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DISCIPLINA POSITIVA COMO MÉTODO DE EDUCAÇÃO PARA
PROFESSORES.
Mirian Daiane Flores
Fernanda Germani de Oliveira Chiaratti
RESUMO
Atualmente tem-se percebido famílias e escolas que utilizam a disciplina positiva na educação das crianças. A disciplina positiva é um modelo de educação que tem como objetivo formar crianças para que futuramente sejam adultos emancipados e autoconfiantes. Por esta razão, o presente artigo tem como objetivo apresentar a disciplina positiva como uma sugestão para se pensar a educação infantil. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica a respeito do tema utilizando como fundamentação teórica, teorias pedagógicas como a construtivista e positivista. Foram abordadas teorias como as de Jane Nelsen, Alfred Adler e outros. A pesquisa é finalizada com a averiguação da disciplina positiva, buscando entender como tal modelo é aplicado e suas consequências, a longo prazo, ao estabelecer uma educação positiva. Através de uma pesquisa bibliográfica e a coleta de informações dos citados autores, constatou-se que a disciplina positiva é de fato um modelo de educação que gera benefícios a longo prazo para as crianças. Aplicar a disciplina positiva aumenta significativamente as chances para as crianças crescerem e tornarem-se adultos confiantes, seguros, empáticos e responsáveis.
Palavras-chave: Educação infantil. Disciplina Positiva.
1 INTRODUÇÃO
O presente escrito, tem como tema principal, o entendimento sobre Disciplina Positiva e a importância em aplicar esses conceitos no ambiente escolar. A Disciplina Positiva oferece ferramentas práticas necessárias para os educadores traçarem estratégias que ajudarão as crianças a desenvolverem seus valores, suas habilidades e um bom caráter, sendo respeitosos entre si, praticando a gentileza e tomando suas próprias decisões. Sendo assim, a pesquisa dar-se-á através da principal questão que busca entender de que forma a Disciplina Positiva auxilia no processo de ensino e aprendizagem das crianças de 4 a 5 anos de idade. 
A Disciplina Positiva teve sua origem em 1920 com Alfred Adler (1870-1935), que apresentou a teoria de que todas as crianças devem ser tratadas com dignidade e respeito. Adler defende que ser permissivo ou autoritário demais, não é vantajoso e nem saudável para o desenvolvimento do caráter de uma criança. O educador precisa ser firme e gentil, ter empatia e respeito. Criar uma conexão verdadeira com o aluno num ambiente de confiança, tendo como base a comunicação, o amor e a empatia. Em 1980, o tema “Disciplina Positiva” foi popularizado através do best-seller da autora Jane Nelsen, Disciplina Positiva, no qual expressa de maneira prática e simples, ferramentas que auxiliam pais e professores à aplicação do método.
O presente artigo busca salientar os motivos pelos quais a disciplina positiva é um método de educar que pode e deve ser utilizado por professores de modo a beneficiar o desenvolvimento de adultos autônomos e independentes. 
Muitos pedagogos, psicólogos e pais vêm utilizando o método da disciplina positiva como modelo de educação para seus filhos e alunos. Ensinar com afetividade, bons exemplos e representatividade sem perder a firmeza é caminhar por uma linha tênue. A criança precisa sentir-se amparada em todos os ambientes que frequenta, precisa estar segura, precisa confiar no adulto que conduz a sua caminhada, seja em casa ou na escola. A disciplina positiva já é aplicada há muitos anos por pais e profissionais da educação, porém, há pouco tempo ganhou destaque como modelo de educação, sendo desconhecida ainda por muitas pessoas. Por esta razão, o presente trabalho visa esclarecer para pais e professores algumas vantagens do uso da disciplina positiva no processo de ensino e aprendizagem das crianças de 4 a 5 anos de idade.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para obter resultados acerca da problematização apresentada neste trabalho, será feita uma pesquisa de caráter exploratório. Para Gil (2002, p. 41) “estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”. Serão utilizados conceitos e ideias de outros autores, de acordo com os objetivos propostos para a elaboração de uma análise cientifica sobre o objeto de estudo escolhido. 
A coleta de dados será feita através de uma revisão da literatura. Para alcançar os objetivos acima colocados, utilizou-se como recurso metodológico, a pesquisa bibliográfica, feita a partir da análise específica de materiais já publicados na literatura e artigos científicos divulgados na internet.
