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Falácias: Erros na Argumentação

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Falácia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.
Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.
É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida toda a sua argumentação. Ninguém pode dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele cometeu uma falácia, então todo o seu pensamento deve estar errado". A falácia invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o que significa que só esse argumento específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros argumentos que tenham sucesso. Por exemplo, se alguém diz:
"O fogo é quente e sei disso por dois motivos: 1. ele é vermelho; e 2. medi sua temperatura com um termômetro".
Nesse exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente por meio da premissa 2. A premissa 1 deve ser descartada como falaciosa, mas a argumentação não está de todo destruída.
O básico de um argumento é que a conclusão deve decorrer das premissas. Se uma conclusão não é consequência natural das premissas, o argumento é inválido.
	Índice
  [esconder] 
· 1 Tipologia das falácias
· 2 Lista de falácias por categoria
· 3 Referências
· 4 Ver também
· 5 Ligações externas
Tipologia das falácias[editar]
· Acidente:
Trata-se de querer aplicar uma regra geral a todos os casos, ignorando as exceções.
Ex.: Devemos usar um protetor solar por causa da radiação UV, então devemos usá-lo hoje à noite, na praia.
· Inversão do acidente:
Trata-se de querer usar uma exceção como se fosse uma regra geral.
Ex.: Se deixarmos os doentes terminais usarem maconha, deveremos deixar todos usá-la.
· Dicto simpliciter (regra geral):
Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.
Ex.: Se você matou alguém, deve ir para a cadeia.
Não se aplica a certos casos como guerras.
· Generalização apressada (falsa indução):
É o oposto do dicto simpliciter. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.
Ex.: Minha namorada me traiu. Logo, as mulheres tendem à traição.
· Afirmação do consequente:
Essa falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do modus ponens (afirmação do antecedente) nem do modus tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é:
Se A, então B.
B 
Então A.
Ex.: Se há carros, então há poluição. Há poluição. Logo, há carros.
Afirma-se o consequente e depois se afirma o antecedente da condicional. O antecedente é o que vem depois de "se" (A) e o consequente é o que vem depois de "então" (B).
· Negação do antecedente:
Essa falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem do modus ponens (afirmação do antecedente) nem do modus tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é:
Se A, então B.
Não A 
Então não B.
Ex.: Se há carros, então há poluição. Não há carros. Logo, não há poluição.
Nega-se o antecedente e depois se nega o consequente.
OBS: os modos certos de argumentar são o contrário, afirmar o antecedente e depois afirmar o consequente ou negar o consequente e depois negar o antecedente.
· Anfibologia ou ambiguidade:
Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração sintática.
Ex.:
1. Venceu o Brasil a Argentina.
2. Ele levou o pai ao médico em seu carro.
Quem venceu? Que carro?
· Apelo à autoridade anônima:
Trata-se de fazer afirmações recorrendo a supostas autoridades, mas sem citar as fontes.
Ex.: Os peritos dizem que a melhor maneira de prevenir uma guerra nuclear é estar preparado para ela.
Que peritos?
· Apelo à emoção:
Recorrer à emoção para validar o argumento.
Ex.: Apelo ao júri para que contemple a condição do réu, um homem sofrido que agora passa pelo transtorno de ser julgado em umtribunal.
O advogado quer que o júri absolva o réu por compaixão.
· Apelo à novidade:
Argumentar que o novo é sempre melhor, sem uma justificativa.
Ex.: Na filosofia, Sócrates já está ultrapassado. É melhor Sartre, pois é mais recente.
· Apelo à antiguidade ou tradição:
Afirmar que algo é verdadeiro ou bom somente porque é antigo ou "sempre foi assim".
Ex.: Devemos seguir a Bíblia porque é um livro que atravessou os séculos intacto.
· Apelo à vaidade:
Provocar a vaidade do oponente para vencê-lo.
Ex.: Não acredito que uma pessoa culta como você acredita nesta teoria.
