Buscar

AEE-PARA-DEFICIÊNCIAS-MÚLTIPLAS-E-SURDOCEGUEIRA (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 70 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
SUMÁRIO 
2 AS DEFICIÊNCIAS ..................................................................................... 4 
3 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA ........................................................................... 6 
3.1 Definição e informações sobre surdo cegueira .................................... 6 
4 ORIENTAÇÕES PARA A CONVIVÊNCIA COM OS SURDO CEGOS ....... 8 
5 MITOS SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA .................................. 9 
5.1 Deficiência é sempre fruto de herança familiar .................................... 9 
5.2 As pessoas com deficiência são todas amigas ou familiares uns dos 
outros 9 
5.3 Existem remédios milagrosos que curam as deficiências .................. 10 
5.4 Deficiência é doença .......................................................................... 10 
5.5 Pessoas com deficiência física não têm vida sexual .......................... 10 
5.6 Todo surdo é mudo ............................................................................ 11 
5.7 A pessoa com deficiência mental gosta de trabalhos repetitivos ....... 11 
5.8 Só há duas categorias de pessoas: os cegos e os que vêm 
"normalmente" ....................................................................................................... 11 
5.9 Todo cego tem tendência à música .................................................... 12 
6 A SURDOCEGUEIRA ............................................................................... 12 
7 DIFERENÇAS ENTRE DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE 
APRENDIZAGEM ...................................................................................................... 20 
8 DISLEXIA .................................................................................................. 22 
9 Disgrafia .................................................................................................... 28 
9.1 Má organização da página ................................................................. 29 
9.2 Má organização das letras ................................................................. 30 
10 FORMAS E PROPORÇÕES ................................................................. 30 
11 Disortografia .......................................................................................... 32 
 
 
2 
 
 
11.1 Características da disortografia: ...................................................... 33 
12 Afasia ..................................................................................................... 34 
13 Discalculia ............................................................................................. 34 
14 Acalculia ................................................................................................ 35 
15 Gagueira ................................................................................................ 35 
16 Déficit de Atenção .................................................................................. 37 
17 HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE .................................................... 38 
18 Desatenção ........................................................................................... 38 
19 DEFICIÊNCIA SENSORIAL................................................................... 41 
19.1 Conceito .......................................................................................... 41 
19.2 Tipos ............................................................................................... 41 
20 DEFICiÊNCIA VISUAL .......................................................................... 42 
21 DEFICIÊNCIA AUDITIVA ...................................................................... 42 
22 SURDO-CEGUEIRA .............................................................................. 42 
23 MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL ................................................ 43 
23.1 Dados estatísticos ........................................................................... 43 
24 CAUSAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA ................................................. 43 
24.1 Fatores de risco .............................................................................. 44 
24.2 Identificação .................................................................................... 45 
24.3 Exames para diagnóstico correto .................................................... 45 
25 MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL ................................................ 46 
25.1 Condições básicas .......................................................................... 46 
25.2 Trabalho em equipe ........................................................................ 48 
25.3 O papel da família ........................................................................... 49 
25.4 Planificação futura ........................................................................... 51 
26 ASPECTOS EDUCACIONAIS IMPORTANTES PARA A INCLUSÃO ... 55 
 
 
3 
 
 
27 TIPOS DE DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM .................................... 57 
28 DISTÚRBIOS DE ENTRADA ................................................................. 57 
28.1 Distúrbios de percepção visual ....................................................... 58 
28.2 Distúrbios de percepção auditiva .................................................... 59 
28.3 Distúrbios de integração ................................................................. 60 
28.4 Distúrbios de sequência .................................................................. 60 
28.5 Distúrbios de abstração .................................................................. 60 
28.6 Distúrbios de memória .................................................................... 61 
28.7 Distúrbios de saída ......................................................................... 62 
28.8 Distúrbios de linguagem .................................................................. 62 
28.9 Distúrbios de atividade motora ........................................................ 63 
29 TERAPIAS DA GAGUEIRA ................................................................... 64 
29.1 Técnica “Sombreananto”: ................................................................ 64 
29.2 Técnica “Feedback auditivo retardado” (FAR): ............................... 64 
29.3 Terapia da “silabação”: ................................................................... 64 
29.4 Técnica “metrônomo eletrônico”: ..................................................... 65 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 66 
 
 
 
 
4 
 
 
1 AS DEFICIÊNCIAS 
 
www.cemanosdeitabuna.ning.com 
As estimativas de 1976 da Organização Mundial da Saúde (OMS) calculam que 
cerca de 10% dos habitantes de países em desenvolvimento em tempos de paz são 
portadores de deficiência, um índice que, aplicado à população da América Latina e 
Caribe, aponta para a existência de 420 milhões de pessoas com deficiência, das 
quais estima-se que cerca de 40% são analfabetas. 
Estudos têm apontado que a conjunção de fatores como analfabetismo, 
pobreza, desnutrição, precárias condições de saneamento básico e más condições 
de saúde pública ocasionam diversos tipos de deficiência. Estima-se, ainda, que parte 
considerável destas ocorrências poderia ser evitada, caso as políticas públicas 
contemplassem devidamente estas questões. 
A condição da deficiência desperta reações de discriminação e preconceito, 
que reforçam a situação de exclusão vivida por estas pessoas. Acreditamos que a 
informação e a comunicação são armas eficazes para combater tais atitudes, ajudar 
a promover o respeito à diversidade, assim como prevenir a ocorrência de novos 
casos de deficiência. 
Nem todos os países contam comestatísticas confiáveis e atualizadas sobre o 
número de pessoas com deficiência em seu território. Em 2000, o Banco 
 
 
5 
 
 
Interamericano de Desenvolvimento (Inter-American Development Bank) fez uma 
pesquisa consultando instituições de vinte países da América Latina. Os 
representantes de cinco deles disseram usar as estimativas da OMS por nunca terem 
feito um censo que incluísse a temática da deficiência. Os índices encontrados nos 
outros países variavam de 1,2% na Colômbia a 13,1% no Peru. 
O mais recente censo demográfico do Brasil, realizado pelo IBGE - Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2000, revela que 14,5% da população total, 
ou seja, 24,5 milhões de brasileiros possuem alguma espécie de incapacidade física, 
mental ou sensorial (auditiva ou visual). 
Essas pessoas e seus familiares também são parte de uma outra estatística 
crescente, a de excluídos digitais, pessoas que não possuem acesso às tecnologias 
de informação e comunicação estando, portanto, em posição de desvantagem para 
buscar informações e vagas em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, 
para citar apenas algumas situações desfavoráveis. 
Segundo as premissas gerais sobre Inclusão Digital do Governo Eletrônico do 
Brasil, "a exclusão digital aprofunda a exclusão socioeconômica. Toda a população 
deve ter garantido o direito de acesso ao mundo digital, tanto no âmbito técnico/físico 
(sensibilização, contato e uso básico) quanto intelectual (educação, formação, 
geração de conhecimento, participação e criação)". 
As pessoas que são excluídas do mundo digital o são por diversos fatores: pelo 
seu poder aquisitivo; por sua resistência ao uso das Tecnologias de Informação e 
Comunicação, independentemente de classe econômica e das possibilidades de 
acesso, como muitas pessoas da Terceira Idade. Outro fator excludente (ou 
dificultador) é a extensa utilização da língua inglesa na Internet - praticamente metade 
das páginas estão neste idioma. O tipo de equipamento e os softwares utilizados 
também podem se constituir em fatores de exclusão. Outro segmento que ainda está 
muito excluído do mundo virtual e que constitui justamente o público-alvo deste CD-
ROM é aquele formado pelas pessoas com deficiência, para as quais as Tecnologias 
de Informação e Comunicação podem representar oportunidades preciosas para 
expressão e comunicação pessoal e social, para educação, lazer e trabalho - ou seja, 
para a inserção social. 
 
 
6 
 
 
2 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA 
2.1 Definição e informações sobre surdo cegueira 
As pessoas portadoras de deficiência múltipla são aquelas afetadas em duas 
ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes deficiências, com 
possibilidades bastante amplas de combinações. Um exemplo seriam as pessoas que 
têm deficiência mental e física. A múltipla deficiência é uma situação grave e, 
felizmente, sua presença na população geral é menor, em termos numéricos. Talvez 
os Telecentros raramente (ou nunca) recebam pessoas com múltipla deficiência, mas 
consideramos importante trazer informações sobre esta possibilidade. 
Tradicionalmente, os profissionais especializados e os familiares de pessoas 
com múltipla deficiência focalizavam sua atenção no que estas pessoas não podiam 
fazer, em suas desvantagens e dificuldades. Atualmente temos uma postura diferente: 
preocupamo-nos em descobrir quais são as possibilidades que a criança apresenta e 
quais são as suas necessidades, em vez de destacar suas dificuldades. Assim, temos 
descoberto formas e métodos para atendê-la. 
É importante que a família seja orientada a manter um contato com essa criança 
por meio dos sentidos que não foram lesados, para estimular o resíduo auditivo e, 
principalmente, o resíduo visual, se houver. Por exemplo: a família do bebê surdo cego 
deve passar informações a ele por meio de toques afetivos; ele deve sentir que é 
amado e perceber a presença do adulto através de brincadeiras. 
As instituições que recebem os casos de múltipla deficiência costumam atender 
principalmente casos de surdo cegueira, que combinam as deficiências auditiva e 
visual. A pessoa que tem surdo cegueira não pode ser comparada com um surdo nem 
com um cego, pois a pessoa com cegueira e a pessoa surda utilizam seus sentidos 
de forma complementar: a pessoa com deficiência visual trabalha mais sua audição e 
a pessoa surda conta mais com sua visão. No caso da surdocegueira, esta 
complementação não acontece - é uma outra deficiência. É por esta razão que 
escrevemos esta deficiência com uma só palavra, "surdo cegueira". 
 
