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DIREITO CIVIL - CONTRATOS U1- INTRODUÇÃO AOS CONTRATOS E CLASSIFICAÇÃO U1S1 ÉTTORE DE LIMA Doutrinas BIBLIOGRAFIA BÁSICA • GOMES, Orlando. Obrigações. Vol II atual. Por Edivaldo Brito. Rio de Janeiro: Grupo Gen/Forense, 2009. • GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Volume II: Teoria Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva, 2009. • PEREIRA, Caio Mário da Silva. Insituições de Direito Civil. Vol II - Direito das Obrigações. rev. e aum. de acordo com o Código Civil d 202. Atulaizado por Luiz Roldão de Freitas Gomes. Rio de Janeiro: Forense, 2009. Doutrinas BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR • ALVIM, Agostinho. Da inexecução das obrigações e suas consequências. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 1980.AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria Geral das obrigações e Responsabilidade Civil. [ultima edição]. São Paulo: Atlas, 2009. • BETTI, Emílio. Teoria Geral das Obrigações. Tradução de Francisco José Galvão Bruno. Campinas: Bookseller, 2005. • BEVILÁQUA, Clóvis. Código Civil dos Estados Unidos do Brasil. vol. IV - Obrigações. Rio de Janiero: Livraria Francisco Alves, 1924. • FIUZA, Ricardo (coord.). Novo Codigo Civil Comentado. São Paulo:Saraiva, 2009. • GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLON FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. Vol II: Obrigações. São Paulo: Saraiva, 2009. • LÔBO, Paulo Luiz Netto. Teoria Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva, 2009. • MARTINS-COSTA, Judith. COmentários ao Novo Código Civil. Vol. V. Tomo I: arts. 304 a 388. • TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo (org.). Rio de Janiero: Grupo Gen/Forense, 2003. • MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil: Direito das Obrigações 1ª Parte Vol. IV. rev. e atual por Carolos Alberto Dabus Maluf. São Paulo: Saraiva, 2009. • NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. vol. II: Obrigações. Rio de Janeiro: Grupo Gen/Forense, 2009. • PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. Parte Especial Tomos XXII - XXX. Atualizado por Vilson Rodrigues Alves em conformidade com o Código Civil de 2002. Campinas: Bookseller, 2003. • RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. vol. II: Parte Geral das Obrigações. [última edição]. São Paulo: Saraiva, 2009. • SERPA LOPES, Miguel Maria de Curso de Direito Civil. Vol. II: Obrigações em Geral. 6. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1995. • SILVA, Clóvis Veríssimo do Couto e. A Obrigação como Processo. São Paulo: Bushatsky, 1976. • VARELA, João de Matos Antunes. Das obrigações em geral. Volumes I e II. Coimbra: Almedina, 2000. • VIANA, Rui Geraldo Camargo. Da Novação. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1979. Estrutura do curso Unidade 1. INTRODUÇÃO AOS CONTRATOS E CLASSIFICAÇÃO Unidade 2. ELEMENTOS DO CONTRATO, EFEITO, CONTRATOS ALEATÓRIOS E INTERPRETAÇÃO Unidade 3. VÍCIOS REDIBITÓRIOS, EVICÇÃO, EXTINÇÃO DO CONTRATO E CONTRATOS EM ESPÉCIE Unidade 4. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS Calendário Rotina de estudo. O que é o Direito Civil? O que é o Direito Civil? O Direito Civil é o ramo do direito privado que trata das normas que regulam os direitos e obrigações das pessoas físicas e jurídicas nas suas relações patrimoniais, familiares e obrigacionais. Reflita... Você consegue pensar em um único dia que não tenha realizado um contrato? Ah, lembre-se que contrato não é somente aquele papel escrito cheio de formalidades entre “contratante” e “contratado”. Ou seja, uma mera compra de uma bala no baleiro que fica na frente do colégio é, tecnicamente, um contrato de compra e venda de bem móvel e fungível. Todos os contratos são baseados em, ao menos, uma das partes se comprometer a dar, fazer ou não fazer algo para a outra parte. Este comprometimento tem como fundamento justamente