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A Botânica no Ensino Fundamental I: Guia de atividades práticas sobre o Reino vegetal Eloá Aragão Menezes Barbara Balzana Mendes Pires Débora de Aguiar Lage A Botânica no Ensino Fundamental I: Guia de atividades práticas sobre o Reino vegetal M543 Menezes, Eloá Aragão A Botânica no Ensino Fundamental I: guia de atividades práticas sobre o reino vegetal / Eloá Aragão Menezes, Barbara Balzana Pires, Débora de Aguiar Lage. - 2021. 57 p. : il. Produto originado da dissertação do PPGEB – CAp/UERJ. Inclui bibliografia. ISBN: 978-65-88405-21-5 (e-book). 1. Botânica – Estudo e ensino. 2. Ensino fundamental. 3. Educação – Prática. I. Pires, Barbara Balzana Mendes. II. Lage, Débora de Aguiar. III. Título. CDU 581+372.4 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CAP/A Autorizo apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação. ______________________________ ________________________ Assinatura Data PREFÁCIO A construção de um Guia de atividades práticas sobre o Reino vegetal para o Ensino Fundamental I é produto da dissertação “A Botânica no Ensino Fundamental I: análise de livros didáticos e desenvolvimento de atividades visando à produção de um guia de práticas sobre o Reino vegetal”. Essa dissertação foi idealizada baseando-se em pesquisas que demonstram que o ensino de Botânica nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio apresenta limites, tornando a disciplina desinteressante aos alunos e professores (SANTOS; SILVA; FIGUEIREDO, 2015). Tal fato pode ser decorrente, ainda, da forma como é o ensino de tal disciplina nos anos iniciais do Ensino Fundamental, dada a dificuldade de professores em relação ao conteúdo de Ciências da Natureza como um todo (DELIZOICOV; SLONGO, 2011). Aliada a essas questões, soma-se o fato de existirem poucos trabalhos específicos da área de Ciências destinados ao Ensino Fundamental I (TEIXEIRA; NETO, 2012), como também especificamente ao Ensino de Botânica (DUTRA; GÜLLICH, 2016) neste segmento. Modalidades práticas possuem a capacidade de despertar e manter o interesse dos estudantes, permitindo melhor envolvimento em desenvolver e resolver problemas, bem como introduz o estudante na investigação científica (KRASILCHIK, 2008). Estas atividades podem ser desenvolvidas com professor e estudante planejando e executando desde o início; com a demonstração feita pelo professor e após um determinado período os estudantes visualizando o resultado; ou através de modelos e saídas de campo (KRASILCHIK, 2009). As aulas práticas permitem, ainda, o desenvolvimento do letramento científico, aliando o desenvolvimento de conhecimentos em Português e em Ciências, com a utilização do que pode ser nomeado de caderno de prática de Ciências. Neste caderno os estudantes realizam anotações sobre o que foi trabalhado e analisado nos experimentos desenvolvidos, e possibilita ao professor acompanhar se o estudante possui e/ou adquiri ao longo do tempo a linguagem das Ciências Naturais, bem como seu desenvolvimento na escrita e compreensão. Desta forma, é possível desenvolver no aluno a chamada alfabetização científica que, para as Ciências, é o mesmo que letramento científico, sendo definida como “o processo pelo qual a linguagem das Ciências Naturais adquire significados, constituindo-se um meio para o indivíduo ampliar o seu universo de conhecimento, a sua cultura, como cidadão inserido na sociedade” (LORENZETTI; DELIZOICOV, 2001, p. 52- 53). Tal letramento mostra-se importante, sendo ressaltado inclusive pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), para o qual alfabetizar cientificamente “não se trata somente de ensinar a ler e escrever para que os alunos possam aprender Ciências, mas também de fazer usos das Ciências para que os alunos possam aprender a ler e escrever” (BRASIL, 1997, p. 62). Sendo essa atribuição também ressaltada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018). Apesar da importância, cabe ressaltar que as modalidades práticas não devem ser realizadas como receitas mecânicas onde o estudante não reflete sobre aquilo que está sendo executado e observado ao longo do experimento, podendo compreender que nem sempre os resultados serão os esperados por suas hipóteses, devendo estes serem analisados e repensados (LORENZETTI; DELIZOICOV, 2001). Tendo o entendimento de que a realização de atividades com materiais botânicos para o ensino carrega grande importância e que os livros didáticos não exploraram melhor a gama de possibilidades de práticas com Botânica, a realização desse guia específico de práticas na área, de fácil acesso aos professores, tem a intenção de permitir aos mesmos englobar atividades práticas em suas aulas. Este material leva em consideração, ainda, colocações da pesquisadora, formada em Botânica, a fim de fornecer discussões sobre o que mais poderia ser implementado nas práticas, acarretando e promovendo conhecimentos na área referida, bem como em outras áreas de conhecimento, considerando ser papel do professor pedagogo a “capacidade de promover o desenvolvimento da criança através de conceitos e procedimentos das várias áreas do conhecimento” (DELIZOICOV; SLONGO, 2011, p. 216). O Guia a seguir será composto por sete práticas expositivas com materiais botânicos ou experimentais baseadas no método hipotético dedutivo. Seguidas de observações para os professores que foram evidenciadas pela autora, além de possíveis extensões da prática descrita. SUMÁRIO 07 PRÁTICAS 07 GERMINAÇÃO EM DIFERENTES CONDIÇÕES ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 14 DEMONSTRANDO A DIVERSIDADE DE COLORAÇÕES DAS FOLHAS ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 18 FORMAS DE PROTEÇÃO DAS PLANTAS ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 22 TRANSPORTE DE ÁGUA PELO CAULE ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 30 EVAPOTRANSPIRAÇÃO DAS PLANTAS ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 37 NECESSIDADE DE ÁGUA PARA DIFERENTES PLANTAS ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 43 TERRÁRIO ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 52 DESTAQUES DE INFORMAÇÕES 53 GLOSSÁRIO 56 REFERÊNCIAS A prática de demonstração da germinação é comumente aplicada em Botânica no Ensino Fundamental I. Desta forma, sementes de feijão, terra ou algodão, pote de plástico e água, são materiais usados que constituem tudo o que é preciso pra visualizar a germinação acontecendo. Mas e se essa prática fosse ampliada e transformada num experimento que levasse em considerações diferentes fatores? É possível realizar tal prática e incluir a dúvida “o que é necessário para que ocorra a germinação?”