 
7 
 
 
O grupo mais numeroso de surdo cegos é composto por pessoas com 65 anos 
ou ainda mais idosas, que adquiriram a deficiência sensorial tardiamente. As causas 
da surdocegueira podem ser: 
 Acidentes graves; 
 Síndrome de Usher (as manifestações clínicas desta síndrome de origem genética 
incluem a surdez, que se manifesta logo no início da vida e a perda visual que ocorre, 
geralmente, mais tarde); 
 Surdo cegueira congênita, resultante de doenças como a rubéola ou de nascimentos 
prematuros. 
É difícil imaginar como uma pessoa surdo cega se comunica, mas isso é 
possível. Os surdos cegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras 
pessoas. 
A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos 
surdos, pode ser adaptada aos surdos cegos, utilizando-se o tato. Colocando a mão 
sobre a boca e o pescoço de um intérprete, a pessoa com surdo cegueira pode sentir 
a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito. Esse método de comunicação 
é chamado de Tadoma. 
Também é possível para o surdo cego escrever na mão de seu intérprete, 
utilizando o alfabeto manual dos surdos, soletrando as palavras ou ele pode redigir 
suas mensagens em sistema braile, que é um alfabeto composto por pontos em relevo 
criado para a comunicação dos portadores de deficiência visual. 
Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em relevo e 
o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os objetos e ações. 
Há casos de crianças surdo cegas brasileiras que desenvolvem condições de serem 
educadas com os surdos, comunicando-se em LIBRAS e usando o braile para o 
conhecimento da leitura e escrita. Mas, para que isso aconteça é necessário que a 
intervenção seja precoce, ou seja, quando a criança for bem pequena. Cada surdo 
cego adulto tem o direito de decidir qual vai ser sua forma de comunicação, para que 
participe das atividades em casa, no trabalho e no lazer. 
Carlos Roberto, surdo cego que mora no Estado de São Paulo, Brasil, diz: 
"descobri outro sentido, com o tato consigo ver o mundo". Ele se desenvolveu tão bem 
 
 
8 
 
 
comunicando-se em LIBRAS que está sempre rodeado de amigos, conversando e 
contando piadas e está aprendendo atualmente o braile. 
 
 
Fonte: www.anacastroaeevivaainclusao.blogspot.com.br 
3 ORIENTAÇÕES PARA A CONVIVÊNCIA COM OS SURDO CEGOS 
 Ao aproximar-se de um surdo cego, deixe que ele perceba sua presença com um 
toque. Combine um sinal para que ele o identifique da próxima vez que se 
encontrarem; 
 Aprenda e use o método de comunicação que ele souber, mesmo que seja elementar, 
bem simples; 
 Tenha a certeza de que o surdo cego o está percebendo quando tentar se comunicar. 
Lembre-se que você não pode se comunicar à distância; 
 Encoraje-o a usar a fala se ele conseguir, mesmo que ele saiba apenas algumas 
palavras; 
 Se outras pessoas estiverem presentes, avise-o quando for o momento apropriado 
para ele falar; 
 Avise-o sempre do que o rodeia; 
 Informe-o quando sair, mesmo que seja por pouco tempo; 
 
 
9 Assegure-se que ele está confortável e em segurança. Se ele precisar de algo para 
se apoiar durante a sua ausência, coloque a mão dele no que servirá de apoio. Nunca 
o deixe sozinho num ambiente que não lhe seja familiar; 
 Mantenha-se próximo dele para que ele perceba a sua presença; 
 Ao andar deixe-o apoiar-se no seu braço, nunca o empurre ou puxe-o pelo braço; 
 Utilize sinais simples para o avisar da presença de escadas, uma porta ou um carro; 
 Um surdo cego que esteja apoiado no seu braço perceberá qualquer mudança no seu 
andar; 
 Escreva devagar na palma da mão do surdo cego, utilizando as letras de forma do 
alfabeto manual. 
4 MITOS SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
Os preconceitos são sustentados por mitos (ideias falsas, sem correspondente 
na realidade) nos quais as pessoas acreditam sem muitas vezes perceber o quanto 
eles são absurdos. 
Estes preconceitos são transmitidos na sociedade sem serem percebidos, 
como se fossem naturais. Para isso a única cura é a informação e o convívio com 
pessoas diversas. Abaixo mostramos alguns mitos. Conhecendo-os e refletindo a 
respeito ficará mais fácil combatê-los. 
4.1 Deficiência é sempre fruto de herança familiar 
No Brasil e no mundo as grandes causas de deficiência não têm origem 
genética e nem são hereditárias. Na maior parte dos casos elas são resultadas da 
falta de saneamento básico que ocasiona infecções, falta de assistência pré-natal e 
ao parto e, principalmente, os acidentes de carro e a violência por arma de fogo. 
4.2 As pessoas com deficiência são todas amigas ou familiares uns dos outros 
As pessoas quando encontram alguém com deficiência costumam perguntar se 
ela conhece uma outra pessoa "assim, assado, com uma cadeira de tal cor", como se 
 
 
10 
 
 
todas as pessoas com deficiência do mundo se conhecessem e fossem amigas. As 
pessoas com deficiência não vivem em um mundo à parte onde só existem outras 
pessoas assim e o fato de terem a mesma deficiência, por exemplo, não faz com que 
automaticamente concordem sobre tudo. São pessoas diferentes com diferentes 
visões de mundo, assim como qualquer outra. 
4.3 Existem remédios milagrosos que curam as deficiências 
Apesar dos esforços e conquistas decorrentes das pesquisas e do 
conhecimento de biologia molecular, os diferentes tipos de deficiência ainda não têm 
cura. Em alguns casos existem medicamentos que podem auxiliar em um ou outro 
sintoma, mas o mais importante é a estimulação da pessoa e a minimização da 
desvantagem, ou seja, tornar o ambiente mais acessível física e atitudinalmente para 
que todos possam usufrui-lo. 
4.4 Deficiência é doença 
Deficiência não é doença nem é contagiosa. Uma deficiência pode ser sequela 
de uma doença, mas não é a própria doença. 
4.5 Pessoas com deficiência física não têm vida sexual 
Sexualidade é algo muito mais amplo que sexo e, consequentemente, sexo é 
muito mais que genitalidade. A pessoa com deficiência física, seja homem ou mulher, 
tem vida sexual, namora, casa e na maior parte dos casos pode ter filhos. 
 
 
11 
 
 
 
Fonte: www.educouto69.wordpress.com 
4.6 Todo surdo é mudo 
A pessoa com surdez na maior parte dos casos apresenta os órgãos fono-
articulatórios íntegros e tem todo o potencial para desenvolvimento da fala. Não é 
porque é surdo que se torna automaticamente mudo. A mudez autêntica é 
extremamente rara e decorrente de lesões cerebrais. 
4.7 A pessoa com deficiência mental gosta de trabalhos repetitivos 
Algumas pessoas podem se sentir mais confortáveis com atividades repetitivas, 
isso faz parte da diversidade humana de aptidões e personalidades, mas não é 
característica de um determinado grupo de pessoas. 
Algumas pessoas com deficiência mental gostam de ambientes e atividades 
mais estruturadas, outras gostam das expressivas e artísticas, ou seja, como qualquer 
outra pessoa elas têm gostos e preferências. 
4.8 Só há duas categorias de pessoas: os cegos e os que vêm "normalmente" 
Existem pessoas com baixa visão, podem distinguir formas ou cores. Algumas 
pessoas com baixa visão podem ler com o auxílio de uma lupa. Também existem as 
pessoas que não enxergam. 
 
