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Parasitologia Geral Curso de Graduação em Medicina Veterinária Curso de Graduação em Zootecnia UEG Câmpus Oeste – São Luís de Montes Belos Profa.: Dra. Márcia M. Silveira Intervalo: 9:40 às 9:50 Cronograma da Ementa Data Conteúdo Programático Tópicos Atividades Pontuação Data de entrega Apresentação da ementa da disciplina Apresentação da atividade: Atlas Ilustrado de Parasitologia Veterinária Apresentação do cronograma da ementa Instruções sobre avaliações e pontuações Conceitos gerais de parasitismo Relação Parasita Hospedeiro Princípios de Classificação- taxonomia e sistemática Introdução ao Reino Protozoa Apresentação da atividade: Estudos dirigidos Estrutura e função dos protozoários Definição das duplas Classificação Filo Amoebozoa Filo Percolozoa Filo Euglenozoa Filo Parabasalia Filo Fornicata Filo Metamonada Filo Preaxostyla 09/12/2020 Protozoologia Veterinária Filo Apicomplexa Estudo dirigido Módulo I - parte 3 1 13/01/2021 Filo Ciliophora Filo Proteobacteria Filo Firmicutes Aula prática virtual 13/01/2021 Apresentação do curso Introdução ao estudo da Parasitologia Geral Veterinária 18/11/2020 Módulo I - Protozoologia Protozoologia Veterinária16/12/2020 Estudo dirigido Módulo I - parte 4 1 Atlas ilustrado Módulo I - Protozoologia Recesso Acadêmico - 21/12/2020 a 09/01/2021 20/01/20213 Atlas ilustrado Módulo II - Filo Nematoda e Filo Platyhelminthes e Módulo III - Entomologia 6 17/03/2021 Protozoologia Veterinária25/11/2020 Estudo dirigido Módulo I - parte 1 1 13/01/2021 Protozoologia Veterinária02/12/2020 Estudo dirigido Módulo I - parte 2 1 13/01/2021 Entrega dos estudos dirigidos do Módulo I Estudo dirigido Módulo II - parte 1 1 24/02/2021 Prova 40 Entrega do Atlas Ilustrado de Parasitologia Veterinária: Módulo I Filo Nematoda (nematódeos - vermes cilíndricos) Estudo dirigido Módulo II - parte 2 1 24/02/2021 Aula prática virtual 03/02/2021 Helmintologia Veterinária Filo Platyhelminthes (platelmintos - vermes achatados) Estudo dirigido Módulo II - parte 3 1 24/02/2021 Filo Platyhelminthes (platelmintos - vermes achatados) Aula prática virtual Recesso Carnaval - 15/02 a 20/02/2021 27/01/2021 Helmintologia Veterinária 24/02/2021Helmintologia Veterinária10/02/2021 Estudo dirigido Módulo II - parte 4 13/01/2021 Filo Nematoda (nematódeos - vermes cilíndricos) Módulo II - Helmintologia 1 Prova 120/01/2021 Helmintologia Veterinária Entrega dos estudos dirigidos do Módulo II Estudo dirigido Módulo III - parte 1 1 17/03/2021 03/03/2021 Entomologia Veterinária Filo Artropoda - Classe Insecta/Arachinida Estudo dirigido Módulo III - parte 2 1 17/03/2021 10/03/2021 Entomologia Veterinária Filo Artropoda - Classe Arachinida Estudo dirigido Módulo III - parte 3 1 17/03/2021 Prova 40 Entrega do Atlas Ilustrado de Parasitologia Veterinária: Módulo II e Módulo III Entrega dos estudos dirigidos do Módulo III 24/03/2021 Encerramento Avaliação da disciplina- Parasitologia Geral Módulo III - Entomologia Entomologia Veterinária24/02/2021 Filo Artropoda - Classe Insecta 17/03/2021 Prova 2 01 Filo AmoebozoaIntrodução ao Reino Protozoa Filo Percolozoa 02 03 04 Filo Euglenozoa -Tripanossomas Módulo I- Protozoologia Veterinária Reino Protozoa ❖ Protozoários (do latim proto “primeiro” e zoon “animal”) ❖ São organismos unicelulares mais primitivos do que os animais. ❖ Os protozoários, à semelhança da maioria dos microrganismos, são eucarióticos ❖ Informação genética está armazenada nos cromossomos contidos em um envelope nuclear. ESTRUTURA E FUNÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS ● Os protozoários, à semelhança de outras células eucarióticas, apresentam núcleo, retículo endoplasmático, mitocôndria, corpúsculo de Golgi