. Assim, conhecimentos sobre a necessidade de luz e água para a germinação e desenvolvimento das plântulas são desenvolvidos. Além disso, outras dúvidas são abordadas, tais como: • Será que se disponibilizar água, mas não luz, a semente germina? • E se for fornecido luz, mas não água, há germinação? • E se for disponibilizado água em excesso, o que acontece com a semente? Duração Varia conforme tempo de germinação. Objetivos gerais Permitir que o estudante compreenda o que é necessário para que ocorra a germinação. GERMINAÇÃO EM DIFERENTES CONDIÇÕES PRÁTICAS 07 Solo (quantidade necessária para plantar); Água; Semente de feijão (3 sementes para cada recipiente); Recipiente de plástico – vaso, pote ou copo (6); Caixa de sapato (6). Materiais Procedimentos A fim de montar cadasituação os estudantes podem ser divididos em grupos. Assim, o grupo 1 irá por terra no fundo do recipiente adicionar as 3 sementes de feijão e cobri-las com terra, após isso, deve pôr o vaso dentro da caixa de sapato e indicar etiquetando qual é a situação (sendo possível etiquetar no recipiente também, caso preciso). Por fim, regar com um pouco de água. E assim por diante, variando os fatores de água e luminosidade com cada situação. Grupos diferentes podem realizar situações distintas, de acordo com o quadro abaixo. Situações as quais foram expostas as sementes de feijão. 08 Resultados esperados das situações Situação 1: semente germinará e a planta apresentará coloração esbranquiçada com aparência fraca devido à falta de luz para realização de fotossíntese e demasiado prologamento devido à busca pela luz. Esta característica morfológica devido à falta de luminosidade denomina-se estiolamento. Situação 2: semente germinará, apresentará coloração esverdeada e apesar de aparência frágil, não é fraca, além disso não apresentará grande alongamento, pois tem acesso à luminosidade. Situações 3 e 4: não germinarão devido a falta de acesso à água e para que uma semente germine é preciso que ela sofra o processo de embebição. Situações 5 e 6: não germinarão devido às sementes estarem em solo encharcado o que causou anoxia, isto é, a falta de oxigênio para o embrião. 09 Semente de feijão aberta após fornecimento de água evidenciando o desenvolvimento do embrião ► Não é qualquer semente que germina no escuro. Sementes de milho e alpiste também podem ser utilizadas nesse experimento, contudo seu aspecto pode diferenciar em relação ao feijão. ► É interessante demonstrar que há um “controle”, ou seja, situações que as sementes germinarão e um “tratamento”, isto é, que “hipoteticamente” não se sabe se as sementes germinarão. Nesse caso, as situações 1 e 2 sabe-se que ocorre a germinação, pois o feijão necessita de água para germinar, sendo o processo de entrada de água denominado embebição e permite também a quebra de estado de dormência. Além disso, é uma semente dita fotoblástica neutra, isto é, a presença ou ausência de luz não interfere no processo germinativo. As outras situações são consideradas “tratamento”. Em todos os casos cabe frisar que não ocorrerá a germinação, uma vez que sem água não há embebição e com água em excesso ocorre o chamado de anoxia ou hipóxia (falta ou baixa quantidade de oxigênio), “afogando” a semente. ► Após montagem de cada situação, é possível aguçar a curiosidade dos estudantes pedindo que gerem hipóteses, questionando o que eles acreditam que ocorrerá em cada uma das situações em um caderno de prática de Ciências. Bem como podem ser feitas anotações do acompanhamento diário do experimento caso visualizem alguma alteração importante. Assim, os estudantes são introduzidos no fazer cotidiano de um cientista. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES 10 No momento em que a germinação tiver ocorrido, os estudantes poderão rever suas hipóteses para cada situação e assim, com base nos resultados, poderão aceitar ou refutá-las. Nesse momento é possível que os estudantes compreendam o porquê de em determinada situação ocorre ou não a germinação. Exemplo de pergunta que pode ser feita para ajudar a gerar hipóteses: O quer você acha que vai acontecer em cada uma das situações? Por quê? Na situação X a semente de feijão vai ___________ porque___________ Exemplo de pergunta que pode ser feita para ajudar a aceitar ou refutar as hipóteses geradas após resultados do experimento: Agora que observaram os resultados, o que vocês acreditavam que ocorreria no início do experimento em cada uma das situações de fato aconteceu? Justifique. • Ao aceitar a hipótese: Sim, o resultado da situação X era o que eu esperava no início do experimento. Porque havia ou não havia _______________. • Ao refutar a hipótese: Não, o resultado da situação X não era o que eu esperava no início do experimento. Na verdade, a semente germinou ou não germinou porque havia ou não havia ____________. Vamos anotar ou desenhar os resultados. 11 ► O caderno de práticas em Ciências além de permitir a organização e demonstrar que para compreender um experimento é preciso ter as anotações organizadas, permite ao professor verificar se os estudantes estão letrados. Se eles conseguem se ater à importância e organização do que é um caderno de práticas em Ciências. ► Apesar de esse experimento ter um resultado esperado, é possível que não germinem as sementes das situações 1 e 2, pois estas podem não ser viáveis, por isso a importância de plantar mais de uma semente. Ou no cotidiano do experimento podem umidificar demais a terra dessas situações, assim, “afogando” a semente, por exemplo. Logo, é significativo repetir o experimento caso o esperado não ocorra, pois permitirá demonstrar se realmente ocorreu algum erro, tal qual em pesquisas de cientistas em laboratório, como, por exemplo, o quão uma vacina precisa ser estudada e testada em vários pacientes antes de chegar a população. ► Devido aos materiais de fácil acesso, a estruturação dessa prática não demanda um grande espaço. Ela pode ser facilmente realizada em uma sala de aula, porém caso a sala seja dividida com outra turma, é importante avisar e acordar com os alunos as regras e sinalizar que está ocorrendo um experimento. Por isso a importância de etiquetar e sinalizar que o que está ocorrendo ali é um experimento, tal como é feito em laboratório quando etiqueta-se e sinaliza-se que aquele determinado experimento precisa permanecer em um determinado local, logo os outros cientistas devem evitar mexer. 12 POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA ► Análise da morfologia da planta e necessidade de luz para realização da fotossíntese: Plantas que germinarem, mas não foram expostas à luminosidade (situação 1), possuem características de estiolamento, pois se alongam demasiadamente na busca por luz, apresentando muitas vezes coloração esbranquiçada/amarelada (falta de clorofila, que precisa da luz para formação) e aspecto de “fraqueza”. ► Deterioração das sementes que morreram: As sementes das situações 5 e 6 se afogaram, assim seres decompositores atuaram na decomposição destas. ► “Os tipos de solos”: Tema abordado também em Geografia, sendo possível conversar, por exemplo, sobre os solos favoráveis para o desenvolvimento de diferentes plantas. Um solo com grande quantidade de argila retém água, já um solo com grande quantidade de areia é muito permeável. Podendo isso ser levado à outra prática, de permeabilidade do solo, onde encharca-se amostras de areia e argila dispostas em funil e observasse a drenagem da água. ► Comprovação da necessidade de água: As sementes das situações 3 e 4 por não germinarem, poderiam ter morrido assim como nas situações 5 e 6? Para sanar tal questão, as situações 3 e 4 podem