 
12 
 
 
4.9 Todo cego tem tendência à música 
A pessoa cega tem uma atenção diferenciada aos estímulos auditivos, afinal a 
audição a auxilia na locomoção e localização, ajudando na noção de distância. Daí 
para esta atenção tornar-se um talento sobrenatural para a música, há uma grande 
diferença. 
5 A SURDOCEGUEIRA 
A surdocegueira é a incapacidade total ou parcial de audição e visão, 
simultaneamente. Assim como no caso da surdez, a surdocegueira pode ser 
identificada com a cultura das pessoas que pertencem a este grupo. Em termos de 
senso comum, ao falar de alguém surdocego, lembramos Helen Keller e sua 
professora Anne Sullivan, como história de sucesso ao desafio de viver sem visão e 
audição. 
A maior parte das pessoas com surdocegueira têm ainda limitações noutros 
domínios. A surdocegueira é a deficiência, em diversos graus, dos sentidos de 
audição e visão; isto é, o surdocego pode ver ou ouvir em pequenos níveis, 
dependendo do caso. 
Com base nos estudos de McInnes, a fim de classificarmos alguém de 
surdocego é preciso que esse indivíduo não tenha suficiente visão para compensar a 
perda auditiva, ou vice-versa, que não possua audição suficiente para compensar a 
falta de visão. Vários autores tais como Writer, Freeman, Wheeler & Griffin, McInnes 
defendem a surdocegueira como única, não como a soma de dois comprometimentos 
sensoriais. 
Segundo o ponto de vista sensorial de Miles e Riggio, surdocegos podem ser: 
 Indivíduos surdos profundos e cegos; 
 Indivíduos surdos e têm pouca visão; 
 Indivíduos com baixa audição e que são cegos; 
 Indivíduos com alguma visão e audição. 
Antigamente, pensava-se que a principal causa da surdocegueira seria a 
Síndrome da Rubéola Congénita. Hoje em dia, com a tecnologia mais avançada, 
 
 
13 
 
 
sabe-se que as principais causas se relacionam com a prematuridade ou com várias 
anomalias congétitas, tais como: rubéola, síndromes (Down, Usher, Trissomia 13, 
entre outras), anomalias congénitas (síndrome CHARGE, hidrocefalia, microcefalia, 
síndroma fetal alcoólico, abuso de drogas pela mãe, entre outras), prematuridade e 
disfunções pré-natais congénitas (SIDA, toxoplasmose, herpes, sífilis) e causas pós-
natais (asfixia, traumatismo craniano, encefalite, meningite). Há, no entanto, 
estudiosos que acreditam que a principal causa é ainda desconhecida. 
Acredita-se que cerca de 80 a 90% da informação é recebida pelo ser humano 
visual ou auditivamente; assim sendo, a privação destas duas capacidades provoca 
alterações drásticas no acesso da pessoa à informação e no seu desenvolvimento. 
A dependência do surdocego aos outros é total, quer para aceder a objectos e 
às pessoas, quer para obter ajuda quanto à organização e à compreensão da 
informação acerca do meio que o rodeia, com o objectivo de se relacionar com o 
mundo, quebrando assim o isolamento. 
O tato desempenha um papel crucial na comunicação e desenvolvimento com 
estes indivíduos. 
Há quem defenda que diversos graus de surdez e deficiência visual gerem 
quadros específicos de comportamento e de adaptação educacional. Assim sendo, 
este conceito desencadeia a necessidade de categorização dos surdocegos em dois 
níveis: o sensorial, e o educacional. 
Os comportamentos apresentados por surdocegos são decorrentes de como 
eles estabelecem contacto com o ambiente, de qual o recuso que usam para se 
comunicar e se conseguem fazer-se compreender e compreender os outros. A 
singularidade da surdocegueira prende-seao prejuízo no processo de 
desenvolvimento devido à falta de comunicação e de interação social. 
No que toca ao comportamento infantil, ressaltam-se dois grupos: um de 
crianças que apresentam comportamento hipoativo (distanciando-se do ambiente 
social, isolando-se, evitando comunicar-se), e outro de crianças com comportamento 
hiperativo (que nunca param, apresenta contato visual e apresentam defesa táctil). 
Pesquisadores afirmam que a privação sensorial, no caso das crianças, lhes limita as 
respostas aos indivíduos ou às atividades do seu ambiente, isto é, interagem de forma 
artificial, ou estereotipada. Afirmam ainda que essas crianças demonstram uma 
 
 
14 
 
 
alteração significativa no desenvolvimento das habilidades de comunicação, 
mobilidade e acesso à comunicação. 
A criança surdocega pode apresentar os seguintes comportamentos: 
 Comportamento autista (movimentos estereotipados e/ou rítmicos); 
 Comportamento social imaturo; 
 Inabilidade de comportamento afectivo; 
 Dificuldade de uso dos sentidos próximos. 
Considera-se uma criança com múltipla deficiência sensorial aquela que 
apresenta deficiência visual e auditiva associadas a outras condições de 
comportamento e comprometimentos, sejam eles na área física, intelectual ou 
emocional, e dificuldades de aprendizagem. Quase sempre, os canais de visão e 
audição não são os únicos afetados, mas também outros sistemas, como os sistemas 
tátil (toque), vestibular (equilíbrio), proprioceptivo (posição corporal), olfativo (aromas 
e odores) ou gustativo (sabor). Limitações em uma dessas áreas podem ter um efeito 
singular no funcionamento, aprendizagem e desenvolvimento da criança 
(PERREAULT, 2002). 
Crianças que apresentam graves comprometimentos múltiplos e condições 
médicas frágeis: 
1. Apresentam mais dificuldades no entendimento das rotinas diárias, gestos 
ou outras habilidades de comunicação; 
2. Demonstram dificuldades acentuadas no reconhecimento das pessoas 
significativas no seu ambiente; 
3. Realizam movimentos corporais sem propósito; 
4. Apresentam resposta mínima a barulho, movimento, toque, odores e/ou 
outros estímulos. 
 
 
15 
 
 
 
Fonte: www.atividadeparaeducacaoespecial.com 
Muitas dessas crianças têm dificuldade na obtenção e manutenção do estado 
de alerta. Isso é crítico porque a prontidão é o estado comportamental em que as 
crianças estão mais receptivas à estimulação, aprendem melhor e são capazes de 
responder de uma maneira socialmente aceita. Crianças com múltipla deficiência 
sensorial têm uma variedade de necessidades especiais que se assemelham às 
necessidades da criança surdas cegas. Nesse sentido, toda a abordagem descrita 
neste documento aplica-se também à criança com múltipla deficiência sensorial. 
A criança surda cega não é uma criança surda que não pode ver e nem um 
cego que não pode ouvir. Não se trata de simples somatória de surdez e cegueira, 
nem é só um problema de comunicação e percepção, ainda que englobe todos esses 
fatores e alguns mais (MCINNES & TREFFY, 1991). 
Segundo Telford & Sawrey (1976), quando a visão e audição estão gravemente 
comprometidas, os problemas relacionados à aprendizagem dos comportamentos 
socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam. A falta dessas percepções 
limita a criança surdo cega na antecipação do que vai ocorrer a sua volta. A entrada 
da mãe no quarto do bebê, por exemplo, pode não significar tranquilidade, comida ou 
carinho, mas pode promover instabilidade e insegurança. Sua dificuldade na 
antecipação dos fatos faz com que cada experiência possa parecer nova e 
assustadora, como ser transportada de um lugar para o outro, sentir na boca a 
introdução de um alimento novo ou ser tocado repentinamente. Ainda como resultado 
da privação da visão e audição, sua motivação na exploração do ambiente é 
 
 
16 
 
 
proporcionalmente diminuída. Seu mundo se limita ao que por casualidade está ao 
alcance de sua mão e, sobretudo, a si mesmo. 
Essas crianças precisam ser encorajadas a desenvolver um estilo de 
aprendizagem próprio para compensar suas dificuldades visuais e auditivas e para 
estabelecer e manter relações interpessoais. Portanto, as trocas interativas das 
crianças precisam estar orientadas para o desenvolvimento dos sentidos 
remanescentes, entre eles, cutâneo, cinestésico (corporal - articulações e músculos; 
e, sensorial - visceral), gustativo e olfativo, como forma de acesso à informação na 
ausência dos sentidos da visão e audição. 
Myklebust (1971) afirma que quando faltam os sentidos de distância, o tato 
assume o papel de sentido-guia, sendo complementado pelos sentidos 
remanescentes na exploração e no estabelecimento de contatos com o mundo 
exterior. Como lembram Vygotski (1995), e Salomon (2002), é necessário que os 
estímulos proporcionados sejam apropriados à singularidade de cada criança. Telford 
& Sawrey (1976) destacam a importância de despertar na criança, por meio de outros 
canais sensoriais, o desejo de aprender. É, portanto, preciso vencer “o isolamento do 
indivíduo surdo cego e só depois de ter sido estabelecido o contato efetivo e seu 
isolamento ser reduzido é que a instrução formal se torna possível” (TELFORD & 
SAWREY, 1976, P. 389). 
Além de não poder valer-se dos sentidos de distância (visão e audição) para 
captar informações reais do mundo, a criança surdocega pode apresentar alguns 
problemas decorrentes de saúde, aspecto que pode vir a interferir no processo de 
ensino e aprendizagem. Em ambos os casos o desafio é complexo: as crianças 
precisam desenvolver formas de comunicação inteligíveis com os seus interlocutores, 
antecipar sucessos futuros ou o resultado de suas ações. Além dessas questões, é 
importante que a criança esteja motivada a participar de experiências externas, ainda 
que básicas, como alimentação, higiene, lazer etc. O processo de aprendizagem 
ocorre por repetição e estimulação orientada em contextos naturais, dado que a surdo 
cegueira interfere na capacidade de aprendizagem espontânea e na capacidade de 
imitação. 
A criança surdocega é portadora de características únicas, que resultam do 
efeito combinado das deficiências auditiva e visual. As características clínicas que 
 
