoimento que 
ela foi aplicada em adulto. Como estamos trabalhando com crianças, 
mencionarei criança. 
 
 O meu mundo azul ou cor de rosa 
 
1. Objetivo 
 Estabelecer uma relação de confiança, oferecer a oportunidade para que 
a criança pratique falar sobre si mesma de uma maneira não-ameaçadora, obter 
informação sobre a criança como uma pessoa autônoma e ajudá-la a ter um 
sentimento positivo em relação a si própria. Isto deve ser feito antes de abordar 
problemas emocionais. 
2. Materiais 
 Papel A3 ou A4, canetas e lápis coloridos e, talvez uma pequena placa 
redonda, ou algo semelhante, para desenhar em volta 
3. Método 
 A maioria das crianças de 7 anos e acima poderá ter mais facilidade desta 
versão da atividade. Crianças menores gostarão de usar a variação. 
 Diga a criança que vocês realizarão uma brincadeira juntos para que você 
possa conhecer um pouquinho mais sobre ela. Pergunte-lhe se ela sabe 
desenhar um mundo, porque vocês podem trabalhar com uma figura mais ou 
menos como essa. Dependendo da idade a criança poderá apresentar 
dificuldade. 
 
 
 Se observar que a criança é capaz de realizar a atividade peça para ela 
escrever o título “O meu mundo” e diga que escreva o seu nome. Após a escrita 
do nome peça que desenhe ela mesma. Converse com a criança sobre como 
ela vê o seu próprio mundo, as pessoas com quem ela gosta de estar, as coisas 
que gosta de fazer. Durante esse momento, mantenha seu olhar terapêutico 
sempre atento à realidade atual da criança. 
 
 Incentive-a a te contar sobre o mundo dela.As perguntas irão ajudar a 
criança. Busque se ater a aspectos positivos nesta tarefa inicial. 
• Qual é a sua comida favorita? 
• Quem é o seu melhor amigo? 
• O que você gosta de fazer depois da escola? 
• Você tem algum bichinho de estimação? 
• Você é bom em quê? 
• Quais são as suas roupas preferidas? 
• Que programa de televisão você gosta de ver? 
• Onde você gosta de ir aos fins de semana/feriados? 
 
Dica: Procure adaptar as perguntas à idade e história da criança, fazendo uso 
do seu conhecimento com respeito à formulação de questão. Na medida em que 
a criança vai respondendo às perguntas, dependendo das respostas, você pode 
formular mais para entender o que ela fala. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
 
 
 
• Desenho 
 
Conseguiu imaginar o quanto é divertido realizar a atividade anterior? 
 As crianças desenham ou escrevem seu mundo da forma que ela 
visualiza. E é muito bom fazer essa descoberta. 
 
 Hoje quero trazer a técnica do desenho. Particularmente eu amo os 
desenhos, ele pode ser feito na avaliação inicial, no processo terapêutico e até 
na despedida. 
 
 O desenho pode transformar histórias de vida, pois ao desenhar, a 
criança, o adolescente e até o adulto constrói e reconstrói uma nova história. 
 
 Desenhar significa exatamente ver e tornar visíveis proximidades e 
distâncias, geometrias antes obscuras, ou seja, ver os problemas e encontrar 
soluções. 
 
 Para a criança o desenho se encontra e se mostra, e depois isso mesmo 
é transformado por suas soluções curativas, se tomado no contexto adequado 
que pode permitir a cura. 
 
 A ideia do desenho para criar e transformar relações. Para a criança, o 
êxito está em transformar também os papéis de quem está à sua volta: pais, 
professores e companheiros, e redesenhar novos equilíbrios, porque esse é o 
efeito da criatividade. 
 
 Os desenhos podem ser examinados a partir de variadas perspectivas – 
evolutiva, projetiva, narrativa, artística etc., todas elas presentes em cada 
produto. 
 
 Por meio do desenho a criança nos fala, nos informa, nos solicita e nos 
responde. Assim também todo artista, de acordo com Leonardo da Vinci, quando 
representa uma figura humana, apresenta a si mesmo. 
 
 
 No desenho, a criança nos fala de seus problemas, de suas descobertas, 
de suas ansiedades. Pode-se considerar o desenho com o duplo significado de 
formador e revelador de personalidade. 
 
 Para que possa ser também revelador da vivência interior, é necessário 
que seja colocado, reconhecido e interpretado num setting terapêutico. 
 
 Essa técnica é tão valiosa que merece mais um dia. Então prossigamos 
com mais descobertas do desenho. 
 
