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Técnicas de hidroponia

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Sumário:
INTRODUÇÃO 3
O QUE É HIDROPONIA? 5
PORQUE USAR A HIDROPONIA? 6
NA HIDROPONIA USAM-SE AGROTÓXICOS? 7
A HIDROPONIA "TEM QUÍMICA? 8
A HIDROPONIA É UMA TÉCNICA ESSENCIALMENTE INORGÂNICA? 10
SISTEMAS HIDROPONICOS 11
O SISTEMA DE PAVIO (WICK SYSTEM) 12
O SISTEMA DE LEITO FLUTUANTE (FLOATING BED SYSTEM) 13
O SISTEMA DE SUB-IRRIGAÇÃO OU SISTEMA DE ENCHENTE VAZANTE (EBB AND FLOW SYSTEM OU FLOOD AND DRAIN
SYSTEM) 14
O SISTEMA N.F.T. (NUTRIENT FILM TECHNIQUE SYSTEM) 15
O SISTEMA DE GOTEJAMENTO (DRIP SYSTEM) 16
SISTEMA AEROPONICO OU AEROPONIA (AEROPONIC SYSTEM) 17
A HIDROPONIA ORGÂNICA 18
O SISTEMA AQUAPONICO OU AQUAPONIA (AQUAPONIC SYSTEM) 19
O SISTEMA GEO-HIDROPONICO OU GEO-HIDROPONIA (GEO-HYDROPONIC SYSTEM) 20
O QUE É BIODIGESTÃO? 21
MATÉRIA ORGÂNICA E MATÉRIA ORGANIZADA 22
O BIOFERTILIZANTE 22
O BIOGÁS 24
EU SOU O HUMUS 24
GALERIA DE FOTOS 30
A HIDROPONIA HOJE 33
ANÁLISE E IMPLANTAÇÃO 34
CASA DE VEGETAÇÃO OU “ESTUFA” 37
APARELHOS DE MEDIÇÃO 38
RESERVATÓRIO 39
CONJUNTO MOTOBOMBA 40
PERFIS E BANCADAS 40
GERMINAÇÃO E CULTIVO 42
MATERNIDADE 42
BERÇÁRIO OU PRÉ-CRESCIMENTO 43
CRESCIMENTO FINAL 44
SOLUÇÃO NUTRITIVA 44
CUIDADOS GERAIS 46
Projeto Básico de Cultivo Hidropônico 49
LAYOUT 52
MONTAGEM 53
Esquema Geral de montagem 54
TAMPÃO P/ FECHAMENTO DO PERFIL 56
SISTEMA INJETOR DE SOLUÇÃO 57
SUPORTE 58
Esquema do cavalete do perfil grande 61
Esquema para retorno do reservatório 65
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INTRODUÇÃO
 
Vindo do grego, a palavra hidroponia significa trabalho com água, ou seja, a denominação de
uma técnica de cultivo de hortaliças de folhas, frutos e flores em que o solo é substituído por uma
solução nutritiva e um apoio.
Toda planta para o seu desenvolvimento precisa de basicamente 5 fatores : apoio, água, sol,
ar e nutrientes. A hidroponia provê todos estes fatores independendo do solo, que é a fonte maior de
patógenos, e ainda mais fornecendo uma proteção às intempéries mais fortes por meio de casas de
vegetação.
Vamos abordar rapidamente alguns aspectos importantes no cultivo hidropônico:
 Luz
É através da luz solar que as plantas adquirem energia, por meio de suas folhas
portanto menor incidência de luz significa menor crescimento. Alguns estudos
mostram que uma redução na luz Ultravioleta proporciona um aumento no
crescimento.
O2 Oxigênio
A planta necessita de oxigênio para poder se alimentar e a retira do ar ou da
própria solução nutritiva o oxigênio dissolvido. Por isso a oxigenação da solução é
fundamental. Quanto mais oxigênio dissolvido na solução melhor absorção de
nutrientes.
 Nutrição
A composição e concentração dos nutrientes na solução é que vão determinar a
saúde, tamanho e grau de crescimento de folhas e frutos. Manter a solução
ajustada e utilizar ingredientes de alta qualidade são imprescindíveis.
 
 
 
pH Acidificação e alcalinidade
O pH certo permite que as plantas se alimentem corretamente evitando
deficiências. Alguns elementos não se dissolvem e se precipitam se o pH não
estiver na faixa entre 5,5 e 6,5.
 
 Temperatura
A temperatura também pode provocar deficiência nutricional. O Fósforo, por
exemplo não será bem absorvido em temperaturas inferiores a 15ºC, embora a
planta suporte temperaturas inferiores a esta. Da mesma forma não exceder os
30ºC.
 
 Areação
Como as plantas utilizam CO2 no processo, precisam de ar fresco sempre renovado.
Da mesma forma uma boa ventilação ajuda a planta a se alimentar. A escolha da
estufa é fundamental neste aspecto.
” Pureza da água
A água deve ser potável e é preciso fazer uma análise da água para identificar
possíveis minerais em excesso e atentar para tubulações de zinco que podem
contaminar a água que embora boa para consumo humano é prejudicial às plantas.
A água encanada pode ser usada sem problemas.
 
O horticultor hidropônico hoje se destaca do tradicional e em grande parte não é oriundo dos
meios agrícolas e são ex- engenheiros, vendedores, arquitetos, administradores, comerciantes de
várias áreas, aposentados, desempregados, etc. cuja visão voltada ao futuro os encaminhou a
esta técnica que se firma como a mais avançada da agricultura de hortaliças. O hidroponista é
além de agricultor, um pesquisador e um homem de negócios com uma visão empresarial.
 
 
O cultivo de hortaliças em hidroponia é uma técnica que vem se aprimorando e conquistando
adeptos no exterior e no Brasil há vários anos devido às suas vantagens em relação ao cultivo
tradicional no solo. Entre várias vantagens, destacamos as seguintes:
 
Melhor ergonometria pelo uso de bancadas que permitem o trabalho em posição ereta e não
curvado sobre o solo.
 
Melhor higiene no cultivo pelo maior controle dos nutrientes e água utilizados.
 
Menor infestação de pragas e fungos e maior facilidade no tratamento destes.
 
Maior garantia de fornecimento ao cliente por se tratar de cultivo protegido.
 
Maior tempo de prateleira para a comercialização do produto.
 
Alta qualidade do produto e maior rapidez na colheita.
 
Maior controle e higiene sobre a produção.
 
Não há preocupação com a rotação de culturas e eliminação de operações como
aração, gradeação, coveamento, capina.
 
A independência do solo permite o cultivo bem próximo ao consumidor final.
Retorno rápido do investimento e menor custo de operação.
 
Economia de água.
 
Evidentemente não há apenas vantagens, já que o sistema exige um investimento inicial no
equipamento e um certo conhecimento técnico a ser adquirido em cursos especializados. No entanto
este investimento financeiro e intelectual compensa pelo rápido “payback” e o melhor lucro
subseqüente.
 
 
 
 
 
 
 
O QUE É HIDROPONIA?
 
Hidroponia é uma técnica agrícola, através da qual se cultivam plantas sem a necessidade do
solo como fonte dos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. A palavra Hidroponia, de origem
grega, é formada pela composição das palavras HYDOR, que significa água, e PONOS (do grego
antigo), significando trabalho, no sentido de obra executada (o livro de um escritor - o quadro de um
pintor).
Na prática da Hidroponia, as plantas podem ser cultivadas com as raízes suspensas no seio da
água - Cultura em Água, suspensas no ar húmido - Aeroponia, ou ancoradas num Substrato ou Meio
de Cultura, isento de Matérias Orgânicas Biodecomponíveis - Hidroponia em Substratos.
Então, na prática da Hidroponia podemos utilizar o solo?
Sim, desde que este esteja isento de matérias passíveis de biodecomposição, e de sais
minerais, organo-minerais ou orgânicos, passíveis de dissolução e ionização em água.
Pratica-se Hidroponia normalmente, nas areias de desertos.
A História da Hidroponia, remonta às civilizações antigas, desde a Egípcia e a Chinesa, passa
pela Civilização Azteca na América Central, e chega aos nossos dias, quando se conclui que sua
aplicação é a única forma de produzirmos alimentos frescos para os futuros astronautas, em viagens
espaciais, e na sua estadia em estações no espaço.
A Hidroponia desenvolveu-se juntamente com a Química, na busca do Homem pelo
conhecimento de "como e porquê as plantas crescem". Esse conhecimento, começou na verificação
e comprovação da necessidade de água para asobrevivência das plantas, até à necessidade dos sais
minerais dissolvidos na mesma, para o seu desenvolvimento. E, na procura desse conhecimento,
participaram filósofos e cientistas, como Aristóteles, Teofrasto, Dioscorides, Leonardo da Vinci, Andrea
Cesalpino, Luca Ghini, John Woodward, e muitos outros mais atuais, cujos nomes ficaram gravados
para sempre, na História da Hidroponia.
Porém, esta técnica somente foi chamada de Hidroponia, em 1935, pelo então professor e
pesquisador de Nutrição de Plantas, da Universidade da Califórnia, Dr. William Frederick Gericke, por
muitos chamado Pai da Hidroponia. Gericke, como tantos outros pesquisadores de nutrição de plantas,
usavam esta técnica a nível laboratorial, e foi este o primeiro cientista, que desenvolveu sua aplicação
a nível comercial.
Hoje, a Hidroponia está difundida pelo mundo, sendo utilizada para cultivar os mais diversos
vegetais, sejam eles de que tipo ou estatura forem. Muitos paises já definiram os padrões de qualidade
dos produtos vegetais, baseados naqueles que se obtém através da Hidroponia, na sua maioria
impossíveis de se obterem pela prática da agricultura convencional. Outros, atualmente, produzem
várias plantas exclusivamente através da Hidroponia, como é o caso das orquídeas da Nova Zelândia,
um dos maiores exportadores mundiais dessas plantas.
 
PORQUE USAR A HIDROPONIA?
 