o direito das obrigações. Por outro lado, aprofundando ainda mais no tipo de contrato citado acima, pode-se ver uma obrigação do baleiro de dar a bala para o comprador e outra obrigação do comprador de dar um dinheiro para o baleiro. Este é apenas um exemplo de como os contratos (e, por consequência, as obrigações) estão em nosso cotidiano. Mas poderíamos citar a obrigação do trabalhador chegar no horário e cumprir sua carga horária no trabalho, a obrigação de o motorista de ônibus cumprir sua trajetória, de o restaurante servir o prato pedido, dentre inúmeros outros. Percebe-se, assim, que os contratos estão presentes em inúmeros atos que todos nós praticamos durante todo o nosso dia. Negócios Jurídicos Antes é importante frisar a diferença de ato, fato e negócio jurídico. Fato jurídico: acontecimento natural que geram efeitos jurídicos; Atos Jurídicos (lato sensu): ações ou omissões decorrentes da vontade humana que geram efeitos jurídicos; Atos Jurídicos (stricto sensu): ações ou omissões decorrentes da vontade humana que tem seus efeitos determinados na lei. Por exemplo: promessa de recompensa (art. 854 a 860), gestão de negócios (861 a 875), entre outros. Negócio jurídico: ações ou omissões decorrentes da vontade humana que tem seus efeitos determinados na lei minimamente na lei, mas as partes possuem maior amplitude para dispor sobre o objeto da relação. É um ato de autonomia privada. Como exemplo temos: contrato de compra e venda – objeto, forma, preço, tempo, lugar de pagamento etc. Conceito Direito dos contratos é a parte do Direito civil que estuda a formação, caracterização e efeitos dos contratos. O contrato é o instrumento jurídico utilizado nas relações econômicas, fundado no acordo das partes. O seu efeito é a criação de relações jurídicas que contêm obrigações para as partes (atividades que elas têm de prestar), ou ainda a modificação ou mesmo extinção dessas relações jurídicas. Existem alguns contratos que são tão específicos que fogem da área do Direito Contratual em geral, a exemplo dos contratos de trabalho, que são estudados mais detalhadamente no Direito do Trabalho Conceito Contrato pode ser conceituado como o acordo de vontades que tem por objetivo a criação, a modificação ou a extinção de direitos. O contrato é o negócio jurídico bilateral, resultante da conjugação de, pelo menos, duas vontades. As partes contratantes buscam uma troca de prestações, isto é, um receber e um prestar reciprocamente. Conceito MODERNO Sob o enfoque moderno do conceito de contrato, temos o seguinte: A solidariedade social (característica da CF/88 - Constituição Social) é a pedra angular do conceito de contrato. A “horizontalidade dos direitos fundamentais” (aplicação de normas de proteção previstas na CF/88 às relações entre particulares sem a necessidade de uma ponte infraconstitucional) seria a força motriz do conceito. O contrato gera efeitos existências relacionado aos Direitos da Personalidade e Dignidade Humana (art. 1º, III, CF/88). A Dignidade da Pessoa Humana integra a eficácia interna da Função Social do Contrato (enunciado 23 do CJF/STJ). O contrato pode gerar efeito contra terceiros. Trata-se de eficácia externa da Função Social do Contrato. Segundo o Informativo 468 STJ, a violação a direito fundamental, por meio de contrato, gera dano moral (ex. Empresa de plano de saúde que obstaculiza a internação, descumprindo contrato). Observãção Negócio Jurídico Bilateral é diferente de Contrato Bilateral. Todo contrato é um negócio jurídico bilateral, pois é bilateral quanto à formação (manifestação de vontade de duas partes). O contrato bilateral, contudo, leva em conta os deveres presentes. Por exemplo, doação sem encargo é um negócio jurídico bilateral e um contrato unilateral. Observação: contrato x instrumento contratual Assim, contrato é o rótulo que traduz o negócio jurídico que decorre do acordo de vontades. Já o Instrumento de contrato é o documento