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Prova 1 Política Social II

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1. O que é keynesianismo? As ideias keynesianas influenciando o relatório Beverigde e a construção do Welfare State e da cidadania?
	No final do século XIX e inicio do século XX, na Europa, vários países começaram a sinalizar o surgimento de algumas políticas sociais que se contrapõe a lógica liberal, principalmente no que refere-se à proteção as crianças e idosos. Um exemplo disso surge a partir de um estudo do Estado Social Inglês (sobre as condições de saúde, habitação, dentre outros) feito em 1905 pelo Movimento Fabiano, os líderes Beatrice e Sidney Webb estavam preocupados com a pobreza que se alastrava, a partir daí surgiu em 1908 a assistência permanente para idosos (que foi considerado uma afronta ao liberalismo) e em 1911 seguro doença e desemprego. 
	A partir da crise de 1929, os princípios sacrossantos do liberalismo entram em causa e começa a surgir as ideias de John Maynard Keynes, que propunha um receituário de regulação econômica e social, só poderia haver equilíbrio econômico se houvesse interferência do Estado- regulador, que incentivaria o consumo, ou seja, a demanda. Ele propunha: Ações e medidas de controle e defesa da economia por parte do Estado; O Estado deve regular a vida social para proteger; Políticas estatais para a garantia do pleno emprego; Estado estimula a economia nos momentos de crise; Políticas públicas, desde as fiscais até de infraestrutura. 
1930- Roosevelt resolve adotar o “new deal” (experiência baseada em Keynes: pacto entre Estado e sociedade). Estado investe na economia para houver mais investimento. Estado intervindo para haver mais o pleno emprego. Investir no consumo para ter mais produção mais o conjunto de políticas públicas. 
1940- segunda guerra mundial, um bloco de intelectuais na Inglaterra (Fabiano) fez um estudo e um deles era o William Beveridge (liberal sensível) e elabora um relatório de diagnóstico social com um programa de políticas sociais unificado, uniforme e centralizado. Estado que provesse uma segurança social. Não basta Estado de Bem estar social e sim uma política de pleno emprego. O que dá suporte para o Estado de bem estar (1942-1970).
Era Keynesiana de 1930 a 1970. 
Relatório Beveridge publicada em 1942
Relatório de Beveridge foi publicado em 1942, impactou o mundo, é um pilar do Welfare State-Estado de Providência-Estado de Segurança Social, criou os pressupostos para a seguridade social de universalidade e solidariedade, previa a criação de um sistema completo: saúde, previdência, assistência (...). 
Quatro características principais: Generalizado que abrange o conjunto da população seja qual for o seu estatuto de emprego e renda; unificado e simples: uma quotização única abrange o conjunto dos ricos que podem causar privação do rendimento; sistema uniforme; sistema centralizado. 
2. O que significa neoliberalismo? Por que ele é um receituário conservador e anti-direito e quais as propostas deste ideário para América Latina?
Os anos de 1970, o pacto se quebra por causa da crise, as ideias de Keynes se esgotaram (ver vídeo de José Paulo Netto). Um ideário surge é o neoliberalismo (menos intervenção estatal), não possui a ideia de justiça e igualdade. Apenas, Estado para os grupos vulneráveis (não mais universais) além de conservador é reacionário. América Latina, o Chile foi o primeiro pais a ter uma experiência neoliberal, com Estado privatizado, descentralizar e focalizar as políticas sociais. Responsabilizar o pobre pela sua miséria, focar diferente de universalizar.
3. Por que a questão social atravessa a história republicana brasileira? Por que a teoria do dualismo não explica a questão social provenientes das desigualdades sociais?
	A questão social é um tema permanente dentro da história brasileira, ela perpassa o período de república, sendo ela oligárquica, populista, militar ou nova, é o elo básico da problemática nacional. O que Ianni traz de contribuição para o debate sobre a questão social (que sempre esta ligada á relação capital-trabalho) é que já existia questão social na época do regime de trabalho escravo, porque o escravo era expropriado do produto de seu trabalho e de seu próprio corpo, ou seja, a questão social não ocorre somente no modelo de produção capitalista. No Brasil escravista não havia possibilidade de negociação, então para o escravo só lhe restava o suicídio ou se rebelar. Após a abolição da escravatura e o regime de trabalho livre, houve a possibilidade de negociação e debate, mesmo que na prática ainda houvesse repressão e violência. Aos poucos, o governo era obrigado a reconhecer a questão social como uma realidade, o termo ‘questão social’ surge em 1848 pelas camadas conservadoras da sociedade. A partir dos anos de 1920 e 1930, os governos passam a reconhecer a questão social e então, ela deixa de ser um caso de polícia para ser um caso de política. Entretanto, ao longo da história, houve diversos retrocessos onde a questão social volta a ser caso de polícia.