 
 
• Desenho (parte 2) 
 
 
Nesta segunda parte do desenho, trago o método criado por uma 
terapeuta Italiana Vanna Puviani, no qual tive o prazer de conhecer e realizar o 
curso com ela. 
 
 No primeiro encontro, faz-se à criança o pedido de dois desenhos livres, 
um a lápis e um em cores. É muito importante esta primeira declaração de quem 
abre o diálogo terapêutico: nós oferecemos à criança o espaço de uma folha, ela 
concorda e decide narrar aquele problema a alguém, com o lápis e com as cores. 
 
 Após o término do desenho: Pergunte para a criança se ela está satisfeita 
com o desenho. Se sim, comece as perguntas de análise. 
 
 Por exemplo: Se ela desenhou uma pessoa, faça as seguintes perguntas: 
Você nos traz uma pessoa? O que nos mostra? Qual é a sua história? 
 
 Observação: Realize perguntas de acordo com o que ela traz no seu 
desenho e na sua fala. Construa um diálogo a partir do que ela traz no seu 
desenho. 
 A comunicação por meio do desenho passa principalmente pelas 
emoções: as emoções que suscita na criança e as emoções que suscita em nós 
 
 
enquanto psicoterapeuta. É como se o resultado fosse um grande envolvimento 
e grande aproximação emotiva. 
 
 O trabalho com o desenho é uma relação, trata-se de fazer alguma coisa 
em um jogo de perguntas e respostas, em atmosfera de grande expectativa 
recíproca, governada pela imprevisibilidade que sempre suscita grande 
maravilha. A comunicação eficaz é aquela que ajuda a criança a realizar a 
narrativa de si mesmo, do modo mais ricos e mais seu, e nos ajuda a aprender 
como fazê-lo. 
 
 O desenho traz o símbolo, assim carregado de significado, possui grande 
poder transformador. Por meio do desenho, de fato, são expressas partes do 
mundo criativo interior e é estimulada a identificação com novos símbolos, a fim 
de dar novos estímulos e novas oportunidades à criatividade da criança para 
estimular seu crescimento. 
 
 Portanto, utilize o desenho, mas com olhar diferente da análise 
propriamente dita e sim na história da criança. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Escala dos sentimentos 
 
Para criança com mais de 6 anos de idade 
 
1. Objetivo 
 Avaliar a percepção que a criança tem de si mesma numa variedade de 
áreas de problema potenciais. Visa proporcionar um meio fácil e visualmente 
acessível de avaliação que pode ser usado em vários pontos ao longo da 
psicoterapia para monitorar o progresso. 
2. Materiais e método 
 Planilha de sentimentos: Coloca os sentimentos e pede para numerar de 
1 a 5, sendo 1 para “Nem um Pouco” e 5 para “Muito” 
 
Como eu me senti na semana passada? 
 
 Feliz, sociável, preocupado, cheio de energia, mal-humorado, assustado, 
irritado, preguiçoso, diferente dos outros, autoconfiante. (Você pode utilizar 
carinhas representando as emoções.) 
 Não é recomendado utilizar mais de dez conceitos, se a criança conseguir 
responder 5 já está em um bom nível bom. 
 Faça a lista de sentimentos de acordo com os estados de humor que você 
percebeu no primeiro encontro com a criança. Por exemplo, se a criança tiver 
agressiva, questione-a sobre o sentimento de raiva. 
 Se optar pela planilha em formato de escala, peça para a criança circular 
em cada linha o número que reflita o quanto ela sentiu cada um dos 
conceitos/sentimentos durante a semana. Certifique-se de que ela tenha 
entendido bem como funciona a escala. Examine as respostas dela, pedindo-lhe 
que explique cada uma (por que se sente assim, o que a faz mudar esse estado 
de humor, por quanto tempo se sentiu assim). 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
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• Técnica avaliativa com desenho 
 
 Peça a criança que faça dois desenhos, um desenho de figura humana 
inicialmente e depois um desenho de sua família. Após o desenho faça as 
seguintes perguntas: 
 
1. Alguém nesta família bebe muita cerveja, pinga etc.? 
2. Quem nesta família briga muito? 
3. Quem nesta família bate muito? 
4. Quem nesta família tem pesadelo? 
5. Quem nesta família tem sonhos ruins ou assustadores? 
6. Quem nesta família conversa ou grita durante o sono? 
7. Quem nesta família tem dificuldade para conseguir dormir? 
8. Alguém nesta família tem medo de dormir? 
9. Alguém nesta família faz xixi na cama? 
10. Alguém nesta família sente culpado por tudo que acontece com ela? 
11. Alguém nesta família está sempre ficando de castigo? 
12. Alguém nesta família tem um bom comportamento sempre? 
13. Alguém nesta família é muito agarrado aos pais? 
14. Alguém nesta família não consegue ficar só? 
15. Alguém nesta família pede atenção o tempo todo? 
16. Alguém nesta família age como bebê? 
17. Alguém nesta família tem medo? 
18. Alguém nesta família tem medo de ruídos altos, movimentos súbitos, 
de ser tocado? 
19. Alguém nesta família tem medo de ficar só? 
20. Alguém nesta família tem medo de estranho?21. Alguém nesta família está sempre machucado, com roxos, marcas? 
Porque? 
 
