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PARASITOLOGIA - AULA 2 Nematódeos - Ascaridíase e Tricuríase CARACTERÍSTICAS GERAIS ● fusiformes, alongados, não segmentados, com simetria bilateral e de aspecto roliço ● apresentam dimorfismo sexual (a fêmea precisa de um espaço interno maior para manter os ovos dentro dela) ● o tamanho varia com o gênero; fêmeas maiores que os machos ● têm aparelho digestivo completo (boca → ânus → intestino) ● forte sistema muscular ASCARIDÍASE ● normalmente, os machos tem a região posterior recurvada ● a fêmea faz a postura de ovos imaturos, ou seja, se o próprio indivíduo se contaminar com esses ovos das fezes, a pessoa nao vai se reinfectar, porque os ovos ainda não estão maduros ● o processo de EMBRIONIA (amadurecimento) do ascaris é que vai fazer o ovo ser realmente infectante; acontece no solo; precisa ter condições adequadas de oxigênio, temperatura, umidade ● por isso é raríssimo a possibilidade do indivíduo se reinfectar ● é um tipo de GEO-HEMINTOSE: possui etapa dependente do solo para completar o ciclo ● ovos elípticos, castanho, membrana externa com protuberâncias chamadas MEMBRANA MAMILONADA → (ovo decorticado é aquele que não tem a membrana) mamilonada 1. CICLO ● a forma infectante é o próprio ovo maduro com a larva dentro, após um período no solo ● quando chega no estômago, o suco gástrico começa a degradar o ovo, liberando a larva ● CICLO MONOXÊNICO 1 ● mesmo que só tenha presença de fêmeas no homem, no exame será detectado ovos, no entanto serão ovos não fertilizados ● as larvas do ascaris não conseguem evoluir até o final, ficando só no duodeno (habitat final) ● furam as paredes chegando nos vasos, fígado, pulmões (lesões hepáticas e pulmonares) ● quando chega nos pulmões, vão sofrer transformações (mudas, ecdises) por terem encontrado um ambiente propício para se desenvolver ● quando chegam nos alvéolos atingem o estágio 4 (L4) de maturação ● vão subir pela árvore brônquica, no intuito de serem ingeridas ● se a pessoa escarrar a larva no solo, em L4, ela não sobrevive no solo ● a pessoa engole de volta a larva para o intestino ● síndrome de Löeffler: quadro clínico quando as larvas chegam nos pulmões; alvéolos edemaciados, inflamação, quadro pneumônico e eosinofilia: 10 a 14 dias pós-infecção ○ é um quadro transitório, limitado (presente enquanto as larvas estão ali nos pulmões) ○ vai ser mais ou menos grave, dependendo da quantidade de larvas ali nos pulmões 2 2. CARACTERÍSTICAS DO ASCARIS ● o parasita não se multiplica dentro do hospedeiro ● transmissão por ingestão de água e alimentos contaminados com ovos de larva de primeiro estágio (L1)*, veiculação dos ovos por insetos e poeira ● realiza ciclo pulmonar ou ciclo de Loss ● período pré-patente: 2 a 3 meses ● carga parasitária → intensidade das alterações provocadas (quando a pessoa se infecta é de “cumforça”, isso porque a fêmea libera milhares de ovos por dia) ● infecções maciças: ○ vermes adultos ○ ação espoliativa: carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas A e C → subnutrição, enfraquecimento, comprometimento físico e mental ○ ação tóxica/alérgica: edema, urticária, convulsões ○ ação mecânica: irritação da mucosa do intestino (inflamação → sangramento), obstrução intestinal ○ localização ectópica: presença no IG, apendicite, obstrução dos ductos colédoco e/ou pancreático, eliminação pela boca e narinas (ASCARIS ERRÁTICO) 3 3. DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO ● exame parasitológico de fezes (EPF) ○ detecção de ovos de A. lumbricoides ○ facilmente detectados pela quantidade e forma característica → método direto, método de concentração 4. TRATAMENTO 5. PROFILAXIA ● educação sanitária ● saneamento básico ● higiene adequada de alimentos ● tratamento da água ● higiene pessoal ● tratamentos dos indivíduos parasitados 4 TRICHURIS TRICHIURA 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS ● ciclo monoxênico ● hospedeiro: homem ● GEO-HELMINTO ● transmissão: ingestão de ovos larvados ● larva sai pelos opérculos e penetram nas criptas glandulares do ceco, onde se desenvolve até adulto (4 mudas ou ecdises) ● características do ovo: ○ ovo com opérculos polares (nos polos) ○ ovo castanho por impregnação de pigmentos fecais ○ ovo com boa resistência com duas membranas externas ○ sofre a EMBRIONIA no solo também 2. CICLO ● ciclo bem mais simples ● não há ciclo pulmonar ● pelas características dos parasitas, podem ser encontrados trichiura e ascaris no mesmo hospedeiro ● o ascaris habita o delgado e o trichiura o GROSSO, ou seja, tem menos competição ● os ovos eclodem no intestino delgado, e lá ocorrem algumas mudas ● mas quando o verme estiver no estado mais maduro ele vai estar presente na luz do intestino grosso (habitat natural) ● extremidade posterior mais bulbosa, na luz intestinal ● extremidade cefálica mais fina, mergulhada no epitélio ● enquanto o ascaris fica solto na luz do intestino, aqui a cabeça fica presa no epitélio 5 3. PATOGENIA ● não existe migração larvária pulmonar ao IG ● infecções intensas e crônicas: ○ perda do apetite ○ desnutrição, anemia ○ colite associada à tricuríase (dores abdominais ulcerações na mucosa intestinal, disenteria, fezes no sangue e muco) ○ edema da mucosa retal ○ tenesmo: sente vontade grande de evacuar mas não consegue (“espremedeira”) ○ prolapso retal: exteriorização do reto 6 4. DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO ● demonstração de ovos de Trichuris trichiura nas fezes ● facilmente diagnosticada pelo EPF ○ grande número de fezes eliminados por dia, até 20 mil ovos/dia!!! ○ morfologia bastante característica Visualização do Trichiura, causador da Tricuríase 5. TRATAMENTO 7 6. PROFILAXIA ● 2, 7, 8, 10: tricuríase (tem opérculos polares) ● 1, 3, 4, 5, 6, 9: ascaridiase ● 3, 6: ascaris inférteis ● 1, 4: ascaris normal ● 9: ascaris normal iniciada a clivagem ● 5: ascaris (ovo decorticado, sem a membrana decorticada) 8
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