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Resumo da Malu – 2020.2 Imunidade à Microorganismos ● A defesa contra microorganismos é mediada por mecanismos efetores da imunidade inata e adaptativa: - Imunidade inata – proporciona a defesa inicial - Imunidade adaptativa – resposta mais forte e específica ● Os mecanismos inatos de defesa estão prontos para defender de diferentes microorganismos, mas quando microorganismos resistem à imunidade inata, se estabelece a infecção e vai depender da indução de uma resposta imune adaptativa efetora que seja capaz de erradicar esse patógeno de forma que ele seja eliminado ● A infecção dura o tempo que a imunidade adaptativa leva para erradicar totalmente o patógeno ● O que resta da imunidade adaptativa bem estabelecida é a memória imunológica ● Os mecanismos efetores da imunidade adaptativa fortalecem os mecanismos da imunidade inata, que em um processo inicial de contato com o patógeno não foi capaz de eliminar ou conter o estabelecimento da infecção ● Os principais eventos de infecção são: - Entrada do microorganismo - Invasão e colonização dos tecidos do hospedeiro - Evasão dos mecanismos imunes - Lesão ou perturbação funcional ● Patógenos – microorganismos que possuem algum mecanismo de resistência à imunidade inata, e nesse caso a proteção contra ele depende da imunidade adaptativa ● O sistema imune responde de modo distinto e especializado aos diferentes tipos de microorganismos ● Patógenos possuem diferentes meios de invasão e colonização: » Mecanismos patogênicos diretos: ♥ Exotoxina ♥ Endotoxina ♥ Efeito citopático » Mecanismos patogênicos indiretos: ♥ Complexos imunes ♥ Anticorpo com reação cruzada ♥ Imunidade mediada por célula ● A sobrevivência e patogenicidade do microorganismo em um hospedeiro é influenciada pela capacidade do patógeno de escapar ou resistir à imunidade protetora ● A lesão tecidual e a doença devido as infecções podem ser causadas pela resposta do hospedeiro ao microorganismo e seus produtos, e não necessariamente ao próprio patógeno ● O estabelecimento da infecção e lesão depende da virulência e patogenicidade do microorganismo ● Imunidade protetora – Erradica o patógeno, e depende do sítio de infecção onde o patógeno está localizado. ● Tipos de sítio de infecção: » Extracelular: ▪ Intersticial: - Espaços intersticiais, sangue ou linfa - A resposta protetora se dá principalmente pela produção de anticorpos – neutralizam e fixam de complemento - Vírus, bactérias, protozoários, fungos e vermes ▪ Superfícies epiteliais: - A reposta protetora se dá principalmente por anticorpos IgA e peptídeos antimicrobianos - Bactérias – Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma spp., Streptococcus pneumoniae, Vibrio cholerae, Escherichia coli, Helicobacter pylori - Fungos – Candida albicans - Vermes – helmintos » Intracelular: ▪ Citoplasmático: - Se multiplica no citoplasma da célula infectada - A resposta protetora se dá por LTCD8+ e células NK - Vírus – Chlamydia spp. e Rickettsia spp. - Bactérias – Listeria monocytogenes ▪ Vesicular: - Se multiplicam no interior de vesículas dentro da célula hospedeira - A resposta protetora se dá por LTCD4+ e macrófagos - Bactérias – Mycobacterium spp, Salmonella typhimurium, Yersinia pestis, Listeria spp., Legionella pneumophila - Fungos – Cryptococcus neoformans, Histoplasma - Protozoários – Leishmania spp., Trypanosoma spp. Resumo da Malu – 2020.2 Bactérias Extracelulares ● São capazes de se replicar fora das células hospedeiras - Espaços intersticiais de tecidos conjuntivos, lúmen das vias respiratórias ou do TGI, circulação sanguínea ● Mecanismos de infecção: » Invasão dos tecidos: - Produz uma inflamação intensa → geralmente infecções supurativas com muita liberação de pus - Ocorre muita morte de células e das próprias bactérias piogênicas pela reação inflamatória - Há muita liberação de DNA → responsável pela reação purulenta » Produção de toxinas: - Essas toxinas podem ser secretadas, sendo chamadas de exotoxinas (toxina tetânica, diftérica, botulínica) - Podem ser toxinas que fazem parte da estrutura da bactéria, são chamadas de endotoxinas (LPS das bactérias gram negativas) - Danificam fisicamente o tecido ou alteram o metabolismo da célula do hospedeiro causando desordens metabólicas nessas células → Invasão dos tecidos do hospedeiro: ● Ocorre através da liberação de uma série de proteínas extracelulares (enzima) que possuem atividade enzimática - Hialuronidase – degrada ácido hialurônico - Neuraminidase – degrada ácido neuramínico (composto de várias membranas celulares) - Colagenase – degrada a rede de colágeno ● Dessa forma abrem espaços nos tecidos, invadindo-os e se estabelecendo ali danificando o tecido → Produção de Toxinas: ● São produtos bacterianos que danificam fisicamente ou altera o metabolismo das células do hospedeiro ● Endotoxinas: - São componentes estruturais da parece bacteriana - LPS – presente em bactérias gram - e formado por: ♥ Lipídio A – ligado à membrana celular da bactéria, e permanece ligado de forma frouxa ficando aparente por fora do peptidoglicano, formado por ácidos graxos e dissacarídeos difosfato ♥ Polissacarídeo – ligado à porção do lipídeo A, composto pelo Core que varia de uma espécie para outra, e por unidades repetitivas de dissacarídeos, onde a porção mais externa varia formando os tipos sorológicos da bactéria - Essa estrutura de lipopolissacarídeo está localizada de forma externa à parede de bactérias gram negativas, e possuem contato com a membrana interna da bactéria também - O lipídio A é o responsável por produzir o efeito tóxico - O antígeno-O é o responsável por produzir de anticorpos - É fracamente imunogênico, mas como o LPS está ligado a estrutura da bactéria ele é apresentado ao sistema imune sendo reconhecido por receptores TLR-4 presentes nas células dendríticas e macrófagos - TLR-4 – desencadeia um processo inflamatório intenso, onde há produção da tríade inflamatória (TNF-α, IL-1, IL-6) e da IL-12 - IL-12 – estimula a diferenciação de LT em Th1 ▪ Exotoxinas: - São proteínas secretadas pelas bactérias - Tóxicas para eucariotos - Altamente solúveis – sendo disseminadas facilmente pelo organismo através da circulação - Altamente imunogênicas – estimulam a produção intensa de anticorpos neutralizantes - Podem ser divididas em 3 grupos: ♥ Grupo 1: - São superantígenos – se ligam nas estruturas de reconhecimento do TCR e nos MHCs, mas fora da fenda do MHC e do TCR - Não são processadas pelas APCs (por se ligar do lado de fora do sítio de ligação) - Promovem uma cascata de citocinas inflamatórias por se ligarem a regiões menos polimórficas do TCR, sendo capazes de se ligar a vários LT ativando vários clones de linfócitos T - Ocorre principalmente com Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus (gram positivos) - A produção de inúmeras citocinas pode levar ao choque séptico - Síndrome da pele escaldada estafilocócica – ocorre devido ao Staphylococcus - Intoxicação alimentar – produzida por enterotoxina (exotoxina) a nível de intestino - Síndrome do Choque Tóxico – doença causada pelo uso de tampão absorvente ♥ Grupo 2: - Toxinas que lesam membrana citoplasmática de vários tipos celulares e levam à morte celular - Como fagócitos, monócitos, hemácias, etc - Hemolisina – produzida por Escherichia coli, destrói hemácias e sua maioria forma poro - Alfa-toxina – produzida por Clostridium perfringens, bactéria causadora de gangrena gasosa, que remove fosfato de fosfolipídios levando a morte da célula ♥ Grupo 3: - Toxinas que interferem na função celular - Não promove lesão da membrana celular - Ação: ▪ Inibição da síntese proteica – a toxina diftérica se liga à célula do trato respiratórioe faringe, e inibe a síntese proteica da célula, levando a sua morte Resumo da Malu – 2020.2 ▪ Inibição de função em sinapses nervosas – toxina tetânica e botulínica, atuam a nível de neurônios, modificando a função neuronal interrompendo as sinapses nervosas ▪ Promoção de perda de fluidos e eletrólitos celulares – toxina da cólera, que promove a perda de fluidos importantes, causando uma diarreia intensa com perda de até 20L → Resposta Imune Inata: ● Ativação do complemento: - Atarves da via alternativa e via das lectinas - Patógenos extracelulares, uma vez fagocitados, em sua maioria ocorre sua eliminação no interior dos fagócitos - A ativação do complemento é importante para produzir a opsonização para eles serem fagocitados, ou para levar a lise desses patógenos pelo MAC quando o complemento é ativado até o final - Via alternativa – ativada por LPS (presente em gram -) e peptidoglicano (presente em gram +) - Via das Lectinas – ativada por bactérias com manose na sua parede - Amplifica e contribui para a inflamação e para recrutar mais fagócitos para a porta de entrada das bactérias ● Ativação dos fagócitos e inflamação: - Após fagocitados, os fagócitos precisam estar ativados e deve haver uma inflamação para que ocorra o fluxo de mais fagócitos para o local de infecção - Os fagócitos iniciam a inflamação, até mesmo para que o complemento chegue ao foco infeccioso - Receptores de Manose e Scavenger – reconhecem as bactérias extracelulares, induzindo a fagocitose, mas não induzem a inflamação - PRRs (TLRs e sensores citoplasmáticos NLRs) – reconhece produtos microbianos, e com a ativação de macrófagos ocorre a liberação da