e lisossomos. ● Como sua existência é independente, possuem diversas outras estruturas subcelulares ou organelas, com distintas características de organização e funções. ○ Locomoção ○ Alimentação Gênero Trypanosoma ● Filo Euglenozoa ● A locomoção é facilitada por um único flagelo e em alguns outros protozoários é facilitada por vários flagelos. ● Flagelo é uma fibra contrátil oriundo de uma estrutura denominada corpo basal. ● Em algumas espécies, o flagelo encontra- se aderido ao corpo do protozoário, ao longo de seu comprimento, ○ quando o flagelo se movimenta ->forma uma membrana ondulante. Trypanosoma brucei Trypanosoma brucei brucei ● https://youtu.be/P9va64T8H2s https://youtu.be/P9va64T8H2s Gênero Balantidium ● Filo Ciliophora ● Se movimentam por meio de cílios, que são pelos curtos e finos. ● Cada cílio se origina de um corpo basal; estes recobrem grande parte da superfície corporal e se movimentam em concordância para ocasionar o movimento. ● Há uma boca, ou citóstoma, e o movimento ciliar também é utilizado para levar alimento em direção a esta abertura. Morfologia do protozoário intestinal Balantidium Balantidium coli ● https://youtu.be/rRdABn_9Nhc https://youtu.be/rRdABn_9Nhc Gênero Entamoeba ● Filo Amoebozoa ● O meio de locomoção envolve pseudópodes, que são prolongamentos citoplasmáticos. ● O movimento ocorre à medida que o resto do citoplasma flui neste prolongamento. ● Os pseudópodes também possuem capacidade fagocítica e podem atuar como um cálice, que se fecha, envelopando alimento particulado em um vacúolo. Entamoeba histolytica apresenta um estágio trofozoíta ameboide e um estágio cístico não móvel com quatro núcleos. Gênero Eimeria ● Filo Apicomplexa ● Estágios extracelulares de Eimeria, não apresentam meios evidentes de locomoção; contudo, são capazes de realizar movimentos por deslizamento. Estrutura típica de oocistos esporulados de Eimeria spp. Alimentação ● Em geral, a alimentação do protozoário parasita ocorre por meio de pinocitose ou de fagocitose, dependendo se os materiais que alcançam a célula são minúsculas gotículas de líquidos ou pequenos objetos macromoleculares. Alimentação ● Alguns protozoários ciliados e, também, alguns estágios dos microrganismos que causam malária (Plasmodium), obtêm alimento por meio de citoestoma (poro)/citóstoma (boca). ○ Na base do citoestoma o alimento penetra em um vacúolo para digestão no interior da célula. ○ Produtos metabólicos são excretados por difusão através da membrana celular. Protozoários https://youtu.be/d-9pFKnMWew https://youtu.be/d-9pFKnMWew Reprodução ● O estágio infectante de alguns protozoários é denominado esporozoíta, enquanto o termo trofozoíta se aplica ao estágio do protozoário no hospedeiro, que se alimenta e cresce até que inicia a divisão. ● Na maioria dos protozoários, a reprodução é assexuada e envolve divisão binária. ○ ou, no caso de Babesia nos eritrócitos, por meio de brotamento. Subfilo Sporozoa● No subfilo Sporozoa, outra forma de reprodução assexuada é a merogonia (esquizogonia) – divisão múltipla ○ A trofozoíta cresce até alcançar um grande tamanho, enquanto o núcleo se divide repetidamente. ■ Esta estrutura é denominada meronte (esquizonte) ● e, quando maduro, cada núcleo adquire uma porção do citoplasma, de modo que o meronte fica preenchido com grande quantidade de microrganismos distintos alongados, denominados merozoítas. ● Por fim, o meronte se rompe e libera merozoítas individuais. Meronte ou esquizonte Merozoítas Trofozoíta Subfilo Sporozoa ● A maioria dos protozoários do subfilo Sporozoa, em alguns estágios do seu ciclo evolutivo, também apresenta uma fase de reprodução sexuada denominada gametogonia, que pode ser seguida de uma fase de maturação de vida livre, ou