O presente artigo foi fundamentado com base nas ideias e concepções de autores como: Alfred Alder, Rudolf Dreikurs, Jane Nelsen, Mariana Lacerda, Kellen Pimentel e outros especialistas. Tratando-se de uma revisão sistemática, a análise dos dados acontecerá a partir da análise de conteúdo. Deste modo, é preciso um tratamento e uma interpretação mais aprofundada das informações de pesquisas encontradas durante a estudo. Assim sendo, procura-se “tornar os dados válidos e significativos. Para tanto são utilizados procedimentos estatísticos que possibilitam estabelecer quadros, diagramas e figuras que sintetizam e põem em relevo as informações obtidas” (GIL, 2010, p. 153).
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. ENSINO E APRENDIZAGEM NA FAIXA ETÁRIA DE 4 A 5 ANOS 
Para as crianças, quase tudo se baseia em lazer. Por esta razão, na Educação Infantil, é importante que os momentos de brincar e aprender estejam em sintonia. Para obter esta sintonia, a educação infantil deve oferecer às crianças uma abordagem holística. Segundo Gonzalez-Mena (2015, p. 8) os educadores infantis “concordam que a infância deve ser apreciada como um estágio único na vida e buscam educar a criança por inteiro, levando em consideração a mente, o corpo e os sentimentos”. 
O processo de ensino e aprendizagem envolve e exige cumplicidade do educador, tal cumplicidade se edifica durante as intervenções, por meio do que é dito, do que é entendido, do que é transmitido e captado. É importante que o professor planeje e execute suas aulas para que as crianças criem vínculos positivos entre si e os conteúdos. Quando um professor apenas transmite um conteúdo, sem coerência, sem que o aluno entenda de fato o conteúdo, nada será aprendido pois o professor tem o papel de tornar os conteúdos interessantes aos olhos dos alunos. Pequenos atos como sorrir, ouvir, refletir, acatar são, entre tantos outros, necessidades que levam o sujeito a investir na afetividade, que é o necessário para a adaptação, a segurança, o conhecimento e o desenvolvimento da criança. E tratando-se de educação infantil, a relação do professor com os alunos é constante, seja na sala, durante as atividades ou no pátio, e por essa proximidade afetiva é que se dá interação com objetos e a construção do conhecimento.
Os educadores precisam sair de sua zona de conforto, abraçar mais e julgar menos, ser mais audaciosos e menos desanimados. Precisam encantar seus filhos e alunos. Nas artes marciais, usa-se a força do oponente para dominá-lo; na educação, deveríamos usar a energia ansiosa das nossas crianças e adolescentes para libertá-los! (CURY, 2017, p. 194).
De acordo com a Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, a partir dos 4 anos de idade a criança é obrigada a frequentar a escola. São inúmeros os benefícios para a criança que convive desde cedo no ambiente escolar, o desenvolvimento da autonomia, sociabilidade, desenvolvimento intelectual, entre outros.
	Para as crianças de 4 e 5 anos de idade ainda não são necessários os objetivos como ler e escrever, eles vão desenvolver habilidades de letramento através de brincadeiras e atividades lúdicas, por esse motivo, nesta idade é importante que um dos focos principais do professor seja o desenvolvimento das habilidades sociais da criança, do eu, dos nós, de entender o próximo e ter empatia. É imprescindível o uso da disciplina positiva nesta idade para que seja possível obter os resultados e ajudar a desenvolverum ser humano educado, respeitoso e empático.
3.2. DISCIPLINA POSITIVA E AS FRAGILIDADES ENCONTRADAS NA APLICAÇÃO DO MÉTODO
A Disciplina Positiva foi desenvolvida por dois austríacos psiquiatras estudiosos do comportamento humano: Alfred Adler e Rudolf Dreikurs. Alfred foi um discípulo de Freud e criador da psicologia do desenvolvimento individual. Através dessa filosofia, foi feito um estudo no qual eles analisaram a infância e os estilos de vida, crenças e valores que influenciam diretamente em como a criança se comportará no futuro. A disciplina positiva é uma metodologia baseada nesses estudos e tem como objetivo encorajar as crianças, auxiliando na formação de adultos respeitosos, responsáveis e com habilidades para solucionar obstáculos em seus caminhos. A neurociência descobriu que as crianças são essencialmente empáticas e colaborativas e que se o adulto conseguir trabalhar essas manifestações no cotidiano delas, praticando a gentileza e união ao mesmo tempo, tendo regras ajustadas e firmeza, transmitindo confiança, as chances de desenvolver um ambiente de harmonia, paz e respeito são muito grandes. 
