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Aula 1 - QUINHENTISMO

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ESCOLA DE SARGENTOS
DAS ARMAS 2021
quinhentismo
professora Camila Estratagema
01 
prof. Camila Estratagema - quinhentismo
instagram: /canalpapirando 01
lista de questões
1. (UEL-PR) A curiosidade geográ�ca e humana e ao desejo de conquista e domínio 
corresponde, inicialmente, o deslumbramento diante da paisagem exótica e exube-
rante da terra recém-descoberta, testemunhado pelos cronistas portugueses:
a) Gonçalves de Magalhães e José de Anchieta.
b) Pêro de Magalhães Gandavo e Gabriel Soares de Sousa.
c) Botelho de Oliveira e José de Anchieta.
d) Gabriel Soares de Sousa e Gonçalves de Magalhães.
e) Botelho de Oliveira e Pêro de Magalhães Gandavo.
2. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Dos vícios já desligados / nos pajés não crendo mais, / nem suas danças rituais, / nem 
seus mágicos cuidados.
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço)
Assinale a a�rmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos 
meninos índios em procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude 
mais visível, como produto �nal de todo um empreendimento do qual participaram 
com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus. 
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo 
que se convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão a�rmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar 
as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são �guras alegóricas cuja construção como personagens 
atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida 
pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível.
3. (UFRN) Define-se a Literatura Informa�va no Brasil como:
a) as obras que visavam a tornar mais acessíveis aos indígenas os dogmas do cristia-
nismo.
b) a prova de que os autores brasileiros tinham em mente emancipar-se da in�uência 
europeia.
c) o re�exo de traços do espírito expansionista da época colonial.
d) a prova do sentimento de religiosidade que caracterizou os primeiros habitantes 
da nova terra descoberta.
02 
prof. Camila Estratagema - quinhentismo
instagram: /canalpapirando 02
e) a descrição dos hábitos de nomadismo predominantes entre os índios.
4. (EsPCEX – 2014) Em relação ao momento histórico do Quinhen�smo brasileiro, 
podemos afirmar que
(A) a Europa do século XVI vive o auge do Renascimento, com a cultura humanística 
recrudescendo os quadros rígidos da cultura medieval.
(B) o século XVI marca também uma crise na Igreja: de um lado, as novas forças 
burguesas e, de outro, as forças tradicionais da cultura medieval.
(C) os dogmas católicos são contestados nos tribunais da Inquisição (livros proibidos) 
e no Concílio de Trento, em 1545.
(D) o homem europeu estabelece duas tendências literárias no Quinhentismo: a 
literatura conformativa e a literatura dominicana.
(E) a política das grandes navegações coíbe a busca pela conquista espiritual levada a 
efeito pela Igreja Católica.
5. (UEL-PR) “José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, trouxe em sua bagagem, vindo da 
Canárias onde nasceu, mais do que seu pendor poético. Vinha ele com mais meia 
dúzia de bravos com a espantosa missão de converter e educar os índios, que seus 
olhos e dos outros, a princípio, não reconheciam qualquer cultura.”
DELACY, M. Introdução ao teatro. Petrópolis: Vozes,
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a prática de catequização de José de 
Anchieta, considere as a�rmativas a seguir:
I. Para catequizar, Anchieta valeu-se de sua criatividade, usando cocares coloridos, 
pintura corporal e outros adereços que os indígenas lhe mostravam.
II. Com a missão de levar Jesus àqueles “bugres e incultos”, Anchieta se afastou de 
suas próprias crenças convertendo-se à religião daquele povo.
III. Com a �nalidade de catequizar, Anchieta começou a escrever autos, baseados nos 
autos medievais, nas obras de Gil Vicente e em encenações espanholas.
IV. Para implantar a fé como lhe foi ordenado, Anchieta representava os autos na 
língua pátria de Portugal.
Estão corretas apenas as a�rmativas:
a) I e III. 
b) I e IV. 
c) II e IV. 
d) I, II e III. 
e) II, III e IV.
6. (MACK-SP) Desde seu descobrimento, escreveu-se sobre o Brasil. Alguns escritores, 
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prof. Camila Estratagema - quinhentismo
instagram: /canalpapirando 03
após tal evento, compuseram textos com o propósito fundamental de retratar, não só 
a terra recém-descoberta, como também as características de seus habitantes. Trata-
-se, pois, de uma literatura de teor informativo, apesar de se encontrarem, às vezes, 
algumas passagens onde se mostram elementos artísticos.