O oponente, por ser muito culto, pode se sentir envergonhado de defender esta teoria "absurda".
· Apelo ao preconceito:
Associar valores morais a uma pessoa ou coisa para convencer o adversário.
Ex.: Uma pessoa religiosa como você não é capaz de argumentar racionalmente comigo.
A pessoa é estigmatizada por ser religiosa, considerada inferior ao oponente.
· Apelo ao ridículo:
Ridicularizar um argumento como forma de derrubá-lo.
Ex.: Se a teoria da evolução fosse verdadeira, significaria que o seu tataravô seria um gorila.
Espera-se que o oponente desista da sua convicção porque ela parece ridícula.
· Apelo à força:
Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
Ex.: Acredite no que eu digo, não se esqueça de quem é que paga o seu salário.
O oponente pode perder a coragem de enfrentar seu chefe porque pode perder o emprego.
· Apelo à consequência:
Considerar uma premissa verdadeira ou falsa conforme sua consequência desejada.
Ex.:
1. Você deve ser bom com os outros ou irá para o Inferno.
2. Você nada tem a perder sendo religioso porque, se Deus existe, você será recompensado.
A premissa é tida como válida somente porque a conclusão nos agrada ou assusta.
· Apelo à riqueza:
Essa falácia consiste em pregar que a riqueza ou o sucesso material tornam as pessoas corretas.
Ex.: O barão é um homem bem sucedido na vida. Se ele diz que isto é bom, há de ser.
· Apelo à pobreza:
Oposto ao ad crumenam. Essa é a falácia de assumir que, apenas porque alguém é mais pobre, então é mais virtuoso e verdadeiro.
Ex.: Joãozinho é pobre e deve ter sofrido muito na vida. Se ele diz que isso é uma cilada, eu acredito.
· Apelo ao lucro:
Considerar uma premissa verdadeira ou falsa conforme sua consequência financeira.
Ex.:
1. Se o aquecimento global for verdade, então muitos cientistas vão ganhar dinheiro para pesquisas e muitas empresas vão lucrar milhões para produzirem energia de fontes que não emitem dióxido de carbono. Portanto, o aquecimento global não éverdade.
2. Se o aquecimento global for verdade, então países pobres ou em desenvolvimento vão ter prejuízo por não explorarem suas jazidas de petróleo e carvão. Portanto, o aquecimento global não é verdade.
A premissa é válida ou inválida porque a conclusão vai trazer lucro ou vai trazer prejuízo financeiro. É uma insinuação maliciosa de que as teorias são feitas para causar lucros ou prejuízos às pessoas.
· Ataque ao argumentador:
Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.1 2
Ex.: Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo.
O argumento está errado porque foi dito por um "canalha".
· Apelo à ignorância:
Tentar provar algo a partir da ignorância quanto à sua validade.
Ex.: Ninguém conseguiu provar que Deus existe, logo ele não existe.
Ou o contrário.
Ex.: Ninguém conseguiu provar que Deus não existe, logo ele existe.
· Argumentum ad lapidem:
Desqualificar uma afirmação como absurda, mas sem provas.
Ex.: João, ministro da educação, é acusado de corrupção e defende-se dizendo: 'Esta acusação é um disparate'.
Baseado em quê? Onde estão as evidências em contrário?
· Apelo ao medo:
Apelar ao medo para validar o argumento.Ex.: Vote no candidato tal, pois o candidato adversário vai trazer a ditadura de volta.
É uma variação do apelo à consequência.
· Apelo à misericória:
Consiste no recurso à piedade ou a sentimentos relacionados, tais como solidariedade e compaixão, para que a conclusão seja aceita, embora a piedade não esteja relacionada com o assunto ou com a conclusão do argumento. Do argumento ad misericordiamderiva o argumentum ad infantium - "Faça isso pelas crianças". A emoção é usada para persuadir as pessoas a apoiar (ou intimidá-las a rejeitar) um argumento com base na emoção, mais do que em evidências ou razões. 3 4
Ex.: Vocês devem absolver esse homem porque ele sofreu muito na vida.