Esse questionário pode ser utilizado na avaliação inicial ou no processo 
terapêutico, sempre com foco no momento da criança. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
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• A família para a criança 
 
Agora trago algo que iremos sempre trabalhar: técnicas voltadas para 
investigar a visão da criança frente a sua família. 
 
 E para começar gosto de uma técnica simples e que traz muitas 
informações importantes referente ao olhar da criança na família. O objetivo é 
perceber como a criança traz a família. 
 
 Os materiais são lápis, lápis de cor e papel. 
 
 Você pedirá a criança para desenhar cada membro da família em forma 
de um animal. 
 
 Assim que a criança disser que terminou, pergunte se ela está satisfeita 
com o desenho. Às vezes, a criança volta a fazer o desenho e o completa com 
mais detalhes. Atenção nesse momento! 
 
 Após o término, pergunte quem é cada membro, e vai investigando sobre 
cada animal e sua representação. Por exemplo: A figura de um leão, o que é o 
leão? Ele representa quem da sua família? Como ele é visto na natureza? Como 
ele cuida do seu filho? 
 
 No momento das perguntas, pode perguntar se o animal se parece com o 
membro representado. 
 
 PS: Nem sempre o leão é o pai, o leão pode ser a mãe ou outro membro 
familiar. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
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• Arvoré da família 
 
Essa técnica pode ser aplicada com crianças a partir de 3 anos. Ela irá 
ajudar o psicoterapeuta a descobrir e conceituar a família da criança. Ela é 
particularmente útil para formações familiares mais complexas, como quando 
existe adoção, padrastos ou madrastas, avós que criam e meio irmãos. 
 
 Você pode utilizar uma folha de papel A3 ou cartolina, canetas ou lápis 
colorido. Peça para a criança desenhar a família, que assim ela irá te ajudar a 
entender como é sua família. É necessário que ela desenhe em forma de árvore 
todos os membros da sua família, que reside com você, parentes distantes, 
animais de estimação, pessoas que morreram, entre outras que você observar 
relevante durante o atendimento. 
 
 Caso a criança não desenhe alguém, pergunte para ela o que aconteceu. 
Neste momento, o psicólogo pode escrever e buscar entender a negação de não 
colocar aquele membro. 
 
 Na técnica avaliativa tem mais perguntas que podem te auxiliar no 
momento da aplicação desta técnica. Segue a lista de mais algumas: 
 
• Quem na sua família lhe dá mais abraços? 
• Quem na sua família te ajuda a fazer as tarefas de casa? 
• Quem na sua família te leva na escola? 
• Quem na sua família lê mais? 
• Quem na sua família te busca na escola? 
• Quem na sua família te ensinar a ler? 
• Quem na sua família gosta de animais? 
• Quem na sua família mantém o quarto arrumado? 
• Quem na sua família cozinha as comidas mais gostosa? 
• Quem na sua família vê mais televisão? 
• Quem na sua família brinca com você? 
 
 
• Quem na sua família é mais bravo? 
• Quem na sua família é mais calmo? 
 
Essa atividade é muito reveladora, mostra como a criança percebe sua família. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
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• Diálogo com objetos 
 
Esta pode ser usada com crianças que estão com pais em processo de 
separação ou em fase de adaptação da realidade dos pais. Por exemplo, o pai 
ou a mãe que já tem um outro relacionamento. 
 
 Vamos pensar em um caso onde a criança não aceita o novo marido da 
mãe ou a nova mulher do pai. Para representar a sua não aceitação muda o 
comportamento frente ao pai ou a mãe e passa a brigar com a 
madrasta/padrasto. Isto acontece quando a criança passa a conviver com um 
dos pais. Importante pensar que é um comportamento da criança que pode estar 
sendo recorrente. 
 
 Essa técnica é dialogada com o pai ou com a mãe que estão em outro 
relacionamento e a criança não aceita ou tem algum impasse com o 
padrasto/madrasta. 
 
 Material três lápis coloridos, antes do diálogo peça para a criança 
representar em cada cor uma pessoa. Por exemplo: A criança, mãe/pai e 
madrasta/padrasto. 
 