que materializa o acordo. Direitos absolutos e relativos Os direitos de uma pessoa são contrapostos ao dever de outras pessoas e, de uma forma geral, estão divididos entre duas espécies: Direitos absolutos: são aqueles oponíveis a todas as pessoas (erga omnes) e o direito do titular corresponde a um dever negativo dos demais (inação). Se eu tenho direitoà vida, todas as demais pessoas têm o dever de não me tirar a vida. Direitos relativos: são aqueles direitos inerentes àqueles que se manifestam em uma relação jurídica entre dois (ou mais) sujeitos certos e determinados. Isso quer dizer que o direito de uma das partes corresponde a um dever da outra parte (inter pars). Se eu vou comprar uma bala, o vendedor deve me entrega a mesma. Requisitos contratuais - PRESSUPOSTOS Os pressupostos de validade do negócio jurídico se confundem com os pressupostos de validade dos contratos. Isso porque o contrato é necessariamente um negócio jurídico bilateral. São pressupostos do negócio jurídico: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. Orlando Gomes, de modo claro e direto, conceitua os pressupostos do contrato nos seguintes termos: “pressupostos são as condições sob as quais se desenvolve e pode desenvolver-se o contrato” (GOMES, Orlando, Contratos. 26º Ed. Rio de Janeiro: Editora Forense. 2007. p. 52.) Para o mesmo doutrinador, são pressupostos do contrato a capacidade das partes, a idoneidade do objeto e a legitimação para realizá-lo. Conclui o doutrinador destacando que os pressupostos são elementos extrínsecos e devem estar presentes no momento em que o contrato se realiza ou alcança vigor. Requisitos contratuais Para ter validade, o contrato exige a miscigenação de elementos, a que se convencionou denominar de pressuposto e requisitos. Estes (requisitos) são de natureza intrínseca; aqueles (pressupostos), de ordem extrínseca. Os pressupostos vinculam-se às condições de desenvolvimento do contrato. O contrato apresenta como pressuposto: a) a capacidades das partes (agente capaz); b) licitude do objeto (objeto lícito); c) legitimação para sua realização (forma prescrita ou não defesa em lei). Requisitos contratuais A CAPACIDADE DAS PARTES Sendo o contrato um negócio jurídico, logo pressupõe agente capaz, um agente apto a realizá-lo, dentro das normas atinentes à capacidade. A capacidade que o contrato requer é a legal de agir. É óbvio que o contrato não tem qualquer validade, quando estipulado por uma pessoa que não está no uso das suas faculdades mentais. Mesmo assim, malgrado essa invalidação, o contrato é um negócio jurídico bilateral, onde a invalidade somente é pertinente se a parte ex-adversa sabia que negociava com uma pessoa doente. VER CAPACIDADE DAS PESSOAS CONFORME O CÓDICO CIVIL Requisitos contratuais LICITUDE DO OBJETO O contrato tem por finalidade precípua, regular os interesses das partes, logo seu objeto tem de ser lícito e possível. Deve ser a idoneidade avaliada no momento formativo do contrato, inidoneidade superveniente, se observada antes que o contrato produza os seus efeitos, a validade do mesmo fica imediatamente comprometida. Da validade de qualquer negócio jurídico (art. 104 CC). O OBJETO deve ser lícito, que é aquele que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Deve ser possível, também, pois quando impossível o negócio é nulo. A impossibilidade divide-se em dois tipos: a) impossibilidade jurídica, que ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe negócios a respeito de determinado bem; e b) impossibilidade física, que emana de leis naturais, ou seja, deve alcançar a todos. O objeto deve ser, também, determinado ou determinável, admitindo-se, assim, a venda de coisa incerta, desde que indicada pelo gênero e pela quantidade. E, por último, o objeto deve ser economicamente apreciável. Requisitos contratuais A LEGITIMIDADE Não é suficiente a simples capacidade para se exercer o direito de ação. É necessário que a