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O modo de Produção Capitalista
Antes de abordarmos os modelos de produção capitalista vamos conceituar o que é um sistema econômico.
Não há uma única definição de sistema econômico, pois isso varia conforme a corrente de pensamento econômico. Segundo Sandroni (2005) sistema econômico é a forma organizada que a estrutura econômica de uma sociedade se assume, englobando:
Atualmente, estão em vigor dois sistemas econômicos principais: o socialismo e o capitalismo. Aqui iremos abordar apenas o sistema capitalista. 
O sistema capitalista
Observamos dois sentidos para o termo capitalismo:
O primeiro conceitua capitalismo como uma forma específica de agir economicamente, um modo de produção ou subsistema econômico.
O segundo aborda a sociedade no seu todo como formação social, historicamente qualificada de forma determinante pelo seu modo de produção. Nessa acepção, o capitalismo designa uma “relação social” geral.
Características do sistema de produção capitalista
No sistema de produção capitalista podemos destacar as principais características. 
É importante destacar que o capitalismo depende das forças de demanda (consumidores) e de oferta (produtores) para determinar preços, alocar recursos produtivos e distribuir a renda e a produção. 
Os preços de mercado são os responsáveis por nortear as decisões das empresas e das famílias no quesito produção, distribuição e consumo.
O funcionamento da atividade econômica no sistema capitalista
Para compreendermos como ocorre a atividade econômica no Sistema capitalista, precisamos compreender dois fatores: 
As duas principais unidades econômicas envolvidas no sistema capitalista são compostas da seguinte maneira:
As famílias, que englobam todas as pessoas da economia (consumidores de bens e serviços).
As empresas, que produzem bens e serviços.
As famílias e as empresas, por sua vez, interagem em dois mercados:
O mercado de bens de consumo e serviços (no qual há troca de dinheiro por mercadorias) e o mercado de recursos produtivos (no qual há a troca dos fatores de produção (trabalho, capital e terra) por renda (salário, lucros e juros, e aluguel, respectivamente).
De maneira bem simples podemos entender o fluxo entre família e empresa no sistema capitalista:
Podemos observar que no capitalismo a economia é baseada na separação/divisão entre duas classes sociais:
A grande maioria das pessoas detém apenas a propriedade do fator de produção trabalho (ou seja, elas não são proprietárias dos fatores de produção capital – máquinas, equipamentos e terra). Essas pessoas são chamadas de trabalhadores, que são juridicamente livres e vendem essa força (trabalho) aos capitalistas em troca de salário. 
Do outro lado está a classe composta por uma minoria de pessoas, os capitalistas, que são os proprietários do fator de produção capital e contratam os trabalhadores para que eles produzam as mercadorias que serão vendidas no mercado.
Para finalizarmos, destacamos que a produção (feita pela classe trabalhadora) é vendida para que o capitalista obtenha lucro, sendo que esse (o lucro gerado pelo trabalhador) é o principal motivo de críticas do modo de produção capitalista: a exploração do trabalho.
Os primórdios da teoria econômica Mercantilistas e fisiocratas
Vamos compreender como se iniciou o pensamento econômico, com foco na análise da economia política. 
A teoria econômica conhecida como mercantilismo
O mercantilismo perdurou na Europa ocidental aproximadamente de 1500 a 1776, com o princípio do desenvolvimento do sistema capitalista comercial. Os motivos para o desenvolvimento do mercantilismos foram:
• A importância econômica e social das cidades. 
• O crescente comércio dentro dos países e entre eles.
• A descoberta do ouro no Ocidente, que facilitou, ainda mais, o comércio. 
• As Grandes Navegações permitiram a busca de novas terras, ampliando, assim, os mercados.
• Forte integração entre produtores e consumidores.
Apesar de os capitalistas terem se tornado figuras centrais nos negócios, os comerciantes (negociantes), também conhecidos como mercadores, não eram bem-vistos pelos senhores feudais, que eram os donos das terras. 
Com o desenvolvimento do comércio, os Estados nacionais surgiram, concentrando o poder nas mãos do rei e enfraquecendo o poder dos senhores feudais. 
