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Autocontrole e Ajustamento Parte II

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Prefeitura Municipal de Americana 
Secretaria Municipal de Educação 
Educação Especial - Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
 
1 
 
 
Autocontrole e 
Ajustamento 
 
Parte 2 
 
 
Autoras: 
Fátima Cristina Lima de Paulo 
Giuseppina Antonia Sandroni 
 
Americana 
2020
Prefeitura Municipal de Americana 
Secretaria Municipal de Educação 
Educação Especial - Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
 
 
1 
Introdução 
Na primeira parte do nosso texto demos início aos nossos estudos sobre as Habilidades Sociais 
de Autocontrole e Ajustamento. Vimos que este conjunto de habilidades sociais diz respeito 
a capacidade de controlar o humor (sentimentos), seguir regras, respeitar limites e 
comportar-se de acordo com o esperado em situação de interação social. Pontuamos também 
sobre o desenvolvimento destas habilidades na infância e sobre a importância da mediação 
do adulto na construção da moralidade infantil. Moralidade esta que será reguladora dos 
nossos comportamentos na vida adulta. Na segunda parte do nosso texto vamos tratar de 
algumas particularidades no processo de desenvolvimento das habilidades sociais de 
autocontrole ajustamento, ou seja, quando a criança, em decorrência de transtornos ou 
síndromes, necessita de mediações pontuais e de estratégias diferenciadas para conseguir 
regular seu comportamento de acordo com o que é esperado socialmente. Vamos falar então 
dos comportamentos rígidos e estereotipados e suas implicações. 
Os temas abordados durante o texto estão aqui elencados e a para facilitar a localização, 
basta clicar no título: 
* Comportamentos rígidos e estereotipados 
* Crises e Birras 
* Excitação motora 
* Hiperresponsividade tátil ou hipersensibilidade ao toque 
* Comportamento autolesivo 
* Distúrbio alimentar 
* Ecolalia 
* Comportamentos sexuais não esperados 
* Desafios da pandemia 
Prefeitura Municipal de Americana 
Secretaria Municipal de Educação 
Educação Especial - Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
 
 
2 
{Comportamentos rígidos e estereotipados} 
Um comportamento rígido e estereotipado é um comportamento motor, 
verbal ou emocional exagerado ou muito aumentado que destoa do que é 
observado e esperado para uma determinada idade. Tem características 
repetitivas, ritualísticas, compulsivas e, em algumas vezes, obsessivas. Estes 
sinais comportamentais podem aparecer de forma isolada ou combinada, 
em maior ou menor intensidade; podendo estar presentes no momento da 
comunicação, do processamento sensorial, da socialização e interação, nas brincadeiras e em 
ambientes de aprendizagem. Os comportamentos exagerados e repetitivos podem levar a 
ausência ou diminuição de um repertório comportamental mais funcional e social, 
dificultando a interação e adaptação ao meio social. São exemplos de comportamentos 
rígidos e estereotipados na infância as seguintes condições: 
● Ações atípicas repetitivas: alinhar/empilhar brinquedos de forma rígida; insistência 
em seguir rotinas com todos seus detalhes; manipular objetos repetidamente; 
tendência a rotina ritualizada e rígidas; focar atenção exagerada a certos detalhes de 
um brinquedo; demonstrar obsessão por determinados objetos em movimento 
(ventiladores, máquina de lavar); 
● Movimentos corporais: balançar-se para frente e para trás; girar coisas; andar de 
forma desajeitada; acenar e/ou balançar os braços (flapping); girar sobre o próprio 
eixo; cheirar o próprio corpo, do outro ou objetos; correr sem função ou objetivo 
claro; andar nas pontas dos pés; movimentar dedos e mãos na frente dos olhos; 
brincar com as próprias mãos, entre outros; 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Americana 
Secretaria Municipal de Educação 
Educação Especial - Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
 
 
3 
● Comportamento autolesivo: morder as mãos, braços, bater cabeça ou partes do 
corpo na parede, beliscar-se, entre outros; 
● Distúrbio alimentar (seletividade e compulsão): aversão a 
determinados alimentos e preferência a comer apenas 
alguns alimentos; repulsa por odores, texturas e 
consistência dos alimentos; reações exageradas a alguns 
sabores, aromas, comidas, chegando à náuseas; 
preferência por cores específicas na sua alimentação; 
tendência a comer coisas não convencionais (tinta, 
borracha, EVA,..); tendência a lamber objetos; dificuldades em sentir-se saciado. 
● Reações adversas associadas ao olfato e audição: tendência a não perceber ou 
incomodar-se com cheiros fortes no ambiente; tendência em cheirar tudo; tendência 
a incomodar-se com estímulo luminoso ou sonoro, podendo tapar os olhos e as 
orelhas; apresentar baixo limiar de dor e sensibilidade ao toque; 
● Alterações no humor: Mudança repentina de humor; apresentar episódios de birra e 
crises; apresentar choro ou riso compulsivo; 
● Estereotipia verbal: repetir frases, palavras, 
trechos de músicas ou filmes fora do contexto 
considerado adequado (ecolalia); responder a 
um questionamento reproduzindo a fala de 
quem fez a pergunta (ecolalia); gritar ou emitir 
sons repetidamente sem motivo reconhecido, 
entre outros; 
Comumente, os comportamentos rígidos e estereotipados estão associados ao transtorno 
do espectro autista, porém é importante ressaltar que estes movimentos não são 
característicos apenas das pessoas com autismo. Mesmo que por razões diferentes, eles 
podem se manifestar também em pessoas com outros distúrbios ou deficiências, como 
por exemplo, no transtorno obsessivo compulsivo, na esquizofrenia, na síndrome de 
Tourette, na deficiência intelectual, na cegueira, entre outros. 
Prefeitura Municipal de Americana 
Secretaria Municipal de Educação 
Educação Especial - Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
 
 
4 
Até mesmo as pessoas que não tem um diagnóstico médico ou clínico podem apresentar 
ações repetitivas, como roer unhas ou balançar as pernas. A única diferença é que estas 
pessoas costumam ter um maior controle sobre estes comportamentos, causando pouco ou 
nenhum impactando na sua funcionalidade social. 
 
 
 
 
Tudo isso acontece por conta da nossa percepção sensorial, ou seja, pelo modo como 
interpretamos os estímulos vindo do ambiente por meio dos órgãos sentido (tato, paladar, 
olfato, audição e visão). Já é do nosso conhecimento que interpretamos o mundo e 
aprendemos através das sensações, mas a interpretação das sensações não acontece de 
forma igual para todos. 
Por que os comportamentos rígidos e estereotipados 
ocorrem? 
 