De acordo com Nelsen (2006, p. 27) as crianças “merecem a oportunidade de desenvolver as habilidades da vida que precisam em um ambiente de gentileza e firmeza, em vez de uma atmosfera de culpa vergonha e dor”. 
A disciplina positiva vem sendo reconhecida pelos profissionais da educação e ganhando um espaço significativo nas escolas como modelo de educação, porém, ainda existem muitos contras na aplicação do método que exige bastante dedicação do professor e muitas vezes em uma sala com muitas crianças a espera por resultados rápidos acaba sendo frustrante. O resultado da aplicação não é imediato, exige do professor muita paciência. É normal ter dificuldades durante ao executar as técnicas, todo processo tem suas fragilidades, com a aprendizagem não seria diferente. Lacerda (2019) diz que a disciplina positiva “é um processo a longo prazo que, sim, pode trazer resultados imediatos, mas requer paciência e persistência para causar os efeitos mais profundos e necessários na formação das habilidades de vida e sociais da criança”.
São diversas as fragilidades encontradas ao tentar aplicar a disciplina positiva, a principal é a aceitação do método. Em um mundo onde as pessoas pensam em punição, castigo, violência física e psicológica e na maioria das vezes os pais e professores nem notam que tal violência está sendo cometida, as pessoas já têm o senso comum de que a criança precisa obedecer e acatar todas as ordens do adulto responsável, sem direito a expressar seus sentimentos.
Ainda existe muita dificuldade dos professores entenderem o que é uma educação onde o respeito pela criança prevalece. Infelizmente, muitos professores acabam deixando de conhecer a disciplina positiva ou achando de que ela não vai adiantar com o próprio aluno por não conhecer direito ou acreditar que neste caso o respeito se trata de permissividade.
Precisamos compreender nossa obrigação de oferecer oportunidades às crianças (que anteriormente eram fornecidas pelas circunstâncias) para que desenvolvam responsabilidade e motivação. E o mais importante: precisamos compreender que cooperação baseada em respeito mútuo e responsabilidade compartilhada é mais eficiente que o controle autoritário. (NELSEN, 2006, p. 30).
 	Outro tumulto comum desse modelo de educação é por conta dos “limites”. Muitas pessoas acreditam que na disciplina positiva não existem limites para as crianças. Acreditam que elas podem fazer definitivamente tudo o que desejam, como e quando quiserem. Na verdade, está bem longe disso. Mas para que haja um melhor entendimento, é preciso elencar alguns conceitos básicos. Gentileza e firmeza. Quando se é gentil com a criança é levado em consideração seus sentimentos e necessidades naquele momento. Tem-se um olhar sobre essa criança e o ideal é entender o que ela está sentindo naquele momento. Em contrapartida, quando se tem firmeza, procura-se sempre considerar as necessidades e sentimentos das demais pessoas que estão ao redor dessa criança naquele momento. É uma estimativa daquele contexto em que a criança está inserida para que essa criança entenda que ao mesmo tempo que o professor está preocupado e disposto ajudá-la, ela não é o centro do universo e precisa respeitar o sentimento dos demais. É totalmente diferente do autoritarismo. No autoritarismo se é firme o tempo todo, a única preocupação são as demais pessoas no ambiente e os sentimentos da criança são deixados de lado. Prevalecem sempre a ordem e a obediência. 
Existe também a permissividade, que é conhecida como a educação sem "limites", onde há gentileza em excesso, é os sentimentos e necessidades da criança são a única coisa que importa. As outras pessoas, o professor e o resto do mundo naquele momento não importam. Resumindo, a disciplina respeitosa e positiva se dá pelo equilíbrio gentileza e firmeza, autoritarismo e permissividade precisam estar em harmonia, nenhum dos dois poderá sobressair.