· Repetição nauseante:
É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que, quanto mais se diz algo, mais correto está.
Ex.: Se Joãozinho diz tanto que sua ex-namorada é uma mentirosa, então ela é.
Espera-se convencer o oponente pela saturação da sua mente pelo argumento.
· Apelo ao povo ou à maioria:
É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.
Ex.: Inúmeras pessoas acreditam em Deus, portanto Deus existe.
· Apelo à temperança:
Recorrer ao meio-termo sem razão.
Ex.: Não temos relógio, mas alguns estão dizendo que são dez horas e outros dizem que são seis horas, então é mais acertado supor que são oito horas.
O meio-termo pode ou não ser falacioso, depende do contexto.
· Apelo à autoridade ou Magister dixit (Meu mestre disse):
Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.
Ex.: Se Aristóteles disse que o Sol gira ao redor da Terra em uma das esferas celestes, então é certamente verdade.
É como se um especialista pudesse acertar em tudo o que diz, mesmo sendo algo fora da sua área de especialidade. Essa falácia consiste em usar as opiniões de especialistas em áreas nas quais eles são leigos, como um físico se pronunciando sobre antropologia. A opinião dele só vale dentro da física.
No caso acima, Aristóteles não tinha meios de testar essa teoria astronômica, no tempo dele não havia recursos para isso. Entretanto, as teses dele em metafísica certamente podem ser consideradas porque não dependem de instrumentos e experimentação, somente do raciocínio típico de um filósofo.
· Argumentum verbosium (prova por verbosidade):
Tentativa de esmagar os envolvidos pelo discurso prolixo, apresentando um enorme volume de material. Superficialmente, o argumento parece plausível e bem pesquisado, mas é tão trabalhoso desembaraçar e verificar cada fato comprobatório que pode acabar por ser aceito sem ser contestado.
É mais uma tentativa de saturar a mente do oponente.
· Bola de neve:
Elaborar uma sucessão de premissas e conclusões que conduzem ao absurdo.
Ex.: Se aprovarmos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
· Bulverismo:
Argumentar partindo do pressuposto de que o oponente já está comprovadamente errado.
Ex.:
1. Você está dizendo que a Bíblia é correta? Nem vou discutir com você, parei. Sabemos que a ciência comprovadamente explica tudo corretamente.
2. Se você não acredita que a Bíblia é infalível, já perdeu o argumento, pois é óbvio que ela é.
É um egocentrismo ideológico, não se consegue considerar os pontos de vista do outro.
· Egocentrismo ideológico:
Realizar um argumento de forma parcial e tendenciosa.
Ex.: O comunismo é o ideal, pois Trotsky disse que...
A pessoa só consegue pensar de seu ponto de vista.
· Causa complexa:
Supervalorizar uma causa quando há várias ou um sistema de causas.
Ex.: O acidente não teria ocorrido se não fosse a má localização do arbusto.
Houve muitas outras causas.
· Causa diminuta:
Apontar uma causa pouco importante.
Ex.: Fumar causa a poluição do ar em Edmonton.
A causa maior é a poluição industrial e dos automóveis.
· Círculo vicioso:
É a tentativa de provar uma conclusão com base em uma retroalimentação, o efeito reforçando a causa.
Ex.:
1. A inflação diminui o poder dos salários, temos que aumentar os salários, mas, fazendo-o, teremos que aumentar os preços para pagá-los, o que aumentará a inflação.
2. A polícia me passou uma multa porque não gosta de mim. E a prova de que eles não gostam de mim é terem me passado uma multa.
· Complexo do pombo enxadrista:
Proclamar vitória, dando a entender que venceu a discussão, sem ter conseguido realmente apresentar bons argumentos.
É uma bravata contra o oponente para intimidá-lo.