 
17 
 
 
definem a criança, do ponto de vista oftalmológico e audiológico, são insuficientes 
para prever o quanto poderá se desenvolver quando imersa num ambiente que 
proporcione uma estimulação adequada às suas necessidades (CADER & COSTA, 
2001). 
A característica da interação da criança com deficiência primária no ambiente, 
frequentemente marcada pela carência de estímulos, pode desencadear um 
desenvolvimento atípico, compatível com os limites impostos pela combinação das 
deficiências auditiva e visual. 
Assim, enquanto o surdo utiliza o campo visual-espacial como principal via de 
acesso às informações e ao estabelecimento de interações com o meio, o cego utiliza 
o campo auditivo temporal (CADER, 1997). Já o surdo cego necessitará aprender a 
utilizar os sentidos remanescentes e/ou os resíduos auditivos e visuais para o 
estabelecimento de trocas significativas e necessárias à sua participação efetiva no 
ambiente. 
A falta de audição faz com que a criança surdocega não possa responder 
usando a fala ou o movimento do corpo (ex: voltar-se para a pessoa que a chama). 
Outras vezes, o comprometimento visual pode restringir os movimentos da criança na 
exploração sensório motora de seu ambiente físico e humano. 
As implicações das limitações visuais e auditivas nas interações podem ser 
minimizadas com a introdução do toque. Muitas crianças parecem não gostar de 
serem tocadas por nãoconseguirem identificar a origem e o significado do toque. 
Nesses casos, a utilização de objetos e/ou toques familiares à criança poderão ser 
usados como meio intermediário entre a criança e o professor. Esse é um fator 
importante no sucesso das interações. 
Na ausência desses cuidados, a criança surdocega poderá apresentar 
comportamentos inadequados socialmente, ou seja, pode desenvolver 
comportamentos indesejáveis, como movimentar aleatoriamente as mãos e/ou corpo, 
emitir sons, direcionar o olhar compulsivamente para luz, provocar sons em locais com 
vibrações mais intensas e tatilmente perceptíveis, balançar, bater os pés, apertar os 
olhos, agredir-se, entre outros. Estes comportamentos reativos são geralmente 
recursos utilizados pela criança para substituir a falta dos estímulos adequados e dão 
 
 
18 
 
 
aos educadores informações importantes quando interpretados numa perspectiva 
comunicativa. 
O fato de as crianças surdo cegas apresentarem, frequentemente, 
comportamentos como: 
1) dificuldades em elaborar a consciência da relação dos segmentos corporais 
em si e destes com objetos (fase comum a todas as crianças); 
2) limitações para o movimento e funcionamento do próprio corpo; 
3) insegurança pessoal; e, 
4) atraso no desenvolvimento motor e afetivo, pode ser atribuído à qualidade e 
quantidade das interações mantidas com o ambiente. 
Afinal, enquanto as crianças normais usam a audição e a visão para direcionar 
sua ação, e com isso aprendem, por exemplo, que seu comportamento e movimento 
têm consequências determinadas e que objetos e crianças que não podem ser vistos 
continuam a existir, a criança surdocega não possui condições para responder e 
compreender as demandas do meio, precisando, por isso, que esses aspectos lhes 
sejam ensinados. 
O papel do professor, intérprete ou guia-intérprete junto à criança surdo cega 
será o de suprir sua carência de funcionamento sensorial com estímulos organizados 
e significativos, promovendo a construção de sua consciência e imagem corporal, seu 
desenvolvimento motor e afetivo, e também sua autonomia (ERIKSON, 2002). 
As informações do mundo deverão chegar à criança de forma estruturada e 
sistematizada, para que ela possa começar a construir seu mundo. Esse 
procedimento a auxiliará na construção do conhecimento como um todo, uma vez que 
a carência de informações sensoriais tão básicas como a visão e a audição fazem 
com que cada criança, quando exposta a um estímulo, consiga absorver apenas parte 
dessa informação. Apenas a repetição de estímulos em contextos significativos 
poderá assegurar que ela venha a ser capaz de assimilar a estimulação como um 
todo. 
 
 
19 
 
 
 
Fonte: www2.camara.leg.br 
As crianças surdocegas podem apresentar perfis distintos, em função de vários 
aspectos: 
1. Características da interação que mantém com o meio, decorrentes do 
comprometimento dos sentidos de distância (audição e visão) e da disponibilidade do 
meio para interagir com elas utilizando formas adaptadas às suas necessidades; 
2. Grau de perda auditiva; 
3. Grau de perda visual; 
4. Outros comprometimentos associados, entre eles o motor e o neurológico; 
5. Período de aquisição da surdocegueira. As características do meio 
socioeconômico e cultural no qual a criança está inserida pode desencadear atrasos 
no seu processo inicial de aprendizagem e desenvolvimento. Assim, as capacidades 
apresentadas por elas podem ser decorrentes não da deficiência em si, mas da 
relação entre a forma, o método e o conteúdo das interações vivenciadas, ou seja, a 
aprendizagem vai ser dependente do modo como a criança surdocega estabelece seu 
contato com o meio e este com ela, de qual o recurso utilizado na comunicação e a 
de sua capacidade de ser compreendida e de compreender as demandas do seu 
universo familiar, escolar, social e cultural. 
O processo de aprendizagem da via de comunicação exige atendimento 
especializado, com estimulação específica e individualizada. Quando a criança é 
 
 
20 
 
 
estimulada precocemente, ela adquire comportamentos sociais mais adequados e, 
também, poderá desenvolver e aprender a usar seus sentidos remanescentes melhor 
do que aquela que não recebeu atendimento. 
6 DIFERENÇAS ENTRE DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM 
Existe uma ampla discussão entre autores e profissionais da área da educação 
com relação a esse assunto. No entanto, não há um consenso ou uma posição 
definida para o mesmo. Dessa forma, vamos adotar neste estudo o princípio de que 
existem determinadas diferenças entre os termos “dificuldades” e “distúrbios” de 
aprendizagem. 
O termo “dificuldades” pode ser usado para designar qualquer tipo de 
obstáculos encontrados pelos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem. Eles 
podem ser das mais diversas ordens. Muitas vezes, os problemas não estão no aluno, 
mas ligados a elementos externos que o influenciam. Abaixo veremos exemplos de 
fatores que causam dificuldades na aquisição do conhecimento: 
 Problemas sociais como a desnutrição 
 Ausência de motivação; 
 Conflitos familiares; 
 Baixa qualidade do sono; 
 Diferenças culturais; 
 Deficiências na estrutura da educação: salas superlotadas; professores mal 
remunerados, pouco treinados e sobrecarregados; 
 Material didático inadequado; 
 Inadequação metodológica; 
 Mudanças no padrão de exigências da escola; 
 Baixo QI (Quociente de Inteligência) 
 Falta de interesse; 
 Problemas na visão; 
 Problemas na audição; 
 Problemas genéticos; 
 
 
21 
 
 
 Comprometimentos neurológicos; 
Assim, pode-se perceber que, independente da natureza das causas, elas 
podem gerar dificuldades e até mesmo impedimentos nas capacidades de 
aprendizado dos indivíduos. Porém, durante este estudo, o foco será dado aos 
Distúrbios de Aprendizagem. Eles também causam dificuldades no processo de 
aprendizagem, porém suas causas estão ligadas a características específicas dos 
indivíduos que refletem em dificuldades também específicas como será visto. Abaixo 
estão relacionadas algumas características de pessoas que possuem Distúrbios de 
Aprendizagem: 
 Apresentam quociente de inteligência normal, muito próximo da normalidade ou até 
mesmo superior; 
 Não apresentam deficiências sensoriais, nem neurológicas significativas; 
 Possuem rendimento escolar insatisfatório em relação às demais pessoas que se 
encontram na mesma faixa etária; 
 Apresentam uma disfunção no sistema nervoso central; 
 Suas dificuldades são detectadas, na maioria das vezes, no início da alfabetização, 
quando passa a frequentar a escola e nota-se suas diferenças de aprendizado em 
relação ao restante do grupo; 
 Têm dificuldades em um aspecto específico da aprendizagem (leitura, fala, escrita, 
matemática, raciocínio); 
Ao contrário das dificuldades de aprendizagem, que podem estar ligadas a 
problemas externos ou a um conjunto de elementos, os distúrbios de aprendizagem 
estão mais vinculados ao próprio aluno independente de questões relacionadas, por 
exemplo, à estrutura geral da educação ou ao ambiente familiar e suas condições 
econômicas, atingindo o aluno em nível individual. Essas questões podem influenciar 
de forma negativa a aprendizagem, mas não são determinantes nesses casos. 
As características que devem ser observadas em alunos que possuem 
distúrbios de aprendizagem, são dificuldades específicas para a realização de 
atividades como a leitura, a escrita, a fala, o raciocínio e as habilidades matemáticas. 
Esses precisam de atenção e tratamentos diferenciados como a ajuda de profissionais 
especializados, formas diferentes de ensino, escolas com recursosespecíficos, entre 
outras. 
 
