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Falácias → Apelo à Emoção (Ad Misericordium): ocorre quando se usa a manipulação dos sentimentos do receptor como forma de convencê-lo da validade de um argumento. Ex: O papai fica triste quando você faz isso, não faça mais isso. → Declive Escorregadio / Falácia da Derrapagem: Quando a pessoa faz parecer que o fato de permitirmos que aconteça A fará com que aconteça Z, e por isso não podemos permitir A. É bastante usada em debates políticos, em questões como a legalização do aborto, a legalização das drogas, a legalização das armas, a clonagem humana, etc. Ex: Se legalizarmos a maconha, não demorará para aprovarmos leis que liberam todas as drogas. → Falácia do Espantalho: Quando alguém distorce um argumento para depois utilizá-lo como forma de atacar o adversário. Ex: Maria: É preciso repensar a política de combate às drogas. Pedro: Lá vem esse pessoal dizer que o melhor é liberar as drogas. → Argumento Circular: A justificação da conclusão que está sendo defendida vêm da própria conclusão, muitas vezes apenas usando palavras diferentes para dizer o mesmo. Ex 1: “Matar seres humanos não é moralmente certo; logo matar pessoas é eticamente errado.” Ex 2: “O boxe é um esporte inseguro e arriscado; logo, o boxe é perigoso.” → Falácia do Apelo ao Povo: Quando se usa o fato de que a maioria, ou uma parte relevante, da população concorda com o argumento, e, por isso, ele deve ser verdadeiro. É a tentativa de, ao despertar as paixões e o entusiasmo da multidão, ganhar o apoio do público ouvinte ou leitor para uma determinada conclusão. Ex 1: A maioria das pessoas acredita na exis- tência de Deus. Portanto, é muito provável que ele exista. Ex 2: O povo brasileiro quer me eleger. Só você não quer? → Ad Hominem: Você ataca o caráter ou traços pessoais do seu oponente ao invés de refutar o argumento dele. Ex: “Cala boca, você fuma” → Ad Hominem Circunstancial: Neste caso, o argumentador falacioso faz uso de circunstâncias da vida pessoal do seu oponente para atacar o argumento. Ex: Bárbara – Isso não é verdade. Nada como a comodidade de um carro. Além disso, com ele temos liberdade de fazer muitas coisas. Milene – Você é dona de um posto de gasolina, é impossível levar a sério o que diz. → Falácia Genética: Ocorre quando o argumento é valorizado, ou desvalorizado, apenas por sua origem ou a origem pessoa que o profere. Ex 1: “O Brasil nunca vai dar certo porque foi colonizado por bandidos.” Ex 2: “Não ande de fusca, pois foi inventado pelo governo do Hitler e você estará compactuando com ele.” → Apelo à Ignorância: ocorre quando, para afirmar que algo é verdadeiro, dizemos que é verdadeiro pois não foi provado que é falso, e vice-versa. Ex: Uma pessoa que acredita em duendes pode afirmar que eles existem porque não foi provado que não existem. → Inversão do Ônus da Prova: Quando se espera que o outro prove que seu argumento está errado, ao invés de você provar que ele está certo. Ex: O indivíduo A afirma que “existe aquecimento global”. Ao ser confrontado com tal afirmação, o indivíduo B poderia solicitar que A ofereça provas de tal afirmação (pois toda afirmação incorre em ônus da prova), quando neste momento A poderia dizer que cabe a B “provar que o aquecimento global não existe” ônus da prova = é a obrigação de um indivíduo, em uma disputa epistêmica, de fornecer garantias suficientes para sustentar a sua posição. → Apelo à autoridade (indevida): Ocorre quando se argumenta a favor ou contrariamente algo recorrendo à uma autoridade que não é especialista na área em discussão. Ex: “O grande psicanalista Freud fumava, então o fumo deve ser bom.” O argumento não leva em conta que apesar de Freud ser uma autoridade em psicanálise, ele não é uma autoridade nos efeitos possíveis do fumo no organismo, nem, também, que o próprio Freud teve câncer devido ao fumo. → Dicto Simpliciter ou Falácia do Acidente: quando uma regra geral ou observação é tratada como universalmente verdadeira, independentemente das circunstâncias ou dos indivíduos envolvidos. Ex 1: O exercício é bom, portanto todos devem se exercitar. Ex 2: “Geralmente, os cristãos não apreciam a religião muçulmana. Tu és cristão, e por isso não podes apreciar a religião muçulmana”. → Generalização apressada: ocorre quando uma generalização se baseia num número muito limitado de casos. Ex: Jules, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os Australianos são ladrões. → Post Hoc: consiste na ideia de que dois eventos que ocorram em sequência cronológica estão necessariamente interligados através de uma relação de causa e efeito. Ocorreu A, e depois ocorreu B. Logo, A é a causa de B. Nas circunstâncias em que B é indesejado, a falácia toma a forma de "Evitando que A aconteça, B não acontecerá". Ex 1: O galo sempre canta antes do nascer do Sol. Logo, o sol nasce porque o galo canta. https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito Ex 2: Uma pessoa se muda para uma república. O fogão da república passa a apresentar problemas. Os antigos moradores da república então dizem: "Nós nunca tivemos problemas com o fogão até que você se mudou para cá. Logo você é a causa desse problema." → Premissas contraditórias: a pessoa incorre nessa falácia quando formula duas premissas que são, entre si, contraditórias. Quando as premissas de um argumento se contradizem, não pode haver argumento. Se existe uma força irresistível, não pode existir um objeto irremovível. Ex: posso fazer tudo, só não posso voar. Um enunciado contradiz o outro. → Falsa analogia: ocorre quando a conclusão de um argumento depende de uma semelhança entre dois objetos que possuem diferenças relevantes. Ex: Foi descoberta a cura do câncer de pulmão em seres humanos. Um novo medicamento foi testado em ratos e mostrou uma eficácia extraordinária. → Hipótese contrária ao fato: acontece quando a pessoa parte de uma hipótese que não é verdadeira. Ex: Se eu não tivesse começado a jogar futebol, nunca teria conhecido o João. A hipótese é falsa, visto que seria possível ter conhecido o tal João em diversas outras situações. → Envenenar o poço: consiste em apresentar informações pessoais desfavoráveis sobre um oponente de debate e usar essas informações como razão para não acreditar no que esse diz. Ex: Se Adam diz a Bob que "Chris é um fascista, portanto não dê ouvidos a ele", então Adam cometeu a falácia Envenando o poço; se Bob aceita o alerta de Adam, então ele (Bob) também se torna vítima dessa falácia.
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