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Prova 2 Política Social II

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1. O que é cidadania regulada?
Wanderley Guilherme dos Santos, em seu capítulo 4 “do laissez-faire repressivo à cidadania em recesso” do livro “Cidadania e justiça”, sugere o conceito de cidadania regulada dentro do contexto da chamada Era Vargas. Para compreendermos como Wanderley chegou a este conceito, é necessário ter em mente o contexto de 1888 até 1931. Neste período, o Brasil possuía um Estado oligárquico, a economia era baseada na agroexportação e havia uma incipiente industrialização. Dentro disso, ocorreu uma tentativa de implantação dos princípios laissez-fairianos no Brasil. Entretanto, essa tentativa encontra alguns empecilhos como as relações de trabalho no setor agrícola e as regulamentações sociais que surgem a partir dos anos 20. Assim, o laissez- faire ficou restrito a área urbana e vulnerável devido as legislações sociais.
Como exemplo dessas legislações sociais, temos em 1907 a Lei de Sindicalização que permitiu a livre organização do trabalho segundo suas próprias normas e concepções e independente do Estado, um ponto a se destacar neste momento é que a força de trabalho era formada sobretudo por migrantes, que, segundo o vídeo “Os Libertários” trouxeram ideias libertárias da Europa, como as ideias socialistas. Assim, a organização sindical crescia rapidamente ao tempo em que crescia a repressão à essa atividade, segundo Wanderley, essa repressão é inevitável porque a elite tinha uma rigidez ideológica, e suicida porque era impossível garantir a acumulação pura pela coação.
Em 1930 inicia o Governo Vargas, e tem-se no período de 1937 a 1945, o chamado Estado Novo, onde se tinha como base o ideário de Keynes, com o Estado intervindo na ordem de acumulação capitalista, para reestruturá-la. Dentro disto, o Estado se organizou e trouxe os sindicatos para dentro da engenharia institucional, regulando o processo de acumulação. Essas práticas do Estado, segundo Wanderley, permitem sair da ideia de acumulação e passar para equidade, surgindo a ideia de cidadania. Assim, Wanderley sugere o conceito de cidadania regulada, onde só é cidadão se o indivíduo realizar uma profissão regulamentada por lei, se filiasse ao sindicato e tivesse a carteira de trabalho, que era a prova de que o indivíduo estava trabalhando. 
Assim, o Estado é o regulador da cidadania, para Wanderley, tem-se o conceito de cidadania regulada que em 1930 se expande e se perpetua. A cidadania é regulada porque necessita do reconhecimento e das condições que o Estado gera, diferentemente da teoria trifacitada de cidadania de Marshall.
2. Quais são as mudanças na agenda pública de Sarney para Collor?
Com o fim da ditadura em 1985, o Brasil encontrava-se em difícil situação econômica e claro movimento social em favor da redemocratização do país, como mostra o vídeo, “História do Brasil”. Apesar da luta popular pelas Diretas Já, movimento para eleições diretas em todas as esferas, em 1985 ocorreu eleições indiretas elegendo Tancredo Neves e José Sarney, antes mesmo de assumir o cargo de presidente, Tancredo morre e quem assume é seu vice, Sarney.
Nesse momento de instauração da Nova República, há o consenso de que é necessário: redemocratizar o país, precisando haver um reordenamento institucional; uma reforma econômica, pois há críticas ao modelo desenvolvimentista que ocorreu na ditadura militar e deixou como marca, a concentração de renda; diante disto, deve-se haver um resgate da dívida social, principalmente, no que se refere ao combate da pobreza. 
O governo de Sarney foi marcado por sua equipe econômica heterodoxa que buscava o combate da inflação sem recessão, tendo diversos planos econômicos, como: Plano Cruzado, Plano Bresser e Plano Verão; não havendo sucesso. Havia diversos pontos divergentes como a dívida externa, déficit público, controle dos gastos, assim havia uma polarização Fazendo versus Planejamento. 
Assim como, haviam perspectivas dissonantes na formulação dos planos econômicos, havia perspectivas distintas na construção da nova Constituinte. Tinha-se na pauta dessa construção: direitos trabalhistas, civis e políticos bem como questões do neoliberalismo que já vinha tomando espaço no mundo desde o fim das ideias de Keynes em 1970, na Europa. Dessa forma em 1988 é aprovada a Nova Constituição Federal possuindo um caráter liberal-democrata, que naquele momento, ia de encontro com a forte onda neoliberal no mundo. 
Segundo a autora, Eli Diniz, ocorre uma ruptura, pois o governo, neste momento, adere à ortodoxia liberal e rejeita a proposta de combater a inflação sem recessão e começa a haver uma aproximação com as agencias multilaterais, dessa forma, há um estreitamento da agenda pública, onde há a sobreposição dos aspectos econômicos frente à questão social. O fim do governo Sarney em 1989 deixou um clima de insatisfação e desencanto político.
