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Aula 06
Senado Federal - Raciocínio Lógico
Matemático - 2022 (Pós-Edital)
Autor:
Equipe Exatas Estratégia
Concursos
10 de Setembro de 2022
Equipe Exatas Estratégia Concursos
Aula 06
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Argumentos - Estrutura Básica e Classificação 3
..............................................................................................................................................................................................2) Argumentos Falaciosos e Apelativos 23
..............................................................................................................................................................................................3) Defeitos de argumentação 49
..............................................................................................................................................................................................4) Questões Comentadas - Argumentos - Estrutura Básica e Classificação - FGV 62
..............................................................................................................................................................................................5) Questões Comentadas - Argumentos Falaciosos e Apelativos - FGV 75
..............................................................................................................................................................................................6) Lista de Questões - Argumentos - Estrutura Básica e Classificação - FGV 84
..............................................................................................................................................................................................7) Lista de Questões - Argumentos Falaciosos e Apelativos - FGV 89
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APRESENTAÇÃO DA AULA 
Fala, pessoal! 
Nessa aula, vamos apresentar a estrutura básica de um argumento e suas três classificações: argumentos 
dedutivos, indutivos e abdutivos. 
Em seguida, abordaremos os argumentos falaciosos e apelativos, os quais, embora exprimam uma 
aparência de corretos, apresentam erros de raciocínio. 
Como de costume, vamos exibir um resumo logo no início de cada tópico para que você tenha uma visão 
geral do conteúdo antes mesmo de iniciar o assunto. 
 
Conte comigo nessa caminhada =) 
Prof. Eduardo Mocellin. 
@edu.mocellin 
 
 
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ARGUMENTOS: ESTRUTURA BÁSICA E CLASSIFICAÇÕES 
 
 
Argumento é a relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma 
conclusão. 
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Indica 
as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita. 
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões apresentadas. Indica o 
que se quer demonstrar. 
 
Indicadores de conclusão: Logo; Portanto; Então; Por conseguinte; Consequentemente; Por isso; Assim; 
Deste modo; Pode-se inferir que. 
Indicadores de premissa: Pois; Porque; Tanto que; Dado que; Visto que; Uma vez que; Devido a; 
Admitindo que; Assumindo que. 
 
 
 
 
Argumentos dedutivos 
Argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica Proposicional. 
Eles não produzem conhecimentos novos. Isso significa que a informação presente na conclusão já 
estava presente nas premissas. 
Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos. 
 
Argumentos indutivos 
O argumento indutivo é aquele em que a conclusão apresenta conhecimentos novos que não estão 
presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as 
premissas. 
 
Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega a uma conclusão que estende 
esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
 
Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, 
podendo serem eles considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados. 
Consequentemente, chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável". 
 
Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas 
como forma de se realizar a indução. 
Argumentos: estrutura básica e classificação 
Estrutura básica dos argumentos 
Classificação dos argumentos 
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Argumentos abdutivos 
Na argumentação por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos 
enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. 
 
Argumentos abdutivos também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz 
sobre eles é subjetivo, podendo ser considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas 
informações forem introduzidas no contexto analisado. 
Anteriormente, tratamos exclusivamente dos argumentos que são relacionados à lógica de proposições, isto 
é, os argumentos dedutivos. No presente tópico, abordaremos o conceito de argumento de uma forma mais 
ampla, trazendo também as definições de argumentos indutivos e abdutivos. 
 
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Estrutura básica dos argumentos 
Argumento 
Ao tratar dos argumentos dedutivos, já definimos o que é um argumento: 
Argumento é relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à 
defesa de uma conclusão. 
Em resumo, a estrutura básica de um argumento é composta por um conjunto de premissas e por uma 
conclusão que estão conectados por meio de um vínculo lógico. 
Premissa 
Para fins de identificação das premissas em argumentos dedutivos, ou seja, em argumentos que pertencem 
ao âmbito da lógica proposicional (fazendo uso de proposições, conectivos, etc.), nós definimos que 
premissas são proposições que se consideram verdadeiras para se chegar a uma conclusão. 
Dada a riqueza de possibilidades da língua portuguesa, e uma vez que existem outras formas não dedutivas 
de argumentação, vamos ampliar o conceito de premissa para abranger as outras formas de se argumentar: 
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é 
construída. 
As premissas indicam as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita. Elas procuram responder aos 
seguintes questionamentos: "Por que devo aceitar essa conclusão? Quais são as evidências?". 
Conclusão 
Podemos definir a conclusão da seguinte maneira: 
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais 
razões apresentadas. 
(ANVISA/2016) A sentença "As consequências de nossos atos são florestas devastadas, descongelamento 
das calotas polares, extinção de dezenas de espécies animais, poluição dos rios e diminuição drástica das 
reservas de água potável" apresenta um argumento válido. 
Comentários: 
Um argumento é relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma 
conclusão. 
A assertiva em questão apresenta apenas uma proposição simples. Não se trata, portanto, de um argumento. 
Gabarito: ERRADO. 
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Reconhecimento da estrutura básica dos argumentos 
É muito importante para fins de provas deconcurso público saber reconhecer quais são as premissas e qual 
é a conclusão de um determinado argumento. Vamos a um exemplo: 
"Esse ventilador será uma boa compra, pois o último produto que comprei desta marca foi uma boa 
compra e três amigos meus adquiriram esse ventilador e não tiveram problemas." 
 
Observe que "esse ventilador será uma boa compra" é a afirmação que se quer demonstrar (conclusão) por 
meio das seguintes evidências (premissas): "o último produto que comprei desta marca foi uma boa compra" 
e "três amigos meus compraram esse ventilador e não tiveram problemas". 
Podemos dispor o argumento da seguinte maneira: 
Premissa 1: O último produto que comprei da mesma marca do ventilador foi uma boa compra. 
Premissa 2: Três amigos meus compraram o ventilador e não tiveram problemas. 
Conclusão: O ventilador será uma boa compra. 
A conclusão pode ser apresentada tanto no início, quanto no meio, quanto no final de um argumento. Não 
há uma ordem pré-estabelecida. No exemplo anterior, a conclusão foi apresentada no início. Veja um outro 
exemplo, em que a conclusão aparecerá no meio do argumento: 
"Gatos não precisam ser levados para passear, logo, comparativamente aos cães, dão menos trabalho 
para seus donos. Além disso, gatos não necessitam de banho semanal." 
 
Observe que "comparativamente aos cães, gatos dão menos trabalho para seus donos" é a afirmação que se 
quer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "gatos não precisam ser 
levados para passear " e "gatos não necessitam de banho semanal". 
Podemos dispor o argumento da seguinte forma: 
Premissa 1: Gatos não precisam ser levados para passear. 
Premissa 2: Gatos não necessitam de banho semanal. 
Conclusão: Comparativamente aos cães, gatos dão menos trabalho para seus donos. 
Vamos praticar esse reconhecimento com dois exercícios. 
 
 
 
 
 
 
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(PC AM/2022) Identifique o trecho a seguir que apresenta a estrutura de uma premissa levando a uma 
conclusão. 
a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. 
b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. 
c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. 
d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. 
e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. 
Comentários: 
Para resolver essa questão, é interessante retomarmos o conceito de premissa e o conceito de conclusão: 
 
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. 
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais razões 
apresentadas. 
 
Note, portanto, que a premissa é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar a uma conclusão, 
que é um julgamento. 
Vamos analisar cada uma das alternativas. 
 
a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no 
chão. CERTO. 
Veja que "ouvi o barulho de um gambá na cozinha" é um fato que deve ser tomado por verdade para se 
chegar à conclusão de que "a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão". 
Como inicialmente temos uma premissa que leva a uma conclusão subsequente, essa alternativa é o 
gabarito da questão. 
 
b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. ERRADO. 
Veja que "ninguém mais telefonou, reclamando do atraso" é um fato que deve ser tomado por verdade 
para se chegar à conclusão de que "todos já devem ter chegado à festa". 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
 
c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. 
ERRADO. 
Veja que "(nossos amigos) estudaram bastante tempo" é um fato que deve ser tomado por verdade para 
se chegar à conclusão de que "nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso". 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
 
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d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. ERRADO. 
Veja que "partiremos depois de amanhã" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à 
conclusão de que "talvez as encomendas cheguem a tempo". 
Apesar de não parecer que a premissa dá suporte à defesa da conclusão, note que "talvez as encomendas 
cheguem a tempo" é um julgamento feito no argumento apresentado, uma vez que a palavra "talvez" indica 
uma probabilidade. Logo, "talvez as encomendas cheguem a tempo" é a conclusão. 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
 
e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. ERRADO. 
Veja que "senti um odor de coisa podre" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à 
conclusão de que "o lixeiro deve estar passando em nossa porta ". 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
Gabarito: Letra A. 
 
(Pref. 7 Lagoas/2014) O texto a seguir constrói um argumento: 
É lógico que o time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol, uma vez que o referido 
time tem o melhor ataque, sua defesa é a defesa menos vazada e, além disso, tal time possui o maior número 
de pontos ganhos na tabela geral do campeonato. 
A conclusão do argumento construído nesse texto é que o time A 
a) é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol. 
b) possui o maior número de pontos ganhos no campeonato brasileiro de futebol. 
c) tem a melhor defesa do atual campeonato brasileiro de futebol 
d) tem o melhor ataque do atual campeonato brasileiro de futebol. 
Comentários: 
Observe que "O time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol" é a afirmação que se 
quer demonstrar (conclusão) por meio das seguintes evidências (premissas): "o time A tem o melhor 
ataque", "a defesa do time A é a defesa menos vazada " e "o time A possui o maior número de pontos ganhos 
na tabela geral do campeonato". 
Podemos recompor o argumento da seguinte forma: 
Premissa 1: O time A tem o melhor ataque. 
Premissa 2: A defesa do time A é a defesa menos vazada. 
Premissa 3: O time A possui o maior número de pontos ganhos na tabela geral do campeonato. 
Conclusão: O time A é o melhor time do atual campeonato brasileiro de futebol. 
Gabarito: Letra A. 
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A seguir será apresentada uma lista de expressões que indicam premissas e conclusões. Essa lista não exaure 
todas as possibilidades e, por isso, o entendimento dos conceitos de premissa e conclusão é fundamental 
para identificar corretamente a estrutura básica dos argumentos. 
Indicadores de conclusão 
• Logo; 
• Portanto; 
• Por isso; 
• Então; 
• Por conseguinte; 
• Consequentemente; 
• Assim; 
• Deste modo; 
• Pode-se inferir que. 
Indicadores de premissa 
• Pois; 
• Porque; 
• Tanto que; 
• Dado que; 
• Visto que; 
• Uma vez que; 
• Devido a; 
• Admitindo que; 
• Assumindo que 
(BNB/2018) A partir do argumento “A saúde é uma fonte de riqueza, pois as pessoas saudáveis são muito 
trabalhadoras, e as pessoas trabalhadoras sempre enriquecem.”, julgue o próximo item. 
A proposição “A saúde é uma fonte de riqueza.” é a conclusão do referido argumento. 
Comentários: 
Observe que "a saúde é uma fonte de riqueza" é a afirmação que sequer demonstrar (conclusão) por meio 
das seguintes evidências (premissas): "as pessoas saudáveis são muito trabalhadoras" e "as pessoas 
trabalhadoras sempre enriquecem". 
Vale observar que o conectivo "pois" presente no argumento está indicando que, após ele, serão 
apresentadas premissas. 
Podemos reestruturar o argumento da seguinte maneira: 
Premissa 1: As pessoas saudáveis são muito trabalhadoras. 
Premissa 2: As pessoas trabalhadoras sempre enriquecem. 
Conclusão: A saúde é uma fonte de riqueza. 
Gabarito: CERTO. 
 
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Tipos de inferência 
O conceito de inferência engloba as três classificações de argumentos. Pode-se inferir por meio de um 
argumento analítico (dedutivo) ou por meio de argumentos sintéticos, sendo estes classificados como 
indutivos ou abdutivos. 
 
Vamos entender esses conceitos com mais detalhes. 
Argumentos dedutivos 
Conforme já visto, os argumentos dedutivos são aqueles que não produzem conhecimento novo. Isso 
significa que a informação presente na conclusão já estava presente nas premissas. 
Lembre-se que um argumento dedutivo pode ser construído com proposições categóricas (argumentos 
categóricos) ou então por meio do uso dos cinco conectivos (argumentos hipotéticos). 
Em resumo, os argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica 
Proposicional. 
Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos. Lembre-se que: 
• Um argumento dedutivo é válido quando a conclusão é necessariamente verdadeira quando se 
consideram as premissas verdadeiras. 
• Um argumento dedutivo é inválido quando, consideradas as premissas como verdadeiras, a 
conclusão obtida é falsa. 
Por outro lado, como veremos em seguida, o juízo que se faz sobre argumentos construídos por indução ou 
por abdução é subjetivo, não sendo possível afirmar que sejam válidos ou inválidos. 
 
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Argumentos indutivos 
Definição de argumento indutivo 
O argumento indutivo é aquele em que a conclusão traz conhecimentos novos que não estão presentes nas 
premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as premissas. 
Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega em uma conclusão que estende 
esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
(TJDFT/2022) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se 
a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” 
O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é: 
a) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa; 
b) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura; 
c) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã; 
d) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva; 
e) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis. 
Comentários: 
Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão 
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
Veja que essa generalização ocorre na alternativa E, pois o raciocínio parte de um caso particular relativo a 
"ontem" (ontem nevou bastante) para estender esse fato para um novo caso relacionado ao tempo 
presente (as estradas devem estar intransitáveis). 
As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são 
raciocínios indutivos. 
a) Parte-se de uma generalização (os funcionários públicos folgam amanhã) para o caso particular do marido 
de quem fala, que se pressupõe ser funcionário público (meu marido ficará em casa). 
b) Parte-se de uma generalização sobre os juízes (todos os juízes procuram julgar corretamente) para um 
caso particular (é o que ele também procura). 
c) Parte-se de uma generalização sobre o horário de funcionamento dos mercados (nos dias de semana os 
mercados abrem) para aplicá-la para o caso particular de amanhã (deixarei para comprar isso amanhã). 
d) Parte-se de uma generalização (no inverno, chove todos os dias) para uma decisão particular (vou 
comprar um guarda-chuva). 
Gabarito: Letra E. 
 
 
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(SEDUC AM/2014) Indução é um processo intelectual que parte de dados particulares, suficientemente 
constatados, para inferir uma verdade geral ou universal, que não estava contida nas partes examinadas. 
 
Considerando a definição dada, analise os raciocínios a seguir. 
Assinale a opção que identifica corretamente exemplos de raciocínios indutivos. 
a) 1, 2 e 3. 
b) 1 e 2, somente. 
c) 1 e 3, somente. 
d) 2 e 3, somente. 
e) 3, somente. 
Comentários: 
Os argumentos indutivos, que são fruto de raciocínios indutivos, partem de fatos apresentados nas 
premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os 
casos, por meio de uma generalização. 
− 
Veja que o Raciocínio 01 é indutivo, pois utiliza como premissas o fato de metais específicos conduzirem 
eletricidade (cobre, zinco e cobalto) para concluir, por meio de uma generalização, que todos os metais 
conduzem eletricidade. 
− 
Por outro lado, o Raciocínio 02 é dedutivo. Isso porque a conclusão sugerida, "todo homem é vertebrado", 
decorre imediatamente das premissas. Em outras palavras, podemos obter a conclusão de maneira 
inequívoca por meio de Diagramas Lógicos. Note que, ao desenharmos as premissas por meio de Diagramas 
Lógicos, a conclusão é necessariamente verdadeira. 
 
 
 
 
 
 
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"Todo mamífero é vertebrado." 
Nesse caso, o conjunto dos mamíferos deve ser desenhado dentro do conjunto dos vertebrados. 
 
 
"Todo homem é mamífero." 
Nesse caso, o conjunto dos homens deve ser desenhado dentro do conjunto dos mamíferos. 
 
 
Note, portanto, que uma decorrência lógica das premissas é que "todo homem é vertebrado", pois o 
conjunto dos homens necessariamente está dentro do conjunto dos vertebrados. 
− 
Por fim, o Raciocínio 03 também é indutivo, pois utiliza como premissas algumas observações particulares 
quanto à cor dos corvos para concluir, por meio de uma generalização, que existe uma probabilidade maior 
de que todos os corvos sejam negros. 
Portanto, são exemplos de raciocínios indutivos 1 e 3, somente. 
Gabarito: Letra C. 
 
 
 
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Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz sobre eles é 
subjetivo, podendo eles serem "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados. Consequentemente, 
chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável". Veja o exemplo a seguir: 
Premissa 1: Vi um cachorro comendo brócolis. 
Premissa 2: Vi dois cachorros comendo brócolis. 
Premissa 3: Vi três cachorros comendo brócolis. 
Premissa 4: Vi quatro cachorros comendo brócolis. 
Premissa 5: Vi cinco cachorros comendo brócolis. 
Conclusão: Logo, a maioria dos cachorros come brócolis. 
Veja que a conclusão traz um conhecimento novo não presente nas premissas: "a maioria dos cachorros 
come brócolis". Perceba que as premissas nos induzem a crer que muitos dos cachorros comem brócolis, e 
tal generalização é obtida deinformações particulares. 
Note, também, que a inclusão de novas informações, como o aumento do número de observações de 
cachorros comendo brócolis, poderia tornar o argumento "mais forte". Novas informações também 
poderiam tornar o argumento "mais fraco", pois alguém poderia dizer algo como: "Não é verdade! O meu 
cachorro e o cachorro do meu vizinho não comem brócolis!" 
Além da inclusão de novas informações nas premissas, a alteração da conclusão também pode tornar o 
argumento "mais forte" ou "mais fraco". No exemplo acima, se alterássemos a conclusão para "mais de 20% 
dos cachorros comem brócolis", o argumento seria mais forte. Isso porque, ao se comparar com "a maioria 
dos cachorros", é mais provável que ao menos 20% dos cachorros comam brócolis. 
Perceba que um argumento "mais forte" ou "mais fraco" nada nos diz sobre a validade da conclusão. Com 
base nas premissas, não podemos afirmar nem negar categoricamente que "a maioria dos cachorros comem 
brócolis". 
Vejamos um outro exemplo de argumento indutivo: 
Premissa 1: 80% dos professores do Instituto de Tricô de Arapongas são mestres. 
Premissa 2: Fulano é professor do Instituto de Tricô de Arapongas. 
Conclusão: Logo, Fulano tem um mestrado. 
Perceba que o argumento acima transcende o conteúdo das premissas, pois Fulano pode ser parte dos 20% 
dos professores que não têm mestrado ou então pode realmente fazer parte dos 80% dos professores que 
têm um título de mestrado (mais provável). Além disso, o argumento parte de fatos apresentados nas 
premissas ("80% dos professores são mestres") para chegar em uma conclusão que estende o fato para um 
novo caso. 
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Perceba que, se alterássemos a primeira premissa para "50% dos professores do Instituto de Tricô de 
Arapongas são mestres", o novo argumento ficaria "mais fraco" do que o anterior, pois a alteração da 
premissa faria com que a conclusão ficasse "menos provável". 
(SEFAZ SP/2002) Assinale o argumento indutivo que estabelece sua conclusão de modo mais forte: 
a)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 30 reais. 
b)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 30 reais. 
c)Os livros em oferta custam entre 5 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 25 reais. 
d)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 15 e 30 reais. 
e)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 20 reais. 
Comentários: 
Note que, em todos os argumentos apresentados nas alternativas, temos uma premissa da forma "os livros 
em oferta custam entre 𝒙 e 𝒚 reais" e uma conclusão no formato "este livro em oferta custa entre 𝒛 e 𝒘 
reais". 
Trata-se de um argumento indutivo, uma vez que a conclusão transcende o conteúdo das premissas. Para 
determinar qual argumento é mais forte, devemos observar qual das alternativas apresenta uma conclusão 
mais provável em face à premissa apresentada. Vamos analisar cada alternativa: 
 
a)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 30 reais. 
Note que a premissa apresenta um intervalo de 40−10 = 30 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 
30−20 = 10 reais. Logo, a conclusão abrange 10/30 = 1/3 do intervalo original. 
 
b)Os livros em oferta custam entre 10 e 40 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 30 reais. 
Note que a premissa apresenta um intervalo de 40−10 = 30 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 
30 − 10 = 20 reais. Logo, a conclusão abrange 20/30 = 2/3 do intervalo original. 
 
c)Os livros em oferta custam entre 5 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 20 e 25 reais. 
Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−5 = 45 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 
25− 20 = 5 reais. Logo, a conclusão abrange 5/45 = 1/9 do intervalo original. 
 
d)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 15 e 30 reais. 
Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−10 = 40 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 
30− 15 = 15 reais. Logo, a conclusão abrange 15/40 = 3/8 do intervalo original. 
 
e)Os livros em oferta custam entre 10 e 50 reais. Logo, este livro em oferta custa entre 10 e 20 reais. 
Note que a premissa apresenta um intervalo de 50−10 = 40 reais, e a conclusão apresenta um intervalo de 
20−10 = 10 reais. Logo, a conclusão abrange 10/40 = 1/4 do intervalo original. 
 