A partir desse momento foi estabelecido um conjunto de doutrinas, chamado de escola mercantilista. Essas ideais superaram os conceitos feudais, promovendo as ideias de: 
Para os mercantilistas, a riqueza de uma nação dependia do acúmulo de metais precisos, principalmente ouro e prata. Portanto, para aumentar ainda mais suas riquezas, os países não poderiam importar mais do que exportavam, pois o pagamento dessas mercadorias era feito com esses metais.
Visão de comércio no teoria mercantilista 
Veja a seguir como se desenvolvia o comércio no âmbito externo e interno:
Para que as ideias mercantilistas fossem colocadas em prática, era preciso um forte controle governamental. E isso era feito! Por exemplo, o governo concedia privilégios de monopólio para as empresas envolvidas no comércio exterior. As atividades agrícolas, minerais e industriais eram promovidas com subsídios e havia ampla restrição às importações, via cobrança de tarifas. O governo também regulava os processos de produção para garantir a qualidade dos produtos e não dificultar as exportações com bens de má qualidade (BRUE, 2013). 
Para encerrarmos os aspectos sobre mercantilismo, destacamos que os mercantilistas contribuíram com a formação do pensamento econômico, principalmente ao enfatizar a importância do comércio internacional, desenvolvendo o que hoje chamamos de Balanço de Pagamentos de um país com o resto do mundo.
Escola fisiocrática
Como reação (oposição) ao mercantilismo e às características feudais, surgiu na França, em 1756, a escola fisiocrática. Essa escola discordava da excessiva regulamentação do governo sobre a produção.
Fatores que levaram ao surgimento da escola fisiocrática
A indústria francesa não se desenvolvia no mesmo ritmo do comércio e da concorrência, pois o governo impunha pedágios, impostos e tarifas internas.
A agricultura francesa também sofreu, já que os camponeses eram submetidos a impostos, que variavam de um ano para outro, sobre a terra e os lucros da lavoura, sendo que, por outro lado, a nobreza e o clero não pagavam esses impostos.
O comércio de grãos na França foi altamente regulamentado, diferentemente de outros tipos de comércio. 
A exportação de grãos era proibida, pois as autoridades estavam mais interessadas em manter o fornecimento equilibrado do que promover os interesses da agricultura.
Era proibida a venda de grão e farinha entre províncias, sem permissão.
Como resposta a esse ambiente, os fisiocratas introduziram a chamada “ordem natural” ao pensamento econômico, que tinha o seguinte princípio. 
Todas as atividades deveriam ser harmônicas com as leis da natureza, ou seja, as pessoas teriam o direito de usufruir os benefícios do seu trabalho.
A escola não durou muito e terminou em 1776, quando Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781), ministro das Finanças da França, implementou as ideias fisiocráticas na economia francesa que foram combatidas pelo clero, pela nobreza e pela burguesia, os quais viam alguns de seus privilégios serem retirados de suas mãos
Apesar de não ter se desenvolvido na prática, os fisiocratas contribuíram com o pensamento econômico da seguinte maneira:
Para finalizarmos, destacamos outras importantes contribuições dos fisiocratas em relação à discussão sobre o papel do Estado na economia e à análise da alteração e incidência de impostos, que, até hoje, são uma parte fundamental da microeconomia (BRUE, 2013). 
Economia como objeto de estudo
Você sabia que economia não estuda as melhores formas de guardar ou investir dinheiro e que na verdade ela é uma ciência social que visa a geração de bem-estar social?
Com isso em mente vamos compreender o significado de economia e também o conceito de economia política. Além disso, vamos conhecer os doistipos de argumentos da economia positiva e normativa, que estabelecem o padrão do pensamento econômico.
O pensamento econômico ao longo da história 
Os primeiros estudos sobre economia tiveram início na Antiguidade, quando surgiu a palavra oeconomicus, que significa gerenciamento das questões domésticas. 
A seguir podemos observar como o pensamento econômico se deu ao longo da história.
Definição de economia
A economia é uma ciência social que se ocupa dos diferentes aspectos do comportamento humano. Então, assim como outros ramos da ciência social, a economia não é fechada, ou seja, por estudar a sociedade, a economia alicerça seus princípios, conceitos e modelos teóricos não apenas na sua própria coerência, consistência e aderência à realidade, mas no desenvolvimento das demais ciências.
