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Resumo Um balanço crítico das Relações Sociais e Serviço Social no Brasil

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IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche: Capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Editora Cortez. 2015. p. 246-p.264
	Neste sub tópico da obra “Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche” de Iamamoto é realizada uma releitura da obra “Relações Sociais e Serviço Social no Brasil” também de Iamamoto. A autora reafirma a análise feita sobre o Serviço Social nas décadas entre 1930 e 1960, no âmbito do processo de produção e reprodução das relações sociais. Assim, a autora elenca 14 pontos sobre esta releitura. 
1. A autora pontua sobre a teoria de Marx, no sentido de expor o rigor analítico de sua obra e trazer ao debate, temas como alienação que se afirma como um tema importante dentro da análise da autora e da sociedade capitalista. 
2. Iamamoto afirma que em sua obra, há uma “precisa abordagem da mercadoria em suas tensões internas entre valor de uso e valor” (p. 247), o que traz a discussão também, as noções de qualidade e da quantidade, da particularidade e da universalidade, do trabalho útil e abstrato.
3. Um ponto central são as noções de produção e reprodução na teoria de Marx, como aponta a autora, dentro disto, ela afirma que o Serviço Social esta na esfera da reprodução social, sendo esta uma afirmativa sem muita clareza quanto a sua fundamentação teórica. 
4. A autora pontua sobre a relação entre trabalho e Serviço Social, para isso esclarece o processo capitalista de produção, no sentido de explicitar a dominação do capitalista sobre o trabalho, a sobreposição do trabalho morto sobre o trabalho vivo, entretanto essa lógica não deve ser aplicar ao processo de trabalho do assistente social. Alerta sobre o risco de observar o trabalho somente em seu valor de uso, retirando sua perspectiva do valor (relações sociais que efetivam esse processo). Conclui, afirmando que o capital é uma relação social, que possui bases nas condições de produção e nos meios de subsistência do trabalhador. 
5. A autora afirma que “a reprodução das relações sociais apresenta os fundamentos da questão social no modo de produção” (p.250). Dentro disso, a autora enfatiza que o capital existe uma lei, que é “criar sobretrabalho”, ou seja, criar a maior quantidade possível de trabalho não pago e reduzindo o trabalho necessário. Assim, a autora pontua que essa é a “explicação proposta sobre a gênese da questão social, cuja configuração depende da situação objetiva das classes trabalhadoras historicamente situadas ante as mudanças verificadas no modo de produzir e apropriar o trabalho excedente” (p.251). 
6. Neste ponto, Iamamoto pontua sobre o significado social da profissão, que advém de do acúmulo construído no Movimento de Reconceituação do Serviço Social latino-americano. Em um primeiro momento, há um exercício profissional realizado sob a concepção dominante que refletia no significado social da profissão. O livro de Iamamoto (que esta sendo analisado) possui uma abordagem histórico-sistemática sobre as relações sociais no Brasil, na perspectiva da teoria marxiana, o que ocasionou na apresentação do assistente social inserido na divisão socio-técnica do trabalho. Foi essa abordagem que, segundo Iamamoto, “permitiu desentranhar da realidade afirmar e fundamentar o caráter contraditório do exercício profissional, indissociável das relações e interesses de classes e de suas relações com o Estado que fundam a sociedade brasileira” (p.253).
7. Ainda sobre o significado social, Iamamoto pontua que compreender esse caráter contraditório do exercício profissional foi uma das principais contribuições desta obra no debate sobre o Serviço Social brasileiro, porque rompe com o olhar unilateral expresso pelo assistente social, ora pelo capital ora pelo proletário (p.253). A autora pontua que essa busca pelo significado social da profissão na nossa sociedade acaba por ser uma tentativa de identificação das singularidades do trabalho do assistente social, dentro de suas dimensões concreta e abstrata, o que se torna um elo entre trabalho e Serviço Social. Segundo a autora, há uma preocupação sobre o “processo de realização desse trabalho especializado, aprofundando suas implicações no âmbito da organização social e técnica do trabalho” (p.254). Assim, a autora afirma que direciona sua pesquisa para a consolidação efetiva do projeto profissional, dentro de suas dimensões técnicas, políticas e éticas.
8. Em 1982, a autora aponta que o assistente social afirma-se como um trabalhador assalariado, onde o Estado é seu maior empregador, mesmo sendo uma profissão liberal com certa autonomia, assim o assistente social faz parte do processo de extração da mais valia, já que em um processo de produção do capital, há necessidade de trabalho produtivo e trabalho improdutivo. Deve-se olhar para o Serviço Social, e compreende-lo também como trabalho abstrato que é inserido dentro do universo do valor, pois o assistente social possui a condição de assalariado, base da profissionalização. Assim, “o desafio é traduzir essa análise no trabalho do assistente social em suas particulares inserções nas esferas da produção de bens e serviços” (p.258), para isso é preciso aumentar as fundamentações teóricas do exercício profissional, na medida em que requer a ampliação da análise para o trabalho. 
10[footnoteRef:1]. A autora aborda a centralidade da questão social, onde deve ser incorporando novos sujeitos sociais: o prolateriado urbano e a burguesia industrial e frações de classes que compartilham o poder do Estado. A questão social é considerada como “as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operaria e de seus ingresso no cenário politico da sociedade exigindo o seu reconhecimento como classes por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e da repressão” (IAMAMOTO e CARVALHO, P.77 in IAMAMOTO, P.259). Nesse momento, o Estado estabelece as regulações jurídicas do mercado de trabalho para intervir no enfrentamento da questão social. [1: Não há numeração 9. ] 
11. Nesse ponto, a autora aponta como o Estado é foco de análises teóricas e históricas dentro do Serviço Social, na perspectiva de legislador e controlador das forças repressivas. Assim, há uma centralidade da dimensão politico ideológica no significado social do Serviço Social, reforçando a coerção e o consenso. 
12. Neste ponto, a autora retrata sobre a interpretação do serviço social em um momento em que não havia compreensão de política pública, como entendida hoje, há uma tensão entre classes e cidadania, o que ocasiona uma explicação do serviço social além da ideia de direitos sociais. A ideia é que toda riqueza produzida apropriada pelo Estado para então, haver uma redistribuição em forma de serviços que são necessários para a reprodução dos trabalhadores. 
13. A autora esboça sobre críticas ao Serviço Social, como sua condição de executor terminal de politicas sociais, profissional que centraliza e difunde informações, caráter pessoal em sua ação profissional, além de sua dimensão educativa que influencia os valores e os comportamentos da população atendida por eles.
14. A autora pontua que esta análise, que inicia em 1980, sobre o conservadorismo no Serviço Social tem a preocupação de conceber, de forma crítica, as concepções que marcaram a trajetória da profissão. Nesse sentido, a autora reafirma a importância da elucidação da significância profissional.

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