Radiologia 1 - Radioproteção

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Ilídia Carol dos Santos Pereira(@ilidiacpereira) Odontologia UFPE - 2020.2
Radiaçõe� ionizante�: Higien� � proteçã�
★ Princípios básicos da proteção
radiológica:
1. Princípio da justificação da prática:
‘’Nenhuma prática envolvendo exposição pode
ser adotada, a menos que produza benefício suficiente
ao indivíduo exposto.’’
Os benefícios devem superar os riscos para que
a radiografia seja efetuada. Sempre se perguntar: Será
mais um exame ou irá auxiliar no caso?
2. Princípio da otimização da proteção:
‘’O valor das doses individuais, o número de
pessoas expostas e a probabilidade de ocorrência de
exposições, deverão ser mantidos tão baixos quanto
razoavelmente exequíveis/executáveis.’’
Sempre optar por meios de maior sensibilidade
e menor exposição do paciente e profissional. Ex.: Filme
digital é uma boa opção e evitar repetições.
3. Princípio da limitação de doses individuais:
‘’A exposição de indivíduos, resultante da
combinação de todas as práticas relevantes, deve estar
sujeita a limites de doses ou, no caso de exposições
potenciais, sujeita a algum controle de risco.’’
Limite de exposição para o paciente, para o
profissional e o tipo de exposição.
4. Princípio de prevenção de acidentes:
‘’No projeto e operação de equipamentos e de
instalações deve-se minimizar a probabilidade de
ocorrência de acidentes (exposições potenciais).’’
O profissional deve ter a constante visão do
paciente e da sala de radiologia para prevenir situações
fora do padrão.
Atualização de um sistema que era regido desde
1998…
RDC Nº 330, de 20 de dezembro de 2019 - Art. 1º Esta
resolução tem como objetivos:
I - Estabelecer os requisitos sanitários para a
organização e o funcionamento de serviços de
radiologia diagnósticas ou intervencionista; e
II - regulamentar o controle das exposições médicas,
ocupacionais e do público decorrentes do uso de
tecnologias radiológicas diagnósticas ou
intervencionistas.
Buscando abranger:
I - Atenção primária: ações preventivas e curativas,
bem como a atenção a indivíduos e comunidades;
II - Atenção secundária: serviços médicos
especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico, bem
como atendimento de urgência e emergência;
III - Atenção terciária: oncologia, cardiologia,
transplantes, traumato-ortopedia e neurocirurgia. Entre
os procedimentos ambulatoriais alta complexidade
estão a radioterapia, ressonância magnética e a
medicina nuclear;
IV - Levantamento radiométrico.
Instrução normativa nº 57, de 20 de dezembro de 2019:
Dispõe sobre requisitos sanitários para a
garantia da qualidade e da segurança em sistemas de
radiologia odontológica intraoral, e dá outras
providências.
★ Normas de proteção:
Indivíduo Levar em consideração
Paciente Aparelho, filme,
posicionador, vestimenta,
profissional
Profissional Posição, manutenção do
filme, monitoramento
individual
Acompanhante Vestimenta
População vizinha Estrutura física de proteção
★ Aparelhos de raios X periapicais portáteis:
Uso não recomendado para rotina clínica. Não é
segura para paciente e profissional, apesar de ser de
última geração (com sensor digital, baixa dosagem de
radiação, etc), não é recomendado, pois pouco isola o
profissional e paciente, o profissional segura o aparelho
de quase 2 kgs durante a tomada radiográfica.
Gerador de raios X odontológico - XTG1000 - Portátil de mão (analógico ou
digital).
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A radiação de fuga pode atingir o profissional,
sendo a radiação de fuga uma radiação secundária que
sai do cabeçote do aparelho e não faz parte do feixe
primário.
Assim, também tem o risco de ser atingido por
esses raios, apesar de estar paramentado com avental
de chumbo e também o risco de tremer durante a
exposição do paciente, obrigando uma nova tomada e
exposição.