 
22 
 
 
É preciso estar claro, como já foi dito anteriormente, que a confirmação de um 
diagnóstico de distúrbio de aprendizagem, depende de um conjunto de fatores e 
exames específicos. Alunos com dificuldades causadas por outros motivos podem ter 
seus problemas sanados quando inseridas em ambientes com qualidades 
diferenciadas de organização, ambientes saudáveis e profissionais capacitados. 
As dificuldades de aprendizagem podem ser transitórias quando suas causas 
são tratadas ou eliminadas, enquanto os distúrbios permanecem pela vida toda, já que 
são disfunções do sistema nervoso. Eles também podem e devem ser tratados, 
porém, essas ações representam alternativas para que as pessoas possam conviver 
de forma saudável com suas limitações e saber como superá-las e não constituem 
curas definitivas. 
Dessa forma, a disfunção neurológica é uma característica fundamental para 
diferenciar uma criança com distúrbios de aprendizagem daquelas que apenas 
apresentam algumas dificuldades. Aqueles têm uma relação médica, o que explica o 
fato de apenas uma pequena parte da população que encontra dificuldades de 
aprendizagem, terem nos distúrbios as causas de seus problemas. 
7 DISLEXIA 
 
Fonte: www.papodemae.com.br 
A dislexia tem sido o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ela reflete 
na dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de um aluno para ler ou 
 
 
23 
 
 
escrever está abaixo do seu nível de inteligência. A mesma pode ser caracterizada 
como uma insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem. 
Sua origem é congênita (nata) e hereditária e seus sintomas podem ser 
identificados logo na pré-escola em crianças que demoram a começar a falar ou 
trocam os sons das letras e têm dificuldades para aprender a ler e escrever. 
Ela pode ser chamada de “a mãe dos transtornos de aprendizagem” porque foi 
a partir da identificação deste problema que se iniciou uma busca pelo conhecimento 
de todos os outros tipos de distúrbios existentes. Com o passar do tempo, surgiu a 
necessidade de estabelecer as diferenças entre os problemas na aprendizagem e, a 
partir de então, eles começaram a ser subdivididos e classificados. A dislexia também 
foi conhecida durante um grande período como “cegueira verbal congênita” devido às 
dificuldades para ler e escrever em pessoas que possuíam visão normal. 
Esse distúrbio se dá em alunos com audição, visão e inteligência normais, que 
vivem em ambientes familiares saudáveis e possuem condições econômicas 
adequadas. 
Assim, em casos de dislexia, as causas não podem ser atribuídas a questões 
emocionais, culturais ou instrucionais. Embora esses fatores tenham uma influência 
no desempenho de pessoas disléxicas, eles não são determinantes. 
Nos indivíduos que não possuem dislexia, a área esquerda do cérebro é a 
responsável pela percepção e pela linguagem, subdividida em três partes: uma que 
processa fonemas, outra que analisa as palavras e a última que reconhece as 
palavras. 
Essas três partes trabalham em conjunto e dão capacidade para que os 
indivíduos aprendam a ler e escrever. Os alunos conseguem realizar essa tarefa 
apenas quando reconhecem e processam fonemas, memorizando as letras e seus 
sons. Com o tempo e o desenvolvimento do aluno na leitura e na escrita, sua memória 
permanente começa a ser construída, o que faz com que ela reconheça as palavras 
com mais agilidade e sem grande esforço. 
As crianças disléxicas possuem falhas nas conexões cerebrais. Elas podem 
contar apenas com a região do cérebro responsável por processar fonemas e sílabas, 
enquanto a área responsável pela análise de palavras, não exerce a sua função. Suas 
ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, 
 
 
24 
 
 
portanto, a criança não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. 
A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta 
ser nova e desconhecida. Para simplificar, pode-se dizer que a dislexia é causada por 
alterações nas áreas do cérebro responsáveis pelos sons da linguagem e do sistema 
que transforma o som em escrita. 
Esse distúrbio é confundido com frequência com outros problemas de 
adaptação escolar como os atrasos de desenvolvimento e a deficiência mental ligeira, 
afinal, o aluno disléxico tem dificuldades em compreender o que está escrito e de 
escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel, o faz de maneira 
incorreta e o leitor não compreende as suas ideias. Abaixo você pode ver algumas 
das características mais encontradas por alunos que têm dislexia: 
 Fraco desenvolvimento da atenção 
 Falta de capacidade para brincar com outras crianças 
 Atraso no desenvolvimento da fala e escrita 
 Atraso no desenvolvimento visual 
 Falta de coordenação motora 
 Dificuldade em aprender rimas/canções 
 Falta de interesse em livros impressos 
 Dificuldade em acompanhar histórias 
 Dificuldade com a memória imediata e a organização em geral 
 A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente 
 Inversão de palavras de maneira parcial ou total. Exemplo: A palavra “casa” é lida 
como “saca”. 
 Inversão das letras e números. Exemplo: “p” por “b”; “3 por “5” 
 Alteração na ortografia em função de alterações no processo auditivo 
 Cometem erros na separação das palavras 
 Dificuldades em distinguir esquerda e direita 
 Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e palavras 
 Dificuldades na matemática 
 Pobreza de vocabulário 
 Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo) 
 Falhas na elaboração de orações complexas e na redação espontânea 
 
 
25 
 
 
 Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa como são escritas. 
Além disso, os disléxicos também sofrem com a falta de rapidez ao ler. Sua 
leitura é sem ritmo e, muitas vezes e com muito sacrifício, decodificam as palavras, 
mas não conseguem compreendê-las. 
As características colocadas acima não são suficientes para se fechar um 
diagnóstico a respeito da dislexia, afinal, existem outros distúrbios de aprendizagem 
que também possuem elementos parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como 
um ponto a partir do qual se é levado a procurar a ajuda de profissionais 
especializados e buscar formas de superação. 
A dislexia é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar. A 
ausência de conhecimentos dos professores contribui para uma evasão escolar e o 
agravamento dos problemas enfrentados pelos alunos. Essas são incompreendidas 
em seu fracasso e não valorizadas em suas tentativas vãs para superar suas 
dificuldades, desenvolvendo uma imagem negativa sobre si mesmas. A escola se 
torna um ambiente que causa ansiedade e as exigências dos pais e professores 
acabam se revertendo em comportamentos agressivos, inibições e outros. 
Os alunos disléxicos precisam olhar e ouvir atentamente, prestar atenção aos 
movimentos da mão enquanto escrevem e da boca quando falam para associar os 
fonemas aos seus sons e à sua escrita. 
É recomendada a montagem de “manuais” de alfabetização apropriada para 
pessoas com essas dificuldades. Além disso, o sucesso escolar de um disléxico está 
baseado em uma terapia multissensorial (uso de todos os sentidos), sempre 
combinando atividades que motivem o uso da visão, da audição e do tato para ajudá-
lo a ler e soletrar corretamente as palavras. Abaixo estão colocadas algumas atitudes 
que podem ajudar essas pessoas no processo de aprendizagem: 
 Usar folhas quadriculadas para matemática. 
 Usar letras com várias texturas. 
 Usarmáscara para leitura de texto. 
 Evitar dizer que a criança é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da 
classe. 
 Não forçar a criança a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em 
fazê-lo. 
 
 
26 
 
 
 Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do que nas 
escritas. 
 Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito para 
fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a 
memória. 
 Revisões devem ser frequentes e importantes. 
 Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para 
fazê-lo. 
 Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente 
quando você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos. 
 Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis. 
 Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta tarefa. 
 Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como “você precisa estudar 
mais para melhorar”. 
 Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz. 
 Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de 
vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo. 
 Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas 
escritas. 
 Uma língua estrangeira é muito difícil para eles, faça suas avaliações sempre em 
termos de trabalhos e pesquisas. 
Além do apoio da escola, os alunos precisam receber apoio em casa. Os pais 
e demais responsáveis devem ajudar a melhorar sua autoestima, oferecendo carinho, 
sendo compreensivos e elogiando a cada acerto alcançado e encorajando a 
realização de tarefas em que se saiam bem e que podem ser estimulantes. Também 
devem ser ajudados em seus trabalhos escolares e não se pode permitir que seus 
problemas escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites. 
Para diagnosticar corretamente a dislexia, deve-se procurar a ajuda de 
profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas e psicopedagogos. Não 
se espera encontrar todas as dificuldades numa única criança disléxica, mas a 
presença de pelo menos uma delas, associada às dificuldades de ler, pode fazer supor 
 
 
27 
 
 
a existência de um quadro de dislexia. Os problemas podem ser avaliados através de 
um acompanhamento adequado e direcionado às condições de cada caso. 
Faz-se necessário adequar métodos e materiais que atendam o 
desenvolvimento do aluno, bem como o acompanhamento e a observação para que 
se conheça as particularidades de cada um considerando o seu tempo e a sua 
construção de saberes. 
É importante que se fale sobre o “dom da dislexia”. Pois, quando um dislexo 
domina alguma coisa, ele a aprendeu tão bem que pode fazê-la sem pensar sobre o 
que está fazendo. 
Obs: Irlen ou dislexia da leitura – Irlen é uma síndrome que pode afetar além 
da leitura, outras áreas variadas da vida do indivíduo. A sensibilidade à luz pode 
causar desde simples incômodos em determinados ambientes ou circunstâncias, até 
prejuízos em habilidades, tais como: prática de esporte com bola, coordenação motora 
fina e grossa, habilidades musicais, coordenação espaço temporal, entre outras. 
Um indivíduo mesmo com acuidade visual dentro dos padrões de normalidade 
(ou seja, enxergando bem), tem chances de ser portador da síndrome, já que se trata 
de uma disfunção da percepção e não uma patologia ligada diretamente aos olhos. 
Ela está relacionada diretamente a déficits na codificação e decodificação das 
informações visuais pelo sistema nervoso central. É necessário um diagnóstico 
diferencial por profissionais especializados, uma vez que não pode ser detectada 
através de exames oftalmológicos de rotina, nem por testes padronizados para 
verificação de dificuldades de aprendizagem. Esta é uma síndrome conhecida no 
Brasil há aproximadamente cinco anos, através de cursos oferecidos pela Fundação 
do Hospital de Olhos de Minas Gerais. 
O uso da lâmina overlays (overleis), proporciona conforto, nitidez, estabilidade 
e fluência durante a leitura. Esta pode ser usada como lente dos óculos ou sobre 
postas em textos. 
 