Como a economia sofre influência de distintas concepções político-ideológicas, muitas vezes conflitantes, não temos como formular uma única definição para a economia. Então, cada Escola do pensamento econômico, em sua época, compreende a realidade sob distintas perspectivas, formulando seus modelos.
Economia política
A expressão “economia política” tem sua origem a partir do século XVII devido ao desenvolvimento dos novos Estados-nações, quando as questões econômicas se tornaram complexas, momento em que a economia foi definida como o conhecimento focado na administração do Estado, com o objetivo principal de fortalecê-lo (ROSSETI, 2003).
No século XVIII novas concepções surgiram, e a preocupação principal deixou de ser o fortalecimento do Estado e passou a ser a riqueza das nações (ROSSETTI, 2003).
Definição de economia política
A economia política é a ciência que estuda as relações sociais de produção, circulação e distribuição de bens materiais, definindo as leis que regem tais relações.
Além disto, analisa o caráter das leis econômicas, sua especificidade, natureza e relações mútuas, sendo, portanto, a ciência fundamentalmente teórica que utiliza dados da economia descritiva e da história econômica (SANDRONI, 1999). 
A economia política formula teorias econômicas capazes de definir a posição individual ou grupal das pessoas em diferentes épocas e distintos fatos.
Economia positiva x Economia normativa
Alguns economistas se limitam a dizer “o que é”, denunciando uma determinada situação, mas não propondo soluções, enquanto outros usam o termo “que deveria ser”, tendo sempre a “solução” para todos os problemas (solução esta que, muitas vezes, não explica a realidade). Isso ocorre porque existem dois tipos de argumentos na economia: os argumentos positivos e os normativos. Vamos a eles?
A análise econômica positiva e a normativa estão intimamente relacionadas. Os economistas raramente conseguem adotar uma postura somente positiva ou somente normativa, pois as realidades social, econômica, política e cultural existem e são a base para a formação das teorias econômicas, que, por consequência, procuram explicar tais realidades.
Normalmente, primeiro os economistas procuram entender como a economia é (visão positiva), para depois propor como ela deveria ser (visão normativa).
Por meio dos conceitos aqui abordados podemos compreender os fundamentos da economia e como eles se aplicam até os dias de hoje.
É sempre bom lembrar que a economia vai muito além de estabelecer fórmulas para guardar dinheiro. Ela se preocupa em encontrar formas de satisfazer as necessidades da população para gerar bem-estar social. Porém, para atingir o objetivo principal, teorias econômicas são utilizadas, sendo que cada modelo e seus respectivos pressupostos procuram explicar determinado cenário.
Economia Política: A ESCOLA CLÁSSICA
Para compreendermos o surgimento da escola clássica vamos inicialmente explorar o contexto histórico, os princípios da escola clássica, as principais contribuições para o pensamento econômico e os primeiros teóricos clássicos.
Histórico do surgimento da escola clássica
Apesar de os mercantilistas e fisiocratas terem procurado explicar o cenário econômico da época, suas ideias não eram mais válidas para o contexto da Revolução Científica, iniciada no século XVI, e a Revolução Industrial que estava apenas começando no final do século XVIII, na Inglaterra. Assim, surge a Escola Clássica e seus primeiros teóricos.
Com o fim do período mercantilista, houve o crescimento do modelo de produção capitalista durante a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra nas últimas décadas do século XVIII, a qual foi difundida para os demais países europeus no século XIX, tendo alterado profundamente a economia e a sociedade da época. Assim, o modo tradicional de produção e comércio deram lugar ao mercado capitalista.
Com a Revolução Industrial, o cenário na Inglaterra apresentava-se da seguinte maneira (clique nas imagens a seguir):
Características da Escola Clássica
Em 1776, Adam Smith publicou o livro A Riqueza das Nações, introduzindo a Escola Clássica, o qual contribuiu fortemente para o pensamento econômico ao concentrar sua análise em leis e teorias econômicas explícitas.
Segundo Brue (2013), a doutrina clássica é chamada por alguns de liberalismo econômico, tendo como base:
É importante observar que o termo liberalismo está diretamente ligado ao contexto histórico discutido anteriormente, pois as ideias clássicas estão em contraste com as restrições, discutidas na aula anterior, impostas pelos senhores feudais e pelos mercantilistas.