ser regadas diariamente, sendo possível a germinação após alguns dias. Logo, a semente não morreu, apenas não germinou porque não houve condições favoráveis, que no caso era a necessidade de água. 13 DEMONSTRANDO A DIVERSIDADE DE COLORAÇÕES DAS FOLHAS Há diferentes formas de desenvolver modalidades práticas, mesmo que não ocorra um experimento, levar materiais botânicos para sala de aula ou trabalhar no pátio do colégio que possui áreas com plantas (popularmente conhecidas como áreas verdes, canteiros ou jardins), também permite aprendizados e reforçar o olhar do aluno para as plantas do colégio. E assim foi desenvolvida a prática expositiva a fim de demonstrar a diversidade de colorações das folhas. Para essa prática as folhas podem ser coletadas na própria casa do professor ou estudantes, no pátio ou ao longo do caminho do colégio. Sendo preciso levar em consideração a coleta de folhas de diversas cores: verdes, rosas, variegadas (brancas e verdes, brancas e roxas, com manchas), roxa, vermelha, dentre outras. Caso haja local no colégio ou ao redor com diversidadede vegetação a coleta não é necessária e essa prática pode se tornar uma “pequena saída de campo”, o que também é muito praticado por cientistas, tais como os biólogos que vão a campo acompanhar diversos seres vivos. Como popularmente áreas com vegetações são conhecidas como áreas verdes e comumente crianças pintam as folhas das plantas de suas ilustrações sempre com a cor verde, tal prática possui o intuito de desmistificar o conceito de que todas as folhas de todas as espécies de plantas são verdes. Duração 1 ou 2 dias de aula, podendo se estender, caso necessário. Objetivos gerais Permitir que o estudante observe as diferentes colorações visíveis nas folhas apresentadas. 14 Materiais Folhas de diferentes colorações como, por exemplo: trapoeraba roxa (Tradescantia pallida), zebrina (Tradescantia zebrina), espada de São Jorge, tinhorão (Caladium bicolor), dracena vermelha, cara de cavalo (Philodendron sp), trevo roxo (Oxalis sp), abacaxi roxo (Tradescantia spadothea), hortênsia. Algumas encontram-se na figura abaixo. Procedimentos Sugere-se que a turma sente em roda no chão da sala de aula e as folhas sejam expostas no meio da roda e depois serem passadas de mão e mão. Resultados esperados A observação de folhas com coloração, tamanho, formato e padrão de nervura. Folhas de diferentes tamanhos, formatos, colorações e padrões de nervura 15 ► Como forma de buscar saber se de fato a maioria dos alunos compreende que folhas podem possuir cores variadas ou somente apresentar coloração esverdeada, aconselha-se perguntar inicialmente quais cores os estudantes acreditam que as folhas podem ter. É interessante pedir que anotem seu conhecimento de coloração de folhas no caderno de prática de Ciências. Para assim, depois da visualização das folhas, os estudantes possam comparar o observado com o que anotaram de conhecimento. ► Essa dinâmica pode ser realizada em um dia quando somente o professor for responsável por levar a diversidade de folhas para sala de aula. Contudo, caso a prática tenha sido desenvolvida em conjunto com os estudantes e estes tenham levado para sala de aula as folhas, o desenvolvimento poder ser outro, podendo ser perguntado no dia anterior sobre quais cores acreditam que as folhas possuem. ► Importante procurar saber se ao citar a coloração amarela, esta não está relacionada a coloração da folha conforme envelhece. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES 16 ► Formas de sobrevivência das plantas em relação ao meio: Colorações com tons arroxeados/rosados são características muitas vezes de plantas que possuem alta concentração de certos tipos de metabólitos secundários (sobretudo antocianinas) que são substâncias produzidas pelos vegetais a partir dos produtos da fotossíntese e glicólise (SIMÕES et al., 2007) e permitem que a planta viva em ambientes de grande incidência de radiação UV, bem como protegem contra herbívora, fornecem coloração de atração, dentre outras funções (DEWICK, 2002). ► Estações do ano e o porquê de na queda das folhas elas tomarem um tom amarelado: Com a senescência (velhice da folha), a clorofila, principal pigmento das folhas, responsável pela fotossíntese, é degradada, e outros pigmentos sobressaem em coloração (por exemplo carotenóides, pigmentos acessórios e de cor amarela). Cabe ressaltar aos alunos, contudo, que apesar de as folhas poderem ter pigmentos diferentes (logo cores diferentes) a principal coloração é a verde, por conta da presença de clorofila, essencial para a fotossíntese, que ocorre majoritariamente nas folhas. POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 17 FORMAS DE PROTEÇÃO DAS PLANTAS Duração 2 dias de aula, podendo se estender, caso necessário. Objetivos gerais Compreender uma das formas de defesa das plantas ao meio externo. Assim como a prática "Demonstrando a diversidade de colorações das folhas", a esta prática também é uma prática expositiva e possui como intuito apresentar uma forma de defesa das plantas. As plantas possuem diversas formas de proteção como, por exemplo, contra perda de água e contra herbivoria. A fim de evitar a herbivoria, as plantas podem apresentar formas e cores que confundem o predador, gostos impalatáveis ou estruturas específicas, como os acúleos que serão abordados nessa prática. Os acúleos são estruturas pequenas e pontiagudas de origem normalmente epidérmica que não apresentam tecido vascular (xilema e floema), encontrado no cabo das rosas. Diferente dos espinhos que são folhas modificadas espinhosas, endurecidas e pontiagudas que possuem tecido vascular (xilema e floema), encontrado em cactos. Isto é, os espinhos dos cactos são estruturas que permitiram sua sobrevivência em local de pouca disponibilidade de água, pois evita a perda de água por parte da planta e os acúleos das rosas evitam que sejam devoradas. No entanto, pelo fato de acúleos comumente serem chamados de espinhos aqui nesta prática para melhor entendimento de todos, eles serão chamados de espinhos. 18 Materiais Uma rosa com acúleos (espinhos) em evidência. Procedimentos Sugere-se que em roda no chão a rosa seja apresentada, sendo passada de mão em mão a fim de permitir analise que vise buscar suas formas de defesa, dando destaque aos acúleos (espinhos). Resultados esperados A observação e toque aos acúleos permitirá sentir q eles espetam e podem espetar algum animal que tentará se alimentar da flor. 19 ► A abordagem no caderno de práticas de Ciências antes da apresentação da rosa em roda no chão pode ser realizada a partir da pergunta: “Como vocês acreditam que a rosa faz para se defender de predadores (herbívoros)?” ► Após a apresentação da rosa e conversa em roda, o estudante deve compreender que os espinhos impedem de certa forma que predadores se alimentem da rosa, pois ao abocanhar a rosa eles poderiam se machucar. ► A demanda de material botânico para essa prática pode ser de apenas uma rosa vermelha, já que o desenvolvimento pode ser feito em roda e assim evita maiores gastos. A escolha da rosa vermelha foi devido a ela apresentar maior quantidade de espinhos em evidência, possivelmente por na loja em que foi comprado retirarem menos espinhos das rosas vermelhas do que das rosas de outras colorações. ► Esta prática foi desenvolvida buscando entrelaçar literatura com Botânica. Visto que surgiu a partir de uma atividade em que O Pequeno Príncipe estava sendo apresentado às turmas em que a pesquisa de mestrado foi realizada. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES 20 POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA ► Literatura e Botânica: Devido esta prática ter sido desenvolvida em conjunto com a atividade sobre O Pequeno Príncipe que estava sendo trabalhada em sala de aula, demonstra que é possível uma prática entre Literatura e Botânica. Dessa forma, para iniciar tal atividade foram realizadas perguntas que versavam a ideia da prática a ser desevolvida com a Rosa do Pequeno Príncipe no caderno de práticas de Ciências. Como, por exemplo: É possível a rosa sobreviver no planeta Asteroide B612? Por que ela estava numa redoma de vidro? Como ela faz para se proteger quando o Pequeno Príncipe está em sua viagem de exploração a outros planetas? ► As demais estruturas da flor: Prática expositiva trabalhando as outras partes da rosa pode ser realizada através da dissecação de flores separando pétalas, pedúnculo e órgãos reprodutores (feminino e masculino). Flores com órgãos reprodutores de mais fácil visualização: hibisco, pata de vaca, lírio, entre outras. Flores de hibisco, pata de vaca e flamboyant podem ser encontrados nas ruas com facilidade, o que evita gastos. 21 Duração 1 aula podendo ser estendido. Objetivos gerais Permitir que o estudante constate que com a mudança de coloração da flor fica comprovado o transporte de água pelo xilema. A compreensão de que as plantasnecessitam de água para sobreviver, visto que são seres vivos, é tida como unanimidade por estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Através de experimentos de germinação e cuidados com as plantas, é possível demonstrar isso, mas através de um experimento específico é possível mostrar o “caminho” que a água faz na planta, como a água consegue sair da “base” da planta (raízes) e chegar às outras partes, mais ao “topo” (folhas e órgãos reprodutivos). A esse experimento é dado o nome de transporte de água pelo xilema. O xilema é o principal tecido condutor de água nas plantas vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas), estando também relacionado a armazenamento (em tipos celulares específicos) e sustentação da planta. Uma maneira de demonstrar a condução da água na planta é fazendo uso de corantes alimentícios. TRANSPORTE DE ÁGUA PELO CAULE 22 Materiais - Rosas brancas (mínimo de 2); - Recipiente transparente (claro) (de acordo com a quantidade de rosas); - Água; - Corante alimentício / água de beterraba. Metodologia Sugere-se em roda no chão da sala os materiais sejam apresentados aso estudantes, sendo permitido visualizarem e tocarem neles. Após isso, adicionar a mesma quantidade de corante em um recipiente (tratamento) e de água em outro (controle), sendo essa quantidade uma que permita que parte inferior do pedúnculo fique submersa. Aguardar em torno de 45min. Resultados esperados Após em torno de 45min a quantidade de corante no tratamento quanto à quantidade de água no controle sofrerão redução. E as pétalas das rosas brancas do tratamento assumiram coloração do corante utilizado, como demonstra a figura abaixo. Resultado da prática de transporte de água pelo caule utilizando corante alimentício amarelo. 23 ► Aconselha-se cortar em diagonal uma parte do pedúnculo (cabo) das rosas, pois evita que o recipiente no qual será adicionada água ou corante tombe e também retira possíveis formações de bolhas de ar (embolia) que surgem no xilema devido ao pedúnculo ter sido submetido à grande tensão*. *OBS: Ao deixar a rosa fora do acesso à água, é possível que tenha causado uma grande tensão devida ela continuar o processo de evapotranspiração, em que ela perde água em forma de vapor para o meio, causando assim a interrupção da condução de água pelo xilema. ► Nesse experimento, o controle é considerado o que há conhecimento de que a rosa necessita, a água. E o tratamento, que é o que gostaria de ser observado sem saber hipoteticamente o que ocorrerá, o corante, pois não sabe-se como esse afetará a rosa. A quantidade de água e de corante deverá ser a mesma a fim de realizar uma padronização e o estudante poderá visualizar se houve alguma diferença em relação a quantidade destes. Visto que muitos podem entender como “mágica” o fato de a rosa que antes era branca agora estar com outra coloração. Com isso, é possível discutir e comprovar como ocorre a absorção de água pelas plantas, informando que o líquido é absorvido e direcionado ao topo e a todas as outras partes das plantas pelo caule. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES 24 ► Caso tal mudança de coloração não ocorra é importante ver se é preciso mais algum tempo e se o protocolo foi seguido corretamente. Além disso, cerifique-se de ter deixado a rosa em água antes da elaboração da prática, uma vez que quanto mais tempo fora da água mais embolia (ar) o xilema terá e o resultado pode ser mais demorado. ► Apesar de generalizar que o caule é o responsável pela condução de água e sais minerais, é interessante ter em mente que o xilema é o tecido condutor responsável por tal função, estando este tecido vegetal presente em todas as partes – raiz, caule, folhas, flores e frutos – de plantas vasculares (angiospermas, gimnospermas e pteridófitas). ► O processo de condução da água ocorre devido ao fato de as plantas transpirarem através dos estômatos, gerando uma pressão negativa que faz com que as raízes absorvam a substância, da forma como acontece quando usamos um canudo para “sugar” (pressão negativa) um líquido de um copo. ► A escolha da rosa branca: ao adquirir a rosa procurar uma que aparente possuir bastantes pétalas e esteja em forma de botão. Se atentar para o fato de que as floriculturas costumam despetalar as rosas para que aparentem ser mais novas em formato de botão. 25 ► Quanto a qual coloração de corante escolher: ao ir comprar os corantes alimentícios é possível ter acesso a colorações como azul, amarelo, vermelho, rosa e verde. O corante azul demonstrou ser o de mais rápida e fácil visualização, pois após cerca de 45 min as pétalas brancas exibiam um azul em tons fortes, sendo seguido dos corantes vermelho, verde, amarelo e rosa, tendo esses dois últimos tempos parecidos. A obtenção da coloração vermelha também a possível através do uso de água de cozido de beterraba, tendo resultados semelhantes ao corante alimentício comprado no mercado, como mostra a figura abaixo. Resultado da prática de transporte de água pelo caule utilizando corantes alimentícios diversos. Resultado da coloração vermelha obtida através do uso de água de cozido de beterraba. 26 ► Visualizando coloração nas nervuras das folhas Caso haja possibilidade, o experimento pode ser estendido para 24 horas, a redução de água e corante utilizados será significativa. E além das pétalas, será possível notar pigmentação nas folhas e pedúnculo (cabo), como é possível visualizar nas figuras abaixo. POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA Resultado da prática de transporte de água pelo caule utilizando corantes alimentícios diversos. 