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01 - Teoria Geral dos Sistemas

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TEORIA GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO II
Jeanine dos Santos Barreto
Teoria Geral dos Sistemas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os pressupostos básicos da Teoria Geral dos Sistemas.
 � Relacionar as organizações com os sistemas abertos.
 � Analisar a TGS a partir de seus avanços e implicações na Administração 
atual.
Introdução
A Teoria Geral dos Sistemas surgiu em meados da década de 1950 com 
a ideia de produzir teorias e conceitos que pudessem ser aplicados na 
realidade empírica, unificando várias áreas do conhecimento.
Um sistema consiste em um conjunto de partes interdependentes, 
que formam um todo unitário, e executam funções em prol de um ob-
jetivo comum. Nesse sentido, a TGS considera as organizações como 
sistemas abertos, que interagem, influenciam e são influenciados pelo 
meio ambiente em que estão inseridos.
Neste capítulo, você vai estudar os pressupostos básicos da TGS, o 
conceito de organizações como sistemas abertos e a TGS e suas impli-
cações na Administração atual.
Origens e pressupostos básicos da 
Teoria Geral dos Sistemas
Seguindo as definições estabelecidas por Chiavenato (2006) e Maximiano 
(2006), podemos definir sistema como um conjunto de partes interdependentes 
que, combinadas, formam um todo organizado e unitário; trata-se de um grupo 
de elementos individuais que interagem entre si e executam determinadas 
funções para atingir objetivos em comum. O resultado atingido pelo sistema 
normalmente é maior e melhor do que o resultado que seria atingido se cada 
parte agisse sozinha.
A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) surgiu em meados da década de 1950 
a partir do trabalho do biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy. Ela não 
tem o propósito de solucionar problemas ou de buscar maneiras práticas de 
solucioná-los, e sim de produzir teorias e conceitos que possam ser aplicados 
na realidade empírica, como uma forma de unificar as ciências.
Empirismo é uma teoria que afirma que o conhecimento vem principalmente a partir 
da experiência sensorial, ou seja, de tudo que pode ser captado do mundo exterior 
por meio dos nossos sentidos. Desse modo, a expressão realidade empírica refere-se 
à realidade observável, experimentável, prática.
O conceito de sistemas foi difundido pelo avanço tecnológico. Foi com 
o aumento do uso da tecnologia da informação em diferentes áreas que se 
percebeu a incoerência de tratar as ciências todas de forma isolada. Com a 
interação entre as ciências, muitas criações e avanços aconteceram, envolvendo 
todos os ramos da ciência. 
Atualmente, o pensamento sistêmico se aplica a várias áreas, com o objetivo 
de fazer as pessoas não apenas realizarem a tarefa pretendida, mas a executarem 
de maneira eficiente, com o menor custo possível e sem gerar impactos negati-
vos no restante do processo. O conhecimento acerca dos sistemas proporciona 
uma visão abrangente, global e holística sobre um conjunto de elementos 
interdependentes, analisando-os por uma configuração e identidade total.
O jargão “pensar globalmente, agir localmente” traduz perfeitamente o modo como se 
deve agir em uma organização, quando a pensamos sob a ótica de um sistema. Essa 
frase é muito popular, mas não se sabe ao certo quem deu origem a ela.
Teoria Geral dos Sistemas2
Pressupostos básicos da TGS
A Teoria Geral dos Sistemas tem alguns pressupostos básicos, que são (CHIA-
VENATO, 2006):
 � Os sistemas existem dentro de outros sistemas, ou seja, cada sistema é 
formado de outros sistemas menores (subsistemas) e, simultaneamente, 
fazem parte de sistemas maiores (suprassistemas).
 � Os sistemas são abertos, ou seja, interagem com o meio ambiente ao 
seu redor.
 � Os sistemas têm funções que vão depender do tipo de estrutura que 
os compõem, ou seja, cada sistema tem objetivos e finalidades que 
traduzem o seu papel e a sua relação com outros sistemas, dentro do 
ambiente onde estão.
