Buscar

concepçao de norma juridica - teor geral dir

Prévia do material em texto

16/08/2021 
 
*O jurista conhece o Direito de forma preponderantemente dogmática. Essa análise 
dogmática é necessária, haja vista que é importante para a decidibilidade dos conflitos e 
para que ocorra o mínimo de perturbação social. 
*O jurista capta o Direito em um procedimento de incidência, ou seja, na imputação (a 
norma traça um determinado comportamento que vai ser imputado a um determinado 
sujeito, ou seja, o meu comportamento é lícito ou ilícito de acordo com a norma) de 
normas a situações sociais atuais ou potencialmente conflitivas. O Direito imputa a algum 
sujeito a responsabilidade pelas suas obrigações, por isso, estabelece um procedimento. 
*Entre a norma e a situação conflitiva há um procedimento (fenômeno da aplicação). 
Aplica-se o Direito, por um procedimento, à realidade social. 
 Mas qual seria o direito aplicado? 
- De acordo com o princípio da inegabilidade dos pontos de partida, o pensar dogmático 
tem, portanto, de identificar suas premissas. Ou seja, sempre tem que ter um ponto de 
partida para solucionar o conflito. O Direito aplicável é um dado (algo estabelecido pelo 
legislador). Diante de uma situação, podemos nos valer de diferentes fórmulas. 
- Ex.: Alguém que adquire de um comerciante alguns móveis para sua casa. Paridade com 
uma moeda forte? Índices oficiais? Acordo? 
- Mesmo que realizado por acordo, este deve guardar um mínimo de generalidade, ou 
seja, uma compatibilidade com os interesses gerais da sociedade. Deve haver um critério 
comum que servirá de base às tratativas e esse critério é o ponto de partida inegável, ou 
seja, a premissa do pensar dogmático. 
 A premissa seria o Direito, algo que o jurista toma como um dado objetivo. 
Devemos buscá-lo nas normas jurídicas (busca-se nas leis de um país uma regra que seja 
conveniente). 
- Segurança jurídica: a previsibilidade gera segurança. 
 
• Conceito de Norma 
* Norma é um conceito operacional importante para a dogmática jurídica. Ponto de 
partida: legislação. 
1) Norma como uma proposição – como deve ser o comportamento. É um imperativo 
condicional, formulável conforme uma proposição hipotética. Se A (conduta hipotética), 
então deve ser S (sanção). 
2) Norma como uma prescrição – atos de vontade impositiva. É também um dever ser, 
mas analisa-se a vontade de quem a prescreve. 
3) Norma como comunicação – considera-se a norma como um fenômeno complexo 
que envolve não só a vontade de seu comando, mas entre as partes que se comunicam. É 
uma troca de mensagens entre os seres humanos e que permite a determinação das 
relações entre os comunicadores (subordinação ou coordenação). 
Concepções de Norma Jurídica 
* Para o jurista, a norma é seu critério fundamental de análise, manifestando para ele o 
fenômeno jurídico como um dever ser da conduta, um conjunto de proibições, obrigações, 
permissões, por meio da qual os homens criam entre si relações de subordinação, 
coordenação, organizam seu comportamento coletivamente, interpretam suas próprias 
prescrições, delimitam o exercício de poder, etc. 
* A dogmática analítica permite ao jurista compreender a sociedade normativamente, isto 
é, captá-la como uma ordem. A sociedade nada mais é do que um sistema de interações, 
comportamentos mutuamente dirigidos e referidos uns aos outros, formando uma rede de 
relações. 
 comportamento estar em atuação comunicamos 
 
23/08/2021 
 
*A comunicação humana se dá em dois sentidos 
- Cometimento: corresponde a mensagem que emana de nós, na qual se determinam as 
relações (subordinação ou coordenação). Pode se dar de forma não verbal. Ex.: sente-se! 
 Ações coordenadas: igualdade nas relações. Ações subordinadas: alguém está acima 
e alguém está abaixo. Há uma hierarquia. 
- Relato: é a mensagem que emanamos (conteúdo transmitido). 
- Quando há uma troca de mensagens existe, por parte de cada agente, uma expectativa 
mútua de comportamento. Com isso, criam-se situações complexas que se confirmam ou 
se desiludem. Daí se segue um conjunto instável de relacionamentos das relações de 
expectativa e selecionamos expectativas. Ex.: sente-se! Já está selecionada uma 
possibilidade. Portanto, são desenvolvidos mecanismos que garantam, num certo grau de 
confiança, expectativas em jogo contra a possibilidade de desilusões. 
* Estabilidade das reações – estabilidade dinâmica (estrutura). 
- Por isso, criam-se regras que vão estruturar as relações, garantindo-lhes estabilidade. 
Como garantir expectativas duráveis? Como criar uma lei que vai perdurar no tempo? 
Através de mecanismos estruturais: 
1) Atitudes Cognitivas: se relacionam à normalidade dos comportamentos (cria-se uma 
previsão). São generalizações empíricas. 
2) Atitudes Normativas: são garantidas por prescrições. São generalizações normativas. 
Estabelece-se as relações de imputação. Capta-se a sociedade como uma rede de 
expectativas normativas. Ex.: regras de trânsito. 
* Jurista reconhece o caráter jurídico das normas por seu grau de institucionalização, isto 
é, pela garantia de um consenso geral presumido de terceiros que a elas confere 
prevalência. Daí a busca, no discurso dos juristas, da conformidade das expectativas 
normativas com os objetivos do interesse público e do bem comum, do Estado etc. 
- Agir de acordo com as expectativas = agir de acordo com o bem comum, com o interesse 
público. 
- O que dá caráter jurídico à norma é o seu grau de institucionalização (da relação de 
autoridade). 
* O fenômeno do constitucionalismo e do legalismo positivou, por procedimentos 
regulados, o direito natural, a moral e os costumes. Estes se tornaram núcleos 
significativos expressos, integradores do sentido de todas as normas jurídicas. Assim, o 
Direito, como um conjunto de normas, adquire o acabamento racional de um programa 
formal de ação: se está na constituição ou foi estabelecido por lei, é um conteúdo jurídico. 
 Essa consciência não é um dado, mas algo construído. 
* Para a concepção normativista, variante do positivismo jurídico, o Direito é, por sua 
natureza, um conjunto de normas*. 
* As normas jurídicas são normas de comportamento ou de organização que emanam do 
Estado ou por ele têm sua realização garantida. Pertencem, portanto, à ordem ética, que 
estabelece as leis do dever ser. (Francisco Amaral) 
- Sua existência prende-se à necessidade de se estabelecer uma ordem que permita a vida 
em sociedade, evitando ou solucionando conflitos, garantindo a segurança nas relações 
sociais e jurídicas, promovendo a justiça, a segurança, o bem comum, com o que também 
garante a realização da liberdade, da igualdade e da paz social, os chamados valores 
fundamentais. 
* A proposição jurídica contém: 
- Ordens 
- Diretrizes 
- Autorizações 
- Definições 
E podem ser: 
- Imperativas 
- Permissivas 
- Atributivas 
- Meramente auxiliadoras

Continue navegando