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Note que em B tem-se a conclusão mais provável em face à premissa apresentada, pois a conclusão dessa 
alternativa abrange a maior parte do intervalo considerado na premissa dessa alternativa. Isso porque 2/3 é 
o maior número dentre as frações apresentadas: 
1
3
;
𝟐
𝟑
;
1
9
;
3
8
;
1
4
 
Para verificar que 2/3 é de fato o maior número, uma possibilidade é realizar a divisão do numerador pelo 
denominador: 
0,33 … ; 𝟎, 𝟔𝟔 … ; 0,11 … ; 0,375 ; 0,25 
Gabarito: Letra B. 
Observe que o argumento por indução é muito utilizado por ciências experimentais: 
Premissa 1: Dois corpos A e B se atraem por uma força que é proporcional ao produto das massas 
e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. 
Premissa 2: Dois corpos C e D se atraem por uma força que é proporcional ao produto das massas 
e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. 
Conclusão: Logo, dois corpos quaisquer se atraem por uma força que é proporcional ao produto 
das massas e que é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. 
Perceba que as ciências experimentais observam casos particulares e formulam uma conclusão ampliativa, 
transcendendo o caso particular por meio de uma generalização. 
(MPE SP/2011) Dados os argumentos: 
I. Sejam a, b, c números naturais, onde a = b e b = c; logo a = c 
II. Num escritório; 5/6 dos funcionários têm nível superior; José é funcionário do escritório, logo José tem 
nível superior. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Ambos são argumentos dedutivos 
b) O argumento I é um exemplo canônico de um argumento indutivo e o argumento II é um típico argumento 
dedutivo. 
c) O argumento II apenas estaria correto se fosse: "No escritório 5/6 dos funcionários tem nível superior; 
José é funcionário do escritório; logo José não é de nível superior. 
d) O argumento I é exemplo canônico de um argumento classificado como válido pela lógica dedutiva. O 
argumento II é um argumento que não é classificado como válido pela lógica dedutiva, denominado indutivo. 
Comentários: 
O argumento I é um argumento dedutivo. Trata-se de um argumento válido, pois as premissas, consideradas 
verdadeiras, levam a uma conclusão necessariamente verdadeira. Observe: 
 
 
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Premissa 1: a, b, c são números naturais. 
Premissa 2: a = b. 
Premissa 3: b = c. 
Conclusão: a = c 
O argumento II, por sua vez, não pode ser classificado como válido. Trata-se de um argumento indutivo. 
Premissa 1: "Num escritório; 5/6 dos funcionários têm nível superior." 
Premissa 2: "José é funcionário do escritório." 
Conclusão: "José tem nível superior." 
Perceba que nesse caso a conclusão transcende o conteúdo das premissas. 
Gabarito: Letra D. 
Analogias 
Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas como 
forma de se realizar a indução. Veja um exemplo: 
"Pessoas bilionárias acordam muito cedo todos os dias, fazem atividade física regularmente, 
leemmuito e fazem sessões mensais de coach empresarial. Joaquim acorda muito cedo todos os 
dias, faz atividade física regularmente, lê muito e faz sessões mensais de coach empresarial. 
Concluo que Joaquim é bilionário." 
O argumento indutivo acima ressaltou diversas características presentes em pessoas bilionárias e em 
Joaquim como forma de induzir à conclusão apresentada. 
Veja que o argumento apresentado nos parece um tanto fraco pelo fato de as características apresentadas 
não serem tão relevantes para a conclusão a que se quer chegar. Isso porque a relevância das características 
comparadas influencia a força da analogia. Veja esse novo argumento: 
"Muitas pessoas bilionárias são acionistas majoritários de companhias lucrativas, trabalham no 
setor de tecnologia e sabem liderar equipes. Joaquim é acionista majoritário de uma companhia 
lucrativa, trabalha no setor de tecnologia e sabe liderar equipes. Concluo que Joaquim é 
bilionário." 
Note que "ser acionista majoritário de uma companhia lucrativa", "trabalhar no setor de tecnologia" e "saber 
liderar equipes" são características mais relevantes para a conclusão que se quer obter. Logo, o argumento 
por analogia acima é "mais forte" do que o apresentado anteriormente. 
Outro fator que pode tornar uma nova analogia "mais forte" ou "mais fraca" com relação à anterior é a força 
da conclusão com relação às premissas: 
 
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"Muitas pessoas bilionárias são acionistas majoritários de companhias lucrativas, trabalham no 
setor de tecnologia e sabem liderar equipes. Joaquim é acionista majoritário de uma companhia 
lucrativa, trabalha no setor de tecnologia e sabe liderar equipes. Concluo que Joaquim não é 
pobre." 
Perceba que a conclusão "Joaquim não é pobre" é mais provável do que "Joaquim é bilionário", tornando o 
argumento mais forte. 
O argumento indutivo por analogia é muito utilizado no dia a dia. Observe: 
"Há cinco anos, comprei o carro A da fabricante X, o qual nunca apresentou problemas de 
manutenção. Recentemente, a fabricante X lançou um novo modelo B. Vou trocar meu carro 
pelo modelo B, pois este automóvel não deverá apresentar problemas de manutenção." 
Veja que ambos os modelos de automóvel, A e B, apresentam a característica comum de terem sido 
fabricados pela fabricante X e que o interlocutor tem conhecimento, por sua própria experiência, que o 
modelo A nunca apresentou problemas quanto à manutenção. Em razão disso, infere, por analogia, que o 
modelo B, recentemente lançado pela mesma fabricante, não trará problemas quanto à manutenção. 
Perceba que o número de comparações realizadas também afeta a força da analogia. Veja o exemplo a 
seguir: 
"Há cinco anos, comprei um carro do modelo A, produzido pela fabricante X, o qual nunca 
apresentou problemas de manutenção. Tenho três amigos que têm carros produzidos pela 
mesma fabricante e nunca tiveram problemas de manutenção. Recentemente, a fabricante X 
lançou um novo modelo B. Vou trocar meu carro pelo modelo B, pois este automóvel não deverá 
apresentar problemas de manutenção." 
Perceba que a inclusão da informação de que outras três pessoas compraram um carro da fabricante X faz 
com que a analogia seja "mais forte", pois há um maior número de comparações. 
Outro fator que pode tornar uma analogia mais forte ou mais fraca é a quantidade de características 
comparadas. 
"Há cinco anos, comprei o carro A, da fabricante X, na concessionária Y e esse carro nunca 
apresentou problemas de manutenção. Tenho três amigos que também adquiriram automóveis 
da mesma fabricante X, na concessionária Y, e nunca tiveram problemas. Recentemente, a 
fabricante X lançou um novo modelo de automóvel B. Vou na concessionária Y trocar o meu carro 
A pelo modelo B, pois este automóvel não deverá apresentar problemas de manutenção." 
Perceba que a inclusão de uma nova característica para integrar a comparação aumenta o grau de persuasão 
do argumento, tornando a analogia "mais forte". 
 
 
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Por fim, o número de pontos de diferença (desanalogias) entre os exemplos mencionados é outro ponto 
que modifica a força do argumento. Veja o novo exemplo a seguir: 
"Não compre automóveis do fabricante X. Conheço três pessoas que compraram carros deste 
fabricante que apresentaram problemas de manutenção" 
Se, no argumento acima, acrescentarmos a informação de que se trata de um modelo de carro específico, e 
que os três amigos compraram este mesmo modelo, as novas informações reduzem a força do argumento. 
Isso porque, eventualmente, quem procura um automóvel pode estar interessado em modelo ou categoria 
diversa daquele referido. 
Outra desanalogia que enfraqueceria o argumento ocorreria se incluíssemos a informação de que uma 
quarta pessoa comprou um carro do fabricante X, o qual jamais apresentou problemas de manutenção. 
(FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir. 
No diálogo a seguir, a resposta de B é fundamentada em um raciocínio por analogia. 
A: O que eu faço para ser rico assim como você? 
B: Como você sabe, eu não nasci rico. Eu alcancei o padrão de vida que tenho hoje trabalhando muito duro. 
Logo, você também conseguirá ter esse padrão de vida trabalhando muito duro. 
Comentários: 
Perceba que B apresenta uma característica em comum com a A: "não nascer rico". 
Nota-se que, por meio dessa característica, B faz uma indução por analogia ao afirmar que A também 
"conseguirá ser rico trabalhando muito". 
Gabarito: CERTO. 
Argumentos abdutivos 
No argumento por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos enunciados 
nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. 
O exemplo citado por C.S. Peirce1 mostra bem a diferença entre os argumentos por dedução, por indução e 
por abdução. Considere as seguintes proposições: 
P1: "Todos os feijões do saco são brancos." 
P2: "Todos os feijões da mesa vieram do saco." 
P3: "Todos os feijões da mesa são brancos." 
 
1 PEIRCE, C. S. Collected papers of Charles Sanders Peirce. Elements of logic, Volume II. Harvard University Press. 1932. 
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No argumento por dedução não se produz conhecimento novo. Se as premissas são tratadas como 
verdadeiras, o argumento válido apresenta uma conclusão verdadeira. Veja que o argumento abaixo pode 
ser deduzido com o uso de diagramas lógicos: 
Argumento por dedução 
Premissa P1: Todos os feijões do saco são brancos. 
Premissa P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco. 
Conclusão P3: Todos os feijões da mesa são brancos. 
O argumento por indução traz uma conclusão que transcende o conteúdo das premissas, estendendo o caso 
das premissas para um novo caso ou generalizando para todos os casos: 
Argumento por indução 
Premissa P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco. 
Premissa P3: Todos os feijões da mesa são brancos. 
Conclusão P1: Todos os feijões do saco são brancos. 
No argumento por abdução, a conclusão é obtida por melhor representar a explicação dos fatos enunciados 
nas premissas. 
Argumento por abdução 
Premissa P1: Todos os feijões do saco são brancos. 
Premissa P3: Todos os feijões da mesa são brancos. 
Conclusão P2: Todos os feijões da mesa vieram do saco. 
Argumentos por abdução também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz 
sobre eles é subjetivo, podendo serem considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas 
informações forem introduzidas. Veja um novo exemplo: 
"Pedro foi diagnosticado com uma doença cardíaca há 5 anos. Hoje, Pedro faleceu. Portanto, 
pode-se supor quePedro morreu em decorrência de sua doença cardíaca. 
Note que o argumento apresentado mostra uma conclusão que representa a melhor explicação para os fatos 
enunciados nas premissas. Se incluíssemos a informação de que, no dia anterior ao falecimento, Pedro havia 
relatado dores no peito, a hipótese explicativa exposta na conclusão seria "mais provável", tornando o 
argumento "mais forte". Por outro lado, caso incluíssemos a informação de que Pedro tinha outras 
comorbidades além da sua doença cardíaca, tal fato tornaria o argumento "mais fraco". 
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(FUNPRESP/2016) Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir. 
O texto que se segue, produzido por um detetive durante uma investigação criminal, ilustra um raciocínio 
por indução. 
Ontem uma senhora rica foi assassinada em sua casa. No momento do crime, havia uma festa na casa da 
vítima e nela estavam presentes umas cinquenta pessoas. Dessas cinquenta, é sabido que nove tinham algum 
tipo de problema com a senhora assassinada. Assim, é plausível supor que o assassino esteja entre essas 
nove pessoas. 
Comentários: 
A questão trouxe um argumento por abdução cuja a conclusão representa a melhor explicação para os fatos 
enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. 
Gabarito: ERRADO. 
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ARGUMENTOS FALACIOSOS E APELATIVOS 
 
Falácia = Sofisma: erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Pode ser utilizado deliberadamente em 
uma investida fraudulenta de convencer pessoas. 
 
 
Falácia formal = Argumento dedutivo inválido 
Afirmação do consequente: P1: p→q. P2: q. C: p. 
Negação do antecedente: P1: p→q. P2: ~p. C: ~q. 
 
 
Argumentos contra a pessoa (ad hominem) 
Nesta falácia, ocorre a desqualificação da pessoa. 
Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. 
Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra, 
coloca em dúvida a imparcialidade. 
Ad hominem "você também": a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano. 
− 
Apelo à autoridade: suposta autoridade declara X. Logo, X é verdadeiro. 
Apelo à ignorância: não há provas de que X é verdadeiro/falso. Logo, X é verdadeiro/falso. 
Falso dilema ou falsa dicotomia: somente X ou somente Y é verdadeiro. Y é falso. Logo, X é verdadeiro. 
Pergunta complexa: associação de 2 temas para serem tratados como uma única assertiva. Ex.: Deputado, 
o sr. já deixou de desviar recursos públicos? 
Espantalho ou homem de palha: pessoa A apresenta a afirmação X. Pessoa B apresenta razões contra Y, 
que é diferente de X. 
Petição de princípio ou raciocínio circular: Apresenta-se a afirmação Y que, para ser verdadeira, 
pressupõe-se X verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. 
Conclusão irrelevante (ignoratio elechi): É apresentada uma afirmação Y que não apresenta uma 
correlação relevante com X. Conclui-se que X é verdadeiro. 
Falso escocês: pessoa A apresenta uma afirmação X. Pessoa B mostra um contraexemplo que se opõe à 
afirmação X. Pessoa A alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X. 
− 
Falácias que apelam às emoções 
Apelo popular ou apelo ao povo: todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como 
verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. 
Apelo à piedade: a afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um 
sentimento de piedade. Logo, X é verdadeiro. 
Apelo à força: a afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. Logo, X 
é verdadeiro. 
Apelo às consequências: X apresenta consequências positivas/negativas. Logo, X é verdadeiro/falso. 
− 
Argumentos falaciosos e apelativos 
Falácias formais 
Falácias informais 
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Acidente: ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra deveria ser 
excepcionada. 
Inversão do acidente: é o uso da exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser 
aplicada. 
Divisão: X apresenta a característica C. Logo, as partes de X apresentam a característica C. 
Composição: as partes de X apresentam a característica C. Logo, X apresenta a característica C. 
− 
Falácias indutivas 
Uma indução não necessariamente é uma falácia. 
Generalização apressada: conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa. 
Falsa analogia: as entidades comparadas são tão distintas que a indução realizada é fraca demais para se 
concluir algo. 
Falácia do jogador: consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não 
ter ocorrido ao longo de um certo tempo. 
− 
Derrapagem ou bola de neve: uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias 
afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa 
− 
Falácias causais 
Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente: 
correlação entre a causa e o efeito; precedência temporal da causa; e eliminação de outras possíveis 
causas. 
Falácia da falsa causa: quando se conclui que um evento é a causa de outro quando, em verdade, não se 
pode atribuir essa relação de causa e efeito. 
Causa comum ou do efeito conjunto: X e Y estão correlacionados. Ignora-se uma possível causa Z que 
pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. Logo, X é a causa de Y. 
Depois disso, logo, por causa disso: X ocorreu antes de Y. Logo, X é a causa de Y. 
Inversão de causa e efeito: ocorre inversão da causa e do efeito dos eventos em questão. 
Causa complexa: um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as diversas causas, apenas 
uma parte delas é apresentada. 
Causa insignificante: uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante perante os demais 
fatores. 
− 
Falácias de ambiguidade 
Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na 
afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase. 
Equívoco: ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de raciocínio. 
Anfibologia: ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua. 
Ênfase: ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da premissa 
por meio do modo com que as palavras são enfatizadas. 
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Uma falácia ou um sofisma é um erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Por conta da capacidade de 
persuasão, as falácias podem ser utilizadas deliberadamente em uma investida fraudulenta de convencer 
as pessoas. O objeto do nosso estudo será, portanto, os argumentos equivocados que são aparentemente 
verossímeis. 
Podemos dividir as falácias em dois grupos: falácias formais, que são as falácias dedutivas, e falácias 
informais. 
Falácias formais ou dedutivas 
As falácias formais são aquelas em que o erro decorre da forma em que o argumento é construído. Essas 
falácias verificam-se quando temos um argumento dedutivo inválido. 
Falácia formal = Argumento dedutivo inválido 
Lembre-se que podemos ter argumentos dedutivos válidos com premissas falsas. Esses argumentos não são 
falácias. 
As falácias formais que nos interessam são aquelas que apresentam uma aparência de estarem corretos. As 
principais são: afirmação do consequente e negação do antecedente. 
Falácia da afirmação do consequente 
Afirmação do antecedente (Modus ponens) é uma regra de inferência que apresenta um formatode 
argumento que é sempre válido: 
Argumento válido: afirmação do antecedente (Modus ponens) 
Premissa 1: Se p, então q. 
Premissa 2: p. 
Conclusão: q. 
A falácia formal denominada "afirmação do consequente" consiste no argumento dedutivo inválido em que 
uma das premissas é um condicional (p→q) e a outra premissa é a afirmação do consequente desse 
condicional (q). 
Argumento inválido: afirmação do consequente 
Premissa 1: Se p, então q. 
Premissa 2: q. 
Conclusão: p. 
Vamos a um exemplo dessa falácia: 
 
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Premissa 1: Se João for decapitado, então João morre. 
Premissa 2: João morreu. 
Conclusão: Logo, João foi decapitado. 
Nesse exemplo, perceba que o fato de João ter morrido não implica ele ter sido decapitado, pois ele pode 
ter morrido por qualquer outra causa. 
Falácia da negação do antecedente 
A negação do consequente (Modus tollens) é uma regra de inferência que apresenta um formato de 
argumento que é sempre válido: 
Argumento válido: negação do consequente (Modus ponens) 
Premissa 1: Se p, então q. 
Premissa 2: ~q. 
Conclusão: ~p. 
A falácia formal denominada "negação do antecedente" consiste no argumento dedutivo inválido em que 
uma das premissas é um condicional (p→q) e a outra premissa é a negação do antecedente desse condicional 
(~p). 
Argumento inválido: negação do antecedente 
Premissa 1: Se p, então q. 
Premissa 2: ~p. 
Conclusão: ~q. 
Vamos a um exemplo: 
Premissa 1: Se João for decapitado, então João morre. 
Premissa 2: João não foi decapitado. 
Conclusão: Logo, João não morreu. 
Nesse exemplo, perceba que o fato de João não ter sido decapitado não implica que ele não morreu, pois 
ele pode ter morrido por qualquer outra causa. 
 
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Falácias informais 
As falácias informais ou não-formais são erros de raciocínio que, embora possam parecer convincentes, 
apresentam erro no conteúdo do argumento. 
Essas falácias não são identificadas com a utilização de regras de inferência ou com o uso de métodos de 
verificação da validade de um argumento. 
Existem inúmeras falácias e diversas formas de se classificá-las. Vamos aprender as que apresentam maior 
chance de aparecer em provas de concurso público, apresentando exemplos para facilitar o entendimento.1 
 
Em geral, questões de concurso público estão mais voltadas para o reconhecimento de 
uma falácia, não sendo necessário o conhecimento das classificações. 
Argumentos contra a pessoa (ad hominem) 
Os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de falácias em que um argumento é 
rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento, com o consequente 
afastamento da discussão sobre o teor das afirmações. 
Os argumentos contra a pessoa geralmente seguem a seguinte forma: 
- Pessoa A afirma X; 
- Pessoa B faz um ataque à pessoa A; 
- Logo, X é falso. 
Ad hominem ofensivo ou abusivo 
O ad hominem ofensivo funciona com um ataque direto à pessoa do oponente, com o afastamento da 
discussão sobre as ideias apresentadas. 
Pessoa A: Eu sou contra a reforma da previdência pelos motivos X, Y e Z. 
Pessoa B: O que você fala não tem valor, você trai a sua mulher. 
 
