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AGRAVOS ONCOLÓGICOS

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A palavra câncer vem do grego karkínos, que significa caranguejo (Figura 1); Na literatura médica, foi por volta de 400 a.C. o termo para câncer 
apareceu pela primeira vez, como um tumor com vasos sanguíneos inchados à sua volta, que fez o médico Hipócrates, lembrar de um 
caranguejo enterrado na areia(Figura 2);
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER 
Agentes que são considerados cancerígenos:
- Tabaco
- Genética
- Fatores relacionados à alimentação
- Agentes infecciosos
- Substâncias ocupacionais e ambientais (gases tóxicos, metais pesados, trabalhadores expostos)
- Obesidade
- Sedentarismo
- Álcool e outros...
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER
- Transição Epidemiológica
- 1930 – Estudos envolvendo tabagismo e CA de pulmão
- 1935 – I Congresso Brasileiro de Câncer
- Após 2a GM – estudos à cerca do CA
- 1950 – Estudo de Doll e Hill na Inglaterra
- Epidemiologia do tabagismo
LARISSA RODRIGUES SANTOSAGRAVOS ONCOLÓGICOS
quinta-feira, 26 de agosto de 2021 13:47
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O conhecimento vigente na época associava tais ocorrências a, sobretudo, armas químicas, alimentação deficiente e poluição. Mesmo com 
esses conhecimentos, as políticas de saúde para diminuir a ocorrência do câncer de pulmão não mostravam resultados significativos 
(RICHMOND, 2005).
Richard Doll (Figura 1) e Austin Hill, ao visitarem, nos hospitais, pacientes com câncer de pulmão, perceberam que quase todos relatavam o 
hábito de fumar. Posteriormente, eles acompanharam os hábitos de vida de mais de 40.000 médicos britânicos e perceberam que no grupo de 
fumantes havia muito mais casos de câncer de pulmão que no de não fumantes (DOLL e HILL, 1999).
- Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC, -International Agency for Research on Cancer) / OMS – 1965- estabelecida pela 
resolução na 18a Assembleia Mundial da Saúde, em 20 de maio de 1965.
- 2018: 18 milhões de casos novos de CA / 9,6 milhões de óbitos.
- 2020 chegará ao fim com 19,3 milhões de novos casos registrados e 10 milhões de óbitos. (IARC).
- Aumento da população e envelhecimento
- Desenvolvimento social e econômico
- CA relacionado a pobreza e a estilo de vida dos países industrializados
- Declínio cânceres associados a infecções e aumento de CA associado à melhoria de condições socioeconômicas com a incorporação de 
hábitos e atitudes associados à urbanização (INCA, 2019).
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hábitos e atitudes associados à urbanização (INCA, 2019).
Segundo a OMS/ OPAS 30 a 50% dos CAs podem ser prevenidos. Reduzidos e controlados por meio de uma implementação de medidas para 
promoção da saúde, prevenção, detecção precoce e tratamento de pacientes com a doença. Maioria dos CA tem alta chance de cura se 
detectados precocemente.
Magnitude das DCNTs/DANTs (Doenças e Agravos não Transmissíveis)
É a partir das informações sobre o número de casos novos (incidência), de casos existentes (prevalência) e de óbitos (mortalidade) por câncer 
que se define sua importância epidemiológica para a coletividade e que ele é classificado como um problema de saúde pública.
Somente a partir de informações de qualidade sobre a morbidade e a mortalidade de uma doença é que medidas efetivas para seu controle 
podem ser estabelecidas.
FONTES DE DADOS SOBRE A INCIDÊNCIA DE CÂNCER
- Inca
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Vejamos como calcular a incidência:
Um pouco da história:
- Tabnet:
REGISTROS DE CÂNCER
Registros de Câncer - ferramenta para a vigilância epidemiológica do câncer no país. – de base populacional – RCBP – e hospitalares – RHC. 
Informações padronizadas, – atualizadas, – com boa qualidade, – representativas da população – e disseminadas de forma oportuna. 27 
Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), integrando as informações de 321 Registros Hospitalares de Câncer (RHC) e uma série 
histórica de 38 anos de informações sobre mortalidade, foi possível produzir as informações desse novo volume das Estimativas de incidência: 
Incidência de Câncer no Brasil, para 2020-22, no qual foram consideradas 19 localizações específicas de câncer.