Esse aparelho é recomendado apenas para
locais:
- Locais com estrutura debilitada (sem energia
elétrica, por exemplo);
- Locais de guerra;
- Paciente acamado que não pode ir para
aparelhos normais.
★ Fatores relacionados ao aparelho normal:
- Duração de exposição menor possível;
- Botão disparador deve ter tempo certo da
exposição ao apertar;
- Lâmpada piloto deve acender na hora da
exposição e apagar em seguida após a
exposição;
- Dispositivo sonoro durante a exposição;
- Fio (2m);
- Sistema de suporte do cabeçote deve
possibilitar que o suporte se mantenha firme na
posição, sem balançar, fixo.
★ Descarte do aparelho:
- Filme: Deve ser desabilitado de modo que o
impeça de produzir radiação ionizante
- Todos os indicadores de radiação ionizante
devem ser removidos.
- Antes do descarte, a autoridade competente
deve ser formalmente comunicada por escrito.
★ Calibração do aparelho: Deve ser feita a cada
2 anos, com exceção à questão do laudo
radiométrico e a radiação de fuga que pode ser
efetuada a cada 4 anos. Avalia-se:
- Rendimento do aparelho;
- Energia efetiva do aparelho;
- Camada semi-redutora em alumínio
(capacidade de redução da dose pela metade);
- Filtração dos raios x;
- Chumbo;
- Diafragma de chumbo;
- Colimação;
- Radiação de vazamento ou escape;
- Fio do aparelho.
★ Filtração:
Elimina os raios X menos energéticos, ou seja,
aqueles que possuem maior comprimento de onda.
Filtração do tipo:
- Inerente
- Adicional
Para os equipamentos que operam com quilovoltagem:
● Inferior ou igual a 70 kVp - filtração total
equivalente a 1,5mm de Al;
● Superior a 70 kVp - filtração total equivalente a
2,5 mm de Al.
★ Diafragma:
Elimina os raios X mais divergentes, evitando
que a área de incidência no paciente ultrapasse o
diâmetro de 6cm.
Cilindro localizador longo: 1cm
Cilindro localizador curto: 1,25 cm
★ Colimação: Reduz o campo de exposição,
aproveitando os feixes menos divergentes.
★ Cilindros localizadores: Vão auxiliar no
posicionamento. Anteriormente era um cone no
lugar do cilindro.
Os cones produziam radiação secundária, por
isso caíram em desuso.
★ Distância foco-pele:
Tensão = 60 kVp mínimo de 18 cm;
Tensão entre 60 e 70 kVp mínimo de 20 cm;
Tensão > 70kVp, mínimo de 24 cm.
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★ Diâmetro do campo: Deve ser menor ou igual
a 6 cm. Mensura-se com filme oclusão exposto ou com
dois filmes periapicais e uso de régua.
★ Radiação de fuga: Radiação que não faz parte
do feixe primário e sai do cabeçote.
Taxa de Kerma máxima de 0,25 mGy/h a 1 m do
ponto focal.
★ Profissional:
- Critério de solicitação de exames - solicitar
exame só com necessidade;
- Utilização de filmes de maior sensibilidade;
- Bom desempenho da técnica;
- Cuidados no processamento radiográfico;
- Proteção com aventais de chumbo (mínimo de
0,25 mm de alumínio) e protetores de tireóide.
★ Filmes: Deve-se fazer a opção pelos filmes
mais rápidos (+ sensíveis), ou seja, aqueles que
precisam de menor quantidade de radiação para formar
uma imagem de qualidade.
Em alguns casos pode-se usar duas películas,
caso o paciente precise de dois registros de exame, é
possível usar o filme duplo (com a câmara escura
portátil ou compra o filme duplo) e/ou filme mais
sensível para reduzir o tempo de exposição.