 
28 
 
 
8 DISGRAFIA 
 
Fonte: www.br.guiainfantil.com 
A disgrafia também é conhecida como “letra feia” porque as crianças que 
possuem esse tipo de distúrbio, apresentam uma escrita muito feia. Isso leva a um 
desempenho ruim na escola mesmo em alunos que possuem inteligência normal ou 
acima da média. Esse problema constitui uma deficiência na qualidade do traço 
gráfico, o que se reflete através de grandes dificuldades para escrever corretamente 
a linguagem falada. 
O aluno com disgrafia tem dificuldades em coordenar as informações visuais e 
na realização motora do ato de escrever. Alguém que tem apenas dificuldades para 
escrever, mas não apresenta problemas em outras atividades motoras, provavelmente 
não tem este distúrbio. 
Existem dois tipos de disgrafia: a motora e a pura. A primeira atinge a maioria 
das crianças com este distúrbio e consiste na dificuldade em escrever palavras e 
números corretamente. A segunda é mais difícil de ser diagnosticada porque aparece 
quando ao aluno sofre algum trauma emocional e isso se reflete na sua letra. Existem 
alguns sinais que podem indicar as relações entre os problemas causados por este 
distúrbio e as condições emocionais: 
 Letras pequenas demais podem indicar uma timidez excessiva. 
 
 
29 
 
 
 Letras grandes demais podem indicar um aluno que necessita estar sempre no centro 
das atenções. 
 Letras feitas com muita força, que chegam a marcar as outras páginas do caderno, 
podem indicar que o aluno esteja tenso. 
No entanto, a disgrafia acontece também em alunos com capacidade intelectual 
normal, sem qualquer transtorno neurológico, sensorial, motor ou afetivo. Eles, ainda 
que tenham boas notas e facilidade de se expressar pela fala, não conseguem 
planejar os movimentos para conseguir o traçado da letra. Ao observarem os 
conteúdos de uma lousa ou um papel, não são capazes de reproduzir o que viram. 
Algumas das características mais encontradas em crianças com este tipo de distúrbio 
são: 
 Letras ilegíveis 
 Traços pouco precisos ou incontrolados 
 Falta de pressão nos traços ou pressão muito forte a ponto de marcar o papel 
 Letras distantes ou extremamente juntas 
 Omissão de letras 
 Dificuldade em manter uma frase na mesma linha 
 Dificuldade em recordar a grafia correta para representar um determinado som ouvido 
ou elaborado mentalmente. 
 O aluno escreve devagar, retocando cada letra, realizando de forma inadequada às 
uniões entre as letras ou amontoando-as para esconder os erros ortográficos. 
A ortografia pode ser verificada como uma das dificuldades da disgrafia a partir 
do momento que se exige rapidez e um ritmo gráfico de um aluno que ainda não 
automatizou a relação som-letra. Nesse caso, a escrita das palavras é lenta e, na 
maioria das vezes, incompleta, porque o aluno tem certas dificuldades em recordar 
com rapidez qual a grafia para representar determinado som. Podendo os elementos 
citados serem resumidos em três características básicas: 
8.1 Má organização da página 
Essa característica está ligada à orientação espacial, ou seja, o aluno encontra 
dificuldades para organizar sua escrita numa folha de papel. O texto é apresentado 
 
 
30 
 
 
de forma desordenada com margens malfeitas ou inexistentes, espaço entre palavras 
e linhas irregulares. 
8.2 Má organização das letras 
Incapacidade de seguir as regras caligráficas.O traçado é de má qualidade e 
os contornos das letras são deformados. 
9 FORMAS E PROPORÇÕES 
Refere-se ao grau de limpeza do traçado das letras, sua dimensão (muito 
grandes ou minúsculas), desorganização das formas e escrita alongada ou 
comprimida. 
A disgrafia normalmente é observada um ou dois anos depois que o aluno 
aprende a escrever. É comum que os professores demorem para perceber o 
problema, pois eles estão mais preocupados com o desenvolvimento intelectual dos 
alunos do que com o motor. Embora não se treine de forma efetiva a organização 
espacial das crianças, exige-se que elas tenham uma boa escrita, o que pode ser visto 
como uma problemática na educação infantil. O professor deve ficar atento às 
possíveis posturas inadequadas para poder corrigi-las o mais cedo possível e, junto 
com um profissional especializado, estabelecer estratégias de ajuda que favoreçam a 
qualidade do traçado gráfico. 
Uma grande parte dos professores não conhecem os distúrbios ligados à 
aprendizagem e acabam julgando de forma errônea seus alunos ao dizer que eles não 
são caprichosos, são preguiçosos e pouco esforçados. Por esse e outros motivos, é 
preciso saber que o que diferencia uma letra sem capricho da disgrafia, é o fato de o 
aluno ter também outras dificuldades motoras leves como problemas na hora de 
amarrar o sapato ou abotoar a camisa. 
A idade mais indicada para se começar a tratar a disgrafia é a partir dos oito 
anos, quando a letra começa a se firmar. Quando não tratado, o distúrbio pode trazer 
problemas mais sérios na vida adulta, entre eles a dificuldade de comunicação. Em 
processos seletivos como vestibulares, por exemplo, é preciso escrever textos 
 
 
31 
 
 
relativamente longos e tem-se pouco tempo disponível para isso. Candidatos que 
sofrem com a disgrafia, já se apresentam em desvantagem na concorrência. 
Além da antecedência, a disgrafia precisa ser superada através de tratamentos 
psicológicos e treinos motores. Sem a busca de um tratamento, a criança começa a 
se sentir atrasada em relação aos outros alunos e não compreende porque não 
consegue se expressar através das palavras no caderno. A finalidade dos tratamentos 
é fazer com que a criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e 
compreensão da imagem a reproduzir. 
Algumas atitudes podem ser tomadas no sentido de minimizar os problemas 
causados pela disgrafia. Pode-se citar como exemplo exercícios como o ombro (como 
os realizados com o brinquedo “vai e vem”), para o cotovelo (como os realizados ao 
jogar peteca), para os punhos e mãos (como brincar com massinhas ou argilas e pintar 
com lápis de cor ou giz de cera). 
Deve-se destacar ainda a importância dos esportes. Através deles é possível 
trabalhar a orientação espacial e a coordenação motora da criança. Brincadeiras como 
jogar vôlei, xadrez e peteca também podem ajudar na melhora da letra, já que fazem 
a criança usar as mãos e planejar os movimentos. 
Não se pode descartar o papel que pais e professores têm nesse processo. 
Eles precisam estar cientes das capacidades motoras da criança e não exigir 
resultados que estão acima daqueles que ela pode apresentar num dado momento. É 
claro que não se pode esperar que o aluno desenvolva suas habilidades sozinho, mas 
sim estimular esse desenvolvimento através de práticas motoras baseadas em 
crescimentos graduais que exijam pouco a pouco mais rapidez e controle do ato 
motor. 
O desenvolvimento do controle motor é uma característica básica para atingir 
a qualidade na escrita. Afinal, o ato de escrever mobiliza uma série de segmentos do 
corpo. Antes de se atingir o nível ideal de desenvolvimento motor, que permite a 
realização da escrita de forma rápida, precisa, legível e sem cansaço, a coordenação 
motora passa por diversos estágios. Em cada estágio um segmento do corpo realiza 
uma função até chegar o momento em que se atinge o controle total do ato de 
escrever, que é caracterizado pela fixação do cotovelo na mesa e a rápida 
movimentação dos dedos durante a escrita. 
 