Nelsen (2006, p. 31) traz exemplos de como resolver alguma situação utilizando a disciplina positiva: 
Rigidez – “Essas são as regras que você deve seguir, e essa é a punição que você vai receber por violar essas regras.” Crianças não são envolvidas no processo de decisão.
Permissividade – “Não existem regras. Tenho certeza de que nós vamos nos amar e ser felizes, e você será capaz de fazer suas próprias regras no futuro.”
Disciplina Positiva – “Juntos, nós vamos decidir as regras para nosso benefício mútuo. Também vamos pensar juntos nas soluções que nos ajudarão a resolver nossos problemas. Quando eu precisar usar o meu discernimento sem a sua interferência, eu serei firme com gentileza, dignidade e respeito.”
		Para o professor a disciplina positiva precisa ser aplicada num todo, em conjunto, para que todos os alunos recebam o mesmo tratamento, por esta razão, no ambiente escolar a educação positiva pode demorar para mostrar resultados. Porém, quando as crianças percebem que o professor tem atitudes positivas diante de determinadas situações o comportamento positivo é automaticamente notado.
		Na prática, para o professor, ainda é muito mais fácil utilizar de chantagens e punições, como o parquinho, por exemplo, se a turma não se comportar perderão o parquinho. Esta estratégia pode funcionar, não por muito tempo. Um aluno específico, que seja conhecido por ser bagunceiro ou agitado, pode em determinado momento fingir um novo comportamento para não perder a hora da brincadeira, mas não mudará seu comportamento num todo, pois não teve a chance de pensar e revisar seu comportamento. Crianças de 4 e 5 anos já conseguem entender e controlar suas emoções, por isso, cabe ao adulto auxiliar para que esse entendimento seja feito de uma forma leve, sem castigos ou punições. 
		Os gritos ou qualquer tipo de falta de respeito do adulto para com a criança também não são eficazes, em um conflito na sala, por exemplo, dois alunos estão disputando um brinquedo, a reação imediata do professor é gritar e chamar atenção, sempre num tom elevado para mostrar autoridade. De acordo com a disciplina positiva, em momentos assim, o professor deve chamar os alunos, sentá-los, acalmar-se e acalmá-los para então iniciar uma conversa onde os alunos terão a oportunidade de explicar o ocorrido e encontrarem, juntos, maneiras de resolver o problema. 
Embora o mau comportamento possa piorar quando a Disciplina Positiva é usada pela primeira vez, você vai perceber que há uma estabilização até que a criança volte a se comportar mal novamente. Quando uma criança percebe que suas táticas de manipulação não funcionam, provavelmente vai testar de novo apenas para ter certeza. (NELSEN, 2006, p. 34).
Para o professor, a maneira mais fácil de fazer com que o aluno obedeça e não volte a atrapalhar a aula é colocá-lo de castigo, no cantinho do pensamento, retirá-lo de alguma atividade. Existe uma certa dificuldade dentro da disciplina positiva, pois o professor já está acostumado com sua rotina,com suas manias e métodos de educação. Para que o novo modelo de educação seja de fato positivo, ele deve iniciar sempre pelo professor.
De acordo com Arias e Yera (1996), Vygotsky formula a tese básica sobre o caráter histórico social-cultural do psiquismo humano; ele coloca a relação adulto-criança como um mecanismo que servirá de mediação para o desenvolvimento infantil, uma vez que, é a partir dessa relação que será construída na criança a pessoa humana. Para ele, o adulto representa para a criança a história, a cultura, a sociedade, permitindo, pelo caráter concreto dela, a construção da sua própria história, a construção da sua personalidade, sua singularização como sujeito. (ARIAS e YERA, 1996).
Para Vygotsky, as atividades cognitivas básicas de uma pessoa, ocorrem de acordo com sua história social (LURIA, 1976 apud GARCIA, 2002). Deste modo, suas habilidades cognitivas e as formas de pensar não são determinadas biologicamente, mas sim, com hábitos sociais da cultura em que está inserida.
		O professor e a família sempre serão os principais modelos de educação para a criança, a disciplina positiva não deve ser ensinada, mas sim, um exemplo a ser seguido.