Ela também relaciona algumas premissas básicas (CHIAVENATO, 2006):
 � Os sistemas são maiores do que a simples soma das partes que os inte-
gram. Para entender um sistema, é preciso identificar cada parte que o 
compõe, e ainda a relação existente entre cada uma delas.
 � A análise de cada parte individual do sistema deve ser feita sempre 
levando em consideração o todo ao qual ela pertence.
 � Quando se faz parte de um sistema, pode ser que alguns objetivos 
menores tenham que ser sacrificados em detrimento do atingimento 
de um objetivo maior, comum para todos.
 � Os sistemas devem ser encarados como um sistema de informações, para 
que possam ser entendidos e seus problemas possam ser identificados 
e corrigidos.
Os sistemas envolvem um propósito ou um objetivo, pois sempre têm uma 
meta ou finalidade para alcançar. Eles também têm uma visão de totalidade, 
ou de globalismo, pois qualquer estímulo que uma parte de um sistema sofra 
vai afetar todas as demais partes integrantes, devido ao fato de existir rela-
cionamento entre elas.
Tanto quando se fala de organismos vivos quanto quando se trata de qual-
quer tipo de sistema organizado, uma organização é caracterizada pelo seu 
crescimento, ordem de hierarquia, separação por especializações, órgãos de 
controle, e assim por diante. Os seres vivos são exemplos dos mais impor-
tantes sistemas abertos, pois, por suas interações com o meio ambiente, eles 
3Teoria Geral dos Sistemas
conseguem se adaptar e se ajustar para poder sobreviver. É por isso que são 
feitas muitas comparações entre eles e as organizações, uma vez que uma 
empresa deve reagir com o ambiente onde está inserida, mudando e revendo 
seus produtos, serviços, processos, metas, estratégias e estrutura, para que 
possa se adaptar e sobreviver no mercado.
Dessa forma, a Teoria Geral dos Sistemas procura tratar os sistemas e os 
processos nas organizações como um grande conjunto unitário, e não como 
um conjunto de partes separadas. Essa teoria é muito importante porque 
torna necessário fazer uma avaliação da organização como um todo, e não 
de maneira dividida, em setores ou áreas diferentes. 
Para que isso aconteça, é fundamental identificar o maior número de ele-
mentos e variáveis possíveis, sejam internos ou externos, que podem influenciar 
de alguma forma nos processos organizacionais. Além dessa identificação, é 
importante que seja dado feedback ao longo de todo o processo. 
Dentro da área de Administração, a Teoria Geral dos Sistemas passou a 
ser usada a partir da necessidade de se intensificar a aplicação da tecnologia 
da informação nas empresas.
Conceitos básicos da TGS
Na Teoria Geral dos Sistemas, os sistemas vivos, sejam eles formados por 
indivíduos ou pelas organizações, são tidos como sistemas abertos, onde 
existe uma interação constante entre o ambiente e a informação. Essa teoria 
permite analisar e conceituar os fenômenos de uma maneira global, permitindo 
integrar assuntos que muitas vezes podem ser totalmente diferentes entre si.
Existem alguns conceitos que são importantes para que se entenda a Teoria 
Geral dos Sistemas (MAXIMIANO, 2006):
 � Entropia: diz que todo sistema se desgasta, se deteriora.
 � Entropia negativa: diz que todo sistema deve lutar contra a entropia, 
para que continue a existir.
 � Homeostase: diz que todo sistema tem capacidade de se manter em 
equilíbrio e harmonia.
 � Heterostase: diz que todo sistema, quando sofre uma ação de entropia, 
tende a se reequilibrar.
Teoria Geral dos Sistemas4
O pensamento dos processos unidos em forma de sistema é fundamental 
para as organizações, por vários motivos. Entre eles, estão:
 � Para auxiliar nas decisões sobre a estrutura física necessária à fabricação 
de produtos e à prestação de serviços.
 � Para organizar a comunicação entre os colaboradores dos processos, 
para que os produtos e os serviços sejam entregues de maneira a atender 
a todas as expectativas dos clientes.