tríade inflamatória, a produção de quimiocinas e o início da ativação microbicida desse fagócito (formação de NO e ROI) - O mecanismo de inflamação é estimulado por produtos bacterianos (LPS e peptideoglicano) que induzem os macrófagos a secretarem citocinas pró-inflamatórias - O início da inflamação composto pela fagocitose, a atividade microbicida de fagócitos e a secreção de citocinas (TNF, IL-1 e IL-6), é o responsável por começar a controlar a disseminação do patógeno, determinando se ele vai avançar ou não na sua proliferação e no seu estabelecimento, dependendo se ele consegue escapar de alguma forma dessa resposta inata inicial - A inflamação será amplificada à medida que ela permite a chegada de proteínas séricas, como as proteínas de fase aguda que contribuem para a fagocitose, e as proteínas do complemento, que uma vez ativadas vão contribuir para a inflamação com os fragmentos C3a, C4a e C5a, contribuem para a eliminação do patógeno através do MAC e contribuem para a opsonização pelo fragmento C3b - Tudo isso contribui para a fagocitose, na tentativa de eliminar o patógeno - Dessa forma, o macrófago ativado juntamente com o recrutamento de outras células, há um aumento da sua capacidade microbicida, com a produção de oxido nítrico principalmente, compostos reativos de oxigênio (ROS) e algumas enzimas, que vão levar à lise bacteriana ou ao killing bacteriano (morte) → Imunidade Adaptativa (Humoral): ● É a principal resposta imunológica adaptativa contra bactérias extracelulares ● Ocorre nos casos em que a bactéria consegue vencer todos os componentes da imunidade inata ● Resposta mediada por anticorpos, que podem agir através de diversos mecanismos efetores genéricos presentes em todos os anticorpos: - Inicialmente promove neutralização - Dependendo da mudança de classe do anticorpo ou não, há presença de anticorpos opsonizantes que facilitam a fagocitose mediada pelo receptor Fca - Ativação do sistema complemento → anticorpos que fixam C3b promovem a fagocitose, promovem inflamação trazendo mais fagócitos para o local da infecção e leva à lise do microorganismo por ação do MAC quando o complemento é ativado até o fim Resumo da Malu – 2020.2 → Antígenos T-independentes: ● N. meningitidis, H. influenzae e S. pneumoniae ● Nas bactérias em geral, seus epítopos ou componentes imunogênicos, podem ser polissacarídeos ou proteínas ● A maioria das bactérias extracelulares são capsuladas → possuem uma cápsula de polissacarídeos ● Apenas o Bacillus anthracis possui cápsula de proteína ● A presença da cápsula promove resistência à fagocitose, pois ela possui componentes que possibilitam seu escape da fagocitose e inibe a ativação do complemento pela via alternativa, impedido a deposição do C3b na cápsula ● Dessa forma, precisa-se de um anticorpo que promova a opsonização ● As principais células que produzem anticorpos contra essa cápsula polissacarídica são as células B1 e BMZ que produzem anticorpos IgM → fixa complemento e promove a opsonização ● A opsonização é o principal mecanismo de eliminação da bactéria capsulada, que uma vez opsonizada, são eliminadas facilmente pelos mecanismos microbicidas dos fagócitos → Imunidade Adaptativa (Celular): ● As bactérias são compostas por antígenos proteicos, e quando ela está proliferando, ela precisa abrir sua capsula permitindo que elas sejam capturadas por DC através dos PRRs que reconhecem açúcares (polissacarídeos e manose) ● Ao ser degradada no interior das células dendríticas ela libera epítopos peptídicos que são expressos na membrana das DCs, e vão estimular a célula TCD4+ helper ● Dependendo do PRR que capturou a bactéria, pode-se ter desenvolvimento de células Th1 ou Th17 ● No caso de bactérias extracelulares, pela composição dos polissacarídeos, e dependendo do local em que elas estão, há um desenvolvimento direcionado para diferenciação em células Th17 - Isso ocorre, pois a DC reconhece muito através de TLR4 e dectinas, tendo geralmente a produção de IL-6 (tríade) e IL-23, que direcionam a resposta para a célula Th17 - Levando em consideração que muitas dessas bactérias entram em contato com o homem (como Staphylococcus e Streptococcus) por via de mucosa, nas mucosas se tem muito TGF-beta, que favorece mais ainda a diferenciação em células Th17 - O mecanismo de eliminação usado pela célula Th17 é uma inflamação neutrofílica intensa → recruta monócitos e neutrófilos que fagocitam essas bactérias extracelulares, promovendo inflamação local, eliminando-as através de grandes quantidades de compostos reativos de oxigênio (ROI) ou através da NET (segura as bactérias para que elas sejam eliminadas) - Além disso, a IL-17 promove o efeito barreira ● Se a bactéria induz muita produção de IL-12 pode-se ter a diferenciação em células Th1 → produz muito IFN-gama promovendo ativação do macrófago, que ativado é capaz de realizar fagocitose e produzir o killing bacteriano ● As diversas citocinas liberadas pelo LTCD4 helper ativado inicialmente, podem atuar sobre linfócitos B que tenham capturado essas mesmas bactérias - Muitas dessas citocinas promovem a troca de classe para IgG1 e IgG3 que são opsonizantes que favorecem mais ainda a eliminação dessas bactérias por fagocitose - Se a resposta for através dos linfócitos B dos folículos linfoides nos tecidos do MALT, ocorre diferenciação para IgA devido a presença do TGF-beta no MALT e produção de IL-5 induzida pela ativação do LTCD4 ● O anticorpo tem um papel muito importante para promover a fagocitose, então a resposta humoral efetora é a resposta por anticorpos, que é a mais protetora - Sem ela não ocorre a opsonização da bactéria para avançar na imunidade celular ● A principal resposta celular efetora é o Th17 e o Th1, eventualmente, pois, a fagocitose por si só é capaz de eliminar o patógeno ● Uma vez a bactéria fagocitada, por consequência da ação do anticorpo, dependendo da composição química da bactéria, a célula T pode se diferenciar em Th1 ou Th17, e a célula B sofre mudança de isotipo em IgG1, IgG3ou IgA → Efeitos Adversos: ● As principais consequências lesivas são a inflamação e o choque séptico ● Inflamação – quando intensa pode causar lesão tecidual - Geralmente é autolimitada e controlada, não chegando a danificar os tecidos, mas pode ocorrer ● Choque séptico – ocorre devido a inflamação exacerbada, havendo colapso circulatório, e muitas vezes coagulação intravascular promovida pela grande quantidade de citocinas presentes no organismo, geralmente pela ação do superantígeno ● Produção de anticorpos – as infecções estreptocócicas induzem a produção de anticorpos contra componentes do Streptococcus, e muitos desses anticorpos reagem com algumas células do hospedeiro, desenvolvendo doenças pós-estreptocócicas - Febre reumática – anticorpos anti-proteína M presente na parede dos Streptococcus, e após a faringite ocorre reação cruzada do antígeno com tecidos cardíacos, articulares e cerebrais - Glorumerulonefrite – anticorpos contra Streptococcus formam complexos imunes anticorpo-Streptococcus em Resumo da Malu – 2020.2 grande quantidade, e ao serem filtrados na membrana basal dos glomérulos, devido à sua grande quantidade, eles se depositam nessa membrana basal glomerular desencadeando nefrite Obs: Doenças Estreptocócicas – único tipo de doença em que se precisa impedir a formação de anticorpos tomando antibiótico, para impedir a formação de anticorpos de reação cruzada → Mecanismo de Escape: ● Resistência à fagocitose: - Possibilitada principalmente pela cápsula polissacarídica - A própria polaridade da capsula promove uma repulsão eletrostática dos fagócitos pois as duas são carregadas negativamente - Membrana dos fagócitos – possui muitos carboidratos e glicoproteínas sendo carregado negativamente - Cápsula da bactéria – ela possui muitos carboidratos sendo carregado negativamente (rica em LPS) - Uma das principais formas de resistência à fagocitose - Essas cápsulas encobrem os PAMPs que seria o principal mecanismo de reconhecimento pelo fagocito, e esse PAMPs só é exposto durante a proliferação da bactéria que ocorre abertura das cápsulas - Cápsula polissacarídica – Streptococcus agalactiae, Streptococcus pyogenes (causa faringite), Haemophilus influenzae, e Klebsiella pneumoniae - Capsula proteica – Bacillus anthracis ● Produção de Toxinas: - Streptococcus ou Staphylococcus - Secretam toxinas que podem matar o fagócito ● Mecanismos antiopsonizantes: - Impedem a opsonização - Isso ocorre pois o anticorpo fixa complemento, ajudando na opsonização, e uma vez opsonizada a bactéria, ocorre a formação com troca de classe e a produção de grandes quantidades de IgG1 e IgG3 (opsoninas) - Staphylococcus aureus – produz proteína A que se liga no FC do anticorpo opsonizante, fazendo com que ele deixe de ser opsonizante pois ele não consegue se ligar no receptor pra ele no fagocito impedindo a opsonização ● Variação antigênica: - Uma vez o anticorpo formado contra essas bactérias, a bactéria é capaz de alterar a composição da sua estrutura (flagelina, pilina ou LPS) - Dessa forma, o anticorpo que era formado contra esse antígeno não consegue se ligar a essas estruturas, pois seu antígeno de superfície foi mudado - Ocorre no pili principalmente - Flagelina (Salmonella typhimurium) - Pilina (Neisseria gonorrhoeae) - LPS (bactérias gram - como a E. coli) ● Liberação de antígenos de superfície: - Formam Blebs – iscas da membrana associada ao epítopo - Expulsam da membrana as Blebs solúveis que vão se ligar ao anticorpo, e dessa forma o Fab do anticorpo fica bloqueado e ele não consegue se ligar na bactéria - Neisseria gonorrhoeae ● IgA Protease: - Produção de IgA protease que cliva a peça secretora da IgA desmontando esse anticorpo - Neisseria gonorrhoeae ● Remoção de ROIs: - Algumas bactérias são catalases positivas, e essas uma vez fagocitadas são capazes de degradar peróxido de hidrogênio (um dos mecanismos microbicidas principais dos neutrófilos, que produzem grandes quantidades de ROIs) - Com a remoção de ROIs feita pela catalase, a bactéria então não morre no interior dos fagócitos - Staphilococcus catalase + ● Esse conjunto de fatores de virulência permitem que a bactéria escape da resposta imune, por isso, é preciso intensificar a resposta imune Resumo da Malu – 2020.2 ● Esse equilíbrio entre a resistência e a resposta imune que determina se a doença vai se instalar com sintomatologia clínica, ou não ● Quanto mais fatores que permitem essa bactéria escapar dos fagócitos elas tiverem, mais virulentas elas serão ● Após fagocitadas, a maioria das bactérias são facilmente eliminadas no interior dos fagócitos Helmintos Trematódeos - Schistosoma mansoni - S. haematobium - S. japonicum Esquistossomose Nematódeos - Trichinella spiralis Triquinose - Strongyloides duodenale - Necator americanus Ancilostomíase - Wuchereria bancrofti - Onchocerca volvulus Filariose → Resposta Inata: ● São patógenos grandes e multicelulares ● Possui localização extracelular ● Dificilmente serão fagocitados e induzirão inflamação ● O reconhecimento de componentes desses patógenos se dá na ausência de IL-12 ● Nesse caso, a ausência de IL-12 favorece a resposta por principalmente IL-4 - Citocina de assinatura do perfil Th2 dos linfócitos T - Sustenta o perfil Th2 onde há produção de IL-4, IL-13, IL-5, IL-9 (doenças alérgicas), IL-10 (anti-inflamatória) - Todas essas citocinas estimulam a diferenciação para o fenótipo Th2 dos linfócitos T - Favorece uma resposta por mastócitos (degranulação favorece a produção de IL-4) e células NKT (células primitivas que possuem TCR-alfa,beta mas reconhecem antígenos lipídicos por apresentação via CD1) ● Os fagócitos podem atacar os helmintos e produzir substâncias microbicidas para matá-los, mas não conseguem fagocitar pois são muito grandes ● Alguns possuem o tegumento muito espesso, ficando resistentes às substâncias microbicidas ● Alguns helmintos podem ativar a via alternativa do complemento → Resposta Adaptativa: ● Os antígenos de helmintos são glicolipídios capturados pelas células M, chegando até as células dendríticas ● A resposta ocorre ausência de IL-12, por ser um patógeno extracelular que não pode ser fagocitado, não ocorre produção de infecção e a ausência de IL-12 favorece o comprometimento com o fenótipo Th2 (produz muito IL-4) ● IL-4 – auxilia os linfócitos B estimulados por antígenos do helminto a se diferenciar em células B secretoras de anticorpo, principalmente de IgE ● IgE – liga-se através do FC de mastócitos que degranulam liberando aminas vasoativas, que vão atuar produzindo uma inflamação anafilática promovendo peristaltismo, contração do musculo liso intestinal e o aumento da permeabilidade vascular ● Pode ocorrer mudança para IgG, mas a citocina mais importante é a IL-4 que induz a mudança de classe dos anticorpos produzidos na mucosa por LB da MALT para IgE ● Há produção de IL-5 – estimula a produção e ativação de eosinófilos, que se ligam à IgE que eventualmente esteja ligada à mucosa ou a antígenos presentes na mucosa do helminto, e libera proteínas catiônicas que danificam a membrana do verme ● A ações dos mastócitos e eosinófilos promovem a expulsão do helminto do intestino ● IL-13 – estimula células caliciformes a produzirem muco, dificultando a adesão do helminto à mucosa, fazendo com que ele escorregue por ela ● As quimiocinas eotaxina, PAF e RANTES produzidas por células locais atraem eosinófilos para o local da infecção → Efeitos Adversos: ● Ovos de S. mansoni depositados no fígado estimulam as LTCD4+, que ativam os macrófagos e induzem a formação de granulomas (geralmente associado ao fenótipo Th1 enão Th2) ao redor dos ovos → Mecanismos de Escape: ● Tamanho: - Induz inibição da resposta primária e inflamação - Há dificuldade em eliminar o parasita ● Mimetismo molecular: - Na sua estrutura tegumentária tem componentes muito semelhantes aos constituintes do hospedeiro - Com isso, mimetizam os componentes do hospedeiro, não sendo reconhecido pela resposta imune - Reatividade cruzada com constituintes do hospedeiro - Ascaris – mimetiza o colágeno Resumo da Malu – 2020.2 ● Cobertura com moléculas do hospedeiro: - Se cobrem com moléculas do hospedeiro - Por estar coberto com substancias do seu hospedeiro, ele consegue escapar do reconhecimento imune - Cestodas e trematodas – adsorvem no seu tegumento moléculas do hospedeiro, principalmente moléculas eritrocitárias - Schistosomas – capaz de captar e adsorver na sua superfície, várias proteínas séricas, incluindo antígenos de grupo sanguíneo, IgG e MHC ● Reclusão anatômica: - Se escondem no interior de células ficando inacessível ao reconhecimento imune - Trichinella spiralis – se esconde dentro de miócitos ● Imunossupressão: - Parasitas podem secretar citocinas anti-inflamatórias que suprimem o recrutamento e ativação de leucócitos efetores - Filaria e Taenia ● Mecanismos anti-imunes: - Produz e secretam substâncias anti-imunes → enzimas que clivam anticorpos - Larvas hepáticas de Schistossoma ● Produção de enzimas pelos parasitas: - Secretam enzimas antioxidantes → eliminam em grande parte compostos reativos de oxigênio - Glutationa peroxidase – degrada peróxido de hidrogênio - Superóxido dismutase – degrada ânion superóxido - Com isso, muitas vezes possuem resistência estresse oxidativo e ao ADCC (no caso da eliminação citotóxica) - Filarias ● Formação de cistos: - Trichinella Protozoários ▪ Microorganismos que possuem membrana celular semelhante à dos humanos, tendo um ciclo de vida muito complexo → Resposta Inata: ● Age contra protozoários extracelulares ● Eliminados por fagocitose e ativação do complemento ● Parasitas reconhecidos pelos TLRs através de seus PAMPs ● Alguns podem se replicar mesmo dentro de macrófago, precisando da resposta adaptativa ● Protozoários são reconhecidos por seus PAMPs pelos TLRs - Glicoconjugados – se ligam em TLR-2 - Ácidos nucleicos – se ligam em TLR-9 - Flagelinas – se ligam em TLR-11 ▪ Os TLRs induzem a transcrição de genes para citocinas, quimiocinas (atuam juntos para recrutar fagócitos aos locais da infecção) e moléculas co-estimuladoras necessárias para a ativação da resposta imune adaptativa Parasitas PAMPs TLR Efeito Biológico T. cruzi - Âncoras de GPI - DNA genômico TLR2 e/ou TLR4 TLR9 Produção de IL-12 e TNF por macrófagos, produção de quimiocina Estimulação de macrófagos e DCs P. falciparum - Âncoras de GPI - Hemozoína-DNA TLR2 e/ou TLR4 TLR9 Produção de TNF Produção de citocinas pró-inflamatórias por macrófagos Leishmania spp - Âncoras de GPI TLR2 Estimulação de macrófagos e células NK Schistossoma - Fosfatidilserina - RNA dupla fita - Carboidrato LNFPIII TLR2 TLR3 TLR4 produção de IL-10 Ativação de DCs Indução do perfil Th2 - Âncoras de glicofosfatidilinositol (GPI) – moléculas formadas por oligossacarídeos e fosfolipídios que ancoram diversas PTNs à membrana - Lacto-N-fucopentose III (LNFPIII) ▪ T. cruzi: - GPI – reconhecido por TLR2 às vezes associado ao TLR6 - GPIL associada à ceramidas – reconhecido por TLR4 ▪ P. falciparum: - Receptor TLR2 eventualmente associado ao TLR1 ▪ T. gondii: - Causa toxoplasmose - Reconhecido por TLR11 ▪ Esses receptores são inflamatórios e induzem a liberação de quimiocinas e determinadas citocinas importantes para a efetivação da resposta imune (IL-12, TNF e IFN-gama) - Evita a replicação descontrolada do parasita ▪ Em algumas situações, há a produção de IL-10 e TGF-beta, e nesse caso há um controle anti-inflamatório - Há o controle anti-inflamatório da resposta inflamatória exacerbada ▪ Há produção de um balando entre a relação parasita e hospedeiro, pois muitas vezes essa resposta contra o parasita é exacerbada causando danos ao hospedeiro ▪ A resposta inflamatória realiza o controle da replicação do parasita ▪ Muitas vezes os sintomas clínicos da doença são causados por um controle da resposta imune, ou seja, não são causados pelo patógeno necessariamente, mas sim pela resposta imune exacerbada contra o patógeno ▪ Muito comum de ocorrer quando o patógeno é intracelular ▪ A forte interação das células APCs com: - Glicoconjugados de membrana ligantes de TLR4 e TLR2 - Ácidos nucleicos ligantes de TLR9 - Algumas ligantes de TLR11 (flagelina do T. gondii) Resumo da Malu – 2020.2 → Resposta Adaptativa: ● O principal mecanismo de defesa contra protozoários intracelulares que sobrevivem dentro de macrófagos é a imunidade celular ● Para esses patógenos serem erradicados são dependentes de resposta imune intracelular - Resposta TCD4+ – via Th1 que produz IFN-gama - Resposta TCD8+ – via Tc1 que produz IFN-gama ● Resposta por TCD4 (Th1): - Contra protozoários que parasitam dentro de fagossomos de células do sistema mononuclear (macrófagos) - Nesse caso, a melhor resposta celular seria do tipo Th1, onde o