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Incidência de Câncer no Brasil, para 2020-22, no qual foram consideradas 19 localizações específicas de câncer.
2018 – Estimativa mundial
A mais recente estimativa mundial, ano 2018, aponta que ocorreram no mundo 18 milhões de casos novos de câncer (17 milhões sem contar 
os casos de câncer de pele não melanoma). O câncer de pulmão é o mais incidente no mundo (2,1 milhões) seguido pelo câncer de mama (2,1 
milhões), cólon e reto (1,8 milhão) e próstata (1,3 milhão).
2020 -2022 Estimativa Brasileira
Para o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 aponta que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os 
casos de câncer de pele não melanoma). O câncer de pele não melanoma será o mais incidente (177 mil), seguido pelos cânceres de mama e 
próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil).
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Falta de diagnóstico, acesso, subnotificação, fatores ambientais:
- Necessário conhecer o território, região e população
Segundo a OMS/ OPAS 30 a 50% dos Cânceres, podem ser prevenidos. Reduzidos e controlados por meio de uma implementação de medidas 
para prevenção, detecção precoce e tratamento de pacientes com a doença. Maioria dos CA tem alta chance de cura se detectados
precocemente.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
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PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
- Detecção Precoce
- Diagnóstico Precoce
- Rastreamento
RASTREAMENTO (PREVENÇÃO SECUNDÁRIA)
O teste de rastreamento para doença – ou fatores de risco que predizem doenças – é motivado pelo potencial benefício de prevenção 
secundária através da detecção precoce e do tratamento.
CRITÉRIOS PARA RASTREAMENTO
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CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama feminina ocupa a primeira posição mais frequente em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 81,06 por 
100 mil na Região Sudeste; de 71,16 por 100 mil na Região Sul; de 45,24 por 100 mil na Região Centro-Oeste; de 44,29 por 100 mil na Região 
Nordeste; e de 21,34 por 100 mil na Região Norte.
Outros fatores que contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença são fatores genéticos (mutações dos genes - Breast Cancer 
BRCA1 e BRC2) e fatores hereditários (câncer de ovário na família) (BRAY et al. 2018; FERLAY et al., 2018), além da menopausa tardia (fatores 
da história reprodutiva e hormonal), obesidade, sedentarismo e exposições frequentes a radiações ionizantes (fatores ambientais e 
comportamentais) (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2019).
PACTO PELA SAÚDE 
O Ministério da Saúde recomenda:
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) preconiza ações para o controle do câncer nos seguintes segmentos:
I. Promoção da saúde
II. Prevenção
III. Detecção precoce
IV. Tratamento
V. Cuidados paliativos
- De acordo com a revisão das Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama a mamografia é o método preconizado para 
rastreamento na rotina da atenção integral à Saúde da mulher.
- No rastreamento organizado as mulheres na faixa etária preconizada para rastreio devem ser convidadas formalmente para os exames 
periódicos. A faixa preconizada para a mamografia de rotina é para as mulheres de 50 a 69 anos de idade, a cada dois anos.
- O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o exame citopatológico (exame de Papanicolau), que deve ser 
oferecido às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual.
- Método preconizado para rastreamento de câncer de colo de útero: a repetição do exame Papanicolau a cada três anos, após dois
exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano.
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CÂNCER DE PRÓSTATA
O câncer de próstata ocupa a primeira posição no país em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 72,35/100 mil na Região 
Nordeste; de 65,29/100 mil na Região Centro-Oeste; de 63,94/100 mil na Região Sudeste; de 62,00/100 mil na Região Sul;e de 29,39/100 mil 
na Região Norte.
O principal fator de risco é a idade e sua incidência aumenta significativamente a partir dos 50 anos (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER.
Outros fatores de riscos conhecidos que aumentam o risco da doença são: história familiar, fatores genéticos hereditários (por exemplo as 
mutações no BRCA1 e BRCA2) (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2019a), tabagismo e excesso de gordura corporal (MAULE; MERLETTI, 2012) e 
exposições a aminas , arsênio e produtos de petróleo (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2019).