 Comece o diálogo com os três lápis baseado na queixa. 
 
 Como foi o seu final de semana com seu pai ou sua mãe? A partir daí, a 
criança vai falando e o terapeuta vai interagindo, quando houver fala da criança 
referente a briga peça para ela apresentar a figura. 
 
 É importante analisar o contexto familiar e aceitação da criança por parte 
do padrasto ou madrasta. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
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• Contrato com a criança 
 
Há uma técnica que gosto de aplicá-la com criança que apresenta 
dificuldade de relacionamento com os pais ou desobediência aos pais. 
 
 Faço um contrato com a criança, o qual a criança e a terapeuta assinam. 
Você deverá fazê-lo em duas vias, ficando com uma e pedindo para a criança 
levar a outra. 
 
Segue o exemplo de um contrato realizado: 
• Eu vou obedecer a minha avó e meu tio. 
• Eu vou respeitar as pessoas mais velhas. 
• Não vou xingar e nem sair sem avisar. 
• Vou ouvir o meu tio e minha avó. 
• Vou fazer as tarefas de casa e da escola. 
• Respeitar na aula de reforço e a professora escola 
• Eu vou arrumar a casa com a minha avó. 
 
 O contrato foi escrito pela criança, a ordem de obediência é dela. Há de 
se perceber que ela morava com a avó, nesse caso o relacionamento familiar é 
mais complexo, pois não é tarefa fácil avó criar netos. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
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• Emoção segundo Vigotski 
 
Emoções, como é importante falar delas, então vamos refleti um pouco das 
olhar do Vigostski. Ele abandonou a temática, para dedicar ao desenvolvimento 
infantil, à aprendizagem da linguagem e ao pensamento, no entanto, deixou 
contribuições importantes sobre o tema. 
 
 Mesmo não tendo se dedicado propriamente ao tema emoções, ela se 
encontra em todas as suas obras. 
 
 No processo de mediação ligada as categorias constitutivas do psiquismo 
humano, as emoções estão relacionadas à Afetividade como uma das categorias 
fundamentais, ao lado da Consciência e da Atividade. 
 
 Para Vigotski, as representações afetivas supõem um ato emotivo. A 
imaginação e fantasia estão a serviço da esfera emocional. Mesmo que sua 
expressão apareça muitas vezes como pensamento lógico, a finalidade e a 
direção são dadas pela emoção. A atividade da imaginação representa uma 
descarga de afetos, do mesmo modo que os sentimentos se resolvem em 
movimentos. 
 
 Ao avaliar a criança no aspecto emocional, é importante observar como 
ela busca eliminar as descargas emotivas imediatas que são próprias da primeira 
infância. 
 
 Anteriormente a emoção era vista somente pelo aspecto biológico, 
demonstrando falha pois não explicava a existência dos sentimentos tidos como 
“superiores” no homem. Tais como: sentimentos religiosos, o amor, a emoção 
estética, entre outros e sem levar em consideração uma parte significativa da 
vida psíquica. 
 
 Descobriu-se então que as emoções podem se classificar em inferiores e 
superiores. As inferiores seriam herdadas e de origem orgânica pelo homem por 
antepassados animais e as emoções superiores teriam outra natureza que não 
foi explicada.A contribuição importante de Vigotski reflete na forma como as emoções 
são entendidas e estudadas, principalmente no aspecto infantil. 
 
 A evolução das emoções “Consistia no fato que enquanto o 
desenvolvimento da psiquê humana ia em frente, as emoções retrocediam”. No 
entanto, hoje vejo que com a contribuição de Vigotski e outros autores as 
emoções evoluiriam, o que tornou possível mais estudos sobre o assunto, 
definindo didaticamente cinco emoções principais: medo, raiva, tristeza, nojo e 
alegria. 
 A emoção passa a ser relacionada à formação da personalidade, isto é, 
ao processo de construção e de formação da estrutura psicológica do caráter. 
 
 A emoção não poderia ser estudada isoladamente, mas através das 
relações que estabelece com as outras funções psíquicas, formando um sistema 
funcional como um conjunto dinâmico. O desenvolvimento histórico dos afetos 
ou das emoções consiste fundamentalmente nas conexões iniciais em que se 
produzem e surge uma nova ordem e novas conexões. 
 
 Por isso a importância de avaliar com cuidado os aspectos emocionais da 
criança inserida no seu contexto familiar. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
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• Descobrindo as emoções 
 
 Outro assunto importante para estudarmos são as emoções. 
 
 Em um baú ou uma caixinha você coloca carinhas que representam as 
emoções, existe um baralho que se chama “Baralho das emoções”, nele contém 
todos as emoções, as primárias e secundárias. 
 