esporogonia. ● Eimeria, ocorrem ambas as fases, assexuada (merogonia ou esquizogonia) e sexuada (gametogonia), no mesmo hospedeiro. ● Plasmodium, ocorre a fase assexuada (esquizogonia) nos hospedeiros vertebrados e a fase sexuada (gametogonia) no vetor artrópode. Ciclo de vida da Eimeria ● https://youtu.be/euHBghFhJRc● A parte de Coccidiosis immunology não precisar assistir! https://youtu.be/euHBghFhJRc Trofozoíto jovem Ciclo de vida do Plasmodium Esquizogonia pré- eritrocítica Esquizogonia eritrocítica mosquito Anopheles Trofozoíto maduro Ciclo Biológico do Plasmódio no homem https://youtu.be/xyc4gZsHEGQ https://youtu.be/xyc4gZsHEGQ Ciclo Biológico do Plasmódio no mosquito https://youtu.be/s-SKYfERZd4 https://youtu.be/s-SKYfERZd4 Classificação ● A classificação do reino Protozoa é extremamente complexa e em constante revisão. ● Atualmente, a mais recente classificação de protozoários reconhece 13 filos. ● No sistema mais antigo de classificação, como descrito na maioria dos livros-texto de medicina veterinária, incluíam-se quatro filos que continham parasitas de interesse veterinário: Sarcomastigophora (incluindo Sarcodina e Mastigophora), Apicomplexa, Microspora e Ciliophora ○ O antigo filo Microspora foi transferido para o reino Fungi, como filo Microsporidia. ● No novo sistema de classificação, há nove filos contendo os gêneros de importância veterinária. “tricomonas” Não são patogênicos ApicomplexaProtozoa Reino Bacteria Filo Proteobacteria Anaplasma Ehrlichia Coxiella Filo Firmicutes Mycoplasma/Eperytrozoon Filo Amoebozoa Filo Amoebozoa ● Membros do filo Amoebozoa se movimentam por meio de pseudópodes, também utilizados para alimentação. ● Seu citoplasma se divide em: ○ endoplasma, contendo núcleo e vacúolos de alimento ○ ectoplasma. ● A reprodução é assexuada, por meio de divisão binária. Ordem Amoebida Família Entamoebidae ● Membros desta família são parasitas de trato digestório de vertebrados e invertebrados. ● Três gêneros contêm parasitas de animais e humanos (Entamoeba, Iodamoeba, Endolimax). ● Mas, apenas o gênero Entamoeba contém espécies patogênicas de importância veterinária. ● Os gêneros são diferenciados com base em sua estrutura nuclear. ● A única espécie sabidamente patogênica aos mamíferos é Entamoeba histolytica. Gênero Entamoeba ● Os membros deste gênero podem ser divididos em tipos distintos com base nas estruturas dos cistos e das trofozoítas. ● As espécies destes grupos são diferenciadas com base no tamanho e nos hospedeiros infectados. ● Ciclo evolutivo: A trofozoíta (estágio do protozoário no hospedeiro) se divide por meio de divisão binária. ● Antes do encistamento as amebas se agregam, tornam-se menores e se instalam na parede do cisto. As amebas emergem dos cistos e se desenvolvem em trofozoítas. Ciclo evolutivo Entamoeba Sinais clínicos: A infecção causa diarreia e disenteria. com base na estrutura do cisto e da trofozoíta: G ê n e ro E n to m o e b a histolytica coli bovis gingivalis Grupo Histolytica ● E. histolytica, E. hartmanni, E.equi, E. anatis ● Cujo núcleo apresenta um pequeno endossoma central, com alguns grânulos de cromatina dispersos. ● Os cistos, quando maduros, apresentam quatro núcleos. Entamoeba histolytica ● Há duas formas de parasitas: ○ As trofozoítas grandes têm 20 a 30 μm de diâmetro e aquelas pequenas apresentam 12 a 15 μm. O núcleo, quando corado, apresenta um pequeno endossomo central, com um anel de pequenos grânulos periféricos. ○ Nas formas de ambos os tamanhos, os cistos medem 10 a 12 μm e contêm quatro núcleos, quando maduros; com frequência, apresentam corpúsculos de cromatina semelhantes a bastões com extremidades arredondadas. μm: 1 milionésimo de metro (1 × 10-6 m) e equivalente à milésima parte do