 � Para envolver as pessoas, a fim de que elas se empenhem e coloquem 
seu esforço nos processos dos quaisparticipam.
 � Para que as pessoas tenham condições de realizar o trabalho que é es-
perado delas, desenvolvendo e colocando em prática suas competências, 
habilidades e conhecimentos.
 � Para aproveitar as vantagens que a Tecnologia da Informação proporciona, 
por meio do desenvolvimento de ideias, que acabam se tornando sistemas 
informatizados que facilitam o trabalho das pessoas em toda a organização.
A criação da Teoria Geral dos Sistemas fornece modelos e padrões que 
podem ser utilizados em vários campos da ciência e em várias áreas, o que traz 
economia de tempo e de trabalho, e aumenta o desenvolvimento e o progresso 
nos processos e organizações.
A relação entre as organizações e 
os sistemas abertos
Conforme Maximiano (2006), os sistemas podem ser classificados quanto 
a sua estrutura ou forma como são constituídos e quanto a sua natureza. 
Em relação a sua estrutura, eles ainda podem ser classificados em concretos, 
como é o caso de uma máquina, que pode ser descrita de maneira detalhada e 
quantitativa; e abstratos, como é o caso de valores, cultura, metas, que, para 
serem descritos, precisam de subjetividade e características qualitativas. Já em 
relação a sua natureza, os sistemas ainda podem ser classificados em abertos, 
quando apresentam uma interação com o ambiente onde estão inseridos; e 
fechados, quando não interagem com o meio.
Um sistema aberto é aquele que apresenta fortes relações de intercâmbio 
e interação com o meio ambiente onde se localiza, por meio de entradas que 
recebem e saídas que enviam de maneira regular para o seu exterior. Ele pode 
ser definido como um agrupamento de partes, que são independentes, mas 
5Teoria Geral dos Sistemas
interagem de maneira constante para formar um todo dotado de sinergia, que 
tem como finalidade o atingimento de propósitos específicos em interação 
permanente com o meio ambiente.
A Teoria Geral dos Sistemas diz que os sistemas são abertos e reagem às 
interações que sofrem pelo ambiente onde estão inseridos. As interações com o 
ambiente fazem com que o sistema seja realimentado de uma maneira negativa 
ou positiva, o que traz como consequência uma regulação de forma regenerativa, 
que gera características benéficas ou maléficas para o sistema como um todo.
Os sistemas fechados são os que não sofrem influência, nem interagem com o 
ambiente onde estão inseridos.
Nesse sentido, toda organização é considerada um sistema aberto, porque 
ela sofre interações com o seu ambiente interno (funcionários, setores, proces-
sos) e seu ambiente externo (concorrentes, clientes, economia, fornecedores, 
governo, política, meio ambiente).
Os elementos interdependentes que formam o sistema de uma organização 
podem ser visualizados na Figura 1.
Figura 1. Elementos do sistema de uma organização.
Fonte: Boteon ([2004?]).
Entradas Saídas
Transformação ou
processamento
Retroação
(feedback)
Informações
Energia
Recursos
Materiais
Informações
Energia
Recursos
Materiais
Teoria Geral dos Sistemas6
As entradas ou os insumos, também chamados de inputs, são os elementos 
que possibilitam que o sistema tenha início, fornecendo o material, o recurso 
ou a informação necessária para que a operação do sistema se inicie.
O processamento ou a transformação, também chamados de throughputs, 
são os elementos ou os fenômenos que transformam, convertem as entradas 
do sistema em suas saídas.
As saídas ou os resultados, também chamados de outputs, são o resultado 
da união dos elementos e dos relacionamentos que aconteceram no decorrer 
dos processos do sistema.
A retroação ou retroalimentação é o elemento que compara a saída de um 
sistema com um critério ou padrão que havia sido estabelecido previamente.
O ambiente é o meio externo onde o sistema está inserido, ou seja, é o 
elemento com o qual o sistema, apesar de ser independente, se relaciona e 
interage.