Rastreamento:
- O rastreamento universal de toda população masculina (sem considerar idade, raça e história familiar) apresenta controvérsias, pois pode 
diagnosticar, entre outros, câncer de próstata de baixa agressividade, que não necessita de tratamento, cujos pacientes são submetidos a 
biópsias, que têm potencial de complicações (infecção local), e, eventualmente, tratamentos radicais com potencial impacto na qualidade 
de vida.
- A Sociedade Brasileira de Urologia mantém sua recomendação de que homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional 
especializado, para avaliação individualizada.
- Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos.
- O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. 
Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de 10 anos.
- Parâmetros clínicos ou laboratoriais, podem ajudar a individualizar a indicação e frequência do rastreamento.
- Por existirem evidências científicas de boa qualidade de que o rastreamento do câncer de próstata produz mais dano do que benefício, o 
Instituto Nacional de Câncer mantém a recomendação de que não se organizem programas de rastreamento para o câncer da próstata e 
que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os 
riscos e benefícios associados a esta prática.
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Outubro Rosa e Novembro Azul: São níveis de prevenção secundário! São campanhas de busca!
PREVENÇÃO QUARTENÁRIA
Sobrevida dos pacientes com câncer:
- Variação entre a diferentes regiões do mundo e até dentro de países.
- Dados obtidos nos registros de CA
- Acesso ao diagnóstico e ao tratamento
- Progressos no controle do CA
- Rastreamento
AVANÇOS NO SUS
Política Nacional de Atenção Oncológica (2005)
- Promoção da Saúde, Detecção Precoce, Tratamento e Cuidados Paliativos
- Necessidades e ampliar a capacidade de cirurgias, quimioterapia e radioterapia pelo SUS
- Alerta para as deficiências de profissionais em todos os níveis de atenção
- Necessidade de profissionais de suporte
- Pacto pela Saúde (2006)
- Indicadores de Saúde (SISCOLO e SISMAMA)
- Leis para atendimento oncológico (LEI 12. 732 de 2012)
- SISCAN (2013 – Sistema de Informação de Câncer no âmbito do SUS)
- Saúde Suplementar
- Desafios para o controle do Câncer
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O SUS garante assistência integral à pacientes com neoplasia malignas, por meio da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças 
Crônicas, cujo planejamento, organização e controle são de responsabilidade das Secretarias de Saúde.
Assistência Integral: diagnóstico diferencial e definitivo de câncer, consultas e exames complementares, tratamento e cuidados paliativos.
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DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE BASEADO EM EPIDEMIOLOGIA DOS AGRAVOS ONCOLÓGICOS
- O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo.
- Existem mais de 100 tipos diferentes de câncer, cada um com características clínicas e biológicas diversas, que devem ser estudadas para 
que o diagnóstico, o tratamento e o seguimento sejam adequados.
- Ainda existem muitas ideias erradas sobre a doença. A palavra câncer traz em si alguns mitos.
- Muitas vezes, a má interpretação de fatos relacionados ao câncer ou uma generalização de um caso isolado da doença, assim como 
especulações, acabam por fazer com que essas ideias, e até mesmo crenças, se apresentem como verdades.
- Todo profissional de saúde deve ter conhecimentos sólidos sobre o câncer para que possa informar, cuidar e encaminhar corretamente 
seus pacientes.
- Face à gravidade da situação do câncer como problema de saúde que atinge toda a população, todos os profissionais de saúde, em maior 
ou menor grau, são responsáveis pelo sucesso das ações de controle da doença.
Determinantes Sociais de Saúde
Diferenças socioeconômicas refletem em diversos aspectos uma relação com o perfil epidemiológico do câncer de forma geral. Estudos 
demonstram que populações com baixos níveis socioeconômicos apresentam maior incidência de câncer em geral, uma maior proporção de 
diagnóstico tardio, maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde e por consequência um pior prognóstico, menor sobrevida após o 
diagnóstico e maior risco de óbito.
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