principal mecanismo de defesa é a produção de IFN-gama, que ativa mecanismos microbicidas dos macrófagos (em especial o óxido nítrico) ● Resposta por TCD8 (Tc1): - Contra protozoários que se reproduzem no citoplasma, fora do fagossomo, ou que escapam do fagossomo para o citoplasma - Dependentes da resposta por Tc1 que produz IFN-gama, erradicando os patógenos intracelulares ● Resposta por célula B: - Caso os linfócitos B reconheçam antígenos proteicos e passem a secretar Acs específicos contra esse patógeno, há possibilidade da interação com LTCD4 e nesse caso, devido a produção de IFN-gama, tem-se a indução de anticorpos opsonizantes e ativadores de complemento (IgG1 e IgG3), e com a produção de C3b há amplificação da opsonização ● A imunopatologia (manifestação patologia da doença) é devido à injuria do tecido provocada pela própria resposta imune ● A resposta imune intensa, não só leva à erradicação do patógeno, como também pode promover lesão das células do hospedeiro → Plasmodium falciparum – Malária: ● Possui um ciclo de vida muito complexo ● Se prolifera no interior dos eritrócitos ou hepatócitos ● Seu ciclo de vida varia dentro do hospedeiro humano entre hepatócitos e eritrócitos, e após eliminados infectam mosquitos (vetor intermediário da malária) ● Resposta Humoral: - Relevante principalmente quando o protozoário está na fase extracelular do ciclo humano - Consiste na produção de Acs efetivos na contenção da carga parasitária, ou seja, diminuição da carga de parasitos no indivíduo através da neutralização, fixação do complemento e lise celular - Anticorpo: ♥ Impede a manutenção do ciclo celular do plasmodium, ou seja, bloqueia o ciclo de passagem do sangue para o hepatócito, inviabilizando a invasão ♥ Fixa complemento induzindo a lise do protozoário ♥ Promove a opsonização facilitando a fagocitose - Mecanismo de evasão – variação antigênica e o habitat intracelular, pois quando está na fase intracelular ele consegue escapar dos anticorpos ● Resposta Celular: - Já que o anticorpo permite a fagocitose, é importante que haja um mecanismo capaz de ativar macrófagos - Promove ativação de macrófagos mediada por citocinas no estágio eritrocitário principalmente - Macrófagos – responsáveis pela destruição de células infectadas (eritrócito infectado e merozoíto revestido por anticorpo) - LT citotóxico (CTL) – importante no estágio hepático,pois reconhece células infectadas que expressam antígenos intracelulares via MHC-I (hepatócito infectado) ● Efeitos biológicos do reconhecimento dos PAMPs por TLRs: - TLR2 e TLR4 – produção de TNF - TLR9 – produz citocina pró-inflamatória por macrófago • No hospedeiro humano possui 2 fases: 1. Fase Hepática: ▪ Quando o indivíduo é picado pelo mosquito infectado, os esporozoítos (forma ativa) penetram no corpo infectando o hepatócito ▪ No hepatócito, eles proliferam, se reproduzem e se diferenciam em merozoíto ▪ O merozoíto pode infectar as hemácias evoluindo para uma forma de gametas, ou pode continuar na forma de merozoíto sendo liberada no sangue ▪ O merozoíto liberado no sangue, possui uma proteína PfEMP-I, responsável pela interação da hemácia infectada por merozoíto com endotélio da circulação ▪ A hemácia então se ligando ao endotélio, o parasita consegue passar novamente para o interior dos hepatócitos ▪ Os gametas são eliminados pelas hemácias no sangue podendo ser sugados junto com o sangue, pelos mosquitos onde ele vai passar novamente por um processo de diferenciação, produzindo esporozoítos que serão transmitidos novamente ao homem pela picada do mosquito infectado ▪ A passagem da fase hepática para a sanguínea vai determinar qual será a resposta protetora Resumo da Malu – 2020.2 ▪ Resposta imune protetora é mediada por: - Célula NK e TCD8 citotóxico – é a principal resposta protetora, visto que o patógeno está presente em grande quantidade nos hepatócitos (+ protetora) - Células Th1 – ocorre em uma fase aguda, quando os hepatócitos liberam o patógeno no sangue, e ocorre a sua fagocitose ▪ Ocorre apresentação cruzada 2. Fase Sanguínea: ▪ Ocorre no interior das hemácias ▪ A melhor resposta seria a produção elevada e em massa de anticorpos → de forma que ele bloqueia a entrada do merozoíto nas hemácias ou sua passagem para o endotélio ▪ A molécula que a hemácia infectada usa aderir essas hemácias ao endotélio é a proteína PfEMP-I, que é fundamental para a hemácia se ligar no endotélio e permitir a passagem do plasmódio para os tecidos ▪ No entanto, a hemácia por si só não é capaz de estimular a resposta imune, visto que não apresenta MHC-I ou MHC-II ▪ Portanto, o patógeno permanece se reproduzindo no interior da hemácia livremente, e para proliferar no interior do hepatócito ele precisa passar para o endotélio (fase sanguínea → fase hepática) → Leishmania major: ▪ Sobrevive e prolifera no interior de macrófagos ▪ Resposta Humoral: - A resposta por anticorpos possui pouca importância - Anticorpo – limita a disseminação da infecção, impedindo a passagem dos patógenos de uma célula para outra já que ela sobrevive ativamente no interior de macrófagos - Mecanismo de evasão – habitat intracelular ▪ Resposta Celular: - Extremamente importante - A ativação de macrófagos por citocinas é o mecanismo mais eficiente na eliminação desses patógenos - Ocorre destruição por TNF, espécies reativas de oxigênio e óxido nítrico - Células T citotóxicas – elimina patógenos no citoplasma ▪ Efeitos biológicos do reconhecimento de PAMPs por TLRs: - TLR2 – estimula macrófagos por Th1 e células NK ▪ Importância da resposta por Th1: - Estudado em camundongos - A Leishmania sobrevive no interior de endossomos das células macrofágicas - Estudos em camundongos usaram 2 tipos de murinos - A maioria das linhagens murinas quando infectados por Leishmania major, desenvolvem a resposta Th1 que leva à recuperação dos camundongos infectados - Existem algumas linhagens de camundongos (BALB/c) que quando infectados pela Leishmania major, produzem resposta Th2, e dessa forma, a infecção é disseminada levando à morte dos animais - O que determina a resistência ou a susceptibilidade por Leishmania major, é o tipo de resposta que o organismo desperta no hospedeiro - No homem: indivíduos acometidos por Leishmania major nos endossomas de seus macrófagos, ocorre a ativação de TCD4+, que pode estimular 2 tipos de resposta - Resposta Th1 – há produção de IFN-gama que ativam macrófagos, promovendo a destruição dos parasitas intracelulares - Resposta Th2 – há produção de IL-4 que suprime os macrófagos, promovendo a sobrevivência dos parasitas Resumo da Malu – 2020.2 → Trypanosoma cruzi – Doença de Chagas: ● Sobrevive e se prolifera no interior de macrófagos ● Possui estágios complexos, sendo um estágio dentro do fagossomo, um estágio no citoplasma fora do fagossomo e um estágio extracelular ● Resposta principalmente celular para destruir a célula em que ele se replica, e resposta humoral quando o parasito está fora da célula, com ação dos anticorpos ● O protozoário é infeccioso e se reproduz quando presente no seu habitat intracelular ● Resposta Humoral: - Anticorpo – importante pois limita a disseminação da infecção na fase aguda principalmente → impede que o tripanossoma passe de uma célula para outra para se multiplicar no interior do macrófago - Mecanismo de evasão – habitat intracelular ● Resposta Celular: - Ocorre na fase crônica → quando o protozoário está instalado e se reproduzindo ativamente no interior dos macrófagos, havendo necessidade de uma resposta celular muito eficiente - Ativação dos macrófagos por citocinas → desenvolve mecanismos microbicidas, que consiste na destruição por TNF, metabólitos de oxigênio (compostos reativos de O2) e NO- (óxido nítrico) - Células T citotóxicas – importante quando os patógenos estão no citoplasma das células ● Efeito biológico do reconhecimento de PAMPs por TLR: - TLR2 e TLR4 – produção de IL-12 e TNF por macrófagos e produção de quimiocinas (excelente para indução do perfil Th1 e na ativação de macrófagos) - TRL9 – produz citocinas pró-inflamatórias que estimulam macrófagos e células dendríticas ▪ Ciclo de infecção: - Possui um ciclo no hospedeiro intermediário – barbeiro - Possui um ciclo no hospedeiro final – ser humano 1. Picada do barbeiro: ▪ O barbeiro pica e defeca ao mesmo tempo ▪ Com isso, o tripomastigota presente nas fezes do inseto, passa para a ferida chegando na circulação 2. Tipomastigotas se transformam em amastigotas: ▪ Os tripomastigotas presentes na circulação invadem preferencialmente células do sistema mononuclear, onde entram ativamente no citoplasma da célula ▪ No citoplasma, ele se diferencia em amastigota, que é a forma na qual ele se multiplica ▪ Pois o tripomastigota não se prolifera 3. Multiplicação dos amastigotas: ▪ Os amastigotas multiplicam-se dentro das células assexualmente 4. Amastigotas se transformam em tripomastigotas: ▪ Após proliferar, os amastigotas transformam-se em tripomastigotas, rompem a célula e saem em direção ao sangue ▪ No sangue circulam, e invadem novas células em regiões diferentes do corpo, onde se multiplicam na sua forma de amastigotas, ou passa para o barbeiro na forma de tripomastigotas atraves da picada 5. Tripomastigotas passam para o barbeiro: ▪ Tripanomastigotas sanguíneos são absorvidos junto com o sangue por um novo inseto através da picada 6. Tripomastigotas se transformam