Nas eleições diretas em 1989 tem-se o confronto: Collor versus Lula, expressando de forma clara a polaridade Contrarreforma (vai de encontro com os interesses trabalhistas) versus Reforma (busca a consolidação dos direitos sociais). Com a eleição de Collor, muda-se a agenda pública, pois Collor adere o Consenso de Washington (onde foi discutida a implementação das ideias neoliberais na América Latina). Assim, Collor chega a repudiar a Constituição, colocando-a como algo atrasado e anacrônico frente às modernas ideias neoliberais.
Segundo Eli Diniz, o mandato de Collor foi marcado pelo discurso essencialmente não- programático, centrado na ideia de negação do governo anterior, negação do estado atrasado, o que não delineou de forma clara um programa de ação voltado para a construção de uma nova sociedade. Dentro disto, a proteção social voltou-se aos grupos mais vulneráveis, chamados de ‘descamisados’, tratava-se de discursos superficiais de políticas redistributivas.
3. Texto Netto sobre FHC
Segundo Netto, o primeiro governo FHC foi um desastre, se analisarmos sob à ótica da direção social, pois ele governou contra os interesses da massa dos trabalhadores. Entretanto, vale ressaltar que o governo FHC não era o responsável por todas as injustiças sociais que se firmavam no país. Essa conjuntura de profunda desigualdade social era fruto de uma formação histórica marcada pela ativa classe dominante que sempre conseguiam se perpetuar o poder e excluir a classe subalterna, impedindo seu avanço social, de forma mais imediata, esse caos no quadro social deveu-se à ditadura militar. Mas, FHC foi responsável por cancelar as alternativas para o enfrentamento da dívida social e agravou as expressões da questão social. 
Quando surge a Constituição de 1988, uma espécie de Estado de bem-estar social, consagra o avanço social das lutas populares, explicitando os direitos sociais que serviu como arcabouço para a implantação de uma política social compatível com a justiça social, equidade e universalidade. A Constituição teve como direcionamento a proposta de redução, a níveis toleráveis, da dívida social, configurando o pacto social de priorizar a diminuição da assimetria socioeconômica, regulando a dinâmica capitalista.
Entretanto, neste mesmo momento histórico, no mundo operava à ideologia neoliberal, marcada pela desregulamentação, flexibilização e privatização, que tornavam-se eixos inerentes à globalização do grande capital. Devido essa assincronia, a burguesia e seus associados buscaram desqualificar a Constituição, impedir sua implementação e não levar à prática o pacto social. 
Com o governo de Collor, os setores dominantes tiveram clareza que precisam de um projeto político mais conciso e menos imediatista, com o sucesso do Plano Real, FHC tornou-se o homem confiável para a presidência. FHC tinha o apoio da grande burguesia, do PFL e da população trabalhadora, sua candidatura era marcadamente social- democrata.
Quando foi eleito, FHC tratou de efetivar o plano neoliberal no Brasil, atacando a proposta social da Constituição, retirando dela elementos fundamentais. Ele buscou implementar de forma macroscópica o projeto neoliberal, seguindo as exigências do grande capital,favorecendo a oligarquia financeira. Para tal, FHC estabilizou a economia, abriu o mercado brasileiro, privatizou empresas estatais e reduziu os fundos públicos para o financiamento das politicas sociais. Assim, FHC atacou de forma central os direitos sociais, já que são estes que oneram o capital, era necessário a flexibilização desses direitos para a governabilidade do país, segundo FHC. 
Dessa forma, FHC sabotou as políticas sociais, reduzindo e contendo os recursos para a implementação destas, deteriorando a prestação de serviços. Além disto, FHC manipulou as receitas, realocando os recursos para outras finalidades, dessa forma, ele inviabilizou a conquista da seguridade social, que possui um caráter inovador na política brasileira, pois rompia com o caráter emergencial e assistencialista. 
Não é que o projeto neoliberal não permita política social, o que não se permite é uma política social capaz de restringir a voracidade do capital. A política social dentro do projeto neoliberal é estabelecida de acordo com a participação contributiva, é uma política focalizadora e minimalista. Assim, o projeto político não permitia a Seguridade Social posta na Constituição.
Dentro disto, existem duas orientações: privatizar e mercantilizar os serviços, desresponsabilizando o Estado. Essa privatização afeta principalmente a assistência social, que acaba tendo um caráter de não política, tirando a ideia de direito social e indo parar no campo da refilantropização. 
4. Seção IV- Da Assistência Social
Art. 203- A Assistência deve ser prestada a quem dela necessitar, independente de contribuição.
Art. 204 I- descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normais gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal. Descentralização neoliberal- colocar para a administração local e regional para a gestão das Políticas Sociais, desobriga o Estado da responsabilidade, para suprir a lacuna, surge o 3 Setor, comunidade família e igreja.
Art. 204 II- participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Controle Social- Controle da Sociedade sobre o Estado, o que originou diversos Conselhos e a participação em várias instâncias.

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