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AULA 1 (15/01/2019) SÍNDROME ICTÉRICA Formação da bilirrubina: • Hemoglobina —> heme (ferro + protoporfirina IX) e globina (haptoglobina carreia). • Do heme, o ferro é reaproveitado e a protoporfirina é metabolizada em biliverdina e, após, bilirrubina indi- reta, que é carreada pela albumina (é insolúvel no plasma). • Bilirrubina >2,5 = esclera —> abaixo da língua —> pele (>5) Metabolização: 1 - Captação pelos hepatócitos 2 - Conjugação (glucoronil-transferase GT = bilirrubina direta (solúvel) 3 - Excreção através da bile (urobilinogênio e etercobilina): etapa mais sensível, sendo a primeira a ser perdida quando houver hepatite Hiperbilirrubinemia Indireta: • Hemólise (anemia / ↑LDH / ↓ haptoglobina) • Disturbio do metabolismo da bilirrubina (icterícia e + nada) Direta: acolia fecal e colúria • Colestase (USG): prurido / ↑4x FA e GGT / transaminases pouco elevadas • Hepatite: ↑10x transaminases / FA e GGT pouco elevadas —> se >1000mg/dl, indica ser viral (TGP>TGO), porém se TGO>TGP (2x), pensar em origem alcoólica DISTÚRBIO DO METABOLISMO DA BILIRRUBINA: (Aumento isolado de bilirrubina) Bilirrubina indireta: • Gilbert: GT preguiçosa - problema na conjugação / homens / 8% (adultos) / Bb <4 precipitado por: jejum, estresse, álcool e exercício melhora com: fenobarbital e dieta hipercalórica tratamento é manutenção dos fatores precipitadores menor risco de aterosclerose e neoplasias (BI funcionando como antioxidante) • Crigler-Najjar: GT deficiente (manifestação nos primeiros três dias de vida) - problema na conjugação I - total (Bb 18-45) “kernicterus” —> FTX e plasmaférese -> transplante / BD indetectável II - parcial (Bb 6-25) —> fenobarbital ou clofibrato Bilirrubina direta (benignas, por problema na excreção): ENZIMAS NORMAIS • Rotor • Dubin-Johnson LESÕES HEPATOCELULARES HEPATITES VIRAIS AGUDAS • Aguda: <6 meses • Crônica: >6 meses • Fulminante: encefalopatia antes das 8 semanas do início do quadro **Os vírus não causam lesão hepática… A hepatite depende da resposta imunológica História da doença: 1 - Contato = Incubação: • A: 4 sem • E : 5 - 6 sem • C: 7 sem • B-D: 8-12 sem 2 - Fase prodrômica (início dos sintomas, inespecíficos): gripal, gastrointestinais, desconforto no quadrante superior direito, manifestações imunomediadas (hep B) 3 - Fase ictérica (no máximo em 30% dos pacientes com hepatite viral): melhora dos sintomas prodromi- cos (com exceção dos gastorointestinais) 4 - Convalescência * Fase clínica (de sintomas), tem que durar menos que 6 meses. Complicações: • Colestase (A) • Fulminante (B) • Recorrente • Crônica (B/C) • Autoimune (B/C) Características gerais: • Leucopenia com “linfocitose" • Necrose periportal (agressão imunológica) ou em ponte (+ grave) ***Hepatite alcoólica: Leucocitose neutrofílica e Necrose centrolobular (assim como a hepatite isquemica e congestiva), com corpúsculos de Mallory Hepatite B: • DNA-HBV (único DNA) • Marcadores sorológicos: • Antígenos: HbsAg, HBcAg, HbeAg (secretado - replicação, mas o DNA viral é mais específico = alta infectividade) • Anticorpos: anti-Hbs (vacina ou cura), anti-Hbc (contato com o vírus), anti-Hbe • Incubação: tem o HbsAg +, a fase finaliza com o Anti-HBc IgM +, passando para a prodrômica • Todos os marcadores negativos: individuo susceptível • Mutante pré-core: falha na síntese de HBeAg HBsAg + / HBeAg - / Anti-HBe + / ↑↑↑ Transaminases confirmar com DNAHBV ↑↑↑ maior risco de forma fulminante, cirrose e câncer • Mutante por escape (envelope): HbsAg + / Anti-HBs + Diagnóstico: 1º passo = HBsAg: • +: tem hepatite B • -: pode ser (infeccao oculta pelo virus B) ou pode não ser 2º passo = Anti-HBc total: • +: teve contato com o virus • -: nunca teve contato com o vírus 3º passo = Anti-HBc IgM: • +: hepatite B aguda • -: hepatite B antiga (crônica ou curou?) 