em epimastigotas: ▪ Os tripomastigotas se transformam em epimastigotas no intestino do inseto 7. Multiplicam-se: ▪ Epimastigotas se multiplicam no intestino do barbeiro 8. Epimastigotas se transformam em tipomastigotas: ▪ Os epimastigotas se transformam em tripomastigotas que é a forma que vai injetar no hospedeiro humano • O principal mecanismo de eliminação desses patógenos é via célula TCD8 e TCD4 - Patógenos que são fagocitados por macrófagos, dentro do fagolisossomo serão destruídos por resposta Th1 - Patógenos que não forem fagocitados, podem entrar ativamente no citoplasma, e a resposta de erradicação serávia LTCD8 → Trypanosoma brucei: ▪ Conhecido como o grupo africano ▪ Se prolifera no sangue do hospedeiro ▪ O principal mecanismo de eliminação desse patógeno é a resposta por anticorpo ▪ Anticorpo: - Neutraliza o patógeno promovendo a lise através do sistema do complemento → ocorre visto que ele possui uma membrana aparente sem muita resistência, pode ser rapidamente lisado, a não ser que ele produza algum mecanismo de bloqueio da ativação do complemento - Podem ser opsoninas, promovendo a opsonização direta facilitando a fagocitose desses patógenos ▪ Mecanismo de evasão mais comum é a variação antigênica ▪ A resposta celular não possui muita relevância, visto que estão livres no sangue Resumo da Malu – 2020.2 → Schistosoma: ▪ Efeitos biológicos do reconhecimento de PAMPs por TLRs: - TLR2 – indução da produção de IL-10 (anti-inflamatória) - TLR3 – ativação de células dendríticas (pode induzir Th2) - TLR4 – indução do perfil Th2 → Mecanismos de Escape: ● Reclusão anatômica: - Plasmodium – um dos principais mecanismos do patógeno presente dentro do eritrócito, visto que, eritrócitos infectados não são reconhecidos por células NK ou LTCD8 pois não possuem MHC-I ou MHC-II, e também na forma intracelular hepática, principalmente na fase aguda - Leishmania spp e Trypanosoma cruzi – por se proliferar dentro de macrófagos, o fato deles escaparem do fagossomo para o citoplasma, protege eles contra a resposta Th1, no entanto, no citoplasma fica vulnerável à eliminação via linfócito TCD8 ● Variação antigênica estágio específica: - Plasmodium – Em cada estágio de vida desse patógeno, ele possui moléculas de superfície diferentes, então quando ele escapa de um estágio para o outro, ele escapa da resposta que foi montada para o estágio inicial - Comum em helmintos ● Variação antigênica no estágio adulto no protozoário extracelular: - Ocorre exclusivamente na fase adulta - É quando o protozoário muda sua molécula de superfície para escapar de anticorpos que tenham sido formados anteriormente, ou seja, os anticorpos formados antes não neutralizam a variante - Trypanosoma brucei – esse patógeno extracelular possui uma glicoproteína de superfície com muitas variantes, chamada de VSG, e ele possui vários genes para a mesma VSG, então o anticorpo formado para a variante A destrói o patógeno, entretanto, algumas começam a expressar o gene da variante B, inicialmente ele prolifera ativamente e na medida em que começa a expressar os anticorpos contra a variante B, ele é eliminado, e passa a expressar genes de outra variante e assim em diante - Dessa maneira, ele vai escapando da resposta imune através da variação antigênica - Plasmodium falciparum – as hemácias infectadas exibem PfEMP-I, que é importante para a ligação da hemácia ao endotélio, e o plasmódio é capaz de promover variação antigênica dessa molécula no estágio eritrocitário, logo, e uma resposta imune sanguínea onde os anticorpos são importantes para neutralizar a glicoproteína PfEMP-I, se ela sofre variação antigênica, ela escapa dos anticorpos formados previamente, e consegue continuar o ciclo no hospedeiro humano ● Imunossupressão: - É a modulação negativa da resposta do hospedeiro - Leishmania donovani – inibe IL-12 (indutora de células Th1) e inibe a expressão de MHC-II (importante na apresentação de antígenos por APCs profissionais) ● Mecanismo anti-imune: - Inibição da fagocitose - Inibição da liberação de espécies reativas de oxigênio - Algumas espécies de Leishmania ● Mascaramento do antígeno: - Se recobrem por glicoproteínas do hospedeiro, o que mascara os seus antígenos de superfície ● Emissão de antígenos de superfície: - Leishmania e Plasmodium – jogam fora seus antígenos de superfície como os Blebs de bactérias gram negativa ● Emissão de componentes que limitam o complemento: - Leishmania – produz uma molécula semelhando ao fator de aceleração do decaimento (DAF) → glicoproteína que facilita a dissociação das C3 convertases, desmontando a ativação do complemento Fungos • A parede celular da maioria dos fungos é composta por uma serie de glicoconjugados e polissacarídeos • São elas – galactomananas, âncoras GPI, galactosamina glucanas, quitina, proteínas (geralmente na forma de glicoproteínas) • Parede bastante rígida, que dá forma ao fungo e é o primeiro contato dele com o sistema imune do hospedeiro Resumo da Malu – 2020.2 • Os PRRs que reconhecem PAMPs serão muito importantes no desencadeamento da resposta imune contra esses patógenos • PRRs importantes: - TLR4 e TLR2 - Dectinas – reconhece beta-glucanas muito presentes na parece celular desses fungos, e o reconhecimento delas é importante para a resposta Th17 → Sistêmicas: ● Pode ser um patógeno primário – parasita o hospedeiro e eles próprios causam a infecção no hospedeiro ● Causadas por fungos presentes no ambiente ● Geralmente são fungos termo-dimórficos – possui uma forma infectiva e uma forma no hospedeiro ● A maioria penetra nos indivíduos atarves de formas pulmonares, por inalação de conídios (esporos dos fungos) ● De forma geral, são muito bem fagocitados pelos alvéolos pulmonares, desencadeando uma resposta Th1 intensa ● A resolução dessas micoses causadas por esses fungos é muito bem contida pela formação de uma resposta Th1 eficiente, principalmente pela formação e contenção no interior de granulomas ● As doenças sistêmicas são muitas vezes bem resolvidas sem necessidade de medicamentos, pela contenção através da resposta Th1 intensa que previne a disseminação através da formação de granulomas ● Blastomyces dermatitidis, Coccidiodes immitis, Histoplasma capsulatum e Paracoccidioides brasiliensis → Oportunista: ● Causam doenças apenas em indivíduos com deficiência na imunidade celular ● Indivíduos sadios eliminam facilmente fungos oportunistas ● Alta taxa de mortalidade em imunocomprometidos ● Candida albicans – se apresenta de várias formas para infectar o hospedeiro (candidíase) ● Cryptococcus neoformans – escapa facilmente do sistema imune inato por possuir uma cápsula extremamente densa (criptococose) ● Aspergillus fumigatus – capaz de promover o desvio das respostas protetoras (aspergilose) ● São fatores predisponentes: - Transplantados – uso necessário de imunossupressores facilita a disseminação desses fungos no hospedeiro - Terapia anti-neoplásica – uso de drogas citotóxicas para o tratamento de câncer - AIDS – devido à redução de linfócitos TCD4+ - Doenças autoimunes – muito submetidos ao uso de corticosteroides, que são anti-inflamatórios potentes - Antibioticoterapia – uso prolongado de antibióticos • Muitos indivíduos estão submetidos a esses fatores no dia a dia, então os fungos oportunistas se tornam mais perigosos que os fungos que são agentes primários → Resposta Imune Inata: ● Principais mediadores – neutrófilos, macrófagos e ILCs residentes nos tecidos - ILC-1 – ativa T-bet, logo, o perfil de citocinas que ela libera é muito próxima da resposta Th1 e não possui PRR para reconhecer, sendo ativada na imunidade inata por citocinas liberadas por macrófagos principalmente - ILC-2 – possui fenótipo semelhante ao Th1 - ILC-3 – possui fenótipo semelhante ao Th17 ● Os fungos são reconhecidos através de TLRs e receptores do tipo lectina (dectinas), sendo a galactomanana o principal epítopo ● Quando os patógenos entram em contato com hospedeiro, a participação do sistema complemento é importante para a opsonização desses patógenos, visto que a lise não ocorre por conta daquela parede rígida - A ativação do complemento se dá principalmente pela via alternativa e via das lectinas, pois os fungos possuem muitas manoses na sua superfície (glucanas e mananas)- Mananas – responsável pela ativação da via das lectinas - Demais polissacarídeos – relacionados com a ativação da via alternativa ● A participação dos fagócitos é muito importante - Monócitos, macrófagos e neutrófilos – quanto mais eficientes no reconhecimento via PRR, mais eficiente eles serão na fagocitose - Ocorre visto que o reconhecimento de uma gama muito grande de PAMPs desses fungos é feito por receptores tipo-toll principalmente Resumo da Malu – 2020.2 - Neutrófilos – liberam ROS e enzimas lisossômicas - Células dendríticas – quando reconhecem os fungos, migram e apresentam os antígenos para as células T naive que vão se diferenciar em células Th efetoras dependendo de como foi o reconhecimento pelas DCs (se foi via TLR, via dectina, etc) - Célula NK – destrói o fungo diretamente por ADCC (IgG1 e IgG3) → Resposta Inata X Resposta Adaptativa: ● Comparando as respostas inata e adaptativa na maioria dos fungos extracelulares, vê-se que: ● Células dendríticas e macrófagos: - Reconhecem em especial glucanas (presente em grandes quantidades na parede celular dos fungos) - Esse reconhecimento