1 Os exemplos didaticamente ampliados não expressam visão/opinião de natureza política, religiosa ou social de seu autor. 
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O ataque realizado nem sempre precisa apresentar uma ofensa clara como no exemplo anterior. Ele pode 
ser articulado por meio de aspectos morais, religiosos, profissionais, de gênero, de classe social, etc. 
Pessoa A: Eu sou contra o aborto pelos motivos X, Y e Z. 
Pessoa B: É claro que você é contra o aborto, você é um padre. 
Note que, no exemplo anterior, a pessoa B não contra-argumentou os motivos X, Y e Z, mas desqualificou o 
posicionamento de A em razão do ofício que A exerce. 
Veja outro exemplo de argumento ad hominem: 
Pessoa A: Podemos resolver os problemas das periferias por meio das políticas X e Y, pelos motivos Z e W. 
Pessoa B: Quem é você para falar dos problemas da periferia? Você reside em bairro nobre! 
Ad hominem circunstancial 
No ad hominem circunstancial, o ataque à pessoa ocorre ao se expor circunstâncias individuais de quem 
apresentou a declaração. Via de regra, essa falácia coloca em dúvida a imparcialidade da pessoa que fez a 
afirmação original. 
Pessoa A: O edital do concurso X será divulgado em no máximo 2 meses, pois a autorização já foi publicada. 
Pessoa B: É claro que você está falando isso! Você é dono de uma empresa que vende cursos preparatórios! 
Observe que, no exemplo dado, a pessoa B não apresentou suas considerações sobre a não divulgação do 
edital no prazo sugerido, mas sim colocou em dúvida a imparcialidade da pessoa A por meio de uma 
circunstância individual. 
Ad hominem "você também" (tu quoque) 
No ad hominem "você também", a depreciação da pessoa declarante ocorre por meio da exposição de um 
comportamento contraditório para esvaziar o teor da argumentação. 
Pessoa A: Baseado em X, Y e Z, é errado utilizar couro animal para o vestuário. 
Pessoa B: Olha quem está falando! Mês passado eu vi você com uma jaqueta de couro! 
 
 
 
 
 
 
 
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(CGU/2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Braga tece os seguintes comentários sobre o padre Feijó, figura 
importante de nossa história: “...quanta mediocridade, quanta incoerência! Não era homem excepcional 
nem pela inteligência nem pela cultura. Não teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma visão mais larga 
nem penetrante; não nos legou, nem mesmo aos homens do Segundo Império, nenhuma ideia mais alta ou 
mais justa para levar adiante. Teimoso e limitado, tinha dois ou três projetos que defendeu até a velhice, e 
nenhum deles de maior mérito”. 
Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem, ou seja, uma argumentação crítica contra uma 
pessoa. 
O tipo de argumento ad hominem que é adequado ao texto de Rubem Braga é aquele que: 
a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição 
lógica entre diferentes elementos argumentativos; 
b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua 
personalidade nas suas relações sociais; 
c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se 
prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa; 
d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido político; 
e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o 
discurso que apresenta. 
Comentários: 
Vimos que os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de falácias em que um 
argumento é rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o argumento, com o 
consequente afastamento da discussão sobre o teor das afirmações. Vimos, ainda, que os argumentos ad 
hominem costumam ser classificados em três tipos: 
• Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. 
• Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra, 
coloca em dúvida a imparcialidade. 
• Ad hominem "você também" (tu quoque): a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no 
quotidiano. 
 
Veja que, no texto apresentado, ocorre um ad hominem ofensivo, pois ocorre um ataque direto à pessoa 
do padre Feijó.Esse ataque direto pode ser observado em expressões como "...quanta mediocridade, 
quanta incoerência!", "não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura" e "teimoso e 
limitado". 
Vamos avaliar a alternativa que apresenta a descrição do tipo de argumento ad hominem representado no 
texto: ad hominem ofensivo. 
 
 
 
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a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a 
contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos. ERRADO. 
Note que não há uma falácia formal no texto apresentado. O argumento ad hominem é classificado como 
falácia informal. 
 
b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua 
personalidade nas suas relações sociais. ERRADO. 
Não há no texto apresentado considerações sobre a posição mantida pelo padre Feijó nas suas relações 
sociais. O texto apresenta um ataque direto à pessoa do padre. 
 
c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas 
se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa. CERTO. Esse é o gabarito. 
Note que, na argumentação do texto, de fato não se procura desacreditar uma ideia do padre Feijó. O que 
ocorre é o afastamento da discussão sobre as ideias dele por meio de um ataque direto à pessoa, 
destacando-se as marcas negativas do padre. O gabarito, portanto, é letra C. 
 
d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido 
político. ERRADO. 
Note que não há uma mudança de ideia por parte do padre Feijó. O texto destaca características contrárias 
a isso pois, segundo o autor, o padre era "teimoso e limitado". 
 
e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o 
discurso que apresenta. ERRADO. 
Nessa alternativa, apresenta-se a definição do ad hominem "você também" (tu quoque). No texto 
apresentado, temos o ad hominem ofensivo. 
Gabarito: Letra C. 
Apelo à autoridade 
O apelo à autoridade costuma seguir o seguinte formato: 
- A pessoa A é supostamente uma autoridade em determinado assunto; 
- A pessoa A faz uma afirmação X sobre o assunto; 
- Logo, X é verdadeiro. 
Esse recurso é muito utilizado na venda de produtos ou de ideias. Veja o exemplo a seguir: 
Fulana, participante do Big Brother Brasil, usa o xampu X. Vou comprar esse xampu, pois deve ser bom. 
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Deve-se tomar cuidado com o apelo à autoridade porque, em algumas situações, é lícito o uso de uma 
autoridade para sustentar um argumento, especialmente quando, cumulativamente: 
• A pessoa citada de fato tem uma expertise no assunto; 
• Há uma certa concordância entre outros experts do assunto; 
• Há outros elementos que suportam o argumento além da palavra da autoridade citada; e 
• A autoridade é identificada. 
Veja que o argumento a seguir constitui uma falácia porque a suposta autoridade não é de fato uma 
autoridade no assunto comentado. 
Arnaldo disse que a idade média foi um período ruim, de atraso e de interrupção no progresso da 
sociedade. Eu acredito nele, pois Arnaldo é PhD em Matemática Pura. 
O apelo a uma autoridade não identificada constitui uma falácia muito comum. Geralmente a pessoa que 
realiza esse erro de raciocínio utiliza expressões como "especialistas dizem...", "cientistas acreditam que...", 
"tenho um livro que diz que...", etc. Veja um exemplo: 
Os especialistas recomendam comer dois ovos por dia. 
Observe agora o argumento a seguir: 
Pessoa A: Não acredito nessa história de que dois corpos de massa não nula sempre se atraem. 
Pessoa B: É claro que sempre se atraem! Dois corpos com massa não nula estão sempre submetidos a uma 
força de atração mútua! Isaac Newton pensava assim e é por isso que os corpos celestes ficam confinados 
às suas órbitas! 
Veja que, se as pessoas A e B são leigas no assunto, a citação de Isaac Newton, que é uma grande autoridade 
em mecânica clássica, de fato reforça o argumento da pessoa B. Uma situação diferente seria se as duas 
pessoas em questão fossem físicos teóricos discutindo sobre avanços mais recentes da física: nesse caso, é 
possível que não haja concordância no assunto e que outros elementos relevantes suportem um argumento 
que contrapõem a autoridade citada. 
Apelo à ignorância 
O apelo à ignorância consiste em considerar verdadeira uma argumentação porque não há provas de que 
ela é falsa. Outra possibilidade de uso dessa falácia é considerar uma argumentação falsa porque não há 
provas de que ela é verdadeira. O apelo à ignorância costuma seguir o seguinte formato: 
- Não há provas de que X é verdadeiro; 
- Logo, X é falso. 
Ou 
- Não há provas de que X é falso; 
- Logo, X é verdadeiro. 
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Vamos a dois exemplos: 
Você não é capaz de provar que Papai Noel não existe. Portanto, Papai Noel existe. 
Deus não existe! Você consegue provar que Ele existe? 
Falso dilema ou falsa dicotomia 
O falso dilema é uma falácia em que são apresentados um número limitado de opções, geralmente duas, 
para que o interlocutor fique restrito a escolher entre opções que podem ser todas falsas. O falso dilema 
costuma seguir o seguinte formato: 
- Somente X ou somente Y é verdadeiro. 
- Y é falso; 
- Logo, X é verdadeiro. 
Vamos a um exemplo: 
Ou você vota no candidato X ou você odeia os pobres. 
No exemplo acima, veja que não é dada mais opções à outra parte, de modo que se a pessoa não votar no 
candidato X, ela supostamente seria alguém que odeia os pobres. Como, via de regra, há uma rejeição natural 
à segunda opção, a pessoa ficaria compelida a votar no candidato X. 
Veja um outro exemplo: 
Brasil: ame-o ou deixe-o. 
Novamente, o falso dilema restringe as possibilidades de uma maneira falaciosa, pois seria plenamente 
possível uma pessoa não amar o Brasil sem o deixar. 
(Pref. Cruzeiro do Sul/2019) “O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa-
se por falácia um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Na lógica e na retórica, uma falácia é um 
argumento logicamente incoerente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente 
o que alega.” Wikipedia, Falácia. É possível se agrupar as falácias em termos de muitos subconjuntos, dentre 
eles os listados abaixo, com uma rápida definição em cada caso. 
 Falso Dilema: limita-se a escolha, escondendo demais possibilidades. 
 Ignorância: considerar verdadeiro porque não há provas para afirmar se verdadeiro ou falso. 
 Ad Hominem: desconsidera verdade para atacar quem fala a verdade. 
 Apelo à autoridade: fulano disse, então é verdade por ele ter dito. 
 
 
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Considere as proposições abaixo. 
 I. João nunca fez terapia, então não pode falar sobre terapia. 
 II. Se o terapeuta vota nesse partido, então ele é um mau terapeuta. 
 III. A terapia sempre funciona pois ninguém mostrou que não funciona. 
Assinale a alternativa correta que classifica adequadamente em termos das categorias, cada afirmativa. 
a) I. Falso Dilema II. Ignorância III. Ad Hominem 
b) I. Ad Hominem II. Ad Hominem III. Ignorância 
c) I. Falso Dilema II. Apelo à autoridade III. Falso Dilema 
d) I. Apelo à autoridade II. Ad Hominem III. Apelo à autoridade 
Comentários: 
Vamos comentar cada falácia apresentada. 
João nunca fez terapia, então não pode falar sobre terapia. 
Trata-se de uma falácia ad hominem.Veja que João foi desqualificado do debate por uma circunstância 
pessoal: o fato dele nunca ter feito terapia. 
Se o terapeuta vota nesse partido, então ele é um mau terapeuta. 
Trata-se novamente de uma falácia ad hominem. Veja que o terapeuta foi atacado por uma característica 
pessoal, que é o fato dele votar em um determinado partido. Essa particularidade em nada modifica a 
capacidade dele como terapeuta. 
A terapia sempre funciona pois ninguém mostrou que não funciona. 
Trata-se do apelo à ignorância. Veja que o enunciador da frase tenta comprovar que a terapia sempre 
funciona por meio do fato de ninguém ter provado o contrário. 
Gabarito: Letra B. 
 
(DPE RO/2015) 
TEXTO 1 – O mito da maioridade penal 
Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015 
 
“Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em que 
banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso Nacional 
sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados 
aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”. 
O autor do texto 1 apela para algumas estratégias argumentativas; a estratégia identificada de forma correta 
e adequada ao texto é: 
 
 
 
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a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara 
dos Deputados; 
b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular; 
c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa 
juventude; 
d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos réus”; 
e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela 
redução da maioridade penal. 
Comentários: 
Vamos verificar as alternativas e assinalar aquela que apresenta a estratégia argumentativa utilizada no 
texto. 
a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara 
dos Deputados. ERRADO. 
A citação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados não é utilizada como um 
argumento de autoridade, pois a comissão não é utilizada de modo a validar ou reforçar a tese defendida 
pelo autor do texto. 
 
b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular. ERRADO. 
O emprego da primeira pessoa reforça apenas o caráter opinativo do argumento. Nesse sentido, aumenta-
se a subjetividade do texto, o que acaba por enfraquecer o argumento. 
 
c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa 
juventude. ERRADO. 
O autor não fala sobre perigos sociais a respeito de jovens delinquentes. 
 
d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos 
réus”. CERTO. Esse é o gabarito. 
Veja que o autor utiliza a falácia "ou um ou outro", mais conhecida como falso dilema ou falsa dicotomia, 
para defender o seu ponto de vista contrário à redução da maioridade penal. Isso porque o autor restringe 
as opções do problema a dois extremos, o "banco da escola" ou o "banco dos réus", para que o leitor do 
artigo fique restrito a escolher entre as duas opções. 
 
e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela 
redução da maioridade penal. ERRADO. 
A opinião do autor é contrária à redução da maioridade penal. Além disso, a citação do Congresso Nacional 
não é utilizada como um argumento de autoridade, pois essa citação não é utilizada de modo a validar ou 
reforçar a tese defendida pelo autor do texto. 
Gabarito: Letra D. 
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Pergunta complexa 
A pergunta complexa consiste na associação de dois temas para serem tratados como uma única assertiva. 
A ideia pretendida com essa falácia é que o interlocutor aceite ou rejeite ambos os tópicos quando, em 
verdade, ele poderia aceitar um e rejeitar o outro. 
Vamos a um exemplo: 
Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos? 
Veja que essa pergunta induz o deputado a responder "sim" ou "não". Se ele responder "sim", isso significa 
que o deputado desviava recursos públicos e agora não desvia mais. Se ele responder "não", significa que o 
deputado desviava recursos públicos e continua desviando. A pergunta, em verdade, deveria ser quebrada 
em duas: 
1. Deputado, o sr. desviava recursos públicos? 
2. E agora, o sr. desvia recursos públicos? 
Para se defender da acusação embutida na pergunta, o deputado deve respondê-la evitando as respostas 
monossilábicas do tipo "sim" ou "não", dividindo a resposta em duas partes: 
Pessoa A: Deputado, o sr. já deixou de desviar recursos públicos? 
Deputado: Nunca desviei e nunca vou desviar recursos públicos. 
Vamos a um exercício. 
(TCU/2015) Julgue o item a seguir com base nas características do raciocínio analítico e na estrutura da 
argumentação. 
A pergunta complexa: “Você deixou de roubar dinheiro de seus pais?” se baseia na pressuposição de que o 
interlocutor a quem essa pergunta se dirige não rouba mais dinheiro de seus pais. 
Comentários: 
Veja que a questão apresenta uma pergunta complexa, falácia em que dois temas distintos são associados 
para serem tratados como uma única assertiva. 
Note que a acusação embutida na pergunta se trata de uma pressuposição de que a pessoa, no passado, 
roubava dinheiro dos seus pais. Quanto ao presente, nada se pode pressupor. O gabarito é ERRADO. 
Lembre-se que, para evitar a falácia, a primeira pergunta deveria ter sido quebrada em duas: 
1. Você roubava dinheiro dos seus pais? − A pergunta complexa original pressupõe que sim. 
2. E agora, você rouba dinheiro dos seus pais? 
Gabarito: ERRADO. 
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Falácia do espantalho ou do homem de palha 
A falácia do espantalho consiste em argumentar sobre uma afirmação diversa da apresentada pelo 
oponente. Geralmente a nova afirmação é uma distorção tendenciosa da original. 
- Pessoa A apresenta a afirmação X; 
- Pessoa B apresenta razões contra a afirmação Y, que é uma visão distorcida de X. 
Vamos a um exemplo: 
Pessoa A: Sou a favor de que as pessoas sejam julgadas de acordo com o devido processo legal. 
Pessoa B: Você deseja que os criminosos estejam soltos? Não podemos mais tolerar os altos índices de 
violência! 
Veja que, no exemplo acima, a pessoa B distorce a declaração da pessoa A para criticar essa nova afirmação. 
No caso, o opositor discorre sobre as razões pelas quais criminosos não deveriam estar soltos, enquanto a 
enunciação original tratava sobre o respeito ao devido processo legal. 
Petição de princípio ou raciocínio circular 
A falácia da petição de princípio, também conhecida por raciocínio circular, utiliza uma premissa que, para 
ser considerada verdadeira, exige que se pressuponha que a conclusão é verdadeira. A petição de princípio 
costuma se apresentar no seguinte formato: 
- É apresentada uma afirmação Y que, para ser verdadeira, pressupõe a veracidade de X; 
- Logo, X é verdadeiro. 
Veja um exemplo: 
Deus existe porque está na bíblia, e a bíblia é um livro livre de erros, pois foi escrita por Deus. 
Note que o fato de Deus estar na bíblia não prova a existência de Deus, pois para a bíblia ser um livro livre 
de erros devemos pressupor a existência de Deus. 
Conclusão irrelevante (ignoratio elechi) 
A falácia da conclusão irrelevante ocorre quando se obtém uma conclusão equivocadaa partir de premissas 
que não lhe dão o suporte devido. 
- É apresentada uma afirmação Y, que não apresenta uma correlação relevante com X; 
- Conclui-se que X é verdadeiro. 
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No exemplo abaixo, suponha que um vereador está defendendo um projeto de lei: 
Desejo uma cidade que tenha crescimento econômico, com geração de emprego e de renda para todos os 
munícipes. Portanto, devemos aprovar o projeto de lei para reduzir o imposto sobre serviços. 
Veja que as considerações relacionadas ao crescimento econômico, geração de emprego e de renda são 
irrelevantes para suportar a conclusão de que o projeto de lei deve ser aprovado. Presume-se que todos os 
vereadores são a favor dessas considerações. As questões que precisam ser debatidas são as seguintes: o 
projeto de lei realmente proporcionará crescimento econômico, emprego e renda? Se sim, trata-se da 
melhor alternativa para o que se quer obter? O argumento apresentado, portanto, se trata de uma falácia. 
Falácia do falso escocês 
A falácia do falso escocês consiste na tentativa de manter um argumento mal fundamentado rejeitando as 
refutações por meio de um "apelo à pureza" de um conceito. Esse erro de raciocínio costuma apresentar o 
seguinte formato: 
- Pessoa A: apresenta uma afirmação X; 
- Pessoa B: mostra um contraexemplo que se opõe à afirmação X; 
- Pessoa A: alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X. 
Vamos a um exemplo: 
Pessoa A: Todo escocês usa kilt. 
Pessoa B: Meu avô é escocês e não usa kilt. 
Pessoa A: Ah sim, mas seu avô não é um escocês de verdade, ele foi criado no Brasil. 
Veja que, para evitar o contraexemplo apresentado por B, a pessoa A restringiu o conceito de escocês para 
não abranger o caso apresentado. 
Vejamos um outro exemplo em que ocorre a falácia do falso escocês: 
Pessoa A: Trabalhador não vota em empresário. 
Pessoa B: Eu sou trabalhador e votei em um empresário na última eleição. 
Pessoa A: Ah sim, mas você não é um trabalhador de verdade, você trabalha em home office. 
Veja que, após a apresentação de um contraexemplo, a pessoa A restringiu o conceito de trabalhador, 
excluindo aqueles que trabalham em regime de home office. 
 
