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LIVRO TOP 4 E 5

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TÓPICO 4
POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
TÓPICO 4GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
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Os elementos que compõem o repertório da civilização ocidental em termos de instituições, códigos jurídicos, leis, estatutos reguladores e pacificadores, por muito tempo encontraram-se centrados em favorecer o poder político e os sistemas econômicos, os quais, no momento presente, encontram-se em situação de crise e mal-estar dos indivíduos, e a alternativa diante deste cenário tem sido a retomada das formas de viver e fazer, dos costumes, valores, relações e vínculos de interdependência e reciprocidade no interior das comunidades.
Vivemos em um momento de crises e impasses, isso encontra-se diretamente relacionado com as matrizes e modelos teóricos que legitimavam o crescimento econômico equilibrado (crença no mercado autorregulado), o modelo de organização política (Estado neoliberal), o sistema monetário internacional (baseado no padrão-ouro) e o equilíbrio de poder na geopolítica internacional (hegemonia norte-americana e europeia).
Sem sombra de dúvidas, representamos uma civilização centrada no otimismo do progresso e do trabalho capitalista, e cada vez mais é reconhecida a afirmação do individualismo. À medida que avança o processo de conquista da propriedade e da individualização dos sujeitos, faz-se necessário cada vez mais constituir normas e um conjunto de outros valores éticos, sociais e de regulamentação que garantam equidade e paz nas relações dos indivíduos. Bem, você deve estar se perguntando: como chegamos a este estado?! Ao longo dos próximos dois subtópicos procuramos apresentar elementos para que se compreenda o processo político, social e histórico desse quadro.
2 GLOBALIZAÇÃO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
-
Trata-se de um fenômeno de organização e circulação política, econômica, comercial e cultural, que foi praticado pelas mais diversas sociedades e desde os mais antigos mercadores (fenícios) da antiguidade, que se organizavam em caravanas por terra e expedições de navegadores por mares e oceanos.
FIGURA 21 – GLOBALIZAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://queconceito.com.br/wp-content/uploads/Globaliza ção.jpg>. Acesso em: 7 dez. 2017.
Alguns autores situam o fenômeno no final do século XV e ao longo do século XVI, quando se dá início às grandes navegações que partiam do continente europeu em direção a regiões como a América, África, Oceania e Ásia.
A globalização também é apresentada como sendo resultante das concepções e direitos/deveres que existiam no interior da Revolução Francesa e da Revolução Industrial inglesa do século XVIII, ao desenvolvimento do capitalismo em escala mundial, bem como uma continuidade da lógica civilizacional que tem sido designada por modernidade (concentração da população nas cidades, industrialização da produção, racionalização do pensamento, laicidade do Estado), que se acentuará ao longo do século XIX.
As possibilidades de atuação da economia, em favor dos interesses de mercado, foram potencializadas pelo espírito capitalista, que estava amparado na livre circulação de mercadorias das doutrinas do “deixe ir, deixe vir e tudo se autorregulará”. Esta fórmula e lei foram responsáveis por conferir ao sistema financeiro a dinâmica da “oferta e da procura” de produtos, a transitoriedade e a flutuação de preços, de lucros e de taxas de impostos, que por sua vez atribuíram ampla independência, liberdade nas relações comerciais e na prestação de serviços.
O mercado preocupou-se, também, em perceber o potencial de consumo/mercado, passando a intercambiar produtos entre as regiões que não eram capazes de produzi-los. A esta prática pode-se exemplificar com os produtos ingleses e franceses, que eram negociados com produtos e as populações dos países indianos, americanos, africanos.
Resumidamente, o mercado atendia às demandas de economia (comércio, circulação e consumo de produtos); o Estado, por sua vez, atendia a necessidades de serviços junto à população (serviços educacionais, infraestrutura, habitação, saúde e lazer).
A globalização, que se apresenta ao nosso momento histórico, ganhou ênfase no final dos anos de 1980, quando foi reconhecido o fim do cenário da Guerra Fria, com as experiências da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e foi desfeito o muro de Berlim, que separava a Alemanha Oriental (comunista/socialista) da Alemanha Ocidental (capitalista).
Ocorreu também a formação da OMC: Organização Mundial do Comércio (que conta com a adesão de mais de 150 países) e os blocos econômicos da UNIÃO EUROPEIA, NAFTA, MERCOSUL, APEC, ASEAN, entre outros. Na América Latina estruturou-se a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), órgão para pensar o desenvolvimento econômico, social e sustentável. Esta articulação de países indica um forte movimento de regionalização das relações econômicas e políticas, assim como das relações sociais e culturais entre os mesmos, e por sua vez, dos conceitos de fronteira, espaço, nação, Estado, entre outros.
Ianni (1994) foi categórico quando refletiu que a fábrica global é tanto metáfora quanto realidade, altamente determinada pelas exigências da reprodução ampliada do capital.
No âmbito da globalização, os interesses de mercado revelam-se ávidos por processos que sejam capazes de promover cada vez mais a concentração e centralização do capital, para tanto articulam em torno de si empresas, mercados, forças produtivas, centros decisórios, alianças, estratégias e planejamentos de corporações, que se estendem e ultrapassam províncias, nações e continentes, ilhas e arquipélagos, mares e oceanos (IANNI, 1994).
Os Estados, em vez de desaparecer, adquirem uma nova lógica de operação, em que seu poder é limitado frente à expansão das forças transnacionais que reduzem a capacidade dos governos de controlar os contatos entre as sociedades e os indivíduos, por sua vez são forçados a impulsionar as relações transfronteiriças. Nessa perspectiva, os problemas políticos nem sempre são resolvidos de forma adequada e satisfatoriamente, então, eis que se faz necessário buscar a cooperação com outras nações e agentes não estatais a fim de atender tais demandas (KEOHANE; NYE, 1989).
2.1 O TERCEIRO SETOR
-
O terceiro setor ganhou espaço de constituição e atuação a partir dos anos de 1990. E instalou-se como alternativa em meio ao setor público/estatal (primeiro setor) e o setor privado/industrial/mercado (segundo setor), no sentido de intermediar, gerenciar e prestar serviços de interesse público em situações e contextos que os dois outros setores não atingem/alcançam.
Por meio dessa formulação e composição de setores, cria-se um vácuo de poder e ação que favorece a constituição de organizações, coletividades internacionais e transnacionais, governamentais e não governamentais, que se propõem a apresentar decisões políticas e ações sociais.