27 ► Utilizando plantas com suas raízes Há possibilidade de realizar a prática com outras espécies, como, por exemplo, Jiboia (Epipremnum sp.) e o feijão. Sendo possível demonstrar a importância da raíz no processo de absorção de água. Para Jiboia: Retire um dia antes da terra e limpe suas raízes. Pode deixá-la sem acesso a água neste dia. Certifique-se de que as raízes estão submersas no corante. Foi possível visualizar o resultado em torno de 5dias. Resultado corante alimentício azul na Jiboia após 5 dias. 28 Para o feijão: Germine o feijão em algodão para evitar sujar as raízes. Após germinação e surgimento aparente das folhas retire- o do algodão e coloque-o em contato com o corante. Foi possível visualizar o resultado no feijão estiolado em torno de 1h. Foi possível visualizar o resultado no feijão não estiolado em torno de 2h. 29 Resultado corante alimentício azul no feijão estiolado. Resultado corante alimentício azul no feijão não estiolado após 2h. Após cerca de 1h. Após cerca de 2h. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DAS PLANTAS As plantas absorvem e perdem água continuamente e a maior parte desta água perdida resulta da difusão de vapor d’água pela abertura dos estômatos à medida que o CO2 necessário à fotossíntese é absorvido da atmosfera. Essa perda de água em forma de vapor é chamada de evapotranspiração e está diretamente ligada ao ciclo da água. Tal processo ocorre de acordo com a regulação temporal dos estômatos e pela quantidade de água disponível à planta. Isto é, caso a água no solo esteja escassa, os estômatos permanecerão o máximo de tempo fechado para evitar a perda d’água e, assim, a desidratação e até morte do vegetal. Desta forma, algumas plantas desenvolveram ao longo do tempo modificações que permitiram sua adaptação para conseguir sobreviver em ambientes em que a disponibilidade de água é menor e esta é recorrente. Este é o caso, por exemplo, de cactos que apresentam folhas modificadas em espinhos, endurecidas e pontiagudas; e das suculentas, que de maneira geral armazenam certa quantidade de água. Por outro lado, plantas como gramíneas e arbustos com folhas de morfologia como conhecemos mais comumente apresentam evapotranspiração mais constante, perdendo mais água. Duração 1 aula podendo ser estendido para 2 dias. Objetivosgerais Permitir que o estudante evidencie perda de água das plantas para o meio através da evapotranspiração. 30 Materiais - Planta de “folhas finas” envasada ou não; - Cacto envazado; - Saco plástico transparente; - Fita adesiva ou barbante; - Tesoura. Procedimentos Sugere-se em roda no chão da sala ou em local com vegetação no colégio apresentar as plantas e restante do material da prática, sendo permitido visualizarem e tocarem neles. Envolver as plantas com plástico transparente e lacrar com fita adesiva ou barbante, como demonstra a figura abaixo. Etiquetar e sinalizar para que não mexam no experimento. Aguardar cerca de 2h, podendo variar de acordo com a planta e tempo do dia. Gerar hipóteses e após resultados visualizados fazer as análises das hipóteses geradas. Esquema de como realizar a prática 31 Resultados esperados O saco que envolve a planta de "folhas finas" apresentará gotículas de água, enquanto o que envolve o cacto estará seco. Sinalizando assim a perda de água em vapor pela evapotranspiração. Resultado do experimento de transpiração comparando diferentes plantas 32 ► Atenção ao envolver e lacrar o cacto a fim de evitar se machucar. Por isso escolha a área mais fácil para envolver ou um cacto com menor quantidade de espinhos. ► É importante que a terra dos vasos esteja molhada, a fim de não induzir o fechamento dos estômatos a fim de evitar a perda de água se o dia estiver muito quente. ► A utilização de saco plástico utilizados para frutas, legumes e verduras do mercado é devido a transparência deste permitir fácil visualização das gotículas de água. O que não seria possível com sacos plásticos opacos, sendo somente possível sentir através do tato a água líquida no interior do plástico. ► A duração da prática variará conforme a temperatura no dia, pois com o tempo quente o processo de evapotranspiração ocorrerá com maior facilidade, visto que uma planta que tem disponibilidade de água, poderá permitir a abertura dos estômatos para realização de trocas gasosas e com isso a perda d’água por evapotranspiração. Tal qual os humanos transpiram mais em dias quentes. ► Para ter certeza que realmente foi a planta que formou as gotículas de água, é possível desenvolver um controle, envolvendo outro material, como, por exemplo, um palito de churrasco fincado na terra. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES 33 ► É possível ajudar a desenvolver uma hipótese para o experimento questionando os estudantes em seu caderno de práticas de Ciências. O que vocês acreditam que será observado? Como acreditam que o plástico que envolve a planta de "folhas finas" ficará? Por que? E o que envolve o cacto, como estará? Por que? Podendo as hipóteses geradas serem aceitas ou refutadas ao final do experimento ► Aconselha-se iniciar a prática em um horário que permita sua análise no mesmo dia, por exemplo, no início da aula, podendo ser feita as anotações necessárias e hipóteses sobre o que acredita que ocorrerá em cada planta no caderno de prática de Ciências. Bem como dar continuidade às tarefas do dia conforme se espera o resultado da prática para a posterior observação das plantas. Podendo serem vistos os resultados, provavelmente, após o intervalo, que poderão ser discutidos e as hipóteses aceitas ou refutadas no caderno de práticas de Ciências. ► Como afirmado nos resultados esperados o saco que envolve a planta de “folhas finas” apresentará gotículas de água; enquanto o que envolve o cacto estará seco. Isso porque os cactos, como já falado, possuem adaptações para evitar a perda de água, uma destas é tornar suas folhas diminutas com menor área de contato com o meio, sendo modificadas em espinhos. Visto que os estômatos que fazem tal processo, encontram-se em sua maioria nas folhas das plantas, a presença de folhas diminuídas evitaria a perda d’água. Além disso, a rigidez dos espinhos pode ser devido à presença de substâncias hidrofóbicas, que evitam ainda mais a transpiração. 34 POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA ► Geografia e Botânica Abordar a diferença entre clima e tempo. Sendo clima um estado permanente ou referente ao um período longo de tempo; e tempo uma condição climática momentânea ou temporária. Assim as plantas com disponibilidade de água irão transpirar em dias de tempo quente. ► Ciclo da água O processo de evapotranspiração que ocorre nas plantas é essencial para manter o ciclo da água, sendo isso possível de observar pela quantidade de gotículas de água presentes no saco plástico. ►Mudanças de estado físico da água Ao ser liberada pela planta, através do processo de evaporação, a água está em estado gasoso, não sendo possível visualizar. Contudo, ao encostar no plástico, através do processo de condensação, as moléculas de água que antes estavam gasosas tornam-se líquídas, sendo possível visualizar as gotículas de água. Tal qual ocorre nas nuvens. 