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Educação Especial - Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
 
 
5 
Se você é do tipo que não suporta o som de unhas 
ou giz raspando na lousa, ou a sensação de uma 
etiqueta roçando o pescoço, ou ainda ouvir ou ver 
uma cena de ferimento, provavelmente deve estar 
sentindo um arrepio agora só de pensar neles. Isso 
ocorre porque cada pessoa interpreta os estímulos 
de forma única - alguns podem nos causar verdadeira aflição ou sensações desconfortáveis; 
outros provocam sensações agradáveis ou neutras. Isso explica porque preferimos 
determinados sabores; gostamos mais de um alimento do que de outro; optamos por uma 
determinada cor; escolhemos um perfume e rejeitemos outros; ou ainda preferimos ouvir 
música alta ou baixa. A verdade é que nossas escolhas e preferências estão diretamente 
associadas ao modo como nosso organismo interpreta os estímulos vindos do meio, ou seja, 
preferimos algo porque nos causa prazer e rejeitamos aquilo que nos causa aversão. 
É mais ou menos isso que acontece com algumas crianças que apresentam alterações 
orgânicas, só que de forma exagerada. As alterações orgânicas afetam a recepção e a 
interpretação de estímulos 
sensoriais pelos os órgão do sentido 
(tato, paladar, olfato, visão e 
audição). Com isso, estes estímulos 
podem afetar o organismo da 
criança de forma exagerada ou 
diminuída, istoé, gerando muito 
prazer ou extrema aversão. Desta forma, um estímulo que, para as pessoas que não possuem 
tal alteração sensorial, gera uma sensação levemente prazerosa ou quase neutra, para uma 
outra criança pode gerar uma sensação muito prazerosa e, assim, extremamente reforçadora, 
fazendo-a buscar esta estimulação repetidas vezes, por exemplo, olhar objetos rodando (uma 
estereotipia bastante comum). Em outros casos, um estímulo que para nós é prazeroso ou 
neutro, pode ser extremamente aversivo, como por exemplo, alguns sons comuns do dia a 
dia, mas que podem gerar extrema irritação. 
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6 
Nesse sentido as estereotipias costumam acontecer em situações que a criança se sente 
bombardeada por estímulos. As ações repetitivas, por vez, podem tanto gerar um prazer ou 
ainda ajudar a criança a se reorganizar internamente e processar tudo o que está sentindo, 
ou seja, é usada como um recurso para tentar neutralizar uma sensação ruim vinda do 
ambiente, por exemplo: a criança percebe um ruído no ambiente extremamente aversivo 
para ela e, automaticamente, começa a cantar, de forma compulsiva, o refrão de uma música 
ou a balançar o corpo na tentativa de tirar o foco e substituir o estímulo aversivo por outro. 
Para as crianças com alterações sensoriais um ambiente carregado de informações (ruídos, 
cores, luzes, sons, cheiros...) pode ser tão estressante a ponto de causar pânico e, 
consequentemente, uma crise emocional. Isso porque as informações captadas pelos órgãos 
do sentido chegam muito rapidamente, de forma exagerada ou distorcida, fazendo com que 
estas crianças tenham dificuldades de processá-las, interpretá-las e organizá-las 
cognitivamente. Algumas podem chorar, xingar, gritar, jogar coisas, bater em si mesmas ou 
nos outros, fugir das pessoas ou até morder. Quando uma criança apresenta um 
comportamento de crise, provavelmente, está buscando o equilíbrio e a estabilização das 
suas emoções. (link vídeo: O mundo na visão de um autista.mp4) 
 
 
 
 
 
https://drive.google.com/file/d/1g_8wxPgwJMHmd3hkw9Vwk4-gY5U7K1Wn/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1g_8wxPgwJMHmd3hkw9Vwk4-gY5U7K1Wn/view
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7 
 
 
 
Como vimos anteriormente os movimentos repetitivos chamados de estereotipias ou 
também chamados de stims podem se apresentar de diversas formas, podendo ser orais, 
visuais, motores, olfativos, vocais e auditivos. Isso ocorre porque a busca sensorial pode se 
dar através de todos os sentidos. Uma pessoa que busca estimulação motora pode gostar de 
movimentar os membros ou o tronco. Outra pode querer colocar objetos na boca ou se 
morder para se sentir estimulada na parte oral. Assim como há quem goste muito de ver luzes 
piscando, coisas brilhantes ou objetos girando, pois isso estimula a parte visual e causa muito 
prazer. Cheirar diferentes tipos de coisas, emitir sons com a boca e ouvir sempre a mesma 
música também podem ser manifestações de stims. 
Assim, as estereotipias ou stims servem para estimular os 
sentidos, como a visão, o tato, o paladar, a audição, o 
olfato, o sistema vestibular1 ou o sistema 
proprioceptivo2, de forma a provocar uma sensação 
prazerosa capaz de acalmar o sistema nervoso. 
Estes movimentos possuem a função de autorregulação, seja sensorial ou emocional e é 
através desses movimentos que a criança autista consegue, filtrar os estímulos sensoriais em 
excesso e também acalmar seu sistema nervoso. Dessa forma, é de suma importância 
respeitar a necessidade do autista de fazer esses movimentos, desde que ele(a) não se 
machuque ou que isso se torne um impedimento para seu desenvolvimento. 
 
 
 
1 conjunto de órgãos do ouvido interno dos vertebrados responsáveis pela detecção de movimentos do corpo, 
que contribui para a manutenção do equilíbrio. 
2 sistema sensorial que permite ao indivíduo perceber a localização, posição e orientação do corpo no espaço, 
reconhecer a força exercida pelos músculos e o movimento das articulações sem utilizar a visão. 
A importância dos movimentos repetitivos para a 
criança autista 
 
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Como vimos acima é muito importante acolher as particularidades das crianças com 
alterações sensoriais e compreender que, em muitas situações, as estereotipias ajudam a 
acalmar, a concentrar e a aliviar a ansiedade destas, portanto nossa mediação ou intervenção 
nunca poderá ser com o propósito de eliminar esses comportamentos, mas de torná-los 
sustentáveis, ou seja, torná-los mais funcionais de modo que não sejam um impedimento 
para o desenvolvimento de habilidades. 
Se por um lado temos que acolher as particularidades destas 
crianças, por outro temos que ter o entendimento que alta 
frequência ou o excesso dos movimentos repetitivos pode fazer com 
que a criança perca oportunidades de aprendizagem e de interação 
social, uma vez, que está focada apenas nestas ações e aos seus 
estímulos internos, deixando de interagir com o ambiente; e, como 
já aprendemos, o desenvolvimento das habilidades sociais, da 
linguagem e de toda aprendizagem infantil se dá na interação da 
criança com o meio, com as pessoas e com seus os pares. 
Sendo assim, para lidar com os comportamentos rígidos e estereotipados precisamos 
observar o ambiente e compreender suas causas, e, a partir daí, buscar modificar o significado 
dessas estereotipias. Como já dissemos, nosso objetivo não é o de cessar completamente os 
movimentos repetitivos, mas sim de transformar os atos estereotipados em ações com uma 
finalidade ou função social. Para tanto, é de fundamental importância que família, clínica e 
escola desenvolvam um trabalho em parceria. Cada profissional, dentro da especificidade da 
sua área, traz informações importantes que ajudará na escolha de formas mais adequadas de 
substituição das estereotipias por estímulos mais funcionais; sendo que o(a) terapeuta 
ocupacional é o(a) profissional melhor capacitado(a) para fazer estas indicações. Abaixo 
apresentamos diversas estratégias que podem ser utilizadas para auxiliar as crianças a formar 
Como devemos agir com relação às estereotipias? Será 
que o excesso delas pode influenciar na construção de 
aprendizagens pela criança? 
 