4º passo = Anti-HBs • +: curou • -: crônica Evolução: • Benigna: assintomática / antiictérica ou ictérica —> 95% cura (logo, aguda só trata quando está encami- nhando para fulminante) • Ruim: fulminante (1% - resposta imune exacerbada) / crônica (adultos 1-5% / crianças 20-30% / RN 90%) —> das que cronificam, 20-50% se tornam cirrose e destas, 10% CHC • Outros achados: PAN / Nefropatia membranosa / Gianotti-Crosti (lesão papular, eritematosa e não pruri- ginosa) Transmissão: • Sexual: mais importante • Percutanea • Vertical: mais comum na prova (maior o risco se mãe replicativa) • HBeAg + (90%) / HBeAg - (15%) • AM permitido, sem alterar via de parto • Sempre: vacina + Imunoglobulina (até 12h) • Mãe: tenofovir (se HBeAg +) Profilaxia: apenas em susceptíveis (isto é, não vacinados) • Pré-Exposição: vacina em 3 doses (universal) 0-1-6 • Esquemas especiais: • Imunodeprimido, IRC, TX = 4 doses duplas (0-1-2-6) • IRC em diálise: dosar anti-HBs anualmente, se <10, revacinar • Analisar a soroconversão (30-60 após última dose): profissionais de saude, IRC, Tx, hepatopatia crônicos portadores de vírus C, portadores de doenças hemorrágicas e politransfundidos. • Anti-HBs negativo após 3 doses em até 2 meses da vacinação = revacinação completa • Anti-HBs negativo porém esquema completo há mais tempo = aplicar uma dose e repetir sorologia -> se continuar negativo, deve-se completar o esquema • Se mesmo com a revacinação completa for negativo (2 esquemas completos), é um não respondedor e susceptível e deve-se testar HBsAg para excluir portador crônico • Pós-Exposição: imunoglobulina + vacina • Infecção perinatal (até 12h) = protege 100% • Vítimas sexuais / Acidentes biológicos (se não vacinados) —> até 14 dias da violência • Imunodeprimido exposto (mesmo vacinado) Hepatite D: • Co-infecção (anti-Hbc IgM+): D + B agudas —> não aumenta o risco de cronicidade (piora o prontostico em usuários de drogas injetaveis) • Superinfecção (anti-Hbc IgG+): B crônica —> ↑ risco de fulminante (20%) / cirrose • Mediterrâneo / Amazônia • Pode ser anti-LKM-3 + • Anti-HDV + e HbsAg + ou HDV RNA ou HDVAg • Todo paciente HbsAg+ que esteve em área endemica, deve testar hepatite D Hepatite A: • Transmissão fecal-oral • Não cronifica e tem imunidade permanente após o contato • Incubação: maior viremia (sangue e fezes) • Prodrômica: anti-HAV IgM • Convalescência: anti-HAV IgG (cura ou vacinado) • Isolamento = até 7-15 dias após icterícia • Tratamento = suporte (6 meses sem álcool) • Profilaxia pré/pós-exposição: imunoglobulina + vacina ou somente a vacina • < 1 ano: imunoglobulina (antes da exposição e 2 semanas após exposição): susceptíveis (nao vacinados e IgG - ) • ≥1 ano: vacina (12 e 18 meses, 0-6 meses) —> MS: 1 dose = 15 meses Hepatite E: • Gravidas: fulminante em 20% Hepatite C: • Parenteral / É o que mais cronifica (80-90%) = não é imunogênico (também não fulmina) • Sempre tratar a forma aguda • Crioglobulinemia / GN mesangiocapilar ou membranoproliferativa / Liquen plano / Porfiria / PTI / Anemia hemolitica autoimune • Anti-HCV + e HCV-RNA (PCR) • HCV-RNA aumenta rapidamente nas primeiras semanas, após seu pico máximo ocorre elevação nas transaminases e os sintomas • Pode ter anti-LKM-1 + HEPATOPATIAS AUTOIMUNES • Agressão autoimune aos hepatócitos • Vírus, alcool e drogas (-) / Hipergama policlonal >2,5 (↑IgG) e níveis baixos de IgA • Tipo I - mulher jovem ou menopausa / FAN+ / antimusculo liso (AML) • Tipo II - meninas / homens / anti-LKM1 ≥1:80/ anticitosol hepático 1 • Artralgia de pequenas articulações • Pior prognostico: hipergama, hipoalbuminemia, 10x transalpinas, HLA B8 e DR3, histologia com necrose em ponte e BB que nao caem após duas semanas de tto. • Tratamento: corticoide ± azatioprina / imunossupressão por 12-18 meses após remissão da doença COLANGITE BILIAR PRIMÁRIA • Agressão autoimune aos pequenos e médios ductos biliares = Colestase intra-hepática • COLESTASE + USG NORMAL!!! • Mulher meia idade / fadiga/ AR / Sjogren / Hashimoto / CREST • Primeiro sintoma é o prurido • Icterícia colestática + Prurido + Fadiga / Cirrose porque os SB lesam os hepatócitos (= CEP) • Colestase: icterícia, prurido, hiperpigmentação cutânea, xantelasma • Disabsorção: esteatorreia, diminuição de vitaminas lipossolúveis (ADEK) • ↑ FA (aumento precoce e acentuado) e ↑ GGT • Diagnóstico: Antimitocôndria (95%) positivo —> bx hepática • Eosinofilia é comum / Bb só se alteram na fase avançada / Aumento característico de IgM • Tratamento: UDCA / Transplante **PRURIDO EM PROVA: Colestase / Policitemia Vera / Insuficiencia renal / Linfoma de Hodgkin ================================================================================= AULA 2 (22/01/2019) SÍNDROMES COLESTÁTICAS • Obstrução do trato biliar • Predominam enzimas canaliculares Etiologias principais: • Doença calculosa biliar • Neoplasia maligna • Doença autoimune de via biliar Anatomia: • União do cístico (dá na VB) com hepático comum = colédoco (que recebe o ducto de Wirsung vindo do pâncreas) —> desemboca no duodeno na papila duodenal (ampola de Vater) • Na maioria das pessoas o ducto pancreático principal (Wirsung) desemboca no colédoco, porém em al- gumas pessoas ele desagua no duodeno **Primeiro exame a ser solicitado a partir do momento em que se suspeita de colestase = ULTRASSONO- GRAFIA —> para localizar o sítio da obstrução, por mais que não aponte a causa da mesma, isto é, dife- rencia causa intra e extrahepatica (se extra tem as VVBB dilatadas e se intra ao contrário). Além disso é o melhor exame para detectar cálculos na vesícula (no colédoco não). Cálculos biliares: Tipo Para guardar… Amarelo • Mais comum (80%) • Composto por colesterol (radiotransparente) • Risco: sexo feminino (E2 incentiva a liberação de colesterol para a bile), doença ileal (crohn, ressecção -> diminuição de SB para emulsificar colesterol por diminuição da área de recirculação entero-hepática de SB que se encontra no íleo) e obesidade Preto • Composto por Bilirrubinato de cálcio • Risco: hemólise (hiperBB), cirrose e doença ileal Casta- nho • Origem: via biliar (único que não é originado na VB) —> colédoco • Risco: colonização bacteriana por obstrução (cisto ou tumor) ou parasita (Clonorchis si- nensis -> parasita do duodeno) DOENÇAS CALCULOSAS BILIARES: 1 - Colelitíase: • Definição: cálculos na VB • Prevalência de 10-15% • Clínica: • Maioria é assintomático (80%) • Episódios de dor recorrentes, que duram menos que 6h (obstrução <6h) • Sucede libação alimentar gordurosa • Pode irradiar para escápula ou ombro direitos • Mais nada • Diagnóstico: USG (sensibilidade 95% / especificidade 98%) = imagem hiperecogênica + sombra açústica posterior (≠ pólipo de vesícula) • Complicação: colangite, hidropsia, coledocolitiase, síndrome de Mirizzi, colecistite*, pancreatite • Tratamento: • Sintomático = Colecistectomia Laparoscópica • Assintomático = Operar se: • Vesícula em porcelana (CA vesícula) • Associação com pólipo (CA vesícula) • Cálculo >2,5-3cm (CA vesícula) • Anemia hemolítica Obs: lama biliar tem como fatores de risco = gravidez, uso de ceftriaxone, octreotide, perda rápida de peso, jejum prolongado, NPT 2 - Colecistite aguda: • Definição: inflamação por obstrução duradoura da vesícula causa por cálculo impactado no cístico • Clínica: • Dor que dura mais que 6h • Febre: inflamação e infecção bacteriana pela estase • Sinal de Murphy: palpação da vesícula + inspiração profunda = interrupção da inspiração • Sem icterícia (via biliar livre) • Laboratório: leucocitose + "bilirrubinas normais” • Diagnóstico: • USG abdome (espessamento da vesícula >4mm e vesícula com halo hipoecoico) • Padrão ouro = Cintilografia biliar • Tratamento: • Antibioticoterapia: cobrir gram negativo (e.coli, klebsiella, enterobacter, enterococo) • Colecistectomia Laparoscópica: • Idealmente até 72h = precoce • Instável / Grave (sem condição cirúrgica) = Colecistostomia Percutânea • Complicações (10-20%): • Empiema de vesícula: conteúdo purulento -> paciente toxêmico = Cirurgia ou Drenagem • Gangrena —> Perfuração (bloqueada, livre ou trajeto fistuloso) = • Bloqueada: mais comum, faz abcesso subhepático (infecção abdominal arrasta- da) • Livre: rara, peritonite generalizada • Fístula colecistoentérica: mais comumente a colecistoduodenal = Íleo biliar: cál- culo biliar passa através de fístula vesícula-duodeno, causando obstrução e Rx com aerobilia ou pneumobilia (ar na via biliar vindo do duodeno) —> não realizar CVL neste momento • Colecistite enfisematosa: homem diabético e idoso —> Clostridium = ar no interior e na pa- rede 3 - Coledocolitíase: • Definição: cálculo no colédoco • Primária (10% = castanho) / Secundária (90% = amarelo ou preto) • Clínica: • Icterícia flutuante (de acordo com a mobilização do calculo há escoamento de bile) • Vesícula não palpável (obstrução intermitente) • Diagnóstico: • Inicialmente com USG • Melhores: Colangioressonância*, USG endoscópico* e CPRE (*menos invasivos) • Tratamento: Colecistectomia + • CPRE (papilotomia endoscópica): melhor estratégia terapêutica (complicações: colangite e pan- creatite) —> descoberta antes ou após (cálculos residuais) da colecistectomia • Exploração cirúrgica: se descoberta durante colecistectomia —> descoberta durante a cirurgia • Derivação bileo-digestiva —> colédoco muito dilatado (>2cm), múltiplos cálculos (>6), cálculos in- tra-hepáticos residuais, coledocolitíase primária IMPORTANTE!!! Sempre que colecistectomia por cálculo = Avaliar possibilidade de coledocolitíase (USG abdome e hepato- grama): • Preditor muito forte: USG com cálculo no colédoco / Colangite (icterícia + febre) / Bilirrubina >4mg/dl • Preditor forte: USG com colédoco >6mm / Bilirrubina 1,8-4mg/dl • Preditor moderado: Enzimas hepáticas alteradas / Idade >55 anos / Pancreatite aguda biliar • Risco alto = 1 muito forte ou 2 fortes: • CPRE (antes da colecistectomia programada) • Risco moderado = 1 forte ou 1 moderados: • Colangiografia intraoperatórioa • ColangioRM no pré-operatório • USG endoscópico no pré-operatório • Risco baixo = nenhum preditor: • Não investiga via biliar Obs: Complicação da colecistectomia videolaparoscópica = coledocolitíase residual (até 2 anos após / icte- rícia flutuante e episódica / tratar com papilotomia) e estenose cicatricial (primeiros meses / icterícia contí- nua e progressiva) 4 - Colangite bacteriana aguda: • Definição: obstrução duradoura (cálculo ou tumor) + infecção • Clínica: • Não-grave = Tríade de Charcot: Febre + Icterícia colestática + Dor abdominal • Grave = Pêntade de Reynolds: Charcot + Hipotensão + Redução do sensório • Tratamento: • PRIMEIRO: Antibioticoterapia (gram negativo) • Drenagem biliar: imediata (se grave) ou eletiva (24-48h no quadro não-grave) • Obstrução baixa = CPRE • Obstrução alta = Drenagem transhepática percutânea 5 - Pancreatite aguda: • Será estudada na apostila de dor abdominal TUMOR PERIAMPULAR Colestase + Vesícula palpável 1 - CA de Cabeça de Pâncreas 2 - CA da Ampola de Vater 3 - Colangiocarcinoma 4 - CA Duodeno • Quadro clínico: Icterícia colestática progressiva + Vesícula de Courvoisier + Emagrecimento • Diagnóstico: Inicialmente USG (dilatação da via biliar comum) / Padrão-ouro = TC abdome • Tratamento curativo (raro): Cirurgia de Whipple (duodenopancreatectomia) • Tratamento paliativo para icterícia: Endoprótese ou Derivação bileo-digestiva • Particularidades: • CA da cabeça de pancreas: • Mais comum, tabagismo é o principal fator de risco • Marcador tumoral -> CA 19.9 (acompanhamento de recidiva tumoral pós-cirurgi- co) • Principal tipo histológico -> Adenocarcinoma ductal • FR: negro, tabagista, idade avançada, homem, obesidade, PC e diabetes • Síndrome de Trousseau: paraneoplásica = Tromboflebite migratória • Suspeição com doença potencialmenteressecável = cirurgia sem biópsia / Se duvida ou alto risco = Laparoscopia / Paliativo = biópsia • CA da ampola de vater: • É o de melhor prognóstico • Diagnóstico inicialmente: CPRE (depois do USG) • Necrose esporádica: icterícia intermitente + vesícula palpável + melena (≠ cole- docolitíase) • Pode complicar com colangite de repetição (obstrução duradoura) TUMOR DE KLATSKIN: (Colangiocarcinoma perihilar) • Obstrução biliar acima do cístico (na confluência dos hepáticos) • Colangiocarcinoma mais comum • Homem em idade avançada • Clínica: Icterícia progressiva + Emagrecimento + Vesícula não-palpável • Laboratório: Bb >10-15 (>10 é indicativo de drenagem) e FA muito elevada • Fatores de risco: CEP e cistos biliares congênitos • Diagnóstico: • Inicialmente USG (vesícula murcha + dilatação de via biliar intrahepática) • Confirmação = ColangioRM e/ou TC • Classificação - Bismuth-Corlette: • I = hepatico comum • II = bifurcação • III = hepático D ou E • IV = invade o D + E • Péssimo prognóstico (5-8 meses de sobrevida) / Pode complicar com colangite DOENÇA HEPÁTICA ALCOÓLICA Hepatite = Acontece no paciente que bebe cronicamente que faz uma libação alcoólica 1 - Esteatose Alcoólica - pode ocorrer após libação alcoólica sem precedentes 2 - Hepatite Alcoólica - acontece no paciente que bebedor crônico que faz uma libação alcoólica 3 - Cirrose Alcoólica - uso crônico HEPATITE ALCOÓLICA: • Fisiopatologia: • Álcool —> ADH —> metaboliza álcool para o fígado em etanol —> ADH e P450 = acetaldeí- do (tóxico) • Bebedor crônico + Libação (enzimas mais ávidas) —> Acetaldeído = Agressão • Acetaldeído cai na circulação e faz quimiotaxia para leucócitos • Fatores de risco: quantidade e duração da ingestão alcoolica*, sexo feminino, HCV, obesos e fatores genéticos • Clínica: • Hepatite: febre / icterícia / dor / TGO > TGP 2x / transaminases até 400U/L • Leucocitose: reação leucemóide (leucocitose intensa) • Tratamento: • Abstinência alcoólica • Grave (Maddrey ≥32) = Corticóide 28 dias (Prednisolona porque não tem metabolização he- pática) -> Mortalidade de 25-45% na falta de tratamento • Alternativa: Pentoxifilina SÍNDROME DE MIRIZZI: • Definição: cálculo impactado no ducto cístico, realizando efeito de massa sobre o ducto