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Falácias que apelam às emoções 
As falácias reunidas nesse tópico apresentam apelos a emoções ou a outros fatores psíquicos que em nada 
sustentam a argumentação pretendida. 
Apelo popular ou apelo ao povo 
A falácia do apelo ao povo ocorre quando se assume que uma afirmação é verdadeira com base no fato de 
que todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam essa declaração como verdadeira. 
- Todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como verdadeiro; 
- Logo, X é verdadeiro. 
Veja um exemplo em que um adolescente tenta convencer seu colega de escola a beber refrigerante de uma 
determinada marca: 
Por que você bebe refrigerante da marca X? Ninguém da escola bebe refrigerantes dessa marca. Todos 
bebem refrigerante da marca Y. 
Note que o uso generalizado de um produto não demostra que ele seja satisfatório. Trata-se, portanto, da 
falácia do apelo popular. Veja um outro exemplo: 
A maioria das pessoas acredita em astrologia, logo a posição relativa dos corpos celestes deve realmente 
impactar a personalidade do ser humano. 
Novamente temos um apelo popular, pois a crença generalizada em astrologia não demonstra que ela seja 
razoável. 
Apelo à piedade 
O apelo à piedade é uma falácia em que a pessoa apresenta alegações não para suportar a conclusão do 
argumento, mas para criar um sentimento de comiseração na outra parte. 
- A afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um sentimento de 
piedade. 
- Logo, X é verdadeiro. 
Vamos a um exemplo: 
Professor, o senhor precisa arredondar a minha nota. Se eu repetir de ano, minha mãe vai me pôr de 
castigo e, além disso, eu estudei dez horas por dia durante o mês inteiro. 
Note que o possível castigo conferido pela mãe ao aluno e o fato de ele ter estudado 10 horas por dia são 
expostos com o intuito de gerar sentimento de pena no professor. 
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Apelo à força 
O apelo à força é uma falácia em que uma pessoa apresenta alegações não para suportar a conclusão do 
argumento, mas para criar medo na outra parte. 
- Afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. 
- Logo, X é verdadeiro. 
É possível que esse medo seja gerado por uma intimidação física, porém ele pode também ser causado por 
outros tipos de ameaças. Vamos a um exemplo: 
Professor, eu preciso que você me dê nota acima de 8,0 na última prova. Amanhã à tarde, passarei na casa 
da minha mãe e, logo depois, irei até a sua residência para conversarmos a respeito dessa nota. Aliás, 
minha mãe é a reitora da universidade. 
Note que o fato de a mãe do aluno ser reitora da universidade em nada contribui para sustentar o 
merecimento da nota postulada. Na verdade, a alegação constitui uma ameaça ao professor, que pode se 
sentir compelido a aumentar a nota por medo em relação a possíveis retaliações por parte da mãe do 
discente. 
Apelo às consequências 
O apelo às consequências é uma falácia em que uma pessoa apresenta alegações relacionadas às 
consequências do aceite ou da recusa de uma conclusão. O apelo às consequências costuma seguir o 
seguinte formato: 
- X apresenta consequências positivas. 
- Logo, X é verdadeiro. 
Ou 
- X apresenta consequências negativas. 
- Logo, X é falso. 
Vamos a um exemplo: 
Não acredito que o mundo entrará em uma terceira guerra mundial. Se eu acreditasse, não conseguiria 
viver tranquilamente. 
Veja que a consequência negativa da possibilidade de uma guerra é utilizada para embasar a conclusão de 
que o mundo não entrará em guerra. Trata-se da falácia do apelo às consequências. 
Esse erro de raciocínio apelativa costuma funcionar muito bem no dia-a-dia das pessoas, pois o ser humano 
tem uma tendência de ser menos crítico quanto a fatos que o beneficiam. Veja um novo exemplo: 
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Você não pode ser favorável à reforma administrativa. Afinal, o senhor é servidor público, e se essa 
reforma for aprovada você poderá perder seus adicionais por tempo de serviço. 
Veja que uma consequência pessoal negativa relacionada à aprovação da reforma administrativa é utilizada 
para sustentar a conclusão de que o servidor em questão não pode ser favorável à reforma. 
Acidente 
A falácia do acidente ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra 
deveria ser excepcionada. Vejamos um exemplo: 
O limite de velocidade na rodovia Presidente Dutra é de 110km/h. Logo, mesmo que sua esposa necessite 
de atendimento médico imediato, você não pode passar dos 110km/h nessa rodovia. 
Veja que, em que pese o limite máximo de velocidade, a circunstância apresentada sugere que a regra geral 
é passível de ser excepcionada. 
Veja um outro exemplo em que ocorre a falácia do acidente: 
É correto devolver os objetos que nos emprestaram. Logo, devo devolver essa submetralhadora Uzi ao 
maníaco que me emprestou. 
Inversão do acidente 
Inversão do acidente é uma falácia que consiste em tomar uma exceção como regra, ou seja, é o uso da 
exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser aplicada. Trata-se do inverso da falácia 
do acidente. Vejamos um exemplo: 
Se deixarmos alguém, que tem epilepsia, cultivar a planta da maconha para uso medicinal,então 
deveremos permitir que todos tenham plantações de maconha. 
Note que a generalização da exceção apresentada constitui um erro de raciocínio, pois não foram 
apresentadas razões suficientes para suportar a conclusão. 
(ANPAD/2015/Adaptada) A falácia da inversão do acidente consiste em tomar uma exceção como regra. 
Exemplo: Se deixarmos doentes terminais usarem heroína, devemos deixar todos usá-la. 
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que apresenta uma falácia de inversão do acidente. 
a) Se vamos tornar o cigarro uma droga ilícita, então devemos fazer o mesmo para o álcool. 
b) Se somos o país da natureza, devemos preservá-la. 
c) Quando você chora, uma estrela morre no céu. Logo, é melhor você não chorar. 
d) Já que você pode ir à boate, então todos aqui de casa podem, oras. 
Comentários: 
 
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Note que apenas a alternativa D apresenta a falácia da inversão do acidente. A afirmação transforma uma 
exceção (você pode ir à boate) em uma regra (então todos aqui de casa podem). 
Gabarito: Letra D. 
Divisão 
A falácia da divisão consiste em afirmar, sem uma justificativa razoável, que as partes constitutivas de algo 
possuem a mesma propriedade do que o todo. Esse todo pode ser inclusive um grupo que apresenta 
características coletivas não aplicáveis aos indivíduos que o compõe. 
- X apresenta a característica C. 
- Logo, as partes de X apresentam a característica C. 
Vamos a um exemplo: 
O hipoclorito de sódio diluído a 2,5% (água sanitária) é um excelente desinfetante. Logo, o sódio, que 
compõe a água sanitária, é um excelente desinfetante. 
Note que não foi apresentado nenhum elemento plausível que justifique que o sódio é um bom desinfetante. 
Observe um exemplo desse erro de raciocínio no caso de um grupo que apresenta propriedades não 
extensíveis aos indivíduos: 
No mundo, homens auferem um salário 30% maior do que as mulheres. Logo, João, morador da Etiópia, 
recebe mais do que Maria, que é cidadã americana. 
Veja que não foi apresentada nenhuma razão plausível que justifique o fato de João auferir maiores 
rendimentos do que Maria. Em verdade, a partir das informações apresentadas, é mais provável que uma 
cidadã americana receba um salário maior do que o de um morador da Etiópia. 
Composição 
A falácia da composição consiste em afirmar, sem uma justificativa razoável, que o todo possui as mesmas 
propriedades das partes constitutivas. Esse todo pode ser inclusive um grupo cujos elementos apresentam 
características individuais não aplicáveis ao coletivo. Trata-se do inverso da falácia da divisão. 
- As partes de X apresentam a característica C; 
- Logo, X apresenta a característica C. 
Vamos a um exemplo: 
Um átomo não tem cor. Carros são compostos por átomos. Logo, carros não apresentam cor. 
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Observe um exemplo desse erro de raciocínio no caso de elementos apresentam características individuais 
não aplicáveis ao grupo: 
Uma fábrica de calçados consome mais energia do que uma residência. Logo, no mundo, todas as fábricas 
de calçados consomem mais energia do que todas as residências. 
Falácias indutivas 
Já aprendemos que o raciocínio indutivo é uma das possíveis formas de argumentar. Uma inferência indutiva 
bem realizada pode apresentar boas razões para sustentar uma conclusão e, portanto, uma indução não 
necessariamente é uma falácia. 
Em alguns casos, a indução é realizada com alguns erros de raciocínio: trata-se das falácias indutivas, que 
serão apresentadas a seguir. Esses erros de raciocínio ocorrem principalmente devido à baixa probabilidade 
indutiva do argumento. 
Generalização apressada 
A falácia da generalização apressada ocorre quando se realiza uma conclusão tendenciosa com base em uma 
amostra que não é representativa. 
Veja um exemplo: 
Pedro estava indo a pé para o trabalho quando, de repente, um carro se aproxima da calçada e o motorista 
começa a praguejar contra ele. Ao verificar que o veículo apresentava uma placa de Jacareí, Pedro conclui 
que jacareienses são mal-educados. 
Note que não se pode generalizar a conduta de uma população inteira com base em um único caso. Nesse 
caso, atribuiu-se a característica de um único indivíduo à totalidade. 
 
As falácias da inversão do acidente e da composição, assim como a generalização 
apressada, apresentam um erro de generalização. 
Falsa analogia 
Sabemos que em uma analogia realiza-se um raciocínio indutivo com base em características comuns entre 
dois entes. A falácia da falsa analogia ocorre quando as entidades comparadas são tão distintas, ou seja, 
apresentam tantas desanalogias, que a indução realizada é fraca demais para se concluir algo. 
Vamos a um exemplo: 
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Os alunos do Instituto de Tricô de Arapongas são como diamantes. Diamantes são feitos sob pressão. Logo, 
devemos pressionar os alunos. 
Note, no exemplo acima, que os alunos e os diamantes são tão distintos que a característica de que os 
diamantes são feitos sob pressão não pode ser imputada aos alunos por meio dessa analogia. 
Falácia do jogador 
A falácia do jogador consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não 
ter ocorrido ao longo de um certo tempo. Esse erro de raciocínio ocorre por conta de uma falha de se 
compreender a ideia de independência estatística. 
Vamos a um exemplo: 
É a décima vez que joguei uma moeda para cima e todas as vezes obtive "cara". Logo, é muito mais 
provável que eu obtenha "coroa" no próximo lance. 
Note que cada lance é um evento que independe dos anteriores, de modo que o fato da moeda ter 
apresentado dez vezes "cara" em nada influencia a próxima jogada, que permanece com a probabilidade de 
50% "cara" e 50% "coroa". 
É comum investidores inexperientes sucumbirem a esse tipo de falácia. Veja o exemplo a seguir: 
As ações que comprei se valorizaram durante dez dias úteis seguidos. Vou vendê-las, pois em seguida virá 
uma queda. 
Perceba que, no raciocínio apresentado acima, não há uma explicação racional que suporte a conclusão de 
que as ações sofrerão uma queda em seus preços. 
Derrapagem ou bola de neve 
A falácia da derrapagem consiste no uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias 
afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa. 
Veja o exemplo abaixo: 
Se você beber, verá que é difícil largar a bebida. Não largando a bebida, estarás habitualmente alcoolizado. 
Acabarás sem disposição e tempo para trabalhar por conta de seus vícios. Sem trabalhar com assiduidade, 
perderás o seu emprego e, sem emprego, sua família vai passar necessidade. Portanto, não se deve 
consumir bebida alcoólica. 
Note que, por conta de uma série de encadeamentos fracos, o autor da frase parte do consumo de bebida e 
chega na previsão de que a família de quem bebe vai passar necessidade. Trata-se da falácia da derrapagem 
ou da bola de neve. 
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Falácias causais 
Um ponto muito importante no estudo das falácias é o entendimento das relações de causalidade 
apresentadas em uma situação-problema. 
Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente: 
• Correlação entre a causa e o efeito: a causa e o efeito devem estar correlacionados, isto é, deve-se 
encontrar uma associação entre a causa e a consequência. Isso significa que a causa e o efeito devem 
ser dependentes um do outro. 
• Precedência temporal da causa: a causadeve ocorrer antes do efeito gerado por ela. 
• Eliminação de outras possíveis causas: deve-se mostrar que a correlação entre a causa e a 
consequência é uma hipótese convincente, de modo que não haja uma outra causa subjacente. 
Podemos dizer de modo genérico que a falácia da falsa causa ocorre quando se conclui que um evento é a 
causa de outro quando, na verdade, não se pode atribuir essa relação de causa e efeito por conta de um erro 
de raciocínio. 
Vejamos um exemplo: 
Na Copa do Mundo de 2014, o Brasil apresentou um desempenho satisfatório até a semifinal. No jogo contra 
Alemanha, em que Mick Jagger estava na torcida brasileira, o Brasil sofreu uma goleada de 7 a 1. Logo, a 
torcida de Mick Jagger gerou a derrota do Brasil por uma ampla diferença de gols. 
Note que, apesar de haver uma associação ou correlação entre a torcida do Mick Jagger e a goleada, 
claramente existem outras possíveis causas que implicaram a derrota. 
Serão apresentadas cinco falácias causais. As três primeiras são casos particulares da "falácia da falsa causa", 
e as duas últimas apresentam causas genuínas, porém não suficientes para se obter a conclusão. 
Falácia da causa comum ou do efeito conjunto 
A falácia da causa comum ocorre quando se conclui que um evento é a causa de outro simplesmente porque 
os dois fenômenos apresentam uma associação ou uma correlação. Nesse tipo de erro, a conclusão é obtida 
ignorando-se um terceiro fator possível que pode ser a causa comum dos dois acontecimentos. 
- X e Y estão correlacionados. 
- Ignora-se uma possível causa Z que pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. 
- Logo, X é a causa de Y. 
Vamos a um exemplo: 
O aumento anual dos casos de poliomielite ocorre proporcional e concomitantemente ao aumento do 
consumo de sorvetes. Logo, comer sorvete causa poliomielite. 
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Veja que, mesmo que o número de casos de poliomielite aumente na mesma proporção e no mesmo período 
em que se verifica o aumento do consumo de sorvetes, não se pode inferir que a ingestão de sorvete é a 
causa dessa doença. Essa falsa relação de causa e efeito ocorreu porque se ignorou uma causa comum: o 
verão. A transmissibilidade da poliomielite é maior no verão e, nessa mesma época do ano, as pessoas 
costumam consumir mais sorvete. 
Veja que esse exemplo pode parecer risível nos dias de hoje, porém, no fim da década de 40, antes de haver 
a vacina para a doença, havia uma forte linha de pesquisa que sugeria que o consumo de sorvete era a causa 
da poliomielite. 
Depois disso, logo, por causa disso (post hoc ergo propter hoc) 
A falácia "depois disso, logo, por causa disso" ocorre quando se considera que um evento é a causa de outro 
simplesmente porque o primeiro evento ocorreu antes do outro. 
- X ocorreu antes de Y. 
- Logo, X é a causa de Y. 
Vejamos um exemplo: 
Antes do sol nascer, o galo canta. Logo, o sol nasce porque o galo canta. 
Inversão de causa e efeito 
Essa falácia de falsa causa acontece quando ocorre a inversão da causa e do efeito dos eventos em questão. 
Vejamos um exemplo: 
João coloca uma fatia de pão em um prato. Após alguns dias, ele nota que o pão está com mofo. João 
conclui que o envelhecimento do pão produziu o bolor. 
Note que, no exemplo acima, ocorreu uma inversão entre causa e efeito, pois é o fungo que causa o 
envelhecimento do pão, não o contrário. 
Causa complexa 
A falácia da causa complexa ocorre quando um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as 
diversas causas, apenas uma parte delas é apresentada. 
Vejamos um exemplo: 
O acidente de Chernobyl não teria ocorrido se os operadores fossem melhor treinados. 
Um acidente nuclear geralmente é multifatorial, apresentando diversas causas para a sua ocorrência. A falta 
de treinamento do pessoal realmente pode ter sido um dos fatores que desencadeou o acontecimento, 
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porém existem diversos outros elementos que contribuíram para o desastre, dentre os quais as falhas de 
projeto na construção do reator. 
Causa insignificante 
A falácia da causa insignificante ocorre quando uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante 
perante os demais fatores que acarretam o efeito em questão. 
Vejamos um exemplo: 
Ao utilizar carvão para fazer um churrasco você está contribuindo para o aquecimento global. 
Note que realizar um churrasco de fato contribui para o aquecimento global, pois ocorre uma emissão de 
gás carbônico ao se queimar o carvão. Observe, porém, que o efeito poluente de um churrasco é 
insignificante quando comparado com efeito poluente dos automóveis. 
(FUNPRESP-JUD/2016) Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da 
argumentação, julgue o item que se segue. 
A assertiva “Sempre que venho aqui, chove. Logo, minha vinda é positiva, pois traz chuva para cá” apresenta 
um raciocínio falacioso, mediante o qual se define erroneamente um evento como a causa de outro. 
Comentários: 
Observe que a assertiva apresenta a ida da pessoa para determinado lugar como causa do efeito "chover". 
Trata-se de uma falácia da falsa causa, pois, mesmo na eventualidade de ocorrer uma mínima correlação 
pontual entre a ida da pessoa ao local e a chuva, certamente outras possíveis causas podem ser identificadas 
como melhores hipóteses para o efeito "chover". 
Gabarito: CERTO. 
Falácias de ambiguidade 
Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na 
afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase. 
Equívoco 
A falácia do equívoco ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de 
raciocínio. 
Loucos não devem ter porte de arma. Pedro é louco por futebol. Portanto, Pedro não deve ter porte de 
arma. 
Perceba que a palavra "louco" foi usada com dois significados diferentes: o primeiro uso se refere a um 
distúrbio psíquico, e o segundo é sinônimo de "apaixonado". 
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 Anfibologia 
A falácia da anfibologia ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua. 
João praticou um homicídio depois de cumprimentar o irmão da vítima com uma pistola. 
Perceba que, da forma com que o enunciado foi construído, são possíveis duas interpretações: 
• João praticou o homicídio com uma pistola; ou 
• João cumprimentou o irmão da vítima portando uma pistola. 
Ênfase 
A falácia de ênfase ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da 
premissa por meio do modo com que as palavras são enfatizadas. 
Vejamos exemplos adaptados de Irving Copi em que ocorre essa falácia2. 
Premissa: Não devemos falar mal dos nossos amigos. 
Conclusão: Logo, podemos falar mal de qualquer um que não seja nosso amigo. 
Quando se lê a premissa sem qualquer ênfase, a proibição sugerida de que "não devemos falar mal dos 
nossos amigos" é perfeitamente compreensível. Note, porém, que a conclusão sugerida só decorre da 
premissa se dermos uma ênfase à expressão "nossos amigos": 
Nova premissa: "Não devemos falar mal dos NOSSOS AMIGOS." 
Nesse caso, o destaque feito gera uma nova premissa que é completamente distinta da original. Desta forma, 
a conclusão de fato deriva dessa nova afirmação. Ocorre, porém, que a nova premissa já não é mais aceitável 
como algo razoável. 
O aspecto enganador da falácia decorre justamente do fato de não haver qualquer destaque na premissa, 
deixando-a aceitável perante o interlocutor, para em seguida concluir-se algo que só poderia ser inferido 
caso a premissa original apresentasse uma ênfaseem certas expressões. 
Note que inclusive uma afirmação verdadeira pode ser falaciosa quando se dá uma ênfase enganosa. 
Suponha, por exemplo, que um jornal apresente a seguinte manchete: 
PROTESTOS VIOLENTOS 
 
2 Copi, I. M. Introdução à Lógica. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978, p.93-94. 
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Em seguida, em letras bem menores, o jornal continua: "...são esperados pelas autoridades". Note que o 
veículo de comunicação, nesse caso, acaba conferindo um significado falso a uma afirmação que pode ser 
verdadeira. 
− 
É isso aí, pessoal! Acabamos de ver aqui um compilado de diversas falácias. Reforço, novamente, que para 
fins de prova é mais importante você saber identificar esses erros de raciocínio do que saber classificar as 
falácias. 
 
 
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DEFEITOS DE ARGUMENTAÇÃO 
 
Incidência em provas: BAIXÍSSIMA. 
Emprego de noções confusas 
Trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, 
inclusive noções que podem ser contraditórias. Exemplos: democracia, liberdade, justiça, ordem, 
honestidade, paz, idealismo, etc. 
 