 Essa técnica pode ser aplicada em grupo ou individualmente e é 
recomendada para que as crianças conheçam e denominem as emoções. 
 
 Com o baú fechado, comece a contar a história da “caixa de pandora”. 
Você conhece? 
 
Envio a história em anexo em formato de foto. 
 
 Procure contar a história de forma bem poética, em algumas partes da 
história tem momento de interação com a criança. 
 
 Segue: 
 
 
 História a caixa de Pandora 
 
Há muito tempo atrás, as pessoas acreditavam na existência de diferentes 
deuses. Existia o deus do mar que se chamava Netuno, o deus da guerra, cujo 
nome era Marte, a deusa da sabedoria que era chamada de Minerva e assim por 
diante. Os deuses, segundo se acreditava, viam em um lugar chamado Olimpo 
e apareciam frequentemente aos homens. 
Conta-se que um desses deuses entregou a uma jovem chamada Pandora, uma 
caixa fechada para ela guardar, semelhante a esta que eu tenho na mãe. Aquele 
deus disse que o conteúdo da caixa não podia se revelado a ninguém e que 
cabia a ela a tarefa de proteger a caixa com muito cuidado. Pandora, então, 
guardou a caixa e nada disse para suas amigas, nem para seus familiares. 
 
 
Com o passar dos dias, Pandora foi ficando cada vez mais curiosa para saber o 
que continha aquela caixinha misteriosa. Ela não se cansava de examiná-la. 
Apertava, balançava, colocava junto aos ouvidos, de um lado, de outro e nada 
ouvia. Por fim, chegou à conclusão de que só poderia descobrir o mistério se 
abrisse a caixa. Mas a recomendação recebida era que a caixa não deveria ser 
aberta. 
Nesse momento é importante perguntar: O que vocês fariam se recebessem 
uma caixa para guardar sem saber o conteúdo dela? Pandora foi ficando cada 
vez mais desesperada. Até que um dia: adivinhem o que ela 
fez? Não resistindo mais, Pandora abriu a caixa! Vocês nem podem imaginar o 
que aconteceu! (Pausa). De repente, pularam da caixa umas coisas estranhas, 
com diferentes cores, difícil de saber o que eram. Essas coisas se multiplicavam 
rapidamente e entravam nas pessoas. 
Foi aí que todo mundo, todo mundo mesmo, ficou com sentimentos de medo, 
alegria, surpresa, raiva, amor, ódio e tantos outros. Alguns desses sentimentos 
traziam felicidade, bem-estar; outros traziam descontentamento, infelicidade. Ela 
percebeu que faltava um único sentimento para sair e então fechou a caixa 
rapidamente impedindo que ele saltasse para fora. 
Aquele deus logo ficou sabendo o que Pandora havia feito e veio voando muito 
zangado. Ao chegar, foi logo perguntando: Pandora, o que você fez? (voz grossa 
e alta). 
Nesse momento você pode perguntar: Quando o deus fez essa pergunta, qual 
sentimento de Pandora? 
Pandora tremeu, a boca secou, os olhos se abriram bastante e ela pensou em 
se esconder, mas viu que isso era impossível. Então resolveu enfrentar a 
situação, porque enganar as pessoas com mentiras, isso ela não fazia. Ela 
respondeu à pergunta do deus: 
- Olha, de fato eu errei ao abrir a caixa. Minha curiosidade foi muito grande. Mas acho 
que teve um lado positivo, porque todo mundo precisa ter sentimentos. Para compensar 
minha falta, disponho-me a ajudar as pessoas a identificarem seus sentimentos. Logo de 
cara todo mundo deve saber que bem lá no fundo do nosso cérebro existe uma caixinha 
de sentimento. Além disso, o último sentimento que não saiu é o da esperança. 
Assim, quando todos os sentimentos forem vividos pelas pessoas, nada mis restando, 
elas podem abrir a caixa e deixar que a esperança tome conta delas. Desse dia em diante 
todas as pessoas do mundo inteiro passaram a ter diferentes sentimentos e, de vez em 
quando, dependendo da situação que estão vivendo, os sentimentos saem lá da caixinha 
e se refletem no corpo todo delas. É por isso que adivinhamos, olhando o rosto e os olhos 
de cada pessoa, o medo, a raiva, o amor e todos os outros sentimentos também. 
 
 
 Após o término da história apresente as emoções, dependendo da idade 
pode ficar apenas com as emoções primárias (Amor, Alegria, tristeza, raiva e 
Nojo). 
 Esse é um momento muito revelador durante a sessão, observa a 
fisionomia e reações da criança durante a história. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
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• Emoção alegria 
 
 
A primeira emoção a ser estudada é a alegria. 
 