O conceito de sistema aberto trouxe uma nova forma de pensar para a área 
da Administração, levando em consideração alguns elementos (MOTTA; 
PIMENTA; TAVARES, 2006):
 � A natureza de um sistema, de estar em contínua transformação, contrasta 
com a tendência estática de uma organização.
 � Um sistema rígido, que seja utilizado em uma organização, não tem 
como perdurar se ele não conseguir trazer as respostas necessárias para 
qualquer mudança que deva ocorrer no ambiente.
 � Uma organização, enquanto sistema aberto, deve oferecer ao ambiente 
onde ela está os produtos e serviços que ele necessita e, se for preciso, 
deve criar no seu meio a necessidade de ter seus produtos e serviços, 
pois é assim que ela vai garantir a sua viabilidade e a sua longevidade.
 � Uma organização precisa ser informada constantemente sobre a quan-
tidade e, principalmente, a qualidade do que o ambiente oferece e pode 
lhe servir de insumo, e sobre os produtos e serviços que ela oferece 
ao ambiente.
Basicamente, pode-se dizer que uma organização é um sistema do tipo 
aberto pelos seguintes motivos (CHIAVENATO, 2006):
 � As organizações são sistemas organizados, que funcionam sob 
hierarquia.
 � As organizações podem ser reestruturadas e reorganizadas quando se 
fizer necessário, podendo ser reconstruídas.
7Teoria Geral dos Sistemas
 � Não existe um ciclo de vida definido para uma organização, não se 
pode prever por quanto tempo vai durar.
 � As organizações formam sistemas abstratos, que podem ser descritos 
por elementos subjetivos e qualitativos, psicológicos e sociológicos.
 � As organizações são sistemas incompletos, que precisam da interação 
com outras organizações para se desenvolver.
 � As organizações são atingidas pelas mudanças externas, desconhecidas 
e incontroláveis, que afetam suas unidades, tais como a economia.
 � As organizações são sistemas onde uma mudança em suas unidades 
vai gerar um efeito em todas as suas outras unidades, por isso as partes 
precisam trabalhar em harmonia e ser controladas por métodos de 
integração e controle.
 � As organizações têm capacidade de se modificar e modificar sua estru-
tura, mas, mesmo assim, vão permanecer caminhando para o mesmo 
objetivo.
É importante frisar que uma organização é um sistema que foi criado pelo 
homem, devendo manter uma interação com o meio ambiente onde está. Ela 
é um sistema formado por várias unidades inter-relacionadas, que trabalham 
de maneira orquestrada com o propósito de influenciar o ambiente externo 
e ser influenciada por ele, e por isso ela é considerada um sistema aberto.
A TGS, seus avanços e implicações na 
Administração atual
Quando a organização era vista como um sistema fechado, ela ficava limitada 
à eficiência na execução dos procedimentos, e não nos processos dos quais 
esses procedimentos faziam parte. A ideia era que a sobrevivência da empresa 
dependia disso. Não era dada importância ao ambiente interno como um todo, 
e muito menos ao ambiente externo da organização.
Sem dar a devida importância para o meio ambiente, não era possível 
perceber problemas individuais em processos que tornassem inevitável al-
guma mudança organizacional, o que impedia que a organização fizesse as 
adaptações necessárias a sua permanência no mercado.
Atualmente, as interações entre o meio ambiente externo e a organização 
acontecem de forma cada vez mais frequente e rápida. Essas interações geram 
impactos tanto na organização, quanto no meio, a ponto de as empresas não 
poderem mais ser vistas como sistemas fechados. Está muito consolidada a 
Teoria Geral dos Sistemas8
ideia de que as organizações são caracterizadas ao mesmo tempo pela ordem 
e pela desordem, o que quer dizer que as empresas adquiriram e consolidaram 
a prática de se construir e se desconstruir à medida que interagem com o meio 
ambiente (MOTTA; PIMENTA; TAVARES, 2006).