O terceiro setor constitui uma espécie de sociedade civil de caráter jurídico. Os órgãos que compõem o terceiro setor podem ser sociedades, associações, fundações, institutos, ONGs (Organismos Não Governamentais), OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). As ONGs que compõem uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos ou econômicos, encontram-se pautadas nas normas e legislações da Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Federal. Essas associações recebem doações de empresas e pessoas físicas que procuram deduzir impostos que devem ser pagos ao governo federal, para tanto precisam atuar em atividades que se caracterizam como: entidades de interesse público, como fundos de direitos da criança e do adolescente; instituições de ensino e pesquisa; e atividades culturais e audiovisuais.
Entre as críticas que são feitas à modalidade, encontram-se as situações em que se caracterizam espaços que favorecem a atuação de grupos que se utilizam de verbas públicas em nome de grupos privilegiados.
3 GLOBALIZAÇÃO: UM BALANÇO
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A globalização pode apresentar sua face mais bem-sucedida, que reside nofato de que foi capaz de favorecer a intercomunicação entre povos e as pessoas das mais diferentes e inusitadas regiões do planeta, diminuir as fronteiras no campo dos transportes e promover intercâmbios nas atividades de comunicação e informações.
A formação dos grupos regionais é capaz de conferir aos seus membros uma melhor possibilidade de negociação e barganhas no jogo das relações que se dão no cenário mundial. Por outro lado, quando interpretadas nas relações internas, em especial com os membros que compõem o grupo do qual fazem parte, evidenciam-se realidades sociais, culturais, condições de produção e capacidade de consumo desigual, de forte dependência tecnológica e vulnerabilidades política e econômica (a exemplo disso pode-se considerar o grupo NAFTA, que é composto pelos países: Canadá, Estados Unidos da América e México).
Todavia, acabou por prevalecer o caráter de fazer com que as relações políticas, os governos, os grupos sociais e movimentos culturais fossem colocados a favor dos interesses da economia. Acabou-se por padronizar cada vez mais os processos de produção, os desejos de consumo, os estilos de vida e as culturas, anulando cada vez mais as diferenças, identidades, as especificidades, as tradições locais e regionais, qualquer tipo de fronteiras e valores morais tradicionais.
Os modelos ideais de globalização que foram postulados garantiam que os indivíduos se abrissem a uma imensa variedade e riqueza de itens, tanto materiais como imateriais. Munidos desses itens, a vida ganharia uma dinâmica e a criatividade dos ares de liberdade, que por sua vez contagiariam com imensa alegria e colocariam em movimento o ambiente cultural e intelectual dos hábitos, dos costumes, das mentalidades de todos e a todos em toda face da Terra (BERMAN, 1986).
A partir das formulações de produção, trabalho e economia postuladas pelos teóricos do século XIX, gerou-se uma espécie de novo modelo antropológico de homem, o Homo economicus, que tem como centro e modo de vida os princípios da economia, que se revela pelos aspectos de um comportamento de individualismo exacerbado, competição desenfreada e o consumismo sem sentido, numa espécie de busca pelo ter e ter cada vez mais, e obtido a qualquer custo.
4 A POLÍTICA INTERNACIONAL
-
A política ganhou um caráter internacional a partir do século XVIII, quando do surgimento do Estado Moderno, em que o sistema capitalista irá se instalar a fim de obter condições e favorecimentos para expandir seus alcances em termos de matérias-primas, frentes de investimento e mercado consumidor. Ela pode ser identificada ainda quando da vigência do regime de Colonialismo, que vigorou na era das grandes navegações, quando Espanha e Portugal estabeleciam e organizavam politicamente suas colônias de exploração nos continentes americano e africano.
5 O ESTADO MODERNO E O LIBERALISMO
-
Surge no contexto em que ocorre o enfraquecimento do Antigo Regime (marcado pelas monarquias), das aristocracias, do clero, da Igreja Católica como um todo, diante do fortalecimento crescente do Estado moderno, da burguesia comercial, do liberalismo e do capitalismo.
O Estado moderno possuía como principal intento reestruturar os governos de forma laica/secular, de forma a estabelecer regulação política, jurídica e institucional das relações entre religião e política, Igreja e Estado, ou seja, conferir emancipação do Estado e do ensino público dos poderes eclesiásticos e de toda referência e legitimação religiosa. Nesse contexto, caberia ao Estado garantir a neutralidade em matéria religiosa (ou a concessão de tratamento estatal isonômico às diferentes agremiações religiosas), a tolerância religiosa e as liberdades de consciência, de religião (incluindo a de escolher não ter religião) e de culto (CASANOVA, 1994).
A busca por um novo/outro conjunto de valores morais, o exercício de métodos sofisticados de pensar e sentir, a racionalidade desprendida de uma matriz religiosa dogmática, o reconhecimento da subjetividade inerente às relações humanas, a defesa da liberdade de pensar e agir conforme uma ética particular/interiorizada, tudo isto vai reforçar a crítica aos resquícios que ainda persistiam do mundo feudal, do Antigo Regime e dos sistemas monárquicos que perduraram ao longo dos séculos XVII e XVIII.
O Estado Moderno e o Liberalismo concatenam todo um processo histórico, com múltiplas determinações: a ideia moderna de indivíduo (que não se restringe ao ideário liberal) e que surgiu em meio a mudanças profundas e que abrangiam as mais diversas relações humanas, tais como religião, política, economia, trabalho, família, ideias, artes: tudo convergindo e reforçando mutuamente para produzi-la.
O Imperialismo que surgiu foi uma formação de governo e política, que se praticou muito no século XIX, e foi exercido pelos países europeus para com os países de regiões como a África, América e Ásia, de onde obtinham matérias-primas para empreender sua produção industrial, consolidavam relações comerciais e mercados consumidores e exerciam influência/dominação cultural.
6 O NEOLIBERALISMO E A TERCEIRA VIA
-
O neoliberalismo forjou-se a partir dos elementos já existentes no interior do liberalismo clássico do século XVIII, porém, agora privilegiou os ideais econômicos, em especial os princípios de liberdade de empreendimento, de propriedade e de lucro, em detrimento das demandas/necessidades políticas e sociais (legitimidade, direitos e serviços) dos indivíduos.
Dentre as críticas que são feitas ao neoliberalismo tem-se as políticas que promovem a redução da interferência/regulação do Estado nas atividades econômicas/financeiras, permitindo o livre funcionamento do mercado, inclusive na distribuição da riqueza; assim como na promoção de bem-estar, em prol da privatização por grupos privados na oferta de serviços de saúde, educação, cultura, pensões, entre outros.
No contexto de política econômica, os governos deveriam atuar no sentido de favorecer mudanças tecnológicas e a rentabilidade das empresas, favorecendo cada vez mais o mercado livre e a redução da taxa de acumulação.