 
32 
 
 
No início da alfabetização, é natural que escrita do aluno não saia de forma 
perfeita no papel, afinal, ele está apenas começando a aprender. No entanto, se com 
o tempo e o treinamento em cadernos de caligrafia, o aluno ainda estiver longe de 
escrever corretamente, é preciso que pais e educadores comecem a buscar as causas 
dessas dificuldades e procurem formas de superação. 
Não se pode esquecer também que o traçado gráfico é feito de características 
pessoais e, portanto, vai adotando peculiaridades individuais ao longo do 
desenvolvimento de cada um. Baseados nisso, responsáveis e professores não 
podem impor nenhum modelo de letra para os alunos, mas sim, respeitar o seu 
grafismo desde que ele seja legível, claro e atinja o objetivo principal da escrita, que 
é a transmissão da linguagem oral com o máximo de eficiência sem o desprendimento 
de grandes esforços. 
10 DISORTOGRAFIA 
A disortografia também é um problema encontrado na linguagem, onde o aluno 
apresenta dificuldades em realizar a escrita e a fala, lidar com todas as sinalizações 
gráficas e outros conhecimentos que as crianças da 2ª série do ensino fundamental I, 
já deveriam saber e ter total domínio. 
Assim como outros distúrbios, a disortografia também está ligada à dislexia e 
apresenta algumas características presentes em outros problemas, o que dificulta a 
identificação do tipo de distúrbio com o qual se está lidando. Por isso, é de extrema 
importância que os educadores tenham conhecimentos suficientes para exercer a 
profissão e trabalhar o desenvolvimento de seus alunos. Eles certamente precisarão 
observar de forma atenta às dificuldades dos alunos para poder deixar os pais cientes 
e procurar a melhor maneira de dar o atendimento necessário para tais alunos durante 
o processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
33 
 
 
 
Fonte: www.ideialegal.blogspot.com.br 
10.1 Características da disortografia: 
 Troca de grafemas: Geralmente as trocas de grafemas (unidades gráficas) que 
representam fonemas homorgânicos (fonemas que têm a articulação realizada pelo 
mesmo órgão do aparelho responsável pela emissão de sons, sendo as trocas mais 
frequentes àquelas que envolvem o p ou o b), acontecem por problemas de 
discriminação auditiva. Quando o aluno troca fonemas na fala, a tendência é que ela 
escreva apresentando as mesmas trocas, mesmo que os fonemas não sejam 
auditivamente semelhantes. 
 Falta de vontade de escrever. 
 Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas (parágrafos, travessão, pontuação e 
acentuação). 
 Dificuldade no uso de coordenação/subordinação das orações. 
 Aglutinação ou separação indevida das palavras. 
Os pais desses alunos precisam ser orientados a levar seus a especialistas 
para que possam ter orientações mais precisas do caso, podendo também ter o 
conhecimento se este distúrbio possui algum tipo de tratamento para diminuir as 
dificuldades. Existem alguns fatores que devem ser analisados no processo de 
verificação dos educadores: 
 
 
34 
 
 
 Nível de escolaridade 
 Frequência dos erros e quais acontecem 
 A frequência de palavras no vocabulário 
 A frequência visual 
Através dessas colocações, os educadores conseguem ter um diagnóstico 
mais preciso do distúrbio, podendo realizar um trabalho eficiente, apresentando 
menos falhas quando comparados a educadores sem conhecimento sobre o assunto. 
11 AFASIA 
Este distúrbio também está ligado à linguagem e tem como principais 
características a perda das capacidades e habilidades da comunicação tanto escrita, 
como falada. 
Ele está muito envolvido com a área da neurologiaclínica, uma vez que pode 
originar-se de acontecimentos como acidentes vasculares cerebrais, infecções e 
outros, afetando, dessa forma, áreas específicas do cérebro responsáveis pela 
comunicação. De acordo com o local da lesão cerebral, são ocasionados tipos 
diferentes de alterações. Por isso, a afasia divide-se em quatro tipos: Afasia de Broca; 
Afasia de Wernicke; Afasia de Condução e Afasia Global. 
O fato de elas estarem divididas em tipos diferentes, possibilita aos 
profissionais da área médica uma maior facilidade para darem diagnósticos e 
encontrar o melhor tratamento. 
12 DISCALCULIA 
A discalculia está ligada às dificuldades com as habilidades matemáticas. Os 
alunos são capazes de compreender as lições transmitidas, mas quando tentam 
colocar em prática o que aprenderam, acabam trocando e invertendo as ordens das 
operações. 
Pessoas com discalculia não apresentam problemas fonológicos, mas 
encontram dificuldades em: 
 Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior. 
 
 
35 
 
 
 Conservar a quantidade. Exemplo: Não compreender que 1kg é igual a quatro pacotes 
de 250 g. 
 Os sinais de soma, multiplicação e os demais. 
 Sequenciar números, como, por exemplo, o que vem antes do 11 e depois do 15 
(antecessor e sucessor). 
 Classificar números. 
 Dificuldade na memória de trabalho. 
 Dificuldade de memória em tarefas não verbais. 
 Dificuldade na soletração de não palavras (tarefa de escrita). 
 Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem. 
 Dificuldade nas habilidades viso-espaciais. 
 Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis. 
 Montar operações. 
 Contar através dos números cardinais e ordinais. 
 Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala 
à quantidade de carteiras. 
13 ACALCULIA 
A acalculia também é uma dificuldade relacionada às habilidades matemáticas 
e está diretamente ligada à discalculia. O aluno não tem dificuldade com elementos 
como a contagem, mas sim em como relaciona isso com o mundo que a cerca. A 
acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente 
vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades 
matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de 
cálculos matemáticos. 
14 GAGUEIRA 
Ainda hoje não se sabe ao certo quais são as causas da gagueira. Ela é um 
distúrbio ligado às dificuldades da fala e pode prejudicar o cotidiano daqueles que a 
 
 
36 
 
 
possuem. Devido à sua incidência, ás dificuldade que pode causar na aprendizagem 
e à importância de saber como lidar com ela, julgou-se relevante abordá-la neste 
material. 
Esse distúrbio é caracterizado por uma fala que envolve bloqueios, hesitações, 
prolongamentos e repetição de sons, sílabas e palavras. A fala também pode ser 
acompanhada de tensão muscular, piscar de olhos, irregularidades na respiração e 
caretas. Os alunos sentem grande dificuldade para achar o que será dito, fazendo 
repetições de palavras até encontrarem uma saída. 
Algumas de suas possíveis causas são: Genética/Hereditariedade; Alterações 
cerebrais; Prematuridade; Distúrbio no sistema nervoso central; Freio da língua muito 
curto; Traumas de nascimento; Infecções ou Problemas emocionais 
Os alunos com gagueira devem ser reconhecidos e aceitos como normais. Não 
se pode humilhar ou criticar uma criança por falar dessa maneira, afinal ela não tem 
conhecimento acerca da causa do seu erro e, atitudes como essas, apenas a deixa 
mais nervosa, aumentando a sua dificuldade de fala. Portanto, é preciso manter as 
crianças em boas condições físicas, ambientes familiares saudáveis e com bons 
exemplos de fala. É importante que elas desenvolvam sua autoconfiança, através do 
destaque de suas aptidões e da minimização de suas deficiências. 
A fala é uma das coisas mais esperadas pelos pais de crianças pequenas, 
independentes de quantos filhos eles já tenham, essa expectativa sempre existe. Por 
isso, eles sempre ficam repetindo palavras o tempo todo e, conforme o tempo vai 
passando, começam a fazer isso com frases maiores. Assim, as palavras vão sendo 
gradualmente juntadas e cada passo é motivo de felicidade para os pais e demais 
familiares ou responsáveis. 
Diante dessa empolgação, os pais podem perceber determinadas falhas na fala 
de seus filhos. No entanto, a maior parte deles, demora em procurar a ajuda e opinião 
de especialistas no assunto. Eles sempre tendem a buscar uma causa muito depois 
do começo da gagueira e, até este momento, criam desculpas para si mesmos 
acreditando que seja apenas uma fase ou algo normal nas crianças pequenas. Esse 
comportamento apenas dificulta a aplicação de técnicas capazes de auxiliar no 
desenvolvimento dessas crianças. As características da gagueira complicam-se com 
o passar do tempo, pois o sujeito acaba se adaptando ao seu modo de falar, embora 
 
 
37 
 
 
nunca esteja satisfeito consigo mesmo por não ser capaz de participar de uma 
conversa por mais simples que ela possa parecer. 
Os professores também têm um papel de suma importância no 
desenvolvimento dos alunos com gagueira. Eles podem agir em sala de aula através 
de ações como aceitar a criança e manter uma postura objetiva em relação ao seu 
problema; eliminar ao máximo as dificuldades e interrupções da criança e motivar as 
demais a fazerem isso também; criar um ambiente calmo e sereno evitando tensões; 
evitar falas rápidas; dando ênfase às habilidades que ela possui; encorajando-a a 
falar, mas sem forçá-la. 
15 DÉFICIT DE ATENÇÃO 
Conhecida como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), 
esse distúrbio é caracterizado, principalmente, pela desatenção, pela agitação e pela 
impulsividade. Crianças hiperativas são capazes de aprender, mas encontram 
dificuldades no desempenho escolar devido ao impacto que seus sintomas causam. 
Para essas crianças, concentrar-se é algo complicado. Elas se distraem com 
facilidade, esquecem de suas obrigações, perdem e esquecem objetos com 
frequência, têm dificuldades em seguir instruções e se organizarem, falam de maneira 
excessiva a ponto de não serem capazes de esperar a sua vez, o que as leva a 
responderem perguntas antes mesmo de serem concluídas. 
A hiperatividade também pode ser caracterizada por um descontrole motor 
acentuado, que faz com que as crianças tenham movimentos bruscos e inadequados, 
mudanças de humor e instabilidade afetiva. 
O distúrbio está ligado à produção de neurotransmissores (substâncias 
produzidas no sistema nervoso central, responsáveis pela regulação do mesmo). 
Todos os seres humanos possuem uma área no cérebro que desenvolve o equilíbrio 
entre a percepção, a estimulação ambiental e a capacidade de resposta do cérebro a 
tudo isso. Quando ocorre uma deficiência nesse processo como, por exemplo, na 
produção de substâncias como a dopamina, é gerada uma falta de equilíbrio nesse 
sistema. Daí origina-se o TDAH. 
 