· Conclusão irrelevante:
Obter uma conclusão que não decorre obrigatoriamente das premissas.
Ex.: A lei deve estipular um sistema de cotas nas eleições para que as mulheres possam ocupar mais cargos políticos. Os cargos são dominados por homens e não fazer algo para mudar essa situação é inaceitável. Necessitamos de uma sociedade maisigualitária.
As cotas não são a solução obrigatória do problema.
· Definição circular:
Definir um termo usando o próprio termo que está sendo definido.
Ex.: A Bíblia é a palavra de Deus porque foi inspirada por Deus.
A circularidade consiste em repetir a premissa na conclusão.
· Definição contraditória:
Definir algo com termos que se contradizem.
Ex.: Para serem livres, submetam-se a mim.
· Definição muito ampla:
Ex.: Uma maçã é um objeto vermelho e redondo.
Mas o planeta Marte também é vermelho e redondo.
· Definição muito restrita:
Ex.: Uma maçã é um objeto vermelho e redondo.
Mas há maçãs que não são vermelhas.
· Definição obscura:
Definir algo em termos imprecisos ou incompreensíveis.
Ex.: Vida é a borboleta sublime que bate suas asas dentro de nós.
· Deus das lacunas:
Responder a questões sem solução com explicações sobrenaturais e/ou que não podem ser comprovadas.
Ex.: Os passageiros do avião sobreviveram porque Deus interveio no acidente.
Deus supre a falta de explicações, as lacunas.
· Distorção de fatos:
Mascarar os verdadeiros fatos.
Ex.: O segredo da minha força são os cabelos.
É omissão de informação.
· Ênfase:
Acentuar uma palavra para sugerir o contrário.
Ex.: Hoje o capitão estava sóbrio (sugerindo embriaguez).
Pronuncia-se a palavra "sóbrio" com muita força para sugerir que ele é um alcoólatra.
É uma ironia.
· Equívoco:
Usar uma afirmação com significado diferente do que seria apropriado ao contexto.
Ex.: Os assassinos de crianças são desumanos. Portanto, os humanos não matam crianças.
Joga-se com os significados das palavras. A palavra "humanos" possui vários sentidos, pode ser um tipo de primata (sentido biológico) ou uma boa pessoa (sentido moral), mas a falácia usa a palavra sem considerar a diferença de sentido.
· Esnobismo cronológico:
Ocorre quando o pensamento, a arte ou a ciência de um período histórico anterior é tido como inevitavelmente inferior, quando comparado com os equivalentes do tempo presente.
Ex.: A é um argumento antigo, da época em que as pessoas também acreditavam em B. Se B é claramente falso, A também é falso.
É um apelo à tradição ou à antiguidade.
· Estilo sem substância:
Validar um argumento por sua beleza estética ou pela elegância do argumentador.
Ex.: Trudeau sabe dirigir as massas com muita habilidade. Ele deve ter razão.
· Evidência anedótica:
Refere-se a uma evidência informal na forma de anedota (conto, episódio, derivado do grego anékdota, significando 'coisas não publicadas') ou de "ouvir falar". A evidência anedótica é chamada de testemunho.
Ex.: Há provas abundantes de que Deus existe e de que continua produzindo milagres hoje. Na semana passada, li sobre uma menina que estava morrendo de câncer. Sua família inteira foi à igreja e rezou e ela se curou.
É um mero boato.
· Explicação incompleta:
Ex.: As pessoas tornam-se esquizofrênicas porque as diferentes partes dos seus cérebros funcionam separadas.
· Explicação superficial:
Usar classificações para tirar conclusões.
Ex.: A minha gata Elisa gosta de atum porque é uma gata.
O gato deve gostar de atum somente porque é um gato, é uma questão de categoria.· Expulsão do grupo (falácia do escocês):
Fazer uma afirmação sobre uma característica de um grupo e, quando confrontado com um exemplo contrário, afirmar que esse exemplo não pertence realmente ao grupo.