As principais experiências de governos neoliberais podem ser identificadas com o caso da Inglaterra, sob o governo da primeira ministra Margareth Thatcher, e dos Estados Unidos, com o presidente Ronald Reagan; do ditador Augusto Pinochet, no Chile; e em termos de bases teóricas, a Escola de Chicago, liderada pelos economistas Milton Friedman e George Stigler.
A ‘terceira via’ foi apresentada como alternativa frente às crises que emergiam das políticas neoliberais, que propõe uma espécie de humanização do capitalismo, nos aspectos do malefício do Estado neoliberal e da sociedade de livre mercado. Na qual estariam engajados tanto dirigentes políticos de países ricos e representantes de empresas transnacionais, que em meio às crises econômicas se dedicariam a amenizar os impactos sociais, as injustiças, revoluções e caos, no sentido de manter a paz e coesão social.
Anthony Giddens (2001), um dos principais estudiosos e defensores da ‘terceira via’, a explica como sendo uma estratégia de âmbito mais global, a fim de favorecer e melhorar as sociedades burguesas e democráticas, uma perspectiva de que os Estados/governos devem se reformar e a sociedade civil se qualificar/educar no sentido de os indivíduos exercerem a cidadania para participar e decidir diante das demandas de caráter coletivo.
Os defensores da ‘terceira via’ interpretam que grande parte dos problemas que acometem os países pobres e subdesenvolvidos não são fruto da economia global ou das práticas de exploração das nações ricas, e sim das condições internas das próprias sociedades.
A terceira via pode ser observada quando partidos políticos de esquerda, ou de cunho social, trabalhista e democrático, procuram ajustar suas políticas aos moldes neoliberais e, por outro lado, criar modos particulares de amenizar os problemas sociais e os riscos de degradação sociopolítica de seus países, em meio ao capitalismo que se torna cada vez mais global e ao mercado que se faz cada vezmais onipresente, ambos processos de pouca probabilidade de reversão.
7 TENDÊNCIAS AOS GOVERNOS E À POLÍTICA INTERNACIONAL
-
Existem impasses que se abatem sobre as mais diversas nações e países do globo, tais como governos e os sistemas políticos altamente burocratizados e quase falidos, e incapazes de conseguirem proporcionar justiça e bem-estar social, envolvidos em redes profundas de corrupção.
O estudioso Ladislau Dowbor procura fazer uma síntese da trajetória e do perfil do conceito de governo, levando em consideração o caráter que este apresentou em termos de princípios na responsabilidade pela administração, na relação com os cidadãos e no atributo que norteia os espaços, os processos e as instâncias que compõem um governo.
Observe com atenção o quadro a seguir, que faz as devidas distinções e estabelece comparações e reflexões.
QUADRO 6 – EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE GOVERNO - LADISLAU DOWBOR
	 
	ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	NOVA GESTÃO PÚBLICA
	GOVERNANÇA PARTICIPATIVA
	PRINCÍPIOS ORIENTADORES
	Cumprimento de leis e regras.
	Eficiência e resultados
	Responsabilidade, transparência e participação
	RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
	Políticos
	Clientes
	Cidadãos, atores
	 
	 
	 
	 
	RELAÇÃO CIDADÃO-ESTADO
	Obediência
	Credenciamento
	Empoderamento
	ATRIBUTO-CHAVE
	Imparcialidade
	Profissionalismo
	Participação
FONTE: World Public Sector Report (2005, p. 7)
Estabelecendo relação com o quadro geral dos modelos econômicos que influenciaram e configuraram os sistemas políticos, pode-se situar os modelos de liberalismo à estrutura de governo denominada de ‘administração pública’, modelo de governo que vigorou ao longo do neoliberalismo na categoria de ‘nova gestão pública’ como que sendo pertencente à terceira via, identificado também como ‘governança participativa’.
Nesse contexto de mudanças de modelos de Estado/governo, cada vez mais o Estado é chamado a ampliar os investimentos em recursos humanos e infraestrutura local, sendo de responsabilidade do Estado proteger os grupos vulneráveis e o meio ambiente, aproximar o Estado da população, criar meios e políticas que favoreçam a inclusão e participação efetiva dos cidadãos, reduzir as oportunidades de corrupção, garantir estabilidade macroeconômica, favorecer parcerias entre o setor público e o privado, gerir os processos de privatização, fortalecer redes industriais em nível nacional, regional e internacional; apoiar as exportações, entre outros.
Acesse a página do professor da Universidade de São Paulo/USP Ladislau Dawbor. Aprofunde seus conhecimentos sobre política, governo, economia, tecnologia e sociedade com as dicas e sugestões de livros, artigos e filmes lá indicados. Disponível em: <http://dowbor.org/>. Acesso em: 4 jun. 2015.
RESUMO DO TÓPICO
Neste tópico, você aprendeu que:
• A globalização consiste em um fenômeno antigo em meio às sociedades que procuravam intercambiar produtos, tecnologias e informações, porém, ganhou forte impulso ao final da década de 1980, quando ocorreu a queda do Muro de Berlim e do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
• O fenômeno da mundialização das relações financeiras e da globalização favoreceu alguns grupos regionais que buscam tanto favorecer como proteger os processos industriais que existem no interior dos países membros, e neste contexto os governos desempenham papel fundamental.
• Dentre os desafios que ocorrem no interior dos grupos econômicos está a heterogeneidade das bases produtivas, a vulnerabilidade econômica, instabilidades políticas e a diversidade sociocultural de cada país membro.
• A terceira via consiste em uma união de representantes de órgãos políticos e financeiros que pretendem apresentar soluções no sentido de amenizar e humanizar os impactos do sistema neoliberal em meio à sociedade e às populações.
• O perfil de Estado/governo que se faz necessário no cenário político atual é o de um governo capaz de proteger os grupos vulneráveis e o meio ambiente, criar meios e políticas que favoreçam a inclusão e participação efetiva dos cidadãos, reduzir a corrupção, garantir estabilidade macroeconômica, gerir os processos de privatização, fortalecer redes industriais em nível nacional, regional e internacional.
AUTOATIVIDADES
Autoatividade U2T4
1 (ENADE – 2014) Ideais liberais e métodos democráticos vieram, gradualmente, se combinando num modo tal que, se é verdade que os direitos de liberdade deram início à condição necessária para a direta aplicação das regras do jogo democrático, é igualmente verdadeiro que, em seguida, o desenvolvimento da democracia se tornou o principal instrumento para a defesa dos direitos de liberdade.
De acordo com a orientação teórica expressa no texto acima, avalie as afirmações a seguir.
I- Liberalismo e democracia, doutrinas políticas distintas, exercem grande influência no ordenamento político das sociedades atuais.
II- Liberalismo e democracia são doutrinas políticas que surgiram em momentos diferentes e convergiram para dar origem à democracia liberal.