Há ainda a possibilidade de usar o filme digital,
sistema direto ou semi-direto, que facilita o
compartilhamento por via virtual.
Para evitar a exposição paciente e profissional e
haja o bom desenvolvimento de técnica, se utiliza os
posicionadores.
O armazenamento dos filmes radiográficos deve
ser feito em local:
- Seco e livre de umidade;
- Livre de calor;
- Longe de radiação;
- Longe de vapor químico.
Se posto em geladeira, deve ser retirado meia
hora antes do atendimento para acomodação dos
cristais.
A câmara escura não pode ser de acrílico e
deve ser totalmente opaca. Teste da moeda (moeda
sobre o filme para testagem).
★ Avental plumbífero: Avental de chumbo,
protetor de tireóide (adultos e crianças). Após o uso
deve ser pendurado, NUNCA DOBRADO, pois pode
prejudicar a vida útil do avental.
Grávidas pacientes: Só é permitido 1 milisievert de
dose. Só deve fazer radiografia em caso deurgência.
Grávidas profissionais: Notificar ao responsável legal
sua gravidez, confirmada ou suspeita, de modo a
possibilitar a adequação dos processos de trabalho às
normativas aplicáveis.
★ Proteção do acompanhante:
A presença de acompanhantes durante os
procedimentos radiológicos somente é permitida quando
sua participação for imprescindível para conter,
confortar ou ajudar pacientes.
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- Atividade voluntária;
- Não desenvolver regularmente essa atividade;
- É obrigatório o uso de vestimenta de proteção.
★ Normas de radioproteção - Ambientes:
‘’O consultório odontológico isolado que possua
apenas equipamento de raios X intraoral e as unidades
onde se utilizam equipamentos móveis ocasionalmente,
como salas de cirurgia geral ou unidades de terapia
intensiva, estão dispensados desta sinalização, sendo
necessária apenas nas salas exclusivas para
procedimentos radiológicos.’’
Ou seja, não é obrigatório na normativa 57.
Apenas para clínicas radiológicas:
- Ter luz vermelha e dizeres: ‘’Quando a luz
vermelha estiver acesa, a entrada é proibida’’
ou ainda ‘’raios X, entrada restrita’’.
Exemplo prático da sinalização em clínica de radiologia
Outras sinalizações:
‘’Paciente, exija e use corretamente vestimenta
plumbífera para sua proteção durante o exame
radiográfico’’
‘’Não é permitida a permanência de acompanhantes na
sala durante o exame radiológico, salvo quando
estritamente necessário e autorizado’’
‘’Acompanhantes, quando houver necessidade de
contenção de paciente, exija e use corretamente
vestimenta plumbífera para sua proteção durante exame
radiográfico.’’
★ Proteção do profissional:
- Posição e proteção:
Cabine blindada ou visor plumbífero. Nunca se
posicionar atrás do paciente:
- Monitoramento individual do profissional em
exposições mensais (dosimetria);
- Manutenção do filme;
- Adequação do ambiente:
Paredes e portas com blindagem adequada;
Visor de vidro plumbífero;
Blindagens devem ser contínuas e sem falhas;
Na ausência de blindagem, pode-se usar biombos. Na
cabine e consultório. Portas com chumbo.
- Fio do aparelho:
Cabo disparador com comprimento mínimo de 2m;
Disparador atrás de barreira de proteção.
★ Proteção da população vizinha: Adequação
de ambiente e monitoramento da área.
Aparelho de 70kVp e 10 mA - Barreiras devem conter:
➔ 1 mm de chumbo;
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➔ 2 mm de aço;
➔ 8 cm de concreto;
➔ Vidro plumbífero de 5 mm;
➔ Massa baritada 1 cm = 1 mm de chumbo.
Para funcionamento de um clínica:
➔ Alvará da vigilância sanitária;
➔ Exame da planta baixa do consultório;
➔ Laudo radiométrico;
➔ Calibração periódica do aparelho.