ocorre via TLR ou CLR (receptor do tipo lectina) como é o caso da dectina-1 - Imunidade inata – a dectina-1 é a responsável por reconhecer beta-glucanas e induzir a liberação de IL-23 (citocina responsável por manter o perfil Th17), que estimula as ILC3 residentes nos tecidos - Imunidade adaptativa – reconhecimento por TLR a nível de linfonodo, induz uma característica inflamatória, produzindo a IL-1, IL-6 e TNF (tríade inflamatória), e como também está ocorrendo o reconhecimento via dectina também há a presença de IL-23 → nesse caso, o LTCD4 naive em presença de IL-6 se diferencia em Th17 e com a ajuda da IL-23 que contribui com a manutenção desse perfil, junto com o TGF-beta que inibe o fenótipo Th1 e Th2 - Logo, as ILC3 estimuladas por IL-23 liberam IL-17, que recruta neutrófilos e induzem peptídeos antimicrobianos nas mucosas, formando aquela barreira epitelial - Ou seja, logo no início da resposta inata já ocorre um controle da barreira epitelial - No linfonodo, as células dendríticas também liberam citocinas que estimulam a diferenciação de LTCD4 naive em Th17, promovendo uma inflamação neutrofílica, potencializando a resposta inata ● Neutrófilos: - Possuem vários mecanismos microbicidas, e uma vez o fungo fagocitado, ele pode ser eliminado pela produção de ROS principalmente, pelas enzimas lisossomais que ele é capaz de secretar, e quando eles morrem, liberam NET que vão reter o patógeno naquele foco de resposta imune facilitando sua eliminação por outros neutrófilos que ainda estão vivos exercendo seus mecanismos microbicidas ● Fungos extracelulares: - São potentes ativadores de resposta imune por Th17 → Resposta Adaptativa: ● A principal é mediada por célula T ● Célula T – atuam através de produção de citocinas que ativa mecanismo fagocitário e citotóxicos de macrófagos (pela produção de NO) e auxiliam as células B na produção de anticorpos ● Quando o fungo é fagocitado, dependendo do antígeno a resposta que ele vai estimular será diferente. Se for uma resposta por: - Th1 – fagocitado via TLR, produz IFN-γ que induz a eliminação de fungos intracelulares principalmente (Histoplasma capsulatum) e induz a mudança de classe para IgG1 e IgG3 (opsoninas diretas) → é uma resposta protetora, previne a disseminação do fungo e eliminação da infecção - Th2 – resposta não protetora, ocorre disseminação do fungo e indução de alergias respiratórias - Th17 – induzida fortemente por fungos extracelulares através do reconhecimento de glucanas via dectina-1, e induz a liberação de IL-17 (recrutamento e ativação de neutrófilos), IL-21 (auxilia na proliferação dessas células) e IL-22 (estimula peptídeos antimicrobianos sendo importante para o efeito barreira) - T citotóxico → IFN-𝛾, granuloma • Célula B1 – reconhece antígenos polissacarídicos - Visto que os fungos possuem uma parede celular muito rica em polissacarídeos, essas células possuem um papel na porta de entrada com a produção de IgM que produz um mecanismo de defesa pois fixa complemento, que produz C3b, que leva à opsonização • Resposta Celular: - É protetora - Previne a disseminação do fungo - Promove a eliminação da infecção - Em alguns casos, promove a injúria do tecido hospedeiro • Resposta Humoral: - Não é protetora - Mas pode colaborar com a IgG1 e IgG3 promovendo fagocitose - Indução de alergias respiratórias - De forma geral, os anticorpos em uma infecção fúngica servem apenas para se fazer o diagnóstico sorológico do Resumo da Malu – 2020.2 tipo de fungo que está causando a infecção, mas esse pode ser um diagnóstico controverso visto que vários fungos compartilham diversos polissacarídeos na sua superfície, podendo dar reatividade cruzada • Célula NK – quando o fungo está recoberto por IgG1 e IgG3, pode ser promover destruição direta por ADCC • LT citotóxico – capaz de produzir IFN-gama que colabora com a manutenção e formação do granuloma → Fungos de importância médica: ● Candida albicans: - Causa infecção aguda - Se ligam a proteínas do complemento ● Aspergillus fumigatus: - Capaz de invadir e provocar trombose causando necrose isquêmica e danos celulares, pois libera alguns dos seus antígenos na circulação, e através da formação do complexo Ag-anticorpo pode formar esses trombos - Em indivíduos imunocomprometidos, causam infecções disseminadas ● Histoplasma capsulatum: - Promove principalmente infecção pulmonar causada por uma infecção granulomatosa típica ● Cryptococcus neoformans: - Forma mais comum e principal causa da morte é a meningite, pois ocorre disseminação a partir dos pulmões para o cérebro, por conta da capsula densa que ele produz → Mecanismos de Evasão: ● C. neoformans – produção de cápsula ● H. capsulatum – sobrevive no interior de fagócitos através da neutralização de ROS, logo a atividade microbicida do fagocito precisa ser hiperestimulada → é necessário a ativação da resposta adaptativa para produzir uma ativação intensa desses fagócitos levando a formação dos granulomas ● A. fumigatus – libera produtos e antígenos fúngicos no sangue (galactomanana) - Capaz de desviar de resposta imune de Th1 para Th2 dependendo do reconhecimento pelos PRRs e da forma do fungo - Conídio – forma de esporo que normalmente entramos em contato, sendo reconhecido por TLR2 e TLR4, e isso ativa uma resposta Th1 intensa - Hifa – forma germinada do conídio, que se dá quando ele consegue germinar antes de ser reconhecido pelo fagocito, que possui moléculas de superfície diferentes que são reconhecidas apenas por TLR2, que não é tão inflamatório como o TLR4, induzindo uma resposta Th2 por anticorpos, e dessa forma ele é capaz de escapar da resposta imune Bactérias Intracelulares ● São aquelas que sobrevivem e multiplicam dentro de fagócitos ● São fagocitadas e por determinados mecanismos de evasão, são capazes de sobreviver à ação microbicida dos fagócitos pois conseguem subverter os mecanismos microbicidas deles ● Se multiplicam lentamente sendo inacessíveis aos anticorpos ● Macrófagos – são os hospedeiros preferenciais - Uma vez que são células de vida longa, essa é uma vantagem para os microorganismos de replicação lenta - Possuem pouca capacidade antimicrobiana, caso não sejam ativados - São as primeiras células que as bactérias encontram após o contágio e entrada no macrófago ocorre por fagocitose → Resposta Inata: ● Limita um pouco o crescimento bacteriano, visto que há um processo de início de ativação dos macrófagos ● Logo, quando as bactérias são fagocitadas, o fagocito começa a produzir IL-12 exercendo os efeitos microbicidas ● No entanto,as bactérias possuem condições de subverter esses mecanismos microbicidas (enzimas, NO, ROS) ● Quando macrófago começa a produzir IL-12 e começa a se estabelecer o efeito inflamatório ● As células NK são ativadas por IL-12 e IL-15 (produzidos por macrófagos e DCs), recrutadas para o foco infeccioso e promovem a produção de: - IFN-γ – no foco infeccioso antes de ocorrer a resposta adaptativa → primeiro controle das bactérias que limita um pouco seu crescimento - TNF – ativa macrófagos e promove o aumento de NO, com consequente destruição das bactérias ● Para eliminar efetivamente a bactéria, há dependência da imunidade adaptativa → há a necessidade de produzir grandes quantidades de IFN-γ que ativem suficientemente os macrófagos para erradicar as bactérias ● A ativação persistente do macrófago causa lesão tecidual ● Ocorre reação de hipersensibilidade tardia (DTH) que leva à formação do granuloma (estrutura composta por macrófagos infectados e circundados por TCD8+ e TCD4+ ativados) → está associado à fibrose tecidual ● Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium leprae, Listeria monocytogenes, Salmonella enterica Resumo da Malu – 2020.2 → Resposta Inata X Resposta Adaptativa: • Após o primeiro contato com patógeno, células residentes nos tecidos próximo à porta de entrada da infecção, e as células recrutadas para o local do foco infeccioso, que são as responsáveis por iniciar a imunidade inata - Células residentes – macrófagos (combatem e controlam a infecção) - Células recrutadas – neutrófilos (incapaz de controlar a infecção por ser muito sensível ao mecanismo de escape das bactérias) e células NK (ativada pela IL-12 liberada pelo macrófago infectado e por IL-15 produzida pelo macrófago localmente e pela DC que migra para o linfonodo para iniciar a resposta adaptativa, dessa forma a célula NK é ativada e produz IFN-gama, que começa a ativar macrófagos, que aumenta a produção de NO que destrói as bactérias para exercer um certo controle no crescimento bacteriano, mas na maioria das vezes ele pode não eliminar totalmente as bactérias, pois dependendo da quantidade de fatores microbicidas que a bactéria possui, ela ainda pode ser capaz de resistir à ação do macrófago, necessitando de uma resposta mais eficiente e específica) • Células linfóides inatas: - Residentes nos tecidos, estando prontas para responder ao patógeno iniciando uma proteção local - Dependendo do fator de transcrição que elas ativam, são comprometidas com determinado fenótipo de linfócito - Existem 3 tipos – ILC1, ILC2 e ILC3 - ILC1 – responde com perfil semelhante ao Th1, expressa o fator de transcrição T-bet, não possui TCR, então quando ativadas na presença do antígeno respondem bem na presença de IL-12, IL-15 e IL-18 secretadas pelo macrófago ativado, e responde através da produção de IFN-γ e TNF, que