III- Liberalismo é uma doutrina política incongruente com o ideal igualitário, que caracteriza a tradição democrática.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
TOPICO 5
POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE
TÓPICO 5RELAÇÕES DE TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
-
Um indivíduo/trabalhador, consciente de si e de seu fazer profissional, geralmente pergunta-se sobre aspectos inerentes ao ofício, tais como: saber fazer, técnica, matéria-prima e energia, os meios de produção, o produto, custo, margem de lucro, jornada de trabalho, remuneração, condições de trabalho, comércio, consumo, categoria de trabalho, reconhecimento e valor/sentido social e a realização, a satisfação/sentido pessoal, os âmbitos e as instituições que intermedeiam seu fazer profissional.
2 ORIGEM/SIGNIFICADO DA PALAVRA TRABALHO
-
Ao pensar e refletir sobre relações de trabalho, parece que se toca em uma questão que é responsável por causar entusiasmo e resistência aos indivíduos, ao mesmo tempo as pessoas se sentem dispostas e se dedicam a certa atividade e, por outro lado, recuam diante das condições, regramentos e normatizações em que precisarão estar alinhadas e adequadas. Percebe-se, também, uma espécie de um relutar diante do fato da exploração do homem pelo próprio homem, no sentido de obter e gerar riqueza.
Conta-se com todo um processo e imaginário histórico para que isso ocorra, no sentido de que as relações de trabalho se encontram forjadas em meio a elementos religiosos, sociais, econômicos e políticos, e procura-se apresentar as principais concepções e dinâmicas que o homem atribuiu ao trabalho ao longo de sua jornada histórica, bem como as possibilidades do momento presente e vislumbrar tendências que as relações de trabalho podem trilhar.
Albornoz (2008) apresenta que a expressão trabalho contém muitos significados, tais como esforço, fadiga, sofrimento, labuta, castigo, realização, sacrifício; que existem muitas expressões, nas mais diferentes línguas, como labor e operare no italiano, travailler no francês, work no inglês; bem como comporta correlações entre as mesmas, como no caso da palavra latina arvum, que significa terreno arável, que surgiu da noção do alemão arbeit, que significa trabalho.
Na Grécia antiga, pode ser associada à noção de poiesis, que significava o fazer, a fabricação, o que o ser humano produz tanto material: uma obra de arte executada por um artista, escultor, ceramista; como não material: instituições sociais, referências culturais etc.
A expressão trabalho, tal como é escrita e utilizada na língua portuguesa, deriva da expressão latina tripalium, que ao longo da Idade Média era o nome dado a um instrumento de tortura que apresentava três paus reunidos, utilizado pelos camponeses e servos para bater o trigo, as espigas de milho, e para desfiar e esfiapar o linho; certa vez foi adaptado e utilizado como instrumento de tortura (ALBORNOZ, 2008).
O missionário católico RaimundoLélio (1232-1315), que atuou entre os povos catalães no século XIII, foi o responsável por reabilitar a expressão e concepção ‘trabalho’, que foi amplamente difundida na sociedade moderna industrial e capitalista (GANDILLAC, 1995). A concepção de trabalho também é identificada na denominação de tripalium, que foi extraída do latim e designava um instrumento de tortura reservado aos escravos. Lélio a substituiu pela expressão treballan, que é oriunda do idioma catalão, que designa a habilidade em elaborar a matéria bruta, transformando-a em obra, realização e propriedade humana, e dignificadora do próprio homem.
Labor e trabalho são expressões muito utilizadas e até sinônimos, porém Arendt (2007) nos propõe que se faça distinção entre elas. Por labor a autora relaciona o ato de trabalhar, que está na labuta, numa lógica de estar em curso, na disposição de verbo no gerúndio, está ocorrendo, não comporta a noção de produto final. Por trabalho designa as atividades feitas com as mãos, a noção de produto, trata-se de um trabalho que é apresentado como acabado.
Os estudiosos são unânimes ao apresentar que a palavra trabalho deve ser identificada e compreendida ainda nas sociedades ágrafas (sociedade sem escrita), quando ocorreu a passagem das atividades de caça, coleta e pesca à prática da agricultura e na domesticação dos animais.
Durante muitos séculos, a moral e a ética do “trabalho” e da “conquista” permaneceram, em grande parte, como um fato circunscrito ao universo rural, ao lavrar e semear a terra, colher e armazenar alimentos, domesticar e tratar animais, construir pontes, moinhos, celeiros, castelos, palácios, igrejas, minerais, metais preciosos, entre outros.
As concepções foram alteradas, inclusive as mais antigas, quando reunidas nos livros da Bíblia Sagrada, em que o trabalho não é mais visto como um indício da maldição de Deus a Adão e Eva, com a expulsão do paraíso, sendo que teriam que ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Os gregos distinguiam entre esforço do trabalho na terra, a fabricação do artesão que servia ao usuário, e a atividade livre do cidadão que discutia os problemas da cidade. De modo muito semelhante na Idade Média, trabalhar com as mãos era sinônimo de ser escravo ou servo, um indício de que o indivíduo pertencia aos grupos inferiores da sociedade.
A partir da reforma protestante, empreendida pelo teólogo Martinho Lutero (1483-1546), a concepção de trabalho foi profundamente reformulada no sentido de que o trabalho, como vocação, conduziria os indivíduos à salvação da alma. João Calvino (1509-1564), teólogo francês, apresentava a noção de que o trabalho, o êxito e a prosperidade material em vida deveriam ser compreendidos como uma forma de conquistar a benevolência de Deus. Ambas as teorias favoreceram o contexto no qual implantavam-se políticas de mercantilismo e capitalismo.
O sociólogo Max Weber (1864-1920) defendeu, em seus estudos, que os valores religiosos do protestantismo favoreceram e coincidiam com o espírito do capitalismo, no sentido de que superavam a moral católica de renúncia ao mundo material, do acúmulo de bens financeiros e ao lucro, na vida religiosa de devoção contemplativa e de renúncia ao mundo material.
A noção de vocação para o trabalho foi associada também à ideia de amor ao próximo, e quanto mais intensa a atividade profissional, maior a aproximação da salvação. Por outro lado, a falta de vontade de trabalhar passou a ser compreendida como ausência do estado de graça e do não merecimento da salvação de Deus. Assim, estava autorizado que todo indivíduo empreendesse a busca pela riqueza material, podendo realizar grandes ações e assim galgar sua própria salvação.
Uma das principais alterações que a modernidade realizou foi a de apropriar-se da concepção positiva de trabalho e mudar o ambiente de realização do mesmo, que do interior das casas ou no interior das corporações de ofício passou a ser realizado em cidades, no interior dos espaços das fábricas.