 Como diz o nosso amigo Willian Shakespeare “A alegria evita mil males e 
prolonga a vida” . 
 
 Podemos pensar que a criança consegue conhecer a emoção alegria 
facilmente, mas nem sempre isso acontece. 
 
 Para identificar a emoção alegria, você pergunta à criança como ela sente 
se alegre. 
 
 Para ajudar essa identificação, fale uma manifestação que demonstra a 
emoção alegria e peça para a criança ir nomeando. Caso queira, pode pedir para 
ela desenhar a sua maior alegria. 
 
✓ Possíveis manifestações da alegria 
 
1. Amor/ ternura 
2. Curiosidade 
3. Entusiasmo, expectativa 
4. Sorriso, riso, gargalhada 
5. Diversão 
6. Felicidade 
7. Frio gostoso na barriga 
8. Vontade de brincar muito 
9. Vontade de compartilhar 
10. Criação de vínculos e ter mais amigos 
11. Vontade de se comunicar 
12. Vontade de cantar e dançar 
13. Leveza 
 
 Como sabemos a emoção alegria não chega no consultório como queixa, 
ela vai aparecendo no decorrer da psicoterapia, você pode trabalhar a emoção 
alegria para avaliar o andamento psicoterápico e como essa está desenvolvendo 
emocionalmente. 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
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• Emoção Tristeza 
 
 
 Vamos falar da temida e necessária tristeza, a criança precisa entender 
o lado positivo de ficar triste e o lado negativo. 
 
 A tristeza aparece em forma de recolhimento e de tendência à introversão. 
Sua expressão pode ser sinalizada por choro, lágrimas. A expressão facial 
demonstra preocupação e seriedade, as sobrancelhas se erguem no centro, 
franzindo a testa, os lábios se curvam para baixo, chegam a tremer. 
 
 Para ajudar a criança nomear as emoções e descobrir o que deixa ela 
triste. 
 Organizar revista ou imagem que tenha cores frias:azul, verde e cinza. E 
também imagens com cores quentes (vermelho, amarelo e laranja), papel e cola. 
 
 No primeiro momento peça para escolher imagens com as cores frias e 
vai colando no papel. Neste momento, observe as escolhas da criança e depois 
da colagem realizada faça perguntas para verificar as revelações da criança. 
 
 Satisfeita com as respostas da criança e verificando as possíveis 
revelações de tristeza dela, comece a colagem com as cores quentes e faça as 
perguntas. 
 
 Observando mais choro na criança você pode utilizar uma garrafa ou um 
pote e pedir para a criança depositar seu choro nela. Assim a criança chora tudo 
e não corta o choro. 
 Depois você pode mostrar para a criança como ela pode lidar com a 
tristeza. 
 
• Ouvir a sua música favorita 
• Lembrar de algo que a deixa feliz 
• Refletir sobre o que a deixou triste 
• Conversar com um amigo ou com sua família sobre o motivo que a 
deixou triste 
• Perguntar para uma pessoa importante, o que ela faz quando fica triste? 
• Brincar com o seu brinquedo favorito, até a tristeza passar. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
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• Emoção raiva 
 
 
Como é bom trabalhar as emoções! 
 
 Agora vamos falar da emoção raiva. Na primeira semana trabalhamos a 
agressão que pode gerar violência, esse tema está bem ligado a emoção raiva. 
Por isso, é muito importante ensinar a criança a lidar com essa emoção. 
 
 
 Peça para a criança iaginar coisas que a deixa com raiva, com muita raiva, 
depois entregue para ela uma folha de papel e peça para escolher um cor de 
lápis que pode ser normal ou de giz de cera. 
 
 Normalmente elas escolhem cores escuras, principalmente preta e 
vermelha. 
 
 
 Fale para ela riscar a folha com toda a sua raiva, até que sinta a raiva 
passar ou esteja satisfeita. Após ela jogar toda a raiva no papel, faça uma 
pequena reflexão ou uma respiração com ela. 
 
 Entregue outra folha com lápis e giz de cera e peça para ela desenhar 
alguma coisa que apresenta a natureza. 
 
 
 Converse com ela sobre o desenho e no final reflita com a criança, as 
formas de lidar com a raiva. Mostre que quando olhamos as cores com raiva elas 
ficam escuras e apresentam dificuldade de enxergar, no entanto, quando 
olhamos com cores brandas como da natureza podemos parar e acalmar para 
enxergar as coisas diferentes. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
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• Emoção Medo 
 
 Chegamos na emoção que se caracteriza por uma sensação 
desagradável e intensa que surge frente à percepção de um perigo real ou 
imaginário, o medo. A energia se retrai para dentro do corpo, e algo de fora 
assombra a criança a ponto de sentir a sensação de ameaça e perseguição. 
 