3.3. ESTRATÉGIAS PARA APLICAÇÃO DA DISCIPLINA POSITIVA NO AMBIENTE ESCOLAR
A disciplina positiva é sem de dúvidas um dos modelos de educação mais difíceis de aplicar, contudo a que mais traz os resultados almejados a longo prazo.
O primeiro passo para a introdução da disciplina positiva é entender que se trata de uma educação respeitosa, que visa criar conexão antes da correção. Para introduzir esse conceito no ambiente escolar é necessário adaptar todo o espaço para a criança. O local deve ser um ambiente estimulante, encorajador e respeitoso, um ambiente que permita a livre expressão da capacidade e preferência de cada criança. O aluno deve sentir-se seguro para realizar suas atividades e aprender sozinho através de suas próprias experiências, desenvolvendo-se de forma criativa, saudável e espontânea. Os educadores precisam ser treinados e preparados para lidar de forma positiva e não violenta com os alunos. Como modelo de educação que visa educar com firmeza e gentileza, a fim de criar relações prazerosas entre professores e alunos, onde eles sejam independentes e tenham autoestima elevada, pode contribuir de diversas maneiras na formação de crianças. Tais contribuições acontecem devido a um conjunto de iniciativas propostas pelo método, com o intuito de auxiliar o professor no seu cotidiano. São elas:
Respeito: O educador deve ser gentil e firme. Esse princípio traz uma referência de educação baseada no respeito mútuo e confiança no professor. É necessário criar uma conexão com o aluno, convidá-lo a cooperar, escutá-lo e levá-lo a sério.
Rotina: É uma educação a longo prazo. A ideia central é guiar a criança para que ela esteja apta a buscar soluções para seus próprios conflitos e desentendimentos.
Senso de Pertencimento: Responsabilidade em atividades na sala de aula estimulam as crianças. Atividades de pertencimento que contribuam para que a criança se sinta importante e pertinente. Muitas crianças têm um mal comportamento por não se sentirem pertencentes ou colaborativas com o ambiente familiar e escolar.
Transmitir Valores: Para isso, é importante que o educador sempre se coloque no lugar de cada criança. Trabalhar diariamente valiosas habilidades para toda a vida: empatia, cooperação, respeito e tranquilidade. Ao executar a disciplina positiva no ambiente escolar, os alunos têm a oportunidade de crescer através de habilidades de vida necessárias para serem adultos prósperos.
Autonomia e reconhecimento das suas próprias capacidades: Ajuda a criança a descobrir o que ela é capaz. Trabalhar com a liberdade e criatividade no ambiente escolar e deixar o aluno livre para explorar com segurança suas habilidades.
3.3.1. PRÁTICAS QUE AUXILIAM O DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA POSITIVA
Hábitos são difíceis de desenvolver, mas mudar de uma hora pra outra é ainda mais complicado. O mundo vem mudando em uma velocidade tão rápida como nunca vista nos últimos anos, talvez os professores ainda não tenham percebido, mas seus alunos com certeza notaram. Não adianta tentar impor uma educação antiga, para uma criança que completou 5 anos agora, isso não vai funcionar. As crianças de hoje percebem que o respeito tem sido cada dia mais valorizado e por este motivo elas agem com mais personalidade e fazem mais birras, pois estão testando seus limites.
Os adultos, por sua vez, entendem que hábitos são difíceis de criar, mas possuem a habilidade de se autorregularem e aos poucos mudar alguns hábitos que não são coerentes com a disciplina positiva. Durante uma entrevista, Rodrigues ressalta que “a grande vantagem dessa abordagem é o exercício da autorreflexão e a possibilidade de mudança para formas mais eficazes de comunicação e para resolver conflitos. ” Abaixo serão elencadas algumas práticas para facilitar a aplicação e desenvolvimento do método.