	Segundo Ianni, a questão social tende a se tornar mais evidente em épocas de crise, o que a torna mais debatida pelos diversos setores da sociedade como os movimentos sociais, os partidos políticos, os sindicatos, os formadores de opinião pública, alguns setores governamentais, assim a questão social possui diversas interpretações, dentro disso Ianni destaca três: entende a questão social como algo arcaico e retrasado frente a modernização econômica e política do país; manifestação da questão social como uma afronta a suposta harmonia entre o capital e o trabalho; questão social entendida como produto e condição da sociedade de mercado. Fica claro que a questão social possui diversas denominação e explicações que possuem influência das diversas perspectivas do conhecimento como o evolucionismo, darwinismo social, positivismo, estrutural-funcionalismo, marxismo, dentre outras.
	Dentro disto, Ianni esboça a análise da situação brasileira na época da Nova República feita por Hélio Jaguaribe, que aponta que existem lugares com pobreza absoluta enquanto há setores da sociedade que são modernos equiparando-se à situação de países desenvolvidos. Segundo Hélio Jaguaribe, o Brasil é o país com a maior discrepância entre os indicadores econômicos e os indicadores sociais, é um país dual que possui duas sociedades superpostas, esta seria a teoria do dualismo brasileiro. Entretanto, Ianni aponta que esta teoria é limitada porque não compreende os processos estruturais que estão na base das desigualdades sociais que constituem a questão social, ou seja, não compreende que a “a mesma fábrica do progresso fabrica a questão social”. 
4. Por que para Ianni “a mesma fábrica que produz progresso produz a questão social”? Quais são as estratégias usadas pelo Estado para enfrentar a questão social?
	Para entender esta frase de Octavio Ianni é necessário compreender a crítica de Ianni à Hélio Jaguaribe, integrante do ‘alto governo’ que escreveu “Estado Social da Nação” onde mostrava o Brasil “desigual e dual”, comparando o Brasil à uma Belíndia, porque possui índices econômicos comparados ao de países desenvolvidos da Europa, como a Bélgica, enquanto que os indicadores sociais se equiparam aos países afro-asiáticos, como a Índia. Assim, para Hélio Jaguaribe, existiria duas sociedades superpostas e estranhas entre si, apesar da mescla. Seria como se existisse dois brasis, de um lado um Brasil moderno, industrializado e urbanizado, de outro um Brasil pobre, ignorante e marginalizado, a questão social encontra-se dentro deste outro Brasil, colocada como arcaica, anacrônica e retrasada frente a toda modernização que o país passa. 
	 Octavio Ianni aponta que esta análise feita por Hélio Jaguaribe não relaciona a ‘modernização’ com a ‘pobreza’, como se a prosperidade do capital não tivesse relação com a exploração e a pobreza. Ianni diz que esta análise deveria observar os processos estruturais que envolvem estes “dois brasis”, analisando de forma histórica-materialista, poderemos entender que a fome, as condições precárias de habitação, saúde,educação dentre outros são produtos e condições dos mesmos processos estruturais que produzem a ilusão de que a economia brasileira é moderna. A questão social é entendida como produto e condição da sociedade de mercado, da ordem burguesa vigente. Ou seja, o país moderniza-se e se desenvolve por alto, a economia e os setores governamentais se tornam mais modernos, o que ocorre principalmente durante a ditadura militar, entretanto a sociedade pouco se moderniza e somente uma parcela da população tem acesso a essa riqueza, logo o país torna-se desigual. Assim, Ianni compara os processos estruturais da sociedade capitalista com uma fábrica, a fábrica que produz progresso é ao mesmo tempo a fábrica que produz a questão social, porque não é superposto, e sim uma retroalimentação, uma é produto e condição para que a outra exista.
	Diante desta faceta do capitalismo no Brasil, Ianni aponta que a questão social tende a ser naturalizada, como se a ignorância e a pobreza fossem estado de natureza do miserável; ou como nas falas de Tobias Barreto e Gilberto Amado, que culpabilizavam a população pobre por sua própria miséria; ou ainda como a fala de Hélio Jaguaribe que culpa a forma como se deu o fim da escravidão no Brasil e que após isso, houve apenas uma reprodução da ignorância e da miséria através da família. 
	Dentre esses pensamentos que naturalizam a questão social, Ianni destaca duas explicações que foram utilizadas como formas de combater a questão social: tratar como um problema de assistência social; transformar as manifestações da questão social em problemas de violência e caos, os setores governamentais estão impregnados dessa explicação. Muitas vezes, o assistencialismo e a repressão são utilizados simultaneamente.

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