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novas maneiras de se relacionar com o espaço e com as pessoas que a cercam, sem que isso 
seja causa de estresse e ou desequilíbrio emocional. 
O comportamento de birra é muito comum em crianças pequenas com idade entre 2 e 4 anos. 
É geralmente neste período que elas testam os limites dos pais diante da frustração de um 
não, choram, esperneiam, gritam, se jogam no chão. Tudo isso porque estão se descobrindo, 
construindo sua identidade e autonomia, e querem se impor como pessoa, mas ainda não 
aprenderam a identificar e lidar com algumas sensações e a dar respostas dentro do esperado 
socialmente. Só para lembrar, o desenvolvimento neuropsicomotor da criança é processual, 
e neste período, ela ainda não desenvolveu por completo habilidades como a da linguagem, 
da interação social, entre outras. Por isso, muitas delas não conseguem ainda lidar com as 
frustrações surgidas em sua vida e dar respostas dentro do esperado socialmente. 
Inicialmente, as birras e as crises, parecem ser iguais. Nesse sentido, é muito importante 
sabermos, nesta idade, diferenciar uma crise de uma birra e assim podemos conduzir os 
episódios (de birra ou crise) da melhor maneira. A chamada “birra” é comportamentale 
consiste numa explosão desencadeada por uma frustração. Já a crise é um colapso decorrente 
de uma sobrecarga sensorial. 
A birra é um recurso que a criança utiliza 
para chamar a atenção ou para conseguir 
alguma coisa que deseja. Costuma ocorrer 
quando algo é negado a ela; portanto, trata-
se de uma espécie de “estratégia” para que 
uma situação se reverta em favor dela. 
Chorar, se debater no chão, atirar objetos, 
gritar são alguns desses mecanismos característicos da birra. Vejamos algumas características 
que nos ajudará a reconhecê-la: 
 
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10 
* É uma atitude intencional; 
* A birra começa muito antes do choro ou de se jogar no chão. Geralmente começa 
com uma manha, um pedido que não pode ser realizado, ou por conta do sono e 
cansaço; 
* É usada como estratégia, já que a criança está querendo algo que lhe foi negado e se 
sente frustrada; ou a está com sono, cansada, mas não sabe interpretar e fazer uso 
da linguagem para comunicar estas sensações; 
* Outra característica da birra é que se a criança ganhar atenção, ela continua a repetir 
este comportamento. Ela entende que está recebendo atenção e que esta é a melhor 
resposta para solucionar seu problema. Assim é bem provável que ela repita o 
comportamento depois em outro momento para conseguir atingir o mesmo objetivo; 
* Se ignorada normalmente a birra diminui. Mas isso não significa que temos que 
ignorar o comportamento, pois é fundamental que, assim que ela se acalme, 
conversemos com a ela e mostrando outras formas de resolver o problema e que 
aquele comportamento não vai funcionar. De início pode ser que a birra aumente a 
intensidade e a criança busque outras maneiras de chamar atenção, pois vai tentar 
de diversas formas o que quer (o famoso vencer-nos pelo cansaço); 
* Ignorar um comportamento de birra não significa abandonar a criança sozinha. 
Precisamos estar atentos e zelar por sua segurança; 
* Se tivermos dificuldades para diferenciar um comportamento de birra de uma 
situação de crise, basta, momentaneamente, atender a solicitação da criança e 
verificar seu comportamento; caso cesse de imediato ficará caracterizado a birra, 
visto que essa situação é decorrente de uma frustração; 
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11 
A crise, também conhecida como “colapso”, costuma ocorrer quando a criança é exposta a 
estímulos sensoriais com os quais ela não consegue lidar. Pode ser desde um ruído, luzes, 
vozes ou mesmo uma 
mudança na rotina a qual 
ela esteja habituada. A crise 
está associada a tentativa 
desencadeada pelo próprio 
organismo da criança como 
forma de restabelecer o 
equilíbrio e estabilizar as 
emoções. As crises também podem acontecer associadas a outras condições, como por 
exemplo, quando a criança ainda não consegue fazer uso da linguagem para se comunicar; a 
frustração de não conseguir se comunicar pode provocar raiva ou um colapso. As mudanças 
na rotina das crianças autistas também são um dos fatores que podem desencadear crises, 
uma vez, que as mudanças repentinas podem criar pânico, estresse e colapsos. Algumas 
características das crises: 
* Não é intencional ou realizada como uma estratégia para chamar a atenção; 
* Ela é uma resposta de que a criança chegou no seu limite, ou seja, a criança está 
expressando que algo está incomodando-a e causando sofrimento, não quer dizer que 
ele chamar a atenção ou deseja algo, diferente 
das birras. Vale pontuar aqui que uma criança 
autista ou com alguma alteração sensorial não 
pode controlar seus colapsos, por isso não deve 
ser punida por esse comportamento. A punição 
ou castigo pode fazer com que isso piore a 
situação e eles sintam vergonha, ansiedade, 
medo e ressentimento; 
* Geralmente a crise ocorre devido ao excesso de um ou vários estímulos sensoriais; 
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12 
* Os sinais antes da crise podem incluir balançar o corpo, ansiedade, pedir para sair 
daquele local, querer sair correndo do lugar, falta de ar, insegurança, sudorese, entre 
outros; 
* Comumente, a crise apresenta-se associada às estereotipias (tapar os ouvidos, 
movimento das mãos, balanceio do corpo, estereotipia vocal...). Neste caso, a 
estereotipia é usada, inconscientemente, como um mecanismo de defesa para aliviar 
a tensão e autorregular o equilíbrio emocional; 
* Nem todas as crises são parecidas. Há uma variedade de comportamentos que pode 
ocorrer. como já pontuado, podem chorar, xingar, gritar, jogar coisas, bater em si 
mesmos ou nos outros, fugir das pessoas, morder, entre outros; 
* As crises podem durar de minutos a horas. Diferentemente das birras que 
desaparecem lentamente o desenvolvimento da criança, as crises podem nunca 
desaparecer. 
* Ao contrário da birra, a crise tende a cessar após o reequilíbrio emocional. 
 