Ex.:
- Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau.
- Ora, eu tenho um amigo escocês que faz isso.
- Ah, sim, mas nenhum escocês de verdade coloca.
Ou se diz que o "verdadeiro socialismo" não poderia ter causado opressão como no regime stalinista.
A falácia não ocorre se há uma justificativa para o argumento.
· Falácia da divisão (tomar a parte pelo todo):
Oposto da falácia de composição. Supõe que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.
Ex.: Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos.
· Falácia de composição (tomar o todo pela parte):
É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.
Ex.: Todas as peças deste caminhão são leves; logo, o caminhão é leve.
· Falácia da pressuposição :
Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou seja, na falta de uma premissa.
Ex.: Você já parou de bater na sua esposa?
É uma pergunta maliciosa porque se divide em duas. A primeira seria "Por que você bate na sua esposa?", é isso o que se pretende dizer aos ouvintes.
· Pergunta complexa:
Insinuação por meio de pergunta.
Ex.: Apoias a liberdade e o direito de andar armado?
São duas peguntas numa só.
· Falácia da probabilidade condicionada:
Ocorre quando se expõem estatísticas e probabilidades sem oferecer o contexto necessário para sua interpretação, confundem-se probabilidades condicionais, invertendo-as ou tratando-as como se fossem incondicionais.
Ex.: Os jurados foram expostos à chance de o marido vir a matar a mulher, sendo que ele a espancava (é uma chance de 1 em 1.000, de qualquer forma muito mais alta que o risco de uma mulher ser morta por um marido que não a espanca, ou por um estranho qualquer na rua), quando o dado relevante, diante do fato consumado (a esposa já tinha sido assassinada), era "qual a chance de a mulher ter sido morta pelo marido, dado que ele a espancava?".
· Falácia de validação pessoal (efeito Forer):
Avaliar algo ou alguém com critérios genéricos, dando a entender que essa avaliação é individual.
Seria como avaliar alguém em função de ser comunista, como se todos os comunistas fossem iguais.
· Falácia do espantalho:
Consiste em criar ideias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.
Ex.:
1. Deveríamos abolir todas as armas do mundo. Só assim haveria paz verdadeira.
2. Meu adversário, por ser de um partido de esquerda, é a favor do comunismo radical e quer retirar todas as suas posses, além de ocupar as suas casas com pessoas que você não conhece.
O outro é convertido num monstro, um espantalho. É dessa forma que se faz uma pessoa odiar alguém ou alguma coisa, basta associá-la à outra pessoa ou coisa que todos odeiam.
· Falácia genética:
Consiste em aprovar ou desaprovar algo baseando-se unicamente em sua origem.
Ex.: Você gosta de chocolate porque seu antepassado do século XVIII também gostava.
Aponta-se a causa remota como o fator de validade.
· Falácia nomotética:
Consiste na crença de que uma questão pode ser resolvida simplesmente dando-lhe um novo nome, quando, na realidade, a questão permanece sem solução.
Ex: Renomear o mito cristão da criação como Design Inteligente.
· Falacia non causae ut causae (falácia da falsa proclamação de vitória ou tratar como prova o que não é prova):
Consiste na declaração de vitória, servindo-se de respostas fracas ou incompletamente respondidas pelo adversário, quando efetivamente os argumentos próprios não provaram logicamente a posição. É semelhante à do pombo enxadrista.
· Falácias tipo "A" baseado em "B" (outro tipo de conclusão sofismática):
Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.
Ex.:
1. O islamismo é baseado na fé.
2. O cristianismo é baseado na fé.
3. Logo, o islamismo é similar ao cristianismo.
É uma falsa aplicação do princípio do silogismo. Pode-se visualizar como três conjuntos, o cristianismo e o islamismo são dois conjuntos dentro do conjunto fé, mas isso não significa que aqueles dois conjuntos possuem intersecção.
· Falsa causa:
Afirma que, apenas porque dois eventos ocorreram juntos, eles estão relacionados.