Foi nesta época que surgiram as noções de divisão de trabalho, na qual cada indivíduo, com a fração/parte que desempenha, na sua especialidade, contribui à soma de trabalho coletivo, que por sua vez gera a riqueza de cada nação, o que se tornaria uma espécie de consciência e interesse coletivo e comum a todo indivíduo. É nesse momento que a mudança de percepção da noção de trabalho passa a ocorrer, no sentido de que as pessoas passam a trabalhar para poder consumir, e não mais para produzir algo.
A partir do século XVIII, os economistas Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823) reforçam os valores de atividades produtivas e de riqueza material, e defendem que o trabalho é o grande responsável pela riqueza social, o que por sua vez supervalorizou a ideia de homem operário, Homo economicus, que produz riqueza, que contribui para que o sistema econômico continue a alcançar seus objetivos e lançar novas possibilidades de investimentos e lucratividade. Foi nesse contexto que o estudioso alemão Karl Marx (1818-1883) defendeu que a essência do homem é o trabalho e não a sua vida espiritual. Passou a observar mais de perto a relação do homem e do trabalho, ao ponto de analisar dimensões peculiares e subjetivas da relação do homem com o trabalho e a mercadoria, e se engajar ativamente em fazer o processo de crítica e denúncia das contradições que envolviam trabalhadores, proprietários dos meios de produção e burgueses comerciantes, abrangendo o sistema capitalista como um todo.
No entanto, a perspectiva de Marx era a de que o exercício crítico, através da intelectualidade, não era suficiente, para ele o mundo não se transforma com o pensamento e leis, o mundo deveria ser transformado pela práxis, na organização dos trabalhadores e na realização de atos revolucionários. A divisão do trabalho era responsável pela alienação do homem na sociedade capitalista, que por sua vez se revelava em face à perda da totalidade e da dignidade humana. Caberia ao proletariado a responsabilidade pelo ato de fazer a revolução e transformar a sociedade, tomar o poder e abolir a relação capitalista de produção. Em meio ao campo de luta e revoluções, os trabalhadores deveriam estar conscientes de si e de sua classe/categoria e empreender as revoluções que fossem necessárias a fim de desfazer o quadro de desigualdade, injustiças e exploração que o trabalho favorecia. Marx defendia a superação do sistema capitalista pelo comunismo, numa espécie de sociedade associativa em que o livre desenvolvimento individual seria a condição do livre desenvolvimento de todos (MARX; ENGELS, 2010).
Segundo Abbagnano (2000), a relação do trabalho com a existência humana passa a ser lugar-comum na cultura contemporânea. Mesmo fora do âmbito marxista, o caráter penoso atribuído ao trabalho não é atribuído ao trabalho em si, mas às condições sociais em que ele é realizado nas sociedades industriais.
O trabalho passa a ser visto como parte fundamental da natureza humana. O trabalho é ainda hoje visto como um valor social, sendo o trabalhador um personagem social merecedor de respeito, admiração e dignidade pelas obras que faz a si, a seus familiares e semelhantes.
A nova concepção que foi atribuída ao trabalho combina com os valores das mudanças no interior da fabricação de produtos. O homem, reconhecendo que o trabalho não era mais motivo de sofrimento e castigo, mas sim uma atividade que o tornaria socialmente reconhecido, sentiu-se motivado e disposto a se dedicar e doar a fim de preencher as oportunidades e a demanda da manufatura e indústria nascente, bem como o campo das invenções de máquinas e técnicas e o próprio sistema capitalista, que estavam exigindo.
Trabalho, geralmente, pode ser definido como atividade coordenada de caráter físico ou intelectual, necessária a qualquer tarefa, serviço ou empreendimento, ocupação, ofício, exercício de profissão. Um aspecto que distingue o trabalho humano do trabalho dos outros animais está no fato de que o trabalho e esforço humanos são atribuídos à intencionalidade, além da operação instintivae programada que é reconhecida nas atividades dos animais. No homem é percebido o grau de especialização, complexidade, tanto das atividades, como dos meios dos quais ele se utiliza para realizar o trabalho.
A produção artesanal, produção familiar em espaços domésticos ou pequenas oficinas, como alfaiates, ceramistas, sapatarias, na qual importa fazer um bom trabalho, um produto único, com maestria e arte de fazê-lo. O trabalhador encontrava-se livre para organizar seu trabalho, a seleção de sua matéria-prima, o começo, a forma, a técnica, o ritmo, os detalhes, o acabamento, a entrega. Não ocorre a distinção de trabalho e lazer, divertimento e cultura, ambos se fundem.
A Europa viveu seu momento de desenvolvimento industrial ainda no século XIX, na América Latina ocorreu somente na segunda metade do século XX, realidades nas quais o processo de aprimoramento da produção acabou por se modificar, não seguindo a lógica de fases e processos que ocorreram na Europa. O quadro industrial dessa região apresenta-se ora como que ainda na segunda revolução industrial, e ora na produção que se utiliza de tecnologia de ponta e robotização, em especial a migração e empregabilidade no setor de serviços. Ao mesmo tempo, encontram-se inúmeros desafios em termos de dependência em relação a tecnologias e desigualdades no que diz respeito ao acesso ao emprego.
No século XIX, pode-se falar que a produção capitalista, que introduziu a máquina a vapor e a modernização dos métodos de produção, desintegrou costumes e introduziu novas formas de organização da vida social. A transição da produção artesanal para a manufatureira e desta para a produção fabril, a migração do campo para a cidade; o fim da servidão; o desmantelamento da família patriarcal; a introdução do trabalho feminino e infantil.
A individualização da produção, a programação das atividades, linhas de montagem, produção em série e o consumo em massa (fordismo e taylorismo) almejavam articular o acesso a matérias-primas, à mão de obra, ao fácil escoamento da produção e obter maiores margens de lucros entre os custos e a comercialização da produção, que por sua vez acarretam deslocamentos que desperdiçavam tempo significativo na vida dos trabalhadores, além da produção de poluição e impactos ao meio ambiente.
A maquinização e a mecanização da produção conferiram ao trabalhador a percepção da perda do saber fazer, a perda da noção de produtor. Diante disso, o trabalhador se sentiu pressionado a se adaptar para poder operar as máquinas que estavam sendo introduzidas nos espaços de trabalho. A separação, divisão e especialização da produção fizeram com que o produtor não conseguisse mais reconhecer a totalidade do produto depois de pronto. Mudanças da concentração da população em relação às atividades econômicas e oportunidades de trabalho, assim como o trabalho na indústria, acabaram por concentrar a população em determinadas regiões e cidades, tornando-as superpovoadas.