35 ► Uso de suculentas na prática Além de utilizar plantas de "folhas finas" e cactos, também é possível usar suculentas neste experimento. As suculentas possuem a capacidade de armazenar água e evitar a perda de água por mecanismos diferentes dos cactos, como por exemplo, armazenar água nas folhas o que as deixa “gordinhas”. Como é possível visualizar na figura abaixo, após horas envolvida com saco plástico não foi possível visualizar gotículas de água sendo formadas. Folhas de suculenta envolvidas com saco plástico transparente 36 NECESSIDADE DE ÁGUA PARA DIFERENTES PLANTAS A necessidade de água variará de ser vivo para ser vivo, isto é, há animais que necessitam de menor quantidade de água para sua sobrevivência do que outros, porque possuem adaptações para tal. O mesmo ocorre com as plantas. Costuma- se falar que suculentas/cactos “não gostam de muita água”, diferentemente de plantas como feijão, milho, coentro, manjericão, cebolinha, dentre outras, que precisam de água quase que diariamente, caso contrário murcham. Para que os resultados possam ser observados, é importante que essa prática seja desenvolvida em um período do ano em que esteja calor, assim a planta, ao perder água em forma de vapor para o meio através do processo de evapotranspiração, não terá a reposição da mesma pela rega e os resultados poderão ser visualizados em menor tempo. Uma maneira de demonstrar que diferentes plantas necessitam de quantidades de água distintas para sobreviver é expondo plantas de diferentes morfologias a escassez de água. Duração Varia conforme a escolha das plantas. Com as plantas descritas abaixo o tempo para obter resultados foi em torno de 9 à 15 dias. Objetivos gerais Permitir que o estudante compreenda que as plantas possuem necessidades diferentes de água. 37 Materiais Plantas com diferentes necessidades de água envasadas Cacto (Cactaceae) - Pouca necessidade de água Zebrina (Tradescantia zebrina) Onze horas (Portulaca sp.) Coentro japonês (Eryngium foetidum) • Contanto que mantenha o cacto, as outras plantas podem ser diferentes, podendo ser feijão, milho, coentro, salsa, entre outras. Procedimentos Sugere-se que em roda no chão da sala os materiais sejam apresentados aos estudantes, sendo permitido visualizarem e tocarem neles. Destinar as plantas a local arejado e sinalizado com papel. Observar a prática ao longo dos dias e ver se é perceptível mudança significativa da aparência das plantas. Fazer as análises e associar esta à falta de disponibilidade de água. 38 Resultados esperados Após o passar dos dias será possível perceber mudança na textura e aparência das folhas das plantas, sinalizando assim a perda de água em vapor pela evapotranspiração. Zebrina e cacto Onze horas e cactoCoentro japonês e cacto INÍCIO DA PRÁTICA Resultado após 9 dias Resultado após 15 dias Resultado após 15 dias FINAL DA PRÁTICA 39 ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES ► A fim de gerar hipóteses, é possívelquestionar os estudantes perguntando em seu caderno de prática de Ciências. O que acreditam que ocorrerá caso as plantas fiquem sem água? Vocês acreditam que isso vai acontecer com todas as plantas ou haverá diferenças entre elas? ► Esta prática deve ser desenvolvida em época de calor. Sendo sugerido colocar as plantas em um local ensolarado e seguro da sala de aula. A abertura dos estômatos ocasionará a evapotranspiração, como explicado na prática "Evapotranspiração das plantas", assim inicialmente ao não haver disponibilidade de água para a planta, a mesma poderá evitar a perda de água mantendo os estômatos fechados. Contudo, com o passar dos dias e a necessidade de realização de trocas gasosas, os estômatos se abrirão e consquentemente ocasionará perda de água por evapotranspiração. ► Assim como as outras práticas de maior duração é importante sinalizar que não deve ser mexido por estudantes de outras turmas, trazendo assim a importância de respeitar os espaços e que há práticas que demandam diferentes tempos, sendo preciso não mexer nelas. 40 ► O acompanhamento da prática ao longo dos dias é de suma importância, pois somente assim será possível reparar se ocorreu alguma modificação, e, ao observar, esta deve ser anotada em seu caderno de prática de Ciências o que ocorreu, tal qual um cientista faz em laboratório. Importância de se manter atento ao dia a dia do experimento, notando muitos detalhes que poderiam passar despercebidos. Ao final será possível observar alguma das plantas murchas ou amolecidas, sendo possível dar um fechamento a prática. E assim aceitar ou refutar suas hipóteses. ► Espera-se com a prática que as plantas diferentes murchem em momentos distintos, mostrando os efeitos da falta de água. Assim, folhas mais suculentas ou os cactos pouco mostrarão diferenças com o tempo, enquanto as demais plantas provavelmente murcharão. No caso das plantas escolhidas, foi possível ver que o coentro japonês aparentou a falta de água após 9 dias depois do início da prática, tendo suas folhas amolecido e murchado. Enquanto a zebrina e a onze horas precisaram de mais 5 dias para que os resultados fossem visualizados, isto é, 15 dias após início da prática, aparentando, respectivamente, folhas amolecidas e “encolhidas”. No cacto não foi possível visualizar nenhuma diferença morfológica. Demonstrando assim que cada planta possui uma demanda, isto porque, como abordado anteriormente, cactos de forma generalizada apresentam espinhos, que são folhas modificadas que proporcionam evitar a perda de água para o meio. 41 ► Biomas Ao abordar biomas é possível versar temas de Geografia e Botânica, trabalhando sobre características do clima e do solo versus os tipos de plantas dos locais. ► Tipos de solo Solos que absorvem maior ou menor umidade, isto é, são mais permeáveis ou não a água. Solos com grande concentração de argila reterão mais água, solo com grandes concentração de areia reterão menos água, pois serão mais permeáveis. Isso influência na planta que se desenvolverá ali, pois um solo com pouca retenção de água não possibilitará o desenvolvimento de plantas com maior necessidade de água. E solos com grande retenção de água não possibilitarão o desenvolvimento de plantas com pouca necessidade de água, podendo desenvolver fungos que irão afetar o desenvolvimento da planta. ► Reforçar o ser cientista Práticas longas são de suma importância para a questão do ser cientista, tendo foco, disciplina e olhar crítico para análise da prática ao longo dos dias POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA 42 TERRÁRIO Atualmente ao buscar por terrários na internet encontra-se em grande quantidade modelos de terrários decorativos composto principalmente por suculentas, abertos ou fechados. Terrários são modelos que simulam um ecossistema terrestre em pequena escala. Nele procura-se reproduzir as condições do ambiente sendo inseridas plantas e até animais. Contudo, para que essa simulação ocorra é preciso que o terrário seja