Considerando um solo agricultável normal, é muito difícil manejá-lo, de forma que as plantas
nele cultivadas consigam no mesmo os alimentos que lhes são necessários. Mesmo fertilizando esse
solo corretamente, os alimentos necessários às plantas são dele desviados pelas águas da chuva ou
da irrigação artificial, perdendo-se para áreas superficiais não utilizáveis, para cursos de águas, e
mesmo para o subsolo, atingindo até os lençóis freáticos.
A ação das águas sobre o solo, causa enormes perdas de fertilizantes adicionados a ele, além
de desequilibrar sua constituição química. Além disso, o solo não existe somente para o benefício das
plantas. Ele também é o "habitat" de um sem número de seres vivos minúsculos, como larvas e insetos,
bem como milhões de bactérias, sendo estas tanto saprófitos quanto patogênicas. Larvas e insetos
também saem do solo, e se alimentam das plantas que nele existirem, algumas constituindo muitas
pragas que às vezes dizimam lavouras inteiras.
As bactérias, também se deslocam do solo para as plantas, nelas se alojando, e delas também
se alimentando, direta ou indiretamente. As bactérias saprófitos, alimentam-se de matérias orgânicas
provenientes de seres vivos mortos, pelo que não constituem grande risco para a nossa saúde. Porém,
as bactérias patogênicas alimentam-se de matérias orgânicas de seres ainda vivos, e constituem a
maior parte das doenças que afetam o ser humano e outros seres, neles se incluindo as plantas.
Felizmente para nós, a Natureza é pródiga, e mantém um equilíbrio perfeito entre os seres vivos.
E neste equilíbrio, as bactérias patogênicas são mantidas em minoria, ficando sua ação dominada pela
maioria das bactérias saprófitos. Quando, de alguma forma, esse equilíbrio é perturbado ou desfeito,
podemos ter a dominância de bactérias patogênicas, e a incidência de doenças causadas por elas,
nem sempre são de fácil domínio pela medicina. E, lamentàvelmente, o ser humano é especialista em
provocar tais desequilíbrios.
Na prática da hidroponia, as plantas não têm contacto com o solo, pelo que ficam isentas da
invasão das larvas, insetos e bactérias dele provenientes. Isto traduz-se na obtenção de plantas de
altíssimo nível de sanidade para o seu consumo pelo ser humano. Por outro lado, os alimentos dados
às plantas para o seu desenvolvimento, estarão sempre perfeitamente em equilíbrio com as
necessidades das mesmas, pois que não sofrem as perdas devidas à ação das chuvas e da irrigação
artificial.
Na hidroponia, o equilíbrio e as quantidades de alimentos fornecidos às plantas, são rìgidamente
controlados, e com isso, não há desperdício dos mesmos.
Conseqüência disso, as plantas desenvolvem-se dentro de um alto nível de salubridade,
apresentando os níveis ideais de vitaminas, açúcares e proteínas, que serão sempre muito maiores do
que os apresentados pelas plantas cultivadas em solos convencionais. Embora não seja uma exigência
da hidroponia, as culturas levadas a efeito pela sua prática, são feitas dentro de estufas, umas mais,
outras menos sofisticadas, de acordo com o clima da região onde são instaladas, e mesmo para
atender às necessidades das plantas a cultivar. Conseqüência disso, por estarem as plantas
confinadas, estão muito protegidas contra os ataques de pragas e sujeiras transmitidas pelo ar.
As plantas e frutos hidropônicos são colhidos perfeitamente limpos, e podemos dizer, prontos
para consumo, embora sempre seja aconselhável sua higienização, pois que o manuseio das mesmas
desde sua colheita até chegarem às mãos do consumidor, sempre proporcionará algum tipo de sujeiras
ou contaminações, que necessitam ser eliminadas. Por serem as plantas hidropônicas muito sãs, sua
durabilidade depois de colhidas é muito grande, sendo normal atingirem vida útil de dez a vinte vezes
maior do que as plantas oriundas de culturas em solos convencionais. Muitas plantas, como a alface,
são fornecidas aos consumidores com as raízes, e se forem de colheita recente, poderão ser
conservadas em casa, num vaso com água, vivas e prontas para consumo quando necessário.
 
NA HIDROPONIA USAM-SE AGROTÓXICOS?
 
Nos dias de hoje, é uma utopia falar-se de produtos vegetais cultivados intensivamente, isentos
de agrotóxicos. Para cultivarmos plantas, seja a nível de subsistência familiar, como passa-tempo, ou a
nível comercial, sempre estaremos provocando desequilíbrios no meio ambiente, pois que nos locais de
cultivo estaremos forçando a predominância de um vegetal sobre outros. E a cada desequilíbrio
provocado, estaremos sempre sujeitos ao desenvolvimento de pragas das mais variadas espécies, e
das mais variadas origens.
Caberá sempre a nós, seja de que maneira for, amenizar tais desequilíbrios, para reduzir ao
mínimo essas pragas. Mas elas sempre estarão presentes, e para erradicá-las, ou no mínimo reduzir a
possibilidade de seu desenvolvimento, necessitamos usar vários artifícios, sendo que a utilização de
agrotóxicos é um deles.
É um erro afirmar que todos os agrotóxicos são danosos à saúde humana. Lembremos-nos que,
o veneno que mata, também cura, desde que devidamente utilizado. O envenenamento provocado pela
mordida de uma cobra, é curado pela ingestão controlada do veneno da própria cobra. Existem
agrotóxicos naturais e artificiais, sendo que os naturais, regra geral, não são danosos ao ser humano.
Os agrotóxicos mais naturais são as próprias plantas, como a Cravo de Defunto (Tagates minuta
L.), ou como a "Neem" ou Nim, árvore de origem indiana. É uma prática secular, cultivarem-se plantas
repelentes de insetos e outras pragas, no meio das hortas. Também se plantam árvores Neem no meio
dos pomares, pois que estas exalam princípios ativos que repelem muitos insetos. É também comum
usarem-se chás e infusões de plantas repelentes, aplicados geralmente por aspersão ou por
pulverização.
O chá ou infusão de folhas de Neem, é um grande repelente de pragas tanto para vegetais
quanto para animais. A Neem, também possui vários princípios ativos de cunho medicinal para muitas
afecções, pelo que na Índia, essa árvore é conhecida como "A Farmácia das Aldeias". Chás ou
infusões de folhas de tabaco e de pimenta malagueta, usados independentemente ou em conjunto, são
repelentes e destruidores de muitas pragas. Cabe ressaltar aqui, que devemos hoje abandonar a
utilização dos chás, infusões, ou extratos de folhas de tabaco, pois seu princípio ativo é a nicotina,
composto hoje comprovadamente cancerígeno, quando utilizado sem controle.
 
Quanto aos agrotóxicos artificiais, devemos considerar os inorgânicos e os orgânicos?
Os inorgânicos, quando usados com parcimônia, de forma alguma afetam a saúde do ser
humano e de outrosanimais superiores, e, por uma simples lavagem, se desprendem das plantas.
Assim, podemos dizer que não são residuais, e na sua maioria, são constituídos de sais de metais
muitas vezes necessários ao ser humano em doses ínfimas, chamados de micronutrientes.
Já os agrotóxicos orgânicos, na sua maioria, são residuais nas plantas, e usados em doses até
pequenas, a curto ou a longo prazo, são prejudiciais ao ser humano e a outros animais superiores.
Lamentàvelmente, na agricultura extensiva, são os mais utilizados, e de forma desmesurada.
As plantas hidropônicas são muito sãs, resistem muito bem a muitas pragas, e geralmente são
colhidas antes que tais pragas possam ser-lhes prejudiciais. Porém, quando as pragas produzem seu
efeito antes da colheita das plantas, necessário se faz o uso de agrotóxicos, e dentre estes, os
hidroponistas utilizam sempre os naturais, ou, em doses homeopáticas, os artificiais inorgânicos. As
doses de agrotóxicos utilizados na Hidroponia, quando necessários, o que é um fato raríssimo, são na
ordem de um décimo ou um centésimo por cento daquelas usadas na hoje tão falada Agricultura
Orgânica, ou mesmo na agricultura convencional. Eis porque, geralmente se diz, que na Hidroponia
não se usam agrotóxicos, o que, até certo ponto, é uma verdade.
 
A HIDROPONIA "TEM QUÍMICA?
 
Centenas e centenas de vezes temos ouvido a afirmação de que "A Hidroponia Tem Química",
especialmente vinda de agricultores que se dedicam à Agricultura Orgânica. Essa afirmação, por si,
demonstra um grande desconhecimento de nutrição de plantas por parte de muitos agricultores, e até
mesmo do tipo de agricultura que praticam.
Vejamos: - A Química é uma Ciência, e a Hidroponia é uma Técnica Agrícola, e desconhecemos
a maneira pela qual se possa colocar dentro de uma técnica, uma ciência, como se alguma das duas,
ou ambas, pudessem ser adquiridas no comércio ou preparadas em um laboratório, e misturadas na
forma mais conveniente.
A Hidroponia, é uma técnica que se aprende e se pesquisa, e está baseada em conhecimentos
científicos muitos deles pertencentes à Ciência Química. Ouvimos dizer frequentemente, também, que
para uma planta ser saudável e de boa qualidade, deverá ser alimentada por Matéria Orgânica. Talvez
quem faça tal afirmação, se esteja apoiando na teoria do Princípio da
Vegetação, emitido por Rudlph Glauber em torno de 1635, e já destronado por Justus Von Liebig, O Pai
da Química Orgânica, em 1840. Ora, desconhecemos totalmente alguma planta que consiga alimentar-
se de matéria orgânica ou mesmo da grande maioria dos compostos orgânicos. Nem mesmo
as plantas carnívoras.
A natureza constitui-se no maior laboratório químico e bioquímico conhecido, e nela, tudo se
processa através de reações químicas, bioquímicas e fotos-químicas, além de outras.
As plantas são seres autotróficos, ou seja, produzem seu próprio alimento. E fazem-no utilizando
16 elementos químicos dos cerca de 100 conhecidos. Parte desses elementos, elas retiram do ar
atmosférico, e outra parte, do Meio de Cultura onde estão submersas suas raízes, o qual, na agricultura
convencional, é o solo. Os elementos químicos são retirados do solo pelas raízes, e para que estas
possam cumprir esta função, é necessário que tais elementos estejam na forma de moléculas muito
pequenas, dissolvidas e ionizadas em água. As únicas moléculas que apresentam estas
características, são aquelas de sais inorgânicos. As moléculas de compostos ou sais orgânicos, são
grandes demais, e não conseguem atravessar nem as paredes das células das raízes, nem os espaços
intercelulares destas.
Isto quer dizer, que as plantas não podem alimentar-se de matérias orgânicas, pois que sua
estrutura celular e seus mecanismos de absorção, não o permitem. Convém notar, que hoje
conhecemos alguns compostos orgânicos de moléculas muito pequenas, que conseguem ser
absorvidos pelas plantas. Porém, tais compostos são normalmente produzidos pelas plantas, para sua
própria utilização, e até hoje, não se conseguiu verificar ou provar que as plantas usem aqueles
absorvidos pelas raízes, embora, pela lógica, isto seja perfeitamente viável.
O que aqui falamos, integra conhecimentos simples e fundamentais de Nutrição de Plantas.
Como, então, adubando solos com matéria orgânica, como acontece na Natureza, as plantas
sobrevivem e se desenvolvem tão bem?
Acontece que no solo, a matéria orgânica, junto com sais minerais nele existentes, e outros
compostos existentes no ar, são o alimento para as bactérias existentes no dito solo. Essas bactérias,
ao alimentar-se, decompõem tais compostos, e deitam os sais minerais que não lhes são necessários
ou que já foram por elas utilizados em suas funções metabólicas. Esses sais, uma vez dissolvidos e
ionizados na água do solo, são então absorvidos pelas plantas.
Assim sendo, a conhecida e tão propalada Agricultura Orgânica, é na verdade uma Agricultura
Inorgânica, ou como se diz da Hidroponia, "tem Química". Cabe no entanto notar, que as plantas
produzidas no solo através da prática da Agricultura Orgânica, apresentam riscos sanitários muito
grandes, os quais não são comentados ou propalados por seus praticantes. As matérias orgânicas são
enorme fonte de bactérias patogênicas, causadoras de inúmeras doenças ao ser humano, como a
cólera, e muitas outras. Para usar-se como fertilizante do solo, a matéria orgânica deverá passar por
um processo de compostagem, durante o qual se processa a decomposição da mesma, pela ação das
bactérias.
 