O que Marx procurou definir como ‘alienação’ encontrava-se nascente nesses processos, e depois poderia ainda ser verificada em situações como a do consumo dos produtos que estavam sendo produzidos/consumidos, no contexto industrial em que a produção se dava em grande escala e para consumo em massa. Trabalhadores como alfaiates, costureiras, sapateiros, eram os testemunhos mais expressivos desse processo.
Diante da reflexão de Arendt (2007), podemos afirmar que, desde o século XIX, o Homo faber foi perdendo sua aura e passou a ser valorizado o “princípio da felicidade”. De fato, o progresso da civilização não produziu uma sociedade de indivíduos políticos ou de trabalhadores que amam seu ofício, e sim uma sociedade de consumidores, de indivíduos isolados e desenraizados, uma cultura de massa imersa em futilidade. E a construção da identidade deixou de ser pautada em atividades criativas e produtivas, à medida que o trabalho se tornou apenas um meio de satisfazer necessidades ou desejos de consumo.
3 AS MULHERES NO CONTEXTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
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As mulheres participaram da produção de utensílios, alimentos e mercadorias desde os tempos mais remotos, que envolviam desde as atividades no interior da casa, família e comunidade. A alimentação, o artesanato e a educação das crianças foram inseridos no interior dos espaços de trabalho com fortes projetos a partir da Revolução Industrial. Os maiores problemas surgem quando as mulheres passam a ser empregadas no interior das indústrias modernas, em meio a longas jornadas de trabalho, com a presença de maquinários, em que os salários pagos às mulheres eram inferiores.
A gradual introdução das mulheres no campo de trabalho favoreceu a mudança de hábitos e costumes por parte das mesmas. O fato de trabalhar no interior das fábricas exigia novos comportamentos, posturas e até uma indumentária que favorecesse a realização das atividades e evitasse possíveis acidentes de trabalho. Os vestidos longos e rodados, os chapéus e demais acessórios ofereciam risco de acidentes se usados nos espaços de trabalho em meio às máquinas.
As roupas que deveriam ser usadas no interior das indústrias precisavam ser justas, retas e que cobrissem o corpo o máximo possível. A condição e imposição do meio de trabalho foram responsáveis por depreciar a feminilidade, fragilidade e sensibilidade da mulher e favorecer uma postura rígida, tenaz e ereta. Foi neste contexto que a estilista francesa Coco Chanel (1883-1971) começa a projetar roupas com design mais favorável às atividades no interior das fábricas e empresas, nas quais se destacam cortes e precisão geométrica das roupas e modelos ajustados ao corpo, ausentes de babados, volumes, acessórios, entre outros.
1º de Maio: Dia do Trabalhador, Dia do Trabalho ou Dia Internacional dos Trabalhadores
Esta data, que é comemorada em diversos países, como Brasil, Portugal, Austrália, Angola, França, Suécia, Moçambique, é resultante de uma greve geral de trabalhadores que ocorreu no ano de 1886, no interior de Chicago, nos Estados Unidos da América. A paralisação foi responsável por envolver diversos parques industriais da cidade. Dentre as causas da paralisação encontrava-se a redução da jornada de trabalho. A presença dos manifestantes na rua se estendeu por diversos dias e acabou por ser reprimida com violência pelas tropas do governo, causando inúmeras mortes.
A partir dos anos de 1990 o toyotismo, idealizado pelo engenheiro-mecânico Taiichi Ohno (1912-1990), tornou-se tendência no interior dos sistemas produtivos. Esse rearranjo produtivo apresenta, como princípios, a otimização da produção em todas as fases e a integração de todos os setores no interior dos espaços produtivos; no campo deliberativo requer a descentralização da tomada de decisões; produção de itens diferenciados; formação de alianças e redes de atividades empresariais; por parte dos indivíduos requer trabalho em equipe, proporciona a participação nos resultados, subcontratação e exige qualificação constante.
4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS
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O homem contemporâneo possui uma relação com o trabalho, que foi instaurada ainda no século XIX e que ganhou desenvolvimento e aprofundamento ao longo do século XX. Trata-se da produção industrial, tecnológica e a prestação de serviços no interior de grandes cidades. O espaço primordial de realização dos indivíduos torna-se o espaço no interior das cidades, os espaços das indústrias e o âmbito público das relações.
A era industrial deixou de cumprir sua ‘grande promessa’: fabulosas realizações materiais e intelectuais. O sonho de sermos senhores independentes de nossas vidas terminou quando despertamos para o fato de que todos nos tornamos peças ínfimas da máquina burocrática, com nossos pensamentos, sentimentos e gostos manipulados pelo governo, pela indústria e pelas comunicações de massa que controlam tudo (FROMM, 1987).
Uma das questões cruciais de tal processo diz respeito à passagem do regime fordista (século XIX) ao regime chamado de produção toyotista. A técnica tornou cada vez mais fragmentado o processo detrabalho e, consequentemente, independente dos indivíduos, bem como aleatório com quem o faz, em que já não importa como cada um o faz; importa sim que cada indivíduo mantenha-se submetido ao todo, mantenha os laços, as passagens, o fluxo do processo, com o mínimo de interferência criativa, inovação que possa tornar os fluxos ainda mais eficientes.
Trabalhar em uma mesma empresa por muitos anos, ser homenageado e receber condecorações de três, cinco, dez, 15, 20 anos de empresa, faz parte da geração anterior à qual nos encontramos e que tende a se tornar cada vez mais raro. Especialmente no ramo do terceiro setor.
No interior das grandes organizações descortinam-se tendências à rotatividade, à terceirização, cooperativas de trabalho, atividades autônomas, grupos de voluntariado, economia solidária, entre outras. No panorama atual de sistemas de governos, grupos empresariais e relações de trabalho, cadencia-se a internacionalização dos processos de produção e comercialização e a mercantilização/financeirização das relações econômicas e sociais, no sentido de que reforçam o sistema capitalista e o poder do mercado, dimensões em que a noção de competição e propriedade prevalecem como moral e finalidade última, o que por sua vez acaba por fragilizar as estruturas de Estado, as relações sociais e culturais entre os indivíduos.
A tecnologia da informação, a descoberta e desenvolvimento de novos materiais, as mudanças e oscilações nas estruturas de mercado e a capacidade de competitividade e as relações intra e interpessoais parecem ser os elementos que mais permeiam as relações de trabalho. No interior dessas novas tendências identifica-se a busca dos indivíduos em vivenciar experiências que aliem trabalho, moradia, realização de projetos pessoais, formação continuada, vivências familiares, sociais e de lazer.
4.1 AS POSSIBILIDADES DO TRABALHO INFORMAL
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O trabalho informal é o que ocorre nas experiências de trabalho artesanal e prestação de serviços, em que envolve intensa dedicação de mão de obra, de caráter temporário, geralmente apresenta pouco montante de capital envolvido e acaba apresentando acordos à parte das legislações trabalhistas; o que por sua vez acaba não concorrendo como linhas de financiamentos, seja de bancos ou governos; como exemplo, pode-se relacionar as práticas de trabalho no ramo do vestuário e alimentação.