EMPATIA
A empatia é o principal fator para um bom relacionamento entre professores e alunos. Se a empatia realmente existe, tudo ficará mais fácil, deste modo. Frequentemente ouve-se dizer que a empatia é sentir-se no lugar de outra pessoa, mas na verdade, empatia é quando o indivíduo tenta viver aquilo que o outro está vivendo, através da perspectiva dele, do que ele conhece do mundo, do que ele sente. Colocar-se no lugar de um recém-nascido, por exemplo, sabe-se que uma criança que acabou de nascer, ainda não tem conhecimento do mundo, não sabe expressar, por meio da fala, como está se sentindo, não sabe que logo o “sofrimento” irá passar, como a fome, ou o frio. Por esta razão, na maioria das vezes os bebês, choram, gritam, ficam nervosos, pois não sabem lidar com essas situações; e é nessa hora que a prática da empatia se faz necessária; estar realmente no lugar do aluno fará com que os professores entendam que alguma atitude taxada como mal comportamento ou birra não tenha sido proposital.
A empatia deve ser utilizada durante toda a vida, para que possam ser colhidos frutos de uma criança respeitosa e empática na sua adolescência. Toda criança merece ser tratada com respeito e este respeito deve vir primeiramente dos adultos ao seu redor. Na disciplina positiva a frase que diz que “as crianças são os espelhos dos adultos” é real, o professor, em sala, aplicará a reciprocidade com o aluno, um “obrigado”, “por favor” e “com licença” do mesmo modo que faria com outro adulto.
DIÁLOGO
O diálogo também é fundamental para aplicação do método, em sala de aula, o professor na maioria das vezes está sobrecarregado, precisa brincar, ensinar, acalmar os alunos e sem perceber acaba facilmente estressado pela rotina do dia-a-dia, sentar com calma e conversar com as crianças, deixar com que se expressem, falem e desabafem faz com que os alunos sintam-se seguros no ambiente escolar, auxiliar no processo de confiança entre aluno e professor. 
As crianças se sentem encorajadas quando pensam que você entende o ponto de vista delas. Assim que se sentem compreendidas, elas ficam mais dispostas a ouvir seu ponto de vista e a trabalhar na solução do problema (NELSEN, 2006, p. 52).
Contudo, a partir do momento que a criança perceber que está sendo ouvida, que tem o direito de desabafar e compartilhar seus sentimentos, ela automaticamente iniciará seu papel de ouvinte, pois entenderá que ser um bom ouvinte é natural e não uma obrigação.
ENCORAJAMENTO
Para a criança é muito importante receber um elogio, faz com que se sinta forte e segura. Por isso é importante em todos os momentos elogiar e encorajar o aluno, palavras como “muito bem”, “você consegue”, “eu sei que você sabe fazer” ou “você é capaz” são de extrema importância para o desenvolvimento deste aluno. 
Segundo Nelsen (2006) “Dreikurs enfatizava a questão do encorajamento e pensava que era a habilidade mais importante que adultos poderiam aprender para ajudar as crianças.” Para ele “Crianças precisam de encorajamento, assim como as plantas precisam de água.Elas não podem sobreviver sem isso.” (NELSEN, 2006, p. 159). O encorajamento faz com que as crianças cresçam determinadas e independentes, serão adultos que acreditam na sua capacidade e não esperam o elogio de outras pessoas para acreditarem no seu potencial.
SUBSTITUIÇÃO DOS CASTIGOS
Na disciplina positiva não existem castigos ou punições o que existe são conversas onde o a criança deverá pensar sobre os seus atos e como poderá melhorar suas atitudes. Na maioria das vezes os adultos enxergam o comportamento da criança através de um olhar limitado, não entendendo a real mensagem que a criança está passando. A responsabilidade do professor não é focar na mudança do comportamento do aluno através de punições ou recompensas, mas sim entender por que ela está agindo de tal maneira e ajudá-la a administrar suas emoções, isto é, fazer algo a seu favor para que se sinta melhor. Quando um adulto se sente bem, se comporta “bem” porque está bem consigo. Quando se sente mal, comporta-se “mal”. Além disso, é responsabilidade do adulto saber o que acontece em sua vida. O mesmo acontece com as crianças, o professor deve ensiná-la a controlar suas emoções e entende-las, caso contrário ele acaba sendo gerenciador das emoções do aluno bem. Por isso é importante mudar a postura, sem tantos gritos, sem ordens ou punições. Deve-se priorizar relacionamentos amorosos, com autoridade, porém sem autoritarismo.
É realmente triste pensar que tantas crianças pequenas estão sendo punidas por um comportamento que é adequado ao seu desenvolvimento. Por exemplo, crianças pequenas são punidas por se “comportarem mal” quando na verdade seus cérebros ainda não se desenvolveram o suficiente para compreender o que é esperado delas. (NELSEN, 2006, p. 89).