milímetro. Cistos de Entamoeba histolytica maduros ● Os cistos de Entamoeba histolytica maduros têm 4 núcleos que caracteristicamente têm cariossomas (cada uma das granulações de cromatina de um núcleo celular) localizados centralmente e cromatina periférica fina e uniformemente distribuída. Os cistos geralmente medem 12 a 15 µm. Cisto de E. histolytica corado com tricrômio. Três núcleos são visíveis no plano focal (setas pretas), e o cisto contém um corpo cromatoide com extremidades tipicamente rombas (seta vermelha). https://www.cdc.gov/dpdx Cistos de Entamoeba histolytica imaturos Cisto imaturo de E. histolytica corado com tricrômio. O cisto tem vacúolos grandes e a cromatina ao redor do núcleo é grumosa. O tamanho desses cistos varia de 10,3 a 15,7 µm. Imagem tirada com uma ampliação de óleo de 1000x. https://www.cdc.gov/dpdx Trofozoítos de Entamoeba histolytica ● Trofozoítos de Entamoeba patogênicos têm um único núcleo, que tem um cariossomo localizado centralmente e cromatina periférica uniformemente distribuída. O citoplasma tem aparência granular ou de “vidro fosco”. Os trofozoítos geralmente medem 15 a 20 µm (variação de 10 a 60 µm), tendendo a ser mais alongados nas fezes diarreicas. Trofozoíta de E. histolytica / E. dispar corado com tricrômio. https://www.cdc.gov/dpdx Demais grupos ● Grupo Coli (E. coli, E. wenyoni, E. muris, E. caviae, E. cuniculi, E. gallinarum), que apresenta um núcleo maior e excêntrico com um anel de grânulos periféricos grosseiros e grânulos de cromatina dispersos entre eles. Os cistos têm oito núcleos.• ● Grupo Bovis (E. bovis, E. ovis, E. suis, E. chattoni), no qual o tamanho do endossoma nuclear é variável e o anel de grânulos periféricos é fino ou grosseiro. Os cistos apresentam um núcleo, quando maduros.• ● Grupo Gingivalis (E. gingivalis, E. equibuccalis, E. suigingivalis), cujo núcleo apresenta um pequeno endossoma central e um anel de pequenos grânulos periféricos. Não há cisto.• ● Outros (E. dedoelsti, E. invadens). Espécies de Entamoeba Espécies de Entamoeba Entamoeba histolytica ● https://youtu.be/VRMv_lzhMZc https://youtu.be/VRMv_lzhMZc Epidemiologia - Entamoeba histolytica ● Entamoeba histolytica é um parasita principalmente de primatas; humanos são o reservatório para os animais. ● A infecção em cães foi relatada apenas esporadicamente e, com frequência, por meio do contato com humanos. Filo Percolozoa Filo Percolozoa ● Membros deste filo são amebas de vida livre encontradas no solo, na água e nas fezes; podem se apresentar na forma ameboide ou flagelada. ORDEM SCHIZOPYRENIDA FAMÍLIA VAHLKAMPFIDAE ● Inclui o gênero Naegleria, o qual é patógeno oportunista de animais e humanos. ○ Infecção oportunista ocorre devido a uma debilidade das defesas do organismo ■ Sistema imunológico comprometido. Gênero Naegleria ● As trofozoítas são caracterizadas por apresentar um núcleo e um halo circundante. ● Elas se deslocam por meio de pseudópodes, projeções arredondadas temporárias preenchidas com citoplasma granular. ○ Os pseudópodes se formam em diferentes pontos, ao longo da célula, e, assim, possibilita à trofozoíta alterar sua direção. Naegleria fowleri produz uma doença aguda e geralmente letal do sistema nervoso central (SNC), chamada meningoencefalite amébica primária. Não há tratamento. Reportagem CNN Brasil - 27 de setembro de 2020 – Ameba 'comedora de cérebro' é encontrada em água que abastece cidades do Texas https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/09/27/ameba-comedora-de-cerebro-e- encontrada-em-agua-que-abastece-cidades-do-texas https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/09/27/ameba-comedora-de-cerebro-e-encontrada-em-agua-que-abastece-cidades-do-texas Filo Euglenozoa CLASSE KINETOPLASTA ORDEM