A escola clássica tem três princípios básicos que norteiam essa corrente do pensamento econômico e que estão assim descritos, segundo Brue (2013):
  A mínima intervenção do governo na economia
Para os clássicos, as forças de um mercado livre guiam as atividades econômicas (como a produção, a troca e a distribuição) de forma mais eficiente, e a economia, como é autoajustável, tenderia ao equilíbrio. Para eles, o governo deveria intervir somente na aplicação dos direitos de propriedade, fornecimento da defesa nacional e da educação pública.
 A defesa do comportamento econômico de autointeresse
Cada indivíduo ou empresa busca, com seus atos, alcançar os seus próprios interesses: cada empresa, por exemplo, procura atingir o seu próprio lucro (e é isso que faz os bens e serviços serem ofertados), enquanto cada trabalhador só oferece seu trabalho para receber um salário que o permita satisfazer seus próprios desejos.
 A harmonia de interesses
Ao agir de forma a buscar seus interesses individuais, os agentes econômicos conseguem atender aos melhores interesses da sociedade.
No cenário econômico da Inglaterra, durante a Revolução Industrial, para os Clássicos, todos os recursos produtivos (terra ou recursos naturais, mão de obra e capital) e as atividades econômicas (agricultura, produção, comércio internacional e nacional) eram importantes e contribuíam para a riqueza das nações.
Contribuições da Escola Clássica para o pensamento econômico
A Escola Clássica teve grande contribuição na formação das leis econômicas, uma vez que procurou analisar a economia por meio de teorias econômicas explícitas, o que os mercantilistas e fisiocratas não fizeram. Assim, diversas leis econômicas foram criadas, como a Lei das Vantagens Comparativas, Teoria da População de Malthus, Lei dos Mercados de Say, entre outras que estudaremos em outras aulas. 
Os primeiros teóricos clássicos foram os economistas que deram a base para a formação da economia como ciência. Os precursores da escola clássica (antes ainda de Adam Smith) foram:
 Economia Política: AS IDEIAS PIONEIRAS DE ADAM SMITH
Adam Smith (1723-1790) foi um teórico e é considerado o fundador da Escola Clássica. Em 1776, Smith publicou a obra An inquiry into the nature and causes of wealth of nation, ou simplesmente A Riqueza das Nações, que o consagrou como um dos maiores teóricos clássicos.
A obra A Riqueza das Nações é considerada o marco inicial do enfoque científico dos fenômenos econômicos, servindo como um paradigma teórico para o desenvolvimento científico da economia.
Nessa obra, Smith procurou analisar, teoricamente, o funcionamento das sociedadescomerciais e os problemas agregados à divisão do trabalho, valor, distribuição da renda e acumulação de capital. Vamos conhecer os principais temas tratados nessa obra que contribuiu para pensamentos da Escola Clássica, ou seja, “A harmonia dos interesses” e o “laissez-faire”.
A harmonia dos interesses e a mão invisível
Para Smith, os participantes da economia tendem a ir atrás de seus próprios interesses, como podemos observar:
 Nas palavras de Smith (1776, p. 50) “não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse”. 
Por essa afirmação de Smith, percebemos, de forma explícita, que as trocas que acontecem no mercado são por autointeresse. 
Nas relações de interesses individuais existe uma ordem natural, ou seja, uma mão invisível que direciona o comportamento do próprio interesse para o bem social, por meio do conceito de competitividade, que é o ponto fundamental para a compreensão da mão invisível de Smith. Veja como funciona: 
 Os primeiros teóricos clássicos foram os economistas que deram a base para a formação da economia como ciência. Os precursores da escola clássica (antes ainda de Adam Smith) foram:
Laissez-faire: Como existe a ordem natural (mão invisível) da harmonia dos interesses, a intervenção do governo na economia não é necessária e desejável. Nesse sentido, surge a expressão laissez-faire, de origem francesa, que significa “deixe fazer”. 
Essa expressão defende que o mercado deve funcionar livremente e o governo deve apenas proteger os direitos de propriedade, segurança e educação. 
Quanto ao comércio internacional, a crença de harmonia de interesses e o laissez-faire, Smith defende a seguinte tese:
O governo não deve intervir nas transações entre países e sim se especializar na produção de bens dos quais detém vantagens e comprar (importar) mercadorias de outros países que têm as respectivas vantagens. Em outras palavras, nunca tentar fazer dentro do território nacional aquilo que custará mais barato se for adquirido de outra nação.