Esta decomposição dá-se geralmente em duas fases principais, sendo que na primeira, ocorre
uma fermentação, durante a qual a matéria orgânica aquece, podendo atingir temperaturas de até
70°C. Após a primeira fase, a matéria orgânica resfria-se, e inicia-se o processo final de decomposição,
também chamada humificação. Ainda é crença de muitos agricultores, e até de muitos técnicos, que à
temperatura atingida na primeira fase da decomposição, todas as bactérias patogênicas existentes na
matéria orgânica são destruídas.
Isso não é verdade. Existem bactérias patogênicas que, quando submetidas a altas
temperaturas, que excedem 150° C, mutam-se, resistindo a elas, e não morrem. Assim, tais bactérias
simplesmente se tornam inativas por estarem num ambiente que não lhes é favorável. Porém, à menor
condição favorável, as bactérias patogênicas voltam à sua atividade, o que é um perigo iminente.
Portanto, o fato de se compostar a matéria orgânica, não destrói as bactérias patogênicas nela
existentes, e como se diz na prática, não provoca a sua esterilização.
É pois recomendável, que os produtos agrícolas consumidos "in natura", como certas verduras,
sejam previamente esterilizados "quìmicamente", ou pelo menos, cozidos. Verifica-se então, que todas
as plantas, sejam hidropônicas sejam provenientes da agricultura orgânica, alimentam-se e
desenvolvem-se da mesma maneira, ou usando as palavras tão em voga, "têm química". As diferenças
entre umas e outras, na verdade estão na sanidade e na assepsia, que nas plantas hidropônicas, de
longe, é muito maior.
A HIDROPONIA É UMA TÉCNICA ESSENCIALMENTE INORGÂNICA?
 
Considerando a História da Hidroponia, o real início desta técnica, foi à volta de 1680, quando
John Woodward cultivou plantas de menta, em soluções aquosas de diversos tipos de solo com matéria
orgânica decomposta. Estas experiências foram, na verdade, o embrião da Hidroponia, e as soluções
aquosas utilizadas, continham nutrientes de origem orgânica. Hoje, podemos considerar três tipos ou
formas de hidroponia: - Inorgânica, Organo-Inorgânica, e Orgânica.
Na prática da Hidroponia Inorgânica, as plantas são alimentadas através de uma solução
aquosa de sais minerais altamente solúveis e de elevada pureza, a nível farmacêutico, ou a nível PA
(Para Análise). Esta solução aquosa, é chamada de Solução Nutritiva, ou Solução de Nutrientes, e os
elementos minerais que a constituem, são dosados de forma equilibrada com as necessidades
alimentares de cada planta, em cada estágio do seu desenvolvimento.A solução nutritiva, até certo
ponto, reproduz artificialmente a Solução do Solo, que a Natureza nos proporciona.
Hoje, a bem da verdade, podemos afirmar que não existe Hidroponia Inorgânica. Analisando
visualmente e ao tacto as raízes das plantas cultivadas por hidroponia inorgânica, podemos notar nelas
um filme gelatinoso e escorregadio, constituído pelos dejetos dessas plantas. E ao microscópio,
podemos observar que esses dejetos, aderidos às raízes, estão altamente povoados de bactérias que
deles sobrevivem, decompondo-os biològicamente, e deitando por suas vez, vários outros compostos
orgânicos e inorgânicos. Estes compostos, na sua maioria, dissolvem-se novamente na água que
compõe a solução nutritiva. Os compostos inorgânicos, ionizam-se, e são novamente absorvidos pelas
plantas, e pelo menos alguns dos compostos orgânicos, de cadeia muito pequena, presume-se que
também sejam absorvidos.
A Hidroponia Organo-Inorgânica, é essencialmente uma forma de hidroponia inorgânica, sendo
que à solução nutritiva nela utilizada, são adicionados alguns compostos orgânicos mineralizados,
extraídos da Natureza, seja para aumentar a produtividade das plantas, seja para aumentar o valor
nutritivo das mesmas. Esta prática, integra uma das muitas outra estudadas e aplicadas na Bioponia. A
Hidroponia Orgânica é uma técnica muito recente, e ainda estamos no início dos estudos científicos da
mesma.
No entanto, já é muito utilizada no mundo inteiro, com excelentes resultados, muitas vezes
melhores do que os obtidos pela hidroponia inorgânica, lògicamente, dentro de suas limitações. De
forma sucinta, na Hidroponia Orgânica, a solução nutritiva é obtida a partir de matérias orgânicas bio-
decompostas através do sistema convencional de compostagem, ou através da Biodigestão da
mesmas em equipamentos denominados Biodigestores e ou Biofiltros. A Hidroponia Orgânica, vai de
encontro à afirmação da maioria dos agricultores tradicionais, em especial os que se dedicam à prática
da agricultura orgânica, de que, a Hidroponia é um processo inorgânico. As plantas cultivadas pela
hidroponia orgânica, apresentam uma diferença marcante comparadas àquelas cultivadas pela
agricultura orgânica convencional.
Elas possuem elevadíssimo nível asséptico, podendo ser consumidas pelo ser humano e por
outros animais superiores que delas se alimentam, com toda a segurança no que tange a eventuais
contaminações com bactérias patogênicas. Finalmente, podemos concluir que a Hidroponia não é uma
técnica essencialmente inorgânica.
 
 
 
 
 
SISTEMAS HIDROPONICOS
 
Existem várias maneiras de praticar-se a Hidroponia, as quais denominamos como Sistemas
Hidropônicos. Os Sistemas Hidropônicos podem ser divididos em dois grupos básicos, que são os
Sistemas Passivos e os Sistemas Ativos. Nos sistemas passivos, a solução nutritiva permanece
estática, e é conduzida às raízes das plantas, geralmente, por capilaridade. Isto se consegue,
utilizando-se um meio de cultura de alto poder capilar, geralmente adicionado de um pavio, como
aquele utilizado em lamparinas ou em lâmpadas de óleo. Quando se utiliza um pavio, o sistema é
denominado como Sistema de Pavio, ou, utilizando o termo em Inglês, Wick System.
Todos os Sistemas Ativos, de uma forma ou de outra, necessitam a circulação das solução de
nutrientes através de uma bomba, e grande parte deles também necessitam de algum sistema paralelo
e conjunto para fazer-se a aeração ou oxigenação da solução. Considerando os sistemas passivos e os
ativos, há um total de 6 sistemas básicos, que conhecemos por Sistema de Pavio, Sistema de Leito
Flutuante, Sistema de Sub-Irrigação, Sistema NFT, Sistema de Gotejamento, e Sistema Aeropónico.
Em Inglês, esses sistemas são conhecidos como Wick System, Floating Bed System, Ebb and Flow
System ou Flood and Drain System, NFT System ou Nutrient Film Technique System, Drip System, e
Aeroponic System.
Existem centenas de sistemas hidropônicos, mas qualquer um deles, é sempre uma variação de
um destes seis, ou uma combinação de dois ou mais deles.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O SISTEMA DE PAVIO (WICK SYSTEM)
 
 
 
O Sistema de Pavio, é provàvelmente o mais simples sistema hidropônico. É um sistema
passivo, ou seja, nele não existem partes móveis, e a solução nutritiva é estática. A solução nutritiva é
retirada de um depósito, e conduzida para o meio de cultura e para as raízes das plantas por
capilaridade, através de um ou mais pavios.
Normalmente neste sistema, é usada uma mistura de vários meios de cultura, de modo a
incrementar ao máximo a capacidade capilar do meio de cultura. É comum também usar este sistema
em vasos com plantas decorativas, com solo convencional convenientemente fertilizado, usando-se
água pura no depósito, para simples irrigação. Como sistema hidropônico, é muito utilizado para
plantas de pequeno e médio porte, especialmente em pequenas hortas domésticas, pois pode ser
montado com dimensões muito reduzidas.
O maior problema deste sistema, acontece com plantas de grande porte, que necessitam
grandes quantidades de água, podendo absorver grande volume de solução nutritiva, a uma velocidade
maior do que aquela que os pavios podem debitar.
Assim sendo, é necessário dimensionar corretamente os pavios.
 