O cantinho do pensamento na disciplina positiva deve ser substituído pela pausa positiva, onde o aluno poderá fazer uma pausa, tomar uma água, respirar e quando sentir-se confiável, poderá retornar ao grupo sem precisar cumprir nenhuma punição. 
Para que a disciplina positiva traga de fato bons resultados, é preciso que a escola esteja sempre em conjunto com a família, que os pais utilizem o método em casa, assim, com certeza ele trará maiores benefícios e será mais eficaz.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante do exposto, concluiu-se que a disciplina positiva tem como princípio básico o respeito e a conexão verdadeira entre o aluno e a criança. Castigos e autoritarismo não devem ser utilizados para quem pretende executar a disciplina positiva. Dessa forma constatou-se que a disciplina positiva é respeitosa, amorosa e sobretudo, trata-se de incentivar a cooperação, criar laços verdadeiros com os alunos, trabalhar diariamente as habilidades interpessoais e sociais de cada criança.
Aplicar a disciplina positiva, aumenta fortemente as chances dos alunos se tornarem adultos confiantes, seguros, responsáveis, empáticos, amorosos e independente. Algo que tem que estar claro para o educador, é que essa estratégia é vantajosa a longo prazo. A transformação é profunda e sempre positiva. 
A realização do artigo científico é de suma importância na formação de um profissional capacitado. Diretrizes fornecidas pelo orientador desde trabalho foram de grande valia para a acadêmica, compartilhando os próprios conhecimentos e experiências na área da pedagogia, auxiliando em situações profissionais. Este período contribuiu substancialmente para a formação de uma profissional mais qualificada e mais preparada para o futuro.
5 REFERÊNCIAS
NELSEN, Jane. Disciplina Positiva. 4. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CURY, Augusto. 20 regras de ouro para educar filhos e alunos. 1. Ed. São Paulo: Planeta, 2017.
DA SILVA SANTOS, Mariana Cristina. A DISCIPLINA POSITIVA COMO ALTERNATIVA AOS OUTROS MODELOS DE EDUCAÇÃO. RJ. 2018. 39 p. Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2018. Dísponível em: <https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/7383/2/MARIANA%20CRISTINA-%20TCC.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2020.
GONZALEZ-MENA, Janet. Fundamentos da educação infantil: ensinando crianças em uma sociedade diversificada. 6. Ed. New York, AMGH, 2015. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=rcm7bgaaqbaj&pg=pa1&dq=educa%c3%a7%c3%a3o+infantil+livros&hl=ptbr&sa=x&ved=0ahukewig6d6b9snoahuihbkgheukava4fbdoaqhkmaq#v=onepage&q=educa%c3%a7%c3%a3o%20infantil%20livros&f=false>.
ZENTNER, Camila. Disciplina Positiva: Como resolver problemas sem punição ou violência. Nova escola gestão, 2019. Disponível em: <https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2202/disciplina-positiva-como-resolver-problemas-sem-punicao-ou-violencia>. Acesso em: 30 mar. 2020.
O que é a Pedagogia Construtivista? Cuiabá: [s.n.], 1996. Disponível em: <http://www.periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/viewFile/360/328>. Acesso em: 30 mar. 2020.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 59, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc59.htm>. Acesso em: 29 mar. 2020.
LACERDA, Mariana. O que é disciplina positiva?.  Mariana Lacerda, 2009. Disponível em: <https://marianalacerda.com.br/o-que-e-a-disciplina-positiva/>. Acesso em: 20 mar. 2020.
MELLO, Tágides. DE ALCÂNTARA S. RUBLO, Juliana. A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL. SP. 2013. Centro Universitário São Roque. Disponível em: <http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdf/v4-n1-2013/Tagides.pdf>. Acesso em: 01 abr. 2020.
Disciplina Positiva: uma abordagem socioemocional para pais e educadores. Portal guia escolas, 2018. Disponível em: <http://www.portalguiaescolas.com.br/acontece-nas-escolas/espaco-educacional/disciplina-positiva-uma-abordagem-socioemocional-para-pais-e-educadores/>. Acesso em: 10 abr. 2020.

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