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Ciclo Estral da Égua

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Estação reprodutiva definida: as raças de cavalos selvagens manifestam vários ciclos estrais
durante uma estação de monta restrita, que coincide com os dias mais longos do ano; os
potros nascem durante uma estação de parição restrita. 
Estação reprodutiva transitória: algumas raças domesticadas e algumas éguas manifestam
ciclos estrais durante o ano, mas o cio acompanhado de ovulação só acontece durante a
estação reprodutiva e os potros nascem durante uma estação de parição limitada. 
Reprodução anual: algumas raças domesticadas e algumas éguas exibem ciclos estrais
acompanhados de ovulação durante o ano todo.
O ciclo reprodutivo da égua é o que está sujeito a maior variabilidade entre os animais domésticos. 
Algumas éguas parecem ser verdadeiramente poliéstricas; elas podem ficar prenhes em qualquer
época do ano. Entretanto, a maioria é poliéstrica sazonal. Apesar de várias éguas, no hemisfério
Norte, apresentarem comportamento de cio em fevereiro, março e abril, durante essa época do
ano o cio não é acompanhado de ovulação e a taxa de concepção é baixa. No hemisfério Norte, as
melhores taxas de concepção normalmente acontecem nas éguas cobertas de maio a julho. A
mesma situação ocorre nas éguas no hemisfério Sul para as estações correspondentes. 
Apesar das éguas que se alimentam principalmente de pasto normalmente se reproduzirem
somente no verão e permanecerem em anestro no inverno, aquelas bem alimentadas e
estabuladas tendem a ciclar o ano todo. O início da estação reprodutiva fértil está intimamente
associado ao manejo a que os animais são submetidos.
As éguas podem ser classificadas, de acordo com a estação de monta, em três categorias: 
1.
2.
3.
Portanto, fica evidente que apesar de algumas éguas, em certas latitudes, mostrarem ciclos
estrais durante todo o ano, elas não concebem necessariamente durante todos os períodos
estrais. 
Em localidades onde existe uma estação reprodutiva, os períodos transitórios que a precedem e
os que a sucedem são caracterizados por variabilidade da atividade ovariana e comportamento
sexual. Nesses períodos, os folículos ovarianos crescem até um determinado limite e entram em
atresia. Também ocorre uma frequência elevada de cios prolongados ou cios de curta duração,
bem como de ciclos estrais irregulares. 
Próximo ao equador, há pouca interferência sazonal na duração do ciclo estral. Em regiões
temperadas, as éguas são poliéstricas sazonais, e a estação reprodutiva e o repouso ocorrem nos
meses de verão e inverno, respectivamente. 
Características do Ciclo Estral da Égua
Keilla Sandrele - Medicina Veterinária
Keilla Sandrele - Medicina Veterinária
A variação no fotoperíodo talvez seja o sinal ambiental mais importante e que orienta o eixo
hipófise-gônada, uma vez que tratamentos com fotoperíodo artificial estimulam o
desenvolvimento folicular e o início da estação de monta. O padrão de secreção de LH da égua
é influenciado pelo fotoperíodo. O comportamento reprodutivo cíclico durante a estação de
monta é mediado pela ação estimulante e inibitória do estradiol e da progesterona.
A determinação arbitrária de 1º de janeiro como a data de nascimento para todos os potros
paridos no ano tem estimulado a demanda, na indústria equina para a administração de
hormônios que antecipam em 3 a 4 meses o início da estação reprodutiva natural nas éguas;
assim, os potros nascem mais cedo, próximo ao primeiro dia do ano. Foram usados vários
tratamentos hormonais, com sucesso variado: gonadotrofina coriônica da equina (eCG),
gonadotrofina coriônica humana (hCG), extratos de hipófise equina, hormônio liberador de
gonadotrofinas (GnRH), progesterona e prostaglandinas.
Ciclo Estral
Durante o cio, a vulva aumenta de volume e fica edemaciada; os lábios vulvares ficam frouxos e
se abrem facilmente para o exame. A vulva fica avermelhada ou alaranjada, úmida e brilhante,
coberta por uma fina camada de muco transparente. A mucosa vaginal é altamente
vascularizada e um muco aquoso pode se acumular na vagina. A égua assume a posição
característica da micção. A cauda fica levantada, a urina é expelida em pequenas quantidades e
o clitóris é exposto através de contrações rítmicas e prolongadas. Neste mesmo período, a
progesterona se encontra em baixa concentração e aproximadamente, um a quatro dias após a
ovulação ocorre redução na concentração de estrógeno e posteriormente aumento na
progesterona (LEY, 2006).
O ciclo estral da égua inicia-se por indução da luminosidade, captada por receptores na retina
que estimula o eixo pineal-hipotalâmico-hipofisário-gonadal e inibe a produção de melatonina
com consequente aumento da produção e secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas
(GnRH) no hipotálamo (AURICHAB, 2011). O GnRH atua na hipófise anterior, ao qual induz a
liberação dos hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH), os quais agem a nível
ovariano e determina o recrutamento, a seleção, a dominância folicular, seguida pela ovulação
(HAFEZ e HAFEZ, 2004; LEY, 2006). 