Como economia solidária, pode-se entender as atividades que ocorrem de forma coletiva e em estruturas suprafamiliares, articuladas em associações, cooperativas, empresas autogestadas, grupos de produção, clubes de trocas etc., cujos participantes tanto podem ser trabalhadores dos meios urbano e rural.
Os envolvidos nas atividades de economia solidária exercem forte controle e gerenciamento das atividades e dos resultados. Realizam atividades econômicas de produção de bens, de prestação de serviços, de fundos de crédito (cooperativas de crédito e os fundos rotativos populares), de comercialização (compra, venda e troca de insumos, produtos e serviços) e de consumo solidário. As atividades econômicas devem ser permanentes ou principais, ou seja, a razão de ser da organização.
4.2 RELAÇÕES DE TRABALHO E OS PROCESSOS LEGAIS NO BRASIL
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O trabalho livre e assalariado ganhou espaço após a abolição da escravidão aplicada aos trabalhadores negros no Brasil em 1888 e com a gradual vinda dos imigrantes europeus. As condições impostas eram ruins, acabaram por gerar no interior do país as primeiras discussões sobre leis trabalhistas. Os imigrantes traziam consigo a experiência do movimento operário e sindical no interior dos países europeus, o que por sua vez favoreceu a estruturação de organizações de trabalhadores, círculos operários, sindicatos e demais frentes de representação.
No final do século XIX surgem as primeiras normas trabalhistas, por meio do Decreto nº 1.313, de 1891, que regulamentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos. Em 1912, foi fundada a Confederação Brasileira do Trabalho (CBT), durante o 4º Congresso Operário Brasileiro. Dentre as causas defendidas pela Confederação estavam: a jornada de trabalho de oito horas, fixação do salário-mínimo, indenização para acidentes, contratos coletivos ao invés de individuais.
No cenário internacional do pós-1ª Guerra Mundial, em 1919, surge a Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão internacional que por sua vez impulsionou a formação de um Direito do Trabalho. O surgimento deste órgão, naquele momento histórico, visava intermediar o conflito entre o capital e o trabalho, e que era visto como uma das principais causas dos desajustes sociais e econômicos, inclusive motivadores de guerras.
Caro estudante, procure saber mais sobre a atuação da Organização Internacional do Trabalho-OIT. Trata-se do órgão responsável pelas convenções e recomendações que norteiam as questões relacionadas ao trabalho em nível internacional.
Disponível em: <http://www.oitbrasil.org.br/content/apresenta%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 3 jun. 2015.
A política trabalhista brasileira se consolida, de fato, após a Revolução de 30, quando Getúlio Vargas cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. A Constituição de 1934 foi a primeira a tratar de Justiça do Trabalho e Direito do Trabalho, assegurando a liberdade sindical, salário-mínimo, jornada de oito horas, repouso semanal, férias anuais remuneradas, proteção do trabalho feminino e infantil e igualdade salarial.
No Brasil de 1964, com o golpe militar e a instalação da ditadura, ocorreram fortes medidas de repressão à classe trabalhadora, com o Decreto nº 4.330, as intervenções atingiram sindicatos em todo o Brasil. Este decreto é conhecido como a lei antigreve, que impôs tantas regras para realizar uma greve que, na prática, elas ficaram proibidas.
Depois de anos sofrendo cassações, prisões, torturas e assassinatos, em 1970 um novo movimento sindicalista se reestrutura no interior do Estado de São Paulo, no chamado ABCD paulista. No ano de 1978 ocorre uma grande greve em São Bernardo do Campo (SP) e que ganhou aderência de trabalhadores de todo o país.
Após o fim da ditadura militar, em 1985, e em meio às mudanças no cenário econômico, com a promulgação da Constituição de 1988, as conquistas dos trabalhadores foram restabelecidas; por exemplo, a Lei nº 7.783/89, que restabelecia o direito de greve e a livre associação sindical e profissional, a aposentadoria rural; Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); Benefício de Prestação Continuada (BPC); Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); bolsa escola e, ulteriormente, bolsa família, entre outros.
Conheça o site do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Lá você encontrará resoluções sobre o funcionamento das centrais sindicais, leis e convenções ao exercício das profissões, orientações sobre os trâmites contratuais e demissionais, seguro-desemprego, trabalho temporário, políticas de microcrédito, trabalho decente, entre outros.
MTE. Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/portal-mte/>. Acesso em: 3 jun. 2015.
LEITURA COMPLEMENTAR
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A TERCEIRIZAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO
Grupos de empresários e empregadores apresentam argumentos no sentido de que a geração de emprego formal, e até a abertura de empresas, no Brasil, são dificultadas diante dos custos que as leis trabalhistas acabam acarretando. Alegam que em torno de 67% do salário consiste em tributos, que são pagos ao governo, que procura atender a leis de descanso remunerado, 13º salário, FGTS, adicionais em casos de horas extras, insalubridade e trabalho noturno. E diante deste cenário é que ganham espaço as ideias de terceirização no interior dos postos de trabalho.
Terceirização é o processo pelo qual uma empresa deixa de executar uma ou mais atividades realizadas por trabalhadores diretamente contratados e as transferem para outra empresa. A terceirização se realiza de duas formas, não excludentes. Na primeira, a empresa deixa de produzir bens ou serviços utilizados em sua produção e passa a comprá-los de outra – ou outras empresas –, o que provocaa desativação, parcial ou total, de setores que anteriormente funcionavam no interior da empresa.
A outra forma é a contratação de uma ou mais empresas para executar, dentro da “empresa-mãe”, tarefas anteriormente realizadas por trabalhadores contratados diretamente. Essa segunda forma de terceirização pode referir-se tanto a atividades-fim como a atividades-meio. Entre as últimas podem estar, por exemplo, limpeza, vigilância, alimentação. Tem-se observado também que vem ocorrendo o processo de quarteirização, a contratação de uma empresa pela empresa-mãe, que deverá gerir as relações com o conjunto das empresas terceiras contratadas no interior da mesma.
O processo de terceirização da produção e da prestação de serviços no Brasil, e em quase todos os países capitalistas, desenvolveu-se como parte do rearranjo produtivo, iniciado na década de 70 do século XX, a partir da terceira Revolução Industrial, e que se prolonga até os dias de hoje. São mudanças importantes na organização da produção e do trabalho e, no caso específico da terceirização, na relação entre empresas.