amplificam a ativação dos macrófagos sendo extremamente importante para a imunidade inata - Célula NK – enquadrada como um tipo de ILC1 • O controle da infecção é inicialmente feito pelas células da imunidade inata, entretanto, se o patógeno possui fatores de virulência que o permitem escapar dos mecanismos microbicidas desses fagócitos, a eliminação do patógeno vai depender então da imunidade adaptativa, em especial da resposta celular → que depende de como o macrófago é ativado → Resposta Adaptativa: ● A imunidade mediada por células é a principal defesa contra bactérias intracelulares ● É necessário se ter uma resposta celular que ative de forma eficiente os macrófagos, para ele conseguir eliminar essas bactérias ● A resposta principal é mediada por Th1, devido as bactérias estarem dentro de vesículas acidificadas sendo apresentadas via MHC-II ● Porém, existem bactérias que escapam para o citoplasma, sendo processadas nos proteossomos do citoplasma, dependendo da apresentação via MHC-I para LTCD8 ● Ou seja, dependendo do mecanismo de escape da bactéria há necessidade de uma cooperação entre LTCD4 e LTCD8 ● Linfócito TCD4+: - Reconhece bactérias intravesiculares degradadas dentro dos fagolisossomos de macrófagos e respondem a esses peptídeos antigênicos associados ao MHC-II - Adquire fenótipo Th1 - Produz IFN-𝛄 intensamente – ativando macrófagos para destruírem as bactérias nas vesículas - Produz TNF – promove o recrutamento e a ativação de monócitos, que são células mononucleares que ao serem atraídas para o tecido se diferenciam em macrófagos - Realiza uma série de respostas relacionadas a fagocitose – aumento da atividade microbicida desse fagócito pelo IFN-γ, e recrutamento de células que se diferenciam em macrófagos teciduais por TNF → promove o aumento do killing de bactérias no fagolisossomo ● Linfócito TCD8+: - Reconhece antígenos citosólicos, ou seja, bactérias que escapam para o citoplasma sendo processadas ali e responde à peptídeos antigênicos associados ao MHC-I - Seu mecanismo de resposta é baseado na produção de perforinas e granzimas, que levam ao killing da célula infectada ● A ativação do macrófago que ocorre em resposta a esses microorganismos intracelulares é também capaz de causar lesão tecidual - Pode ocorrer devido uma demora muito grande para eliminar o patógeno pela sua alta resistência - Muitas vezes se tem um recrutamento intenso de células fagocíticas, formando uma estrutura que seria o início do granuloma - As células fagocíticas cercam o patógeno e vão se unindo formando um tecido epitelióide que contorna o patógeno tentando contê-lo - A célula dendrítica ativou LTCD4 no linfonodo, que se diferenciaram em Th1, e esses vão cercar essa estrutura produzindo grandes quantidades de IFN-γ para destruir essa célula infectada - Há formação do granuloma, que é uma estrutura muito complexa composta pelos macrófagos infectados na área central, circundados por grandes quantidades de LTCD4 Resumo da Malu – 2020.2 e LTCD8 efetores, estando frequentemente associado com fibrose tecidual - A formação do granuloma é característica da resposta imune por bactéria intracelular, típico de micobactérias - Micobactérias – Mycobacterium tuberculosis e leprae - Complexo M. tuberculosis – composto por M. tuberculosis, M. avium e M. bovis - Este é um mecanismo de resistência, que forma essa estrutura fibrosa, que no meio dela ocorre a degradação de muitos macrófagos infectados por microorganismos - Pode sobreviver algum microorganismo, mas eles ficam restritos no interior desse granuloma - Dessa forma, acaba lesando as células do hospedeiro → Mecanismo de Evasão: ● Permanência e multiplicação no fagossomo: - Inibindo a fusão do lisossoma com o fagossomo, consegue inibir a degradação da bactéria, possibilitando a sua permanência e multiplicação no interior do macrófago - Mucobacteria tuberculosis e Legionella ● Sobrevivência no fagolisossomo: - Possui a resistência aos componentes microbicidas dos macrófagos, o que permite sua sobrevivência no interior dos fagossomos - Através da neutralização de óxido nítrico, peróxido de hidrogênio - Mycobacteria leprae e Salmonella typhimurium ● Escape para o citoplasma: - Produz toxinas que promovem a ruptura da membrana do fagossomo permitindo o seu espace para o citoplasma - Listeria, Shigella flexneri ● Parede celular de micobactérias: - Por ser uma parede rígida, promove proteção contra ação de lisozima, ROS e deposição de complemento ● O prognóstico da infecção (avanço) depende do equilíbrio entre o equilíbrio do mecanismo microbicida do macrófago e a capacidade do patógeno de resistir à morte pela atividade microbicida dos fagócitos ● Se o microorganismo tem mecanismos de resistência aos efeitos microbicidas, ele consegue se estabelecer e muitas vezes desencadeiam infecções crônicas → Mycobacterium tuberculosis:● Vivem e se replicam nos pulmões, dentro de vesículas dos macrófagos alveolares ● É capaz de sobreviver no interior de macrófagos pois sua parede celular inibe a fusão de fagossomos com lisossomas ● A ativação persistente leva à formação de granulomas ● 90% da infecção primária pode ser controlada pelo próprio sistema imune, ficando restrita aos nódulos de Gohn ● Nódulo de Gohn – estrutura rodeada por fagócitos que formam um granuloma, que contem os bacilos no interior - A formação do nódulo faz com que haja a regressão espontânea da lesão e contenção dos bacilos vivos pelo granuloma prevenindo a disseminação - Muitos dos bacilos sobrevivem no interior desses nódulos, não ocorre transmissão, mas as bactérias ficam latentes formando o chamado foco latente nos pulmões ● Apenas 95% dos indivíduos são capazes de desenvolver a tuberculose na primo-infecção (infecção inicial) ● No caso do individuo ter uma infecção secundária: - Ocorre em torno de 5% das pessoas, dependendo da carga de bactéria que ele teve contato - Pode ocorrer reativação do foco latente - Devido uma baixa da imunidade, a bactéria pode romper esse controle da imunidade inata e reativar a infecção - IL-12 – essencial no controle da infecção, pois estimula a resposta Th1 levando à ativação dos macrófagos ● Após a infecção, as DCs atingem os linfonodos e as células TCD4+ são ativadas e começam a produzir IFN-γ, que ativa os macrófagos e aumenta a sua capacidade em destruir bactérias fagocitadas ● Complexo M. tuberculosis: - M. tuberculosis – causa tuberculose no homem - M. bovis – causa tuberculose no gado bovino - M. avium – causa tuberculose nas aves ● Composição da parede celular das micobactérias: - Peptidoglicano - Arabinogalactano (polissacarídeo – açúcar) - Lipoarabinomanana (glicolipídio) - Ácidos micólicos associados aos lipídios – formam uma parede muito resistente à ação das PTNs catiônicas de eosinófilos, à ação da lisozima, ação dos ROS e evita a deposição do complemento Resumo da Malu – 2020.2 → Mycobacterium leprae: ● Vivem e se replicam dentro de vesículas dos macrófagos e dentro das células de Schwann ● Doença de Hansen (hanseníase) ● Seu período de incubação é muito longo ● Se instala principalmente nas células de Schwann – células gliais que produzem a mielina que compõe os axônios dos neurônios ● A diferença entre indivíduos em relação ao padrão de resposta de célula T aos microorganismos celulares determinam a progressão da doença ● O indivíduo que entra em contato com essa bactéria pode desenvolver 2 formas da doença, que depende muito do repertorio de MHCs que esse indivíduo possui, ou seja, indivíduos são geneticamente pré-condicionados a desenvolver determinado tipo da doença ● Forma lepromatosa: - Mais grave que forma nódulos - Estimula uma resposta Th2 com secreção de IL-4 e IL-10 - Os indivíduos que são geneticamente condicionados a desenvolver o perfil Th2, são aqueles que possuem altos títulos de anticorpos específicos por Mycobacterium, mas o anticorpo não exerce uma função protetora visto que é uma bactéria intracelular - Possui uma fraca resposta celular à antígenos - Crescimento e ativação persistente e inadequada - O dano avança levando a lesões destrutiva na pele, no tecido subjacente e até mesmo no nervo ● Forma tuberculóide: - Forma lesões onde o individuo normalmente perde a sensibilidade nessas áreas - Estimula uma resposta protetora Th1 com a secreção de IL-2 e IFN-γ - Os indivíduos geneticamente condicionados a produzir uma resposta Th1, tendem a controlar melhor a infecção pois desenvolvem granulomas (conjunto de fagócitos ativados) ao redor dos nervos sensitivos periféricos e lesões cutâneas - Possui forte imunidade celular com baixo nível de Ac • Forma indefinida: - Existe diversos indivíduos geneticamente condicionados que possuem a forma indefinida - Resposta varia entre Th1 e Th2 • Existem padrões distintos de diferenciação de células T e produção de citocinas nos indivíduos em relação ao Mycobacterium leprae • O diagnóstico inicial é importante, pois uma vez começado o tratamento, o indivíduo não elimina mais a bactéria, com isso há contenção da disseminação da doença de individuo pra individuo Vírus ● São microorganismos intracelulares obrigatórios ● Não possui um mecanismo metabólico que permite a sua sobrevivência por conta própria ● Penetra ativamente na célula através de receptores específicos, utilizam do metabolismo da célula para a sua sobrevivência, e sua maquinaria para se replicar e disseminar ● Vírus dermotrópicos – apenas as células da derme possuem receptores para eles se ligarem ● Vírus respiratórios – apenas células do trato respiratório possuem receptores para eles se ligarem ● Vírus neurotrópicos – apenas células neuronais possuem receptores para eles se ligarem → Replicação Viral: ● O vírus precisa encontrar a célula que possui o receptor específico para ele se ligar e entrar nela ● Se o vírus possui um envelope, como no caso do HIV, o envelope fica fundido à membrana da célula infectada e apenas o vírus com seu capsídeo, seu ácido nucleico e algumas enzimas entram na célula ● Se o vírus é um RNA – o próprio RNA muda a polaridade e ele é traduzido pelos ribossomos no citoplasma ● Se o vírus é DNA – vai direto para o núcleo ● No caso dos retrovírus, como eles possuem a transcriptase reversa, eles transcrevem o RNA na forma de DNA e vai para o núcleo, podendo se inserir no cromossomo da célula ou não - Caso ele se ínsita no cromossomo da célula, ele só vai se multiplicar, quando a célula se multiplicar, logo, quando o RNAm da célula for produzido, o RNAm do vírus será produzido também ● A primeira ação do vírus é produzir enzimas importantes para a sua proliferação, e várias dessas enzimas bloqueiam a síntese proteica da célula hospedeira, impedindo que ela produza as suas proteínas Resumo da Malu – 2020.2 ● Então, a célula passa a produzir as proteínas do vírus, essas proteínas são mutadas, mutando novamente o vírus que é composto pelo acido nucleico e pelo capsídeo (capa proteica), e se for um vírus envelopado, ele pega o seu envelope na própria membrana da célula hospedeira ● Vários vírus saem por brotamento da célula e outros promovem a lise da célula produzindo o efeito citopático → Imunidade Inata: ● Depende do reconhecimento dos ácidos nucleicos virais (DNA e RNA viral) pelos TLRs endossômicos ● Com o reconhecimento ocorre a ativação dos receptores toll-like, especialmente TLR3, que estimula a via bioquímica que promove a ativação de fatores de transcrição IRF, que estimulam a secreção de IFN do tipo 1 (α e β) ● IFN tipo 1 – atuam protegendo células não infectadas contra a infecção, pela estimulação do estado antiviral que induz enzimas que degradam o material genético viral e a tradução do RNAm em proteína - O estado antiviral é o principal mecanismo de proteção contra as infecções virais ● Células NK: - Possui um receptor de ativação (se encaixa na molécula viral que ela reconhece) e um de inibição (se encaixa no MHC-I) - Destroem as células infectadas reconhecendo moléculas virais presentes na superfície delas através dos seus receptores de ativação - A célula infectada não possui MHC-I (devido o vírus ter direcionado a síntese proteica para as proteínas dele, impedindo síntese de MHC-I da célula) perdendo a capacidade de induzir o efeito de inibição da célula NK - Logo, no caso de uma célula infectada, ela reconhece a proteína viral, e como a célula não possui MHC-I para inibir a sua ativação, uma vez ativada promove o killing da célula infectada através de perforinas e granzimas - Têm sua citotoxicidade aumentada na presença de IL-12, IL-15 e IL-2, assim comoa produção de IFN-γ • Atividade antiviral dos IFN-α e IFN-β (tipo 1): - O estado antiviral está relacionado à ação do IFN tipo 1 induzindo enzimas endonucleases que degradam o RNA viral ou inibindo a tradução do RNAm em proteínas virais - Endonuclease – 2’5’ oligoadenilato sintase - Inibe a tradução – PKR (fosforila o fator de alongamento das proteínas virais, abortando a produção da proteína viral) - A célula infectada secreta IFN pois reconhece o ácido nucleico viral via receptores TLR endossômicos, e o IFN que ela secreta atua nas células adjacentes a ela produzindo esse estado antiviral • Mecanismo das Células NK: - Lembrando que ocorre um engajamento do receptor de ativação da célula NK, mas não ocorre a ativação do receptor de inibição, pois a célula infectada não possui MHC-I devido a inibição da síntese das proteínas da célula hospedeira pelo vírus - O efeito final é através de perforinas e granzimas - Perforinas – quando exocitada, o cálcio extracelular elevado promove a sua polimerização na membrana da célula, formando um canal aquoso (influxo de H2O e Ca++) - Granzimas – proteases entram pelos canais, que ativam caspases promovendo a apoptose da célula Resumo da Malu – 2020.2 → Resposta Adaptativa: ● Mediada em principio por resposta por LT citotóxicos, mas existe uma participação dos anticorpos extremamente importante no início da infecção (infecção aguda) ● Infecção aguda: - O vírus ainda está fora da célula, está entrando no indivíduo e precisa achar a célula que tem o receptor para ele se ligar - Durante esse tempo, ele pode ser capturado por célula B que produz anticorpos, que vão neutralizar o vírus bloqueando a ligação dele às células, impedindo a sua entrada na célula hospedeira - Se esse processo for eficiente, consegue-se controlar a infecção aguda, mas uma vez que o vírus se estabeleceu na célula hospedeira, o anticorpo não possui mais efeito - Se o vírus se reproduz na célula, lisa essa célula sendo liberado, o anticorpo será capaz de impedir que ele entre em outra célula - A proteção pelo anticorpo controla a disseminação viral • Célula CTL (TCD8+ citotóxico): - Elimina a célula e erradica a infecção estabelecida na célula hospedeira - Destrói as células infectadas ● Resposta Humoral (anticorpos): - Eficaz no estágio inicial da infecção, apenas durante a fase extracelular do vírus antes dele penetrar na célula - Importante contra vírus liberados por lise celular (efeito citopático) e na reinfecção - Anticorpo: ♥ Se liga ao envelope viral e aos antígenos do capsídeo, bloqueando a ligação do vírus e sua entrada na célula hospedeira promovendo a neutralização, que impede a disseminação célula-célula ♥ Quando ocorre a colaboração entre células T e B, há anticorpos opsonizantes que promovem opsonização de partículas virais facilitando sua fagocitose ♥ Promove ocorrer o fenômeno de ADCC (citotoxicidade mediada por anticorpo) pela célula NK ● Resposta Celular (células T citotóxicas): - Destrói as células infectadas - Promove erradicação da inflamação - Os mecanismos do CTL consistem: » Morte celular mediada por perforinas e granzimas: ♥ CTL libera seu conteúdo na sinapse imunológica ♥ Perforina – forma poros na membrana da célula e induz a captação de granzimas em endossomos, introduzindo-as no citoplasma da célula ♥ Granzima – são liberadas no citoplasma da célula e ativam caspases que degradam o DNA da célula, e vão induzir a apoptose » Morte celular mediada por Fas e FasL: ♥ A célula estressada expressa Fas que possui uma cauda citoplasmática que ativa caspases ♥ A ativação da Fas depende da ligação ao FasL expressado pelo LT ativado ♥ Com essa ligação, a Fas ativa caspases que degrada o ácido nucleico da célula infectada, promovendo a apoptose - Se a célula infectada for tecidual, a DC a fagocita, processa por apresentação cruzada e apresenta os antígenos para as TCD8+ virgens → Resposta Inata X Resposta Adaptativa: Resumo da Malu – 2020.2 ● Mecanismos de proteção – impedem a disseminação do vírus célula-célula ou a instalação do vírus - Imunidade inata – IFN do tipo 1 (estado antiviral) - Imunidade adaptativa – anticorpos (neutralização) ● Mecanismos de erradicação – promovem a morte das células infectadas pelo vírus - Imunidade inata – célula NK - Imunidade adaptativa – célula T citotóxica (CTL) → Mecanismo de Evasão: ● Eliminação de célula imunocompetente: - HIV ● Variação antigênica: - Glicoproteínas de superfície que são reconhecidas pelos anticorpos, sofrem mutações pontuais e rearranjo de RNA não sendo mais reconhecidas pelo anticorpo que foi formado para aquela glicoproteína especifica - Variações mais sutis são mais frequentes - Dificulta a prevenção por estratégia vacinal - Quando ocorre mutações onde recombinação de fitas do genoma do RNA entre cepas endêmicas em uma região, produzem um genoma completamente mutado, que pode gerar pandemias → pandemia H1N1 2009 - Gripe, rinovírus, HIV ● Inibição do processamento e apresentação do antígeno: - EBV e CMV – inibem a atividade do proteossomo, não havendo processamento de antígenos, logo, não ocorre a montagem da resposta celular - Isso ocorre, pois não há apresentação dos epítopos virais para o linfócito TCD8, logo, vão escapar da resposta imune por TCD8 - HSV – capaz de bloquear o TAP, que é o responsável pelo transporte do peptídeo processado para o interior do RE onde ocorre a montagem da molécula de MHC-I - Adenovírus e CMV humano – capazes de bloquear a síntese do MHC ou reter o MHC do RE impedindo que ela saia através das vesículas do Golgi para se expressar na superfície da célula infectada - CMV – capaz de remover o MHC do reticulo antes dela ser carregada pelo peptídeo viral, não ocorrendo a montagem do complexo peptídeo-MHC - CMV murino – realizam a montagem e liberação de moléculas que são expressadas na membrana, e se ligam ao receptor das células NK inibindo-as - Legenda: o EBV – Epstein-Barr o CMV – citomegalovírus o HSV – vírus do herpes simples ● Moléculas inibitórias de resposta imune: - PTNs de membrana análogas a MHC-1 – CMV - PTNs análogas a citocinas inibitórias (ex: IL-10) – EBV - PTNs solúveis análogas a receptores das citocinas IFN-γ, TNF, IL-1 e IL-18 – poxvírus
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