 Material para as técnicas: canudos, tintas coloridas, papel, caneta, lupa, 
cola e tesouras. 
 
 Peça para a criança ficar de olhos fechados (se for necessário pode 
colocar uma venda) depois peça para ela imaginar seus medos, o maior e o 
menor. Neste momento conte à ela que o medo não vive fora, ele está dentro da 
cabeça. 
 
 
 Após explicar a emoção medo e a criança ter falado o seu medo, faça um 
exercício de imaginação. Fale para ela imaginar o que é preciso para combater 
o medo. Solicite da criança ideias para mandar o medo para fora e focar na 
coragem. 
 
 Depois das ideias dela você pode utilizar e entender como fazer. Após 
ouvir você pede para assoprar tintas com canudos. Jogue fora o medo e traz 
coragem. 
 
 
 Você pode também construir com a criança monstros, peça para ela 
desenhar e depois utiliza a lupa e mostre que quando estamos com medo 
enxergamos as coisas grandes ou maiores do que realmente são. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
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• Três emoções 
 
Depois de um conteúdo tão emocionante, nada melhor do que 
descobrirmos se estamos alegre, triste ou zangado. 
 
 Objetivo: Descobrir as questões emocionais e possibilitar discutir seus 
sentimentos. 
 
 Para essa técnica você pode utilizar canetas coloridas, lápis e papel. 
 
 Peça para a criança desenhar três rostos que represente estar alegre, 
triste e zangado. Oriente a criança para desenhar num pequeno espaço da folha 
que o restante será utilizado para escrita. 
 
 Cada carinha você pede a criança para fazer um balão sobre ela, 
deixando espaço para escrever. Comece pela emoção positiva. 
 
 Na carinha de alegre pergunte para criança “O que faz você sentir 
alegre?” “O que deixa você alegre?” e discuta cada exemplo. Você faz a pergunta 
para cada carinha. 
 
 Quando terminar todas as emoções volte na emoção positiva para 
finalizar no aspecto positivo. 
 
 Essa técnica é bem reveladora no que se refere às emoções e aos 
sentimentos da crianças. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
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• Luto Infantil 
 
 Para fechar essas nossas descobertas iremos falar da importância de 
conversar sobre o luto e irei trazer técnicas para ajudar a criança a enfrentar 
perdas e reduzir o estresse. 
 
 Infelizmente nós, profissionais, não somos preparados para lidar com o 
luto e com todo esse sofrimento e essa dor, principalmente vindo das crianças. 
 
 Pensar a morte é repensar a vida! Por isso é importante falarmos de 
morte. Enquanto profissionais da saúde emocional precisamos trabalhar com o 
luto e com a prevenção da morte, ou seja, falar dela com mais frequência a assim 
nos prepararmos e ajudar a crianças a entender esse fato que nos incomoda, 
mas que de alguma forma acontecerá conosco. 
 Penso que o preparo para a morte precisa acontecer durante a vida. 
 Enquanto psicóloga infantil nos deparamos com crianças que perdem 
seus pais e nem sabem o motivo, os familiares não falam para elas. Mas claro 
que precisa ser dito de acordo com a sua idade e seu modo de entender. 
 
 Eu acredito que ao adentrarmos nas descobertas infantis com abertura 
para o acolhimento, poderemos repensar aspectos pertinentes a morte, perdas 
e luto, exercendo reflexões e partilhando experiências no momento de 
convivência. 
 É importante repensar a forma de lidar com a morte. 
 
 A criança que passa por alguma perda na vida precisa ser auxiliada para 
ter boas lembranças do membro da sua família, do seu amigo ou do animal de 
estimação. 
 
 Material que será utilizado papel, lápis, canetas coloridas, tinta, giz de 
cera ou figura e cola/fita adesiva. 
 
 Pergunte à criança qual a sua melhor lembrança ou lembranças da 
pessoa ou animal que morreu. Converse com ela como pode recriar essa 
 
 
lembrança visualmente ou em forma de desenho. Durante ou depois o desenho, 
converse com a criança sobre a imagem. 
 
• Essa é sua melhor lembrança? Por que? 
• Qual lembrança esse desenho traz mais? 
• O que você vai fazer com esse desenho? 
• O que a pessoa/animal pensaria desse desenho? 
 