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Dicas para lidar com as crises: 
u Primeiramente é importante que a família, a escola ou cuidadores saibam reconhecer os 
gatilhos das crises, ou seja, o que provoca as crises, e assim evitar um novo episódio. Se for 
possível, devemos conversar com a criança para compreender o que ela sente para, então, 
encontrarmos juntos uma solução (família, escola e equipe clínica). A criança precisa se sentir 
acolhida, reconfortada e estar em um ambiente tranquilo. 
u Tanto em casa como na escola, vale também anotar cada vez que a criança tem uma crise 
para ajudar a entender as razões daquele comportamento. É importante perceber o que a 
incomodou e quais são os sinais de estresse que ela deu. Depois fica mais fácil para 
compartilhar nossas percepções e juntos pensarmos em estratégias para prever as crises e 
evitá-las, fazendo mudanças no ambiente de modo a inibir estímulos aversivos (ruidos altos, 
luzes, temperaturas elevadas). 
u É importante também buscar outros recursos e estratégias quando não é possível 
fazermos mudanças significativas no ambiente, por exemplo, usar uma abafador de ruídos; 
antever os sinais de crise e retirar a criança do ambiente, levando-a para um ambiente com 
menos estímulo; desviar o foco da criança, ofertando algo que ela goste de manipular ou 
brincar, entre outros. Nesse sentido é de fundamental importância que família e escola 
estejam juntas nesse processo. 
u Respeite as sensibilidades da criança. Por exemplo, se a 
criança tem sensibilidade ao toque não podemos tentar acalmá-
la fazendo movimentos leves em seus braços, isso possivelmente 
vai agravar a crise. Por isso é tão importante conhecer as 
sensibilidades e as características da criança e levar isso em 
consideração ao agir; 
 
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14 
u Para algumas crianças uma pequena mudança na 
rotina pode desencadear crises. Para estas, é importante 
ter uma rotina e horários definidos para que se sinta 
segura e no controle de seu ambiente. Orienta-se ainda 
ter quadros com imagens representando a rotina a ser 
seguida no dia, isso diminui a ansiedade e prepara criança 
emocionalmente para atividades diferenciadas. É 
importante também antecipar junto a criança 
acontecimentos que fogem da rotina habitual: um 
passeio, uma consulta médica, mudança de escola, viagem, entre outros; 
u Também é importante garantir a segurança da criança durante a crise. Pois ela poderá se 
machucar ou machucar as pessoas que estão próximas de forma involuntária. Por isso, é 
necessário ter uma estratégiapara esses momentos e não entrar em desespero, perder a 
calma ou gritar, pois isso pode piorar a situação. 
 
 
 
A excitação motora diz respeito aos comportamentos agitados que algumas crianças 
apresentam de forma exagerada e que dificultam focar a atenção e engajar-se numa situação 
de aprendizagem com começo, meio e fim. A criança comumente abandona a atividade antes 
da sua conclusão, pois é incapaz de permanecer sentada por um determinado tempo. São 
características de comportamentos de excitação motora: 
✓ Ficar se contorcendo ou demonstrar extremo agitamento; 
✓ Não conseguir ficar sentada mesmo que por um curto espaço de tempo; 
✓ Demonstra tempo de atenção muito reduzido quando comparado com o 
esperado para sua idade; 
 
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✓ Andar ou correr por todo o espaço em que está; 
✓ Andar em círculos; 
✓ Distúrbios do sono; 
✓ Ser impulsiva e não atentar-se ao perigo. 
Nestes casos é primordial acolhermos a necessidade da criança de se movimentar para 
aliviar a sobrecarga emocional e buscarmos, ao mesmo tempo, estratégias para 
organizar o movimento e aumentar o foco de atenção, pois para construção de 
aprendizagens, principalmente as escolares, a atenção e capacidade de engajar-se em 
situações de aprendizagem são essenciais. É preciso respeitar a necessidade de estar um 
momento sozinho(a), de caminhar ou dar saltos ou simplesmente perambular para se 
acalmar. 
Na escola ou em casa uma boa estratégia é observar o tempo de tolerância da criança; 
em função disso organizar uma rotina com imagens (fotos) das atividades do dia, 
inserindo atividades compensatória (correr, pular...) entre uma atividade e outra. É 
importante que a criança entenda que ela sairá somente quando concluir a atividade 
anterior. 
Também podemos nos valer de alguns recursos que funcionam favorecendo o estímulo 
proprioceptivo, contribuindo assim para organizar o comportamento, a manutenção do 
foco e nível de atenção: 
* LAP PAD (manta ponderada) - manta ponderada é um produto terapêutico que causa 
sensação de toque profundo que distribui suavemente o peso nas pernas ou nas 
costas durante atividades que são feitas sentadas , o produto ajuda a relaxar o sistema 
nervoso aumentando os níveis de serotonina e melatonina enquanto diminui o nível 
de cortisol. De forma simplificada é uma manta que fornece uma sensação 
confortante durante as atividades, ajudando a ter maior concentração, reduzindo a 
ansiedade e o estresse, diminuindo a inquietação e a irritabilidade. 
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* Colete com material de neoprene: favorece um estímulo proprioceptivo e tátil 
contínuo sobre o tronco da criança, organizando assim o comportamento e 
colaborando para manutenção do foco, tempo de atenção e tranquilidade. 
 
* Bolas de pilates: em casa também poderá ser usado as bolas de pilates ou bola suíça. 
a ideia aqui é que elas funcionem como bancos enquanto são realizadas atividades. as 
bolas tem como função deixar o balancear da criança mais livre, compensando a 
necessidade de se movimentar constantemente. 
 
* Tenha sempre materiais sensoriais para a criança manipular (bolas de diferentes 
texturas, esponjas, buchas vegetais, brinquedos de borracha...) 
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* Ambiente favorável para o sono: para as crianças com insónias, além das orientações 
médicas, a dica é criar um ambiente favorável para o sono. Ao menos uma hora antes 
da hora de ir pra cama é importante ir diminuindo o ritmo de atividades da criança 
para começar a prepará-la para o repouso. também pode ser usada uma luz azul 
(calmante), aromaterapia com essenciais que auxiliam no relaxamento e 
tranquilidade, uma musiquinha baixinha, instrumental. Também pode ser usado 
cobertores ponderados ou lençóis de lycra para crianças que tenham a indicação feita 
pelo(a) terapeuta ocupacional. 
 
 
 
 
 
https://drive.google.com/file/d/1NQp_kOQ9tG_aL_507k-AidGrjo7BYvsU/view?usp=sharing
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Dizemos que uma criança tem 
hiperresponsividade tátil (defensiva 
tátil) quando estas são sensíveis às 
sensações do toque e podem ser 
facilmente temerosas por experiências 
e atividades diárias comuns. A 
hipersensibilidade sensorial pode 
impedir que a criança brinque e tenha interações que favoreçam o aprendizado e as 
interações sociais, pois evitam tocar, ficam com medo ou incomodadas com: materiais / itens 
texturizados, coisas "bagunçadas”, brinquedos vibrantes, abraço/um beijo, certas texturas de 
roupas/lençóis ásperos ou acidentados/costuras nas meias, etiquetas em camisas, leve toque, 
rosto ou mão sujos, pés descalços tocando a grama ou a areia, entre outros. 
Muitas crianças com hipersensibilidade tátil só usam as pontas dos dedos (se tocam certas 
coisas) quando brincam com areia, cola, tinta, brincadeira, comida, glitter etc. 
Consequentemente, a brincadeira fica limitada e a capacidade de se envolver em experiências 
de aprendizagem também se limita. Não é incomum que uma criança com defensividade tátil 
se torne, em alguns momentos, agressiva com outras crianças se for tocada ou esbarrada. 
Uma criança com hipersensibilidade tátil nunca deve ser forçada a tocar em qualquer coisa 
que não queira, pois isso causará maior apreensão e, consequentemente, traumas. 
O objetivo aqui é introduzir experiências táteis lenta e gradualmente à medida que a criança 
estiver pronta para experimentá-las, para que essa reação defensiva ou aversiva seja 
amenizada. Cabe a nós encorajar, explicar, entender e se comunicar com a criança enquanto 
tentamos introduzir sensações de toque para ela de uma maneira segura e não ameaçadora. 
Orienta-se ainda procurar um especialista, de preferência um(a) terapeuta ocupacional, que 
 