O conceito de ordem envolve a regularidade nos processos, a sua repe-
tição, para a preservação da estabilidade e da longevidade da organização. 
Já a desordem é o que conduz às mudanças e aos ajustes na organização, 
consequência dos eventos externos que a atingeminevitavelmente.
A Teoria Geral dos Sistemas acabou por valorizar o ambiente no meio 
organizacional devido ao conceito de sistema aberto. Isso trouxe sinergia 
para as unidades organizacionais e fez com que os colaboradores passassem a 
trabalhar sem visar somente à execução correta de suas atividades, mas visando 
a um todo, o sucesso de todo o processo organizacional. Sinergia, inclusive, 
é a palavra que melhor traduz a utilização da Teoria Geral dos Sistemas em 
uma organização, pois implica o esforço simultâneo de vários indivíduos e 
unidades em prol de um resultado melhor e mais assertivo. As organizações 
existem devido ao seu potencial de sinergia, do esforço coletivo de todos em 
prol do objetivo em comum.
Com isso, aconteceu uma valorização e um reconhecimento da necessidade 
de que os administradores tenham uma visão holística sobre as organizações, 
sobre o todo. Isso é importante nas estratégias da administração, e auxilia na 
tomada de decisão.
Consideradas como sistemas abertos, que não se pode prever por quanto 
tempo sobreviverão, sabe-se que as organizações vão ser capazes de perdurar 
enquanto forem capazes de importar do meio ambiente quantidades maiores de 
energia do que elas devolvem para ele. Isso será decisivo para a sua longevidade.
Apesar de a Teoria Geral dos Sistemas ter um caráter basicamente abstrato e conceitual, 
sendo de difícil aplicação prática por não ditar padrões e procedimentos que as 
organizações possam seguir, ela se tornou a principal teoria utilizada para sistemas 
de todos os tipos, envolvendo todas as áreas do conhecimento, e principalmente na 
Administração. Ela ensina que, em todo sistema, não se pode priorizar as partes em 
separado, desprezando o todo.
9Teoria Geral dos Sistemas
Nas organizações, Teoria Geral dos Sistemas trouxe uma exploração de 
todas as potencialidades e totalidades, de todos os colaboradores envolvidos – 
aspectos que até então eram desprezados, pois valia aquilo que cada um podia 
produzir e colocar de empenho para exercer suas próprias atividades. Não havia 
a ideia de que a soma dos esforços de todos era capaz de fazer os objetivos em 
comum serem atingidos de forma mais fácil (CHIAVENATO, 2006).
Outro aspecto importante da Teoria Geral dos Sistemas trazido para as 
organizações é a visão da importância da comunicação. Atualmente, os sis-
temas de informação, informatizados ou não, devem ser capazes de atender 
a todas as áreas de uma empresa e gerar relacionamento entre elas. Isso se 
deve ao fato de que uma organização precisa saber detalhadamente o que 
está acontecendo em todos os processos e áreas, para que possa se adaptar 
continuamente, garantindo sua sobrevivência no mercado.
As empresas precisam de informação para poder executar, de maneira 
coerente, todas as atividades que envolvem a produção de seus produtos e a 
execução de seus serviços. Além disso, precisam de informação para embasar 
seus planos, suas estratégias e avaliar seus resultados.
Os sistemas de informação permitem que os dados sejam coletados, ar-
mazenados, processados, e que sua consolidação seja divulgada para todos 
os interessados. Eles podem auxiliar, inclusive, no aperfeiçoamento dos pro-
cessos da empresa, visando ao aumento dos lucros, à expansão no mercado 
e à longevidade da empresa.
Um bom sistema de informações deve conter, minimamente, os seguintes 
requisitos (MOTTA; PIMENTA; TAVARES, 2006):
 � Produzir as informações necessárias, de maneira confiável e em tempo 
hábil para serem utilizadas adequadamente.
 � Ter como objetivo o auxílio no atendimento dos objetivos organizacio-
nais, de maneira direta e eficiente.
 � Integrar a estrutura da organização.