Aponte a alternativa em que se encontra o nome de um texto que não se encaixe 
nessa tendência.
a) “Carta do Descobrimento”.
b) “Tratado da terra do Brasil”.
c) “Tratado descritivo do Brasil”.
d) “Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda”.
e) “História da província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil”.
7. “A feição deles é serem pardos, quase avermelhados, de rostos regulares e narizes 
bem feitos; andam nus sem nenhuma cobertura; nem se importam de cobrir nenhu-
ma coisa, nem de mostrar suas vergonhas.”
Essa passagem pertence à Carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro texto escrito no 
Brasil, no qual eram descritos
a terra e o povo que a habitava. A respeito da Literatura Quinhentista, é correto 
a�rmar que
A) os textos dessa época têm grande valor literário.
B) registra apenas o choque cultural entre colonizadores e colonizados.
C) toda essa produção está diretamente relacionada à intenção de catequizar os 
selvagens.
D) os textos quinhentistas fazem parte do movimento literário intitulado Poesia 
Pau-Brasil.
E) a literatura da época está relacionada ao espírito aventureiro da expansão maríti-
ma e comercial portuguesa.
8. (UEPB) “A Carta de Caminha, que não foi escrita para ser publicada e cuja primeira 
edição é somente de 1817, tinha características adequadas para ocupar posto estra-
tégico no que se queria que fosse a formação e a determinação do cânone da litera-
tura brasileira, onde costuma ser vista como o seu grande momento inaugural. Isso é 
estranho, pois a Carta sequer é um texto literário nem de autor brasileiro. Descoberta 
no século XIX, ela não estava ‘no início’: este foi construído, inventado, ‘reconstruído’ a 
posteriori.
Não estando no começo, mas nele posta, postada, determina uma visão e um cami-
nho: colocada no começo, determina um per�l e uma orientação, a visão do Brasil 
como utopia portuguesa, documentando que, embora não seja verdade, o território 
foi descoberto primeiro por Cabral […] Se um texto é convertido institucionalmente 
prof. Camila Estratagema - quinhentismo
instagram: /canalpapirando 04
em algo que não corresponde à sua natureza, é porque atende a uma secreta neces-
sidade, que precisa ser de�nida, ainda que sua vocação íntima seja não se desvelar 
para, assim, ser mais e�caz.”
Flávio Rene Kothe
Considerando o fragmento citado:
I. Textos literários são construídos em contextos políticos e econômicos e servem 
também como instrumento de propaganda de ideias das classes que os produzem 
para os estratos sociais consumidores de tal mercadoria.
II. Textos literários condensam em si vários signi�cados e valores construídos no 
tempo e no espaço por sujeitos que os querem com determinados propósitos, como 
ocorreu com a Carta de Caminha, texto não-autorizado para con�gurar como literá-
rio, de acordo com a natureza estética da arte, mas forçou-se a entrada de tal produ-
ção no rol do que é considerado literatura.
III. Considerar a Carta de Caminha texto literário parece ser perigoso de um ponto de 
vista mais acurado e preciso porque se assim o for é possível que outros textos de 
igual “textura” tenham sido considerados literários e outros excluídosdessa relação, 
porque não atenderam às expectativas político-ideológicas de quem determina o 
que é literatura e qual texto deve servir como exemplo dessa produção.
É correto a�rmar que:
A) Nenhuma proposição está correta. 
B) Apenas as proposições II e III estão corretas.
C) Todas as proposições estão corretas.
D) Apenas as proposições I e II estão corretas.
E) Apenas as proposições I e III estão corretas.
9. (EsPCEX - 2014) Em relação ao momento histórico do Quinhen�smo brasileiro, 
podemos afirmar que
A) a Europa do século XVI vive o auge do Renascimento, com a cultura humanística 
recrudescendo os quadros rígidos da cultura medieval.
B) o século XVI marca também uma crise na Igreja: de um lado, as novas forças 
burguesas e, de outro, as forças tradicionais da cultura medieval.
C) os dogmas católicos são contestados nos tribunais da Inquisição (livros proibidos) 
e no Concílio de Trento, em 1545.
D) o homem europeu estabelece duas tendências literárias no Quinhentismo: a litera-
tura conformativa e a literatura dominicana.
E) a política das grandes navegações coíbe a busca pela conquista espiritual levada a 
efeito pela Igreja Católica.
10. (PUC-Camp) O padre José de Anchieta, em sua missão de catequizar os índios, 
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escreveu autos em que buscava representar os valores cristãos. Num desses autos, 
assim apresentou uma fala de Satanás:
Pretendo
alvoroçar as tabas todas.
Boa cousa é beber
Até vomitar cauim.
Isso é apreciadíssimo.
Isso se recomenda,
Isso é admirável.