Os dois temas aqui expostos e defendidos por Smith são exatamente opostos ao mercantilismo, ou seja, não mais se trata de descobrir os meios para assegurar o fortalecimento do poder do Estado (como defendiam os mercantilistas), mas sim de investigar como aumentar a riqueza real da sociedade. 
Economia Política: A ECONOMIA DE ADAM SMITH
Vamos abordar, agora, outros pontos importantes dessa obra e nosso foco será a economia em si, ou seja, a divisão e a especialização do trabalho e a teoria do valor dos componentes das leis econômicas de uma economia competitiva.
Divisão do trabalho e a especialização do trabalho
Segundo Smith (1988, p.19), “o maior aprimoramento das forças produtivas do trabalho, e a maior parte da habilidade, destreza e bom senso com os quais o trabalho é em toda parte dirigido ou executado, parecem ter sido resultado da divisão do trabalho”. 
A divisão de trabalho propõe organizar em etapas a produção de mercadorias que antes eram feitas por um só trabalhador. Na divisão de trabalho a produção é decomposta e realizada por diversos trabalhadores, os quais se especializam em tarefas específicas e complementares. 
Smith observa que a divisão do trabalho opera em linhas de produção específicas e seu impacto é mais fácil de ser visualizado em empresas menores, já que essas empresas empregam poucos trabalhadores, os quais podem se reunir em espaços menores, diferentemente das empresas com um grande número de funcionários em um espaço maior, o que dificulta a observação.
Smith observa que a divisão do trabalho aumenta a quantidade de produção por três razões:
 O desenvolvimento de habilidades
Cada trabalhador desenvolve uma habilidade maior na realização de uma simples tarefa que é repetida diversas vezes. O aprimoramento da destreza do operário necessariamente aumenta a quantidade de serviço que ele pode realizar. Portanto, a divisão do trabalho reduz a atividade de cada pessoa a uma operação simples, aumentando muito o treinamento do operário.  O fator tempo
Economiza-se tempo, pois se cada trabalhador não puder ir ao trabalho, outro fará sua função, já que ele é responsável por uma pequena parte da produção e não por toda a produção, do começo ao fim. A divisão do trabalho reduz o tempo entre as atividades que estão sendo desempenhadas, pois cada trabalhador desempenha apenas uma função.
 Adequação das máquinas 
O maquinário pode ser desenvolvido para aumentar a produtividade, pois as tarefas foram simplificadas por meio da divisão do trabalho. O trabalho é facilitado pela utilização de máquinas adequadas. A invenção das máquinas facilita o trabalho e parece ter sua origem na própria divisão do trabalho. 
A teoria do valor
Essa teoria, também pode ser chamada de teoria do valor-trabalho de Smith e pode ser resumida da seguinte forma: como o processo de produção pode ser dividido em diversos esforços humanos somados, o valor das mercadorias pode ser comparado pelo trabalho que foi empregado em cada um deles.
Segundo Brue (2013), a doutrina clássica é chamada por alguns de liberalismo econômico, tendo como base: 
Para Smith, as coisas que têm o mais alto valor de uso geralmente têm pouco ou nenhum valor de troca, e vice-versa. Assim, a água é o bem mais útil para as pessoas, mas dificilmente se comprará alguma coisa com ela, diferentemente do diamante, que possui pouco valor de uso, mas pode ser trocado por uma grande quantidade de outros bens.
Segundo Smith, o critério ou medida real do valor de troca de uma determinada mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho, ou seja, o trabalho é a medida real do valor de troca de todas as mercadorias. Portanto, o preço real de cada mercadoria é o trabalho que custa a sua aquisição, e esse pagamento é feito em dinheiro oriundo do trabalho. 
O custo do trabalho é o salário e esse não é igual para todos os trabalhadores. Isso ocorre porque, entre outros fatores, os custos da aquisição do conhecimento e das técnicas necessárias para a realização de uma tarefa, ou seja, os diferentes graus de dificuldade e de engenho empregados nos respectivos trabalhos influenciam o valor do salário. 