Emprego de noções de totalidade indeterminada 
Trata do uso de palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete 
a argumentação pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns 
aspectos. Esse defeito de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados 
por generalização. Exemplos: sempre, tudo, todos, nunca, nada, ninguém. 
 
Emprego de noções semiformalizadas 
Trata do uso inadequado de termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado 
especializado, restrito a esse tipo de linguagem. 
 
Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo 
A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em alguns casos, o uso 
de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não correspondem à realidade 
ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada. 
 
O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de 
caráter geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de 
argumentação, porém ela deve ser representativa. 
 
O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta 
exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal 
maneira ou que nunca devemos agir assim. É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de 
argumentação, porém no geral esse esquema tende a cair no lugar-comum com modelos de conduta 
estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são sempre corruptos, etc. 
 
Outros defeitos de argumentação 
Utilização de conceitos e afirmações genéricos. 
Uso de conceitos que se contradizem entre si. 
Instauração de falsos pressupostos. 
 
 
Defeitos de argumentação 
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Nessa seção, vamos tratar sobre defeitos de argumentação. Para desenvolver esse conteúdo, será tomado 
como base a obra "Para entender o texto: Leitura e Redação" dos professores Fiorin e Savioli1. 
Mesmo não estando explícito no edital, esse assunto chegou a ser cobrado em Raciocínio Crítico na prova 
de Técnico Judiciário do TRF da 1ª Região realizada em 2017 pela banca CESPE. 
Para complementar o assunto, além da questão da banca CESPE, serão apresentadas, ao final da seção, 
outras duas questões de concursos públicos sobre o tema que originalmente foram cobradas na matéria de 
Português. 
Emprego de noções confusas 
O emprego de noções confusas é um defeito de argumentação que trata do uso de palavras que podem ser 
aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. 
Não se trata de palavras de que apresentam um sentido especializado, mas sim de palavras que apresentam 
uma extensão de significado muito ampla. Para o devido uso dessas palavras em um argumento, é necessário 
defini-las previamente, pois do contrário o argumento se esvazia, podendo essas palavras serem utilizadas 
para apoiar pontos de vistas opostos. 
Exemplos de palavras com noções confusas: democracia, liberdade, justiça, ordem, honestidade, paz, 
idealismo, etc. 
Em defesa da democracia, o deputado federal X votou a favor do processo de impeachment da 
presidente. 
Note que a palavra "democracia" apresenta um conceito bastante elástico e poderia ser utilizada para 
sustentar um ponto de vista oposto: "em defesa da democracia, o deputado federal Y votou contra o 
processo de impeachment da presidente." 
 
Em nome da liberdade do povo iraniano, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao Irã. 
Perceba que a palavra "liberdade" apresenta um sentido vago, podendo ser utilizado justamente para 
defender outro ponto de vista: "em nome da liberdade do povo iraniano, o Irã solicitou a órgãos 
internacionais sanções aos Estados Unidos". 
 
O problema dos posseiros e a luta pela terra não têm sentido, pois perturbam a ordem estabelecida. 
Veja que o uso da expressão "ordem estabelecida" manifesta um julgamento de caráter moralizante 
tomando por base palavras vazias com um significado muito amplo. Há a necessidade de se especificar que 
tipo de ordem está sendo perturbada, uma vez que esse conceito de ordem pode ser diferente para os 
posseiros ou para outras pessoas ligadas a essas questões sociais. 
 
1 Fiorin, J. L.; Savioli, F. P. Para entender o texto: Leitura e Redação. 16ª ed. São Paulo: Ática, 2003, p. 201-217. 
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Emprego de noções de totalidade indeterminada 
O emprego de noções de totalidade indeterminada é um defeito de argumentação que trata do uso de 
palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete a argumentação 
pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns aspectos. Esse defeito 
de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados por generalização. 
Algumas palavras podem indicar uma possível noção de totalidade indeterminada: sempre, tudo, todos, 
nunca, nada, ninguém. 
Todo gaúcho sabe fazer um bom churrasco. 
Note que a palavra "todo" apresenta uma noção totalizadora que compromete a força argumentativa, pois 
dá margem para contraexemplos imediatos. Para contrapor, bastaria identificar um gaúcho que não sabe 
fazer churrasco. 
 
Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos costumes, na concepção de vida, 
nos valores, etc. 
Novamente, o enunciador faz uso de uma noção totalizadora que pode ser contraposta com o fato de que 
tanto o Chile quanto a Colômbia e a Venezuela são países latino-americanos de colonização espanhola com 
uma população de maioria católica. 
 
O comunismo e o capitalismo são a mesma coisa. 
Novamente, a frase acima traz uma noção totalizadora, pois generalizou os conceitos de comunismo e 
capitalismo para igualá-los quando, em verdade, é possível apontar diversas diferenças, a começar pelo 
tratamento da propriedade privada. 
Emprego de noções semiformalizadas 
O emprego de noções semiformalizadas é um defeito de argumentação que trata do uso inadequado de 
termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado especializado, restrito a esse tipo 
de linguagem. 
Ordenar o fechamentode igrejas em pleno natal é coisa de comunista. 
Perceba que o termo "comunismo" se refere a uma ideologia política específica. O enunciador da frase 
empregou o termo de forma equivocada, utilizando-o como sinônimo de autoritarismo. 
 
Defender a reforma previdenciária é uma atitude típica de um fascista. 
Note que o termo "fascismo" foi empregado de forma inadequada, pois esse termo se refere a uma ideologia 
política em que prevaleciam conceitos de nação e de raça sobre os valores individuais, sendo representado 
por um governo autocrático. 
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Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo 
Emprego indevido de exemplo 
A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em verdade, trata-se de 
uma ferramenta útil para dar suporte a conclusões. 
Em alguns casos, o uso de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não 
correspondem à realidade ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada. 
Eram oito horas da noite: horário de verão. O sol, aos poucos caindo, parecia mergulhar nas profundezas 
do mar, deixando atrás de si um rastro de cores indefiníveis e uma atmosfera de mistério e 
compenetração. Contagiado por aquele momento de grandioso espetáculo da natureza, acabei por 
concluir que a vida é cheia de altos e baixos e que precisamos enfrentar com coragem as dificuldades e 
exultar com vibração diante do sucesso. 
 
Note que há uma desconexão entre o exemplo e a conclusão apresentada, pois as conclusões "a vida é cheia 
de altos e baixos" e " precisamos enfrentar com coragem as dificuldades e exultar com vibração diante do 
sucesso" não são suportadas pelo exemplo do autor, especialmente no que se refere aos momentos baixos 
da vida. 
Emprego indevido de ilustração 
O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de caráter 
geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de argumentação, 
porém ela deve ser representativa. Veja um exemplo de argumento defeituoso: 
O brasileiro é péssimo em matemática. Veja, é a segunda vez nessa semana que eu recebi o troco errado 
de uma atendente. 
Note que, para refutar essa argumentação inconsistente, basta citar os diversos brasileiros medalhistas da 
Olimpíada Internacional de Matemática. 
Emprego indevido de modelo 
O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta 
exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal 
maneira ou que nunca devemos agir assim. 
É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de argumentação, porém no geral esse esquema tende 
a cair no lugar-comum com modelos de conduta estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são 
sempre corruptos, etc. 
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Outros defeitos de argumentação 
Os professores Fiorin e Savioli citam outros defeitos argumentativos além dos já apresentados. 
Utilização de conceitos e afirmações genéricos 
Um argumento pode ser frágil por conta da generalização excessiva de suas premissas. 
As empresas estatais são ineficientes por natureza. 
Observe que dizer que as empresas estatais são ineficientes por natureza implica dizer que todas as 
empresas estatais, sem exceção, são ineficientes. A generalização realizada torna o argumento frágil, pois 
bastaria citar uma empresa estatal eficiente para desacreditar a frase proposta. 
Uso de conceitos que se contradizem entre si 
O uso de conceitos que se contradizem entre é um procedimento argumentativo que contém defeito. 
É muito fácil acenar para os desempregados com benefícios e sinecuras que, em muitos casos, 
constituem a essência das empresas estatais. 
Note que o autor da frase cai em contradição ao dizer que os benefícios e sinecuras constituem a essência 
das empresas estatais ao mesmo tempo em que o ator restringe essa essência a "muitos casos". Isso porque 
aquilo que constitui a essência de uma entidade necessariamente deve estar presente naquela entidade, 
sem restrições. 
Instauração de falsos pressupostos 
Outro defeito argumentativo ocorre quando se instauram falsos pressupostos. Observe o exemplo abaixo: 
As empresas estatais conferem poder político através do poder econômico que têm. 
A depender do modo em que essa frase é inserida em um argumento, ela pode ser utilizada pelo autor como 
um argumento contrário apenas às empresas estatais. 
Isso leva o leitor da frase a pressupor que as empresas particulares não fazem uso do poder econômico para 
conseguir poder político. Trata-se de um pressuposto falso, pois é plenamente possível ingerências de 
empresas privadas no poder político. 
Vamos praticar o assunto aprendido neste tópico. 
 
 
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(TRF 1/2017) Venho acompanhando pelo jornal um debate acalorado entre professores universitários a 
respeito de um tema da especialidade deles: sistemas de informação. O debate, que se iniciou com dois 
professores e acabou envolvendo outros mais, terminou sem que se chegasse a uma conclusão uniforme. 
Isso nos leva a concluir que o homem não é mesmo capaz de entrar em entendimento e que, por isso, o 
mundo está repleto de guerras. 
José Luiz Fiorin e Francisco Platão Savioli. Para entender o texto: leitura e redação. 17.ª ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 211. (com adaptações). 
Acerca do raciocínio analítico e da argumentação empregados no texto, julgue o item subsecutivo. 
A conclusão apresentada no texto contém noções semiformalizadas. 
Comentários: 
Perceba que o texto não apresentou o uso inadequado de termos científicos ou filosóficos. O termo científico 
utilizado, "sistemas de informação", foi apenas citado sem haver qualquer uso indevido do seu significado. 
O defeito de argumentação apresentado no parágrafo corresponde ao emprego indevido de exemplo. Veja 
que a conclusão apresenta uma generalização indevida ("o homem não é mesmo capaz de entrar em 
entendimento") a partir de um exemplo que não apresenta valor comprobatório. 
Gabarito: ERRADO. 
 
(ALERR/2010) Na escrita, tudo deve ser dito com muita clareza para que o leitor possa compreender o que 
se quer dizer. Todas as alternativas seguintes se referem aos defeitos de argumentação, EXCETO: 
a) Emprego de noções de totalidade indeterminada. (O comunismo e o capitalismo, no fundo, são a mesma 
coisa.) 
b) Utilizações de conceitos e afirmações genéricos. (As empresas estatais são ineficientes por natureza.) 
c) Argumentar por meio de exemplos. (Uma linguagem diferente é uma visão da vida diferente.) 
d) Instauração de falsos pressupostos. (As empresas estatais conferem poder político através do poder 
econômico que têm). 
e) Emprego de noções confusas. (O governador recusou-se ao debate por uma questão de honra.) 
Comentários: 
Vamos comentar cada alternativa apresentada. 
Alternativa A 
O emprego de noções de totalidade indeterminada é um defeito de argumentação, e o exemplo 
apresentado é um exemplo desse tipo de defeito. 
Veja que a frase "o comunismo e o capitalismo, no fundo, são a mesma coisa" traz uma noção totalizadora, 
pois generaliza os conceitos de comunismo e capitalismo para igualá-los quando, em verdade, é possível 
apontar diversas diferenças, a começar pela questão da propriedade privada, que existe no capitalismo e 
não existe no comunismo. 
Alternativa B 
A utilização de conceitos e afirmações genéricos é um defeito de argumentação apontado por Fiorin e 
Savioli. 
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Observe que dizer que "as empresas estatais são ineficientes por natureza" implica dizer que todas as 
empresas estatais, sem exceção, são ineficientes. A generalização realizada torna o argumento frágil, pois 
bastaria citar uma empresa estatal eficiente para desacreditar a frase proposta. 
 
Alternativa C 
A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em verdade, trata-se de 
uma ferramenta útil para dar suporte a conclusões. O defeito de argumentação ocorre no emprego indevido 
de exemplo. 
A alternativa C é o gabarito, pois argumentar por exemplos não é um defeito de argumentação. 
 
Alternativa D 
A instauração de falsos pressupostos é um defeito de argumentação apontado por Fiorin e Savioli. Note que 
o exemplo leva a pressupor que as empresas particulares não fazem uso do poder econômico para conseguir 
poder político. Trata-se de um pressuposto falso, pois é plenamente possível ingerências de empresas 
privadas no poder político. 
 
Alternativa E 
O emprego de noções confusas é um defeito de argumentação que trata do uso de palavras que podem ser 
aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. 
Veja que, no exemplo apresentado, a palavra "honra" apresenta uma noção confusa que poderia ser utilizada 
para sustentar o ponto de vista oposto: "O governador deve ir ao debate por uma questão de honra". 
Gabarito: Letra C. 
 
(PC MS/2006) Na linguagem escrita, o interlocutor pode estar ausente e não há como interromper para 
esclarecimentos; assim, o texto escrito deve ser independente quanto à clareza, à quantidade de 
informações e, principalmente, quanto aos procedimentos da argumentação. A partir dessa informação, é 
incorreto afirmar que, no trecho 
 a) “Pode-se esperar um futuro brilhante para o nosso país. Ele pode considerar-se privilegiado em relação 
aos outros países do mundo: aqui não há preconceito racial, não temos problemas de catástrofes ou 
diferenças de idioma; o povo é ordeiro e pacífico.”, ocorrem generalizações inconsistentes. 
 b) “Quando se fala em liberdade de expressão, é preciso tomar cuidado, porque liberdade é uma coisa e 
libertinagem é outra. Se não houver nenhum tipo de censura, estabelece-se a anarquia e a baderna.”, o 
esquema argumentativo está falho, pois não foi demarcado limite quanto à análise de palavras de noções 
confusas. 
c) “A educação pode ser considerada de muitos pontos de vista: o do Estado, o da Igreja, o do mestre-escola, 
o dos pais ou mesmo (embora seja geralmente esquecido) o da própria criança. Cada qual destes pontos de 
vista é parcial; cada um concorre com alguma coisa para o ideal da educação, porém também aduz elementos 
maus. Examinemo-los sucessivamente e vejamos o que dizer contra e a favor deles.” (Bertrand Russell) – o 
autor restringe a significação do vocábulo educação e pormenoriza os vários pontos de vista a partir dos 
quais ela pode ser considerada. 
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 d) “Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos costumes, na concepção de vida, 
nos valores, etc.”, ocorreu o uso de noções totalizadoras comprometendo a forca argumentativa, 
demonstrando falta de visão analítica. 
 e) “Não se deve negar ao cidadão o direito de protestar: isso já é comunismo.”, houve defeito argumentativo 
quanto ao mau emprego do vocabulário. 
Comentários: 
Vamos comentar cada alternativa apresentada. 
Alternativa A 
Note que a alternativa de fato apresenta generalizações inconsistentes, tanto na conclusão do argumento 
("pode-se esperar um futuro brilhante para o nosso país"), que não é devidamente suportada pelos 
exemplos, quanto nos próprios exemplos apresentados: "aqui não há preconceito racial", " não temos 
problemas de catástrofes" e "o povo é ordeiro e pacífico". 
 
Alternativa B 
A alternativa identificou corretamente o defeito de argumentação: emprego de noções confusas. As 
palavras "liberdade", "libertinagem", "anarquia" e "baderna" são palavras que podem ser aplicadas em 
diversos contextos, cobrindo diversas noções, inclusive noções que podem ser contraditórias. Para o devido 
uso dessas palavras em um argumento, é necessário defini-las previamente, pois do contrário o argumento 
se esvazia. 
 
Alternativa C 
Em momento algum o autor restringe a significação do vocábulo educação. Em verdade, uma restrição típica 
da palavra educação seria aquela que é responsabilidade da escola. O autor da frase tenta justamente 
abranger a maior significação possível para o vocábulo, incluindo os pontos de vista do Estado, da Igreja, dos 
pais e da própria criança. A alternativa C é o gabarito da questão, pois apresenta uma afirmação incorreta. 
 
Alternativa D 
O defeito de argumentação apresentado nessa alternativa é o emprego de noções de totalidade 
indeterminada. Note que a frase faz uso de uma noção totalizadora que pode ser contraposta com o fato de 
que tanto o Chile quanto a Colômbia e a Venezuela são países latino-americanos de colonização espanhola 
com uma população de maioria católica. 
 
Alternativa E 
O defeito de argumentação apresentado nessa alternativa é o emprego de noções semiformalizadas. Esse 
defeito argumentativo de fato se refere ao mau emprego do vocabulário. 
No exemplo apresentado, perceba que o termo "comunismo" se refere a uma ideologia política específica 
em que os meios de produção são propriedade do Estado. O enunciador da frase empregou o termo de 
forma equivocada, utilizando-o como sinônimo de autoritarismo. 
Gabarito: Letra C. 
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RESUMO 
 
 
 
Argumento é a relação que se dá entre um conjunto de premissas que dão suporte à defesa de uma 
conclusão. 
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é construída. Indica 
as razões pelas quais a conclusão deve ser aceita. 
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante de uma ou mais razões apresentadas. Indica o 
que se quer demonstrar. 
 
Indicadores de conclusão: Logo; Portanto; Consequentemente; Por isso; Assim; Deste modo; Pode-se 
inferir que; 
Indicadores de premissa: Pois; Porque; Tanto que; Dado que; Visto que; Uma vez que; Assumindo que. 
 
 
 
 
Argumentos dedutivos 
Argumentos dedutivos são aqueles que são objeto de estudo da Lógica Formal ou da Lógica Proposicional. 
Eles não produzem conhecimentos novos. Isso significa que a informação presente na conclusão já 
estava presente nas premissas. 
Somente os argumentos dedutivos podem ser classificados como válidos ou inválidos. 
 
Argumentos indutivos 
O argumento indutivo é aquele em que a conclusão apresenta conhecimentos novos que não estão 
presentes nas premissas, nem sequer de modo implícito. Em outras palavras, a conclusão transcende as 
premissas. 
 
Esse tipo de argumento parte de fatos apresentados nas premissas e chega a uma conclusão que estende 
esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
 
Argumentos indutivos não podem ser avaliados como válidos. O juízo que se faz sobre eles é subjetivo, 
podendo serem eles considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando comparados. 
Consequentemente, chega-se a uma conclusão "mais provável" ou "menos provável". 
 
Estrutura básica dos argumentos 
Classificação dos argumentos 
Argumentos: estrutura básica e classificações 
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Analogia é um caso específico de argumento indutivo em que características comuns são ressaltadas 
como forma de serealizar a indução. 
Argumentos abdutivos 
Na argumentação por abdução, a conclusão obtida representa a melhor explicação para os fatos 
enunciados nas premissas. Trata-se de uma hipótese explicativa. 
 
Argumentos abdutivos também não podem ser avaliados como válidos ou inválidos. O juízo que se faz 
sobre eles é subjetivo, podendo ser considerados "mais fortes" ou "mais fracos" quando novas 
informações forem introduzidas no contexto analisado. 
 
 
Falácia = Sofisma: erro de raciocínio que costuma ser persuasivo. Pode ser utilizado deliberadamente em 
uma investida fraudulenta de convencer pessoas. 
 
 
Falácia formal = Argumento dedutivo inválido 
Afirmação do consequente: P1: p→q. P2: q. C: p. 
Negação do antecedente: P1: p→q. P2: ~p. C: ~q. 
 