 
SISTEMA DE LEITO FLUTUANTE (FLOATING BED SYSTEM)
 
 
Dentre os sistemas ativos, o sistema de leito flutuante é o mais simples.
Nele, as plantas são ancoradas numa plataforma flutuante, colocada diretamente na superfície
da solução de nutrientes, contida num depósito, e as raízes ficam total ou parcialmente imersas nessa
solução. É necessário promover-se a oxigenação da solução nutritiva, o que pode ser feito pelo
borbulhamento de ar na mesma, através de uma bomba de ar, de um ventilador, ou mesmo por uma
recirculação periódica da solução. Quando a oxigenação da solução é feita através de borbulhamento
de ar, este sistema também é considerado como um sistema passivo. Porém, como dissemos, a
oxigenação pode ser promovida pela circulação da solução de nutrientes, usando-se ou não algum tipo
de injetor de ar. Neste caso, passa a considerar-se como um sistema ativo.
Este sistema é geralmente utilizado para plantas de pequeno porte, ávidas de água, como a
alface, a qual apresenta enormes índices de produtividade quando cultivadas através dele. É também
um sistema ideal para demonstração em aulas nas escolas, pois pode ser montado até com um aquário
de peixes em desuso. O maior problema deste sistema, é o não ser adequado para plantas de médio e
grande porte, com ciclos de vida muito longos. Para plantas de maior porte, é costume fixar a
plataforma nas bordas do depósito de solução, quando o sistema passa a chamar-se de Sistema de
Leito Fixo.
De qualquer forma, é muito utilizado com plantas de médio porte, como tomateiros, usando-se
para tanto, uma estrutura auxiliar para se promover o tutoramento das mesmas. Atualmente, sua
utilização é mais freqüente em hortas domésticas externas, em laboratórios de pesquisa de nutrição de
plantas, e como instalação para demonstração em escolas.
 
 
 
O SISTEMA DE SUB-IRRIGAÇÃO OU SISTEMA DE ENCHENTE VAZANTE
 
 
 
O Sistema de Sub-Irrigação, funciona fazendo-se encher temporàriamente com a solução nutritiva,
uma bandeja ou bancada de cultura, e logo após, esvaziá-la ràpidamente. Esta operação é feita
através de uma bomba, controlada por um controlador de tempos, e assim, é um Sistema Hidropônico
Ativo. A solução é retirada do depósito pela bomba, conduzida à bancada de cultura, e uma vez
paralisado o bombeamento, retorna ao depósito, geralmente escoando através da própria bomba.
O controlador de tempo é regulado para efetuar este ciclo várias vezes por dia, conforme for exigido
pelo tipo de planta, seu tamanho, temperatura, humidade ambiente e o tipo de meio de cultura
utilizado, quando for o caso. A bancada de cultura pode ser confeccionada de duas maneiras. Na
primeira, usa-se uma plataforma fixa às bordas da bancada, na qual são ancoradas as plantas, que
ficarão com as raízes suspensas noar, ou somente com as pontas mergulhadas num resíduo de
solução deixado permanentemente dentro da bancada. Este tipo de montagem, hoje, praticamente
caiu em desuso, mas muitos ainda o utilizam. O segundo tipo de montagem de bancada, que é o mais
usado, consiste em enchê-la com um meio de cultura, no qual se ancoram as raízes das plantas.
O meio de cultura deverá ser biològicamente não decomponível.
 
 
O SISTEMA N.F.T. (NUTRIENT FILM TECHNIQUE SYSTEM)
 
 
 
Este é o sistema hidropônico mais conhecido atualmente, e muitas pessoas, quando se referem
à hidroponia, imediatamente a relacionam com ele. No Sistema N.F.T. normal, existe um fluxo constante
de solução nutritiva, e assim sendo, não existe nenhum controlador de tempo para ligar ou desligar a
bomba de circulação de nutrientes. A solução nutritiva é bombeada de um depósito para um canal de
cultura, e flui constantemente no seu fundo, na forma de um filme muito fino.
Parte das raízes, fica submersa neste filme de solução, onde são banhadas constantemente, e
outra parte fica em constante contacto com o ar húmido acima do filme líquido, de onde absorvem
oxigênio. Após percorrer o canal, a solução nutritiva retorna ao seu depósito.
Na cultura de plantas de pequeno porte, o canal é geralmente substituído por um tubo de secção
retangular. Neste sistema, normalmente não existe meio de cultura, e as plantas, geralmente, ficam
apoiadas em vasos ou redes de germinação, de onde as raízes ficam suspensas no ar, com as pontas
mergulhadas no filme de solução nutritiva. O grande problema deste sistema, é a falta eventual de
energia elétrica e falhas nas bombas, o que provoca a interrupção do filme de solução nutritiva, e como
conseqüência, rápido ressecamento das raízes, e morte das plantas. Por esse motivo, no projeto de um
sistema N.F.T., devemos considerar uma fonte de energia alternativa, como um gerados elétrico ou uma
bomba acionada por baterias. Devidamente desenhado e construído, pode ser utilizado com plantas de
porte pequeno e médio, como alfaces e tomateiros.
O SISTEMA DE GOTEJAMENTO (DRIP SYSTEM)
 
O Sistema de Gotejamento, provàvelmente, é o sistema hidropônico mais utilizado em todo o
mundo.
Sua operação é muito simples.
A solução nutritiva é retirada do depósito por uma bomba, cujo funcionamento é comandado por
um controlador de tempo, e conduzida através de tubos e micro- tubos até ao colo de cada planta,
onde é descarregada na forma de gotas, por meio de pequenos dispositivos chamados de
gotejadores. Existem dois sistemas de gotejamento normalmente utilizados: - O Sistema a Solução
Perdida, e o Sistema com Recuperação de Solução. O sistema a solução perdida, exige menos
trabalho de manejo, uma vez que os excessos de solução nutritiva utilizada, são descartados,
geralmente por infiltração no subsolo, através de um sumidouro.
Assim sendo, as plantas são irrigadas sempre com uma solução nutritiva nova, e não há
necessidade de controle constante do seu pH e sua Condutividade Elétrica. Basta fazer-se o controle
destes parâmetros, quando se prepara a solução e se enche o depósito. Convém ressaltar no entanto,
que o descarte da solução perdida para o solo, poderá causar problemas de poluição ambiental, os
quais poderão não só atingir águas subterrâneas como também provocar, a médio ou longo prazo a
acidificação localizada do solo onde se monta o complexo hidropônico.
Alguns paises, como a Holanda, já proibiram este tipo de irrigação.
No sistema com recuperação de solução, os excessos desta são reconduzidos ao depósito, e
reciclados para o sistema. Para tanto, é necessário que se utilize um controlador de tempos de maior
precisão, e portanto mais caro, para poderem obter-se ciclos de rega muito precisos, o que não chega
a ser uma desvantagem.
Além disso, quando se faz a recuperação da solução, teremos sempre oscilações no pH e na
condutividade elétrica desta, o que exige maior trabalho e atenção no manejo da mesma. A falta de
energia elétrica ou desarranjos nas bombas, são um problema típico deste sistema, como a
susceptibilidade de entupimento dos orifícios dos gotejadores, que necessitam ser inspecionados com
frequência diária.
 
SISTEMA AEROPONICO OU AEROPONIA (AEROPONIC SYSTEM)
 
O Sistema Aeroponico, provàvelmente é o sistema hidropônico de mais alta tecnologia. Até certo
ponto similar ao sistema N.F.T.,o meio de cultura utilizado é o Ar Húmido. Neste sistema, as raízes das
plantas ficam suspensas e imersas numa Câmara de Cultura, ou Câmara de Cultivo, onde são
aspergidas com uma névoa de solução nutritiva, a intervalos de tempo muito curtos, geralmente de
alguns minutos.
Como em quase todos os sistemas hidropônicos, a solução nutritiva é retirada de seu depósito por
uma bomba, comandada por um controlados de tempo de grande precisão, e com capacidade de
regulagem para ciclos muito curtos, desde alguns segundos, a alguns minutos. Como o sistema N.F.T.,
o sistema aeroponico é muito susceptível às falhas de energia elétrica e falhas nas bombas. Quando
houver interrupção de energia, ou falhas nas bombas, as raízes das plantas secarão ràpidamente, com
perdas totais.
A aspersão da solução de nutrientes, pode ser feita por aspersores de média ou alta pressão, por
nebulizadores de alta pressão, por nebulizadores ultra-sónicos, e por nebulizadores centrífugos. Assim,
outro grande problema dos sistemas aeroponicos, é o entupimento dos orifícios dos aspersores e dos
nebulizadores. Sua grande utilidade, é na produção de mudas por enraizamento de estacas e brotos
comestíveis.
 
A HIDROPONIA ORGÂNICA
 
Sabemos, comprovadamente, que a hidroponia, pelo menos aquela praticada a nível comercial, não
funciona como um processo totalmente inorgânico. Mesmo assim, essa técnica é hoje um fato, e
através de sua prática, podemos conseguir maiores velocidades no desenvolvimento das plantas,
usufruindo melhores colheitas, com qualidade superior à de produtos agrícolas provenientes da prática
de qualquer outro processo agrícola convencional. E esta afirmação, não é aquela que muitos de nós
gostaríamos de ouvir por lisonja, mas um simples fato e uma verdade científica.
E todo e qualquer cientista ou educador ligado às técnicas agrícolas, químicas e ou biológicas, se
ainda não o fizeram, cedo ou tarde, de qualquer forma, terão que aceitar estes fato. Para o preparo da
solução de nutrientes, na hidroponia, usamos sais da mais elevada pureza, de alta solubilidade,
produzidos ou purificados industrialmente. Utilizamos também água do mais alto nível de pureza, seja
química, seja biológica. Mas, muitos agricultores que desejam ingressar na prática hidropônica,
poderão não ter acesso fácil a esses produtos. E aqueles que já se dedicam à prática da hidroponia,
como enfrentariam a falta repentina ou gradual no fornecimento dos materiais que lhes são
necessários?
Esta situação não é impossível, se considerarmos, por exemplo, catástrofes naturais ou mesmo
situações bélicas, quando indústrias químicas especializadas poderão sofrer interrupções nas suas
linhas de produção. Teriam os hidroponistas condições de iniciar ou continuar suas atividades?
Podemos afirmar que sim. E fazemos isso, baseados no que hoje se conhece acerca do
relacionamento de certas bactérias com as plantas, nos sistemas hidropônicos. Este relacionamento
tem sido estudado com profundidade, e a matéria de tal estudo, tem sido chamada de Bioponia.
Esta matéria envolve uma série de conhecimentos práticos, além de experimentos de vários
hidroponistas dedicados, que não só anteviram as dificuldades que apontamos, como também
consideraram a defesa de eco-sistema, procurando não só manter seu equilíbrio natural, como deles
tirarem proveito para a humanidade. A Bioponia, envolve também o estudo de sistemas para se
produzirem alimentos mais nutritivos, sempre usando processos e produtos naturais. Assim sendo,
destas pesquisas, surgiram duas novas técnicas ou sistemas hidropônicos, denominados como
Aquaponia e Geo-Hidroponia.
Os estudos feitos dentro da Bioponia, conseqüência dos quais temoshoje a Aquaponia e a Geo-
Hidroponia, deram o grande passo para a prática da Hidroponia Orgânica. Mas afinal, o que é a
Hidroponia Orgânica?
Os sistemas hidropônicos orgânicos, mecanicamente, não apresentam nenhumas diferenças dos
convencionais inorgânicos, pois baseiam-se nos seis sistemas básicos conhecidos. A diferença está na
solução de nutrientes. Esta, em vez de preparada a partir de sais minerais industrializados, é preparada
a partir de dejetos animais e resíduos vegetais e animais bio-digeridos em dispositivos conhecidos
como Biofiltros e Biodigestores. Os Biofiltros, beneficiam, através de um processo biológico, águas
poluídas comexcrementos de peixes, transformando-as numa solução de nutrientes.
Dos biodigestores, obtém-se o Biofertilizante, e a partir deste, se prepara a solução de nutrientes. A
Hidroponia Orgânica, diferencia-se radicalmente da Agricultura Orgânica. Primeiro, porque é um
sistema hidropônico, e como tal, não utiliza o solo, e segundo, porque produz plantas altamente sãs, e
com elevado nível de assepsia. Uma das características mais importantes da hidroponia orgânica, é a
possibilidade que ela nos dá, de montar sistemas ecológicos fechados, onde tudo o que se utiliza é
reciclado, não agredindo de modo algum o meio ambiente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O SISTEMA AQUAPONICO OU AQUAPONIA
 