Você pode perguntar a medida em que a conversa for evoluindo. 
 A criança costuma pedir para desenhar outras lembranças, deixe ela 
desenhar, faça perguntas relevantes para o desenho e assim poderá descobrir 
mais sobre essa perda. 
 
 Para ajudar a criança a lidar com as perdas, ensine ela a realizar 
corretamente a respiração, caso ela encontre dificuldade, não a force. Algumas 
crianças conseguem controlar a respiração, outras apresentam dificuldades. 
 
 Pegue uma vela, peça para encher o pulmão de ar e assoprar, quantas 
vezes ela quiser e você perceber que ela está mais aliviada. 
 
 Encontre uma boneca, preferencialmente parecida com fada e peça a 
criança para realizar três pedidos para a fada, lembrandoque são referentes a 
perdas. 
 
 Você pode pedir para ela pedir que a fada leve um recado para a pessoa 
que a criança perdeu. A cada pedido, acenda a vela e peça para a criança apagá-
la. 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
• Visita escolar 
 
Outro assunto importante que devemos falar um pouco é a visita escolar. 
 
Você já fez? 
 
 Dependendo da queixa na qual a criança foi encaminhada ou se foi por 
livre espontaneidade dos próprios pais, não é preciso realizar a visita na escola. 
No entanto, quando o atendimento é direcionado para criança, raras as vezes 
que não será preciso a psicóloga realizar a visita escolar. 
 
 Antes de realizar a visita na escola, é importante entrar em contato com a 
professora e assim marcar um horário que a escola estiver disponível para te 
receber. A maioria das vezes, o professor marca uma pequena reunião com a 
coordenação, direção e demais professores que acompanham a criança. 
 
 Procure marcar o horário que a criança esteja na escola, assim você 
aproveita e realiza uma observação. 
 
 É importante ressaltar que as visitas sejam marcadas após a segunda ou 
terceira sessão realizada com a criança, assim você já descobriu um pouco 
sobre a criança e não ficará contaminada apenas com as observações da escola. 
 
 Durante a conversa ou reunião, priorize observar se a escola formou 
algum rótulo para aquela criança ou se estão expressando dificuldade de lidar 
ou ainda se estão com vontade ajudar essa criança. Busque descobrir também 
a relação pais e escola. 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br 
 
 
 
• Técnica para despedida 
 
 Na psicoterapia infantil encontramos vários motivos para a desistência da 
terapia, ou os pais tiram as crianças por conta própria, ou por situação financeira, 
ou mudança de cidade, entre outros. O fato é que é importante realizar uma 
despedida do processo terapêutico com a criança. 
 
 Coloque próxima da criança, folha de papel, lápis de cor, tinta, massinha, 
o que tiver no consultório que achar necessário. 
 
Peça para a criança realizar os passos seguintes: 
 
• Uma recordação para a minha psicóloga 
• Aqui estou em uma de minhas sessões de terapia (Escrever os motivos 
pelos quais venho para a terapia) 
• O que mais gostei nas minhas sessões 
• O que aprendi com a minha terapeuta 
• O que menos gostei nas minhas sessões 
• O que sinto com a minha despedida 
 
O que a terapeuta faz para a criança 
• Uma recordação da minha psicóloga 
• O que a minha terapeuta sente ao despedir-se de mim 
 
 Uma dica é escrever o que você sente como terapeuta durante o final da 
terapia. Lembrando que é importante ser sincera nos seus sentimentos. 
 
Observação: Você fica com a cópia do livrinho e entrega o original para a criança 
ou pode registrar em forma de foto. 
 
 
 
• Referência 
 
O conteúdo que trouxe para você, foi baseado nas minhas descobertas 
durante a trajetória profissional. Para teoria e técnica tive algumas referências 
que utilizei como base. 
 
• Distúrbios psiquiátricos da criança – Haim Grunspun – 3 edição – Livraria 
Atheneu - 1981 
• Artigo: Contribuição de Vigostski para o estudo das emoções – Silvia Lane 
e Denise Camargo 
• Terapia Criativa: Atividades com crianças e adolescentes – Angela 
Hobday e Kate Olier – Edições Loyola - 2014 
• O uso do desenho no trabalho clínico com crianças: Teoria e técnica – 
Vanna Puviani – Editora Artesã – 2013 
• Diario das emoções – Anna Llenas – Benvirá – 2015 
 
Gostaria do seu feedback referente ao curso “Contéudo 
Gratidão pelo seu “Sim” ao meu contéudo! 
Muito sucesso para você! 
Estarei por aqui sempre a disposição! 
 
 
Eanes Moreira dos Santos Maciel 
Psicóloga e Diretora da Organização Descobrindo Crianças 
CRP 09/5798 
www.descobrindocriancas.com.br

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