Ex.: Nota-se uma maior frequência de erros de português em sala de aula desde o início das redes sociais e o uso do internetês. O advento das redes sociais vem degenerando o uso do português correto.
Falta mostrar uma pesquisa que o comprove.
· Falsa dicotomia (bifurcação):
Também conhecida como falácia do branco e preto ou do falso dilema. Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir.
Ex.: Se você não está comigo, então está contra mim.
· Ignoratio elenchi (conclusão sofismática) ou falácia da conclusão irrelevante:
Consiste em utilizar argumentos que podem ser válidos para chegar a uma conclusão que não tem relação alguma com os argumentos utilizados.
Ex.: Os astronautas do Projeto Apollo eram bem preparados, todos eram excelentes aviadores e tinham boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentarem boas condições físicas. Logo, foi um processo natural os Estados Unidos ganharem a corrida espacial contra a União Soviética, pois o povo americano é superior ao povo russo.
Só a conclusão é discutível, as premissas são verdadeiras.
· Inconsistência:
Construir um raciocínio com premissas contraditórias.
Ex.: John é maior do que Jake e Jake é maior do que Fred, enquanto Fred é maior do que John.
Qual é maior?
· Invenção de fatos:
Consiste em mentir ou formular informações imprecisas.
Ex.: A causa da gripe é o consumo de arroz.
· Inversão de causa e efeito:
Considerar um efeito como uma causa.
Ex.: A propagação da SIDA foi provocada pela revolução sexual.
· Inversão do ônus da prova:
Quando o argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário, eximindo-se de provar a base do seu argumento original.
O ônus da prova inicial cabe sempre a quem faz a afirmação primária positiva.
Ex.: Dragões existem, porque ninguém conseguiu provar que eles não existem.
No caso acima, o ônus da prova recairá sobre quem fez a afirmação de que dragões existem.
Ex.: Dragões não existem porque ninguém conseguiu provar que eles existem.
Ausência de evidência não significa evidência de ausência, no entanto o ônus da prova permanece subentendido para quem afirma que dragões existem, enquanto não houver a defesa da tese primária positiva, pois não é necessário nem possível provar que algo não existe se não há demonstração positiva de que exista.
Ou seja, quem afirma uma coisa deve prová-la.
· Non sequitur (não segue):
Tipo de falácia na qual a conclusão não se sustenta nas premissas. Há uma violação da coerência textual.
Ex.: Que nome complicado tem este futebolista. Deve jogar muita bola.
A conclusão de que ele joga muito bem nada tem a ver com a premissa de seu nome complicado.
· Petitio principii (petição de princípio):
Demonstrar uma tese partindo do princípio de que já é válida.
Ex.: É fato que a Bíblia é infalível, portanto todos devem buscar nela a verdade.
A premissa é igual à conclusão, toma-se a conclusão como se fosse uma premissa. A conclusão de que a Bíblia é confiável deveria ser suportada por premissas satisfatórias, mas foi tomada como uma premissa e levou a uma conclusão idêntica, todos podem confiar na Bíblia.
· Plurium interrogationum:
Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.
Ex.: O que faremos com esse criminoso? Matar ou prender?
É um falso dilema.
· Depois disso, por causa disso:
Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito. Porém, correlação não implica causalidade.
Ex.: O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos Estados Unidos. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares.· Red herring:
Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido para desviar a atenção e chegar a uma conclusão diferente.
Ex.: Será que o palhaço é o assassino? No ano passado, um palhaço matou uma criança.
O fato de um palhaço ter matado uma criança não significa nada, não interfere no caso em questão.
· Redução ao absurdo:
Consiste em averiguar uma hipótese, chegando a um resultado absurdo, para depois tentar invalidar essa hipótese.
É um jogo de raciocínios para tentar fazer o primeiro falante parecer contraditório.