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possa ajudar e assim favorecer o desenvolvimento saudável e com experiências agradáveis 
que levem a minimizar tais aversões. 
Sugestões para experiências táteis e acomodações sensoriais que podem ser feitas no dia a 
dia: 
✓ Massinhas de modelar; 
✓ Espalhar glitter usando a ponta do dedo; 
✓ Espuma de barbear; 
✓ Encontrar objetos enterrados em feijão ou arroz (não cozidos) 
✓ Pintura a dedo com tintas 
✓ Utilizar várias esponjas, panos e buchas no banho 
✓ Loção para massagem nas extremidades 
✓ Usar coletes proprioceptivos 
✓ Meias sem costura 
✓ Brinquedos vibradores e(ou) massageadores ... (se a criança tem medo, deixe-a 
controlar o ligar/desligar, deixe-a massagear você ou um bicho de pelúcia primeiro); 
✓ Recipientes com areia e água, brinquedos de areia da praia. 
 
 
 
O mais importante é respeitar o tempo a criança e introduzir novas sensações em doses 
pequenas e, gradualmente, conforme as respostas da criança, ir aumentando o tempo e 
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diversificando materiais, consistências e texturas. Outra dica importante é nunca deixar de 
tentar em função da aversão da criança, pois isso a tornará cada vez mais restritiva. 
 
 
 
Chamamos de comportamento autolesivo agressões físicas realizadas 
pela criança e direcionadas a ela própria (machucar a si próprio). Ela 
pode emitir comportamentos como: morder, bater a cabeça, se jogar no 
chão, se arranhar etc. Essas respostas podem ser emitidaspara 
conseguir ter atenção, receber um item, fazer uma atividade. O 
comportamento autolesivo pode ocorrer tanto relacionado a uma 
experiência sensorial prazerosa como também como fuga de situações 
aversivas. 
No caso dos comportamentos autolesivos é muito importante que estejamos 
atentos para impedir que a criança se machuque ou machuque outras 
pessoas. Assim como nas crises, é fundamental fazermos uma análise de 
quando esse comportamento ocorre e nos anteciparmos ao comportamento 
impedindo que ele chegue acontecer. 
Uma vez reconhecido o momento ou situação que o comportamento autolesivo ocorre, uma 
possível estratégia é direcionar a criança para uma atividade lúdica ou oferecer a ela algo que 
goste de brincar pouco antes das situações onde ela normalmente apresenta esse 
comportamento. Essa estratégia visa desviar o foco da criança, buscando reforçar um 
comportamento mais adequado. 
Algumas crianças apresentam comportamento autolesivo quando se 
sentem desmotivadas ou entediadas, sendo importante, nestes 
momentos, ocupar e dar função as suas mãos, ou seja, pedir que faça ou 
leve algo, oferecer um brinquedo ou uma atividade atrativa a fim de 
motivá-la e tirar o foco da estereotipia. 
 
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21 
A autolesão pode ocorrer também em crianças que percebem e interpretam alguns sons do 
ambiente (como um bebê chorando ou um aspirador de pó...), como dor. Nestes casos, 
estimular uma área do corpo, machucando-se, pode reduzir ou atenuar a dor localizada em 
outra área do corpo. Portanto é preciso observar se a criança apresenta sinais de doença ou 
parecer estar com dores nos dias em que ela exibe autolesão e tratar a causa. 
A autolesão também pode ser resultado de uma 
frustração causada pela dificuldade de comunicar-se, ou 
seja, de compreender o que está sendo solicitado e de 
se fazer entender naquilo que ela quer ou precisa, então 
isso pode levar à frustração e provocar à autolesão. 
Portanto observe se o comportamento ocorre quando 
alguém diz algo a ela ou quando ela tenta se comunicar. 
Nesta situação, não devemos dar nada para a criança 
durante ou após um episódio de autolesão. É importante manter-se inflexível na decisão, 
porque o comportamento tende a continuar caso ela consiga o que deseja, pois entenderá 
que alcançou seu propósito com esta ação. Ensine a criança a pedir o que deseja; pode ser 
usado imagens para permitir que se faça pedidos para conseguir o que deseja. 
Também é muito importante reforçar positivamente os comportamentos que julgamos 
adequados (elogios, recompensas, gestos de aprovação...) e, na medida do possível, não 
chamar atenção para o comportamento que queremos inibir. 
Em caso de comportamentos autolesivos muito 
graves, muitas vezes é necessário usar estratégias 
físicas para impedir que o comportamento 
aconteça, tal como colocar luvas quando a criança 
morde a mão ou se arranha, ou colocar um capacete 
na criança que bate a cabeça na parede. Estas 
estratégias diminui a sensibilidade da região protegida, inibindo ou minimizando a ação da 
criança. Porém estas medidas são apenas para diminuir o efeito danoso do comportamento, 
sendo importante o acompanhamento com um(a) terapeuta ocupacional para substituí-los 
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por outros comportamentos mais adequados com a função de reduzir a ansiedade e o 
estresse, mas que não cause ferimentos. 
Quando buscamos inibir um comportamento autolesivo, devemos sempre reforçar respostas 
alternativas mais estimulantes e atrativas que a estereotipia. Existem vários materiais e 
objetos para auxiliar nas necessidades sensoriais das crianças e promover o estímulo com o 
conforto necessário para aliviar o estresse, tais como: luvas sensoriais, mordedor sensorial, 
entre outros. 
 
Cabe pontuar que o(a) terapeuta ocupacional é o(a) profissional treinado para encontrar as 
formas mais adequadas de substituição das estereotipias. 
 