A Aquaponia, ou Sistema AQUAPONICO, é um sistema hidropônico onde se integra a criação de
peixes em cativeiro, com a hidroponia. Utilizando este sistema, obtemos não só os vegetais, como
também os peixes, sempre frescos e sãos. Seu funcionamento é muito simples, pois que, os nutrientes
necessários à alimentação das plantas, são fornecidos pelos peixes, e ao mesmo tempo, as plantas
purificam a água poluída por eles, e onde os mesmos deitam.
Este ambiente mutuamente benéfico, reproduz as condições que a Natureza proporciona, porém,
elas ficam sob o nosso controle total. O sistema aquaponico é o ideal para manter-se em nossas
próprias residências, até mesmo num apartamento, e ao mesmo tempo, permite a instalação de
grandes complexos comerciais, onde são possíveis duas fontes de renda simultâneas: - as plantas e os
peixes.
 
Existem dois sistemas AQUAPONICO distintos.
 
No primeiro, as fezes dos peixes são mantidas na água, que é circulada por um Biofiltro, que na
verdade é um tipo de Biodigestor, onde se processam duas biodecomposições.A primeira
biodecomposição dá-se no nível superior do biofiltro, em ambiente aeróbio, onde bactérias aeróbias
transformam o nitrogênio expelido pelos peixes através das guelras, na forma de amônia, em nitratos.
A segunda, dá-se na parte mais profunda do biofiltro, em ambiente anaeróbio, onde as fezes dos
peixes são transformadas em vários sais minerais. Os sais minerais das duas biodecomposições,
dissolvem-se e ionizam-se na água, e são absorvidos pelas plantas, restando então uma água livre de
sais e impurezas, que é retornada aos tanques de criação de peixes. No segundo sistema, as fezes
dos peixes são retiradas da água por filtragem mecânica, e a água carregada de amônia, deitado
através das guelras dos peixes, passa por um biofiltro.
Neste biofiltro, a amônia é transformado em nitratos pelas bactérias, e estes nitratos são absorvidos
pelas plantas, restando uma água pura, que é retornada aos tanques de criação de peixes. As fezes
dos peixes, retiradas dos filtros mecânicos, é utilizada de duas maneiras diferentes. A mais simples, é
sua compostagem por decomposição aeróbia, e posterior utilização do composto orgânico obtido, na
fertilização de solos na agricultura convencional.
A outra forma de utilização destas fezes, é o seu processamento em Biodigestores Anaeróbios, e
posterior utilização do Biofertilizante obtido, tanto no processo hidropônico, por reciclagem, como para
fertilização de solos como no processo anterior. Note-se, que não existem perdas no sistema, a não ser
a água consumida pelas plantas e pelos peixes, além daquela evaporada à superfície dos tanques de
criação e das bancadas de cultivo, bem como a perdida durante a transpiração das plantas.
Apesar de aparentemente simples, o sistema é bem mais complexo, pois estamos lidando com duas
biomassas totalmente antagônicas. A biomassa constituída pelos peixes, essencialmente aquática, e a
biomassa constituída pelas plantas, totalmente terrestre. Equilibrar estas duas biomassas, é uma tarefa
difícil, e exige conhecimentos e pesquisas.
Desta feita, é sempre aconselhável o apoio de uma boa assessoria técnica, para montar um sistema
aquapónico comercial. Além disso, é recomendável ler e estudar livros que possam proporcionar
conhecimentos básicos sobre hidroponia, pois que esta técnica é baseada em conhecimentos
científicos, extraídos e desenvolvidos a partir de práticas agrícolas milenares. A integração da
hidroponia orgânica pura com a Aquacultura ou Aquicultura, como é conhecida a criação de peixes em
cativeiro, constitui um mini-sistema ecológico fechado, altamente amigável ao meio ambiente, onde
temos a recuperação e reciclagem de todos os elementos que participam do processo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O SISTEMA GEO-HIDROPONICO OU GEO-HIDROPONIA
 
O Sistema Geo-Hidroponico, ou Geo-Hidroponia, foi recentemente desenvolvido no Brasil, e
apesar de continuar em estudos, já demonstrou sua eficiência e economia. Como na aquaponia, utiliza
os escrementos de animais terrestres, criados em cativeiro ou em confinamento. São utilizados desde
escrementos de gado bovino, até os de aves, como as galinhas poedeiras.
O importante, é que tais escrementos sejam de animais criados em confinamento total, para não
termos contaminações indesejáveis. Eis porque, os escrementos de galinhas poedeiras têm sido os
mais pesquisados, não só pela facilidade na sua coleta, mas também pelos benefícios paralelos que se
podem obter com seu aproveitamento. Por exemplo, não podemos desprezar o grave problema que os
escrementos representam nas granjas de galinhas poedeiras.
E a Geo-Hidroponia, apresenta a solução ideal para tal problema.
Quaisquer que sejam os escrementos utilizados, estes devem ser processados num Biodigestor
Anaeróbio, para que se consiga uma total biodigestão dos mesmos. Após este processamento o
produto final obtido é o Biofertilizante, uma solução altamente concentrada de sais minerais e organo-
minerais, de alto valor nutritivo para as plantas. O biofertilizante é então controlado, dosado, e diluido
em água, obtendo-se assim, uma solução nutritiva, que será utilizada em qualquer sistema hidropônico.
Aparentemente simples, o processo envolve uma série de controles, que deverão ser levados a cabo
com meticulosidade.
O ponto principal, é a construção e manejo correto de um Biodigestor,equipamento
lamentàvelmente bastante em desuso nos dias atuais. Como na Aquaponia, é um sistema muito
amigavel ao meio ambiente, pois não o agride, e pelo contrário, mantem-no limpo. Todas as etapas
deste sistema, são absolutamente naturais, e estão sob nosso controle total. Diferentemente do
sistema aquaponico, nossa solução de nutrientes não está sujeita ao controle do equilíbrio de duas
biomassas antagónicas, o que simplifica nossas tarefas. Mas, os controles necessários às soluções
inorgânicas, deverão ser aqui observados
 
 
 
 
 
 
O QUE É BIODIGESTÃO?
 
A palavra Biodigestão, é derivada da palavra grega Bios, que significa vida, e da palavra latina
Digestione, que significa Digestão ou Decomposição, ou ainda, transformação de matérias não
assimiláveis, por outras assimiláveis pelos seres vivos. Cientìficamente, Biodigestão, é um processo de
degradação, transformação ou decomposição de substâncias vegetais e ou animais (conhecidas por
Matéria Orgânica), levado a efeito por seres vivos, como o homem, ou mesmo por microorganismos ou
bactérias.
Vários produtos sintéticos produzidos pelo homem, também são passíveis de biodigestão, os
quais são conhecidos como Produtos Biodegradáveis. O meio ou aparelho através do qual se processa
a biodigestão, é denominado Biodigestor, econforme este, a biodigestão se processa de três maneiras
básicas diferentes. Na primeira, ela se processa através de um organismo animal, que digere os
alimentos, assimila uma parte dos mesmos, e escreta outra. É a Biodigestão Animal.
A excreção, de uma ou de outra forma, acaba indo para o solo, onde, através da ação de
bactérias, também é digerida até ao ponto de solubilização em água. Esta solução, conhecida por
Solução do Solo, é rica em sais minerais, os quais estão ionizados na água, e prontos para serem
absorvidos pelas plantas. Desta forma, se estabelece e completa-se um ciclo biológico, na sequência:
VEGETAL - ANIMAL - DEGRADAÇÃO - SOLO - DEGRADAÇÃO - VEGETAL
Neste caso, o biodigestor é um animal. Na segunda maneira ou processo de biodigestão, a
Matéria Orgânica e ou a Matéria Organizada, não passa pelo organismo de um animal, e é lançada
diretamente ao solo. Aqui, sofre a ação mecânica de ventos, chuvas e outras intempéries, e
eventualmente, a ação de pisoteio de vários animais. Sofre ainda a ação química do oxigênio do ar,
ajudada pela ação catalítica dos raios solares. Pela ação mecânica das intempéries e do pisoteio, a
matéria orgânica vai entrando em maior contacto com o solo, incorporando-se ao mesmo, onde sofre a
ação de macro e microorganismos animais e vegetais.
Lentamente, essa matéria orgânica vai sendo decomposta, até à forma de compostos solúveis em
água, os quais passam a compor a solução do solo, a qual é absorvida pelas plantas, completando-se
assim o ciclo biológico já mencionado.
 