Por fim, cabe reforçar que Adam Smith defendia o livre mercado (liberalismo econômico), com mínima intervenção governamental, onde o preço das mercadorias, chamado de preço de mercado, dependeria da oferta e da demanda pelo bem. Assim, por exemplo, se a demanda por uma determinada mercadoria aumentasse, em função de um período de grande procura, o preço dela aumentaria. Por outro lado, se as empresas ofertassem mais desse determinado produto, o preço tenderia a ser reduzido. 
Economia Política: OS DOGMAS ECONÔMICOS DE DAVID RICARDO
Para compreendermos um pouco mais sobre a Escola Clássica vamos estudar os dogmas econômicos de David Ricardo, um dos mais importantes teóricos clássicos que formulou várias teorias sobre economia politica, as quais iremos conhecer.
 A Teoria dos Rendimentos Decrescentes e a Lei da Terra
Essa teoria foi desenvolvida em reposta aos debates sobre as leis dos cereais. 
Para David Ricardo, defensor dos interesses industriais, passou a criticar as Corn Laws (leis dos cereais) pois, para ele, a proteção aos produtores nacionais de cereais menos eficientes fazia aumentar a proporção da renda da terra e dos salários em relação aos lucros. Esta transferência de renda dos setores dinâmicos para os menos eficientes fazia diminuir a intensidade da acumulação e do crescimento da economia.
Para Ricardo é preciso determinar as leis que regem a distribuição do produto total da terra entre as três classes: 
 O proprietário da terra
O proprietário da terra que recebe a renda da terra.
 O dono do capital
O dono do capital recebe o lucro por deter os equipamentos utilizados na produção.
 Os trabalhadores
Os trabalhadores que recebem salário por cultivarem a terra. 
Neste sentido, Ricardo define a renda da terra como:
Aquela porção da produção da terra que é paga aos seus proprietários pelo uso dospoderes do solo, e essa renda surge das margens de cultivo, que podem ser extensivas ou intensivas.
Primeiramente vamos compreender a definição de renda da terra a partir da margem extensiva de cultivo. Para melhor entendimento vamos construir o seguinte cenário:
 Se ao invés de usar novas terras, aquelas menos férteis, para a produção de alimentos afim de atender à demanda por comida daquela população que não para de crescer, os donos do capital resolvessem aumentar a produção de alimento dentro da própria propriedade que tem a terra mais fértil, contratando mais funcionário? 
Ao responder essa pergunta Ricardo formulou a lei dos rendimentos (marginais) decrescentes.
A lei dos rendimentos decrescentes, diz que o acréscimo de produção trazido por um funcionário a mais passa a decrescer a partir de um determinado ponto, caso não haja um aumento no número de máquinas ou terra ou seja, para aumentar a produção em uma propriedade agrícola, no curto prazo, não adianta contratar mais e mais funcionários, se a quantidade de terra para plantio, por exemplo, não for ampliada.
Teoria do valor de troca e os preços relativos
Ricardo se preocupava com os valores relativos e não com os valores absolutos, então quis descobrir a base para a relação de troca entre as mercadorias, apresentando a teoria do valor de troca e os preços relativos.
Essa teoria tem como base uma economia desenvolvida, já que, sem capital, nenhum bem poderia ser produzido. 
Então para Ricardo, o valor de troca de uma mercadoria depende de todo o tempo de trabalho necessário para produzi-la, incluindo não apenas o esforço empreendido na fabricação da própria mercadoria, mas também o trabalho incluído na matéria-prima e nos equipamentos utilizados no processo de produção dela.
Dessa forma os movimentos dos preços de uma mercadoria dependem das variações dos produtos, constituídos por seus diversos custos de produção, e não apenas dos gastos com o pagamento de salários aos trabalhadores que produzem aquele bem.
Portanto, o valor de uma mercadoria, depende da quantidade relativa de trabalho necessário para sua produção, e não da maior ou menor remuneração que é paga por esse trabalho (RICARDO, 1996, p. 22). 
Teoria das vantagens comparativas
A teoria das vantagens comparativas de Ricardo é uma evolução de outra teoria, a das vantagens absolutas, de Adam Smith.
  vantagens absolutas:
No entanto visando com o objetivo de estender a possibilidade de ganhos de comércio para países que não possuem vantagens absolutas em relação a outros Ricardo aprimorou tal teoria.