Nota-se, nesses versos, que Anchieta
A) se comunica com os índios sem em nada distingui-los dos �éis cristãos.
B) mescla elementos da cultura nativa e uma oração da missa católica.
C) ironiza a tentação satânica, adaptando-a às experiências dos nativos.
D) se vale de uma linguagem elevada, para se contrapor à dos índios.
E) busca entender o que considera pecados dos índios, e os absolve.
Texto para as questões 11 e 12
Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, 
e uma rede (…) mui bem lavada. Isto, porque creem, segundo dizem, que depois que 
morrem tornam a comer e descansar sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redon-
das, e, se são principais, fazem-lhes uma choça de palma. Não têm conhecimento de 
glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer vão descansar a um bom 
lugar. (…) Qualquer cristão, que entre em suas casas, dá-lhe a comer do que têm, e 
uma rede lavada em que durma. São castas as mulheres a seus maridos.
Padre Manuel da Nóbrega
11. (Mackenzie/SP-2007) Assinale a alternativa correta a respeito do texto.
A) A narração acerca das festividades de um grupo indígena é verossímil na medida 
em que nasce da observação direta do autor, isenta de outros testemunhos que 
poderiam pôr em dúvida a credibilidade do relato.
B) O autor disserta sobre as superstições, a bondade e a harmoniosa relação dos 
cônjuges de um grupo de indígenas que vivenciam um processo de aculturação.
C) O texto tem como foco principal narrar os rituais praticados por uma sociedade 
que, embora de cultura diferente, adota os princípios religiosos do cristianismo.
D) Ao escolher determinados aspectos do comportamento dos indígenas, como a 
hospitalidade, por exemplo, o jesuíta revela que a comunidade, embora não catequi-
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zada, lhe é simpática.
E) No relatório sobre os índios brasileiros, o ritual funerário ao qual o jesuíta se refere 
re�ete o tratamento igualitário que essa sociedade dispensa a seus membros.
12. (Mackenzie/SP-2007) O texto, escrito no Brasil colonial,
A) pertence a um conjunto de documentos da tradição histórico-literária brasileira, 
cujo objetivo principal era apresentar à metrópole as características da colônia 
recém-descoberta.
B) já antecipa, pelo tom grandiloquente de sua linguagem, a concepção idealizadora 
que os românticos brasileiros tiveram do indígena.
C) é exemplo de produção tipicamente literária, em que o imaginário renascentista 
trans�gura os dados de uma realidade objetiva.
D) é exemplo característico do estilo árcade, na medida em que valoriza poeticamen-
te o “bom selvagem”, motivo recorrente na literatura brasileira do século XVIII.
E) insere-se num gênero literário especí�co, introduzido nas terras americanas por 
padres jesuítas com o objetivo de catequizar os indígenas brasileiros.
13. (Udesc) O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas 
no Brasil à época de seu descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como 
Quinhentismo ou Literatura de Informação.
Analise as proposições em relação a este período.
I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e 
jesuíticas de caráter religioso.
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, 
raramente assume um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre 
José de Anchieta.
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifesta-
ções literárias no Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa — e 
não a um referencial estético.
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, inte-
grando o conjunto das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da 
cultura greco-latina.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos 
iniciais do Brasil colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a reali-
dade da nova terra.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente as a�rmativas I, IV e V são verdadeiras. 
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B) Somente a a�rmativa II é verdadeira. 
C) Somente as a�rmativas I, II, III e V são verdadeiras. 
D) Somente as a�rmativas III e IV são verdadeiras. 
E) Todas as a�rmativas são verdadeiras. 
14. (IFSP) Leia um trecho do poema Ilha da Maré, do escritor brasileiro Manuel Bote-
lho de Oliveira.
E, tratando das próprias, os coqueiros,
galhardos e frondosos
criam cocos gostosos;
e andou tão liberal a natureza
que lhes deu por grandeza,
não só para bebida, mas sustento,
o néctar doce, o cândido alimento.
De várias cores são os cajus belos,
uns são vermelhos, outros amarelos,
e como vários são nas várias cores,
também se mostram vários nos sabores;
e criam a castanha,
que é melhor que a de França, Itália, Espanha. 
(COHN, Sergio. Poesia.br Rio de Janeiro: Azougue, 2012.)
Podemos relacionar os versos desse poema ao Quinhentismo Nacional, pois
A) o eu lírico repudia a presença de colonizadores portugueses em nossa terra. 
B) a fauna e a �ora tropicais são descritas de maneira minuciosa e idealizada. 
C) o poeta enriqueceu devido à exportação de produtos brasileiros para a metrópole. 