 
 
 
O Disturbio alimentar pode ser caracterizado 
por seletividade e compulsão alimentar. A 
seletividade é um distúrbio de alimentação 
que pode ter associação com histórico médico, 
atraso na motricidade oral, distúrbios 
sensoriais, que ocasionam um paladar mais 
restrito. 
Na compulsão alimentar a criança sente a necessidade de comer, mesmo quando não está 
com fome e não deixa de se alimentar mesmo quando está satisfeita. Em algumas síndromes, 
 
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a criança pode não sentir saciedade após se alimentar o 
que a faz procurar constantemente por comida. Pessoas 
com compulsão alimentar podem comer e/ou beber 
grandes quantidades de alimentos em pouco tempo. 
Comer é um ato que requer muitos sensores, portanto, 
qualquer alteração na rotina ou qualquer alteração no 
processamento sensorial: cheiros, cores, visual, texturas, 
pedaços grandes, temperatura, podem prejudicar a 
alimentação. 
Dicas: 
* Encoraje a criança a alimentar-se, coma na frente dela aquilo que você gostaria que 
ela comesse; 
* Nunca force a criança a comer por imposição, gritos ou atitudes semelhantes; tais 
atitudes poderão contribuir para que ela associe o ato de alimentar-se com uma 
sensação desconfortável, criando aversão; 
* Para estimular a alimentação, caso rejeite determinado alimento, de início apenas 
insira a criança no contexto junto a família no momento da refeição; depois coloque 
o prato próximo; quando já tiver desenvolvido a tolerância de ver aquilo no prato, 
poderá incentivá-la a tocar; num outro momento encostar no lábio, depois na língua, 
logo após um pequeno pedaço, e assim por diante; 
* Nunca deixe de oferecer ou colocar no prato o alimento que rejeita ou que começou 
a rejeitar; isso dificultará que volte a comer, tornando-a ainda mais seletiva; 
* Nunca ofereça a sobremesa como recompensa; isso fará com que a evidência recaia 
sobre sobremesa e não na alimentação. Siga a sequência sem alardes, estimulando-
o(a) a concluir cada etapa com naturalidade; 
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* Em casa, poderá ser trabalhado receitas específicas, onde a criança possa ajudar no 
preparo; exemplo - caso você queira ampliar o repertório alimentar de frutas, poderá 
preparar uma salada de frutas, explorando, aromas, texturas, cheiros e formas; 
* Dê a criança a ilusão do controle: por meio de imagem de duas opções de comida, 
estimule-a a optar pelo que deseja comer; 
* No momento das refeições crie um ambiente favorável, por exemplo, reduza os 
estímulos sensoriais, luminosos, visuais e/ou sonoros que julgar desfavorável; 
* Diversifique os alimentos, mantendo uma rotatividade de marca, de formato, cores e 
sabores. Exemplo: oferecer sempre a mesma bolacha e/ou biscoito poderá caminhar 
para uma seletividade de difícil retorno. 
Para as crianças com compulsão segue algumas dicas que podem auxiliar no controle 
alimentar: 
* Não deixar acesso livre aos alimentos pois essa disponibilidade poderá deixar a criança 
ansiosa e sem atenção para outras atividades; 
* A comida poderá ser oferecida sempre em 
horários fixos e em porções menores, assim caso a 
criança peça repetição, poderá repetir pois não 
comeu a porção completa da primeira vez; 
* Escolha para os lanches opções menos calóricas 
como frutas e/ou alimentos com menos açúcar e 
gordura. Esta também é uma forma de promover 
hábitos alimentares positivos. 
 
 
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25 
 
 
A ecolalia pode ser definida como um distúrbio caracterizado pela repetição daquilo que a 
própria criança acabou de dizer ou pelo o que seu interlocutor falou há pouco tempo. Elas 
podem ser de três tipos: 
➔ Ecolalia imediata: quando as repetições ocorrem pouco tempo ou imediatamente 
após a fala de outra pessoa 
➔ Ecolalia tardia: podem acontecer após um tempo significativamente maior de sua 
produção. 
➔ Ecolalia mitigada: caracteriza-se por situação em que podem ser feitas modificações 
da emissão ecoada, seja imediata ou tardia, para fins comunicativos. 
A ecolalia pode representar uma 
forma de comunicação ou de manter 
contato social. Ela pode ocorrer 
quando a linguagem está além de 
suas competências ou ainda como um 
mecanismo de autoestimulação 
como compensação a situações 
estressantes. Esses dados nos 
alertam para o fato de que a ecolalia 
pode vir acompanhada de intenção comunicativa ou não, dependendo do contexto em que 
ocorre. Cabe colocar aqui que a ecolalia faz parte do desenvolvimento da linguagem de 
qualquer criança. Em algumas crianças, o período de ecolalia pode se estender por um tempo 
maior, muitas vezes devido aos transtornos sensoriais, ou seja, de integração dos sentidos, 
alterando sua percepção de si mesmo e do mundo. 
 
 
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A fala ecolálica, parece estar ligada a falhas na linguagem em seu nível semântico (significado 
das palavras) e pragmático (uso para comunicação), ou seja, a criança compreende que 
socialmente ela precisa da “fala” e essa “fala” possui inclusive melodia, acento, entoação, 
porém, em nível linguístico, não existe um símbolo próprio armazenado para expressar seus 
sentimentos, desejos e necessidades. E aí se apropriam da fala de outra pessoa de forma 
imediata – quando ela repete exatamente o que o outro diz de forma automática, ou então 
de forma tardia – a exemplo: quando a criança repete a fala de um desenho favorito 
exatamente em interação contextualizada ou não, lembrando que muitas vezes para nós a 
fala não possui significado e contexto, mas para a criança faz todo o sentido por algum detalhe 
no desenho que ela associou no momento em que ela reproduziu; portanto é a partir da 
ecolalia que se alcança falas mais criativas, inibir a ecolalia é inibir fala.” Nesse sentido é 
preciso aceitar, compreender o fenômeno, contextualizar é inserir a criança no contexto 
comunicativo. 
 
