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INSTITUIÇÕES AUXILIARES (artigo 5 aula 1) Bolsas de Valores As bolsas de valores são organizações que mantêm um local onde são negociados os títulos e valores mobiliários de pessoas jurídicas públicas e privadas. Para tanto, devem apresentar todas as condições necessárias para o perfeito funcionamento dessas transações, tais como organização, controle e fiscalização. Devem também as bolsas de valores dotar seu local de funcionamento de todas as condições para que os negócios se efetuem num mercado livre e aberto, obedecendo a suas próprias regras e propiciando a continuidade dos preços e a liquidez dos negócios realizados. A essência da existência de bolsas de valores é proporcionar liquidez aos títulos negociados, atuando por meio de pregões contínuos. Têm responsabilidades pela fixação de um preço justo, formado por consenso de mercado mediante mecanismos de oferta e procura. Obrigam-se as bolsas, ainda, a efetuar, dentro do menor prazo e da maior amplitude possível, a divulgação de todas as operações realizadas. As bolsas de valores atuam com diversos tipos de mercado. No mercado à vista, são realizadas operações com liquidação financeira imediata ou, no máximo, num prazo bastante curto. Nos mercados a termo, opções e futuros, cada um com características próprias de funcionamento, as operações têm sua liquidação processada num prazo maior. O denominado mercado de balcão resume as operações realizadas com diferentes tipos de papéis, não necessitando estar registrados em bolsa. Exemplos: títulos patrimoniais de associações diversas, ações de empresas não registradas em bolsas de valores e outras espécies de títulos. O mercado de balcão não possui um lugar físico determinado para realizar suas atividades, sendo os negócios geralmente realizados mediante contatos telefônicos. As caixas de liquidação (clearings) atuam nos pregões e têm por função básica registrar, liquidar e compensar as várias operações processadas no âmbito das bolsas de valores. Essas empresas estão habilitadas também para receber depósitos e garantias exigidas em certas operações financeiras realizadas. As clearings podem estabelecer-se juridicamente como empresas controladas das bolsas de valores ou, se autorizado pelas sociedades corretoras membros das bolsas, de forma independente. As sociedades corretoras são instituições que efetuam, com exclusividade, a intermediação financeira nos pregões das bolsas de valores. Entre outros direitos que lhes competem, as sociedades corretoras podem: a.promover ou participar de lançamentos públicos de ações; b.administrar e custodiar carteiras de títulos e valores mobiliários; c.organizar e administrar fundos e clubes de investimentos; d.efetuar operações de intermediação de títulos e valores mobiliários, por conta própria e de terceiros; e.efetuar operações de compra e venda de metais preciosos, por conta própria e de terceiros; f.operar em bolsas de mercadorias e futuros, por conta própria e de terceiros; g.operar, como intermediadora, na compra e venda de moedas estrangeiras, por conta e ordem de terceiros (operações de câmbio); h.prestar serviços de assessoria técnica em operações inerentes ao mercado financeiro. As sociedades distribuidoras são também instituições intermediadoras de títulos e valores mobiliários, cujos objetivos básicos se assemelham bastante aos das corretoras. Entre as operações típicas dessas instituições, destacam-se: a.aplicações por conta própria ou de terceiros (intermediação) em títulos e valores mobiliários de renda fixa e variável; b.operações no mercado aberto; c.participação em lançamentos públicos de ações; d.administração de carteiras e custódias de títulos e valores mobiliários; e.administração de fundos e clubes de investimento; f.intermediação no mercado de câmbio e em bolsas de mercadorias. Os agentes autônomos de investimentos são pessoas físicas credenciadas pelas instituições financeiras intermediadoras (corretoras, distribuidoras, bancos e financeiras) para atuarem na colocação de títulos e valores mobiliários e outros serviços financeiros no mercado, operando em troca do recebimento de uma comissão. Esses profissionais, da mesma forma que as instituições financeiras, são fiscalizados pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários. Clube de Investimento Formado por investidores (pessoas físicas) que têm por objetivo constituir uma carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, mediante a aplicação de recursos financeiros próprios. A constituição do clube é processada mediante aprovação e assinatura, por seus membros, do estatuto social, o qual regulará sua conduta e procedimentos de atuação. O estatuto social do clube de investimento deve dispor, entre outros, dos seguintes assuntos: política de investimento a ser adotada, cálculo da quota a que cada membro tem direito, prazo de duração do clube, forma de resgate das quotas. O principal órgão deliberativo do clube de investimento é a assembleia geral, prevista em seu estatuto social e constituída por todos os seus membros. O objetivo da criação do clube de investimento para o mercado financeiro é o de dinamizar os investimentos em ações, ampliando a participação dos investidores em bolsas de valores. Instituições especializadas, como sociedades distribuidoras e bancos de investimento, são geralmente solicitadas a assessorar a administração da carteira de títulos dos clubes. Todas as operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários são registradas sempre em nome do clube de investimento, devendo ser custodiadas em instituição autorizada a prestar esse tipo de serviço. A participação dos membros do clube é efetuada por meio de quotas do mesmo valor, livremente arbitradas por sua administração e emitidas de forma escritural. Cada quota corresponde a um voto nas assembleias gerais, e atualmente nenhum membro pode deter mais de 40% das quotas disponíveis. A todo membro do clube de investimento é assegurado o direito de transferir suas quotas para outros investidores, bem como se retirar do clube, mediante o resgate das quotas por seu valor patrimonial. Todos os resultados financeiros auferidos em operações com títulos, como lucros nas vendas, dividendos recebidos etc., devem ser obrigatoriamente reinvestidos. O lucro do membro do clube realiza-se somente com o resgate parcial ou total de suas quotas. A carteira do clube é constituída privilegiadamente por ações ou debêntures conversíveis em ações, de emissão de companhias de capital aberto e negociadas em bolsas de valores. Em caráter eventual e temporário, os recursos do clube de investimento podem ser aplicados em outros títulos de renda fixa. Instituições não financeiras As sociedades de fomento comercial (factoring) são empresas comerciais (não financeiras) que operam por meio de aquisições de duplicatas, cheques etc. de forma similar a uma operação de desconto bancário. A diferença fundamental é que o risco do título negociado passa a ser de exclusiva competência da empresa de factoring, eximindo a empresa-cliente das responsabilidades de recebimento. Para isso, cobram juros, repassando à empresa-cliente os resultados líquidos no ato da operação. O factoring não é considerado uma operação financeira de crédito, e sim uma transferência (cessão) plena dos créditos da empresa produtora para o factor, isto é, uma aquisição definitiva dos valores recebíveis, inclusive do risco inerente ao pagamento desses valores. As empresas de factoring têm como fonte de recursos principalmente os fundos próprios e empréstimos bancários.