 
38 
 
 
A hiperatividade costuma melhorar ou até mesmo desaparecer em grande parte 
das crianças quando elas atingem a puberdade, embora, em alguns casos, possa 
continuar na adolescência e na vida adulta. Existem algumas crianças que possuem 
maior propensão a ter estes problemas como os filhos de pais hiperativos, irmãos de 
pessoas hiperativas e os irmãos gêmeos. 
Além da deficiência na produção de neurotransmissores, a hiperatividade 
também pode ser causada por outros motivos como a ansiedade, frustrações, 
depressões, criação imprópria e outros. 
O TDAH afeta as crianças na escola, no ambiente familiar, na comunidade e 
também pode prejudicar o seu relacionamentocom professores, colegas e familiares. 
Os sintomas mais encontrados podem ser divididos entre desatenção e 
hiperatividade/impulsividade e, muitas vezes, também pode haver uma mistura entre 
os dois. 
16 HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE 
Dificuldade para se manter parada ou sentada, corre sem destino ou sobe 
excessivamente nas coisas, inquietação, mexendo com as mãos e/ou pés, ou se 
remexendo na cadeira, age como se fosse movida a motor, é “elétrica”, fala 
excessivamente, dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente, 
responde a perguntas antes mesmo de serem formuladas totalmente, interrompe 
frequentemente as conversas e atividades alheias, dificuldade em esperar sua vez em 
filas e brincadeiras e corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas. 
17 DESATENÇÃO 
Não sabe onde colocou as coisas, dificuldade em manter a atenção, distrai-se 
com facilidade, parece não ouvir, não enxerga detalhes ou comete erros por falta de 
cuidado, dificuldade em seguir instruções, não gosta e evita tarefas que exigem um 
esforço mental prolongado, dificuldade de organização, frequentemente perde ou 
esquece objetos necessários e esquece rapidamente o que aprende. 
 
 
39 
 
 
Existem ainda algumas crianças que apresentam algumas características 
ligadas a esse distúrbio, mas em quantidade insuficiente para que se possa realizar 
um diagnóstico completo. No entanto, essas características são capazes de 
desequilibrar a vida diária. Além dos sintomas citados, pode-se considerar: Choros 
inexplicáveis nos primeiros meses; baixa autoestima; depressões frequentes; 
caligrafia de difícil entendimento; mudanças rápidas de interesse (começam várias 
coisas e não terminam) e dificuldades de relacionamento. 
Existem estágios avançados e reduzidos desse distúrbio. Para cada um deles 
há um tratamento diferenciado. Em estágios avançados, especialistas indicam o uso 
de medicações. Em outros, simples programas de modificação do comportamento são 
capazes de diminuir o nível de atividade ou desatenção. 
Para diagnosticar o TDAH, os sintomas devem interferir de forma significativa 
na vida da criança através de um comportamento crônico que se repita em diferentes 
ambientes, por exemplo. 
Esse diagnóstico precisa passar por uma ampla avaliação. Afinal, alguns dos 
sintomas também podem ser indicadores de outros tipos de distúrbios. O importante 
é que seja feito um histórico cuidadoso onde são incluídos dados recolhidos de 
professores, pais e outros adultos que tenham contato com a criança avaliada. A 
avaliação também deve contar com um levantamento do funcionamento intelectual, 
social, emocional, acadêmico e médico obtidos com a ajuda de profissionais como o 
neuropediatra e outros capazes de realizar testes psicológicos e neurológicos. 
A hiperatividade normalmente aparece na primeira infância e atinge uma 
parcela pequena da população, independente do grau de inteligência, o nível de 
escolaridade ou a classe social. 
O tratamento de crianças com TDAH demanda a intervenção psicológica, 
pedagógica e médica. Uma abordagem que envolva todas essas áreas do 
conhecimento origina um processo de treinamento dos pais para controlar o 
comportamento dos filhos, um programa pedagógico adequado e possíveis 
medicamentos. Existem diversos programas para pais de crianças com TDAH, bem 
como uma diversidade de vídeos e outros materiais com dados a respeito das 
dificuldades e estratégias efetivas que podem ser usadas no ambiente familiar. 
 
 
40 
 
 
Os pais devem recompensar as crianças quando se comportam de forma 
adequada. Elas precisam de respostas imediatas, frequentes, previsíveis e coerentes 
aplicadas ao seu comportamento. Além disso, também necessitam de mais tentativas 
para aprender. 
Quando conseguem terminar uma tarefa ou outros tipos de atividades, devem 
ser recompensadas. 
Os professores e a escola também possuem um papel essencial no 
desenvolvimento das crianças. O sucesso da sala de aula pode exigir uma série de 
intervenções. A maior parte das crianças hiperativas pode continuar na classe regular 
com pequenas adaptações no ambiente estrutural como a modificação do currículo e 
estratégias adequadas. Apenas crianças com problemas muito mais sérios podem 
exigir salas de aula especiais. 
Alguns alunos com TDAH precisam ter algo em mãos para dar um foco para a 
sua atenção. Também pode surgir efetivo combinar algo que passe despercebido 
(como música de fundo), circular pela sala e a proximidade física para controlar e 
avisar os alunos (mãos no ombro, contato de olhar, toque na carteira). 
Além disso, também se pode criar opções de atividades para os alunos que 
terminam seus deveres mais cedo para evitar problemas como o tédio. Nesse 
processo, é de extrema importância que se tenha cuidado para não pedir que eles 
façam trabalhos que não sejam capazes de realizar com êxito, pois isso pode gerar 
frustrações. 
Deve-se certificar que as atividades são estimulantes e que os alunos 
compreendem a lição, através de técnicas eficientes e providenciando, ainda, 
oportunidades para que essas crianças possam se mover dentro da sala de aula nos 
intervalos entre as atividades. 
 
 
41 
 
 
18 DEFICIÊNCIA SENSORIAL 
 
Fonte: www.discapacidadsensorialymotora.blogspot.com.br 
18.1 Conceito 
A deficiência sensorial se caracteriza pelo não funcionamento (total ou parcial) 
de algum dos cincos sentidos. 
De modo geral, a surdez e a cegueira são consideradas deficiências sensoriais, 
mas déficits relacionados ao tato, olfato ou paladar, também podem ser enquadrados 
em tal categoria. 
18.2 Tipos 
- Visual 
- Auditiva 
- Surdo-Cegueira 
- Múltipla deficiência sensorial 
 
 
42 
 
 
19 DEFICIÊNCIA VISUAL 
Refere-se a uma perda total ou parcial da visão. 
 
 
Fonte: www.diariodobrasileiro.blogspot.com.br 
20 DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
Refere-se a uma perda total ou parcial da audição. 
21 SURDO-CEGUEIRA 
É uma deficiência única que apresenta a perda da audição e da visão de tal 
forma que a combinação das duas deficiências impossibilita o uso dos sentidos a 
distância, cria necessidades especiais de comunicação, causa extrema dificuldade na 
conquista de metas educacionais, vocacionais, recreativas, sociais. Elas podem ser 
congênitas ou adquiridas. 
 
 
43 
 
 
22 MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL 
 Surdez com deficiência leve ou severa: 
 Surdez com distúrbios neurológicos de conduta emocionais; 
 Surdez com deficiência física leve ou severa; 
 Baixa visão com deficiência física leve ou severa; 
 Baixa visão com deficiência mental leve ou severa; 
 Baixa visão com distúrbios neurológicos, emocionais e de linguagem e conduta; 
 Baixa visão com deficiência física leve ou severa; 
 Cegueira com deficiência física leve ou severa; 
 Cegueira com deficiência mental leve ou severa; 
 Cegueira com distúrbios emocionais, neurológicos, conduta e linguagem que causam 
atraso no desenvolvimento global, vocacional, social e emocional, dificultando sua 
autossuficiência. 
22.1 Dados estatísticos 
Não se tem números precisos, pois o surdo-cegueira e a múltipla deficiência 
em geral ocorrem em conjunto com outras deficiências mascarando a deficiência 
sensorial. 
23 CAUSAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA 
 Icterícia 
 Otite média crônica 
 Citomegalovírus 
 Falta de oxigênio 
 Sarampo 
 Traumatismos (acidentes) 
 Glaucoma 
 Medicação teratogênica 
 
 
44 
 
 
 Retinose pigmentar 
 Tumor cerebral 
 Toxoplasmose 
 Prematuridade 
 Meningite 
 Medicações ototóxicas 
 Hidro e microcefalia 
 Fator Rh 
 Caxumba 
 Catarata 
 Casamentos consanguíneos

Outros materiais