O ciclo estral das éguas envolve alternância de fases com domínio do estrogênio, caracterizada
pelo proestro e estro, e domínio progesterônico, caracterizada pelo metaestro e diestro,
intercaladas por período de inatividade reprodutiva, conhecida como anestro (DAVID, 2010). O
proestro e o estro se confundem, ou seja, visualmente não é possível distingui-los. São
caracterizados pelo desenvolvimento folicular e dominância de um ou mais folículos pré-
ovulatórios (FARIAS et al., 2016)
Keilla Sandrele - Medicina Veterinária
O ciclo ovulatório da égua tem duração média de 21 dias, consistindo de 14 dias de diestro (fase
luteínica) e 7 dias de cio, período em que ela está sexualmente receptiva. Vários aspectos da
endocrinologia reprodutiva da égua foram tão surpreendentes para os primeiros pesquisadores
que eles hesitaram em publicar suas descobertas. Na égua, a secreção ovulatória de LH é
prolongada, apresenta aumento gradual dos níveis de LH ao longo do cio e atinge o pico no dia
seguinte à ovulação. 
Keilla Sandrele - Medicina Veterinária
O ovário é circundado, na sua maior parte, por um revestimento seroso e, para que alguns
folículos possam se romper, eles têm de migrar para a fossa de ovulação.
Os ovários da égua são menos sensíveis ao FSH exógeno que os de outras espécies (por
exemplo bovino, ovino), de maneira que o folículo pré-ovulatório necessita de maior tempo
para atingir o diâmetro máximo.
A concentração de LH é baixa se comparada ao FSH, e isso atrasa a ovulação.
Não existe um aumento abrupto na secreção de LH antes da ovulação, como acontece, por
exemplo, com a ovelha. A elevação do FSH ocorre aproximadamente a cada 10 dias de intervalo,
no meio do cio e após a ovulação. Também existem períodos de secreção de FSH e LH
surpreendentemente diferenciados. Por exemplo, no início do cio, o nível de FSH está baixo
enquanto o de LH aumenta e, no meio do diestro, a concentração de FSH aumenta enquanto a
de LH permanece baixa.
O folículo pré-ovulatório da égua é tão grande que a coleta de oócitos pode ser feita por
punção pelo flanco, tanto com o ovário manipulado por meio do reto como por manipulação com
a mão na cavidade abdominal, a partir de incisão na vagina. Em função disso, as técnicas de
laparoscopia para coleta de oócito não foram usadas em éguas.
A duração do cio varia tanto entre éguas quanto entre ciclos estrais em uma mesma égua. A
longa duração do cio pode ser consequência dos seguintes fatores:
1.
2.
3.
Corpo Lúteo
A maioria das ovulações acontece no terceiro, quarto ou quinto dia do cio, de 24 a 48 horas
antes do final do comportamento de cio (isto é, o momento da ovulação está mais relacionado
com o final do que com o início do cio). A fertilidade da cobertura aumenta gradativamente até
atingir o pico, aproximadamente 2 dias antes do fim do cio, e diminui drasticamente no último
dia. O folículo rompido pode ser palpado até 24 horas após a ovulação como uma área flutuante
e macia. No momento da ovulação, o corpo lúteo ocupa de metade a três quartos do diâmetrodo folículo rompido. 
O diâmetro máximo é alcançado após 14 dias, quando as células luteínicas aumentam de tamanho
e apresentam vacuolização periférica. É comum ocorrer o prolongamento espontâneo da
atividade do corpo lúteo entre 2 a 3 meses, acompanhado de atividade folicular, porém com
ausência de sinais de cio. O corpo lúteo que não regride, persistindo por aproximadamente 2
meses, apresenta a parte central com tecido conjuntivo branco.
Keilla Sandrele - Medicina Veterinária
O pré-requisito para uma gestação segura é a manutenção do miométrio relativamente quiescente.
Os progestágenos necessários para a manutenção da gestação equina vêm da unidade
fetoplacentária a partir de 70 a 80 dias após a fecundação. A placenta da égua apresenta
atividade de 3βHSD, sendo capaz de converter pregnenolona em progesterona. Entretanto, a
concentração de progesterona no plasma materno decresce a níveis muito baixos no meio da
gestação e permanece baixa durante toda a segunda metade da gestação. Na placenta, e
possivelmente no fígado e rins fetais, a progesterona é reduzida a 5α-pregnane e pregnanes. Na
égua, o 5α-pregnane pode exercer o papel da progesterona na manutenção da quiescência do
miométrio.
Controle Endócrino do Ciclo Estral
Nas éguas que estão ciclando normalmente ocorrem duas ondas de FSH, uma 20 dias e outra 11 dias
antes da próxima ovulação. Tanto a concentração de FSH quanto a de LH aumentam próximo à
ovulação. A elevação no meio do diestro pode ser importante para um subsequente
desenvolvimento de folículos destinados a ovular, de 10 a 13 dias mais tarde.
O ovário da égua é menos sensível ao FSH que o da vaca, ovelha ou cabra. A administração de
grandes doses de eCG durante o anestro sazonal é ineficiente para induzir a ovulação de folículos.
Da mesma forma, a administração de eCG próximo ao final do ciclo estral também não resulta em
desenvolvimento folicular.
Na égua, o padrão plasmático de LH difere das outras espécies e, possivelmente, a persistência de
concentrações elevadas de LH resulte de uma maior meia-vida do LH endógeno. Isto, por sua vez,
pode ser responsável pelo maior número de segundas ovulações detectado em vários ciclos estrais.
O útero da égua exerce efeito luteolítico sobre o corpo lúteo primariamente através de uma via
sistêmica uterovárica.
A administração uterina de prostaglandinas F2α (PGF2α), uma postulada luteolisina uterina, não
melhora o efeito luteolítico da administração sistêmica intramuscular. A anatomia vascular do
útero e ovários fornece um limitado potencial para a transferência da luteolisina entre o útero e o
ovário através de uma via veno arterial.

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