Ex.:
- Você deveria respeitar a crença de C porque todas as crenças são de igual validade e não podem ser negadas.
- Eu recuso que todas as crenças sejam de igual validade. De acordo com sua declaração, essa minha crença é válida, como todas as outras crenças. Contudo, sua afirmação também contradiz e invalida a minha, sendo exatamente o oposto dela.
Mas o primeiro falante possivelmente quis dizer apenas que todas as crenças são subjetivamente válidas.
· Redução ao nazismo:
Invalidar um argumento pela comparação com Hitler ou o nazismo.
Ex.: Hitler acreditava em Deus, então os crentes não devem ser boas pessoas.
· Reificação:
Ocorre quando um conceito abstrato é tratado como coisa concreta.
Ex.: A tristeza de Joãozinho é a culpada por tudo.
· Teoria irrefutável:
Informar um argumento com uma hipótese que não pode ser testada.
Ex.: Ganhei na loteria porque estava escrito no livro do destino.
· Terceira causa:
Ignorar a existência de uma terceira causa não levada em conta nas premissas.
Ex.: Estamos vivendo uma fase de elevado desemprego, que é provocado por um baixo consumo.
Há uma causa tanto para o desemprego como para o baixo consumo.
EX.: A Alemanha está em crise, que é provocada pelos banqueiros judeus.
Existem outros motivos para a crise (ter perdido a Primeira Guerra pode ser uma terceira causa).
Lista de falácias por categoria[editar]
Falácias da ambiguidade
1. Equívoco
2. Anfibologia
3. Ênfase
Apelo a motivos
1. Apelo à força
2. Apelo à consequência
3. Apelo ao medo
4. Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia)
5. Argumentum ad antiquitatem (apelo à antiguidade)
6. Argumentum ad novitatem (apelo à novidade)
7. Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância)
8. Apelo ao preconceito
9. Apelo à multidão
10. Apelo à emoção
11. Apelo ao ridículo
12. Apelo à vaidade
Erros categoriais e de regras gerais
1. Composição
2. Divisão
3. Acidente
4. Inversão do acidente
Falácias causais
1. Depois disso, por causa disso
2. Inversão de causa e efeito
3. Terceira causa
4. Causa diminuta
5. Causa complexa
Non-sequitur
1. Non sequitur (não se segue que)
2. Afirmação do consequente
3. Negação do antecedente
4. Inconsistência
Falácias da explicação
1. Invenção de fatos
2. Distorção de fatos
3. Teoria irrefutável
4. Explicação incompleta
5. Explicação superficial
6. Petitio principii (petição de princípio)
7. Conclusão irrelevante
8. Deus das lacunas
Erros de definição
1. Definição muito ampla
2. Definição muito restrita
3. Definição circular
4. Definição contraditória
5. Definição obscura
Falácias da dispersão
1. Falsa dicotomia
2. Reductio ad absurdum (redução ao absurdo)
3. Bola de neve
4. Pergunta complexa
5. Reductio ad Hitlerum (redução ao hitlerismo)
6. Argumentum ad nauseam (repetição nauseante)
7. Meio-termo
8. Inversão do ônus da prova
9. Falácia genética
10. Dicto Simpliciter (generalização inadequada)
Argumentum ad hominem
1. Ataque pessoal
2. Apelo ao rico
3. Apelo ao pobre
4. Apelo à autoridade
5. Argumentum ad lapidem
6. Apelo à autoridade anônima
7. Estilo sem substância
8. Expulsão do grupo (falácia do escocês)
9. Espantalho
10. Egocentrismo ideológico
11. Bulverismo
12. Falácia da falsa proclamação de vitória
Referências
1. ↑ Britannica (em Inglês). Página visitada em 03/05/2009.
2. ↑ Dicionário escolar de filosofia - falácia ad hominem. Página visitada em 03/05/2009.
3. ↑ Logical Fallacies and the Art of Debate
4. ↑ Introduction to Logic Argumentum ad Misericordiam.

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