Esta é a Biodigestão Natural, e o biodigestor é o solo.
A terceira maneira ou processo de biodigestão, é bastante semelhante à segunda, porém nesta,
consideramos o homem como elemento participante do processo. Nesta, dejetos animais, inclusive os
humanos, além de produtos sintéticos preparados pelo homem para seu uso, são deliberadamente
lançados ao solo ou nos cursos de água. No solo ou na água, tais dejetos sofrem a ação de macro e
microorganismos, são bio-degradados num ciclo bastante curto, e uma vez na forma de sais solúveis
em água, passam a integrar a solução do solo. E aqui, o biodigestor é o solo, um rio, um lago ou até
mesmo uma lagoa.
 
MATÉRIA ORGÂNICA E MATÉRIA ORGANIZADA
 
É de conhecimento geral, que substâncias vegetais e ou animais, mortas, e às vezes
parcialmente mortas e mesmo ainda vivas (como é o caso de muitas plantas), constituem o que
chamamos de Matéria Orgânica. Os elementos constituintes da matéria orgânica passível de
decomposição, normalmente não mais são dotados de vida ativa, e, quando esta ainda existe, já está
em fase final, como algumas plantas, que apesar de cortadas, ainda mantém vida residual, e mesmo os
ossos dos animais, que mantém vida parcial durante longos períodos.
Adotamos o neologismo Matéria Organizada, para definir a matéria orgânica, a matéria organo-
mineral e a matéria mineral, ordenadas de forma adequada a poder assumir vida própria. Desta forma,
teremos a Matéria Organizada imediatamente antes de um conjunto ordenado de compostos químicos
assumirem vida própria, e portanto passarem a constituir um "ser vivo", e imediatamente após deixarem
de ter vida própria. Após a extinção da vida, a matéria organizada mantém-se durante pequenos
períodos de tempo, após os quais, passa a ser simplesmente matéria orgânica, passível de
biodecomposição.
Note-se que, embora denominemos este complexo de compostos como matéria orgânica, isto não
significa que seja constituído apenas de compostos orgânicos. Na sua constituição entram também
compostos inorgânicos, elementos químicos unitários, como o oxigênio e o hidrogénio, e compostos
organo-inorgânicos ou organo minerais, como o citrato de sódio, sal organo-mineral derivado do Ácido
Cítrico, que é um ácido orgânico, com o Sódio, que é um elemento inorgânico ou mineral.
 
 
O BIOFERTILIZANTE
 
Durante a crise do petróleo nos anos 70, o Biodigestor foi apresentado como alternativa para
obtenção de energia térmica, pela produção do Biogás. Na verdade, o gás combustível obtido do
mesmo, é em quantidades muito pequenas, e difìcilmente justifica a construção de um biodigestor,
exclusivamente para sua produção e utilização como fonte de energia térmica, ou mesmo como fonte
de produção de gás carbônico ou de ácido sulfídrico. O verdadeiro valor de um biodigestor, está no
adubo produzido pelo mesmo, o qual é conhecido como Biofertilizante, e no saneamento que ele
proporciona.
Após as diversas fases da Biodigestão, o produto resultante é um líquido escuro, em virtude da
presença do Húmus, a que denominamos Biofertilizante Puro, o qual pode ser usado em qualquer solo,
como adubo de origem orgânica de alta qualidade, ou como corretivo de acidez, de vida bacteriana e
de textura. O Biofertilizante puro, apresenta uma concentração de nutrientes relativamente alta, e
apesar disso, pode ser utilizado diretamente no solo. É um grande auxiliar quando utilizado como
aditivo na preparação de Soluções Nutritivas na prática da Hidroponia Organo-Inorgânica, promovendo
enorme aumento na produtividade dos cultivos hidropônicos. Uma vez diluido, constitui um grande
adubo foliar, e nesta forma, é geralmente conhecido como Biofertilizante Diluido.
O biofertilizante diluido, apresenta também excelentes condições para utilização como Solução
Nutritiva, na prática da Hidroponia Orgânica. As vantagens na utilização do biofertilizante são enormes,
não só pelo seu custo muito baixo, mas também pelos resultados na produtividade agrícola. No
entanto, pode eventualmente não ser o adubo mais adequado para todas as culturas. Além disso, sua
composição pode variar muito, dependendo das variações da matéria orgânica utilizada para alimentar
o Biodigestor que o produz. Desta forma, para se obter uma linearidade na composição do
biofertilizante, é aconselhável que também se mantenha uma linearidade no tipo, qualidade e
composição da Matéria Orgânica básica utilizada na sua preparação.
A utilização correta de um biofertilizante, é a chave principal para atingirmos os melhores índices
de produtividade agrícola, e para tanto, existem algumas regras que devem ser observadas, e que
poderíamos enumerar como segue:
1 - Proceder periòdicamente a análises fisico-químicas do biofertilizante, para determinar quais os
teôres dos elementos químicos componentes do mesmo, e sua solubilidade total ou parcial na água.
Não havendo grandes modificações ou variações na composição da matéria orgânica básica, uma
análise mensal é suficiente.
2 - Conduzir uma análise fisico-química do solo onde se pretende cultivar determinado vegetal,
para determinar o teor e os componentes químicos dêsse solo, e seu grau de solubilidade.
3 - Saber por literatura especializada ou por análise, quais os teôres e os componentes do vegetal a
ser cultivado.
Com os dados enumerados nos itens acima, faz-se então a correção da composição química do
biofertilizante, por adição de nutrientes solúveis, operação esta denominada como Mineralização do
Biofertilizante.
O processo de mineralização, poderá não ser uma operação fácil para muitos agricultores, e é
aconselhável àqueles que sentirem dificuldades para tanto, servirem-se de uma acessoria adequada.
Os procedimentos aqui descritos, também devem ser observados quando da utilização do
biofertilizante como Solução Nutritiva na Hidroponia.
 
O BIOGÁS
 
Considerado como sub-produto da Biodigestão, e consequentemente do Biodigestor, pois atinge
somente de 2,0 a 4,0 % do peso da Matéria Orgânica inicial utilizada no processo, o Biogás é uma
mistura de gases, e sua composição média é:
Metano (CH4) - 60,0%
Gás Carbónico (CO2) - 38,0%
Gás (Ácido) Sulfídrico (SH2) e outros gases - 1,5%
Consequência do alto teor de metano, é um gás ótimo para geração de energia térmica, e mesmo
como combustível para motores de explosão. Para aumentar o rendimento térmico do biogás, e
eliminar sua característica corrosiva, devido à presença do ácido sulfídrico, é aconselhável tratá-lo.
Assim sendo, o gás sulfídrico deverá ser eliminado por lavagemem lixívia de Hidróxido de Potássio, e o
sal resultante, adicionado ao Biofertilizante para enriquecê-lo com Enxôfre e Potássio.
O gás carbônico pode ser eliminado por lavagem do biogás com água sob média pressão, e
posteriormente utilizado para enchimento de extintores de incêndio. Também podemos eliminar o gás
carbônico, por lavagem do biogás com hidróxido de cálcio, e o sal resultante (carbonato de cálcio ou
calcário), utilizado para correção do pH de solos ácidos. O gás final, será metano puro, um ótimo
combustível, que tanto poderá ser utilizado a baixas pressões, em fogões e estufas, como armazenado
sob altas pressões em cilindros apropriados, que apresentem resistência à pressão similar àquela dos
utilizados para engarrafamento de hidrogénio ou de oxigênio.
 
 
EU SOU O HUMUS
 
Para aqueles que já me conhecem e convivem comigo, saibam que me sinto o mais gratificado
personagem do Universo, e que continuarei, como sempre, humildemente, a propiciar-lhes mais
colheitas do que qualquer outro possa ter, ao mais baixo custo que alguém, por mais que faça, possa
imaginar. Para aqueles que já me conhecem, e ainda não convivem comigo, só lhes peço mais uma
vez, que me deem uma chance para ajudá-los.
Será que algum agricultor se arrependeria de colher o dôbro, pela metade do custo? 
Para aqueles que não me conhecem, permitam-me que me apresente:
Meu nome é HUMUS, seu fiel servidor, personalizado pelo autor destas páginas no boneco que
nelas tem aparecido frequentemente, meu Pai, é o Grande Arquiteto do Universo. Minha Mãe, bem, é a
Matéria Orgânica. Minha residência, quando não me mandam embora ou me destroem, é o solo.
Qualquer solo. Até o de sua propriedade agrícola. Eu começo a existir, quando a matéria
orgânica, minha mãe, entra em decomposição, pela ação de fenómenos bioquímicos, provocados por
microorganismos, e por fenómenos puramente químicos.
Fundamentalmente, a matéria orgânica é uma mistura muito variada de resíduos vegetais e ou
animais, que todos os agricultores, mesmo involuntáriamente, incorporam ao solo, ou deixam
abandonada sobre ele. Por sua origem, vegetal ou animal, essa massa traz incorporada uma variedade
imensa de microorganismos, que para sobreviverem, decompõem-na, retirando da mesma, energia e
elementos que lhe são necessários tanto à sua formação e sobrevivência, quanto à sua multiplicação.
Por isto, o solo aparece-nos assim como uma massa em contínua evolução. Tem vida.
 