Dicas: 
Q Brincadeiras de faz de conta e imitação de cenas vivenciadas, sempre será um excelente 
caminho para ajudar à criança na apropriação de sua fala. Demonstrar para a criança como a 
linguagem em interação deveria ser, ajudará ela no armazenamento de imagens mentais 
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associadas a símbolos (palavras). Lembrando sempre que a memória afetiva positiva será um 
facilitador no processo de aprendizagem; 
Q Estimular o pensamento crítico por meio do estranhamento em relação ao que a criança 
está repetindo de forma automática e mecânica. Por exemplo: a criança quer subir no 
escorregador, e então você pergunta: “- Você quer ir no escorregador?” A criança ecolálica 
responde: “- Escorregador! ”, nesse caso você está apenas alimentando uma fala ecolálica; 
uma forma de trazer o pensamento crítico é usar duas opções de resposta e não respostas 
fechadas, por exemplo: Você sabe que a criança que ir no escorregador, mas você pergunta: 
“- Você quer ir no escorregador ou no balanço? ” Uma criança ecolálica vai repetir a última 
palavra, até por questões de memória de trabalho – “balanço”, e então você direcione-a para 
o balanço conforme ela respondeu e diz: “- Ah, você quer ir no balanço”, quando a criança 
reagir de uma forma insatisfeita, você dá o modelo novamente: “-Você quer ir no 
escorregador ou no balanço?” E repete a ação algumas vezes, podendo inclusive ter uma 
terceira pessoa na interação onde você faz a mesma pergunta para que a criança perceba 
visualmente a ideia de uma pessoa indo ao balanço e/ou no escorregador, fazendo escolhas 
e cada palavra referindo à uma opção; 
Q Nos momentos em que a criança emitir palavras ou sons que parecem não fazer parte do 
contexto da conversa, imediatamente, atribua significado ao que foi dito por ele(a), 
reconduzindo sua fala/comportamento de modo a dar significado dentro do diálogo ou 
contexto; 
Q Induza a criança a dar a resposta correta. Elas podem usar a ecolalia quando não sabem 
como responder ou como transformar seus pensamentos em palavras apropriadas; fornecer 
um roteiro ajuda-as a saber o que dizer. Por exemplo, pergunte: "Qual o seu nome?" E dê a 
resposta correta (o nome da criança), usando tom de voz abaixo da conversação. Repita até 
que ela tenha aprendido o roteiro certo e faça o mesmo com todas as perguntas que tenham 
sempre a mesma resposta. "De que cor é a sua casa?" Seguido por: "branca" e "Qual o nome 
do seu cachorro?", seguido por: "Rex". De início é importante que se forneça pistas concretas, 
relacionando-as com respostas pretendidas até que a criança comece a fazer sozinha. Essa 
abordagem só funciona para perguntas que sempre tenham a mesma resposta; 
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Q Use as palavras exatas que quer a criança utilize. O modelo deve incluir as palavras e frases 
exatas que esta possa entender, aprender e reproduzir. O modelo as ajuda a compreender 
como colocar em frases aquilo que se quer dizer. Por exemplo, você já sabe que a criança não 
gosta de brincar com um certo brinquedo, mas para ensiná-la a expressar isso verbalmente, 
você pode oferecer o objeto e usar frases ou palavras como: "Não, obrigado(a)" ou: "Eu não 
quero". Quando a criança usar a frase desejada, dê a ela o resultado esperado. Por exemplo, 
se a criança disser: "Eu quero mais, por favor", dê mais a ela. Se você repetir a frase várias 
vezes e ainda assim não responder, faça a ação desejada. A criança começará a associar a 
frase com a ação. Em seguida, tente novamente mais tarde. Com o tempo ela começará a 
usar a frase; 
Q Evite dizer o nome da criança no final das frases. Ela poderá começar a repeti-lo, o que 
não fará sentido. Ao dizer "Oi" ou “Bom dia", diga apenas a frase, sem o nome dela depois. 
Ou, ainda poderá ser dito o nome primeiro, dê uma pequena pausa e diga o que pretende 
depois. Quando precisar elogiá-la por algo que ela fez bem, em vez de usar o nome, utilize 
apenas a frase ou palavra de elogio. Em vez de: "Muito bem, Alex!", diga apenas: "Muito 
bem!" Ou demonstre com ações como um beijo, um carinho nas costas ou um abraço; 
Q Pensar nas possíveis formas de evitar uma interpretação inadequada de um comentário 
ou instrução; restringir o uso de metáforas, figuras de linguagem e informações subliminares 
que exija da criança o uso excessivo de associações, caso seja necessário usá-las, explique-lhe 
o significado; 
Q Simplifique as instruções, solicitações, perguntas ou informações, detalhando o passo a 
passo de uma atividade; 
Q Ofereça informações completas, contextualizadas e significativas; recorra ao uso de pistas 
visuais. 
 
 
 
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Os comportamentos sexuais não esperados 
são atitudes que incluem a manipulação 
dos órgãos genitais (masturbação) em 
público ou despir-se em público. É 
importante salientar que a prática de se 
tocarem intimamente é comum a todas as 
crianças e não pode ser entendida como 
um ato associado à libido. Esses atos 
podem ocorrer também como forma de aliviar oestresse, como busca de equilíbrio ou para 
regular suas emoções. 
A dificuldade do adulto em lidar com cenas da masturbação infantil ou atos de interesse nos 
genitais de outras crianças está marcada pela carga cultural que envolve a sexualidade. O 
prazer do adulto está além do físico pois a excitação passa pela fantasia, porém, para a 
criança, a masturbação é apenas uma experiência sensorial: ela descobriu que é gostoso e vai 
repetir. É uma forma de exploração corporal, quando descobre os órgãos genitais, a criança 
vai sentir prazer na descoberta e insistir no comportamento. 
 
 
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No caso das crianças típicas, fica mais fácil ajudar os(as) pequenos(as) a compreenderem que 
o toque nos órgãos sexuais não é para ser praticado na frente das pessoas. Ou ainda quando 
a criança é muito pequena o que a gente faz é chamar a atenção dela para outra ação sem 
repreendê-la. O que meninos e meninas precisam entender é que o pênis e a vagina são 
partes do corpo para serem lidados quando eles estiverem sozinhos. Que existem partes 
públicas e partes privadas do nosso corpo. Esse recado ajuda as crianças a irem percebendo 
que o corpo é exclusividade delas. Dessa forma, pais e educadores estão trabalhando, 
inclusive, a prevenção. Lembrando que crianças não se excitam. A experiência é 
exclusivamente sensorial. 
É importante salientar que os adultos 
educam sexualmente não só com o que 
falam, mas também com o que não é dito. 
Geralmente, as crianças conseguem notar e 
perceber as mensagens intrínsecas nas 
relações sociais; comparar 
comportamentos aceitos ou não e, a partir 
daí, se autorregular. Porém, crianças com 
autismo ou deficiência intelectual, podem apresentar dificuldades na inibição, tendo 
dificuldades de compreender e interpretar os tabus sociais, como exemplo, a masturbação 
em público. Essas crianças amadurecem fisicamente como os demais, mas não têm os 
mesmos ganhos sociais e psicológicos compatíveis com a faixa etária que se encontram, 
afinal, elas pouco participam de discussões com seus pares sobre o assunto e pouco 
compreendem as mensagens diretas e indiretas contidas nas interações entre amigos, nas 
conversas dos adultos e/ou contidas nos veículos de comunicação, o que dificulta o 
comportamento autorreferido (pensar sobre seus atos) e o controle de ações e gestos em 
função do esperado socialmente. 
Dicas: 
Para trabalhar com os comportamentos sexuias não esperados, precisamos observar quando 
ocorrem esses comportamentos, em que contexto, lugar, qual a frequência, e principalmente 
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tentar descobrir qual o estímulo (interno ou ambiental) foi desencadeante da conduta em 
questão, após observados esses dados, podemos traçar melhor estratégias para adequar este 
comportamento. 
Vale ressaltar aqui que caso a masturbação ocorra em excesso é preciso levar a criança ao 
médico(a), pois tal comportamento pode ser oriundo de uma irritação genital como 
corrimento por exemplo ou vermes, ambos causam coceiras. 
A manipulação do órgão genital pode estar presente quando a criança está triste, sonolenta, 
entediada, muito tensa e/ou em situação de estresse. Este comportamento proporciona, 
além de se uma sensação prazerosa, um alívio da tensão. É importante que o adulto não aja 
recriminando a criança, como se esta tivesse fazendo algo errado. 
Atenção: está prática não significa que ela esteja se tornando promíscua. Portanto, quando 
se deparar com uma situação de masturbação nunca grite ou puxe a mão (energicamente) da 
criança. Isso poderá reforçar negativamente o comportamento ou levá-la a compreensão que 
o corpo e a sexualidade são ruins e sujos; aja com naturalidade; procure desviar o foco de 
atenção; ocupar as mãos e explicar os locais e horários apropriados para isso; procure ainda 
investigar as causas ambientais, físicas e/ou sensoriais. 
 