A adoção deste processo foi intensificada e disseminada no âmbito da reestruturação produtiva que marcou os anos 90. A partir do ano 2000, a economia brasileira iniciou um lento processo de recuperação, com taxas de crescimento positivas, porém o cenário do mercado de trabalho já é o da difusão generalizada da terceirização da mão de obra. Se, inicialmente, as empresas precisaram enxugar os custos para garantir sua sobrevivência, o processo de terceirização não apresentou retrocesso diante da melhora do cenário econômico, tendo permanecido como um elemento fundamental da mudança do processo produtivo e do mercado de trabalho brasileiros.
Em nível internacional destaca-se que as atividades mais atingidas pela terceirização, em suas diferentes formas, são aquelas próprias da Tecnologia da Informação (TI), o que inclui o trabalho de programadores, de processamento de dados e de desenvolvimento de softwares. O avanço rápido e constante nesses processos tecnológicos facilita a troca de dados, a execução de projetos e a entrega de produtos, independentemente do local onde o trabalho é executado.
A maior preocupação constatada a partir das fontes de informação sobre os Estados Unidos é a possibilidade de demissão em massa de trabalhadores americanos qualificados em decorrência de processos de terceirização nos quais as contratantes são empresas americanas. Nesse caso, o mais comum tem sido a adoção do international outsourcing (compra do componente ou serviço em outro país), do offshoring (realocação da empresa em outro país) ou ainda do on-site offshoring (contratação de trabalhadores estrangeiros imigrantes ou de trabalhadores em seus países de origem). Os países europeus, quando comparados com os Estados Unidos, demandam menos serviços terceirizados e adotam algumas barreiras culturais que dificultam a transferência de atividades de um país para outro.
Dentre os setores mais vulneráveis à terceirização no continente, tem-se que a maioria está relacionada à área de TI, que atuam nos ramos de desenvolvimento de softwares, processamento de dados, vendas, serviços de atendimento ao cliente, pesquisa, desenvolvimento e designs, finanças, recursos humanos e gerenciamento. Estima-se que os trabalhadores indianos da área de computação, por exemplo, recebam entre 1/5 e 1/10 do que é pago a um americano pela mesma função.
No Brasil os ramos de atividades que mais registram processos de terceirização são o setor público, no interior das unidades de governo, o setor financeiro, como bancos, os setores elétrico, químico, de petróleo e petroquímico e da construção civil.
Diante das formas mais explícitas de precarização das condições de trabalho e de vulnerabilidade da condição do trabalhador que resultam dos processos de privatização, tem-se um novo relacionamento sindical entre empregador e empregado, que aponta a desmobilização dos trabalhadores para reivindicações e greves, eliminação das ações sindicais e trabalhistas que reclamam pelos direitos sociais.
Texto adaptado de DIEESE. Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos. O processo de terceirização e seus efeitos sobre os trabalhadores no Brasil. Convênio SE/MTE nº 04/2003, Processo nº 46010.001819/2003-27.
FONTE: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAAF91A9E060F/Prod03_2007.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2015.
RESUMO DO TÓPICO
Neste tópico, você aprendeu que:
• A palavra trabalho tem origem nas práticas e atividades das mais antigas sociedades, comporta muitas diferenças de escrita, em especial na forma como as sociedades concebiam e ao valor moral que atribuíram à mesma.
• No interior da forma de produção artesanal o trabalhador detém o conhecimento de todas as fases de produção, pode atender à vontade pessoal de quem procura pelo produto, o produto consiste em um exemplar único e o artesão acompanha também o processo de comercialização do produto.
• No interior do processo de produção de forma manufaturada se dá a especialização e divisão de funções, a produção passa a ocorrer fora do local de moradia dos responsáveis pela produção, o que por sua vez favorece os primórdios das grandes indústrias.
• No interior dos modos organização industrial do século XVIII e XIX prevaleceram os modelos fordista e taylorista, que se caracterizam pelo perfil de produção organizada em linhas de produções, em série e consumo em grande escala, e obedecem à organização e administração científica.
• O toyotismo consiste numa forma de organização no interior de empresas e processos produtivos que contempla a descentralização do poder e formação de redes de trabalho, a diferenciação da produção, forte controle da produção e qualificação constante dos trabalhadores.
• A terceirização pode ocorrer de diferentes formas: pela contratação de uma empresa que subcontrata trabalhadores para exercer funções no interior de uma empresa-mãe, como também quando uma empresa passa a comprar parte dos processos e dos produtos de outra empresa para compor o seu produto final.
AUTOATIVIDADES
Autoatividade U2T5
Questão 1 - Karl Marx (1818-1883), pensador alemão que se dedicava a denunciar as contradições no interior do sistema capitalista, ao longo de sua vida precisou mudar-se por diversas vezes de país, pois o teor de suas ideias acabava por lhe render inimigos de forte influência e poder político. Além disso, também passou por problemas com renda, sendo socorrido pelo amigo e colega/escritor F. Engels. Pergunta-se: no que consistiam as principais ideias e teorias de Marx?
I- A ideia principal estava em explicar, denunciar e combater as contradições que estavam disfarçadas e camufladas no interior do regime comunista.
II- Argumentava que a divisão do trabalho era responsável por alienar o trabalhador, assim como, por lhe extorquir a sua dignidade.
III- Defendia que estaria única e exclusivamente nas mãos do proletariado conduzir a revolução que substituiria o capitalismo pelo comunismo.
IV- As teorias de Marx apresentavam que o proletariado deveria fazer a revolução e transformar a sociedade, tomar o poder e abolir a relação capitalista de produção.
Agora, assinale a alternativa correta:
A) As sentenças I, II e III estão corretas.
B) Somente as sentenças III e IV estão corretas.
C) Somente as sentenças II e III estão corretas.
D) As alternativas II, III e IV estão corretas.
Responder
Questão 2 - (ENADE – 2014) O debate sociológico acerca das novas relações de trabalho e consumo no capitalismo se intensificou desde a segunda metade do século XX, especialmente a partir de um novo modelo de acumulação, marcado pela “flexibilização dos processos produtivos”. Como aponta David Harvey a este respeito, a acumulação flexível “é marcada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apoia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo”. E, ainda, mais importante do que isso é a redução aparente do emprego regular,em favor do crescente uso do trabalho em tempo parcial, temporário ou subcontratado.
FONTE: HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.
De acordo com a afirmação acima, a acumulação flexível:
I- Gerou cada vez mais trabalho especializado, responsável pelo aumento da racionalidade do processo produtivo.
II- Pode ser considerada uma expansão do princípio fordista de produção.
III- Aumentou a precarização das relações de trabalho no capitalismo contemporâneo.
IV- Implica crescente heterogeneidade dos mercados de trabalho e dos padrões de consumo.
É correto apenas o que se afirmar em:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.

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