hepático (via bi- liar principal) • Clínica: colecistite aguda + icterícia colestática (impactação da via biliar principal) • Complicação da colecistite aguda (impacta via biliar principal causando colestase e icterícia) • Diagnóstico: USG abdominal —> confirmado pela CPRE ou CTP • Tratamento: Colecistectomia preferencialmente aberta (porque há distorção anatômica, logo, maior risco de lesão iatrogênica da via biliar), porém a VLP pode ser realizada e deve-se fazer exploração do ducto • Maior incidência de CA de vesícula COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA: • Icterícia colestática + Prurido + Fadiga / Cirrose porque os SB lesam os hepatócitos (= CBP), chamada de cirrose biliar secundária • Diagnóstico CEP: CPRE mostrando vias biliares extra-hepáticas em “contas de rosário” por causa da constricção e resolução COLANGITE BILIAR PRIMÁRIA COLAGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA Ductos do espaço porta Grandes vias biliares Mulheres Homens Artrite reumatóide / Sjogren / Hashimoto RCU (70%) Ac antimitocôndria p-ANCA Tratamento: - Retardar evolução: UDCA (comprovadamente benéfico para CBP), na CEP, se estenose de ducto único = stent via CPRE - Caso avançado: transplante hepático OUTRAS: • Pólipos da vesícula biliar: 5% dos adultos, pode ser hiperplásico (benigno = de colesterol ou adenomi- omatoso) ou neoplásicos (adenomatoso ou carcinomatoso). Conduta: Colecistectomia = sintomático com dor biliar específica ou assintomático + colelitíase / >60 anos / >1cm / crescimento documentado. Se- guimento: 0,5-1,0cm = seguimento anual ou a primeira com 6 meses, caso não haja crescimento manter anual / < 0,5cm = repetir USG em 1 ano, se não houver crescimento é alta. • Carcinoma de vesícula biliar: adenocarcinoma (90%), mulheres, presença de papilas é bom prognósti- co, tumor mais comum da via biliar, prognóstico muito ruim, geralmente em corpo ou fundo. Fatores de risco: colelitíase (90%), obesidade, CEP, pólipo adenomatoso. Clínica: dor biliar episódica com mudança recente, maioria é assintomático. Diagnóstico: USG abdominal, TC e colangiografia. Tratamento: sem invadir a camada muscular = colecistectomia simples / sem invadir a serosa mas invade a muscular = colecistectomia estendida (+hepatectomia e linfadenectomia) / invadiu serosa = paliativo (stents, deriva- ção). • Colecistite acalculosa: 10% dos casos, proveniente de isquemia. FR: UTI, idosos, npt, grande queima- do, politrauma, aids, Dm, uso de opiáceos, múltiplas transfusões, instável, VM, doença coronariana e neoplasias. Clínica: se lúcido, clínica típica; se desorientado = febre + leucocitose em paciente da UTI sempre investigar colecistite. Diagnóstico por Usg. Tratamento sempre colecistectomia aberta. • Doença de Caroli (cistos biliares): mulheres e asiáticos, fator de risco é a junção pancreatobiliar anor- mal. Classificação de Todani: tipo I - dilatação de toda árvore biliários (mais comum) / tipo II - dilatação diverticular / tipo III - dilatação cística na porção intraduodenal no colédoco / IVa - múltiplos cistos infra e extra hepaticos / IVb - múltiplos cistos extrahepaticos / V - cistos intra-hepáticos com ou sem fibrose por- tal (= Caroli). Clínica: icterícia + dor abdominal qsd + massa palpável (tríade clássica em 10%), porém maioria com dor biliar e icterícia flutuante. Complicação: colangiocarcinoma. Tratamento: I II IV é colecis- tectomia + resseccao das lesões + derivação / III é esfincterectomia transduodenal / V é lobectomia se acometendo só um lobo.
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