entendido na ideia da Biologia. Isto é, é preciso que ele seja fechado, visto que um terrário aberto estaria em contato direto com o meio externo, fazendo assim parte dele e não sendo um ecossistema em escala menor. Sua montagem pode ser feita com aquários, potes de vidro e garrafas pet, sendo importante serem transparentes para permitir fácil visualização. A montagem consiste em etapas definidas e cada vez mais difundidas. Duração Uma aula para montagem do terrário, podendo o restante de tempo variar de acordo com o que se deseja trabalhar em sala. Objetivos gerais Permitir que o estudante visualize a importância da evapotranspiração para o ciclo da água. 43 Materiais - Garrafa Pet 2L; - Areia; - Terra; - Pedra; - Água; Procedimentos Sugere-se em roda no chão da sala os materiais sejam apresentados aos estudantes, sendo permitido visualizarem e tocarem neles. Cortar a garrafa pet e adicionar na parte inferior da garrafa pet as camadas niveladas em ordem (pedras, areia e terra), plantar as plantas, umedecer o solo e fechar o terrário com a parte superior da garrafa pet, lacrando com fita adesiva. Etiquetar com o nome do estudante o terrário e destinar à local arejado e sinalizado com papel. Observar a prática ao longo dos dias e ver se é perceptível a ocorrência do ciclo da água e a mudança significativa da aparência das plantas. Resultados esperados Possivelmente no mesmo dia será visto a ocorrência do ciclo da água e com o passar dos dias isto se torna mais evidenciado, bem como o desenvolvimento e crescimento das plantas em um ecossistema terrestre. - Plantas (porte pequeno); - Fita adesiva; - Tesoura; - Colher. 44 ► A utilização da garrafa pet deve-se ao fato de utilizar materiais de fácil acesso, contudo um terrário pode ser desenvolvido em outros recipientes, como, por exemplo, aquários e potes. Aconselha-se cortar a garrafa pet na primeira linha divisória, pois permite que o terrário fique alto e permita o crescimento das plantas que ali serão plantadas. Como demonstra o esquema a seguir. ► A importância de cada camada na ordem que deve ser disposta da base para cima Camada de pedras: é a camada mais inferior, permite a drenagem da água e reter a umidade. Camada de areia: seguinte à camada de terra. Por ser mais permeável, possui a função de ajudar a drenar a água, permitindo assim o retorno desta para as raízes sem que a camada de terra (a mais superior) fique encharcada. Camada de terra: é a camada mais superior, onde as plantas serão fixadas. Esta deve ser umidificada após as plantas estarem fixadas. *Camada de carvão: pode substituir a camada de areia ou ser adicionada abaixo dela, possuíndo a mesma função que a cama de areia. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÁTICA PARA OS PROFESSORES Esquema sinalizando onde cortar a garrafa pet. 45 ► A escolha das plantas é de suma importância. Além de estar na moda a propagação de terrários abertos, também está em alta utilizar cactos/suculentas para montagem destes. Como explicado nas práticas "Transpiração das plantas" e "Necessidade de água para diferentes plantas", cactos e suculentas possuem adaptações que permitem o armazenamento de água em seu corpo e/ou formas de evitar a perda de água por evapotranspiração. Logo, para ter certeza da atuação das plantas no ciclo da água e de sua sobrevivência aconselha-se a utilizar pequenas angiospermas, como gramíneas, trevos e as muitas que são possíveis visualizar se desenvolvendo em vasos de plantas que há em casas ou em canteiros na rua. Pode-se também colocar pequenas pteridófitas (samambaias, avencas) e musgos (briófitas), pois estes absorvem a umidade e evitam que o solo fique muito úmido. Sendo todos facilmente encontrados em canteiros na rua ou até em vasos de planta que os alunos apresentam em casa. Bem como também é possível plantar alpiste, milho, entre outras. ► Evitar que o ambiente no terrário fique úmido é deextrema importância para o desenvolvimento deste. Para evitar isso, pode-se adicionar musgos e escolher as plantas corretas para fazer parte do terrário. Caso sejam utilizadas apenas suculentas e/ou cactos a probabilidade de a terra ficar úmida é alta, já que estas possuem adaptações para diminuir a perda de água, não absorverão a água da terra. E o excesso de água pode causar o apodrecimento pode causar o apodrecimento da raiz e/ou permitir a proliferação de fungos. 46 Terrário 1 - com pequenas angiospermas geral. Terrário 2 - com um cacto. Terrário 3 - sem plantas. ►► Destaque para demonstrar o porquê a utilização de cactos em terrários pode não ser uma boa opção didática. Foram montados 3 terrários: O com pequenas angiospermas era controle e os outros dois os tratamentos. Estes foram analisados ao longo dos dias, como evidenciam os destaques abaixo. Terrário 1 Terrário 2 Terrário 3 1º dia: Logo após montagem dos terrários é possível ver que não há formação de gotículas de água em nenhum deles. 47 A presença de gotículas de água no Terrário 2 leva a discussão de que o terrário poderia ser montado com cactos e o ciclo da água seria de fácil visualização. Contudo, como é perceptível, o Terrário 3, sem vegetação também teve formação de gotículas de água. Dessa forma, pode-se concluir que isto ocorreu pelo fato de a terra de todos os terrários estar úmida, logo o processo de evaporação ocorre normalmente. Sendo evaporada principalmente a água presente na terra e não necessariamente a evapotranspiração realizada pelo cacto. Terrário 1 Terrário 2 Terrário 3 48 2º dia: é possível observar a formação de gotículas de água na parede da garrafa pet de todos os terrários montados. 10º dia: é possível continuar a observar as gotículas de água na parede da garrafa pet dos terrários. Contudo, ao comparar com o 2º dia, é possível ver o crescimento significante das plantas presentes no Terrário 1. A presença de gotículas de água no Terrário 3 ao longo de 10 dias corrobora o fato de ocorrer a evaporação da água presente no solo, que irá se condensar na parede da garrafa pet e retornar ao solo. Configurando no ciclo da água, mas não levando em consideração a importância do processo de evapotrasnpiração que ocorre nas plantas. Apesar de no Terrário 2 ocorrer o processo de evapotranspiração tal qual ocorre no Terrário 1, não é possível avaliar sua significância, visto que não é possível visualizar o crescimento do cacto presente neste terrário. Terrário 3 Terrário 1 Terrário 2 49 19º dia: além do crescimento significativo visto no 10º dia, é possível visualizar a ocorrência de floração no Terrário 1 e a presença de fungos se desenvolvendo no Terrário 2. Terrário 1 Terrário 2 Floração no Terrário 1 Fungo no Terrário 2 A presença de flores se desenvolvendo no Terrário 1 corrobora com a utilização deste tipo de plantas na estruturação de um terrário, pois é possível observar o desenvolvimento significativo que plantas deste tipo tem no terrário, conseguindo ver o surgimento de flores. Enquanto que o desenvolvimento de fungos no Terrário 2 corrobora para não utilização de plantas que evitem a perda de água através do processo de evapotranspiração, pois possibilita um ambiente umido no qual o cacto estaria absorvendo água do solo em pouca quantidade. 