TRYPANOSOMATIDA ● Todos os hemoflagelados pertencem à família Trypanosomatidae e incluem os tripanossomas e leishmanias. FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE ● Membros do gênero Trypanosoma são encontrados na corrente sanguínea e nos tecidos de vertebrados, em todo o mundo. ● No entanto, poucas espécies são de importância relevante como causa séria de morbidade e mortalidade em animais e humanos, em regiões tropicais. ● Todos apresentam um vetor artrópode. ○ exceção, T. equiperdum, que é transmitido por via venérea. ● A tripanossomíase é uma das doenças de animais e humanos mais importantes no mundo. ● A maior partedas espécies africanas é transmitida pelas moscas-tsé-tsé (Glossina). Morfologia ● Os tripanossomas apresentam corpo arredondado ou semelhante à folha, contendo um núcleo vesicular e quantidade variável de microtúbulos subpeliculares situados sob a membrana externa. ● Possuem um único flagelo oriundo de um cinetossoma ou grânulo basal. Alguns gêneros têm membrana ondulante e o flagelo posiciona-se em sua margem externa. ● Posterior ao cinetossoma há um cinetoplasto esférico, ou em formato de bastão, que contém DNA mitocondrial. Representação esquemática de epimastigota do T. cruzi.http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Morfologia ● Membros do gênero Trypanosoma são heteroxenos , passando parte de seu ciclo evolutivo em um hospedeiro vertebrado e parte em um hospedeiro invertebrado e durante os ciclos evolutivos passam pelos estágios de amastigota, promastigota, epimastigota e triptomastigota. Forma triptomastigota, o cinetoplasto e o cinetossoma situam- se próximo da extremidade posterior e o flagelo forma margem de uma membrana ondulante que se estende ao longo da lateral do corpo, até a extremidade anterior. Forma epimastigota, o cinetoplasto e o cinetossoma situam- se imediatamente posterior ao núcleo e a membrana ondulante se inicia a partir daí. Forma promastigota, o cinetoplasto e o cinetossoma situam- se em uma parte ainda mais anterior do corpo e não há membrana ondulante. Forma amastigota, o corpo é arredondado e o flagelo curto (não é visível ao microscópio óptico) emerge através de um reservatório em formato de funil. Posterior Anterior Forma triptomastigota Formas triptomastigotas sanguíneas do Trypanosoma cruzi.http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Forma epimastigota http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ Formas epimastigotas do Trypanosoma cruzi. cinetoplastonúcleo flagelo Forma amastigota Formas amastigotas intracelulares do Trypanosoma cruzi. Músculo cardíaco de camundongo infectado com T. cruzi. Formas amastigotas núcleo cinetoplasto http://chagas.fiocruz.br/organizacao-estrutural/ TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO POR TRIPANOSSOMA EM ANIMAIS ● Com uma exceção, todos os tripanossomas têm vetores artrópodes nos quais a transmissão é cíclica ou não cíclica. ● Transmissão cíclica ○ O artrópode é o hospedeiro intermediário necessário, no qual os tripanossomas se multiplicam e sofrem uma série de transformações morfológicas, antes que sejam produzidas as formas infectantes para o próximo mamífero. ■ Quanto ao desenvolvimento (multiplicação e transformação): ● Estação anterior ● Estação posterior Transmissão cíclica - Desenvolvimento de estação anterior ● Quando a multiplicação ocorre no trato digestório e probóscida (aparelho bucal longo), de modo que a nova infecção é transmitida quando eles se alimentam, o processo é denominado desenvolvimento de estação anterior. ● Muitas espécies de tripanossomas que utilizam este processo frequentemente são consideradas como um grupo, Salivaria. ● Todos são tripanossomas transmitidos pelas moscas-tsé-tsé, sendo as