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UNIVERSIDAD DEL SOL ASSESSORIA E CONSULTORIA EDUCACIONAL - ESL ESCOLA LUGAR DE DEMOCRACIA PARNAMIRIM/RN 2020 Resenha individual do livro: Escola e Democracia de Dermeval Saviane, solicitado pela professora: Thaynnã Valentim Rodrigues na disciplina de Fundamentos da Prática Educativa e Tendências Pedagógicas da Universidad Del Sol Entregue pela aluna: Hérica Simone Brito de Melo, no dia 20/10/2020. Dermeval Saviani é descendente de imigrantes italianos e nasceu em 25 de dezembro de 1943 no interior de São Paulo, em Santo Antonio de Posse, Comarca de Mogi Mirim. Em 1966 formou-se em bacharel pela PUC SP, doutor em filosofia da educação pela PUC-SP em 1971, e livre-docente em história da educação ( UNICAMP, 1986), tendo realizado ‘estágio sênior” na Itália em 1994- 1995. O autor em destaque ganhou muitos prêmios entre eles: A medalha do mérito educacional do Ministério da Educação (1994) e Prêmio Jabuti de 2008, neste sua colocação foi em primeiro lugar na categoria Educação, Psicologia e Psicanálise com História das Idéias Pedagógicas no Brasil. Acompanhou as transformações sociais e educacionais escrevendo com infabilidade e domínio sobre essas mudanças Com várias de suas obras publicadas quero destacar o livro: “Escola e democracia” que fala das teorias da educação, curvatura da vara e onze teses sobre educação e política. A obra é composta por quatro capítulos, no capítulo um temos o problema, abordando as teorias educacionais, no segundo capítulo: escola e democracia I – A teoria da curvatura da vara. esta centrada em três teses e um apêndice: Primeira tese, Filosófico-histórica, aborda a passagem da idade média e seu modo de produção feudal para o capitalismo, modificando assim a aprendizagem que passou de direito de poucos para direito de todos, a escola agora era proposta como condição para a consolidação da ordem democrática. Segunda tese pedagógico-metodológica comprovamos a falsa crença na escola nova e a terceira tese político-educacional revela que quanto mais se falou em democracia na escola, na prática menos a escola foi democrática e quando menos se falou em democracia mais foi constatada a consolidada a ordem democrática. O apêndice apresenta a curvatura da vara onde exibe a teoria de Lênin abordando que quando uma vara está torta para endireita-la devemos curvá-la para o lado oposto. No terceiro capítulo temos: escola e democracia II – Para além da curvatura da vara é a continuação do capítulo anterior e no capítulo três temos as onze teses sobre educação e política. O autor começa ressaltando o problema da marginalidade classificando as teorias educacionais em dois grupos: O primeiro grupo é formado por teorias não criticas que acreditam que a educação pode superar a marginalidade, a sociedade busca na escola a solução para a marginalidade. Acreditavam que com a educação tornariam a sociedade igualitária. Faziam parte desse primeiro grupo as teorias: A pedagogia tradicional, inspirada no princípio que a educação é direito de todos e dever do estado, era interesse da burguesia no intuito de converter os súditos em cidadãos, para superar a opressão do “antigo regime”, para vencer a barreira da ignorância tornando os indivíduos livres através do conhecimento. O professor era quem continha o saber e os alunos eram passivos, apenas recebiam as informações. Os alunos não conseguem se ajustar a sociedade. O marginalizado era o ignorante. A pedagogia nova buscava levar o discente aprender a aprender. Começam a se fazer os testes psíquicos. O marginalizado era o rejeitado, o anormal. Acabou por rebaixar o nível de ensino das camadas populares e aprimorou a qualidade do ensino destinado as elites. A pedagogia tecnicista tem por base teórica o Behaviorismo e a informática inspirados no positivismo e no método funcionalista. Preparava os cidadãos para trabalhar nas fábricas. Buscava aprender a fazer, perdeu-se a especificidade da educação, causou mais marginalidade por evasão e repetência. O marginalizado será o incompetente ou improdutivo. Nenhuma dessas teorias demostrou resultados satisfatório. No segundo grupo estão as teorias crítico – reprodutivas, que entendem que a educação é um mecanismo de discriminação social sendo um fator que aumentava a marginalização devido as classes sociais. Reproduzem o sistema capitalista de dominante e dominado. As teorias que tiveram um maior nível de elaboração são as seguintes: Teoria de ensino enquanto violência simbólica, Teoria da escola enquanto Aparelho Ideológico do Estado (AIE), Teoria da escola Dualista. Acreditam que toda e qualquer sociedade estrutura-se entre grupos ou classes, sobre a força material. Segundo Bourdieu: “Todo poder de violência simbólica, isto é, todo poder que chega a impor significações e a impô-las como legítimas, dissimulando as relações de força que estão na base de sua força, acrescenta sua própria força, isto é, propriamente simbólica, a essas relações de força.” (Bourdieu-Passeron, 1975, p.19). Marginalizados culturalmente porque não possuem força simbólica e marginalizados socialmente porque não possuem força material. A educação é elemento reforçador dessa marginalidade porque todos os esforços partem dos dominantes. Em escola e democracia I – A teoria da curvatura da vara, Saviane transcreve a curvatura da vara exposto por Lênin fazendo a comparação com suas teses: "quando a vara está torta, ela fica curva de um lado e se você quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição correta. É preciso curvá-la para o lado oposto". A vara torta é o lado da pedagogia da existência e os movimentos da escola nova e a curvatura da vara para o outro lado é a pedagogia revolucionária lutando contra a recomposição desses mecanismos de hegemonia, abrindo espaço para as forças populares. Escola e democracia II – Para além da teoria da curvatura da vara, remete a pedagogia revolucionária a uma espécie de “Escola nova popular, a mais conhecida no Brasil é o Movimento Paulo Freire (1959 a 1964). Ela se diferencia das demais por voltar seus interesses as camadas populares. Saviane baseado em Herbart e Dewey lança uma proposta e seus métodos seriam: Prática social, problematização e instrumentalização, catarse e a prática social. Mostrando um nível de conhecimento desigual no início e igualdade no final. Conscientiza a sair da teoria e vivenciar a pratica. Dermeval finaliza a obra com onze tezes sobre a educação e política, mostrando que educação e política andam juntas e que uma depende da outra, porém não são idênticas, cada uma tem sua especificidade própria. O livro em destaque tem uma linguagem simples de entender, mostra as tendências pedagógicas de maneira crítica, resgatando a história educacional. O escritor faz alusão de suas teorias deixando claro suas opiniões. Traz questões que ajudam o leitor a refletir em sua prática pedagógica. Mostra a diferença entre política e educação e como estão ligadas uma a outra. Acredito convictamente que todos os que estão ligados a educação devem ler esta obra e colocar em pratica as suas teorias com esperança e confiança que a educação pode transformar o mundo através do conhecimento. REFERÊNCIAS Biografia Dermeval Saviani. Blog Archive Disponível em:< http://projetoeducacional2012.blogspot.com/2012/05/biografia-dermeval- saviani.html>. Acessado em 14 de outubro de 2020. DERMEVAL SAVIANI. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Dermeval_Saviani&oldid=59588419>. Acesso em: 14 out. 2020. SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia – 42. ed.-Campinas, SP: Autores Associados, 2012. – (coleção polêmicas do nosso tempo; 5)
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