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Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) Autor: Equipe Exatas Estratégia Concursos 10 de Setembro de 2022 Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Índice ..............................................................................................................................................................................................1) Argumentos - Estrutura Básica e Classificação 3 ..............................................................................................................................................................................................2) Argumentos Falaciosos e Apelativos 23 ..............................................................................................................................................................................................3) Defeitos de argumentação 49 ..............................................................................................................................................................................................4) Questões Comentadas - Argumentos - Estrutura Básica e Classificação - FGV 62 ..............................................................................................................................................................................................5) Questões Comentadas - Argumentos Falaciosos e Apelativos - FGV 75 ..............................................................................................................................................................................................6) Lista de Questões - Argumentos - Estrutura Básica e Classificação - FGV 84 ..............................................................................................................................................................................................7) Lista de Questões - Argumentos Falaciosos e Apelativos - FGV 89 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2 93 APRESENTAÇÃO DA AULA Fala, pessoal! Nessa aula, vamos apresentar a estrutura básica de um argumento e suas três classificações: argumentos dedutivos, indutivos e abdutivos. Em seguida, abordaremos os argumentos falaciosos e apelativos, os quais, embora exprimam uma aparência de corretos, apresentam erros de raciocínio. Como de costume, vamos exibir um resumo logo no início de cada tópico para que você tenha uma visão geral do conteúdo antes mesmo de iniciar o assunto. Conte comigo nessa caminhada =) Prof. Eduardo Mocellin. @edu.mocellin Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 3 93 ARGUMENTOS: ESTRUTURA BÁSICA E CLASSIFICAÇÕES Argumento é a relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma conclusão. Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Indica as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita. Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões apresentadas. Indica o que se quer demonstrar. Indicadores de conclusão: Logo; Portanto; Então; Por conseguinte; Consequentemente; Por isso; Assim; Deste modo; Pode-se inferir que. Indicadores de premissa: Pois; Porque; Tanto que; Dado que; Visto que; Uma vez que; Devido a; Admitindo que; Assumindo que. Argumentos dedutivos Argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica Proposicional. Eles não produzem conhecimentos novos. Isso significa que a informação presente na conclusão já estava presente nas premissas. Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos. Argumentos indutivos O argumento indutivo é aquele em que a conclusão apresenta conhecimentos novos que não estão presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as premissas. Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega a uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, podendo serem eles considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados. Consequentemente, chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável". Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas como forma de se realizar a indução. Argumentos: estrutura básica e classificação Estrutura básica dos argumentos Classificação dos argumentos Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 4 93 Argumentos abdutivos Na argumentação por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. Argumentos abdutivos também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, podendo ser considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas informações forem introduzidas no contexto analisado. Anteriormente, tratamos exclusivamente dos argumentos que são relacionados à lógica de proposições, isto é, os argumentos dedutivos. No presente tópico, abordaremos o conceito de argumento de uma forma mais ampla, trazendo também as definições de argumentos indutivos e abdutivos. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 5 93 Estrutura básica dos argumentos Argumento Ao tratar dos argumentos dedutivos, já definimos o que é um argumento: Argumento é relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma conclusão. Em resumo, a estrutura básica de um argumento é composta por um conjunto de premissas e por uma conclusão que estão conectados por meio de um vínculo lógico. Premissa Para fins de identificação das premissas em argumentos dedutivos, ou seja, em argumentos que pertencem ao âmbito da lógica proposicional (fazendo uso de proposições, conectivos, etc.), nós definimos que premissas são proposições que se consideram verdadeiras para se chegar a uma conclusão. Dada a riqueza de possibilidades da língua portuguesa, e uma vez que existem outras formas não dedutivas de argumentação, vamos ampliar o conceito de premissa para abranger as outras formas de se argumentar: Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. As premissas indicam as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita. Elas procuram responder aos seguintes questionamentos: "Por que devo aceitar essa conclusão? Quais são as evidências?". Conclusão Podemos definir a conclusão da seguinte maneira: Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais razões apresentadas. (ANVISA/2016) A sentença "As consequências de nossos atos são florestas devastadas, descongelamento das calotas polares, extinção de dezenas de espécies animais, poluição dos rios e diminuição drástica das reservas de água potável" apresenta um argumento válido. Comentários: Um argumento é relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma conclusão. A assertiva em questão apresenta apenas uma proposição simples. Não se trata, portanto, de um argumento. Gabarito: ERRADO. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 6 93 Reconhecimento da estrutura básica dos argumentos É muito importante para fins de provas deconcurso público saber reconhecer quais são as premissas e qual é a conclusão de um determinado argumento. Vamos a um exemplo: "Esse ventilador será uma boa compra, pois o último produto que comprei desta marca foi uma boa compra e três amigos meus adquiriram esse ventilador e não tiveram problemas." Observe que "esse ventilador será uma boa compra" é a afirmação que se quer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "o último produto que comprei desta marca foi uma boa compra" e "três amigos meus compraram esse ventilador e não tiveram problemas". Podemos dispor o argumento da seguinte maneira: Premissa 1: O último produto que comprei da mesma marca do ventilador foi uma boa compra. Premissa 2: Três amigos meus compraram o ventilador e não tiveram problemas. Conclusão: O ventilador será uma boa compra. A conclusão pode ser apresentada tanto no início, quanto no meio, quanto no final de um argumento. Não há uma ordem pré-estabelecida. No exemplo anterior, a conclusão foi apresentada no início. Veja um outro exemplo, em que a conclusão aparecerá no meio do argumento: "Gatos não precisam ser levados para passear, logo, comparativamente aos cães, dão menos trabalho para seus donos. Além disso, gatos não necessitam de banho semanal." Observe que "comparativamente aos cães, gatos dão menos trabalho para seus donos" é a afirmação que se quer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "gatos não precisam ser levados para passear " e "gatos não necessitam de banho semanal". Podemos dispor o argumento da seguinte forma: Premissa 1: Gatos não precisam ser levados para passear. Premissa 2: Gatos não necessitam de banho semanal. Conclusão: Comparativamente aos cães, gatos dão menos trabalho para seus donos. Vamos praticar esse reconhecimento com dois exercícios. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 7 93 (PC AM/2022) Identifique o trecho a seguir que apresenta a estrutura de uma premissa levando a uma conclusão. a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. Comentários: Para resolver essa questão, é interessante retomarmos o conceito de premissa e o conceito de conclusão: Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais razões apresentadas. Note, portanto, que a premissa é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar a uma conclusão, que é um julgamento. Vamos analisar cada uma das alternativas. a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. CERTO. Veja que "ouvi o barulho de um gambá na cozinha" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão". Como inicialmente temos uma premissa que leva a uma conclusão subsequente, essa alternativa é o gabarito da questão. b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. ERRADO. Veja que "ninguém mais telefonou, reclamando do atraso" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "todos já devem ter chegado à festa". Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. ERRADO. Veja que "(nossos amigos) estudaram bastante tempo" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso". Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 8 93 d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. ERRADO. Veja que "partiremos depois de amanhã" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "talvez as encomendas cheguem a tempo". Apesar de não parecer que a premissa dá suporte à defesa da conclusão, note que "talvez as encomendas cheguem a tempo" é um julgamento feito no argumento apresentado, uma vez que a palavra "talvez" indica uma probabilidade. Logo, "talvez as encomendas cheguem a tempo" é a conclusão. Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. ERRADO. Veja que "senti um odor de coisa podre" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "o lixeiro deve estar passando em nossa porta ". Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. Gabarito: Letra A. (Pref. 7 Lagoas/2014) O texto a seguir constrói um argumento: É lógico que o time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol, uma vez que o referido time tem o melhor ataque, sua defesa é a defesa menos vazada e, além disso, tal time possui o maior número de pontos ganhos na tabela geral do campeonato. A conclusão do argumento construído nesse texto é que o time A a) é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol. b) possui o maior número de pontos ganhos no campeonato brasileiro de futebol. c) tem a melhor defesa do atual campeonato brasileiro de futebol d) tem o melhor ataque do atual campeonato brasileiro de futebol. Comentários: Observe que "O time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol" é a afirmação que se quer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "o time A tem o melhor ataque", "a defesa do time A é a defesa menos vazada " e "o time A possui o maior número de pontos ganhos na tabela geral do campeonato". Podemos recompor o argumento da seguinte forma: Premissa 1: O time A tem o melhor ataque. Premissa 2: A defesa do time A é a defesa menos vazada. Premissa 3: O time A possui o maior número de pontos ganhos na tabela geral do campeonato. Conclusão: O time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol. Gabarito: Letra A. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 9 93 A seguir será apresentada uma lista de expressões que indicam premissas e conclusões. Essa lista não exaure todas as possibilidades e, por isso, o entendimento dos conceitos de premissa e conclusão é fundamental para identificar corretamente a estrutura básica dos argumentos. Indicadores de conclusão • Logo; • Portanto; • Por isso; • Então; • Por conseguinte; • Consequentemente; • Assim; • Deste modo; • Pode-se inferir que. Indicadores de premissa • Pois; • Porque; • Tanto que; • Dado que; • Visto que; • Uma vez que; • Devido a; • Admitindo que; • Assumindo que (BNB/2018) A partir do argumento “A saúde é uma fonte de riqueza, pois as pessoas saudáveis são muito trabalhadoras, e as pessoas trabalhadoras sempre enriquecem.”, julgue o próximo item. A proposição “A saúde é uma fonte de riqueza.” é a conclusão do referido argumento. Comentários: Observe que "a saúde é uma fonte de riqueza" é a afirmação que sequer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "as pessoas saudáveis são muito trabalhadoras" e "as pessoas trabalhadoras sempre enriquecem". Vale observar que o conectivo "pois" presente no argumento está indicando que, após ele, serão apresentadas premissas. Podemos reestruturar o argumento da seguinte maneira: Premissa 1: As pessoas saudáveis são muito trabalhadoras. Premissa 2: As pessoas trabalhadoras sempre enriquecem. Conclusão: A saúde é uma fonte de riqueza. Gabarito: CERTO. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 10 93 Tipos de inferência O conceito de inferência engloba as três classificações de argumentos. Pode-se inferir por meio de um argumento analítico (dedutivo) ou por meio de argumentos sintéticos, sendo estes classificados como indutivos ou abdutivos. Vamos entender esses conceitos com mais detalhes. Argumentos dedutivos Conforme já visto, os argumentos dedutivos são aqueles que não produzem conhecimento novo. Isso significa que a informação presente na conclusão já estava presente nas premissas. Lembre-se que um argumento dedutivo pode ser construído com proposições categóricas (argumentos categóricos) ou então por meio do uso dos cinco conectivos (argumentos hipotéticos). Em resumo, os argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica Proposicional. Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos. Lembre-se que: • Um argumento dedutivo é válido quando a conclusão é necessariamente verdadeira quando se consideram as premissas verdadeiras. • Um argumento dedutivo é inválido quando, consideradas as premissas como verdadeiras, a conclusão obtida é falsa. Por outro lado, como veremos em seguida, o juízo que se faz sobre argumentos construídos por indução ou por abdução é subjetivo, não sendo possível afirmar que sejam válidos ou inválidos. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 11 93 Argumentos indutivos Definição de argumento indutivo O argumento indutivo é aquele em que a conclusão traz conhecimentos novos que não estão presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as premissas. Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. (TJDFT/2022) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é: a) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa; b) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura; c) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã; d) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva; e) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis. Comentários: Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Veja que essa generalização ocorre na alternativa E, pois o raciocínio parte de um caso particular relativo a "ontem" (ontem nevou bastante) para estender esse fato para um novo caso relacionado ao tempo presente (as estradas devem estar intransitáveis). As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são raciocínios indutivos. a) Parte-se de uma generalização (os funcionários públicos folgam amanhã) para o caso particular do marido de quem fala, que se pressupõe ser funcionário público (meu marido ficará em casa). b) Parte-se de uma generalização sobre os juízes (todos os juízes procuram julgar corretamente) para um caso particular (é o que ele também procura). c) Parte-se de uma generalização sobre o horário de funcionamento dos mercados (nos dias de semana os mercados abrem) para aplicá-la para o caso particular de amanhã (deixarei para comprar isso amanhã). d) Parte-se de uma generalização (no inverno, chove todos os dias) para uma decisão particular (vou comprar um guarda-chuva). Gabarito: Letra E. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 12 93 (SEDUC AM/2014) Indução é um processo intelectual que parte de dados particulares, suficientemente constatados, para inferir uma verdade geral ou universal, que não estava contida nas partes examinadas. Considerando a definição dada, analise os raciocínios a seguir. Assinale a opção que identifica corretamente exemplos de raciocínios indutivos. a) 1, 2 e 3. b) 1 e 2, somente. c) 1 e 3, somente. d) 2 e 3, somente. e) 3, somente. Comentários: Os argumentos indutivos, que são fruto de raciocínios indutivos, partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. − Veja que o Raciocínio 01 é indutivo, pois utiliza como premissas o fato de metais específicos conduzirem eletricidade (cobre, zinco e cobalto) para concluir, por meio de uma generalização, que todos os metais conduzem eletricidade. − Por outro lado, o Raciocínio 02 é dedutivo. Isso porque a conclusão sugerida, "todo homem é vertebrado", decorre imediatamente das premissas. Em outras palavras, podemos obter a conclusão de maneira inequívoca por meio de Diagramas Lógicos. Note que, ao desenharmos as premissas por meio de Diagramas Lógicos, a conclusão é necessariamente verdadeira. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 13 93 "Todo mamífero é vertebrado." Nesse caso, o conjunto dos mamíferos deve ser desenhado dentro do conjunto dos vertebrados. "Todo homem é mamífero." Nesse caso, o conjunto dos homens deve ser desenhado dentro do conjunto dos mamíferos. Note, portanto, que uma decorrência lógica das premissas é que "todo homem é vertebrado", pois o conjunto dos homens necessariamente está dentro do conjunto dos vertebrados. − Por fim, o Raciocínio 03 também é indutivo, pois utiliza como premissas algumas observações particulares quanto à cor dos corvos para concluir, por meio de uma generalização, que existe uma probabilidade maior de que todos os corvos sejam negros. Portanto, são exemplos de raciocínios indutivos 1 e 3, somente. Gabarito: Letra C. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 14 93 Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, podendo eles serem "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados. Consequentemente, chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável". Veja o exemplo a seguir: Premissa 1: Vi um cachorro comendo brócolis. Premissa 2: Vi dois cachorros comendo brócolis. Premissa 3: Vi três cachorros comendo brócolis. Premissa 4: Vi quatro cachorros comendo brócolis. Premissa 5: Vi cinco cachorros comendo brócolis. Conclusão: Logo, a maioria dos cachorros come brócolis. Veja que a conclusão traz um conhecimento novo não presente nas premissas: "a maioria dos cachorros come brócolis". Perceba que as premissas nos induzem a crer que muitos dos cachorros comem brócolis, e tal generalização é obtida deinformações particulares. Note, também, que a inclusão de novas informações, como o aumento do número de observações de cachorros comendo brócolis, poderia tornar o argumento "mais forte". Novas informações também poderiam tornar o argumento "mais fraco", pois alguém poderia dizer algo como: "Não é verdade! O meu cachorro e o cachorro do meu vizinho não comem brócolis!" Além da inclusão de novas informações nas premissas, a alteração da conclusão também pode tornar o argumento "mais forte" ou "mais fraco". No exemplo acima, se alterássemos a conclusão para "mais de 20% dos cachorros comem brócolis", o argumento seria mais forte. Isso porque, ao se comparar com "a maioria dos cachorros", é mais provável que ao menos 20% dos cachorros comam brócolis. Perceba que um argumento "mais forte" ou "mais fraco" nada nos diz sobre a validade da conclusão. Com base nas premissas, não podemos afirmar nem negar categoricamente que "a maioria dos cachorros comem brócolis". Vejamos um outro exemplo de argumento indutivo: Premissa 1: 80% dos professores do Instituto de Tricô de Arapongas são mestres. Premissa 2: Fulano é professor do Instituto de Tricô de Arapongas. Conclusão: Logo, Fulano tem um mestrado. Perceba que o argumento acima transcende o conteúdo das premissas, pois Fulano pode ser parte dos 20% dos professores que não têm mestrado ou então pode realmente fazer parte dos 80% dos professores que têm um título de mestrado (mais provável). Além disso, o argumento parte de fatos apresentados nas premissas ("80% dos professores são mestres") para chegar em uma conclusão que estende o fato para um novo caso. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 15 93 Perceba que, se alterássemos a primeira premissa para "50% dos professores do Instituto de Tricô de Arapongas são mestres", o novo argumento ficaria "mais fraco" do que o anterior, pois a alteração da premissa faria com que a conclusão ficasse "menos provável". (SEFAZ SP/2002) Assinale o argumento indutivo que estabelece sua conclusão de modo mais forte: a)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 30 reais. b)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 30 reais. c)Os livros em oferta custam entre 5 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 25 reais. d)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 15 e 30 reais. e)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 20 reais. Comentários: Note que, em todos os argumentos apresentados nas alternativas, temos uma premissa da forma "os livros em oferta custam entre 𝒙 e 𝒚 reais" e uma conclusão no formato "este livro em oferta custa entre 𝒛 e 𝒘 reais". Trata-se de um argumento indutivo, uma vez que a conclusão transcende o conteúdo das premissas. Para determinar qual argumento é mais forte, devemos observar qual das alternativas apresenta uma conclusão mais provável em face à premissa apresentada. Vamos analisar cada alternativa: a)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 30 reais. Note que a premissa apresenta um intervalo de 40−10 = 30 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 30−20 = 10 reais. Logo, a conclusão abrange 10/30 = 1/3 do intervalo original. b)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 30 reais. Note que a premissa apresenta um intervalo de 40−10 = 30 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 30 − 10 = 20 reais. Logo, a conclusão abrange 20/30 = 2/3 do intervalo original. c)Os livros em oferta custam entre 5 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 25 reais. Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−5 = 45 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 25− 20 = 5 reais. Logo, a conclusão abrange 5/45 = 1/9 do intervalo original. d)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 15 e 30 reais. Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−10 = 40 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 30− 15 = 15 reais. Logo, a conclusão abrange 15/40 = 3/8 do intervalo original. e)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 20 reais. Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−10 = 40 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 20−10 = 10 reais. Logo, a conclusão abrange 10/40 = 1/4 do intervalo original. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 16 93 Note que em B tem-se a conclusão mais provável em face à premissa apresentada, pois a conclusão dessa alternativa abrange a maior parte do intervalo considerado na premissa dessa alternativa. Isso porque 2/3 é o maior número dentre as frações apresentadas: 1 3 ; 𝟐 𝟑 ; 1 9 ; 3 8 ; 1 4 Para verificar que 2/3 é de fato o maior número, uma possibilidade é realizar a divisão do numerador pelo denominador: 0,33 … ; 𝟎, 𝟔𝟔 … ; 0,11 … ; 0,375 ; 0,25 Gabarito: Letra B. Observe que o argumento por indução é muito utilizado por ciências experimentais: Premissa 1: Dois corpos A e B se atraem por uma força que é proporcional ao produto das massas e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Premissa 2: Dois corpos C e D se atraem por uma força que é proporcional ao produto das massas e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Conclusão: Logo, dois corpos quaisquer se atraem por uma força que é proporcional ao produto das massas e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Perceba que as ciências experimentais observam casos particulares e formulam uma conclusão ampliativa, transcendendo o caso particular por meio de uma generalização. (MPE SP/2011) Dados os argumentos: I. Sejam a, b, c números naturais, onde a = b e b = c; logo a = c II. Num escritório; 5/6 dos funcionários têm nível superior; José é funcionário do escritório, logo José tem nível superior. Assinale a alternativa correta: a) Ambos são argumentos dedutivos b) O argumento I é um exemplo canônico de um argumento indutivo e o argumento II é um típico argumento dedutivo. c) O argumento II apenas estaria correto se fosse: "No escritório 5/6 dos funcionários tem nível superior; José é funcionário do escritório; logo José não é de nível superior. d) O argumento I é exemplo canônico de um argumento classificado como válido pela lógica dedutiva. O argumento II é um argumento que não é classificado como válido pela lógica dedutiva, denominado indutivo. Comentários: O argumento I é um argumento dedutivo. Trata-se de um argumento válido, pois as premissas, consideradas verdadeiras, levam a uma conclusão necessariamente verdadeira. Observe: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 17 93 Premissa 1: a, b, c são números naturais. Premissa 2: a = b. Premissa 3: b = c. Conclusão: a = c O argumento II, por sua vez, não pode ser classificado como válido. Trata-se de um argumento indutivo. Premissa 1: "Num escritório; 5/6 dos funcionários têm nível superior." Premissa 2: "José é funcionário do escritório." Conclusão: "José tem nível superior." Perceba que nesse caso a conclusão transcende o conteúdo das premissas. Gabarito: Letra D. Analogias Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas como forma de se realizar a indução. Veja um exemplo: "Pessoas bilionárias acordam muito cedo todos os dias, fazem atividade física regularmente, leemmuito e fazem sessões mensais de coach empresarial. Joaquim acorda muito cedo todos os dias, faz atividade física regularmente, lê muito e faz sessões mensais de coach empresarial. Concluo que Joaquim é bilionário." O argumento indutivo acima ressaltou diversas características presentes em pessoas bilionárias e em Joaquim como forma de induzir à conclusão apresentada. Veja que o argumento apresentado nos parece um tanto fraco pelo fato de as características apresentadas não serem tão relevantes para a conclusão a que se quer chegar. Isso porque a relevância das características comparadas influencia a força da analogia. Veja esse novo argumento: "Muitas pessoas bilionárias são acionistas majoritários de companhias lucrativas, trabalham no setor de tecnologia e sabem liderar equipes. Joaquim é acionista majoritário de uma companhia lucrativa, trabalha no setor de tecnologia e sabe liderar equipes. Concluo que Joaquim é bilionário." Note que "ser acionista majoritário de uma companhia lucrativa", "trabalhar no setor de tecnologia" e "saber liderar equipes" são características mais relevantes para a conclusão que se quer obter. Logo, o argumento por analogia acima é "mais forte" do que o apresentado anteriormente. Outro fator que pode tornar uma nova analogia "mais forte" ou "mais fraca" com relação à anterior é a força da conclusão com relação às premissas: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 18 93 "Muitas pessoas bilionárias são acionistas majoritários de companhias lucrativas, trabalham no setor de tecnologia e sabem liderar equipes. Joaquim é acionista majoritário de uma companhia lucrativa, trabalha no setor de tecnologia e sabe liderar equipes. Concluo que Joaquim não é pobre." Perceba que a conclusão "Joaquim não é pobre" é mais provável do que "Joaquim é bilionário", tornando o argumento mais forte. O argumento indutivo por analogia é muito utilizado no dia a dia. Observe: "Há cinco anos, comprei o carro A da fabricante X, o qual nunca apresentou problemas de manutenção. Recentemente, a fabricante X lançou um novo modelo B. Vou trocar meu carro pelo modelo B, pois este automóvel não deverá apresentar problemas de manutenção." Veja que ambos os modelos de automóvel, A e B, apresentam a característica comum de terem sido fabricados pela fabricante X e que o interlocutor tem conhecimento, por sua própria experiência, que o modelo A nunca apresentou problemas quanto à manutenção. Em razão disso, infere, por analogia, que o modelo B, recentemente lançado pela mesma fabricante, não trará problemas quanto à manutenção. Perceba que o número de comparações realizadas também afeta a força da analogia. Veja o exemplo a seguir: "Há cinco anos, comprei um carro do modelo A, produzido pela fabricante X, o qual nunca apresentou problemas de manutenção. Tenho três amigos que têm carros produzidos pela mesma fabricante e nunca tiveram problemas de manutenção. Recentemente, a fabricante X lançou um novo modelo B. Vou trocar meu carro pelo modelo B, pois este automóvel não deverá apresentar problemas de manutenção." Perceba que a inclusão da informação de que outras três pessoas compraram um carro da fabricante X faz com que a analogia seja "mais forte", pois há um maior número de comparações. Outro fator que pode tornar uma analogia mais forte ou mais fraca é a quantidade de características comparadas. "Há cinco anos, comprei o carro A, da fabricante X, na concessionária Y e esse carro nunca apresentou problemas de manutenção. Tenho três amigos que também adquiriram automóveis da mesma fabricante X, na concessionária Y, e nunca tiveram problemas. Recentemente, a fabricante X lançou um novo modelo de automóvel B. Vou na concessionária Y trocar o meu carro A pelo modelo B, pois este automóvel não deverá apresentar problemas de manutenção." Perceba que a inclusão de uma nova característica para integrar a comparação aumenta o grau de persuasão do argumento, tornando a analogia "mais forte". Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 19 93 Por fim, o número de pontos de diferença (desanalogias) entre os exemplos mencionados é outro ponto que modifica a força do argumento. Veja o novo exemplo a seguir: "Não compre automóveis do fabricante X. Conheço três pessoas que compraram carros deste fabricante que apresentaram problemas de manutenção" Se, no argumento acima, acrescentarmos a informação de que se trata de um modelo de carro específico, e que os três amigos compraram este mesmo modelo, as novas informações reduzem a força do argumento. Isso porque, eventualmente, quem procura um automóvel pode estar interessado em modelo ou categoria diversa daquele referido. Outra desanalogia que enfraqueceria o argumento ocorreria se incluíssemos a informação de que uma quarta pessoa comprou um carro do fabricante X, o qual jamais apresentou problemas de manutenção. (FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir. No diálogo a seguir, a resposta de B é fundamentada em um raciocínio por analogia. A: O que eu faço para ser rico assim como você? B: Como você sabe, eu não nasci rico. Eu alcancei o padrão de vida que tenho hoje trabalhando muito duro. Logo, você também conseguirá ter esse padrão de vida trabalhando muito duro. Comentários: Perceba que B apresenta uma característica em comum com a A: "não nascer rico". Nota-se que, por meio dessa característica, B faz uma indução por analogia ao afirmar que A também "conseguirá ser rico trabalhando muito". Gabarito: CERTO. Argumentos abdutivos No argumento por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. O exemplo citado por C.S. Peirce1 mostra bem a diferença entre os argumentos por dedução, por indução e por abdução. Considere as seguintes proposições: P1: "Todos os feijões do saco são brancos." P2: "Todos os feijões da mesa vieram do saco." P3: "Todos os feijões da mesa são brancos." 1 PEIRCE, C. S. Collected papers of Charles Sanders Peirce. Elements of logic, Volume II. Harvard University Press. 1932. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 20 93 No argumento por dedução não se produz conhecimento novo. Se as premissas são tratadas como verdadeiras, o argumento válido apresenta uma conclusão verdadeira. Veja que o argumento abaixo pode ser deduzido com o uso de diagramas lógicos: Argumento por dedução Premissa P1: Todos os feijões do saco são brancos. Premissa P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco. Conclusão P3: Todos os feijões da mesa são brancos. O argumento por indução traz uma conclusão que transcende o conteúdo das premissas, estendendo o caso das premissas para um novo caso ou generalizando para todos os casos: Argumento por indução Premissa P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco. Premissa P3: Todos os feijões da mesa são brancos. Conclusão P1: Todos os feijões do saco são brancos. No argumento por abdução, a conclusão é obtida por melhor representar a explicação dos fatos enunciados nas premissas. Argumento por abdução Premissa P1: Todos os feijões do saco são brancos. Premissa P3: Todos os feijões da mesa são brancos. Conclusão P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco. Argumentos por abdução também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, podendo serem considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas informações forem introduzidas. Veja um novo exemplo: "Pedro foi diagnosticado com uma doença cardíaca há 5 anos. Hoje, Pedro faleceu. Portanto, pode-se supor quePedro morreu em decorrência de sua doença cardíaca. Note que o argumento apresentado mostra uma conclusão que representa a melhor explicação para os fatos enunciados nas premissas. Se incluíssemos a informação de que, no dia anterior ao falecimento, Pedro havia relatado dores no peito, a hipótese explicativa exposta na conclusão seria "mais provável", tornando o argumento "mais forte". Por outro lado, caso incluíssemos a informação de que Pedro tinha outras comorbidades além da sua doença cardíaca, tal fato tornaria o argumento "mais fraco". Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 21 93 (FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir. O texto que se segue, produzido por um detetive durante uma investigação criminal, ilustra um raciocínio por indução. Ontem uma senhora rica foi assassinada em sua casa. No momento do crime, havia uma festa na casa da vítima e nela estavam presentes umas cinquenta pessoas. Dessas cinquenta, é sabido que nove tinham algum tipo de problema com a senhora assassinada. Assim, é plausível supor que o assassino esteja entre essas nove pessoas. Comentários: A questão trouxe um argumento por abdução cuja a conclusão representa a melhor explicação para os fatos enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. Gabarito: ERRADO. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 22 93 ARGUMENTOS FALACIOSOS E APELATIVOS Falácia = Sofisma: erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Pode ser utilizado deliberadamente em uma investida fraudulenta de convencer pessoas. Falácia formal = Argumento dedutivo inválido Afirmação do consequente: P1: p→q. P2: q. C: p. Negação do antecedente: P1: p→q. P2: ~p. C: ~q. Argumentos contra a pessoa (ad hominem) Nesta falácia, ocorre a desqualificação da pessoa. Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra, coloca em dúvida a imparcialidade. Ad hominem "você também": a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano. − Apelo à autoridade: suposta autoridade declara X. Logo, X é verdadeiro. Apelo à ignorância: não há provas de que X é verdadeiro/falso. Logo, X é verdadeiro/falso. Falso dilema ou falsa dicotomia: somente X ou somente Y é verdadeiro. Y é falso. Logo, X é verdadeiro. Pergunta complexa: associação de 2 temas para serem tratados como uma única assertiva. Ex.: Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos? Espantalho ou homem de palha: pessoa A apresenta a afirmação X. Pessoa B apresenta razões contra Y, que é diferente de X. Petição de princípio ou raciocínio circular: Apresenta-se a afirmação Y que, para ser verdadeira, pressupõe-se X verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. Conclusão irrelevante (ignoratio elechi): É apresentada uma afirmação Y que não apresenta uma correlação relevante com X. Conclui-se que X é verdadeiro. Falso escocês: pessoa A apresenta uma afirmação X. Pessoa B mostra um contraexemplo que se opõe à afirmação X. Pessoa A alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X. − Falácias que apelam às emoções Apelo popular ou apelo ao povo: todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. Apelo à piedade: a afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um sentimento de piedade. Logo, X é verdadeiro. Apelo à força: a afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. Logo, X é verdadeiro. Apelo às consequências: X apresenta consequências positivas/negativas. Logo, X é verdadeiro/falso. − Argumentos falaciosos e apelativos Falácias formais Falácias informais Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 23 93 Acidente: ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra deveria ser excepcionada. Inversão do acidente: é o uso da exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser aplicada. Divisão: X apresenta a característica C. Logo, as partes de X apresentam a característica C. Composição: as partes de X apresentam a característica C. Logo, X apresenta a característica C. − Falácias indutivas Uma indução não necessariamente é uma falácia. Generalização apressada: conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa. Falsa analogia: as entidades comparadas são tão distintas que a indução realizada é fraca demais para se concluir algo. Falácia do jogador: consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não ter ocorrido ao longo de um certo tempo. − Derrapagem ou bola de neve: uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa − Falácias causais Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente: correlação entre a causa e o efeito; precedência temporal da causa; e eliminação de outras possíveis causas. Falácia da falsa causa: quando se conclui que um evento é a causa de outro quando, em verdade, não se pode atribuir essa relação de causa e efeito. Causa comum ou do efeito conjunto: X e Y estão correlacionados. Ignora-se uma possível causa Z que pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. Logo, X é a causa de Y. Depois disso, logo, por causa disso: X ocorreu antes de Y. Logo, X é a causa de Y. Inversão de causa e efeito: ocorre inversão da causa e do efeito dos eventos em questão. Causa complexa: um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as diversas causas, apenas uma parte delas é apresentada. Causa insignificante: uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante perante os demais fatores. − Falácias de ambiguidade Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase. Equívoco: ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de raciocínio. Anfibologia: ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua. Ênfase: ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da premissa por meio do modo com que as palavras são enfatizadas. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 24 93 Uma falácia ou um sofisma é um erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Por conta da capacidade de persuasão, as falácias podem ser utilizadas deliberadamente em uma investida fraudulenta de convencer as pessoas. O objeto do nosso estudo será, portanto, os argumentos equivocados que são aparentemente verossímeis. Podemos dividir as falácias em dois grupos: falácias formais, que são as falácias dedutivas, e falácias informais. Falácias formais ou dedutivas As falácias formais são aquelas em que o erro decorre da forma em que o argumento é construído. Essas falácias verificam-se quando temos um argumento dedutivo inválido. Falácia formal = Argumento dedutivo inválido Lembre-se que podemos ter argumentos dedutivos válidos com premissas falsas. Esses argumentos não são falácias. As falácias formais que nos interessam são aquelas que apresentam uma aparência de estarem corretos. As principais são: afirmação do consequente e negação do antecedente. Falácia da afirmação do consequente Afirmação do antecedente (Modus ponens) é uma regra de inferência que apresenta um formatode argumento que é sempre válido: Argumento válido: afirmação do antecedente (Modus ponens) Premissa 1: Se p, então q. Premissa 2: p. Conclusão: q. A falácia formal denominada "afirmação do consequente" consiste no argumento dedutivo inválido em que uma das premissas é um condicional (p→q) e a outra premissa é a afirmação do consequente desse condicional (q). Argumento inválido: afirmação do consequente Premissa 1: Se p, então q. Premissa 2: q. Conclusão: p. Vamos a um exemplo dessa falácia: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 25 93 Premissa 1: Se João for decapitado, então João morre. Premissa 2: João morreu. Conclusão: Logo, João foi decapitado. Nesse exemplo, perceba que o fato de João ter morrido não implica ele ter sido decapitado, pois ele pode ter morrido por qualquer outra causa. Falácia da negação do antecedente A negação do consequente (Modus tollens) é uma regra de inferência que apresenta um formato de argumento que é sempre válido: Argumento válido: negação do consequente (Modus ponens) Premissa 1: Se p, então q. Premissa 2: ~q. Conclusão: ~p. A falácia formal denominada "negação do antecedente" consiste no argumento dedutivo inválido em que uma das premissas é um condicional (p→q) e a outra premissa é a negação do antecedente desse condicional (~p). Argumento inválido: negação do antecedente Premissa 1: Se p, então q. Premissa 2: ~p. Conclusão: ~q. Vamos a um exemplo: Premissa 1: Se João for decapitado, então João morre. Premissa 2: João não foi decapitado. Conclusão: Logo, João não morreu. Nesse exemplo, perceba que o fato de João não ter sido decapitado não implica que ele não morreu, pois ele pode ter morrido por qualquer outra causa. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 26 93 Falácias informais As falácias informais ou não-formais são erros de raciocínio que, embora possam parecer convincentes, apresentam erro no conteúdo do argumento. Essas falácias não são identificadas com a utilização de regras de inferência ou com o uso de métodos de verificação da validade de um argumento. Existem inúmeras falácias e diversas formas de se classificá-las. Vamos aprender as que apresentam maior chance de aparecer em provas de concurso público, apresentando exemplos para facilitar o entendimento.1 Em geral, questões de concurso público estão mais voltadas para o reconhecimento de uma falácia, não sendo necessário o conhecimento das classificações. Argumentos contra a pessoa (ad hominem) Os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de falácias em que um argumento é rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento, com o consequente afastamento da discussão sobre o teor das afirmações. Os argumentos contra a pessoa geralmente seguem a seguinte forma: - Pessoa A afirma X; - Pessoa B faz um ataque à pessoa A; - Logo, X é falso. Ad hominem ofensivo ou abusivo O ad hominem ofensivo funciona com um ataque direto à pessoa do oponente, com o afastamento da discussão sobre as ideias apresentadas. Pessoa A: Eu sou contra a reforma da previdência pelos motivos X, Y e Z. Pessoa B: O que você fala não tem valor, você trai a sua mulher. 1 Os exemplos didaticamente ampliados não expressam visão/opinião de natureza política, religiosa ou social de seu autor. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 27 93 O ataque realizado nem sempre precisa apresentar uma ofensa clara como no exemplo anterior. Ele pode ser articulado por meio de aspectos morais, religiosos, profissionais, de gênero, de classe social, etc. Pessoa A: Eu sou contra o aborto pelos motivos X, Y e Z. Pessoa B: É claro que você é contra o aborto, você é um padre. Note que, no exemplo anterior, a pessoa B não contra-argumentou os motivos X, Y e Z, mas desqualificou o posicionamento de A em razão do ofício que A exerce. Veja outro exemplo de argumento ad hominem: Pessoa A: Podemos resolver os problemas das periferias por meio das políticas X e Y, pelos motivos Z e W. Pessoa B: Quem é você para falar dos problemas da periferia? Você reside em bairro nobre! Ad hominem circunstancial No ad hominem circunstancial, o ataque à pessoa ocorre ao se expor circunstâncias individuais de quem apresentou a declaração. Via de regra, essa falácia coloca em dúvida a imparcialidade da pessoa que fez a afirmação original. Pessoa A: O edital do concurso X será divulgado em no máximo 2 meses, pois a autorização já foi publicada. Pessoa B: É claro que você está falando isso! Você é dono de uma empresa que vende cursos preparatórios! Observe que, no exemplo dado, a pessoa B não apresentou suas considerações sobre a não divulgação do edital no prazo sugerido, mas sim colocou em dúvida a imparcialidade da pessoa A por meio de uma circunstância individual. Ad hominem "você também" (tu quoque) No ad hominem "você também", a depreciação da pessoa declarante ocorre por meio da exposição de um comportamento contraditório para esvaziar o teor da argumentação. Pessoa A: Baseado em X, Y e Z, é errado utilizar couro animal para o vestuário. Pessoa B: Olha quem está falando! Mês passado eu vi você com uma jaqueta de couro! Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 28 93 (CGU/2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Braga tece os seguintes comentários sobre o padre Feijó, figura importante de nossa história: “...quanta mediocridade, quanta incoerência! Não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura. Não teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma visão mais larga nem penetrante; não nos legou, nem mesmo aos homens do Segundo Império, nenhuma ideia mais alta ou mais justa para levar adiante. Teimoso e limitado, tinha dois ou três projetos que defendeu até a velhice, e nenhum deles de maior mérito”. Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem, ou seja, uma argumentação crítica contra uma pessoa. O tipo de argumento ad hominem que é adequado ao texto de Rubem Braga é aquele que: a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos; b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua personalidade nas suas relações sociais; c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa; d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido político; e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o discurso que apresenta. Comentários: Vimos que os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de falácias em que um argumento é rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento, com o consequente afastamento da discussão sobre o teor das afirmações. Vimos, ainda, que os argumentos ad hominem costumam ser classificados em três tipos: • Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. • Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra, coloca em dúvida a imparcialidade. • Ad hominem "você também" (tu quoque): a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano. Veja que, no texto apresentado, ocorre um ad hominem ofensivo, pois ocorre um ataque direto à pessoa do padre Feijó.Esse ataque direto pode ser observado em expressões como "...quanta mediocridade, quanta incoerência!", "não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura" e "teimoso e limitado". Vamos avaliar a alternativa que apresenta a descrição do tipo de argumento ad hominem representado no texto: ad hominem ofensivo. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 29 93 a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos. ERRADO. Note que não há uma falácia formal no texto apresentado. O argumento ad hominem é classificado como falácia informal. b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua personalidade nas suas relações sociais. ERRADO. Não há no texto apresentado considerações sobre a posição mantida pelo padre Feijó nas suas relações sociais. O texto apresenta um ataque direto à pessoa do padre. c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa. CERTO. Esse é o gabarito. Note que, na argumentação do texto, de fato não se procura desacreditar uma ideia do padre Feijó. O que ocorre é o afastamento da discussão sobre as ideias dele por meio de um ataque direto à pessoa, destacando-se as marcas negativas do padre. O gabarito, portanto, é letra C. d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido político. ERRADO. Note que não há uma mudança de ideia por parte do padre Feijó. O texto destaca características contrárias a isso pois, segundo o autor, o padre era "teimoso e limitado". e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o discurso que apresenta. ERRADO. Nessa alternativa, apresenta-se a definição do ad hominem "você também" (tu quoque). No texto apresentado, temos o ad hominem ofensivo. Gabarito: Letra C. Apelo à autoridade O apelo à autoridade costuma seguir o seguinte formato: - A pessoa A é supostamente uma autoridade em determinado assunto; - A pessoa A faz uma afirmação X sobre o assunto; - Logo, X é verdadeiro. Esse recurso é muito utilizado na venda de produtos ou de ideias. Veja o exemplo a seguir: Fulana, participante do Big Brother Brasil, usa o xampu X. Vou comprar esse xampu, pois deve ser bom. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 30 93 Deve-se tomar cuidado com o apelo à autoridade porque, em algumas situações, é lícito o uso de uma autoridade para sustentar um argumento, especialmente quando, cumulativamente: • A pessoa citada de fato tem uma expertise no assunto; • Há uma certa concordância entre outros experts do assunto; • Há outros elementos que suportam o argumento além da palavra da autoridade citada; e • A autoridade é identificada. Veja que o argumento a seguir constitui uma falácia porque a suposta autoridade não é de fato uma autoridade no assunto comentado. Arnaldo disse que a idade média foi um período ruim, de atraso e de interrupção no progresso da sociedade. Eu acredito nele, pois Arnaldo é PhD em Matemática Pura. O apelo a uma autoridade não identificada constitui uma falácia muito comum. Geralmente a pessoa que realiza esse erro de raciocínio utiliza expressões como "especialistas dizem...", "cientistas acreditam que...", "tenho um livro que diz que...", etc. Veja um exemplo: Os especialistas recomendam comer dois ovos por dia. Observe agora o argumento a seguir: Pessoa A: Não acredito nessa história de que dois corpos de massa não nula sempre se atraem. Pessoa B: É claro que sempre se atraem! Dois corpos com massa não nula estão sempre submetidos a uma força de atração mútua! Isaac Newton pensava assim e é por isso que os corpos celestes ficam confinados às suas órbitas! Veja que, se as pessoas A e B são leigas no assunto, a citação de Isaac Newton, que é uma grande autoridade em mecânica clássica, de fato reforça o argumento da pessoa B. Uma situação diferente seria se as duas pessoas em questão fossem físicos teóricos discutindo sobre avanços mais recentes da física: nesse caso, é possível que não haja concordância no assunto e que outros elementos relevantes suportem um argumento que contrapõem a autoridade citada. Apelo à ignorância O apelo à ignorância consiste em considerar verdadeira uma argumentação porque não há provas de que ela é falsa. Outra possibilidade de uso dessa falácia é considerar uma argumentação falsa porque não há provas de que ela é verdadeira. O apelo à ignorância costuma seguir o seguinte formato: - Não há provas de que X é verdadeiro; - Logo, X é falso. Ou - Não há provas de que X é falso; - Logo, X é verdadeiro. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 31 93 Vamos a dois exemplos: Você não é capaz de provar que Papai Noel não existe. Portanto, Papai Noel existe. Deus não existe! Você consegue provar que Ele existe? Falso dilema ou falsa dicotomia O falso dilema é uma falácia em que são apresentados um número limitado de opções, geralmente duas, para que o interlocutor fique restrito a escolher entre opções que podem ser todas falsas. O falso dilema costuma seguir o seguinte formato: - Somente X ou somente Y é verdadeiro. - Y é falso; - Logo, X é verdadeiro. Vamos a um exemplo: Ou você vota no candidato X ou você odeia os pobres. No exemplo acima, veja que não é dada mais opções à outra parte, de modo que se a pessoa não votar no candidato X, ela supostamente seria alguém que odeia os pobres. Como, via de regra, há uma rejeição natural à segunda opção, a pessoa ficaria compelida a votar no candidato X. Veja um outro exemplo: Brasil: ame-o ou deixe-o. Novamente, o falso dilema restringe as possibilidades de uma maneira falaciosa, pois seria plenamente possível uma pessoa não amar o Brasil sem o deixar. (Pref. Cruzeiro do Sul/2019) “O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa- se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente incoerente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que alega.” Wikipedia, Falácia. É possível se agrupar as falácias em termos de muitos subconjuntos, dentre eles os listados abaixo, com uma rápida definição em cada caso. Falso Dilema: limita-se a escolha, escondendo demais possibilidades. Ignorância: considerar verdadeiro porque não há provas para afirmar se verdadeiro ou falso. Ad Hominem: desconsidera verdade para atacar quem fala a verdade. Apelo à autoridade: fulano disse, então é verdade por ele ter dito. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 32 93 Considere as proposições abaixo. I. João nunca fez terapia, então não pode falar sobre terapia. II. Se o terapeuta vota nesse partido, então ele é um mau terapeuta. III. A terapia sempre funciona pois ninguém mostrou que não funciona. Assinale a alternativa correta que classifica adequadamente em termos das categorias, cada afirmativa. a) I. Falso Dilema II. Ignorância III. Ad Hominem b) I. Ad Hominem II. Ad Hominem III. Ignorância c) I. Falso Dilema II. Apelo à autoridade III. Falso Dilema d) I. Apelo à autoridade II. Ad Hominem III. Apelo à autoridade Comentários: Vamos comentar cada falácia apresentada. João nunca fez terapia, então não pode falar sobre terapia. Trata-se de uma falácia ad hominem.Veja que João foi desqualificado do debate por uma circunstância pessoal: o fato dele nunca ter feito terapia. Se o terapeuta vota nesse partido, então ele é um mau terapeuta. Trata-se novamente de uma falácia ad hominem. Veja que o terapeuta foi atacado por uma característica pessoal, que é o fato dele votar em um determinado partido. Essa particularidade em nada modifica a capacidade dele como terapeuta. A terapia sempre funciona pois ninguém mostrou que não funciona. Trata-se do apelo à ignorância. Veja que o enunciador da frase tenta comprovar que a terapia sempre funciona por meio do fato de ninguém ter provado o contrário. Gabarito: Letra B. (DPE RO/2015) TEXTO 1 – O mito da maioridade penal Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015 “Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em que banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso Nacional sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”. O autor do texto 1 apela para algumas estratégias argumentativas; a estratégia identificada de forma correta e adequada ao texto é: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 33 93 a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados; b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular; c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa juventude; d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos réus”; e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela redução da maioridade penal. Comentários: Vamos verificar as alternativas e assinalar aquela que apresenta a estratégia argumentativa utilizada no texto. a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. ERRADO. A citação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados não é utilizada como um argumento de autoridade, pois a comissão não é utilizada de modo a validar ou reforçar a tese defendida pelo autor do texto. b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular. ERRADO. O emprego da primeira pessoa reforça apenas o caráter opinativo do argumento. Nesse sentido, aumenta- se a subjetividade do texto, o que acaba por enfraquecer o argumento. c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa juventude. ERRADO. O autor não fala sobre perigos sociais a respeito de jovens delinquentes. d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos réus”. CERTO. Esse é o gabarito. Veja que o autor utiliza a falácia "ou um ou outro", mais conhecida como falso dilema ou falsa dicotomia, para defender o seu ponto de vista contrário à redução da maioridade penal. Isso porque o autor restringe as opções do problema a dois extremos, o "banco da escola" ou o "banco dos réus", para que o leitor do artigo fique restrito a escolher entre as duas opções. e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela redução da maioridade penal. ERRADO. A opinião do autor é contrária à redução da maioridade penal. Além disso, a citação do Congresso Nacional não é utilizada como um argumento de autoridade, pois essa citação não é utilizada de modo a validar ou reforçar a tese defendida pelo autor do texto. Gabarito: Letra D. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 34 93 Pergunta complexa A pergunta complexa consiste na associação de dois temas para serem tratados como uma única assertiva. A ideia pretendida com essa falácia é que o interlocutor aceite ou rejeite ambos os tópicos quando, em verdade, ele poderia aceitar um e rejeitar o outro. Vamos a um exemplo: Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos? Veja que essa pergunta induz o deputado a responder "sim" ou "não". Se ele responder "sim", isso significa que o deputado desviava recursos públicos e agora não desvia mais. Se ele responder "não", significa que o deputado desviava recursos públicos e continua desviando. A pergunta, em verdade, deveria ser quebrada em duas: 1. Deputado, o sr. desviava recursos públicos? 2. E agora, o sr. desvia recursos públicos? Para se defender da acusação embutida na pergunta, o deputado deve respondê-la evitando as respostas monossilábicas do tipo "sim" ou "não", dividindo a resposta em duas partes: Pessoa A: Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos? Deputado: Nunca desviei e nunca vou desviar recursos públicos. Vamos a um exercício. (TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na estrutura da argumentação. A pergunta complexa: “Você deixou de roubar dinheiro de seus pais?” se baseia na pressuposição de que o interlocutor a quem essa pergunta se dirige não rouba mais dinheiro de seus pais. Comentários: Veja que a questão apresenta uma pergunta complexa, falácia em que dois temas distintos são associados para serem tratados como uma única assertiva. Note que a acusação embutida na pergunta se trata de uma pressuposição de que a pessoa, no passado, roubava dinheiro dos seus pais. Quanto ao presente, nada se pode pressupor. O gabarito é ERRADO. Lembre-se que, para evitar a falácia, a primeira pergunta deveria ter sido quebrada em duas: 1. Você roubava dinheiro dos seus pais? − A pergunta complexa original pressupõe que sim. 2. E agora, você rouba dinheiro dos seus pais? Gabarito: ERRADO. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 35 93 Falácia do espantalho ou do homem de palha A falácia do espantalho consiste em argumentar sobre uma afirmação diversa da apresentada pelo oponente. Geralmente a nova afirmação é uma distorção tendenciosa da original. - Pessoa A apresenta a afirmação X; - Pessoa B apresenta razões contra a afirmação Y, que é uma visão distorcida de X. Vamos a um exemplo: Pessoa A: Sou a favor de que as pessoas sejam julgadas de acordo com o devido processo legal. Pessoa B: Você deseja que os criminosos estejam soltos? Não podemos mais tolerar os altos índices de violência! Veja que, no exemplo acima, a pessoa B distorce a declaração da pessoa A para criticar essa nova afirmação. No caso, o opositor discorre sobre as razões pelas quais criminosos não deveriam estar soltos, enquanto a enunciação original tratava sobre o respeito ao devido processo legal. Petição de princípio ou raciocínio circular A falácia da petição de princípio, também conhecida por raciocínio circular, utiliza uma premissa que, para ser considerada verdadeira, exige que se pressuponha que a conclusão é verdadeira. A petição de princípio costuma se apresentar no seguinte formato: - É apresentada uma afirmação Y que, para ser verdadeira, pressupõe a veracidade de X; - Logo, X é verdadeiro. Veja um exemplo: Deus existe porque está na bíblia, e a bíblia é um livro livre de erros, pois foi escrita por Deus. Note que o fato de Deus estar na bíblia não prova a existência de Deus, pois para a bíblia ser um livro livre de erros devemos pressupor a existência de Deus. Conclusão irrelevante (ignoratio elechi) A falácia da conclusão irrelevante ocorre quando se obtém uma conclusão equivocadaa partir de premissas que não lhe dão o suporte devido. - É apresentada uma afirmação Y, que não apresenta uma correlação relevante com X; - Conclui-se que X é verdadeiro. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 36 93 No exemplo abaixo, suponha que um vereador está defendendo um projeto de lei: Desejo uma cidade que tenha crescimento econômico, com geração de emprego e de renda para todos os munícipes. Portanto, devemos aprovar o projeto de lei para reduzir o imposto sobre serviços. Veja que as considerações relacionadas ao crescimento econômico, geração de emprego e de renda são irrelevantes para suportar a conclusão de que o projeto de lei deve ser aprovado. Presume-se que todos os vereadores são a favor dessas considerações. As questões que precisam ser debatidas são as seguintes: o projeto de lei realmente proporcionará crescimento econômico, emprego e renda? Se sim, trata-se da melhor alternativa para o que se quer obter? O argumento apresentado, portanto, se trata de uma falácia. Falácia do falso escocês A falácia do falso escocês consiste na tentativa de manter um argumento mal fundamentado rejeitando as refutações por meio de um "apelo à pureza" de um conceito. Esse erro de raciocínio costuma apresentar o seguinte formato: - Pessoa A: apresenta uma afirmação X; - Pessoa B: mostra um contraexemplo que se opõe à afirmação X; - Pessoa A: alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X. Vamos a um exemplo: Pessoa A: Todo escocês usa kilt. Pessoa B: Meu avô é escocês e não usa kilt. Pessoa A: Ah sim, mas seu avô não é um escocês de verdade, ele foi criado no Brasil. Veja que, para evitar o contraexemplo apresentado por B, a pessoa A restringiu o conceito de escocês para não abranger o caso apresentado. Vejamos um outro exemplo em que ocorre a falácia do falso escocês: Pessoa A: Trabalhador não vota em empresário. Pessoa B: Eu sou trabalhador e votei em um empresário na última eleição. Pessoa A: Ah sim, mas você não é um trabalhador de verdade, você trabalha em home office. Veja que, após a apresentação de um contraexemplo, a pessoa A restringiu o conceito de trabalhador, excluindo aqueles que trabalham em regime de home office. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 37 93 Falácias que apelam às emoções As falácias reunidas nesse tópico apresentam apelos a emoções ou a outros fatores psíquicos que em nada sustentam a argumentação pretendida. Apelo popular ou apelo ao povo A falácia do apelo ao povo ocorre quando se assume que uma afirmação é verdadeira com base no fato de que todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam essa declaração como verdadeira. - Todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como verdadeiro; - Logo, X é verdadeiro. Veja um exemplo em que um adolescente tenta convencer seu colega de escola a beber refrigerante de uma determinada marca: Por que você bebe refrigerante da marca X? Ninguém da escola bebe refrigerantes dessa marca. Todos bebem refrigerante da marca Y. Note que o uso generalizado de um produto não demostra que ele seja satisfatório. Trata-se, portanto, da falácia do apelo popular. Veja um outro exemplo: A maioria das pessoas acredita em astrologia, logo a posição relativa dos corpos celestes deve realmente impactar a personalidade do ser humano. Novamente temos um apelo popular, pois a crença generalizada em astrologia não demonstra que ela seja razoável. Apelo à piedade O apelo à piedade é uma falácia em que a pessoa apresenta alegações não para suportar a conclusão do argumento, mas para criar um sentimento de comiseração na outra parte. - A afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um sentimento de piedade. - Logo, X é verdadeiro. Vamos a um exemplo: Professor, o senhor precisa arredondar a minha nota. Se eu repetir de ano, minha mãe vai me pôr de castigo e, além disso, eu estudei dez horas por dia durante o mês inteiro. Note que o possível castigo conferido pela mãe ao aluno e o fato de ele ter estudado 10 horas por dia são expostos com o intuito de gerar sentimento de pena no professor. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 38 93 Apelo à força O apelo à força é uma falácia em que uma pessoa apresenta alegações não para suportar a conclusão do argumento, mas para criar medo na outra parte. - Afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. - Logo, X é verdadeiro. É possível que esse medo seja gerado por uma intimidação física, porém ele pode também ser causado por outros tipos de ameaças. Vamos a um exemplo: Professor, eu preciso que você me dê nota acima de 8,0 na última prova. Amanhã à tarde, passarei na casa da minha mãe e, logo depois, irei até a sua residência para conversarmos a respeito dessa nota. Aliás, minha mãe é a reitora da universidade. Note que o fato de a mãe do aluno ser reitora da universidade em nada contribui para sustentar o merecimento da nota postulada. Na verdade, a alegação constitui uma ameaça ao professor, que pode se sentir compelido a aumentar a nota por medo em relação a possíveis retaliações por parte da mãe do discente. Apelo às consequências O apelo às consequências é uma falácia em que uma pessoa apresenta alegações relacionadas às consequências do aceite ou da recusa de uma conclusão. O apelo às consequências costuma seguir o seguinte formato: - X apresenta consequências positivas. - Logo, X é verdadeiro. Ou - X apresenta consequências negativas. - Logo, X é falso. Vamos a um exemplo: Não acredito que o mundo entrará em uma terceira guerra mundial. Se eu acreditasse, não conseguiria viver tranquilamente. Veja que a consequência negativa da possibilidade de uma guerra é utilizada para embasar a conclusão de que o mundo não entrará em guerra. Trata-se da falácia do apelo às consequências. Esse erro de raciocínio apelativa costuma funcionar muito bem no dia-a-dia das pessoas, pois o ser humano tem uma tendência de ser menos crítico quanto a fatos que o beneficiam. Veja um novo exemplo: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 39 93 Você não pode ser favorável à reforma administrativa. Afinal, o senhor é servidor público, e se essa reforma for aprovada você poderá perder seus adicionais por tempo de serviço. Veja que uma consequência pessoal negativa relacionada à aprovação da reforma administrativa é utilizada para sustentar a conclusão de que o servidor em questão não pode ser favorável à reforma. Acidente A falácia do acidente ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra deveria ser excepcionada. Vejamos um exemplo: O limite de velocidade na rodovia Presidente Dutra é de 110km/h. Logo, mesmo que sua esposa necessite de atendimento médico imediato, você não pode passar dos 110km/h nessa rodovia. Veja que, em que pese o limite máximo de velocidade, a circunstância apresentada sugere que a regra geral é passível de ser excepcionada. Veja um outro exemplo em que ocorre a falácia do acidente: É correto devolver os objetos que nos emprestaram. Logo, devo devolver essa submetralhadora Uzi ao maníaco que me emprestou. Inversão do acidente Inversão do acidente é uma falácia que consiste em tomar uma exceção como regra, ou seja, é o uso da exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser aplicada. Trata-se do inverso da falácia do acidente. Vejamos um exemplo: Se deixarmos alguém, que tem epilepsia, cultivar a planta da maconha para uso medicinal,então deveremos permitir que todos tenham plantações de maconha. Note que a generalização da exceção apresentada constitui um erro de raciocínio, pois não foram apresentadas razões suficientes para suportar a conclusão. (ANPAD/2015/Adaptada) A falácia da inversão do acidente consiste em tomar uma exceção como regra. Exemplo: Se deixarmos doentes terminais usarem heroína, devemos deixar todos usá-la. Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que apresenta uma falácia de inversão do acidente. a) Se vamos tornar o cigarro uma droga ilícita, então devemos fazer o mesmo para o álcool. b) Se somos o país da natureza, devemos preservá-la. c) Quando você chora, uma estrela morre no céu. Logo, é melhor você não chorar. d) Já que você pode ir à boate, então todos aqui de casa podem, oras. Comentários: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 40 93 Note que apenas a alternativa D apresenta a falácia da inversão do acidente. A afirmação transforma uma exceção (você pode ir à boate) em uma regra (então todos aqui de casa podem). Gabarito: Letra D. Divisão A falácia da divisão consiste em afirmar, sem uma justificativa razoável, que as partes constitutivas de algo possuem a mesma propriedade do que o todo. Esse todo pode ser inclusive um grupo que apresenta características coletivas não aplicáveis aos indivíduos que o compõe. - X apresenta a característica C. - Logo, as partes de X apresentam a característica C. Vamos a um exemplo: O hipoclorito de sódio diluído a 2,5% (água sanitária) é um excelente desinfetante. Logo, o sódio, que compõe a água sanitária, é um excelente desinfetante. Note que não foi apresentado nenhum elemento plausível que justifique que o sódio é um bom desinfetante. Observe um exemplo desse erro de raciocínio no caso de um grupo que apresenta propriedades não extensíveis aos indivíduos: No mundo, homens auferem um salário 30% maior do que as mulheres. Logo, João, morador da Etiópia, recebe mais do que Maria, que é cidadã americana. Veja que não foi apresentada nenhuma razão plausível que justifique o fato de João auferir maiores rendimentos do que Maria. Em verdade, a partir das informações apresentadas, é mais provável que uma cidadã americana receba um salário maior do que o de um morador da Etiópia. Composição A falácia da composição consiste em afirmar, sem uma justificativa razoável, que o todo possui as mesmas propriedades das partes constitutivas. Esse todo pode ser inclusive um grupo cujos elementos apresentam características individuais não aplicáveis ao coletivo. Trata-se do inverso da falácia da divisão. - As partes de X apresentam a característica C; - Logo, X apresenta a característica C. Vamos a um exemplo: Um átomo não tem cor. Carros são compostos por átomos. Logo, carros não apresentam cor. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 41 93 Observe um exemplo desse erro de raciocínio no caso de elementos apresentam características individuais não aplicáveis ao grupo: Uma fábrica de calçados consome mais energia do que uma residência. Logo, no mundo, todas as fábricas de calçados consomem mais energia do que todas as residências. Falácias indutivas Já aprendemos que o raciocínio indutivo é uma das possíveis formas de argumentar. Uma inferência indutiva bem realizada pode apresentar boas razões para sustentar uma conclusão e, portanto, uma indução não necessariamente é uma falácia. Em alguns casos, a indução é realizada com alguns erros de raciocínio: trata-se das falácias indutivas, que serão apresentadas a seguir. Esses erros de raciocínio ocorrem principalmente devido à baixa probabilidade indutiva do argumento. Generalização apressada A falácia da generalização apressada ocorre quando se realiza uma conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa. Veja um exemplo: Pedro estava indo a pé para o trabalho quando, de repente, um carro se aproxima da calçada e o motorista começa a praguejar contra ele. Ao verificar que o veículo apresentava uma placa de Jacareí, Pedro conclui que jacareienses são mal-educados. Note que não se pode generalizar a conduta de uma população inteira com base em um único caso. Nesse caso, atribuiu-se a característica de um único indivíduo à totalidade. As falácias da inversão do acidente e da composição, assim como a generalização apressada, apresentam um erro de generalização. Falsa analogia Sabemos que em uma analogia realiza-se um raciocínio indutivo com base em características comuns entre dois entes. A falácia da falsa analogia ocorre quando as entidades comparadas são tão distintas, ou seja, apresentam tantas desanalogias, que a indução realizada é fraca demais para se concluir algo. Vamos a um exemplo: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 42 93 Os alunos do Instituto de Tricô de Arapongas são como diamantes. Diamantes são feitos sob pressão. Logo, devemos pressionar os alunos. Note, no exemplo acima, que os alunos e os diamantes são tão distintos que a característica de que os diamantes são feitos sob pressão não pode ser imputada aos alunos por meio dessa analogia. Falácia do jogador A falácia do jogador consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não ter ocorrido ao longo de um certo tempo. Esse erro de raciocínio ocorre por conta de uma falha de se compreender a ideia de independência estatística. Vamos a um exemplo: É a décima vez que joguei uma moeda para cima e todas as vezes obtive "cara". Logo, é muito mais provável que eu obtenha "coroa" no próximo lance. Note que cada lance é um evento que independe dos anteriores, de modo que o fato da moeda ter apresentado dez vezes "cara" em nada influencia a próxima jogada, que permanece com a probabilidade de 50% "cara" e 50% "coroa". É comum investidores inexperientes sucumbirem a esse tipo de falácia. Veja o exemplo a seguir: As ações que comprei se valorizaram durante dez dias úteis seguidos. Vou vendê-las, pois em seguida virá uma queda. Perceba que, no raciocínio apresentado acima, não há uma explicação racional que suporte a conclusão de que as ações sofrerão uma queda em seus preços. Derrapagem ou bola de neve A falácia da derrapagem consiste no uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa. Veja o exemplo abaixo: Se você beber, verá que é difícil largar a bebida. Não largando a bebida, estarás habitualmente alcoolizado. Acabarás sem disposição e tempo para trabalhar por conta de seus vícios. Sem trabalhar com assiduidade, perderás o seu emprego e, sem emprego, sua família vai passar necessidade. Portanto, não se deve consumir bebida alcoólica. Note que, por conta de uma série de encadeamentos fracos, o autor da frase parte do consumo de bebida e chega na previsão de que a família de quem bebe vai passar necessidade. Trata-se da falácia da derrapagem ou da bola de neve. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 43 93 Falácias causais Um ponto muito importante no estudo das falácias é o entendimento das relações de causalidade apresentadas em uma situação-problema. Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente: • Correlação entre a causa e o efeito: a causa e o efeito devem estar correlacionados, isto é, deve-se encontrar uma associação entre a causa e a consequência. Isso significa que a causa e o efeito devem ser dependentes um do outro. • Precedência temporal da causa: a causadeve ocorrer antes do efeito gerado por ela. • Eliminação de outras possíveis causas: deve-se mostrar que a correlação entre a causa e a consequência é uma hipótese convincente, de modo que não haja uma outra causa subjacente. Podemos dizer de modo genérico que a falácia da falsa causa ocorre quando se conclui que um evento é a causa de outro quando, na verdade, não se pode atribuir essa relação de causa e efeito por conta de um erro de raciocínio. Vejamos um exemplo: Na Copa do Mundo de 2014, o Brasil apresentou um desempenho satisfatório até a semifinal. No jogo contra Alemanha, em que Mick Jagger estava na torcida brasileira, o Brasil sofreu uma goleada de 7 a 1. Logo, a torcida de Mick Jagger gerou a derrota do Brasil por uma ampla diferença de gols. Note que, apesar de haver uma associação ou correlação entre a torcida do Mick Jagger e a goleada, claramente existem outras possíveis causas que implicaram a derrota. Serão apresentadas cinco falácias causais. As três primeiras são casos particulares da "falácia da falsa causa", e as duas últimas apresentam causas genuínas, porém não suficientes para se obter a conclusão. Falácia da causa comum ou do efeito conjunto A falácia da causa comum ocorre quando se conclui que um evento é a causa de outro simplesmente porque os dois fenômenos apresentam uma associação ou uma correlação. Nesse tipo de erro, a conclusão é obtida ignorando-se um terceiro fator possível que pode ser a causa comum dos dois acontecimentos. - X e Y estão correlacionados. - Ignora-se uma possível causa Z que pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. - Logo, X é a causa de Y. Vamos a um exemplo: O aumento anual dos casos de poliomielite ocorre proporcional e concomitantemente ao aumento do consumo de sorvetes. Logo, comer sorvete causa poliomielite. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 44 93 Veja que, mesmo que o número de casos de poliomielite aumente na mesma proporção e no mesmo período em que se verifica o aumento do consumo de sorvetes, não se pode inferir que a ingestão de sorvete é a causa dessa doença. Essa falsa relação de causa e efeito ocorreu porque se ignorou uma causa comum: o verão. A transmissibilidade da poliomielite é maior no verão e, nessa mesma época do ano, as pessoas costumam consumir mais sorvete. Veja que esse exemplo pode parecer risível nos dias de hoje, porém, no fim da década de 40, antes de haver a vacina para a doença, havia uma forte linha de pesquisa que sugeria que o consumo de sorvete era a causa da poliomielite. Depois disso, logo, por causa disso (post hoc ergo propter hoc) A falácia "depois disso, logo, por causa disso" ocorre quando se considera que um evento é a causa de outro simplesmente porque o primeiro evento ocorreu antes do outro. - X ocorreu antes de Y. - Logo, X é a causa de Y. Vejamos um exemplo: Antes do sol nascer, o galo canta. Logo, o sol nasce porque o galo canta. Inversão de causa e efeito Essa falácia de falsa causa acontece quando ocorre a inversão da causa e do efeito dos eventos em questão. Vejamos um exemplo: João coloca uma fatia de pão em um prato. Após alguns dias, ele nota que o pão está com mofo. João conclui que o envelhecimento do pão produziu o bolor. Note que, no exemplo acima, ocorreu uma inversão entre causa e efeito, pois é o fungo que causa o envelhecimento do pão, não o contrário. Causa complexa A falácia da causa complexa ocorre quando um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as diversas causas, apenas uma parte delas é apresentada. Vejamos um exemplo: O acidente de Chernobyl não teria ocorrido se os operadores fossem melhor treinados. Um acidente nuclear geralmente é multifatorial, apresentando diversas causas para a sua ocorrência. A falta de treinamento do pessoal realmente pode ter sido um dos fatores que desencadeou o acontecimento, Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 45 93 porém existem diversos outros elementos que contribuíram para o desastre, dentre os quais as falhas de projeto na construção do reator. Causa insignificante A falácia da causa insignificante ocorre quando uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante perante os demais fatores que acarretam o efeito em questão. Vejamos um exemplo: Ao utilizar carvão para fazer um churrasco você está contribuindo para o aquecimento global. Note que realizar um churrasco de fato contribui para o aquecimento global, pois ocorre uma emissão de gás carbônico ao se queimar o carvão. Observe, porém, que o efeito poluente de um churrasco é insignificante quando comparado com efeito poluente dos automóveis. (FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue o item que se segue. A assertiva “Sempre que venho aqui, chove. Logo, minha vinda é positiva, pois traz chuva para cá” apresenta um raciocínio falacioso, mediante o qual se define erroneamente um evento como a causa de outro. Comentários: Observe que a assertiva apresenta a ida da pessoa para determinado lugar como causa do efeito "chover". Trata-se de uma falácia da falsa causa, pois, mesmo na eventualidade de ocorrer uma mínima correlação pontual entre a ida da pessoa ao local e a chuva, certamente outras possíveis causas podem ser identificadas como melhores hipóteses para o efeito "chover". Gabarito: CERTO. Falácias de ambiguidade Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase. Equívoco A falácia do equívoco ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de raciocínio. Loucos não devem ter porte de arma. Pedro é louco por futebol. Portanto, Pedro não deve ter porte de arma. Perceba que a palavra "louco" foi usada com dois significados diferentes: o primeiro uso se refere a um distúrbio psíquico, e o segundo é sinônimo de "apaixonado". Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 46 93 Anfibologia A falácia da anfibologia ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua. João praticou um homicídio depois de cumprimentar o irmão da vítima com uma pistola. Perceba que, da forma com que o enunciado foi construído, são possíveis duas interpretações: • João praticou o homicídio com uma pistola; ou • João cumprimentou o irmão da vítima portando uma pistola. Ênfase A falácia de ênfase ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da premissa por meio do modo com que as palavras são enfatizadas. Vejamos exemplos adaptados de Irving Copi em que ocorre essa falácia2. Premissa: Não devemos falar mal dos nossos amigos. Conclusão: Logo, podemos falar mal de qualquer um que não seja nosso amigo. Quando se lê a premissa sem qualquer ênfase, a proibição sugerida de que "não devemos falar mal dos nossos amigos" é perfeitamente compreensível. Note, porém, que a conclusão sugerida só decorre da premissa se dermos uma ênfase à expressão "nossos amigos": Nova premissa: "Não devemos falar mal dos NOSSOS AMIGOS." Nesse caso, o destaque feito gera uma nova premissa que é completamente distinta da original. Desta forma, a conclusão de fato deriva dessa nova afirmação. Ocorre, porém, que a nova premissa já não é mais aceitável como algo razoável. O aspecto enganador da falácia decorre justamente do fato de não haver qualquer destaque na premissa, deixando-a aceitável perante o interlocutor, para em seguida concluir-se algo que só poderia ser inferido caso a premissa original apresentasse uma ênfaseem certas expressões. Note que inclusive uma afirmação verdadeira pode ser falaciosa quando se dá uma ênfase enganosa. Suponha, por exemplo, que um jornal apresente a seguinte manchete: PROTESTOS VIOLENTOS 2 Copi, I. M. Introdução à Lógica. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978, p.93-94. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 47 93 Em seguida, em letras bem menores, o jornal continua: "...são esperados pelas autoridades". Note que o veículo de comunicação, nesse caso, acaba conferindo um significado falso a uma afirmação que pode ser verdadeira. − É isso aí, pessoal! Acabamos de ver aqui um compilado de diversas falácias. Reforço, novamente, que para fins de prova é mais importante você saber identificar esses erros de raciocínio do que saber classificar as falácias. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 48 93 DEFEITOS DE ARGUMENTAÇÃO Incidência em provas: BAIXÍSSIMA. Emprego de noções confusas Trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. Exemplos: democracia, liberdade, justiça, ordem, honestidade, paz, idealismo, etc. Emprego de noções de totalidade indeterminada Trata do uso de palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete a argumentação pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns aspectos. Esse defeito de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados por generalização. Exemplos: sempre, tudo, todos, nunca, nada, ninguém. Emprego de noções semiformalizadas Trata do uso inadequado de termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado especializado, restrito a esse tipo de linguagem. Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em alguns casos, o uso de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não correspondem à realidade ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada. O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de caráter geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de argumentação, porém ela deve ser representativa. O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal maneira ou que nunca devemos agir assim. É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de argumentação, porém no geral esse esquema tende a cair no lugar-comum com modelos de conduta estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são sempre corruptos, etc. Outros defeitos de argumentação Utilização de conceitos e afirmações genéricos. Uso de conceitos que se contradizem entre si. Instauração de falsos pressupostos. Defeitos de argumentação Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 49 93 Nessa seção, vamos tratar sobre defeitos de argumentação. Para desenvolver esse conteúdo, será tomado como base a obra "Para entender o texto: Leitura e Redação" dos professores Fiorin e Savioli1. Mesmo não estando explícito no edital, esse assunto chegou a ser cobrado em Raciocínio Crítico na prova de Técnico Judiciário do TRF da 1ª Região realizada em 2017 pela banca CESPE. Para complementar o assunto, além da questão da banca CESPE, serão apresentadas, ao final da seção, outras duas questões de concursos públicos sobre o tema que originalmente foram cobradas na matéria de Português. Emprego de noções confusas O emprego de noções confusas é um defeito de argumentação que trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. Não se trata de palavras de que apresentam um sentido especializado, mas sim de palavras que apresentam uma extensão de significado muito ampla. Para o devido uso dessas palavras em um argumento, é necessário defini-las previamente, pois do contrário o argumento se esvazia, podendo essas palavras serem utilizadas para apoiar pontos de vistas opostos. Exemplos de palavras com noções confusas: democracia, liberdade, justiça, ordem, honestidade, paz, idealismo, etc. Em defesa da democracia, o deputado federal X votou a favor do processo de impeachment da presidente. Note que a palavra "democracia" apresenta um conceito bastante elástico e poderia ser utilizada para sustentar um ponto de vista oposto: "em defesa da democracia, o deputado federal Y votou contra o processo de impeachment da presidente." Em nome da liberdade do povo iraniano, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao Irã. Perceba que a palavra "liberdade" apresenta um sentido vago, podendo ser utilizado justamente para defender outro ponto de vista: "em nome da liberdade do povo iraniano, o Irã solicitou a órgãos internacionais sanções aos Estados Unidos". O problema dos posseiros e a luta pela terra não têm sentido, pois perturbam a ordem estabelecida. Veja que o uso da expressão "ordem estabelecida" manifesta um julgamento de caráter moralizante tomando por base palavras vazias com um significado muito amplo. Há a necessidade de se especificar que tipo de ordem está sendo perturbada, uma vez que esse conceito de ordem pode ser diferente para os posseiros ou para outras pessoas ligadas a essas questões sociais. 1 Fiorin, J. L.; Savioli, F. P. Para entender o texto: Leitura e Redação. 16ª ed. São Paulo: Ática, 2003, p. 201-217. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 50 93 Emprego de noções de totalidade indeterminada O emprego de noções de totalidade indeterminada é um defeito de argumentação que trata do uso de palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete a argumentação pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns aspectos. Esse defeito de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados por generalização. Algumas palavras podem indicar uma possível noção de totalidade indeterminada: sempre, tudo, todos, nunca, nada, ninguém. Todo gaúcho sabe fazer um bom churrasco. Note que a palavra "todo" apresenta uma noção totalizadora que compromete a força argumentativa, pois dá margem para contraexemplos imediatos. Para contrapor, bastaria identificar um gaúcho que não sabe fazer churrasco. Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos costumes, na concepção de vida, nos valores, etc. Novamente, o enunciador faz uso de uma noção totalizadora que pode ser contraposta com o fato de que tanto o Chile quanto a Colômbia e a Venezuela são países latino-americanos de colonização espanhola com uma população de maioria católica. O comunismo e o capitalismo são a mesma coisa. Novamente, a frase acima traz uma noção totalizadora, pois generalizou os conceitos de comunismo e capitalismo para igualá-los quando, em verdade, é possível apontar diversas diferenças, a começar pelo tratamento da propriedade privada. Emprego de noções semiformalizadas O emprego de noções semiformalizadas é um defeito de argumentação que trata do uso inadequado de termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado especializado, restrito a esse tipo de linguagem. Ordenar o fechamentode igrejas em pleno natal é coisa de comunista. Perceba que o termo "comunismo" se refere a uma ideologia política específica. O enunciador da frase empregou o termo de forma equivocada, utilizando-o como sinônimo de autoritarismo. Defender a reforma previdenciária é uma atitude típica de um fascista. Note que o termo "fascismo" foi empregado de forma inadequada, pois esse termo se refere a uma ideologia política em que prevaleciam conceitos de nação e de raça sobre os valores individuais, sendo representado por um governo autocrático. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 51 93 Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo Emprego indevido de exemplo A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em verdade, trata-se de uma ferramenta útil para dar suporte a conclusões. Em alguns casos, o uso de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não correspondem à realidade ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada. Eram oito horas da noite: horário de verão. O sol, aos poucos caindo, parecia mergulhar nas profundezas do mar, deixando atrás de si um rastro de cores indefiníveis e uma atmosfera de mistério e compenetração. Contagiado por aquele momento de grandioso espetáculo da natureza, acabei por concluir que a vida é cheia de altos e baixos e que precisamos enfrentar com coragem as dificuldades e exultar com vibração diante do sucesso. Note que há uma desconexão entre o exemplo e a conclusão apresentada, pois as conclusões "a vida é cheia de altos e baixos" e " precisamos enfrentar com coragem as dificuldades e exultar com vibração diante do sucesso" não são suportadas pelo exemplo do autor, especialmente no que se refere aos momentos baixos da vida. Emprego indevido de ilustração O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de caráter geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de argumentação, porém ela deve ser representativa. Veja um exemplo de argumento defeituoso: O brasileiro é péssimo em matemática. Veja, é a segunda vez nessa semana que eu recebi o troco errado de uma atendente. Note que, para refutar essa argumentação inconsistente, basta citar os diversos brasileiros medalhistas da Olimpíada Internacional de Matemática. Emprego indevido de modelo O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal maneira ou que nunca devemos agir assim. É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de argumentação, porém no geral esse esquema tende a cair no lugar-comum com modelos de conduta estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são sempre corruptos, etc. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 52 93 Outros defeitos de argumentação Os professores Fiorin e Savioli citam outros defeitos argumentativos além dos já apresentados. Utilização de conceitos e afirmações genéricos Um argumento pode ser frágil por conta da generalização excessiva de suas premissas. As empresas estatais são ineficientes por natureza. Observe que dizer que as empresas estatais são ineficientes por natureza implica dizer que todas as empresas estatais, sem exceção, são ineficientes. A generalização realizada torna o argumento frágil, pois bastaria citar uma empresa estatal eficiente para desacreditar a frase proposta. Uso de conceitos que se contradizem entre si O uso de conceitos que se contradizem entre é um procedimento argumentativo que contém defeito. É muito fácil acenar para os desempregados com benefícios e sinecuras que, em muitos casos, constituem a essência das empresas estatais. Note que o autor da frase cai em contradição ao dizer que os benefícios e sinecuras constituem a essência das empresas estatais ao mesmo tempo em que o ator restringe essa essência a "muitos casos". Isso porque aquilo que constitui a essência de uma entidade necessariamente deve estar presente naquela entidade, sem restrições. Instauração de falsos pressupostos Outro defeito argumentativo ocorre quando se instauram falsos pressupostos. Observe o exemplo abaixo: As empresas estatais conferem poder político através do poder econômico que têm. A depender do modo em que essa frase é inserida em um argumento, ela pode ser utilizada pelo autor como um argumento contrário apenas às empresas estatais. Isso leva o leitor da frase a pressupor que as empresas particulares não fazem uso do poder econômico para conseguir poder político. Trata-se de um pressuposto falso, pois é plenamente possível ingerências de empresas privadas no poder político. Vamos praticar o assunto aprendido neste tópico. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 53 93 (TRF 1/2017) Venho acompanhando pelo jornal um debate acalorado entre professores universitários a respeito de um tema da especialidade deles: sistemas de informação. O debate, que se iniciou com dois professores e acabou envolvendo outros mais, terminou sem que se chegasse a uma conclusão uniforme. Isso nos leva a concluir que o homem não é mesmo capaz de entrar em entendimento e que, por isso, o mundo está repleto de guerras. José Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli. Para entender o texto: leitura e redação. 17.ª ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 211. (com adaptações). Acerca do raciocínio analítico e da argumentação empregados no texto, julgue o item subsecutivo. A conclusão apresentada no texto contém noções semiformalizadas. Comentários: Perceba que o texto não apresentou o uso inadequado de termos científicos ou filosóficos. O termo científico utilizado, "sistemas de informação", foi apenas citado sem haver qualquer uso indevido do seu significado. O defeito de argumentação apresentado no parágrafo corresponde ao emprego indevido de exemplo. Veja que a conclusão apresenta uma generalização indevida ("o homem não é mesmo capaz de entrar em entendimento") a partir de um exemplo que não apresenta valor comprobatório. Gabarito: ERRADO. (ALERR/2010) Na escrita, tudo deve ser dito com muita clareza para que o leitor possa compreender o que se quer dizer. Todas as alternativas seguintes se referem aos defeitos de argumentação, EXCETO: a) Emprego de noções de totalidade indeterminada. (O comunismo e o capitalismo, no fundo, são a mesma coisa.) b) Utilizações de conceitos e afirmações genéricos. (As empresas estatais são ineficientes por natureza.) c) Argumentar por meio de exemplos. (Uma linguagem diferente é uma visão da vida diferente.) d) Instauração de falsos pressupostos. (As empresas estatais conferem poder político através do poder econômico que têm). e) Emprego de noções confusas. (O governador recusou-se ao debate por uma questão de honra.) Comentários: Vamos comentar cada alternativa apresentada. Alternativa A O emprego de noções de totalidade indeterminada é um defeito de argumentação, e o exemplo apresentado é um exemplo desse tipo de defeito. Veja que a frase "o comunismo e o capitalismo, no fundo, são a mesma coisa" traz uma noção totalizadora, pois generaliza os conceitos de comunismo e capitalismo para igualá-los quando, em verdade, é possível apontar diversas diferenças, a começar pela questão da propriedade privada, que existe no capitalismo e não existe no comunismo. Alternativa B A utilização de conceitos e afirmações genéricos é um defeito de argumentação apontado por Fiorin e Savioli. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático- 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 54 93 Observe que dizer que "as empresas estatais são ineficientes por natureza" implica dizer que todas as empresas estatais, sem exceção, são ineficientes. A generalização realizada torna o argumento frágil, pois bastaria citar uma empresa estatal eficiente para desacreditar a frase proposta. Alternativa C A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em verdade, trata-se de uma ferramenta útil para dar suporte a conclusões. O defeito de argumentação ocorre no emprego indevido de exemplo. A alternativa C é o gabarito, pois argumentar por exemplos não é um defeito de argumentação. Alternativa D A instauração de falsos pressupostos é um defeito de argumentação apontado por Fiorin e Savioli. Note que o exemplo leva a pressupor que as empresas particulares não fazem uso do poder econômico para conseguir poder político. Trata-se de um pressuposto falso, pois é plenamente possível ingerências de empresas privadas no poder político. Alternativa E O emprego de noções confusas é um defeito de argumentação que trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. Veja que, no exemplo apresentado, a palavra "honra" apresenta uma noção confusa que poderia ser utilizada para sustentar o ponto de vista oposto: "O governador deve ir ao debate por uma questão de honra". Gabarito: Letra C. (PC MS/2006) Na linguagem escrita, o interlocutor pode estar ausente e não há como interromper para esclarecimentos; assim, o texto escrito deve ser independente quanto à clareza, à quantidade de informações e, principalmente, quanto aos procedimentos da argumentação. A partir dessa informação, é incorreto afirmar que, no trecho a) “Pode-se esperar um futuro brilhante para o nosso país. Ele pode considerar-se privilegiado em relação aos outros países do mundo: aqui não há preconceito racial, não temos problemas de catástrofes ou diferenças de idioma; o povo é ordeiro e pacífico.”, ocorrem generalizações inconsistentes. b) “Quando se fala em liberdade de expressão, é preciso tomar cuidado, porque liberdade é uma coisa e libertinagem é outra. Se não houver nenhum tipo de censura, estabelece-se a anarquia e a baderna.”, o esquema argumentativo está falho, pois não foi demarcado limite quanto à análise de palavras de noções confusas. c) “A educação pode ser considerada de muitos pontos de vista: o do Estado, o da Igreja, o do mestre-escola, o dos pais ou mesmo (embora seja geralmente esquecido) o da própria criança. Cada qual destes pontos de vista é parcial; cada um concorre com alguma coisa para o ideal da educação, porém também aduz elementos maus. Examinemo-los sucessivamente e vejamos o que dizer contra e a favor deles.” (Bertrand Russell) – o autor restringe a significação do vocábulo educação e pormenoriza os vários pontos de vista a partir dos quais ela pode ser considerada. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 55 93 d) “Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos costumes, na concepção de vida, nos valores, etc.”, ocorreu o uso de noções totalizadoras comprometendo a forca argumentativa, demonstrando falta de visão analítica. e) “Não se deve negar ao cidadão o direito de protestar: isso já é comunismo.”, houve defeito argumentativo quanto ao mau emprego do vocabulário. Comentários: Vamos comentar cada alternativa apresentada. Alternativa A Note que a alternativa de fato apresenta generalizações inconsistentes, tanto na conclusão do argumento ("pode-se esperar um futuro brilhante para o nosso país"), que não é devidamente suportada pelos exemplos, quanto nos próprios exemplos apresentados: "aqui não há preconceito racial", " não temos problemas de catástrofes" e "o povo é ordeiro e pacífico". Alternativa B A alternativa identificou corretamente o defeito de argumentação: emprego de noções confusas. As palavras "liberdade", "libertinagem", "anarquia" e "baderna" são palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. Para o devido uso dessas palavras em um argumento, é necessário defini-las previamente, pois do contrário o argumento se esvazia. Alternativa C Em momento algum o autor restringe a significação do vocábulo educação. Em verdade, uma restrição típica da palavra educação seria aquela que é responsabilidade da escola. O autor da frase tenta justamente abranger a maior significação possível para o vocábulo, incluindo os pontos de vista do Estado, da Igreja, dos pais e da própria criança. A alternativa C é o gabarito da questão, pois apresenta uma afirmação incorreta. Alternativa D O defeito de argumentação apresentado nessa alternativa é o emprego de noções de totalidade indeterminada. Note que a frase faz uso de uma noção totalizadora que pode ser contraposta com o fato de que tanto o Chile quanto a Colômbia e a Venezuela são países latino-americanos de colonização espanhola com uma população de maioria católica. Alternativa E O defeito de argumentação apresentado nessa alternativa é o emprego de noções semiformalizadas. Esse defeito argumentativo de fato se refere ao mau emprego do vocabulário. No exemplo apresentado, perceba que o termo "comunismo" se refere a uma ideologia política específica em que os meios de produção são propriedade do Estado. O enunciador da frase empregou o termo de forma equivocada, utilizando-o como sinônimo de autoritarismo. Gabarito: Letra C. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 56 93 RESUMO Argumento é a relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma conclusão. Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Indica as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita. Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões apresentadas. Indica o que se quer demonstrar. Indicadores de conclusão: Logo; Portanto; Consequentemente; Por isso; Assim; Deste modo; Pode-se inferir que; Indicadores de premissa: Pois; Porque; Tanto que; Dado que; Visto que; Uma vez que; Assumindo que. Argumentos dedutivos Argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica Proposicional. Eles não produzem conhecimentos novos. Isso significa que a informação presente na conclusão já estava presente nas premissas. Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos. Argumentos indutivos O argumento indutivo é aquele em que a conclusão apresenta conhecimentos novos que não estão presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as premissas. Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega a uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, podendo serem eles considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados. Consequentemente, chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável". Estrutura básica dos argumentos Classificação dos argumentos Argumentos: estrutura básica e classificações Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 57 93 Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas como forma de serealizar a indução. Argumentos abdutivos Na argumentação por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. Argumentos abdutivos também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, podendo ser considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas informações forem introduzidas no contexto analisado. Falácia = Sofisma: erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Pode ser utilizado deliberadamente em uma investida fraudulenta de convencer pessoas. Falácia formal = Argumento dedutivo inválido Afirmação do consequente: P1: p→q. P2: q. C: p. Negação do antecedente: P1: p→q. P2: ~p. C: ~q. Argumentos contra a pessoa (ad hominem) Nesta falácia, ocorre a desqualificação da pessoa. Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra, coloca em dúvida a imparcialidade. Ad hominem "você também": a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano. − Apelo à autoridade: suposta autoridade declara X. Logo, X é verdadeiro. Apelo à ignorância: não há provas de que X é verdadeiro/falso. Logo, X é verdadeiro/falso. Falso dilema ou falsa dicotomia: somente X ou somente Y é verdadeiro. Y é falso. Logo, X é verdadeiro. Pergunta complexa: associação de 2 temas para serem tratados como uma única assertiva. Ex.: Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos? Espantalho ou homem de palha: pessoa A apresenta a afirmação X. Pessoa B apresenta razões contra Y, que é diferente de X. Petição de princípio ou raciocínio circular: Apresenta-se a afirmação Y que, para ser verdadeira, pressupõe-se X verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. Conclusão irrelevante (ignoratio elechi): É apresentada uma afirmação Y que não apresenta uma correlação relevante com X. Conclui-se que X é verdadeiro. Falso escocês: pessoa A apresenta uma afirmação X. Pessoa B mostra um contraexemplo que se opõe à afirmação X. Pessoa A alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X. − Falácias formais Falácias informais Argumentos falaciosos e apelativos Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 58 93 Falácias que apelam às emoções Apelo popular ou apelo ao povo: todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. Apelo à piedade: a afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um sentimento de piedade. Logo, X é verdadeiro. Apelo à força: a afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. Logo, X é verdadeiro. Apelo às consequências: X apresenta consequências positivas/negativas. Logo, X é verdadeiro/falso. − Acidente: ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra deveria ser excepcionada. Inversão do acidente: é o uso da exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser aplicada. Divisão: X apresenta a característica C. Logo, as partes de X apresentam a característica C. Composição: as partes de X apresentam a característica C. Logo, X apresenta a característica C. − Falácias indutivas Uma indução não necessariamente é uma falácia. Generalização apressada: conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa. Falsa analogia: as entidades comparadas são tão distintas que a indução realizada é fraca demais para se concluir algo. Falácia do jogador: consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não ter ocorrido ao longo de um certo tempo. − Derrapagem ou bola de neve: uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa. − Falácias causais Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente: correlação entre a causa e o efeito; precedência temporal da causa; e eliminação de outras possíveis causas. Falácia da falsa causa: quando se conclui que um evento é a causa de outro quando, em verdade, não se pode atribuir essa relação de causa e efeito. Causa comum ou do efeito conjunto: X e Y estão correlacionados. Ignora-se uma possível causa Z que pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. Logo, X é a causa de Y. Depois disso, logo, por causa disso: X ocorreu antes de Y. Logo, X é a causa de Y. Inversão de causa e efeito: ocorre inversão da causa e do efeito dos eventos em questão. Causa complexa: um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as diversas causas, apenas uma parte delas é apresentada. Causa insignificante: uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante perante os demais fatores. − Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 59 93 Falácias de ambiguidade Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase. Equívoco: ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de raciocínio. Anfibologia: ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua. Ênfase: ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da premissa por meio do modo com que as palavras são enfatizadas. Incidência em provas: BAIXÍSSIMA. Emprego de noções confusas Trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. Exemplos: democracia, liberdade, justiça, ordem, honestidade, paz, idealismo, etc. Emprego de noções de totalidade indeterminada Trata do uso de palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete a argumentação pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns aspectos. Esse defeito de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados por generalização. Exemplos: sempre, tudo, todos, nunca, nada, ninguém. Emprego de noções semiformalizadas Trata do uso inadequado de termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado especializado, restrito a esse tipo de linguagem. Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em alguns casos, o uso de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não correspondem à realidade ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada. O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de caráter geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de argumentação, porém ela deve ser representativa. O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal maneira ou que nunca devemos agir assim. É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de argumentação, porém no geral esse esquema tende a cair no lugar-comum com modelos de conduta estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são sempre corruptos, etc. Defeitos de argumentação Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 60 93 Outros defeitos de argumentação Utilização de conceitos e afirmações genéricos. Uso de conceitos que se contradizem entre si. Instauração defalsos pressupostos. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 61 93 QUESTÕES COMENTADAS – FGV Argumentos: estrutura básica e classificação Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. (FGV/PC AM/2022) Identifique o trecho a seguir que apresenta a estrutura de uma premissa levando a uma conclusão. a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. Comentários: Para resolver essa questão, é interessante retomarmos o conceito de premissa e o conceito de conclusão: Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais razões apresentadas. Note, portanto, que a premissa é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar a uma conclusão, que é um julgamento. Vamos analisar cada uma das alternativas. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 62 93 a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. CERTO. Veja que "ouvi o barulho de um gambá na cozinha" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão". Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. Como inicialmente temos uma premissa que leva a uma conclusão subsequente, essa alternativa é o gabarito da questão. b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. ERRADO. Veja que "ninguém mais telefonou, reclamando do atraso" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "todos já devem ter chegado à festa". Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "todos já devem ter chegado à festa" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. ERRADO. Veja que "(nossos amigos) estudaram bastante tempo" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso". Note, ainda, que temos um argumento por indução. Isso porque a conclusão " nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso" é uma generalização feita a partir do caso particular de que "(nossos amigos) estudaram bastante tempo". Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. ERRADO. Veja que "partiremos depois de amanhã" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "talvez as encomendas cheguem a tempo". Apesar de não parecer que a premissa dá suporte à defesa da conclusão, note que "talvez as encomendas cheguem a tempo" é um julgamento feito no argumento apresentado, uma vez que a palavra "talvez" indica uma probabilidade. Logo, "talvez as encomendas cheguem a tempo" é a conclusão. Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 63 93 e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. ERRADO. Veja que "senti um odor de coisa podre" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "o lixeiro deve estar passando em nossa porta ". Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "o lixeiro deve estar passando em nossa porta" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. Gabarito: Letra A. (FGV/PC AM/2022) Assinale a frase a seguir que se apoia em um raciocínio indutivo. a) Os turistas amam curiosidades, daí que um bom guia tenha um bom estoque delas em seu repertório. b) Um filme de terror como este pode causar impactos graves em pessoas mais sensíveis, daí ser bom evitá- los. c) Os livros são ótimos companheiros, por isso acabo de comprar um para me fazer companhia no final de semana. d) Os novos celulares são miniaturas de computadores; em função disso, algumas empresas investem em programas cada vez mais complicados. e) As eleições são o ponto mais alto do processo democrático; as próximas vão ser ferrenhamente disputadas. Comentários: Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Veja que essa generalização ocorre na alternativa B, pois o raciocínio parte de um caso particular (um filme de terror como este pode causar impactos graves em pessoas mais sensíveis) para realizar uma generalização para todos os filmes de terror (ser bom evitá-los). As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são raciocínios indutivos. a) Parte-se de uma generalização (os turistas amam curiosidades) para um caso particular (um bom guia tenha um bom estoque delas em seu repertório). Veja que, dentro da realidade dos turistas, "um bom guia" ter um bom estoque de curiosidades é um caso específico dentro da realidade geral de os turistas amarem curiosidades. b) Parte-se de uma generalização (os livros são ótimos companheiros) para um caso particular (acabo de comprar um para me fazer companhia no final de semana). Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 64 93 d) Parte-se de uma realidade geral relacionada a computadores (os novos celulares são miniaturas de computadores) para uma realidade particular dentro do universo de computadores (algumas empresas investem em programas cada vez mais complicados). e) Parte-se de uma generalização sobre as eleições (as eleições são o ponto mais alto do processo democrático) para um caso particular sobre as próximas eleições (as próximas vão ser ferrenhamente disputadas). Gabarito: Letra B. (FGV/TJDFT/2022) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é: a) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa; b) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura; c) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã; d) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;e) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis. Comentários: Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Veja que essa generalização ocorre na alternativa E, pois o raciocínio parte de um caso particular relativo a "ontem" (ontem nevou bastante) para estender esse fato para um novo caso relacionado ao tempo presente (as estradas devem estar intransitáveis). As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são raciocínios indutivos. a) Parte-se de uma generalização (os funcionários públicos folgam amanhã) para o caso particular do marido de quem fala, que se pressupõe ser funcionário público (meu marido ficará em casa). b) Parte-se de uma generalização sobre os juízes (todos os juízes procuram julgar corretamente) para um caso particular (é o que ele também procura). c) Parte-se de uma generalização sobre o horário de funcionamento dos mercados (nos dias de semana os mercados abrem) para aplicá-la para o caso particular de amanhã (deixarei para comprar isso amanhã). d) Parte-se de uma generalização (no inverno, chove todos os dias) para uma decisão particular (vou comprar um guarda-chuva). Gabarito: Letra E. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 65 93 (FGV/PC RJ/2021) Os raciocínios dos textos argumentativos ora se apoiam no método indutivo – do particular para o geral – ora no método dedutivo – do geral para o particular. A frase que exemplifica o método indutivo é: a) Os jogos do Campeonato Brasileiro já deveriam ser abertos ao público, pois, assim, haveria mais emoção e incentivo; o Atlético Mineiro, por exemplo, obteria ainda melhor resultado ontem, se a torcida estivesse na arquibancada; b) O hospital Getúlio Vargas atendeu ontem um número excessivo de emergências e enfrentou as dificuldades oriundas da falta de pessoal, mas, na verdade, os hospitais públicos, em todas as grandes cidades, estão passando por isso; c) As livrarias estão fechando as portas em muitos lugares, em função da substituição dos livros pela mídia digital; a livraria de um shopping no centro da cidade resiste ainda porque, espertamente, abriu um café dentro da loja; d) O circo deixou de existir, pelo menos nos grandes centros, já que não encontra mais espaço nem nos terrenos nem no coração das pessoas; um pequeno circo ainda está presente no subúrbio de Realengo, onde as crianças se divertem com o palhaço Cascão; e) Nem todos os divertimentos eletrônicos custam caro, já que há pequenos produtores que investem em games mais simples e mais baratos, como no caso do Pequena Batalha. Comentários: Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Veja que essa generalização ocorre na alternativa B, pois o raciocínio parte de um caso particular relativo a um hospital público (o hospital Getúlio Vargas atendeu ontem um número excessivo de emergências e enfrentou as dificuldades oriundas da falta de pessoal) para realizar uma generalização para todos os hospitais públicos de grandes cidades (os hospitais públicos, em todas as grandes cidades, estão passando por isso). As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são raciocínios indutivos. a) Parte-se de uma generalização sobre os jogos do Campeonato Brasileiro (os jogos do Campeonato Brasileiro já deveriam ser abertos ao público) para o caso particular do Atlético Mineiro (o Atlético Mineiro, por exemplo, obteria ainda melhor resultado ontem, se a torcida estivesse na arquibancada). c) Parte-se de uma generalização sobre o fechamento de livrarias (as livrarias estão fechando as portas em muitos lugares, em função da substituição dos livros pela mídia digital) para apresentar uma exceção de uma livraria específica (a livraria de um shopping no centro da cidade resiste ainda porque, espertamente, abriu um café dentro da loja). d) Parte-se de uma generalização os circos (o circo deixou de existir, pelo menos nos grandes centros, já que não encontra mais espaço nem nos terrenos nem no coração das pessoas) para apresentar uma exceção de um circo específico (um pequeno circo ainda está presente no subúrbio de Realengo, onde as crianças se divertem com o palhaço Cascão). Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 66 93 e) Parte-se de uma generalização sobre divertimentos eletrônicos (nem todos os divertimentos eletrônicos custam caro) para apresentar um exemplo específico (há pequenos produtores que investem em games mais simples e mais baratos, como no caso do Pequena Batalha). Gabarito: Letra B. (FGV/CM Aracaju/2021) “O livro de Laurentino Gomes sobre a escravidão é de dimensão agradável e de preço acessível, por isso deve vender bastante." A conclusão desse raciocínio: a) se apoia num processo dedutivo; b) deriva de uma premissa falsa; c) surge a partir de uma generalização; d) estrutura-se a partir de uma indução; e) mostra-se como fruto de um testemunho de autoridade. Comentários: No raciocínio apresentado, temos a premissa "o livro de Laurentino Gomes sobre a escravidão é de dimensão agradável e de preço acessível" e a conclusão "(o livro) deve vender bastante". Note que o raciocínio parte de características específicas do livro, indicadas pelas expressões "dimensão agradável" e "preço acessível", para trazer uma generalização sobre o livro: "(o livro) deve vender bastante". Logo, a conclusão desse raciocínio estrutura-se a partir de uma indução. O gabarito, portanto, é letra D. Note que as demais alternativas estão incorretas. A alternativa A erra ao dizer que a conclusão se apoia em um processo dedutivo, pois não se parte de uma generalização para se chegar em uma conclusão particular. A alternativa B está errada, pois não há elementos para se verificar a veracidade da premissa "o livro de Laurentino Gomes sobre a escravidão é de dimensão agradável e de preço acessível". A alternativa C também está errada, pois sugere que o raciocínio é dedutivo, assim como na alternativa A. Por fim, a alternativa E apresenta uma certa "pegadinha". Veja que a suposta autoridade, "Laurentino Gomes", não é usada para defender a conclusão de que o livro deve vender bastante. Em outras palavras, a referência a Laurentino Gomes não é utilizada para se comprovar a conclusão. Gabarito: Letra D. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 67 93 (FGV/TRT 12ª Região/2017) Sempre que passamos diretamente de uma premissa a uma conclusão, consideramos verdadeira uma ideia intermediária. Nos conjuntos abaixo, aquele que mostra uma conclusão antes da premissa é: a) O chão do restaurante está escorregadio. / Alguém derramou azeite no chão. b) Meu filho está se vestindo. / Meu filho vai sair. c) Não vou poder escrever a carta. / Meu computador apresentou defeito. d) A luz apagou na cidade. / Um acidente deve ter derrubado um transformador. e) Meu time ganhou o jogo de ontem. / Meu time é o melhor do campeonato. Comentários: Para resolver essa questão, é interessante retomarmos o conceito de premissa e o conceito de conclusão: Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais razões apresentadas. Note, portanto, que a premissa é um fato que deve ser tomado por verdadepara se chegar a uma conclusão, que é um julgamento. Vamos analisar cada uma das alternativas. a) O chão do restaurante está escorregadio. / Alguém derramou azeite no chão. ERRADO. Veja que "o chão do restaurante está escorregadio" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "alguém derramou azeite no chão". Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "alguém derramou azeite no chão" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. b) Meu filho está se vestindo. / Meu filho vai sair. ERRADO. Veja que "meu filho está se vestindo" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "meu filho vai sair". Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "meu filho vai sair" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 68 93 c) Não vou poder escrever a carta. / Meu computador apresentou defeito. CERTO. Veja que "meu computador apresentou defeito" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "não vou poder escrever a carta". Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa é o gabarito da questão. d) A luz apagou na cidade. / Um acidente deve ter derrubado um transformador. Veja que "a luz apagou na cidade" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "um acidente deve ter derrubado um transformador ". Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "um acidente deve ter derrubado um transformador " é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. e) Meu time ganhou o jogo de ontem. / Meu time é o melhor do campeonato. Veja que "meu time ganhou o jogo de ontem" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão de que "meu time é o melhor do campeonato ". Note, ainda, que temos um argumento por indução. Isso porque a conclusão "meu time é o melhor do campeonato" é uma generalização feita a partir do caso particular de que "meu time ganhou o jogo de ontem ". Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. Gabarito: Letra C. (FGV/TCE-AM/2021) Um teólogo russo, V. S. Soloviev, declarou: “Sinto vergonha, logo existo”. A afirmação INADEQUADA sobre essa frase: a) é parte de um silogismo em que falta a conclusão; b) mostra intertextualidade com uma frase famosa; c) emite uma opinião pessoal do seu autor; d) exemplifica um texto de caráter argumentativo; e) não traz as duas premissas de um silogismo. Comentários: Note que, no argumento em questão, temos uma única premissa e uma única conclusão, introduzida pela palavra "logo": Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 69 93 Premissa: Sinto vergonha. Conclusão: Existo. Veja que, para que tivéssemos um silogismo de forma a obter um argumento dedutivo válido, seria necessário incluir a premissa maior "Todos que sentem vergonha, existem". Veja que, nesse caso, a conclusão poderia ser obtida de modo inequívoco por meio de diagramas lógicos: Premissa 1: Todos que sentem vergonha, existem. Premissa 2: Sinto vergonha. Conclusão: Existo. Vamos avaliar as alternativas da questão, lembrando que devemos marcar a alternativa que apresenta uma afirmação inadequada. a) é parte de um silogismo em que falta a conclusão. Afirmação ERRADA. Esse é o gabarito. A conclusão da declaração original é "existo", introduzida pela palavra "logo". b) mostra intertextualidade com uma frase famosa. CERTO. A frase famosa que está correlacionada à declaração do teólogo russo V. S. Soloviev é “Penso, logo existo”, dita pelo filósofo francês René Descartes. c) emite uma opinião pessoal do seu autor. CERTO. De fato, a declaração “Sinto vergonha, logo existo” emite uma opinião pessoal do teólogo russo V. S. Soloviev. d) exemplifica um texto de caráter argumentativo. CERTO. A frase exemplifica um texto de caráter argumentativo, por apresenta uma premissa que dá suporte à defesa de uma conclusão. e) não traz as duas premissas de um silogismo. CERTO. Para que a frase fosse considerada um silogismo, seria necessário apresentar a premissa maior "Todos que sentem vergonha, existem". Gabarito: Letra A. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 70 93 (FGV/PROCEMPA/2014) Assinale a opção que indica, dentre os textos listados a seguir, o que se apoia no método indutivo. a) “Os campeonatos esportivos são muito mal organizados no Brasil, daí que não se deva esperar uma tabela bem elaborada para o campeonato brasileiro de 2015.” b) “Os dias de inverno são bastante frios na Europa, daí que seja necessária a compra de agasalhos bem encorpados para nossa viagem de férias.” c) “O supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã, daí que a vizinhança tenha pensado numa modificação do horário do comércio nos fins de semana.” d) “A obra poética de Manoel de Barros é de muita sensibilidade, daí que seu último livro tenha atingido ótimos índices de venda.” e) “As guerras modernas mostram alto desenvolvimento tecnológico, daí que se possa esperar intenso uso de armas sofisticadas na guerra contra os extremistas árabes.”´ Comentários: Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Veja que essa generalização ocorre na alternativa C, pois o raciocínio parte de um caso particular (o supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã) para realizar uma generalização para todo o comércio da vizinhança (daí que a vizinhança tenha pensado numa modificação do horário do comércio nos fins de semana). As demais alternativas partem de uma generalização para um caso particular. Logo, não são raciocínios indutivos. A) Parte-se de uma generalização (todos os campeonatos) para um caso particular (campeonato brasileiro de 2015). B) Parte-se de uma generalização (todos os dias de inverno) para um caso particular (nossa viagem de férias). D) Parte-se de uma generalização (a obra poética de Manoel de Barros) para um caso particular (seu último livro). E) Parte-se de uma generalização (as guerras modernas) para um caso particular (guerra contra os extremistas árabes). Gabarito: Letra C. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 71 93 (FGV/TRT 12/2017) Analise o seguinte raciocínio: Observando alguns turistas brasileiros, deduzimos que os sulistas são mais ricos que os nordestinos. Esse raciocínio é do tipo indutivo (do particular para o geral); a inferência realizada é fruto do(a): a) generalização; b) relação causa/efeito; c) analogia; d) opinião preconceituosa; e) certeza insofismável. Comentários: Os argumentos indutivos, que são fruto de raciocínios indutivos, partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meiode uma generalização. O gabarito, portanto, é letra A. Gabarito: Letra A. (FGV/SEDUC AM/2014) Indução é um processo intelectual que parte de dados particulares, suficientemente constatados, para inferir uma verdade geral ou universal, que não estava contida nas partes examinadas. Considerando a definição dada, analise os raciocínios a seguir. Assinale a opção que identifica corretamente exemplos de raciocínios indutivos. a) 1, 2 e 3. b) 1 e 2, somente. c) 1 e 3, somente. d) 2 e 3, somente. e) 3, somente. Comentários: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 72 93 Os argumentos indutivos, que são fruto de raciocínios indutivos, partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Veja que o Raciocínio 01 é indutivo, pois utiliza como premissas o fato de metais específicos conduzirem eletricidade (cobre, zinco e cobalto) para concluir, por meio de uma generalização, que todos os metais conduzem eletricidade. Por outro lado, o Raciocínio 02 é dedutivo. Isso porque a conclusão sugerida, "todo homem é vertebrado", decorre imediatamente das premissas. Em outras palavras, podemos obter a conclusão de maneira inequívoca por meio de Diagramas Lógicos. Note que, ao desenharmos as premissas por meio de Diagramas Lógicos, a conclusão é necessariamente verdadeira. "Todo mamífero é vertebrado." Nesse caso, o conjunto dos mamíferos deve ser desenhado dentro do conjunto dos vertebrados. "Todo homem é mamífero." Nesse caso, o conjunto dos homens deve ser desenhado dentro do conjunto dos mamíferos. Note, portanto, que uma decorrência lógica das premissas é que "todo homem é vertebrado", pois o conjunto dos homens necessariamente está dentro do conjunto dos vertebrados. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 73 93 Por fim, o Raciocínio 03 também é indutivo, pois utiliza como premissas algumas observações particulares quanto à cor dos corvos para concluir, por meio de uma generalização, que existe uma probabilidade maior de que todos os corvos sejam negros. Portanto, são exemplos de raciocínios indutivos 1 e 3, somente. Gabarito: Letra C. (FGV/ALEMA/2013/Adaptada) Assinale a alternativa em que se apresenta uma inferência do tipo indutivo, ou seja, que parte do particular para o geral. a) Os romances da “Guerra dos Tronos” são volumosos e caros, por isso não vendem muito. b) Os colégios particulares estão apresentando mais sucesso nos exames vestibulares, daí que o Colégio Santo Agostinho esteja com muitos alunos. c) As novelas de televisão atraem muito público feminino, daí que se espere que “Avenida Brasil” venha a ser sucesso entre as mulheres. d) O futebol brasileiro parece superado, daí que o Santos não consiga superar adversários estrangeiros. Comentários: Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. Veja que essa generalização ocorre na alternativa A, pois o raciocínio parte de duas características particulares (os romances da “Guerra dos Tronos” são volumosos e caros) para realizar uma generalização sobre as vendas (não vendem muito). As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são raciocínios indutivos. b) Parte-se de uma generalização sobre o sucesso de colégios particulares (os colégios particulares estão apresentando mais sucesso nos exames vestibulares) para se chegar a uma conclusão específica de um único colégio (o Colégio Santo Agostinho esteja com muitos alunos). c) Parte-se de uma generalização sobre as novelas (as novelas de televisão atraem muito público feminino) e conclui-se algo específico sobre uma novela (daí que se espere que “Avenida Brasil” venha a ser sucesso entre as mulheres). d) Parte-se de uma generalização sobre o futebol brasileiro (o futebol brasileiro parece superado) para uma realidade particular de um único time de futebol brasileiro (daí que o Santos não consiga superar adversários estrangeiros). Gabarito: Letra A. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 74 93 QUESTÕES COMENTADAS – FGV Argumentos falaciosos e apelativos Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. (FGV/CGU/2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Braga tece os seguintes comentários sobre o padre Feijó, figura importante de nossa história: “...quanta mediocridade, quanta incoerência! Não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura. Não teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma visão mais larga nem penetrante; não nos legou, nem mesmo aos homens do Segundo Império, nenhuma ideia mais alta ou mais justa para levar adiante. Teimoso e limitado, tinha dois ou três projetos que defendeu até a velhice, e nenhum deles de maior mérito”. Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem, ou seja, uma argumentação crítica contra uma pessoa. O tipo de argumento ad hominem que é adequado ao texto de Rubem Braga é aquele que: a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos; b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua personalidade nas suas relações sociais; c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa; d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido político; e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o discurso que apresenta. Comentários: Na teoria da aula, vimos que os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de falácias em que um argumento é rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento, com o consequente afastamento da discussão sobre o teor das afirmações. Vimos, ainda, que os argumentos ad hominem costumam ser classificados em três tipos: Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 75 93 • Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. • Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra, coloca em dúvida a imparcialidade. • Ad hominem "você também" (tu quoque): a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano. Veja que, no texto apresentado, ocorre um ad hominem ofensivo, pois ocorre um ataque direto à pessoa do padre Feijó. Esse ataque direto pode ser observado em expressões como "...quanta mediocridade, quanta incoerência!", "não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura" e "teimoso e limitado". Vamos avaliar a alternativa que apresenta a descrição do tipo de argumento ad hominem representado no texto: ad hominem ofensivo. a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos. ERRADO. Note que não há uma falácia formal no texto apresentado. O argumento ad hominem é classificado como falácia informal. b) consiste em colocarem discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua personalidade nas suas relações sociais. ERRADO. Não há no texto apresentado considerações sobre a posição mantida pelo padre Feijó nas suas relações sociais. O texto apresenta um ataque direto à pessoa do padre. c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa. CERTO. Esse é o gabarito. Note que, na argumentação do texto, de fato não se procura desacreditar uma ideia do padre Feijó. O que ocorre é o afastamento da discussão sobre as ideias dele por meio de um ataque direto à pessoa, destacando-se as marcas negativas do padre. O gabarito, portanto, é letra C. d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido político. ERRADO. Note que não há uma mudança de ideia por parte do padre Feijó. O texto destaca características contrárias a isso pois, segundo o autor, o padre era "teimoso e limitado". e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o discurso que apresenta. ERRADO. Nessa alternativa, apresenta-se a definição do ad hominem "você também" (tu quoque). No texto apresentado, temos o ad hominem ofensivo. Gabarito: Letra C. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 76 93 (FGV/TCU/2022) Muitas vezes, quando raciocinamos, cometemos erros, as chamadas falácias argumentativas, que podem ser produzidas a partir de premissas ou proposições falsas, conclusões inadequadas ou falhas lógicas. Em todos os textos abaixo ocorrem falácias; o texto em que essa falácia está identificada de forma INCORRETA é: a) “Não há dúvida de que os mais jovens não respeitam, atualmente, os mais velhos como deveriam; hoje mesmo observei um grupo de rapazes e moças que empurravam pessoas de mais idade para que pudessem entrar antes na sala de projeção” / trata-se de uma generalização exagerada, pois se fundamenta em um só caso de experiência pessoal; b) “Esta semana o presidente da empresa recebeu ataques que o acusavam de mau administrador e corrupto; na verdade, porém, esses ataques partiam daqueles que foram derrotados na assembleia de acionistas e não se haviam conformado com a derrota” / trata-se da tentativa de evitar a discussão central da acusação, desviando o foco para as pessoas responsáveis pelos ataques; c) “Os restaurantes nas pequenas cidades turísticas estão passando grandes dificuldades, pois o número de clientes diminuiu bastante, o preço dos alimentos subiu exageradamente, os salários dos funcionários recebem aumentos constantes... em poucas palavras: ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de ajuda ou os estabelecimentos fecham as portas” / trata-se de um raciocínio que só enxerga soluções extremadas, sem considerar possibilidades intermediárias; d) “Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal ainda não atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre” / trata-se de uma conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte; e) “O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se apresentaram para a votação é claramente o mais adequado” / trata-se de algo que ocorre quando, no curso de uma argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração. Comentários: Devemos assinalar a alternativa que apresenta uma justificativa ERRADA. Vamos avaliar cada uma das alternativas. a) “Não há dúvida de que os mais jovens não respeitam, atualmente, os mais velhos como deveriam; hoje mesmo observei um grupo de rapazes e moças que empurravam pessoas de mais idade para que pudessem entrar antes na sala de projeção” / trata-se de uma generalização exagerada, pois se fundamenta em um só caso de experiência pessoal. CERTO. De fato, no texto apresentado ocorre uma generalização exagerada ou, como visto na teoria, uma generalização apressada. Isso porque obteve-se uma conclusão tendenciosa, de que todos os jovens não respeitam os mais velhos, por meio de uma amostra que não é representativa que, no caso apresentado, compreende um único grupo de rapazes e moças. b) “Esta semana o presidente da empresa recebeu ataques que o acusavam de mau administrador e corrupto; na verdade, porém, esses ataques partiam daqueles que foram derrotados na assembleia de acionistas e não se haviam conformado com a derrota” / trata-se da tentativa de evitar a discussão central da acusação, desviando o foco para as pessoas responsáveis pelos ataques. CERTO. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 77 93 Veja que no texto apresentado há, de fato, uma tentativa de evitar a discussão sobre a má administração e sobre a corrupção por conta de um desvio do foco para as pessoas responsáveis pelas denúncias. No caso em questão, ocorre um ad hominem circunstancial, em que há a exposição de circunstâncias individuais dos que apresentaram a declaração com o intuito de desqualificá-los. c) “Os restaurantes nas pequenas cidades turísticas estão passando grandes dificuldades, pois o número de clientes diminuiu bastante, o preço dos alimentos subiu exageradamente, os salários dos funcionários recebem aumentos constantes... em poucas palavras: ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de ajuda ou os estabelecimentos fecham as portas” / trata-se de um raciocínio que só enxerga soluções extremadas, sem considerar possibilidades intermediárias. CERTO. Note que, de fato, o raciocínio apresentado é falacioso porque apresenta somente duas soluções extremadas, sem apresentar outras opções: "ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de ajuda ou os estabelecimentos fecham as portas". Trata-se da falácia do falso dilema ou falsa dicotomia. d) “Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal ainda não atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre” / trata-se de uma conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte. CERTO. Essa alternativa é relativamente polêmica. Considero que a justificativa está incorreta e, portanto, essa alternativa poderia ser um gabarito para a questão. Veja que, a partir de "como esse mal (a fome) ainda não atinge a população como um todo", poderíamos entender que existe a seguinte premissa implícita: "Para um país ser classificado como pobre, é preciso que toda a sua população passe fome". Nesse caso, teríamos o seguinte argumento: Premissa 1 (implícita): Para um país ser classificado como pobre, é preciso que toda sua população passe fome. Premissa 2: Mais de três quartos da população daquele país passa fome. Conclusão: Não devemos classificar o país como pobre. Veja que, considerando essa premissa implícita, a conclusão decorre das premissas. O maior problema do argumento está na veracidade da premissa implícita que, contrastada com a realidade dos fatos, claramente é falsa. A pesar disso, mesmo com uma premissa falsa, é fato que a conclusão é adequada, pois decorre das premissas. Infelizmente, a banca considerou a justificativa apresentada como correta, de modo que, segunda a banca, a conclusão do argumento não decorre das premissas apresentadas. e) “O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se apresentaram para a votação é claramente o mais adequado” / trata-se de algo que ocorre quando, no curso de uma argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração. ERRADO. Esse é o gabarito. Veja que o argumento apresentado pode ser entendido da seguinte forma: Equipe Exatas EstratégiaConcursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 78 93 Premissa: De todos os que se apresentaram para a votação (de melhor candidato a chefe da seção), (Ricardo) é claramente o (candidato) mais adequado. Conclusão: O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção. Note que o argumento apresenta a falácia da petição de princípio, também conhecida por raciocínio circular. Isso porque ela utiliza uma premissa que, para ser considerada verdadeira, exige que se pressuponha que a conclusão é verdadeira. Note que a alternativa apresenta uma justificativa errada para a falácia apresentada, pois o problema não é que não há necessidade de demonstração, mas sim que há uma premissa que faz uso da própria conclusão que se quer chegar. O gabarito, portanto, é letra E. Gabarito: Letra E. (FGV/CM Aracaju/2021) A questão desta prova teve por base textos jornalísticos, retirados de jornais das grandes capitais brasileiras. Um jornal dizia em causa própria: “Quem lê jornais deve ser considerado um bom cidadão por seu alto nível de informação.” Trata-se de uma afirmação de caráter argumentativo, que mostra uma falácia, que é: a) uma generalização excessiva; b) a presença de um estereótipo; c) uma simplificação exagerada; d) uma falsa analogia; e) um argumento autoritário. Comentários: Vamos verificar a alternativa que representa a falácia apresentada no enunciado da questão. a) uma generalização excessiva. CERTO. Esse é o gabarito. De fato, a frase apresentada apresenta uma generalização excessiva ou, como visto na teoria, uma generalização apressada. Isso porque obteve-se uma conclusão tendenciosa por meio de um único elemento que não é representativo. Note que, a partir do elemento de que alguém lê jornais, ocorre uma generalização excessiva ao dizer que essa pessoa apresenta um alto nível de formação e que essa pessoa deve ser considerada um bom cidadão. O gabarito, portanto, é letra A. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 79 93 b) a presença de um estereótipo. ERRADO. Entende-se que um estereótipo é uma generalização excessiva que ocorre por meio de ideias preconcebidas sobre pessoas. Nesse sentido, essa alternativa também poderia ser considerada correta. Note, porém, que via de regra os estereótipos são associados a preconceitos sobre pessoas, associando um grupo de pessoas a uma característica negativa. Considerando esse aspecto negativo do estereótipo, a alternativa B está errada. Esse é o motivo provável pelo qual a banca não anulou a questão. c) uma simplificação exagerada. ERRADO. A falácia conhecida como causa complexa é aquela em que ocorre uma simplificação exagerada. O exemplo visto na teoria da aula é o seguinte: O acidente de Chernobyl não teria ocorrido se os operadores fossem melhor treinados. Note que um acidente nuclear geralmente é multifatorial, apresentando diversas causas para a sua ocorrência. A falta de treinamento do pessoal realmente pode ter sido um dos fatores que desencadeou o acontecimento, porém existem diversos outros elementos que contribuíram para o desastre, dentre os quais as falhas de projeto na construção do reator. Voltando ao problema, note que a frase apresentada no enunciado não apresenta uma simplificação exagerada, isto é, não apresenta a falácia da causa complexa. Trata-se da falácia da generalização excessiva ou generalização apressada. d) uma falsa analogia. ERRADO. Vimos na teoria que, em uma analogia, realiza-se um raciocínio indutivo com base em características comuns entre dois entes. A falácia da falsa analogia ocorre quando as entidades comparadas são tão distintas, ou seja, apresentam tantas desanalogias, que a indução realizada é fraca demais para se concluir algo. Exemplo: Os alunos do Instituto de Tricô de Arapongas são como diamantes. Diamantes são feitos sob pressão. Logo, devemos pressionar os alunos. Note que, na frase apresentada no enunciado, não há uma comparação entre entidades em que se estabelece uma falsa analogia. e) um argumento autoritário. ERRADO. A falácia em que ocorre um argumento autoritário, mais conhecida como apelo à autoridade, ocorre quando uma suposta autoridade citada para embasar o argumento não é de fato uma autoridade no assunto comentado. Exemplo: Arnaldo disse que a idade média foi um período ruim, de atraso e de interrupção no progresso da sociedade. Eu acredito nele, pois Arnaldo é PhD em Matemática Pura. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 80 93 Note que, na frase apresentada no enunciado, não há referência a uma suposta autoridade para embasar o argumento. Gabarito: Letra A. (FGV/DPE RO/2015) “É preciso que o Congresso reflita sobre o que é melhor para o país, em vez de ficar fazendo picuinhas políticas. Está na hora de agir com seriedade!”; o autor da frase, o deputado XYZ, é o mesmo que foi cassado pela crise do mensalão. Folheto de propaganda política O comentário adequado a esse pequeno texto é: a) o argumentador se utiliza da passagem de um caso particular para um de caráter geral, tornando o exemplo uma prova com a finalidade de legitimar uma opinião; b) o argumentador se vê obrigado a explicar seu argumento em função da incerteza de sua compreensão por parte dos leitores/ouvintes, sendo, assim, um fragmento informativo a serviço da argumentação; c) os argumentos de um texto são utilizados para uma refutação de uma tese oposta, eles procuram desacreditar os argumentos que a sustentam ou contestar os exemplos que a apoiam; d) no combate a uma tese oposta é comum também que se desloquem os argumentos, dos argumentos para o argumentador, o que se denomina tecnicamente de argumento ad hominem; e) em muitos casos de argumentação, o argumentador faz o que se denomina uma antecipação, apontando alguns pontos fracos de sua própria argumentação e contradizendo o que seriam hipoteticamente os argumentos adversários. Comentários: Veja que, no folheto de propaganda política, não houve uma discussão sobre as ideias apresentadas pelo deputado XYZ. Ao invés de se discutir o teor das afirmações, ocorre uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento ao afirmar que o deputado "foi cassado pela crise do mensalão". Logo, resta caracterizada a falácia do ad hominem, em que o enfoque, que era para ser nos argumentos, passa a ser o argumentador. O gabarito, portanto, é letra D. Gabarito: Letra D. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 81 93 (FGV/DPE RO/2015) TEXTO 1 – O mito da maioridade penal Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015 “Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em que banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso Nacional sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”. O autor do texto 1 apela para algumas estratégias argumentativas; a estratégia identificada de forma correta e adequada ao texto é: a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados; b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular; c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa juventude; d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos réus”; e) o usode argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela redução da maioridade penal. Comentários: Vamos verificar as alternativas e assinalar aquela que apresenta a estratégia argumentativa utilizada no texto. a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. ERRADO. A citação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados não é utilizada como um argumento de autoridade, pois a comissão não é utilizada de modo a validar ou reforçar a tese defendida pelo autor do texto. b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular. ERRADO. O emprego da primeira pessoa reforça apenas o caráter opinativo do argumento. Nesse sentido, aumenta- se a subjetividade do texto, o que acaba por enfraquecer o argumento. c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa juventude. ERRADO. O autor não fala sobre perigos sociais a respeito de jovens delinquentes. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 82 93 d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos réus”. CERTO. Esse é o gabarito. Veja que o autor utiliza a falácia "ou um ou outro", mais conhecida como falso dilema ou falsa dicotomia, para defender o seu ponto de vista contrário à redução da maioridade penal. Isso porque o autor restringe as opções do problema a dois extremos, o "banco da escola" ou o "banco dos réus", para que o leitor do artigo fique restrito a escolher entre as duas opções. e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela redução da maioridade penal. ERRADO. A opinião do autor é contrária à redução da maioridade penal. Além disso, a citação do Congresso Nacional não é utilizada como um argumento de autoridade, pois essa citação não é utilizada de modo a validar ou reforçar a tese defendida pelo autor do texto. Gabarito: Letra D. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 83 93 LISTA DE QUESTÕES – FGV Argumentos: estrutura básica e classificação Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. (FGV/PC AM/2022) Identifique o trecho a seguir que apresenta a estrutura de uma premissa levando a uma conclusão. a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. (FGV/PC AM/2022) Assinale a frase a seguir que se apoia em um raciocínio indutivo. a) Os turistas amam curiosidades, daí que um bom guia tenha um bom estoque delas em seu repertório. b) Um filme de terror como este pode causar impactos graves em pessoas mais sensíveis, daí ser bom evitá- los. c) Os livros são ótimos companheiros, por isso acabo de comprar um para me fazer companhia no final de semana. d) Os novos celulares são miniaturas de computadores; em função disso, algumas empresas investem em programas cada vez mais complicados. e) As eleições são o ponto mais alto do processo democrático; as próximas vão ser ferrenhamente disputadas. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 84 93 (FGV/TJDFT/2022) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é: a) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa; b) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura; c) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã; d) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva; e) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis. (FGV/PC RJ/2021) Os raciocínios dos textos argumentativos ora se apoiam no método indutivo – do particular para o geral – ora no método dedutivo – do geral para o particular. A frase que exemplifica o método indutivo é: a) Os jogos do Campeonato Brasileiro já deveriam ser abertos ao público, pois, assim, haveria mais emoção e incentivo; o Atlético Mineiro, por exemplo, obteria ainda melhor resultado ontem, se a torcida estivesse na arquibancada; b) O hospital Getúlio Vargas atendeu ontem um número excessivo de emergências e enfrentou as dificuldades oriundas da falta de pessoal, mas, na verdade, os hospitais públicos, em todas as grandes cidades, estão passando por isso; c) As livrarias estão fechando as portas em muitos lugares, em função da substituição dos livros pela mídia digital; a livraria de um shopping no centro da cidade resiste ainda porque, espertamente, abriu um café dentro da loja; d) O circo deixou de existir, pelo menos nos grandes centros, já que não encontra mais espaço nem nos terrenos nem no coração das pessoas; um pequeno circo ainda está presente no subúrbio de Realengo, onde as crianças se divertem com o palhaço Cascão; e) Nem todos os divertimentos eletrônicos custam caro, já que há pequenos produtores que investem em games mais simples e mais baratos, como no caso do Pequena Batalha. (FGV/CM Aracaju/2021) “O livro de Laurentino Gomes sobre a escravidão é de dimensão agradável e de preço acessível, por isso deve vender bastante." A conclusão desse raciocínio: a) se apoia num processo dedutivo; b) deriva de uma premissa falsa; c) surge a partir de uma generalização; d) estrutura-se a partir de uma indução; e) mostra-se como fruto de um testemunho de autoridade. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 85 93 (FGV/TRT 12ª Região/2017) Sempre que passamos diretamente de uma premissa a uma conclusão, consideramos verdadeira uma ideia intermediária. Nos conjuntos abaixo, aquele que mostra uma conclusão antes da premissa é: a) O chão do restaurante está escorregadio. / Alguém derramou azeite no chão. b) Meu filho está se vestindo. / Meu filho vai sair. c) Não vou poder escrever a carta. / Meu computador apresentou defeito. d) A luz apagou na cidade. / Um acidente deve ter derrubado um transformador. e) Meu time ganhou o jogo de ontem. / Meu time é o melhor do campeonato. (FGV/TCE-AM/2021) Um teólogo russo, V. S. Soloviev, declarou: “Sinto vergonha, logo existo”. A afirmação INADEQUADA sobre essa frase: a) é parte de um silogismo em que falta a conclusão; b) mostra intertextualidade com uma frase famosa; c) emite uma opinião pessoal do seu autor; d) exemplifica um texto de caráter argumentativo; e) não traz as duas premissas de um silogismo. (FGV/PROCEMPA/2014) Assinale a opção que indica, dentre os textos listados a seguir, o que se apoia no método indutivo. a) “Os campeonatos esportivos são muito mal organizados no Brasil, daí que não se deva esperar uma tabela bem elaborada para o campeonato brasileiro de 2015.” b) “Os dias de inverno são bastante frios na Europa, daí que seja necessária a compra de agasalhosbem encorpados para nossa viagem de férias.” c) “O supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã, daí que a vizinhança tenha pensado numa modificação do horário do comércio nos fins de semana.” d) “A obra poética de Manoel de Barros é de muita sensibilidade, daí que seu último livro tenha atingido ótimos índices de venda.” e) “As guerras modernas mostram alto desenvolvimento tecnológico, daí que se possa esperar intenso uso de armas sofisticadas na guerra contra os extremistas árabes.”´ (FGV/TRT 12/2017) Analise o seguinte raciocínio: Observando alguns turistas brasileiros, deduzimos que os sulistas são mais ricos que os nordestinos. Esse raciocínio é do tipo indutivo (do particular para o geral); a inferência realizada é fruto do(a): a) generalização; b) relação causa/efeito; Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 86 93 c) analogia; d) opinião preconceituosa; e) certeza insofismável. (FGV/SEDUC AM/2014) Indução é um processo intelectual que parte de dados particulares, suficientemente constatados, para inferir uma verdade geral ou universal, que não estava contida nas partes examinadas. Considerando a definição dada, analise os raciocínios a seguir. Assinale a opção que identifica corretamente exemplos de raciocínios indutivos. a) 1, 2 e 3. b) 1 e 2, somente. c) 1 e 3, somente. d) 2 e 3, somente. e) 3, somente. (FGV/ALEMA/2013/Adaptada) Assinale a alternativa em que se apresenta uma inferência do tipo indutivo, ou seja, que parte do particular para o geral. a) Os romances da “Guerra dos Tronos” são volumosos e caros, por isso não vendem muito. b) Os colégios particulares estão apresentando mais sucesso nos exames vestibulares, daí que o Colégio Santo Agostinho esteja com muitos alunos. c) As novelas de televisão atraem muito público feminino, daí que se espere que “Avenida Brasil” venha a ser sucesso entre as mulheres. d) O futebol brasileiro parece superado, daí que o Santos não consiga superar adversários estrangeiros. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 87 93 GABARITO – FGV Argumentos: estrutura básica e classificação LETRA A LETRA B LETRA E LETRA B LETRA D LETRA C LETRA A LETRA C LETRA A LETRA C LETRA A Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 88 93 LISTA DE QUESTÕES – FGV Argumentos falaciosos e apelativos Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. (FGV/CGU/2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Braga tece os seguintes comentários sobre o padre Feijó, figura importante de nossa história: “...quanta mediocridade, quanta incoerência! Não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura. Não teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma visão mais larga nem penetrante; não nos legou, nem mesmo aos homens do Segundo Império, nenhuma ideia mais alta ou mais justa para levar adiante. Teimoso e limitado, tinha dois ou três projetos que defendeu até a velhice, e nenhum deles de maior mérito”. Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem, ou seja, uma argumentação crítica contra uma pessoa. O tipo de argumento ad hominem que é adequado ao texto de Rubem Braga é aquele que: a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos; b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua personalidade nas suas relações sociais; c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa; d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido político; e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o discurso que apresenta. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 89 93 (FGV/TCU/2022) Muitas vezes, quando raciocinamos, cometemos erros, as chamadas falácias argumentativas, que podem ser produzidas a partir de premissas ou proposições falsas, conclusões inadequadas ou falhas lógicas. Em todos os textos abaixo ocorrem falácias; o texto em que essa falácia está identificada de forma INCORRETA é: a) “Não há dúvida de que os mais jovens não respeitam, atualmente, os mais velhos como deveriam; hoje mesmo observei um grupo de rapazes e moças que empurravam pessoas de mais idade para que pudessem entrar antes na sala de projeção” / trata-se de uma generalização exagerada, pois se fundamenta em um só caso de experiência pessoal; b) “Esta semana o presidente da empresa recebeu ataques que o acusavam de mau administrador e corrupto; na verdade, porém, esses ataques partiam daqueles que foram derrotados na assembleia de acionistas e não se haviam conformado com a derrota” / trata-se da tentativa de evitar a discussão central da acusação, desviando o foco para as pessoas responsáveis pelos ataques; c) “Os restaurantes nas pequenas cidades turísticas estão passando grandes dificuldades, pois o número de clientes diminuiu bastante, o preço dos alimentos subiu exageradamente, os salários dos funcionários recebem aumentos constantes... em poucas palavras: ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de ajuda ou os estabelecimentos fecham as portas” / trata-se de um raciocínio que só enxerga soluções extremadas, sem considerar possibilidades intermediárias; d) “Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal ainda não atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre” / trata-se de uma conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte; e) “O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se apresentaram para a votação é claramente o mais adequado” / trata-se de algo que ocorre quando, no curso de uma argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração. (FGV/CM Aracaju/2021) A questão desta prova teve por base textos jornalísticos, retirados de jornais das grandes capitais brasileiras. Um jornal dizia em causa própria: “Quem lê jornais deve ser considerado um bom cidadão por seu alto nível de informação.” Trata-se de uma afirmação de caráter argumentativo, que mostra uma falácia, que é: a) uma generalização excessiva; b) a presença de um estereótipo; c) uma simplificação exagerada; d) uma falsa analogia; e) um argumento autoritário. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 90 93 (FGV/DPE RO/2015) “É preciso que o Congresso reflita sobre o que é melhor para o país, em vez de ficar fazendo picuinhas políticas. Está na hora de agir com seriedade!”; o autor da frase, o deputado XYZ, é o mesmo que foi cassado pela crise do mensalão. Folheto de propaganda política O comentário adequado a esse pequeno texto é: a) o argumentador se utiliza da passagem de um caso particular para um de caráter geral, tornando o exemplo uma prova com a finalidade de legitimar uma opinião; b) o argumentador se vê obrigado a explicar seu argumento em função da incerteza de sua compreensão porparte dos leitores/ouvintes, sendo, assim, um fragmento informativo a serviço da argumentação; c) os argumentos de um texto são utilizados para uma refutação de uma tese oposta, eles procuram desacreditar os argumentos que a sustentam ou contestar os exemplos que a apoiam; d) no combate a uma tese oposta é comum também que se desloquem os argumentos, dos argumentos para o argumentador, o que se denomina tecnicamente de argumento ad hominem; e) em muitos casos de argumentação, o argumentador faz o que se denomina uma antecipação, apontando alguns pontos fracos de sua própria argumentação e contradizendo o que seriam hipoteticamente os argumentos adversários. (FGV/DPE RO/2015) TEXTO 1 – O mito da maioridade penal Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015 “Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em que banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso Nacional sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”. O autor do texto 1 apela para algumas estratégias argumentativas; a estratégia identificada de forma correta e adequada ao texto é: a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados; b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular; c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa juventude; d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos réus”; e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela redução da maioridade penal. Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 91 93 GABARITO – FGV Argumentos falaciosos e apelativos LETRA C LETRA E LETRA A LETRA D LETRA D Equipe Exatas Estratégia Concursos Aula 06 Senado Federal - Raciocínio Lógico Matemático - 2022 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2582634 92 93