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Randomização · Randomização • A randomização é um processo de seleção em que cada paciente tem a mesma probabilidade de ser sorteado para formar a amostra ou para ser alocado em um dos grupos de estudo. Em um estudo não-randomizado os pesquisadores poderiam, mesmo que involuntariamente, alocar no grupo de intervenção os melhores pacientes da amostra (que morem mais perto, mais colaborativos, de melhor prognóstico), o que poderia comprometer a validade dos resultados. • É a peça fundamental dos estudos randomizados, controlados (ERC). ERC - considerado o design gold standard para avaliação de eficácia de novas (intervenções – tratamento, exames...). • Randomização é o processo de alocação dos participantes do estudo (população do estudo) em um dos grupos a ser estudado/ comparado. Fornece a mesma probabilidade de ser alocado em um dos grupos do estudo. • A alocação não pode ser alterada por nenhum participante do estudo (mesmo PI). • A população a ser alocada terá a mesma chance de participar de um dos grupos do estudo com a mesma probabilidade. • Os grupos terão características (conhecidas e não conhecidas) semelhantes. Serão dessa forma comparáveis. • Grupos serão balanceados. • Facilita e torna a comparação dos desfechos (outcome) justa e comparáveis. • Nem o investigador, nem os participantes do estudo influenciam na alocação dos mesmos nos grupos. (ocultação de alocação - a incapacidade de haver influência na divisão e alocação dos pacientes). • Evita viés de seleção · Viés de seleção • Viés é um erro sistemático que ocorre durante o processo do estudo. • O viés de seleção é um tipo de erro sistemático resultante da alocação dos participantes em um dos grupos do estudo com base nas suas características de base. • O viés faz com que os grupos não serão balanceados (com base nas suas características de base). • As conclusões poderão ser influenciadas por essas características gerando erros nos resultados do estudo. · Métodos de randomização 1. Randomização simples: método mais comum e não necessita e não deve ser sequencial. É um método fácil e barato. No entanto, não é adequado para amostras com menos de 100 participantes, porque pode desencadear grupos desbalanceados (tanto em características de base quanto em número de participantes). 2. 3. Randomização em blocos: é um método que aloca os participantes dentro de blocos e em cada grupo de estudo (ao invés de randomizar os participantes individualmente nos grupos). Os blocos possuem tamanhos pré-determinados (cada bloco contém em média 4 a 6 participantes). Dentro de cada bloco o número de participantes por grupo do estudo é balanceado. T=tratamento; C=controle. Ex: A lista de randomização será uma sequência randômica das 6 possibilidades de blocos. Cada bloco poderá ser repetido. O programa irá selecionar 1 das 6 combinações para um bloco de 4 pacientes. Como desvantagem, há a possibilidade do pesquisador adivinhar a sequência de randomização, podendo descobrir para que bloco determinado paciente vai, principalmente o último, o que compromete a ocultação de alocação e possibilita viés de seleção. 4. Randomização em blocos variável: exclui a possibilidade de saber para que grupo determinado indivíduo vai, pois gera lista com blocos de 4, 5 e 6 participantes, mantendo o tamanho dos grupos balanceados e preservando a ocultação de alocação. 5. Randomização estratificada: é um método alternativo quando as covariáveis são importantes e podem impactar no outcome (desfecho) dos estudos. Inicialmente, os pacientes são separados em estratos de acordo com as características de base (sexo, idade, comorbidades, estágio de doença). Idealmente o número de estratos deve ser menor que 2 e preferencialmente variáveis dicotômicas · Cegamento ou mascaramento: é o princípio metodológico da manutenção da alocação após o processo de ocultação de alocação (ninguém sabe de nada). Mantém o status do grupo após a randomização. Pode valer tanto para: participante, pesquisador, médico assistente, responsável pela coleta de dados, estatístico. · Regulamento e aderência: refere-se a identificação e inscrição dos participantes do estudo, desde o aspecto operacional até sua manutenção no estudo. É conseguir manter o paciente no estudo. “Attrition” é a perda dos participantes durante o estudo, seja por óbito, perda da continuidade do estudo, mudança de endereço ou retirada intencional do estudo. Aderência – arte de manter o paciente em um estudo clínico até o fim. Para isso, pode haver oferta de atrativos (impossível no Brasil e melhorar a relação médico-paciente. Uma má aderência reduz o número de participantes, aumenta o tempo de tempo, aumenta o custo, ameaça a validade dos dados estatísticos pois começa a ter dados ausentes; ameaça a validação interna e pode desencadear viés – particularmente se as perdas forem maiores em um determinado grupo