principais espécies Trypanosoma congolense (subgênero Nanomonas), T. vivax (subgênero Dutonella) e T. brucei (subgênero Trypanozoon). Transmissão cíclica - Desenvolvimento de estação posterior ● Em outros tripanossomas, a multiplicação e a transformação acontecem no intestino e as formas infectantes migram para o reto e são excretados nas fezes. ● Este é o desenvolvimento de estação posterior e, as espécies de tripanossomas são agrupadas como Stercoraria. ● Em animais domésticos, todos estes tripanossomas são relativamente não patogênicos, como T. theileri e T. melophagium, transmitidos por moscas tabanídeas e por melófagos de ovinos, respectivamente. ● Em humanos, o T. cruzi, causa da séria doença de Chagas na América do Sul, é transmitido pelas fezes de insetos reduvídeos. Transmissão não cíclica ● É essencialmente mecânica, em que os tripanossomas são transferidos de um hospedeiro mamífero para outro pela alimentação interrompida de insetos picadores, notavelmente tabanídeos e Stomoxys. ● O tripanossoma presente no interior da probóscida contaminada, ou sobre ela, não se multiplica e morre rapidamente, de modo que a transmissão cruzada somente é possível por poucas horas. Moscas de estábulo (Stomoxys calcitrans) Transmissão não cíclica ● Trypanosoma evansi, amplamente disseminado nos rebanhos da África e da Ásia, é transmitido mecanicamente por moscas picadoras. ● No entanto, na América Central e na América do Sul, T. evansi também é transmitido pela mordida de morcegos, nos quais o parasita é capaz de se multiplicar e sobreviver por longo tempo. ○ O morcego também é hospedeiro, apesar de, certamente, não cíclico, pois os tripanosomas que se multiplicam no sangue do morcego não sofrem qualquer transformação morfológica antes de migrar para a cavidade bucal. ● É importante ressaltar que os tripanosomas salivarianos, normalmente transmitidos de modo cíclico pelas moscas-tsé-tsé, às vezes podem ser transmitidos mecanicamente. ○ Assim, na América do Sul, T. vivax se estabeleceu, provavelmente, mediante a importação de bovinos infectados e acredita-se que seja transmitido mecanicamente por moscas picadoras. - Mosca dos chifres - Mosca dos estábulos - Mosca de cavalos - Mosca de cervos Radwanska, Magdalena et al. “Salivarian Trypanosomosis: A Review of Parasites Involved, Their Global Distribution and Their Interaction With the Innate and Adaptive Mammalian Host Immune System.” Frontiers in immunology vol. 9 2253. 2 Oct. 2018, doi:10.3389/fimmu.2018.02253 Transmissão cíclica de tripanossomas salivares mediada por moscas tsé-tsé e outras moscas picadoras A maioria dos dados do ciclo de vida dos tripanossomas africanos é baseada no ciclo T. brucei envolvendo a tsetse . O parasita é ingerido pela mosca, progride através do corpo do vetor- inseto passando pelo intestino médio, proventriculo e glândula salivar, para ser reinjectado através da probóscide, na forma triptomastigota, que são as formas infectantes para o para o próximo hospedeiro e são denominados tripanossomas metacíclicos. Enquanto T. congolense e T. vivax podem seguir um modo de transmissão cíclica semelhante, este último também é conhecido por ser transmitido através de transmissão mecânica, como é o caso de T. evansi . T. equiperdum é transmitido apenas através da transmissão sexual. T vivax T brucei T congolenses T suis Espécie tipo Probóscide Glândula salivar Intestino médio Transmissão não clássica ● Além das transmissões cíclica e não cíclica clássicas, cães, gatos e carnívoros selvagens podem se infectar após ingestão de carcaças recentes ou órgãos de animais que morreram em decorrência de tripanossomíase, por meio da penetração de parasitas em lesões bucais.
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