Na teoria a Lei da vantagem comparativa, Ricardo propôs o seguinte:
 Cada país deve se especializar na produção do bem em que é relativamente mais eficiente, ou seja, deve se especializar na produção do bem em que consiga obter um custo de oportunidade menor, e exporta-la.
Por outro lado, esse mesmo país deve importar as mercadorias cuja produção implica em um custo de oportunidade maior.
 Assim, a especialização dos países na produção de bens distintos (em que eles têm vantagens comparativas) é a base do processo de troca entre as nações.
Para finalizar ressaltamos que no longo prazo, segundo Brue (2013), a economia clássica atendeu a sociedade inteira em função de que suas teorias geravam o acúmulo de capital, o crescimento econômico e estimulavam a indústria, o comércio e o lucro.
Economia Política: A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA DE KARL MARX
As críticas feitas por Karl Marx ao sistema econômico capitalista e à escola clássica busca contrapor a economia política clássica. Nessa Webaula vamos conceituar o socialismo marxista.
Contexto histórico para o surgimento do socialismo
Para compreendermos as origens do socialismo é preciso traçar um pano de fundo a partir da revolução industrial que como você sabe teve inicio na Inglaterra no XVIII, e também da segunda revolução industrial que ocorreu na segunda metade do século XIX.
Vamos resumir esse fatos:
 Nesse contexto surgem inúmeras revoltas de trabalhadores contra o sistema das fábricas. Para tentar amenizar as revoltas o governo inglês interviu nas relações sociais e revisou as leis trabalhistas que existiam. 
Porém, a partir da metade do século XIX surge a concepção do socialismo como algo que poderia ser alcançado por meio da revolução social, e não por reformas nas leis e empreendimentos experimentais que dificilmente seriam feitos por quem estava no poder. 
Socialismo marxista
Karl Heinrich Marx nasceu na Prússia em 1818, de família relativamente abastada, aos 23 anos, recebeu o grau de doutor em filosofia pela Universidade de Berlin.
Em Paris, Marx estudou o socialismo francês e a economia política inglesa.
Marx e Engels observaram que a sociedade burguesa moderna surgiu às ruinas da sociedade feudal, e que, apesar de não ter herdado a divisão de classe feudal, novas classes surgiram, novas condições de opressão e novas lutas de classes. Essas novas classes a que Marx e Engels se referiam eram: de um lado os trabalhadores, que eles chamaram de proletariado, e de outro, os burgueses, que foram chamados de donos do capital (ou capitalistas).
Após essa breve apresentação vamos conhecer o conceito socialismo marxista, também chamado de científico. 
O socialismo marxista baseia-se na teoria valor-trabalho. E diferentemente de outros socialistas utópicos Karl Marx procurou demonstrar que o próprio sistema capitalista tinha contradições internas que iriam garantir seu fim.
A revolução socialista, para Marx, seria inevitável nos países capitalistas desenvolvidos, e defendia que os trabalhadores deveriam se unir para antecipar o fim do capitalismo.
Segundo Marx, as crises capitalistas têm origem na superprodução. Vamos acompanhar esse raciocínio para compreender (clique nos ícones):
O sistema capitalista é marcado pela competição e busca pelo lucro, e para que isso seja possível, os capitalistas exigem que seus trabalhadores produzam muito, a salários mais baixos possíveis. 
Essa relação entre alta produtividade e baixos salários faz com que ocorra crises econômicas, segundo o pensamento de Marx.
Para finalizarmos, é importante destacar que, de acordo com Marx, o Estado, que deveria ser o mediador e intervir nesse mercado afim de reduzir o problema de exploração do proletariado pelo capitalista (a burguesia), fica inerte. Por isso, na visão marxista, a classe trabalhadora deve derrubar o Estado burguês, trazendo a ascensão do proletariado ao poder, o que faria o livre-mercado e o objetivo do lucro a qualquer preço deixarem de ser as principais forças da economia. 
Economia Política: O PENSAMENTOMARXISTA
Uma das mais importantes teorias criadas por Marx, foi a Leis do valor-trabalho que na sua essência procura explicar o valor das mercadorias em um sistema capitalista
A Lei do valor-Trabalho
Para iniciarmos nossas discussões sobre a lei do valor-trabalho, é preciso conhecer o significado de mercadoria, 
Mercadoria: É algo produzido para a obtenção do lucro, e que satisfaz as necessidades das pessoas tanto direta como indiretamente.