E é precisamente a matéria orgânica e a sua constante decomposição, que imprimem ao solo,
características químicas e biológicas de extrema importância para a vida das plantas. A matéria
orgânica pode então considerar-se constituída por duas frações. A primeira, constituída pelos resíduos
vegetais e ou animais em constante decomposição, que se tem denominado como Matéria Não
Húmica, ou Substância Não Húmica, a qual produz por mineralização, carbohidratos, e libera
elementos fertilizantes.
Por esse motivo, também é designada por Húmus Nutritivo. As substâncias não húmicas, têm um
papel muito importante na dinâmica do solo, porque servem de alimentação aos microorganismos
vegetais, a animais microscópicos, e até a algumas espécies um pouco mais evoluidas, como os
anelídeos (minhocas). A segunda parte da matéria orgânica, de cor escura, resiste fortemente à
decomposição biológica, e tem sido denominada como Húmus Estável, ou Húmus Permanente, ou
ainda como Húmus Ativo.
Esse, sou EU. Sim, aqui estou. Uma substância negra, formada no solo pela decomposição de
substâncias orgânicas, sob a ação combinada do ar, do espectro solar, da humidade, e de
microorganismos. Sou Matéria Viva, e não gosto de viver sòzinho. Estou sempre acompanhado de
microorganismos, como bactérias, de anelídeos, de algas, de fungos, e de outros. Cá para nós, tenho
de confessar: - sem eles, eu não poderia existir.
O autor destas linhas, resolveu personificar-me naquele bonequinho que se encontra várias vezes
nesta página. Acho que não fiquei muito feio. Quìmicamente, sou composto, na maior parte, de ácidos
húmicos, ou ácido húmico (para facilitar), e humus insolúvel, além de outras substâncias mais ou
menos complexas, como aminoácidos, ácidos nucleicos, fosfolipídeos, fitina (fosfato de tiamina),
vitaminas, hormonios, enzimas, antibióticos, complexos organometálicos, e muitas outras substâncias.
Se alguém me tratar com amoníaco, a frio, verá que me transformo num líquido negro, e num depósito
ou precipitado insolúvel.
Êsse líquido negro, á uma substância coloidal, que foi denominada como Humato de Amonea,
formada pela combinação de meu ácido húmico com o amoníaco. A parte insolúvel, é o Húmus
Insolúvel. O meu ácido húmico, tem a propriedade de se comportar como um colóide, da mesma
maneira como a argila. Só que é ainda mais estavel do que o da argila. Assim, provoca os
mesmos fenómenos de absorção, porém, de maneira muito mais intensa.
Como lhes disse, não gosto de viver sòzinho. Também me associo aos colóides minerais do solo,
e desta forma, passo a ter um papel determinante no equilíbrio de retenção e liberação dos elementos
fertilizantes, e na própria retenção da água. Se alguém me comparar aos colóides minerais, garanto
que não poderá distinguir qual de nós é o mais favorável ao solo. Juntos, nós nos completamos, e
nossa presença é fundamental para a manutenção da produtividade agrícola. Nos solos pesados e
compactos, eu produzo um efeito mecânico de destorroamento, aumento os espaços lacunares,
estabilizo os agregados, aumentando a capacidade de retenção de água no solo, e evitando a
formação de crostas superficiais.
Assim sendo, eu melhoro a drenagem hídrica e o arejamento, diminuindo assim a erosão
provocada pela água. Ainda por estas propriedades, facilito a atividade dos microorganismos, e crio
condições para a completa difusão pelo solo das raízes e pêlos radiculares das plantas. Pela minha
presença, a densidade aparente do solo diminui. Nos solos leves, meus compostos coloidais exercem
um efeito opôsto, aglutinando-os, granulando-os, e dando-lhes assim mais corpo. Os espaços
lacunares, e consequentemente, a permeabilidade do solo, reduzem- se, mas por outro lado, aumento-
lhe a retenção da água.
Eu também absorvo água, à razão de 5 a 6 vezes meu peso. Quando eu absorvo água, aumento
de volume, e, quando a perco, diminuo de volume. Com isto, eu mexo na estrutura do solo, através da
movimentação mecânica que provoco. Consequência do meu efeito de granulação sobre os solos
leves, também evito, em parte, a erosão causada pelos ventos (erosão eólica).
Como eu reduzo a plasticidade e a coesão das partículas do solo, eu o torno mais fàcilmente
trabalhável. Devido à minha cor preta, escureço a cor do solo, e assim este absorve, como é óbvio,
maior quantidade de energia radiante. Desta forma, o solo aquece-se mais ràpidamente, e resfria-se
mais lentamente, diminuindo o tempo de germinação das sementes, e linearizando um pouco mais as
oscilações térmicas a que está submetido. Tenho uma enorme Capacidade de Troca de Cátions (CTC),
e por mim, a CTC também aumenta. Como já lhes disse, tenho um comportamento coloidal, e como tal,
sou especialmente recomendado para solos arenosos, pois vou aumentar-lhes o teor em elementos
coloidais.
Como colóide, tenho propriedades aderentes, e provoco a coagulação das partículas arenosas,
possibilitando assim a formação de agregados, especialmente quando há cátions bivalentes, como o
Cálcio e o Magnésio. Eu, como colóide, sou eletronegativo, e assim sendo, absorvo e retenho os
elementos nutritivos sob a forma de cátions, como o Cálcio, o Magnésio, o Potássio, o Amonio, e
impeço o seu arrastamento, por minha ação eletromecânica. No entanto, deixo esses elementos
suficientemente livres, para poderem fàcilmente ser absorvidos pelas plantas.
De fato, as substâncias das quais sou composto, constituem uma reserva de elementos nutritivos
muito útil, pois está à disposição das plantas de forma lenta e progressiva. Porisso, minha incorporação
ao solo permiteeconomizar elementos nutritivos minerais. Como eu aumento a Capacidade de Troca
de Cátions (CTC), e em virtude da minha constituição parcial de ácidos orgânicos, os ácidos húmicos,
quando estes se associam ao Fósforo e ao Cálcio, atuam no solo como tamponizantes da acidez, e
como fontes de fosfato assimilável pelas plantas.
Isto acontece, provàvelmente numa reação anfótera, semelhante ao que ocorre com o leite.
Quanto mais Húmus, maior a resistência do solo às mudanças do pH. Assim, quando o solo onde eu
for colocado estiver ácido ou alcalino, não exagere na preocupação em corrigir o pH. Deixe primeiro eu
trabalhar. Se eu não conseguir fazer tudo, pedirei ajuda.
Acham que eu iria deixar alguém gastar desnecessàriamente doses elevadas de calcário ou
enxôfre?
Ainda como consequência de meus ácidos húmicos, eu solubilizo substâncias minerais do solo,
colocando-as à disposição das plantas. Exemplo típico, é o que eu faço com o Potássio fixado ao solo.
Como já lhes disse, e volto a repetir, não gosto de viver sòzinho, e se há alguém que procuro manter
perto de mim, é aquela parcela de minha mãe, a que chamei de Matéria Não Húmica, ou Substância
Não Húmica, ou ainda Húmus Nutritivo.
O húmus nutritivo é muito importante, porque é o manancial de alimentos dos microorganismos. E
não é só isso. Ele também contribui para a formação de produtos úteis ao metabolismo desses
organismos. Uma parte do húmus nutritivo, é consumida pela respiração dos microorganismos, pela
qual se forma gás carbônico. Parte deste, difunde-se na atmosfera, e é assimilado pelas plantas verdes
por ação clorofiliana. Outra parte, solubiliza-se na solução do solo, e forma ácido carbônico, o qual
provoca a solubilização dos elementos nutritivos em forma não assimilável, e contribui para a formação
de uma estrutura granulada estável, por dissolução dos compostos cálcicos.
Durante a transformação biológica das substâncias orgânicas, as mais fàcilmente atacáveis,
decompõem-se, ao passo que as mais resistentes se acumulam. O desaparecimento das primeiras,
facilita a transformação das segundas. Estas, logo que as condições forem favoráveis, transformam-se
por auto-oxidação, condensação, e polimerização, em compostos húmicos, de cor escura e de peso
molecular mais elevado. Devido à respiração dos microorganismos, estes consomem grandes volumes
de oxigênio, que é retirado do ar acumulado nas lacunas do solo, criando assim uma diminuição do teor
de oxigênio desse ar.
 
Ocorre então, que elementos como o Ferro e o Manganês, que em solos arejados estão em
formas oxidadas, Fe+++ e Mn+++, não aproveitáveis pelas plantas, se reduzem para Fe++ e Mn++,
que são formas bem absorvíveis.
Eu ainda vou mais longe.
Durante minha formação, formam-se complexos orgânicos com o Ferro, Manganês, Boro, Zinco, e
outros, a que chamamos de micro elementos, complexos esses que não permitem que tais elementos
se precipitem, colocando-os sempre disponíveis às plantas. Eu sei fazer isso há muito tempo, e sempre
coloquei essa capacidade à disposição de quem a quisesse.Porém, só há relativamente pouco tempo,
os cientistas desenvolveram os complexos organometálicos sintéticos, como os quelados.
Resumindo, posso apontar-lhes minhas principais funções no solo:
1 - Melhoro as propriedades físicas, favorecendo o estabelecimento e a manutenção
de uma estrutura propícia ao desenvolvimento das plantas.
2 - Sou um manancial de elementos nutritivos.
3 - Sou uma fonte de Carbono, e promovo a formação de gás carbônico, que, dissolvendo-
se na água do solo, aumenta o seu poder de solubilização.
4 - Mantenho o Fósforo em estado assimilável pelas plantas, mesmo em presença de calcário e
Ferro livres, devido à formação de complexos fosfo-húmicos.
5 - Sou uma fonte muito importante de Nitrogênio 6 -
Reduzo a fixação do potássio.
7 - Forneço ao solo quantidades prodigiosas de microorganismos, e favoreço o seu
desenvolvimento.
8 - Formo com a argila, em presença do calcário, o Complexo de Absorção dos Solos, e
contribuo também para a retenção de matérias nutritivas.
9 - Aumento a capacidade de produção agrícola, sendo justamente considerado como base da
fertilidade dos solos.
Infelizmente, eu desapareço aos poucos dos solos cultivados. Por quê? Há muitas razões,
algumas das quais poderão conhecer a seguir.
As matérias orgânicas, quais sejam, as restevas e todo e qualquer resíduo que fica no solo após
as colheitas, são em quantidade muito pequena para que eu me refaça. Sou mais consumido do que
reposto. repostoração mal equilibrada do solo, ou não permite a minha formação, ou não permite a
minha fixação. A aração do solo é uma das operações que mais contribuem para a minha destruição.
Quanto a queimarem por cima de mim, resíduos da limpeza dos solos, nem quero falar. 
Que crime comete comigo. A temperatura e a humidade do solo, normalmente com estrutura física mal
condicionada, ou inibem minha formação, ou me destroem. Solo de onde me mandaram embora se
torne infértil, e dificultam meu retorno. A topografia do solo, às vezes, também dificulta minha formação.
E também, como todos os seres viventes, a idade do solo nem sempre me facilita a vida. Num
solo jovem, eu sempre estou lá, mas não mais do que 5 anos, se esse solo for usado e não cuidarem
um pouquinho de mim. Após utilizarem o solo para agricultura, esquece-se de mim, desgastam-me, não
repõem matéria orgânica para que eu me refaça, e no final, na realidade, estão me mandando embora.
Mas eu não sou humano. Não tenho sentimentos. Simplesmente existo.
Não me entristeço, não choro, não fico alegre, e, o que é mais importante, não morro. 
Simplesmente vou para os lugares onde me queiram. Quem me criou, também providenciou, em algum
lugar, sempre, uma fração de solo para eu me acomodar.
Por favor, não queiram destruir isso também.
Mas eu não sou tão bonzinho assim, como alguém possa pensar. Se me mandarem embora, e
me quiserem de volta, devo dizer-lhes que eu demoro para me formar. Afinal de contas, qualquer ser
vivo precisa de algum tempo para se tornar adulto, e exercer plenamente as atividades de sua espécie.
E, afinal de contas, de uma forma ou de outra, eu sou Matéria Viva.
Seguindo os processos naturais, aquele que me quiser de volta, e começar agora a incorporar
matéria orgânica ao seu solo, mesmo que use somente os conhecidos "compostos orgânicos", ou os
"estercos curtidos", só daqui a uns 5 anos teria de 6,0 a 7,0% dessa matéria orgânica transformada na
minha pessoa.
Demorado, não acham?
Ora, isso não é motivo para entristecer ninguém, ou mesmo fazer com que desistam da idéia de
me ter. Aliás, a melhor idéia que já puderam ter. Alguns grupos de estudiosos e pesquisadores,
integrando Agrônomos, Engenheiros, Biólogos, Biomédicos e Bioquímicos, inconformados com o meu
desaparecimento paulatino, e por me terem como um amigo, decidiram ajudá-los.
Meteram mãos à obra.
Pesquisaram a Natureza, colheram dados, informações, pernoitaram em seus laboratórios, e
finalmente, triunfaram. Descobriram processos simples, baratos e eficientes para, estimulando os
processos da natureza, fazerem eu me desenvolver, e aparecer ràpidamente. De acordo com os
processos descobertos, em apenas 30 dias, qualquer Matéria Orgânica terá 40,0% de seu total
transformado em Húmus Ativo, e no máximo em 90 dias, 70,0% de seu total, serei EU. Isso é muito
mais do que 5,0% de Húmus que a natureza vos dá em 5 anos. Ainda existe quem gosta de mim.
Bem, amigos, este sou EU, o Húmus.
Espero que agora me conheçam bem, e possam dar-me algum valor. Neste texto, procurei
mostrar-me o melhor possível, através de algumas de minhas facetas principais, e espero que tenham
gostado de mim. E, se dentre vocês que agora passaram a conhecer-me um pouco melhor, tiver
alguém que me queira no solo de sua propriedade, de forma rápida, procure aquele grupo de cientistas
de que lhes falei.
Em algum lugar vocês os encontrarão. Quanto a mim, bem, estou prontinho a ir com quem me
querer. Que a ForçaMaior do Universo esteja sempre com todos vocês.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A HIDROPONIA HOJE
 