parte seja legítima, que possua idoneidade para interagir na relação processual, ao tempo que tenha o interesse a ser tutelado. Assim, pode ser que a parte seja capaz, mas, à mesma lhe falte legitimidade para a causa. Pressupostos contratuais Exigem ainda os contratos, para sua validade, elementos intrínsecos (requisitos complementares - pressupostos), que, da mesma forma, são indispensáveis ao instituto, quais sejam: a) o consentimento; b) a causa; c) o objeto; d) a forma. Consentimento O CONSENTIMENTO A expressão Consentimento é empregada em duas acepções distintas. Numa primeira, traduz o acordo de vontades para manifestar a formatação da bilateralidade contratual. Noutro significado, Consentimento equivale à declaração da vontade de cada parte, isoladamente. A diferença é tênue, mas de cunho pedagógico, porque, ainda que sub-repticiamente, sempre há uma noção de bilateralidade, sem a qual não haveria necessidade de manifestação da vontade de consentir. Nesse sentido, nunca há um consentimento isolado, parte a parte, justo porque sempre há um objeto jurídico, um interesse em jogo, sobre o qual as partes necessitam entrar em acordo de vontades, mediante consentimento mútuo. Observações Embora a vontade livre e consciente seja à base dos acordos de vontade, alguns contratos dela prescindem, como no caso dos seguros obrigatórios, de que são exemplos, o IPVA, o DEPEM, o seguro habitacional do Sistema Financeiro da Habitação -SFH, entre outros (seguro rodoviário, de transporte aéreo, etc.). É que, nestes contratos o legislador protege o interesse público, de maior prevalência sobre o interesse particular ou individual, daí porque, em caráter excepcional, se subtrai esse caráter dos pactos ditos compulsórios. Em semelhantes contratos, via de regra, o Poder Público procura tutelar um bem coletivo, juridicamente relevante, o qual não é recomendável para a segurança jurídica ficar ao capricho particular, sob pena de sérios gravames para a coletividade como um todo e, por via de extensão, para a ordem pública. Causa O conceito de causa apresenta controvérsias. A corrente objetivista que, na visão de Orlando Gomes, concorreu para tornar a distinção mais ininteligível, conceituou a causa de três modos diversos. ❑O (1) primeiro destaca a causa como sendo a função econômico-social do contrato; ❑O (2) segundo ressalta causa como sendo o resultado jurídico objetivo que os contratantes visam a obter quando o estipulam; ❑Pelo (3) terceiro modo, conceitua-se causa como sendo a razão determinante da ação que move as partes a celebrar determinado contrato. Entende-se que o conceito de causa, como função ou fim econômico-social do contrato, está mais difundido por ter recebido consagração legal do Código Civil italiano. Contudo, vale frisar que mesmo este conceito não esta livre de controvérsias. Objeto O objeto do contrato não é a prestação, nem o objeto desta, mas sim o conjunto dos atos que as partes se comprometeram a praticar. Sendo o contrato um negócio jurídico, seu objeto também deverá ser lícito, possível e determinado, ou determinável. É a finalidade do contrato. Forma O contrato deverá ter forma prescrita se exigida em lei. É o caso, por exemplo, do contrato de compra e venda de bem imóvel. Autonomia da Vontade A autonomia da vontade significa que a obrigação contratual tem uma única fonte: a vontade das partes. A vontade humana é o núcleo, a fonte e a legitimação da relação jurídica, e não a lei. Desta forma, a força que obriga as partes a cumprirem o contrato encontra seu fundamento na vontade livremente estipulada no instrumento jurídico, cabendo à lei apenas assegurar os meios que levem ao cumprimento da obrigação, possuindo, portanto, posição supletiva. Outra consequência jurídica da aceitação doutrina da autonomia da vontade é assegurar que a vontade criadora dos contratos seja livre de defeitos e vícios, de onde decorre a doutrina dos vícios do consentimento. Importante