50 POSSÍVEIS EXTENSÕES DA PRÁTICA ► Ciclo da vida: A partir do terrário, é possível também estudar o ciclo da vida, se for possível visualizar o processo de floração ou se pequenos animais forem introduzidos no terrário. Bem como se algum dos seres vivos ali inseridos morrer. Para inserir mais de uma espécie animal, é importante saber qual será inserida e se está não iria se alimentar de todas espécies vegetais presentes. Bem como um terrário em que desenvolva fungos, como o do exemplo acima com cacto, pode permitir a discussão de "como aquele fungo apareceu lá dentro", provavelmente porque havia esporos que com um ambiente propício úmido, conseguiu se desenvolver. Sendo assim trabalhado o final do ciclo da vida com a decomposição, visto que fungos podem atuar como seres vivos decompositores. ► Teia alimentar: Caso tenha inserido alguma espécie animal, é possível trabalhar herbivoria se este se alimentar de algum vegetal inserido no terrário. Ou inclusive com o desenvolvimento de fungos decompositores que permitem um fechamento da teia alimentar e retornam com parte dos nutrientes para o solo. ► Importância das minhocas: Caso seja possível, com a inserção de minhocas, pode ser trabalhada sua importante atuação na terra. 51 Organização, que é muito importante para compreender o desenvolver da prática. Gerar hipóteses que poderão ser aceitadas ou refutadas. Sendo importante escrever suas hipóteses para saber realmente o que acreditava que ocorreria, visto que ao não escrever, é possível que se manipule o que acreditava anteriormente. Avaliação do professor, acompanhando as anotações dos estudantes e sua compreensão sobre o que foi abordado. Avaliação a cerca do letramento dos estudantes, se eles conseguem se ater à importância e organização do que é um caderno de práticas em Ciências. ► Caderno de prática de Ciências permite: ► Devido aos materiais de fácil acesso e da estruturação das práticas, elas não demandam grande espaço, podendo ser facilmente realizadas em uma sala de aula, seguindo padrões de um experimento em laboratório, como etiquetar e sinalizar para que outras pessoas não mexam e possam causar problemas na prática. DESTAQUES DE INFORMAÇÕES 52 GLOSSÁRIO Acúleos: Estruturas pequenas e pontiagudas de origem normalmente epidérmica que não apresentam tecido vascular (xilema e floema). Anoxia ou hipóxia: Ausência ou baixo teor de oxigênio. Clorofila: Pigmento esverdeado fotossintético presente nos cloroplastos. Confere coloração esverdeada as plantas. CO2: Gás carbônico (Dióxido de carbono). Difusão de vapor: Processo pelo qual, partículas em vapor se dissipam. Embebição: Processo de entrada de água na semente. Embolia: Obstrução decorrente de bolha de ar. Envasada: Flexão do verbo envasar, que significa pôr em vaso. Espinho: Folha modificada. Adaptação para evitar a perda de água em ambientes secos. Estômatos: Estruturas presentes na epiderme das folhas consistindo de um ostíolo (orifício), limitado por duas células especializadas, as células-guarda, as quais, mediante mudanças do formato, ocasionam a abertura e fechamento dos mesmos. São as estruturas responsáveis pelas trocas gasosas e pela transpiração das plantas. 53 Evapotranspiração: Forma pela qual a água da superfície terrestre passa para a atmosfera no estado de vapor, fazendo parte do ciclo da água. Envolvendo superfícies de água (rios, lagos, oceano, etc), de solo e a transpiração das plantas. Estiolamento: Crescimento anormal dos vegetais, na ausência de luz solar, em geral caracterizado pela ausência de clorofila e afinamento das paredes celulares e consequente definhamento dos tecidos. Fotoblástica neutra: Derivado do grego “photos”, que significa luz e “blástos”, que significa parte do embrião que se desenvolve com a germinação. Uma semente fotoblástica neutra é aquela que a presença ou ausência de luz não interfere no processo germinativo. Fotossíntese: Processo pelo qual a energia da luz absorvida pela clorofila é usada para transformar água e gás carbônico em carboidratos e oxigênio. Isto é, é um processo que as plantas e outros seres vivos fotossintetizantes realizam para obtenção de matéria orgânica. Gramíneas: Termo popular que faz menção a plantas comumente referidas por gramas ou capins. Hidrofóbica: Diz-se de substâncias que não possui afinidade com a água. Herbivoria: Hábito alimentar entre os seres vivos que se caracteriza pelo consumo de apenas vegetais. Metabólitos secundários: Substâncias produzidas pelos vegetais a partir dos produtos da fotossíntese e glicólise (quebra da glicose – açúcar para consumo pelo organismo).Como por exemplo os citados no guia, carotenoides e antocianinas, que além de poderem conferir proteção ao vegetal, podem conferir coloração, amarelada e arroxeada, respectivamente, também atuam como antioxidantes. 54 Morfologia: Estudo da forma, da configuração, da aparência externa da matéria. Pedúnculo: Haste de sustentação da flor. Plantas vasculares: Plantas que possuem presença de sistema vascular (xilema e floema). Pteridófitas (popularmente conhecidas como samambaias), Gimnosperma (popularmente conhecidas como pinheiros) e Angiosperma (plantas que possuem flores). Briófitas: Plantas avasculares, isto é, plantas que não possuem sistema vascular (xilema e floema). Popularmente conhecida como musgos. Senescência: Processo natural de envelhecimento. Abordado no guia especificamente a senescência das folhas, o que caracteriza em sua perda de coloração, enfraquecimento e queda da planta. Sépalas: Folíolos situados abaixo das pétalas. Podem apresentar coloração esverdeada ou serem chamativas como as sépalas de diferentes cores do Bougainville. Trocas gasosas: Entrada de um gás e saída de outro. Um exemplo é a respiração, grande entrada de oxigênio e saída de gás carbônico no organismo. Variegadas: Estado da planta que apresenta partes vegetativas, como as folhas, de diferentes cores. Xilema: Tecido de condução da seiva bruta (água e sais minerais) pela planta e pode atuar na sustentação. 55 REFERÊNCIAS BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em: 17 ago. 2020. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, MEC/SEF, 126p, 1997. 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Ensaio: pesquisa em educação em ciências, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, p. 1-17, 2001. 56 SANTOS, I. C. de O.; SILVA, B. I.; FIGUEIREDO-ECHALAR, A. D. L. F. Percepções dos alunos do curso de biologia a respeito de sua formação para e com o conteúdo de botânica. VI EDIPE – Encontro Estadual de Didática e Práticas de Ensino, Goiás, 2015. SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A. & PETROVICK, P. R. (org.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6a edição. Florianópolis, Editora da Universidade Federal de Santa Catarina, Porto Alegre, Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007. TEIXEIRA, P. M. M.; NETO, J. M. O estado da arte da pesquisa em ensino de Biologia no Brasil: um panorama baseado na análise de dissertações e teses. Revista Electrónica de Enseñanza de lasCiencias, v. 11, n. 2, p. 273-297, 2012. 57
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