A Hidroponia é uma técnica bastante jovem, pois está sendo utilizada da comercialmente há
pouco mais de 60 anos. Muitos autores e pesquisadores consideram-na já como sendo uma Ciência.
Todavia, mesmo neste curto período de tempo, foi adaptada às mais diversas situações, desde
culturas ao ar livre, em estufas, até em culturas especializadas em submarinos atômicos, nas naves
espaciais, e nas futuras estações no espaço sideral. É uma ciência da era espacial, e no entanto, pode
ser usada em paises subdesenvolvidos do todo o mundo, para produzir grandes quantidades de
alimentos em áreas muito reduzidas.
Suas únicas restrições, são água limpa e nutrientes. Onde não houver água potável, pode usar-se
água salobra ou água do mar desalinizada. Onde não houver nutrientes industrializados,
podem usar-se os extraídos de dejetos tratados em biodigestores. Assim sendo, apresenta enorme
potencial de aplicação no provimento de alimentos em áreas de terras não agricultáveis, como os
desertos, seja os naturais, seja os provocados pelo ser humano. Os complexos hidropônicos podem ser
localizados ao longo das costas marinhas, em coberturas de edifícios em grandes centros urbanos, nos
quintais de residências, e nos apartamentos em edifícios.
Pela hidroponia, podemos produzir não só folhagens e frutos utilizados em saladas como
complemento alimentar de alto valor nutritivo, como também erva para alimentar gado de corte e leiteiro
Numa área de 20 m², podem produzir-se hidropònicamente, 450 kg diários de erva fresca, que não só
pode alimentar gado doméstico, como animais em jardins zoológicos. A erva hidropônica aumenta em
cerca de 30% a produção de leite dos animais em lactação, e a relação de conversão em animais de
corte, aumenta cerca de 20%. Com alimentação constituída de erva hidropônica, a potência dos
machos e a concepção da fêmeas aumentam consideràvelmente.
Usando-se erva hidropônica nas granjas de galinhas poedeiras, a postura aumenta cerca de 40%,
ao mesmo tempo que desaparece o canibalismo nas granjas produtoras de frangos de corte. Pela
hidroponia, produzem-se ervas aromáticas e medicinais, que em nada diferem em qualidade das
produzidas convencionalmente em solos comuns. As ervas medicinais podem ser produzidas em
ambientes totalmente assépticos, e conforme a parte da planta utilizada, podemos dirigir o maior
desenvolvimento da mesma para folhas ou raízes.
Também se produzem normalmente plantas aproveitadas pelas folhas, pelos frutos, pelas
sementes, pelas raízes ou pelos tubérculos. Podemos ainda controlar a qualidade das plantas, no que
diz respeito ao teor de açúcar, de vitaminas e de compostos essenciais. Pela hidroponia, podemos
enriquecer as plantas, de tal forma que apresentem maior poder alimentício não só para o ser humano
mas também para outros animais que delas se alimentem. Plantas produzidas hidropònicamente,
podem ser dotadas de micro-elementos necessário ser humano, e não necessários a elas mesmas. E
tudo isto de forma natural, pelo simples gerenciamento da nutrição das mesmas.
A hidroponia não só possibilita a produção de alimentos, como proporciona um sistema simples e
eficiente na purificação do ar ambiente poluído, sistema esse desenvolvido e testado pela N.A.S.A., e
que será usado na primeira estação espacial. Com tudo isto, a hidroponia ainda enfrenta problemas
que freiam seu desenvolvimento como um todo. Um deles é a atitude negativa que muitos mestres e
pessoas de elevadas posições nas universidades e escolas agrícolas tomam frente a esta técnica.
Tais atitudes vão desde o total desinteresse até à hostilidade abertamente declarada. E
são, na maioria, resultado de sua relutância em aceitar, ou pelo menos estudar sistemas que podem
conflitar com suas tradições. Enfim, como é típico do ser humano, procura destruir-se o que não se
conhece. Mas felizmente, espalhados pelo mundo, existem pessoas de mente aberta e suficientemente
generosas, sempre prontas a auxiliar os produtores a instalar seus complexos hidropônicos.
Para a Hidroponia, o futuro é muito promissor.
No entanto, é necessário frisar que a Hidroponia não é "A SOLUÇÃO", mas é "UMA SOLUÇÃO"
dentre muitas, que pode auxiliar a diminuir a fome que domina tantas partes de nosso planeta. Sua
aplicação poderá ser vista tanto pelo lado simplesmente comercial, como pelo lado de absoluta
necessidade, frente à impossibilidade na aplicação de outros métodos agrícolas mais tradicionais. Seja
num caso, seja no outro, sua aplicação jamais deverá ser levada a efeito sem o conhecimento de seus
princípios fundamentais, seguidos de um estudo e planejamento adequados.
 
 
 
 
ANÁLISE E IMPLEMENTAÇÃO
 
A implantação de um sistema hidropônico deve sempre ser precedido por algumas análises para
que esta decisão financeira venha de fato preencher suas aspirações e necessidades.
Basicamente deve-se considerar principalmente dois aspectos: o comercial e o técnico. O
primeiro varia muito de região a região com todas as suas características culturais, sociais e climáticas.
O segundo praticamente em função da característica climática.
Destacamos alguns pontos para orientar estas análises:
Análise de mercado, para determinar o mercado consumidor e a demanda,
determinando-se locais de entrega, preços, prazos, etc. Esta análise é fundamental pois
através dela é que se vai dimensionar a produção e calcular todo o investimento, o
retorno e o lucro. Por outro lado pode-se ter uma idéia melhor do produto que este
mercado potencialmente consumiria.
Local de implantação em função do mercado consumidor. Quanto mais perto, menor o
custo de frete.
Desenvolver sua habilidade de marketing para fazer ver ao cliente que se trata de
produto diferenciado, com inúmeras vantagens (como citado anteriormente) e em
sintonia com a atual demanda de mercado por qualidade e garantia.
Ter em mente que uma aparente economia inicial irá se refletir em custo de mão-de-obra
e produtividade ao longo do tempo, portanto a modernização de equipamentos é
fundamental.
Eventuais problemas de energia devem ser previstos para determinar quais as melhores
alternativas a serem adotadas em função do custo-benefício.
Tamanho da instalação; embora seja o mercado consumidor que vai ditar os números de
produção, é interessante iniciar-se com um projeto piloto, enquanto se adquire
experiência, prevendo-se as futuras ampliações.
Disponibilidade de mão-de-obra constante, como qualquer outra atividade agrícola.
Prever capitalização para num futuro próximo iniciar o pré- rocessamento.
 
Deve-se ter em conta que é essencial manter-se constantemente atualizado, pois esta técnica é
recente e alvo de muita pesquisa e novidades aparecem freqüentemente tanto na parte técnica como
de produtos especializados. Para isto o ideal é procurar informar-se constantemente, fazer todos os
cursos disponíveis, revistas estrangeiras, seminários, internet, fóruns, grupos de discussão, visitas às
universidades, congressos, etc. No site da Hidrogood sempre estarão disponíveis e atualizadas as
últimas novidades.
Finalmente podemos resumir que a qualidade e produtividade em hidroponia estarão na razão
direta de uma série de cuidados que somados contribuirão para o produto final.
Assim deve-se levar em conta uma grande gama de detalhes:
 
Monitoramento da solução, temperatura, pH, condutividade, nível do reservatório.
- Alguns diariamente, outros mais espaçadamente.
Limpeza e higiene do equipamento e ambiente.
- Trabalho diário de verificação e higienização a cada colheita recomendável.
 
Atenção à possíveis infestações. A rapidez no tratamento é fundamental.
- Quanto mais cedo se detecta e se trata,menos tempo perdido.
 
Observar possíveis vazamentos ou entupimentos.
- A rapidez aqui é crítica pois pode significar perda de produção e de dinheiro.
 
Treinamento da mão-de-obra. Implantar nos funcionários o conceito de qualidade.
- Um bom funcionário levará

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