 � Ter um fluxo de geração e processamento dinâmico, que seja conhecido 
por todos.
O feedback foi outra ferramenta importantíssima que passou a ser utili-
zada nas organizações, através da adoção do conceito de sistema aberto. Ele 
sustenta o pensamento sistêmico no caminho certo, pois alinha as atitudes 
de cada um em prol do objetivo de todos. Hoje a ideia predominante é a de 
um colaborador funcional, que precisa utilizar todas as suas capacidades, 
habilidades e competências em favor do bem comum.
Teoria Geral dos Sistemas10
Normalmente, os funcionários não se sentem confortáveis para executar suas atividades 
cotidianas sem que alguém lhes dê orientação sobre qual caminho seguir, sobre quais 
papéis deve exercer, sobre como pode melhorar suas atitudes ou sobre como pode 
melhorar a qualidade do resultado que entrega com o seu trabalho.
Além de auxiliar no andamento diário do serviço, é necessário que o feedback seja 
colocado em prática para os funcionários de todos os níveis de hierarquia, a fim de 
que exista um processo de avaliação de desempenho criterioso e efetivo,
O momento do feedback não deve ser considerado como um momento de repre-
ensão ou de bronca. Os gestores devem ser treinados para fornecerem um feedback 
consistente para os seus subordinados, usando de comportamento respeitoso frente 
ao avaliado, para que o resultado seja positivo. Caso o efeito do feedback seja negativo, 
é provável que ele seja recebido apenas como uma crítica destrutiva, como uma 
humilhação.
Quando o feedback é realizado de maneira correta, o funcionário se sente parte 
do processo e se sente estimulado a trabalhar, investir no seu conhecimento, tentar 
solucionar seus problemas e ajudar aos colegas.
O conceito de colaborador funcional ressalta um indivíduo que se com-
porta de acordo com um papel que foi designado a ele na organização, que 
sabe que seu desempenho e suas atitudes estão inter-relacionados com os 
de seus colegas, e que o conjunto vai levar ao atingimento ou não das metas 
estipuladas. Em vista disso, ele tem expectativas com relação à atuação dos 
colegas, o que faz com que ele também ajude a encorajar os demais em seu 
esforço individual, em prol do objetivo em comum.
A aplicação dessa teoria na Administração trouxe uma ampliação da visão 
dos problemas organizacionais, o que facilita o trabalho dos gestores na tomada 
de decisões. Quando a organização era vista como um sistema fechado, não 
era possível enxergar que um problema em um processo isolado pudesse estar 
afetando outras partes da organização, ou até mesmo seu universo exterior. 
O enfoque sistêmico permite que os gestores planejem suas ações e decisões 
de curto e longo prazo e possam analisar os impactos gerados e sofridos pelo 
sistema organizacional ao longo do tempo. Além disso, é possível conseguir 
o manejo adequado para as situações imprevistas.
11Teoria Geral dos Sistemas
BOTEON, M. Aula 09/10: TGA Teoria dos Sistemas. [2004?]. Disponível em: <https://
edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/382033/mod_resource/content/1/sistemas.pdf>. 
Acesso em: 03 maio 2018.
CHIAVENATO, I. Princípios de administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2006.
MOTTA, P. R.; PIMENTA, R.; TAVARES, E. Novas ideias em administração. Rio de Janeiro: 
FGV, 2006.
Leituras recomendadas
GOMES, L. B. et al. As origens do pensamento sistêmico: das partes para o todo. 
Pensando famílias, v. 18, n. 2, p. 3-16, dez. 2014. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.
org/pdf/penf/v18n2/v18n2a02.pdf>. Acesso em: 03 maio 2018.
MOTTA, F. C. P. A teoria geral dos sistemas na teoria das organizações. Revista de Ad-
ministração de Empresas, v. 11, n. 1, p. 17-33, mar. 1971. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/rae/v11n1/v11n1a03.pdf>. Acesso em: 03 maio 2018.
Teoria Geral dos Sistemas12
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