D) a exuberância e a diversidade da natureza tropical são exaltadas pelo poeta. 
E) a natureza farta e bela é o cenário onde ocorrem os encontros amorosos do eu 
lírico.
15. (UFSM) A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria 
a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não apenas a curiosidade do europeu pelo 
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nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra, 
que, hoje em dia, já se encontra degradada em muitos dos locais avistados por Cami-
nha.
Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir.
 Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até 
outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tama-
nha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do 
mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a 
terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é 
tudo praia redonda, muito chã e muitoformosa.
 Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a estender d’olhos 
não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
 Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa 
alguma de metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, 
assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de 
agora os achávamos como os de lá.
 As águas são muitas e in�ndas. E em tal maneira é graciosa que, querendo 
aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem. 
CASTRO, Sílvio (org.). A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 
115-6.
Esse fragmento apresenta-se como um texto 
A) descritivo, uma vez que Caminha ocupa-se em dar um retrato objetivo da terra 
descoberta, abordando suas características físicas e potencialidades de exploração. 
B) narrativo, pois a “Carta” é, basicamente, uma narração da viagem de Pedro Álvares 
Cabral e sua frota até o Brasil, relatando, numa sucessão de eventos, tudo o que ocor-
reu desde a chegada dos portugueses até sua partida. 
C) argumentativo, pois Caminha está preocupado em apresentar elementos que 
justi�quem a exploração da terra descoberta, os quais se pautam pela con�abilidade 
e abrangência de suas observações. 
D) lírico, uma vez que a apresentação hiperbólica da terra por Caminha mostra a 
subjetividade de seu relato, carregado de emotividade, o que confere à “Carta” seu 
caráter especi�camente literário. 
E) narrativo-argumentativo, pois a apresentação sequencial dos elementos físicos da 
terra descoberta serve para dar suporte à ideia defendida por Caminha de explora-
ção do novo território.
16. (IFSP) Leia, abaixo, o fragmento da História da Província de Santa Cruz, de Pero de 
Magalhães Gândavo, para responder à questão.
Finalmente que como Deus tenha de muito longe esta terra dedicada à cristandade, 
e o interesse seja o que mais leva os homens trás si que nenhuma outra coisa haja na 
vida, parece manifesto querer entretê-los na terra com esta riqueza do mar até 
chegarem a descobrir aquelas grandes minas que a mesma terra promete, para que 
prof. Camila Estratagema - quinhentismo
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assim desta maneira tragam ainda toda aquela bárbara gente que habita nestas 
partes ao lume e ao conhecimento da nossa santa fé católica, que será descobrir-lhe 
outras minas maiores no céu, o qual nosso Senhor permita que assim seja, para glória 
sua, e salvação de tantas almas. 
GÂNDAVO, Pero de Magalhães. História da Província de Santa Cruz. Org. Ricardo Mar-
tins Valle. Introd. e notas Ricardo Martins Valle e Clara Carolina Souza Santos. São 
Paulo: Hedra, 2008. p. 115.
A leitura atenta do texto permite a�rmar que
A) nos textos de informação estavam consorciados o projeto de exploração das 
novas terras descobertas e o de difusão da fé cristã. 
B) o autor julga desinteressante a perspectiva de exploração mercantil do Brasil, 
preferindo a ela o projeto de difusão da fé cristã. 
C) o autor condena os homens ambiciosos e interesseiros, que preferem a exploração 
mercantil ao projeto abnegado de difusão da fé cristã. 
D) o autor condena a hipocrisia dos que a�rmam empreender em nome da fé cristã, 
mas que apenas se interessam pelas “grandes minas” a descobrir. 
E) havia discrepância e dissenso entre o projeto de exploração das novas terras 
descobertas e o de difusão da fé cristã. 
17. (Fed. Lavras - MG) Todas as alternativas são corretas sobre o Padre José de Anchie-
ta, exceto:
A) Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil do século XVI.
B) Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, com seus sermões barrocos.
C) Estudou o tupi-guarani, escrevendo uma cartilha sobre a gramática da língua dos 
nativos.
D) Escreveu tanto uma literatura de caráter informativo como de caráter pedagógico.
E) Suas peças apresentam sempre o duelo entre anjos e diabos.
Comentário: O grande orador sacro da língua de nossa língua, chamado por Fernan-
do Pessoa “Imperador da Língua Portuguesa”, é o Padre António Vieira, autor perten-
cente ao período Barroco.
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1) B
2) A
3) C
4) B 
5) A
6) B
7) E
8) C
9) B
10) C
11) D
12) A 
13) C
14) D
15) A
16) A
17) B

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