dogma decorrente desse princípio é de as partes possuírem a liberdade de contratar ou não, de escolher com quem deseja contratar, as cláusulas e a forma que o instrumento jurídico terá. Autonomia da Vontade - elementos O primeiro deles é a liberdade contratual, estritamente ligada à vontade livre e desimpedida, proferida pelo próprio indivíduo sem qualquer coação externa. É a liberdade de contratarou de se abster, de escolher a parte contratual, de estabelecer os limites do contrato, ou seja, de exteriorizar sua vontade da forma que pretender. Para o liberalismo econômico do século XIX, o contrato é um dos institutos mais importantes, pois formaliza e permite a transferência de riquezas na sociedade. O consenso é valorizado, assim como a vontade do indivíduo em delimitar o conteúdo do contrato. Entendiam que se o indivíduo era livre para contratar o que quisesse, o Estado deveria abster-se de intervir nas relações contratuais. Autonomia da Vontade - elementos O segundo elemento que compõe a autonomia da vontade é a força obrigatória dos contratos. Na visão clássica, se o homem é livre para manifestar sua vontade e para aceitar somente as obrigações que deseja, e a sua vontade é a fonte e a legitimação das obrigações e que a lei possui papel supletivo no que tange aos contratos, fica evidente a ideia de superioridade da vontade sobre a lei. A legislação deve ser organizada de modo a garantir a manifestação livre da vontade, protegendo-a e reconhecendo a sua força criadora. Como diz o antigo brocardo: “o contrato é lei entre as partes”. Portanto, a vontade é o elemento que vincula os indivíduos. Desta forma, a força obrigatória dos contratos significa que, manifestada a vontade, as partes estão ligadas através de um contrato, e não poderão se desvincular dele. A não ser que resolvam fazer um outro acordo de vontades desobrigando-as de cumprir as obrigações anteriores ou por acontecimentos externos à vontade dos homens, tal como a força maior ou casa fortuito. Na visão tradicional, o juiz não deve modificar nem adequar à equidade a vontade das partes, pelo contrário, deve respeitá-la e fazer com que as partes cumpram o acordado. Ademais, somente as partes vinculadas aos efeitos do contrato, pois foram elas que livremente manifestaram a intenção dele participar. Autonomia da Vontade – vícios de consentime nto Cabe analisar também os vícios do consentimento, haja vista que só a vontade livre e consciente, manifestada sem influências coatoras, deve ser considerada como capaz de gerar uma obrigação pela qual o indivíduo espontaneamente se propôs a cumprir. Portanto, poderá ser anulado aquele negócio jurídico que teve a vontade de uma das partes viciada, pois a força criadora da obrigação não foi manifestada livremente. A própria anulabilidade dos negócios jurídicos decorre da autonomia da vontade, eis que homenageia a vontade da parte em querer ver o instrumento jurídico da qual é parte declarado nulo,restringindo, assim, a sua eficácia e validade. Conclui-se então que o consentimento viciado não obriga os indivíduos, assim como o consentimento livre obriga de tal forma que tem que cumprir o contrato injusto ou abusivo. Já os motivos e expectativas que levaram o sujeito a contratar são irrelevantes para o direito. Contratos paritários ou de adesão Os contratos paritários são espécie de contrato em que as partes encontram-se em igualdade de condições para discutir os termos do ato do negócio e fixar as cláusulas e condições contratuais; esta igualdade entre os sujeitos do negócio jurídico vincula o contrato paritário ao princípio da autonomia da vontade. Os contratos de adesão é uma espécie de contrato celebrado entre duas partes, em que os direitos, deveres e condições são estabelecidos pelo proponente, sem que o aderente possa discutir ou modificar seu conteúdo ou que tem esse poder de forma bastante limitada.
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