 
Argumentos contra a pessoa (ad hominem) 
Nesta falácia, ocorre a desqualificação da pessoa. 
Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. 
Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em regra, 
coloca em dúvida a imparcialidade. 
Ad hominem "você também": a declaração da pessoa não condiz com o que ela pratica no quotidiano. 
− 
Apelo à autoridade: suposta autoridade declara X. Logo, X é verdadeiro. 
Apelo à ignorância: não há provas de que X é verdadeiro/falso. Logo, X é verdadeiro/falso. 
Falso dilema ou falsa dicotomia: somente X ou somente Y é verdadeiro. Y é falso. Logo, X é verdadeiro. 
Pergunta complexa: associação de 2 temas para serem tratados como uma única assertiva. Ex.: Deputado, 
o sr. já deixou de desviar recursos públicos? 
Espantalho ou homem de palha: pessoa A apresenta a afirmação X. Pessoa B apresenta razões contra Y, 
que é diferente de X. 
Petição de princípio ou raciocínio circular: Apresenta-se a afirmação Y que, para ser verdadeira, 
pressupõe-se X verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. 
Conclusão irrelevante (ignoratio elechi): É apresentada uma afirmação Y que não apresenta uma 
correlação relevante com X. Conclui-se que X é verdadeiro. 
Falso escocês: pessoa A apresenta uma afirmação X. Pessoa B mostra um contraexemplo que se opõe à 
afirmação X. Pessoa A alega que o contraexemplo não é válido, restringindo a definição de X. 
− 
Falácias formais 
Falácias informais 
Argumentos falaciosos e apelativos 
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Falácias que apelam às emoções 
Apelo popular ou apelo ao povo: todas as pessoas ou uma categoria de pessoas aceitam X como 
verdadeiro. Logo, X é verdadeiro. 
Apelo à piedade: a afirmação P, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir um 
sentimento de piedade. Logo, X é verdadeiro. 
Apelo à força: a afirmação M, correlacionada ou não com X, é apresentada para produzir medo. Logo, X 
é verdadeiro. 
Apelo às consequências: X apresenta consequências positivas/negativas. Logo, X é verdadeiro/falso. 
− 
Acidente: ocorre quando se aplica uma regra geral quando a conjuntura indica que essa regra deveria ser 
excepcionada. 
Inversão do acidente: é o uso da exceção quando as circunstâncias mostram que a regra geral deve ser 
aplicada. 
Divisão: X apresenta a característica C. Logo, as partes de X apresentam a característica C. 
Composição: as partes de X apresentam a característica C. Logo, X apresenta a característica C. 
− 
Falácias indutivas 
Uma indução não necessariamente é uma falácia. 
Generalização apressada: conclusão tendenciosa com base em uma amostra que não é representativa. 
Falsa analogia: as entidades comparadas são tão distintas que a indução realizada é fraca demais para se 
concluir algo. 
Falácia do jogador: consiste em se supor que um evento deverá acontecer em breve por conta de ele não 
ter ocorrido ao longo de um certo tempo. 
− 
Derrapagem ou bola de neve: uso abusivo de condicionais por meio do encadeamento de várias 
afirmações em que ao menos uma é fraca ou duvidosa. 
− 
Falácias causais 
Para identificar uma relação de causa e efeito, três propriedades devem ocorrer concomitantemente: 
correlação entre a causa e o efeito; precedência temporal da causa; e eliminação de outras possíveis 
causas. 
Falácia da falsa causa: quando se conclui que um evento é a causa de outro quando, em verdade, não se 
pode atribuir essa relação de causa e efeito. 
Causa comum ou do efeito conjunto: X e Y estão correlacionados. Ignora-se uma possível causa Z que 
pode ser responsável por gerar os efeitos X e Y. Logo, X é a causa de Y. 
Depois disso, logo, por causa disso: X ocorreu antes de Y. Logo, X é a causa de Y. 
Inversão de causa e efeito: ocorre inversão da causa e do efeito dos eventos em questão. 
Causa complexa: um fenômeno é gerado por uma série de eventos e, dentre as diversas causas, apenas 
uma parte delas é apresentada. 
Causa insignificante: uma causa apresentada, apesar de legítima, é insignificante perante os demais 
fatores. 
− 
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Falácias de ambiguidade 
Uma falácia de ambiguidade ocorre quando há uma confusão ou falta de clareza em uma palavra ou na 
afirmação como um todo. Essas falácias podem ser classificadas em equívoco, anfibologia e ênfase. 
Equívoco: ocorre quando uma palavra é utilizada com mais de um sentido, gerando um erro de raciocínio. 
Anfibologia: ocorre quando a construção de um enunciado é ambígua. 
Ênfase: ocorre quando a conclusão enganadora obtida depende da alteração do significado da premissa 
por meio do modo com que as palavras são enfatizadas. 
 
 
Incidência em provas: BAIXÍSSIMA. 
Emprego de noções confusas 
Trata do uso de palavras que podem ser aplicadas em diversos contextos, cobrindo diversas noções, 
inclusive noções que podem ser contraditórias. Exemplos: democracia, liberdade, justiça, ordem, 
honestidade, paz, idealismo, etc. 
 
Emprego de noções de totalidade indeterminada 
Trata do uso de palavras com uma abrangência muito vasta, de modo que essa abrangência compromete 
a argumentação pelo fato de envolver dados da realidade que apresentam em comum apenas alguns 
aspectos. Esse defeito de argumentação está bastante relacionado aos argumentos falaciosos provocados 
por generalização. Exemplos: sempre, tudo, todos, nunca, nada, ninguém. 
 
Emprego de noções semiformalizadas 
Trata do uso inadequado de termos técnicos, científicos ou filosóficos que apresentam um significado 
especializado, restrito a esse tipo de linguagem. 
 
Emprego indevido de exemplo, ilustração ou modelo 
A apresentação de exemplos por si só não constitui um procedimento defeituoso. Em alguns casos, o uso 
de exemplos pode acarretar um uso defeituoso por conta de exemplos que não correspondem à realidade 
ou exemplos que não dão suporte à conclusão apresentada. 
 
O uso de uma ilustração consiste em uma generalização onde se tenta comprovar uma afirmação de 
caráter geral com base em dados particulares concretos. A ilustração pode ser usada como forma de 
argumentação, porém ela deve ser representativa. 
 
O emprego de um modelo como forma de argumentar trata o uso de uma narração de uma conduta 
exemplar ou de uma conduta reprovável para concluir, respectivamente, que devemos proceder de tal 
maneira ou que nunca devemos agir assim. É possível ser bem-sucedido empregando esse tipo de 
argumentação, porém no geral esse esquema tende a cair no lugar-comum com modelos de conduta 
estereotipados: pobres são sempre honrados, políticos são sempre corruptos, etc. 
Defeitos de argumentação 
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Outros defeitos de argumentação 
Utilização de conceitos e afirmações genéricos. 
Uso de conceitos que se contradizem entre si. 
Instauração defalsos pressupostos. 
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QUESTÕES COMENTADAS – FGV 
Argumentos: estrutura básica e classificação 
 
Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina 
de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das 
questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. 
 (FGV/PC AM/2022) Identifique o trecho a seguir que apresenta a estrutura de uma premissa levando a 
uma conclusão. 
a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. 
b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. 
c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. 
d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. 
e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. 
Comentários: 
Para resolver essa questão, é interessante retomarmos o conceito de premissa e o conceito de conclusão: 
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é 
construída. 
 
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais 
razões apresentadas. 
Note, portanto, que a premissa é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar a uma conclusão, 
que é um julgamento. 
Vamos analisar cada uma das alternativas. 
 
 
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a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no 
chão. CERTO. 
Veja que "ouvi o barulho de um gambá na cozinha" é um fato que deve ser tomado por verdade para se 
chegar à conclusão de que "a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão". 
Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "a cozinheira deve ter deixado 
o pote de ração dos gatos no chão" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o 
fato enunciado na premissa. 
Como inicialmente temos uma premissa que leva a uma conclusão subsequente, essa alternativa é o 
gabarito da questão. 
b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. ERRADO. 
Veja que "ninguém mais telefonou, reclamando do atraso" é um fato que deve ser tomado por verdade 
para se chegar à conclusão de que "todos já devem ter chegado à festa". 
Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "todos já devem ter chegado 
à festa" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. 
ERRADO. 
Veja que "(nossos amigos) estudaram bastante tempo" é um fato que deve ser tomado por verdade para 
se chegar à conclusão de que "nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso". 
Note, ainda, que temos um argumento por indução. Isso porque a conclusão " nossos amigos possivelmente 
vão ser aprovados no concurso" é uma generalização feita a partir do caso particular de que "(nossos 
amigos) estudaram bastante tempo". 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. ERRADO. 
Veja que "partiremos depois de amanhã" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à 
conclusão de que "talvez as encomendas cheguem a tempo". 
Apesar de não parecer que a premissa dá suporte à defesa da conclusão, note que "talvez as encomendas 
cheguem a tempo" é um julgamento feito no argumento apresentado, uma vez que a palavra "talvez" indica 
uma probabilidade. Logo, "talvez as encomendas cheguem a tempo" é a conclusão. 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
 
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e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. ERRADO. 
Veja que "senti um odor de coisa podre" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à 
conclusão de que "o lixeiro deve estar passando em nossa porta ". 
Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "o lixeiro deve estar passando 
em nossa porta" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na 
premissa. 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
Gabarito: Letra A. 
 
(FGV/PC AM/2022) Assinale a frase a seguir que se apoia em um raciocínio indutivo. 
a) Os turistas amam curiosidades, daí que um bom guia tenha um bom estoque delas em seu repertório. 
b) Um filme de terror como este pode causar impactos graves em pessoas mais sensíveis, daí ser bom evitá-
los. 
c) Os livros são ótimos companheiros, por isso acabo de comprar um para me fazer companhia no final de 
semana. 
d) Os novos celulares são miniaturas de computadores; em função disso, algumas empresas investem em 
programas cada vez mais complicados. 
e) As eleições são o ponto mais alto do processo democrático; as próximas vão ser ferrenhamente 
disputadas. 
Comentários: 
Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão 
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
Veja que essa generalização ocorre na alternativa B, pois o raciocínio parte de um caso particular (um filme 
de terror como este pode causar impactos graves em pessoas mais sensíveis) para realizar uma 
generalização para todos os filmes de terror (ser bom evitá-los). 
As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são 
raciocínios indutivos. 
a) Parte-se de uma generalização (os turistas amam curiosidades) para um caso particular (um bom guia 
tenha um bom estoque delas em seu repertório). Veja que, dentro da realidade dos turistas, "um bom guia" 
ter um bom estoque de curiosidades é um caso específico dentro da realidade geral de os turistas amarem 
curiosidades. 
b) Parte-se de uma generalização (os livros são ótimos companheiros) para um caso particular (acabo de 
comprar um para me fazer companhia no final de semana). 
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d) Parte-se de uma realidade geral relacionada a computadores (os novos celulares são miniaturas de 
computadores) para uma realidade particular dentro do universo de computadores (algumas empresas 
investem em programas cada vez mais complicados). 
e) Parte-se de uma generalização sobre as eleições (as eleições são o ponto mais alto do processo 
democrático) para um caso particular sobre as próximas eleições (as próximas vão ser ferrenhamente 
disputadas). 
Gabarito: Letra B. 
 
 (FGV/TJDFT/2022) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes 
chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” 
O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é: 
a) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa; 
b) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura; 
c) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã; 
d) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;e) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis. 
Comentários: 
Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão 
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
Veja que essa generalização ocorre na alternativa E, pois o raciocínio parte de um caso particular relativo a 
"ontem" (ontem nevou bastante) para estender esse fato para um novo caso relacionado ao tempo 
presente (as estradas devem estar intransitáveis). 
As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são 
raciocínios indutivos. 
a) Parte-se de uma generalização (os funcionários públicos folgam amanhã) para o caso particular do marido 
de quem fala, que se pressupõe ser funcionário público (meu marido ficará em casa). 
b) Parte-se de uma generalização sobre os juízes (todos os juízes procuram julgar corretamente) para um 
caso particular (é o que ele também procura). 
c) Parte-se de uma generalização sobre o horário de funcionamento dos mercados (nos dias de semana os 
mercados abrem) para aplicá-la para o caso particular de amanhã (deixarei para comprar isso amanhã). 
d) Parte-se de uma generalização (no inverno, chove todos os dias) para uma decisão particular (vou 
comprar um guarda-chuva). 
Gabarito: Letra E. 
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(FGV/PC RJ/2021) Os raciocínios dos textos argumentativos ora se apoiam no método indutivo – do 
particular para o geral – ora no método dedutivo – do geral para o particular. 
A frase que exemplifica o método indutivo é: 
a) Os jogos do Campeonato Brasileiro já deveriam ser abertos ao público, pois, assim, haveria mais emoção 
e incentivo; o Atlético Mineiro, por exemplo, obteria ainda melhor resultado ontem, se a torcida estivesse 
na arquibancada; 
b) O hospital Getúlio Vargas atendeu ontem um número excessivo de emergências e enfrentou as 
dificuldades oriundas da falta de pessoal, mas, na verdade, os hospitais públicos, em todas as grandes 
cidades, estão passando por isso; 
c) As livrarias estão fechando as portas em muitos lugares, em função da substituição dos livros pela mídia 
digital; a livraria de um shopping no centro da cidade resiste ainda porque, espertamente, abriu um café 
dentro da loja; 
d) O circo deixou de existir, pelo menos nos grandes centros, já que não encontra mais espaço nem nos 
terrenos nem no coração das pessoas; um pequeno circo ainda está presente no subúrbio de Realengo, onde 
as crianças se divertem com o palhaço Cascão; 
e) Nem todos os divertimentos eletrônicos custam caro, já que há pequenos produtores que investem em 
games mais simples e mais baratos, como no caso do Pequena Batalha. 
Comentários: 
Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão 
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
Veja que essa generalização ocorre na alternativa B, pois o raciocínio parte de um caso particular relativo a 
um hospital público (o hospital Getúlio Vargas atendeu ontem um número excessivo de emergências e 
enfrentou as dificuldades oriundas da falta de pessoal) para realizar uma generalização para todos os 
hospitais públicos de grandes cidades (os hospitais públicos, em todas as grandes cidades, estão passando 
por isso). 
As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são 
raciocínios indutivos. 
a) Parte-se de uma generalização sobre os jogos do Campeonato Brasileiro (os jogos do Campeonato 
Brasileiro já deveriam ser abertos ao público) para o caso particular do Atlético Mineiro (o Atlético Mineiro, 
por exemplo, obteria ainda melhor resultado ontem, se a torcida estivesse na arquibancada). 
c) Parte-se de uma generalização sobre o fechamento de livrarias (as livrarias estão fechando as portas em 
muitos lugares, em função da substituição dos livros pela mídia digital) para apresentar uma exceção de 
uma livraria específica (a livraria de um shopping no centro da cidade resiste ainda porque, espertamente, 
abriu um café dentro da loja). 
d) Parte-se de uma generalização os circos (o circo deixou de existir, pelo menos nos grandes centros, já que 
não encontra mais espaço nem nos terrenos nem no coração das pessoas) para apresentar uma exceção de 
um circo específico (um pequeno circo ainda está presente no subúrbio de Realengo, onde as crianças se 
divertem com o palhaço Cascão). 
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e) Parte-se de uma generalização sobre divertimentos eletrônicos (nem todos os divertimentos eletrônicos 
custam caro) para apresentar um exemplo específico (há pequenos produtores que investem em games 
mais simples e mais baratos, como no caso do Pequena Batalha). 
Gabarito: Letra B. 
 
 (FGV/CM Aracaju/2021) “O livro de Laurentino Gomes sobre a escravidão é de dimensão agradável e de 
preço acessível, por isso deve vender bastante." 
A conclusão desse raciocínio: 
a) se apoia num processo dedutivo; 
b) deriva de uma premissa falsa; 
c) surge a partir de uma generalização; 
d) estrutura-se a partir de uma indução; 
e) mostra-se como fruto de um testemunho de autoridade. 
Comentários: 
No raciocínio apresentado, temos a premissa "o livro de Laurentino Gomes sobre a escravidão é de 
dimensão agradável e de preço acessível" e a conclusão "(o livro) deve vender bastante". 
Note que o raciocínio parte de características específicas do livro, indicadas pelas expressões "dimensão 
agradável" e "preço acessível", para trazer uma generalização sobre o livro: "(o livro) deve vender 
bastante". Logo, a conclusão desse raciocínio estrutura-se a partir de uma indução. O gabarito, portanto, é 
letra D. 
Note que as demais alternativas estão incorretas. 
A alternativa A erra ao dizer que a conclusão se apoia em um processo dedutivo, pois não se parte de uma 
generalização para se chegar em uma conclusão particular. 
A alternativa B está errada, pois não há elementos para se verificar a veracidade da premissa "o livro de 
Laurentino Gomes sobre a escravidão é de dimensão agradável e de preço acessível". 
A alternativa C também está errada, pois sugere que o raciocínio é dedutivo, assim como na alternativa A. 
Por fim, a alternativa E apresenta uma certa "pegadinha". Veja que a suposta autoridade, "Laurentino 
Gomes", não é usada para defender a conclusão de que o livro deve vender bastante. Em outras palavras, 
a referência a Laurentino Gomes não é utilizada para se comprovar a conclusão. 
Gabarito: Letra D. 
 
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 (FGV/TRT 12ª Região/2017) Sempre que passamos diretamente de uma premissa a uma conclusão, 
consideramos verdadeira uma ideia intermediária. Nos conjuntos abaixo, aquele que mostra uma 
conclusão antes da premissa é: 
a) O chão do restaurante está escorregadio. / Alguém derramou azeite no chão. 
b) Meu filho está se vestindo. / Meu filho vai sair. 
c) Não vou poder escrever a carta. / Meu computador apresentou defeito. 
d) A luz apagou na cidade. / Um acidente deve ter derrubado um transformador. 
e) Meu time ganhou o jogo de ontem. / Meu time é o melhor do campeonato. 
Comentários: 
Para resolver essa questão, é interessante retomarmos o conceito de premissa e o conceito de conclusão: 
Premissa é uma declaração, uma afirmação ou um fato a partir do qual uma conclusão é 
construída. 
 
Conclusão é uma afirmação ou um julgamento resultante da relação entre uma ou mais 
razões apresentadas. 
Note, portanto, que a premissa é um fato que deve ser tomado por verdadepara se chegar a uma conclusão, 
que é um julgamento. 
Vamos analisar cada uma das alternativas. 
a) O chão do restaurante está escorregadio. / Alguém derramou azeite no chão. ERRADO. 
Veja que "o chão do restaurante está escorregadio" é um fato que deve ser tomado por verdade para se 
chegar à conclusão de que "alguém derramou azeite no chão". 
Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "alguém derramou azeite no 
chão" é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. 
Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
b) Meu filho está se vestindo. / Meu filho vai sair. ERRADO. 
Veja que "meu filho está se vestindo" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão 
de que "meu filho vai sair". 
Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "meu filho vai sair" é uma 
hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato enunciado na premissa. 
Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
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c) Não vou poder escrever a carta. / Meu computador apresentou defeito. CERTO. 
Veja que "meu computador apresentou defeito" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar 
à conclusão de que "não vou poder escrever a carta". 
Como a conclusão é apresentada antes da premissa, essa alternativa é o gabarito da questão. 
d) A luz apagou na cidade. / Um acidente deve ter derrubado um transformador. 
Veja que "a luz apagou na cidade" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar à conclusão 
de que "um acidente deve ter derrubado um transformador ". 
Note, ainda, que temos um argumento por abdução. Isso porque a conclusão "um acidente deve ter 
derrubado um transformador " é uma hipótese explicativa, pois representa a melhor explicação para o fato 
enunciado na premissa. 
Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
e) Meu time ganhou o jogo de ontem. / Meu time é o melhor do campeonato. 
Veja que "meu time ganhou o jogo de ontem" é um fato que deve ser tomado por verdade para se chegar 
à conclusão de que "meu time é o melhor do campeonato ". 
Note, ainda, que temos um argumento por indução. Isso porque a conclusão "meu time é o melhor do 
campeonato" é uma generalização feita a partir do caso particular de que "meu time ganhou o jogo de 
ontem ". 
Como a conclusão não é apresentada antes da premissa, essa alternativa não é o gabarito da questão. 
Gabarito: Letra C. 
 