Segue abaixo algumas dicas e orientações: 
* Bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação, mesmo se o 
comportamento for insistente. A criança não entende que, moralmente, o 
comportamento em público não é bem aceito. Em ambiente privado, os adultos 
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responsáveis precisam dizer que é algo para se fazer quando estiver sozinho, no 
banheiro ou no quarto. O que o adulto precisa é dar a noção da intimidade; 
* Ensinar o que é parte corporal pública e privada, como por exemplo, o que pode ser 
tocado com consentimento (como um aperto de mão, um toque nas costas) e o que 
não pode ser tocado por outra pessoa como os órgãos genitais; 
* Ser concreto (falar sobre o pênis ou vagina sem rodeios ou linguagem figurada); 
* Redirecionar comportamentos indesejados. Por exemplo, se uma criança é suscetível 
a masturbar-se em público, dar-lhe algo para transportar ou fazer; mude o foco de 
interesse; 
* Conforme as crianças forem crescendo, devemos ensinar a não permitir que ninguém 
toque suas partes privadas. Da mesma forma devemos ensinar que o toque dos órgãos 
genitais deve ser feito somente em local privado – não durante a aula ou sentado à 
mesa, etc. 
 
* Ser consistente e repetir várias vezes sobre a segurança sexual. 
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* Orientar alguém do mesmo sexo e de confiança a ensinar as noções básicas de higiene, 
e, futuramente de segurança; 
* Cumprimentar todo o comportamento apropriado, reforçando positivamente o que a 
criança acaba de realizar corretamente. 
 
As mudanças na rotina impostas pela 
pandemia do novo coronavírus é um 
desafio para todos nós. Mas para crianças 
com Transtorno de Espectro Autista (TEA), 
o fechamento de escolas, isolamento 
social, entre outras alterações no 
cotidiano, são ainda mais difíceis. Isso 
porque, como já estudamos em textos anteriores, elas necessitam da manutenção de uma 
rotina para que se sintam seguras e consigam se organizar. 
Podemos perceber que algumas crianças não de adaptaram aos atendimentos terapêuticos 
feitos na modalidade virtual e ao ensino remoto. Com essa mudança na rotina, as crianças 
autistas podem apresentar alterações em seu comportamento como: alterações no padrão 
do sono, maior ansiedade e irritabilidade. Apesar de não serem sintomas comuns apenas às 
pessoas com autismo, os impactos podem ser sentidos de maneira mais intensa por elas. 
Já sabemos que as crianças autistas apresentam dificuldades na linguagem, comunicação e 
nas habilidades sociais e o estresse causado pelo isolamento pode aumentar esses sintomas 
e acentuar alterações comportamentais como por exemplo: agitação, agressividade, 
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estereotipias, etc, pois a capacidade de expressar o sofrimento psíquico torna-se mais 
acentuada 
Para tentar minimizar esses efeitos, é importante que a família tente manter a rotina em casa 
como por exemplo, manter uma rotina para atividades de higiene, atividades escolares, 
brincadeiras, etc, além disso é importante sempre explicar às crianças com autismo sobre 
como e o porquê esse rotina foi e será alterada, é importante conversar e explicar o passo a 
passo do que vai acontecer e como será a nova rotina com o retorno às aulas e/ou terapias, 
para que não ocorra (ou ocorra em menor quantidade) estresse quando a rotina sofrer nova 
alteração. Essas atitudes podem ajudá-las a se adaptarem à nova realidade, especialmente 
se issofor feito de forma lúdica. 
Além da conversa verbal, podem ser utilizadas, fotos, figuras e vídeos como pistas visuais para 
facilitar a compreensão sobre o contexto atual e as mudanças de rotinas. 
 
Chegamos ao fim do nosso texto sobre Habilidades Sociais de Autocontrole e Ajustamento – 
Parte 2, nele pudemos estudar sobre o que são os comportamentos estereotipados, porque 
eles ocorrem, como eles podem levar a ausência ou diminuição de um repertório 
comportamental mais funcional e social, dificultando a interação e adaptação ao meio social. 
Também pudemos aprender sobre a importância das estereotipias (stims) para as crianças 
autistas. Falamos sobre as crises e birras, ecolalia, comportamentos autolesivos entre outros. 
No próximo e último texto, abordaremos as Habilidades Acadêmicas e Assertivas. 
As Habilidades acadêmicas são as responsáveis por auxiliar a criança a cumprir o 
planejamento de seus objetivos escolares, manter e melhorar sua relação com colegas, 
professores e gestores, administrar de modo equilibrado as relações de poder estabelecidas, 
manter e melhorar sua autoestima e sua autoeficácia. A assertividade oferece às crianças a 
habilidade de se adequarem a um contexto, com a assertividade a criança conquista a 
capacidade de defender os próprios direitos e de expressar sentimentos e crenças, de forma 
honesta, direta e apropriada, sem violar os diretos das outras pessoas. Quando ocorrem 
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35 
déficits na assertividade, as crianças podem vivenciar perda de oportunidade, autoimagem 
negativa, frustração, tensão, incontrolabilidade e isolamento. 
Então... 
 
Até o próximo texto!!! 
 
 
 
Referências: 
BORBA, M. M. C.; BARROS, R. S. Ele é autista: como posso ajudar na intervenção? Um guia 
para profissionais e pais com crianças sob intervenção analítico comportamental ao autismo. 
Cartilha da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental (ABPMC), 2018. 
 
Caderno 4. Transtorno Do Espectro Autista. Política Municipal de Educação Especial na 
Perspectiva da Escola Inclusiva. Americana, 2020. 
 
Apps ajudam crianças com TEA a passar o tempo brincando e aprendendo na quarentena 
Autismo e movimentos repetitivos (stims) 
Criar rotina ajuda crianças com autismo a lidarem com o isolamento social 
Não é frescura... Então é por isso que ele age dessa maneira! Tradução e adaptação: Karlen 
Pagel. Disponível em: https://www.motivacaoautismo.com.br 
 
Imagens: 
AUTISMO: UMA REALIDADE por ZIRALDO. MEGATÉRIO ESTÚDIO. Outubro de 2013 
Manual sobre o autismo 2007 
https://autismoerealidade.org.br/2020/04/15/autistas-em-isolamento-social-o-desafio-de-entreter-e-educar/
https://ameninaneurodiversa.wordpress.com/2019/12/12/autismo-e-movimentos-repetitivos-stims/#:~:text=Resumidamente%2C%20os%20stims%20servem%20para,de%20acalmar%20o%20sistema%20nervoso.
https://www.medicina.ufmg.br/atividades-virtuais-durante-a-pandemia-sao-desafios-para-criancas-com-autismo/#:~:text=As%20mudan%C3%A7as%20na%20rotina%20impostas,cotidiano%2C%20s%C3%A3o%20ainda%20mais%20dif%C3%ADceis
https://www.motivacaoautismo.com.br/

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