 (FGV/TCE-AM/2021) Um teólogo russo, V. S. Soloviev, declarou: “Sinto vergonha, logo existo”. 
A afirmação INADEQUADA sobre essa frase: 
a) é parte de um silogismo em que falta a conclusão; 
b) mostra intertextualidade com uma frase famosa; 
c) emite uma opinião pessoal do seu autor; 
d) exemplifica um texto de caráter argumentativo; 
e) não traz as duas premissas de um silogismo. 
Comentários: 
Note que, no argumento em questão, temos uma única premissa e uma única conclusão, introduzida pela 
palavra "logo": 
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Premissa: Sinto vergonha. 
Conclusão: Existo. 
Veja que, para que tivéssemos um silogismo de forma a obter um argumento dedutivo válido, seria 
necessário incluir a premissa maior "Todos que sentem vergonha, existem". Veja que, nesse caso, a 
conclusão poderia ser obtida de modo inequívoco por meio de diagramas lógicos: 
Premissa 1: Todos que sentem vergonha, existem. 
Premissa 2: Sinto vergonha. 
Conclusão: Existo. 
Vamos avaliar as alternativas da questão, lembrando que devemos marcar a alternativa que apresenta uma 
afirmação inadequada. 
a) é parte de um silogismo em que falta a conclusão. Afirmação ERRADA. Esse é o gabarito. 
A conclusão da declaração original é "existo", introduzida pela palavra "logo". 
b) mostra intertextualidade com uma frase famosa. CERTO. 
A frase famosa que está correlacionada à declaração do teólogo russo V. S. Soloviev é “Penso, logo existo”, 
dita pelo filósofo francês René Descartes. 
c) emite uma opinião pessoal do seu autor. CERTO. 
De fato, a declaração “Sinto vergonha, logo existo” emite uma opinião pessoal do teólogo russo V. S. Soloviev. 
d) exemplifica um texto de caráter argumentativo. CERTO. 
A frase exemplifica um texto de caráter argumentativo, por apresenta uma premissa que dá suporte à defesa 
de uma conclusão. 
e) não traz as duas premissas de um silogismo. CERTO. 
Para que a frase fosse considerada um silogismo, seria necessário apresentar a premissa maior "Todos que 
sentem vergonha, existem". 
Gabarito: Letra A. 
 
 
 
 
 
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(FGV/PROCEMPA/2014) Assinale a opção que indica, dentre os textos listados a seguir, o que se apoia 
no método indutivo. 
a) “Os campeonatos esportivos são muito mal organizados no Brasil, daí que não se deva esperar uma tabela 
bem elaborada para o campeonato brasileiro de 2015.” 
b) “Os dias de inverno são bastante frios na Europa, daí que seja necessária a compra de agasalhos bem 
encorpados para nossa viagem de férias.” 
c) “O supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã, daí que a vizinhança tenha 
pensado numa modificação do horário do comércio nos fins de semana.” 
d) “A obra poética de Manoel de Barros é de muita sensibilidade, daí que seu último livro tenha atingido 
ótimos índices de venda.” 
e) “As guerras modernas mostram alto desenvolvimento tecnológico, daí que se possa esperar intenso uso 
de armas sofisticadas na guerra contra os extremistas árabes.”´ 
Comentários: 
Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão 
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
Veja que essa generalização ocorre na alternativa C, pois o raciocínio parte de um caso particular (o 
supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã) para realizar uma generalização 
para todo o comércio da vizinhança (daí que a vizinhança tenha pensado numa modificação do horário do 
comércio nos fins de semana). 
As demais alternativas partem de uma generalização para um caso particular. Logo, não são raciocínios 
indutivos. 
A) Parte-se de uma generalização (todos os campeonatos) para um caso particular (campeonato brasileiro 
de 2015). 
B) Parte-se de uma generalização (todos os dias de inverno) para um caso particular (nossa viagem de 
férias). 
D) Parte-se de uma generalização (a obra poética de Manoel de Barros) para um caso particular (seu último 
livro). 
E) Parte-se de uma generalização (as guerras modernas) para um caso particular (guerra contra os 
extremistas árabes). 
Gabarito: Letra C. 
 
 
 
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 (FGV/TRT 12/2017) Analise o seguinte raciocínio: 
Observando alguns turistas brasileiros, deduzimos que os sulistas são mais ricos que os nordestinos. 
Esse raciocínio é do tipo indutivo (do particular para o geral); a inferência realizada é fruto do(a): 
a) generalização; 
b) relação causa/efeito; 
c) analogia; 
d) opinião preconceituosa; 
e) certeza insofismável. 
Comentários: 
Os argumentos indutivos, que são fruto de raciocínios indutivos, partem de fatos apresentados nas 
premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os 
casos, por meiode uma generalização. O gabarito, portanto, é letra A. 
Gabarito: Letra A. 
 
 (FGV/SEDUC AM/2014) Indução é um processo intelectual que parte de dados particulares, 
suficientemente constatados, para inferir uma verdade geral ou universal, que não estava contida nas 
partes examinadas. 
 
Considerando a definição dada, analise os raciocínios a seguir. 
Assinale a opção que identifica corretamente exemplos de raciocínios indutivos. 
a) 1, 2 e 3. 
b) 1 e 2, somente. 
c) 1 e 3, somente. 
d) 2 e 3, somente. 
e) 3, somente. 
Comentários: 
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Os argumentos indutivos, que são fruto de raciocínios indutivos, partem de fatos apresentados nas 
premissas para se chegar em uma conclusão que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os 
casos, por meio de uma generalização. 
Veja que o Raciocínio 01 é indutivo, pois utiliza como premissas o fato de metais específicos conduzirem 
eletricidade (cobre, zinco e cobalto) para concluir, por meio de uma generalização, que todos os metais 
conduzem eletricidade. 
Por outro lado, o Raciocínio 02 é dedutivo. Isso porque a conclusão sugerida, "todo homem é vertebrado", 
decorre imediatamente das premissas. Em outras palavras, podemos obter a conclusão de maneira 
inequívoca por meio de Diagramas Lógicos. Note que, ao desenharmos as premissas por meio de Diagramas 
Lógicos, a conclusão é necessariamente verdadeira. 
"Todo mamífero é vertebrado." 
Nesse caso, o conjunto dos mamíferos deve ser desenhado dentro do conjunto dos vertebrados. 
 
"Todo homem é mamífero." 
Nesse caso, o conjunto dos homens deve ser desenhado dentro do conjunto dos mamíferos. 
 
Note, portanto, que uma decorrência lógica das premissas é que "todo homem é vertebrado", pois o 
conjunto dos homens necessariamente está dentro do conjunto dos vertebrados. 
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Por fim, o Raciocínio 03 também é indutivo, pois utiliza como premissas algumas observações particulares 
quanto à cor dos corvos para concluir, por meio de uma generalização, que existe uma probabilidade maior 
de que todos os corvos sejam negros. 
Portanto, são exemplos de raciocínios indutivos 1 e 3, somente. 
Gabarito: Letra C. 
 
 (FGV/ALEMA/2013/Adaptada) Assinale a alternativa em que se apresenta uma inferência do tipo 
indutivo, ou seja, que parte do particular para o geral. 
a) Os romances da “Guerra dos Tronos” são volumosos e caros, por isso não vendem muito. 
b) Os colégios particulares estão apresentando mais sucesso nos exames vestibulares, daí que o Colégio 
Santo Agostinho esteja com muitos alunos. 
c) As novelas de televisão atraem muito público feminino, daí que se espere que “Avenida Brasil” venha a 
ser sucesso entre as mulheres. 
d) O futebol brasileiro parece superado, daí que o Santos não consiga superar adversários estrangeiros. 
Comentários: 
Os argumentos indutivos partem de fatos apresentados nas premissas para se chegar em uma conclusão 
que estende esses fatos para um novo caso ou para todos os casos, por meio de uma generalização. 
Veja que essa generalização ocorre na alternativa A, pois o raciocínio parte de duas características 
particulares (os romances da “Guerra dos Tronos” são volumosos e caros) para realizar uma generalização 
sobre as vendas (não vendem muito). 
As demais alternativas partem de uma realidade geral para uma realidade particular. Logo, não são 
raciocínios indutivos. 
b) Parte-se de uma generalização sobre o sucesso de colégios particulares (os colégios particulares estão 
apresentando mais sucesso nos exames vestibulares) para se chegar a uma conclusão específica de um 
único colégio (o Colégio Santo Agostinho esteja com muitos alunos). 
c) Parte-se de uma generalização sobre as novelas (as novelas de televisão atraem muito público feminino) 
e conclui-se algo específico sobre uma novela (daí que se espere que “Avenida Brasil” venha a ser sucesso 
entre as mulheres). 
d) Parte-se de uma generalização sobre o futebol brasileiro (o futebol brasileiro parece superado) para uma 
realidade particular de um único time de futebol brasileiro (daí que o Santos não consiga superar 
adversários estrangeiros). 
Gabarito: Letra A. 
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QUESTÕES COMENTADAS – FGV 
Argumentos falaciosos e apelativos 
 
Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina 
de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das 
questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. 
(FGV/CGU/2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Braga tece os seguintes comentários sobre o padre 
Feijó, figura importante de nossa história: “...quanta mediocridade, quanta incoerência! Não era homem 
excepcional nem pela inteligência nem pela cultura. Não teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma 
visão mais larga nem penetrante; não nos legou, nem mesmo aos homens do Segundo Império, 
nenhuma ideia mais alta ou mais justa para levar adiante. Teimoso e limitado, tinha dois ou três projetos 
que defendeu até a velhice, e nenhum deles de maior mérito”. 
Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem, ou seja, uma argumentação crítica contra uma 
pessoa. 
O tipo de argumento ad hominem que é adequado ao texto de Rubem Braga é aquele que: 
a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição 
lógica entre diferentes elementos argumentativos; 
b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua 
personalidade nas suas relações sociais; 
c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se 
prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa; 
d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido 
político; 
e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o 
discurso que apresenta. 
Comentários: 
Na teoria da aula, vimos que os argumentos contra a pessoa (ad hominem) compõem uma categoria de 
falácias em que um argumento é rejeitado por meio de uma desqualificação da pessoa que apresenta o 
argumento, com o consequente afastamento da discussão sobre o teor das afirmações. Vimos, ainda, que 
os argumentos ad hominem costumam ser classificados em três tipos: 
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• Ad hominem ofensivo: ataque direto à pessoa do oponente. 
• Ad hominem circunstancial: ataque com exposição das circunstâncias individuais do oponente. Em 
regra, coloca em dúvida a imparcialidade. 
• Ad hominem "você também" (tu quoque): a declaração da pessoa não condiz com o que ela 
pratica no quotidiano. 
Veja que, no texto apresentado, ocorre um ad hominem ofensivo, pois ocorre um ataque direto à pessoa 
do padre Feijó. Esse ataque direto pode ser observado em expressões como "...quanta mediocridade, 
quanta incoerência!", "não era homem excepcional nem pela inteligência nem pela cultura" e "teimoso e 
limitado". 
Vamos avaliar a alternativa que apresenta a descrição do tipo de argumento ad hominem representado no 
texto: ad hominem ofensivo. 
a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a 
contradição lógica entre diferentes elementos argumentativos. ERRADO. 
Note que não há uma falácia formal no texto apresentado. O argumento ad hominem é classificado como 
falácia informal. 
b) consiste em colocarem discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua 
personalidade nas suas relações sociais. ERRADO. 
Não há no texto apresentado considerações sobre a posição mantida pelo padre Feijó nas suas relações 
sociais. O texto apresenta um ataque direto à pessoa do padre. 
c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas 
se prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa. CERTO. Esse é o gabarito. 
Note que, na argumentação do texto, de fato não se procura desacreditar uma ideia do padre Feijó. O que 
ocorre é o afastamento da discussão sobre as ideias dele por meio de um ataque direto à pessoa, 
destacando-se as marcas negativas do padre. O gabarito, portanto, é letra C. 
d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido 
político. ERRADO. 
Note que não há uma mudança de ideia por parte do padre Feijó. O texto destaca características contrárias 
a isso pois, segundo o autor, o padre era "teimoso e limitado". 
e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o 
discurso que apresenta. ERRADO. 
Nessa alternativa, apresenta-se a definição do ad hominem "você também" (tu quoque). No texto 
apresentado, temos o ad hominem ofensivo. 
Gabarito: Letra C. 
 
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 (FGV/TCU/2022) Muitas vezes, quando raciocinamos, cometemos erros, as chamadas falácias 
argumentativas, que podem ser produzidas a partir de premissas ou proposições falsas, conclusões 
inadequadas ou falhas lógicas. 
Em todos os textos abaixo ocorrem falácias; o texto em que essa falácia está identificada de forma 
INCORRETA é: 
a) “Não há dúvida de que os mais jovens não respeitam, atualmente, os mais velhos como deveriam; hoje 
mesmo observei um grupo de rapazes e moças que empurravam pessoas de mais idade para que 
pudessem entrar antes na sala de projeção” / trata-se de uma generalização exagerada, pois se 
fundamenta em um só caso de experiência pessoal; 
b) “Esta semana o presidente da empresa recebeu ataques que o acusavam de mau administrador e 
corrupto; na verdade, porém, esses ataques partiam daqueles que foram derrotados na assembleia de 
acionistas e não se haviam conformado com a derrota” / trata-se da tentativa de evitar a discussão central 
da acusação, desviando o foco para as pessoas responsáveis pelos ataques; 
c) “Os restaurantes nas pequenas cidades turísticas estão passando grandes dificuldades, pois o número de 
clientes diminuiu bastante, o preço dos alimentos subiu exageradamente, os salários dos funcionários 
recebem aumentos constantes... em poucas palavras: ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de 
ajuda ou os estabelecimentos fecham as portas” / trata-se de um raciocínio que só enxerga soluções 
extremadas, sem considerar possibilidades intermediárias; 
d) “Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal 
ainda não atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre” / trata-se de uma 
conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte; 
e) “O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se apresentaram 
para a votação é claramente o mais adequado” / trata-se de algo que ocorre quando, no curso de uma 
argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração. 
Comentários: 
Devemos assinalar a alternativa que apresenta uma justificativa ERRADA. Vamos avaliar cada uma das 
alternativas. 
a) “Não há dúvida de que os mais jovens não respeitam, atualmente, os mais velhos como deveriam; 
hoje mesmo observei um grupo de rapazes e moças que empurravam pessoas de mais idade para que 
pudessem entrar antes na sala de projeção” / trata-se de uma generalização exagerada, pois se 
fundamenta em um só caso de experiência pessoal. CERTO. 
De fato, no texto apresentado ocorre uma generalização exagerada ou, como visto na teoria, uma 
generalização apressada. Isso porque obteve-se uma conclusão tendenciosa, de que todos os jovens não 
respeitam os mais velhos, por meio de uma amostra que não é representativa que, no caso apresentado, 
compreende um único grupo de rapazes e moças. 
b) “Esta semana o presidente da empresa recebeu ataques que o acusavam de mau administrador e 
corrupto; na verdade, porém, esses ataques partiam daqueles que foram derrotados na assembleia de 
acionistas e não se haviam conformado com a derrota” / trata-se da tentativa de evitar a discussão 
central da acusação, desviando o foco para as pessoas responsáveis pelos ataques. CERTO. 
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Veja que no texto apresentado há, de fato, uma tentativa de evitar a discussão sobre a má administração 
e sobre a corrupção por conta de um desvio do foco para as pessoas responsáveis pelas denúncias. No 
caso em questão, ocorre um ad hominem circunstancial, em que há a exposição de circunstâncias 
individuais dos que apresentaram a declaração com o intuito de desqualificá-los. 
c) “Os restaurantes nas pequenas cidades turísticas estão passando grandes dificuldades, pois o número 
de clientes diminuiu bastante, o preço dos alimentos subiu exageradamente, os salários dos funcionários 
recebem aumentos constantes... em poucas palavras: ou as prefeituras desses locais criam mecanismos 
de ajuda ou os estabelecimentos fecham as portas” / trata-se de um raciocínio que só enxerga soluções 
extremadas, sem considerar possibilidades intermediárias. CERTO. 
Note que, de fato, o raciocínio apresentado é falacioso porque apresenta somente duas soluções 
extremadas, sem apresentar outras opções: "ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de ajuda 
ou os estabelecimentos fecham as portas". Trata-se da falácia do falso dilema ou falsa dicotomia. 
d) “Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal 
ainda não atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre” / trata-se de 
uma conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte. CERTO. 
Essa alternativa é relativamente polêmica. Considero que a justificativa está incorreta e, portanto, essa 
alternativa poderia ser um gabarito para a questão. 
Veja que, a partir de "como esse mal (a fome) ainda não atinge a população como um todo", poderíamos 
entender que existe a seguinte premissa implícita: "Para um país ser classificado como pobre, é preciso 
que toda a sua população passe fome". Nesse caso, teríamos o seguinte argumento: 
Premissa 1 (implícita): Para um país ser classificado como pobre, é preciso que toda sua população passe 
fome. 
Premissa 2: Mais de três quartos da população daquele país passa fome. 
Conclusão: Não devemos classificar o país como pobre. 
Veja que, considerando essa premissa implícita, a conclusão decorre das premissas. O maior problema do 
argumento está na veracidade da premissa implícita que, contrastada com a realidade dos fatos, 
claramente é falsa. A pesar disso, mesmo com uma premissa falsa, é fato que a conclusão é adequada, 
pois decorre das premissas. 
Infelizmente, a banca considerou a justificativa apresentada como correta, de modo que, segunda a banca, 
a conclusão do argumento não decorre das premissas apresentadas. 
e) “O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se 
apresentaram para a votação é claramente o mais adequado” / trata-se de algo que ocorre quando, no 
curso de uma argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração. ERRADO. Esse é o 
gabarito. 
Veja que o argumento apresentado pode ser entendido da seguinte forma: 
 
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Premissa: De todos os que se apresentaram para a votação (de melhor candidato a chefe da seção), 
(Ricardo) é claramente o (candidato) mais adequado. 
Conclusão: O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção. 
Note que o argumento apresenta a falácia da petição de princípio, também conhecida por raciocínio 
circular. Isso porque ela utiliza uma premissa que, para ser considerada verdadeira, exige que se 
pressuponha que a conclusão é verdadeira. 
Note que a alternativa apresenta uma justificativa errada para a falácia apresentada, pois o problema não 
é que não há necessidade de demonstração, mas sim que há uma premissa que faz uso da própria 
conclusão que se quer chegar. O gabarito, portanto, é letra E. 
Gabarito: Letra E. 
 
 (FGV/CM Aracaju/2021) A questão desta prova teve por base textos jornalísticos, retirados de jornais 
das grandes capitais brasileiras. 
Um jornal dizia em causa própria: “Quem lê jornais deve ser considerado um bom cidadão por seu alto 
nível de informação.” 
Trata-se de uma afirmação de caráter argumentativo, que mostra uma falácia, que é: 
a) uma generalização excessiva; 
b) a presença de um estereótipo; 
c) uma simplificação exagerada; 
d) uma falsa analogia; 
e) um argumento autoritário. 
Comentários: 
Vamos verificar a alternativa que representa a falácia apresentada no enunciado da questão. 
a) uma generalização excessiva. CERTO. Esse é o gabarito. 
De fato, a frase apresentada apresenta uma generalização excessiva ou, como visto na teoria, uma 
generalização apressada. Isso porque obteve-se uma conclusão tendenciosa por meio de um único 
elemento que não é representativo. 
Note que, a partir do elemento de que alguém lê jornais, ocorre uma generalização excessiva ao dizer que 
essa pessoa apresenta um alto nível de formação e que essa pessoa deve ser considerada um bom 
cidadão. O gabarito, portanto, é letra A. 
 
 
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b) a presença de um estereótipo. ERRADO. 
Entende-se que um estereótipo é uma generalização excessiva que ocorre por meio de ideias 
preconcebidas sobre pessoas. Nesse sentido, essa alternativa também poderia ser considerada correta. 
Note, porém, que via de regra os estereótipos são associados a preconceitos sobre pessoas, associando 
um grupo de pessoas a uma característica negativa. Considerando esse aspecto negativo do estereótipo, a 
alternativa B está errada. Esse é o motivo provável pelo qual a banca não anulou a questão. 
c) uma simplificação exagerada. ERRADO. 
A falácia conhecida como causa complexa é aquela em que ocorre uma simplificação exagerada. O 
exemplo visto na teoria da aula é o seguinte: 
O acidente de Chernobyl não teria ocorrido se os operadores fossem melhor treinados. 
Note que um acidente nuclear geralmente é multifatorial, apresentando diversas causas para a sua 
ocorrência. A falta de treinamento do pessoal realmente pode ter sido um dos fatores que desencadeou o 
acontecimento, porém existem diversos outros elementos que contribuíram para o desastre, dentre os 
quais as falhas de projeto na construção do reator. 
Voltando ao problema, note que a frase apresentada no enunciado não apresenta uma simplificação 
exagerada, isto é, não apresenta a falácia da causa complexa. Trata-se da falácia da generalização 
excessiva ou generalização apressada. 
d) uma falsa analogia. ERRADO. 
Vimos na teoria que, em uma analogia, realiza-se um raciocínio indutivo com base em características 
comuns entre dois entes. A falácia da falsa analogia ocorre quando as entidades comparadas são tão 
distintas, ou seja, apresentam tantas desanalogias, que a indução realizada é fraca demais para se 
concluir algo. Exemplo: 
Os alunos do Instituto de Tricô de Arapongas são como diamantes. Diamantes são feitos sob pressão. Logo, 
devemos pressionar os alunos. 
Note que, na frase apresentada no enunciado, não há uma comparação entre entidades em que se 
estabelece uma falsa analogia. 
e) um argumento autoritário. ERRADO. 
A falácia em que ocorre um argumento autoritário, mais conhecida como apelo à autoridade, ocorre 
quando uma suposta autoridade citada para embasar o argumento não é de fato uma autoridade no 
assunto comentado. Exemplo: 
Arnaldo disse que a idade média foi um período ruim, de atraso e de interrupção no progresso da 
sociedade. Eu acredito nele, pois Arnaldo é PhD em Matemática Pura. 
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Note que, na frase apresentada no enunciado, não há referência a uma suposta autoridade para embasar o 
argumento. 
Gabarito: Letra A. 
 
 (FGV/DPE RO/2015) “É preciso que o Congresso reflita sobre o que é melhor para o país, em vez de 
ficar fazendo picuinhas políticas. Está na hora de agir com seriedade!”; o autor da frase, o deputado XYZ, 
é o mesmo que foi cassado pela crise do mensalão. 
Folheto de propaganda política 
O comentário adequado a esse pequeno texto é: 
a) o argumentador se utiliza da passagem de um caso particular para um de caráter geral, tornando o 
exemplo uma prova com a finalidade de legitimar uma opinião; 
b) o argumentador se vê obrigado a explicar seu argumento em função da incerteza de sua compreensão 
por parte dos leitores/ouvintes, sendo, assim, um fragmento informativo a serviço da argumentação; 
c) os argumentos de um texto são utilizados para uma refutação de uma tese oposta, eles procuram 
desacreditar os argumentos que a sustentam ou contestar os exemplos que a apoiam; 
d) no combate a uma tese oposta é comum também que se desloquem os argumentos, dos argumentos 
para o argumentador, o que se denomina tecnicamente de argumento ad hominem; 
e) em muitos casos de argumentação, o argumentador faz o que se denomina uma antecipação, 
apontando alguns pontos fracos de sua própria argumentação e contradizendo o que seriam 
hipoteticamente os argumentos adversários. 
Comentários: 
Veja que, no folheto de propaganda política, não houve uma discussão sobre as ideias apresentadas pelo 
deputado XYZ. 
Ao invés de se discutir o teor das afirmações, ocorre uma desqualificação da pessoa que apresenta o 
argumento ao afirmar que o deputado "foi cassado pela crise do mensalão". Logo, resta caracterizada a 
falácia do ad hominem, em que o enfoque, que era para ser nos argumentos, passa a ser o 
argumentador. O gabarito, portanto, é letra D. 
Gabarito: Letra D. 
 
 
 
 
 
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 (FGV/DPE RO/2015) TEXTO 1 – O mito da maioridade penal 
Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015 
“Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em que 
banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso 
Nacional sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos 
Deputados aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”. 
O autor do texto 1 apela para algumas estratégias argumentativas; a estratégia identificada de forma 
correta e adequada ao texto é: 
a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da 
Câmara dos Deputados; 
b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular; 
c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa 
juventude; 
d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos 
réus”; 
e) o usode argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela 
redução da maioridade penal. 
Comentários: 
Vamos verificar as alternativas e assinalar aquela que apresenta a estratégia argumentativa utilizada no 
texto. 
a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da 
Câmara dos Deputados. ERRADO. 
A citação da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados não é utilizada como um 
argumento de autoridade, pois a comissão não é utilizada de modo a validar ou reforçar a tese defendida 
pelo autor do texto. 
b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular. 
ERRADO. 
O emprego da primeira pessoa reforça apenas o caráter opinativo do argumento. Nesse sentido, aumenta-
se a subjetividade do texto, o que acaba por enfraquecer o argumento. 
c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa 
juventude. ERRADO. 
O autor não fala sobre perigos sociais a respeito de jovens delinquentes. 
 
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d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos 
réus”. CERTO. Esse é o gabarito. 
Veja que o autor utiliza a falácia "ou um ou outro", mais conhecida como falso dilema ou falsa dicotomia, 
para defender o seu ponto de vista contrário à redução da maioridade penal. Isso porque o autor restringe 
as opções do problema a dois extremos, o "banco da escola" ou o "banco dos réus", para que o leitor do 
artigo fique restrito a escolher entre as duas opções. 
e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional 
pela redução da maioridade penal. ERRADO. 
A opinião do autor é contrária à redução da maioridade penal. Além disso, a citação do Congresso Nacional 
não é utilizada como um argumento de autoridade, pois essa citação não é utilizada de modo a validar ou 
reforçar a tese defendida pelo autor do texto. 
Gabarito: Letra D. 
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LISTA DE QUESTÕES – FGV 
Argumentos: estrutura básica e classificação 
 
Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina 
de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das 
questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. 
 (FGV/PC AM/2022) Identifique o trecho a seguir que apresenta a estrutura de uma premissa levando a 
uma conclusão. 
a) Ouvi o barulho de um gambá na cozinha; a cozinheira deve ter deixado o pote de ração dos gatos no chão. 
b) Todos já devem ter chegado à festa, porque ninguém mais telefonou, reclamando do atraso. 
c) Nossos amigos possivelmente vão ser aprovados no concurso, já que estudaram bastante tempo. 
d) Talvez as encomendas cheguem a tempo, pois partiremos depois de amanhã. 
e) O lixeiro deve estar passando em nossa porta; senti um odor de coisa podre. 
 
(FGV/PC AM/2022) Assinale a frase a seguir que se apoia em um raciocínio indutivo. 
a) Os turistas amam curiosidades, daí que um bom guia tenha um bom estoque delas em seu repertório. 
b) Um filme de terror como este pode causar impactos graves em pessoas mais sensíveis, daí ser bom evitá-
los. 
c) Os livros são ótimos companheiros, por isso acabo de comprar um para me fazer companhia no final de 
semana. 
d) Os novos celulares são miniaturas de computadores; em função disso, algumas empresas investem em 
programas cada vez mais complicados. 
e) As eleições são o ponto mais alto do processo democrático; as próximas vão ser ferrenhamente 
disputadas. 
 
 
 
 
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 (FGV/TJDFT/2022) “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes 
chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” 
O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é: 
a) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa; 
b) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura; 
c) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã; 
d) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva; 
e) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis. 
 
(FGV/PC RJ/2021) Os raciocínios dos textos argumentativos ora se apoiam no método indutivo – do 
particular para o geral – ora no método dedutivo – do geral para o particular. 
A frase que exemplifica o método indutivo é: 
a) Os jogos do Campeonato Brasileiro já deveriam ser abertos ao público, pois, assim, haveria mais emoção 
e incentivo; o Atlético Mineiro, por exemplo, obteria ainda melhor resultado ontem, se a torcida estivesse 
na arquibancada; 
b) O hospital Getúlio Vargas atendeu ontem um número excessivo de emergências e enfrentou as 
dificuldades oriundas da falta de pessoal, mas, na verdade, os hospitais públicos, em todas as grandes 
cidades, estão passando por isso; 
c) As livrarias estão fechando as portas em muitos lugares, em função da substituição dos livros pela mídia 
digital; a livraria de um shopping no centro da cidade resiste ainda porque, espertamente, abriu um café 
dentro da loja; 
d) O circo deixou de existir, pelo menos nos grandes centros, já que não encontra mais espaço nem nos 
terrenos nem no coração das pessoas; um pequeno circo ainda está presente no subúrbio de Realengo, onde 
as crianças se divertem com o palhaço Cascão; 
e) Nem todos os divertimentos eletrônicos custam caro, já que há pequenos produtores que investem em 
games mais simples e mais baratos, como no caso do Pequena Batalha. 
 
 (FGV/CM Aracaju/2021) “O livro de Laurentino Gomes sobre a escravidão é de dimensão agradável e de 
preço acessível, por isso deve vender bastante." 
A conclusão desse raciocínio: 
a) se apoia num processo dedutivo; 
b) deriva de uma premissa falsa; 
c) surge a partir de uma generalização; 
d) estrutura-se a partir de uma indução; 
e) mostra-se como fruto de um testemunho de autoridade. 
 
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 (FGV/TRT 12ª Região/2017) Sempre que passamos diretamente de uma premissa a uma conclusão, 
consideramos verdadeira uma ideia intermediária. Nos conjuntos abaixo, aquele que mostra uma 
conclusão antes da premissa é: 
a) O chão do restaurante está escorregadio. / Alguém derramou azeite no chão. 
b) Meu filho está se vestindo. / Meu filho vai sair. 
c) Não vou poder escrever a carta. / Meu computador apresentou defeito. 
d) A luz apagou na cidade. / Um acidente deve ter derrubado um transformador. 
e) Meu time ganhou o jogo de ontem. / Meu time é o melhor do campeonato. 
 
 (FGV/TCE-AM/2021) Um teólogo russo, V. S. Soloviev, declarou: “Sinto vergonha, logo existo”. 
A afirmação INADEQUADA sobre essa frase: 
a) é parte de um silogismo em que falta a conclusão; 
b) mostra intertextualidade com uma frase famosa; 
c) emite uma opinião pessoal do seu autor; 
d) exemplifica um texto de caráter argumentativo; 
e) não traz as duas premissas de um silogismo. 
 
(FGV/PROCEMPA/2014) Assinale a opção que indica, dentre os textos listados a seguir, o que se apoia 
no método indutivo. 
a) “Os campeonatos esportivos são muito mal organizados no Brasil, daí que não se deva esperar uma tabela 
bem elaborada para o campeonato brasileiro de 2015.” 
b) “Os dias de inverno são bastante frios na Europa, daí que seja necessária a compra de agasalhosbem 
encorpados para nossa viagem de férias.” 
c) “O supermercado da esquina de minha rua abriu hoje às seis horas da manhã, daí que a vizinhança tenha 
pensado numa modificação do horário do comércio nos fins de semana.” 
d) “A obra poética de Manoel de Barros é de muita sensibilidade, daí que seu último livro tenha atingido 
ótimos índices de venda.” 
e) “As guerras modernas mostram alto desenvolvimento tecnológico, daí que se possa esperar intenso uso 
de armas sofisticadas na guerra contra os extremistas árabes.”´ 
 
 (FGV/TRT 12/2017) Analise o seguinte raciocínio: 
Observando alguns turistas brasileiros, deduzimos que os sulistas são mais ricos que os nordestinos. 
Esse raciocínio é do tipo indutivo (do particular para o geral); a inferência realizada é fruto do(a): 
a) generalização; 
b) relação causa/efeito; 
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c) analogia; 
d) opinião preconceituosa; 
e) certeza insofismável. 
 
 (FGV/SEDUC AM/2014) Indução é um processo intelectual que parte de dados particulares, 
suficientemente constatados, para inferir uma verdade geral ou universal, que não estava contida nas 
partes examinadas. 
 
Considerando a definição dada, analise os raciocínios a seguir. 
Assinale a opção que identifica corretamente exemplos de raciocínios indutivos. 
a) 1, 2 e 3. 
b) 1 e 2, somente. 
c) 1 e 3, somente. 
d) 2 e 3, somente. 
e) 3, somente. 
 
 (FGV/ALEMA/2013/Adaptada) Assinale a alternativa em que se apresenta uma inferência do tipo 
indutivo, ou seja, que parte do particular para o geral. 
a) Os romances da “Guerra dos Tronos” são volumosos e caros, por isso não vendem muito. 
b) Os colégios particulares estão apresentando mais sucesso nos exames vestibulares, daí que o Colégio 
Santo Agostinho esteja com muitos alunos. 
c) As novelas de televisão atraem muito público feminino, daí que se espere que “Avenida Brasil” venha a 
ser sucesso entre as mulheres. 
d) O futebol brasileiro parece superado, daí que o Santos não consiga superar adversários estrangeiros. 
 
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GABARITO – FGV 
Argumentos: estrutura básica e classificação 
 LETRA A 
 LETRA B 
 LETRA E 
 LETRA B 
 LETRA D 
 LETRA C 
 LETRA A 
 LETRA C 
 LETRA A 
 LETRA C 
 LETRA A 
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LISTA DE QUESTÕES – FGV 
Argumentos falaciosos e apelativos 
 
Pessoal, a FGV tem o costume de cobrar esses assuntos de Raciocínio Crítico na disciplina 
de Língua Portuguesa, como interpretação de texto. Por esse motivo, grande parte das 
questões dessa bateria foram originalmente cobradas em provas de Português. 
(FGV/CGU/2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Braga tece os seguintes comentários sobre o padre 
Feijó, figura importante de nossa história: “...quanta mediocridade, quanta incoerência! Não era homem 
excepcional nem pela inteligência nem pela cultura. Não teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma 
visão mais larga nem penetrante; não nos legou, nem mesmo aos homens do Segundo Império, 
nenhuma ideia mais alta ou mais justa para levar adiante. Teimoso e limitado, tinha dois ou três projetos 
que defendeu até a velhice, e nenhum deles de maior mérito”. 
Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem, ou seja, uma argumentação crítica contra uma 
pessoa. 
O tipo de argumento ad hominem que é adequado ao texto de Rubem Braga é aquele que: 
a) repousa sobre uma incoerência ou inconsistência de ordem formal: a incompatibilidade ou a contradição 
lógica entre diferentes elementos argumentativos; 
b) consiste em colocar em discussão a posição mantida por uma pessoa em virtude de traços de sua 
personalidade nas suas relações sociais; 
c) não procura desacreditar uma ideia em função de um aspecto negativo da pessoa que a formula, mas se 
prende diretamente a marcas negativas da própria pessoa; 
d) marca a reprovação de alguém por ter mudado de ideia, mudando de política geral ou de partido 
político; 
e) pretende destacar a contradição entre o dizer e o fazer, tendo um comportamento incompatível com o 
discurso que apresenta. 
 
 
 
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 (FGV/TCU/2022) Muitas vezes, quando raciocinamos, cometemos erros, as chamadas falácias 
argumentativas, que podem ser produzidas a partir de premissas ou proposições falsas, conclusões 
inadequadas ou falhas lógicas. 
Em todos os textos abaixo ocorrem falácias; o texto em que essa falácia está identificada de forma 
INCORRETA é: 
a) “Não há dúvida de que os mais jovens não respeitam, atualmente, os mais velhos como deveriam; hoje 
mesmo observei um grupo de rapazes e moças que empurravam pessoas de mais idade para que 
pudessem entrar antes na sala de projeção” / trata-se de uma generalização exagerada, pois se 
fundamenta em um só caso de experiência pessoal; 
b) “Esta semana o presidente da empresa recebeu ataques que o acusavam de mau administrador e 
corrupto; na verdade, porém, esses ataques partiam daqueles que foram derrotados na assembleia de 
acionistas e não se haviam conformado com a derrota” / trata-se da tentativa de evitar a discussão central 
da acusação, desviando o foco para as pessoas responsáveis pelos ataques; 
c) “Os restaurantes nas pequenas cidades turísticas estão passando grandes dificuldades, pois o número de 
clientes diminuiu bastante, o preço dos alimentos subiu exageradamente, os salários dos funcionários 
recebem aumentos constantes... em poucas palavras: ou as prefeituras desses locais criam mecanismos de 
ajuda ou os estabelecimentos fecham as portas” / trata-se de um raciocínio que só enxerga soluções 
extremadas, sem considerar possibilidades intermediárias; 
d) “Segundo as notícias, mais de três quartos da população daquele país passa fome; mas, como esse mal 
ainda não atinge a população como um todo, não devemos classificar o país como pobre” / trata-se de uma 
conclusão inadequada, pois não se segue às premissas ou proposições de que parte; 
e) “O funcionário Ricardo é o melhor candidato a chefe de seção porque de todos os que se apresentaram 
para a votação é claramente o mais adequado” / trata-se de algo que ocorre quando, no curso de uma 
argumentação, se dá algo por certo, sem necessidade de demonstração. 
 
 (FGV/CM Aracaju/2021) A questão desta prova teve por base textos jornalísticos, retirados de jornais 
das grandes capitais brasileiras. 
Um jornal dizia em causa própria: “Quem lê jornais deve ser considerado um bom cidadão por seu alto 
nível de informação.” 
Trata-se de uma afirmação de caráter argumentativo, que mostra uma falácia, que é: 
a) uma generalização excessiva; 
b) a presença de um estereótipo; 
c) uma simplificação exagerada; 
d) uma falsa analogia; 
e) um argumento autoritário. 
 
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 (FGV/DPE RO/2015) “É preciso que o Congresso reflita sobre o que é melhor para o país, em vez de 
ficar fazendo picuinhas políticas. Está na hora de agir com seriedade!”; o autor da frase, o deputado XYZ, 
é o mesmo que foi cassado pela crise do mensalão. 
Folheto de propaganda política 
O comentário adequado a esse pequeno texto é: 
a) o argumentador se utiliza da passagem de um caso particular para um de caráter geral, tornando o 
exemplo uma prova com a finalidade de legitimar uma opinião; 
b) o argumentador se vê obrigado a explicar seu argumento em função da incerteza de sua compreensão 
porparte dos leitores/ouvintes, sendo, assim, um fragmento informativo a serviço da argumentação; 
c) os argumentos de um texto são utilizados para uma refutação de uma tese oposta, eles procuram 
desacreditar os argumentos que a sustentam ou contestar os exemplos que a apoiam; 
d) no combate a uma tese oposta é comum também que se desloquem os argumentos, dos argumentos 
para o argumentador, o que se denomina tecnicamente de argumento ad hominem; 
e) em muitos casos de argumentação, o argumentador faz o que se denomina uma antecipação, 
apontando alguns pontos fracos de sua própria argumentação e contradizendo o que seriam 
hipoteticamente os argumentos adversários. 
 
 (FGV/DPE RO/2015) TEXTO 1 – O mito da maioridade penal 
Marcelo Freixo, O Globo, 02/04/2015 
“Quando falo sobre redução da maioridade penal, costumo dizer que a sociedade precisa decidir em que 
banco quer ver a juventude. Se no banco da escola ou no banco dos réus. Anteontem, o Congresso 
Nacional sinalizou que prefere a segunda opção. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos 
Deputados aprovou a constitucionalidade da PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos”. 
O autor do texto 1 apela para algumas estratégias argumentativas; a estratégia identificada de forma 
correta e adequada ao texto é: 
a) a criação de autoridade para os seus argumentos ao citar a Comissão de Constituição e Justiça da 
Câmara dos Deputados; 
b) o aumento da força de seus argumentos ao colocar as opiniões em primeira pessoa do singular; 
c) o apelo à intimidação do leitor, antecipando os perigos sociais de uma parte delinquente de nossa 
juventude; 
d) a utilização de um falso argumento “ou um ou outro”, ao dizer “no banco da escola ou no banco dos 
réus”; 
e) o uso de argumento apoiado em pública autoridade ao indicar a preferência do Congresso Nacional pela 
redução da maioridade penal. 
 
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GABARITO – FGV 
Argumentos falaciosos e apelativos 
 LETRA C 
 LETRA E 
 LETRA A 
 LETRA D 
 LETRA D 
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