Essas mercadorias têm valor, sendo que ele pode ser de uso (que é a essência para toda a riqueza), ou de troca, que chamaremos apenas de “valor”.
Marx defendia que o valor está relacionado ao trabalho dedicado à sua produção, ou seja, o valor das coisas depende do fator de produção trabalho. Para melhor compreensão desta teoria, é preciso entender as duas variáveis que estão presentes na sua análise (trabalho e valor), e a relação entre elas. Antes porem é importante definirmos os conceitos de preço e valor.
Para Marx o trabalho humano é a única forma que consegue conferir valor ao produto ou serviço, ou seja, o valor de uma mercadoria é representado pela quantidade de trabalho empregada para produzi-la. 
Assim ele definiu que o valor é a quantidade de trabalho socialmente necessário para a fabricação de uma mercadoria, considerando as condições normais de produção, a competência média e a intensidade do trabalho no tempo. 
 trabalho socialmente necessário:
Marx defende que o trabalhoé uma condição eterna do homem, e que esse trabalho pode ser de dois tipos.
Trabalho concreto: É aquele executado pelo trabalhador para benefício próprio, portanto, não é explorado pelo capitalista. Por exemplo, uma pessoa que faz faxina na própria casa ou corta a grama no quintal da própria residência está executando um trabalho sem remuneração, que beneficia apenas a ela. 
Trabalho abstrato: É representado pelo consumo da energia humana, física e intelectual, sendo aquele explorado pelo capitalista, proporcionando lucro para ele. Ou seja, é aquele em que o funcionário produz uma mercadoria em uma empresa (para o patrão), sem se beneficiar do produto do próprio trabalho.
Marx liga os conceitos de valor e de trabalho em sua teoria “Valor-Trabalho” onde trata da igualdade entre mercadorias expressas em valores de troca, que é um reflexo da igualdade dos trabalhos que a produzem. Assim, o valor de um produto é medido em unidades simples de trabalho médio, ou seja, a lei do valor-trabalho equipara mercadorias distintas através de uma referência comum: o trabalho abstrato.
Em outras palavras, a teoria valor-Trabalho, estabelece que o valor das mercadorias está relacionado com o trabalho dedicado à sua produção, ou seja, o valor depende do fator de produção trabalho. 
Teoria da mais valia
De acordo com Marx, o lucro é oriundo da força e do tempo de trabalho que o capitalista explora o proletariado.
Para entender melhor vamos pensar no trabalho como uma mercadoria e logo ele possui um preço, que é determinado pelo trabalho socialmente necessário para a produção de bens que consiga suprir as necessidades básicas do trabalhador. Veja a seguir: 
Dessa forma o dilema do capitalismo, ou seja, de como obter lucro, é solucionado com o aumento de horas de trabalho do funcionário para um número além daquele que seria necessário para pagar o salário de sobrevivência dele. Assim Marx explica sua teoria da mais valia.
Lei férrea dos salários
Uma das formas para aumentar a produtividade do trabalhador, se da através de investimentos em máquinas e equipamentos, já que novas tecnologias fazem com que a mão de obra se torne mais produtiva. Por outro lado, menos trabalhadores são necessários para produzir cada vez mais. Então conclui-se: 
Para Marx o cenário de aumento de produção aliado ao desemprego e baixo salários contribui para o colapso do modo de produção capitalista.
A pobreza e a miséria se proliferam e a luta de classes aparece como a única alternativa para que os proletários consigam sobreviver, fazendo emergir o socialismo marxista, onde o proletariado tomaria posse dos meios de produção, deixando-os nas mãos do Estado, que ficaria responsável por representar os direitos da coletividade.
O empresário consegue produzir mais, através dos investimentos em tecnologia, mas o sistema tem uma quantidade menor de trabalhadores e, consequentemente uma quantidade menor de pessoas que recebe salário para poder adquirir essa produção crescente. 
Para finalizarmos é importante destacar que as teorias aqui apresentadas, apesar de terem sido construídas há bastante tempo, ainda hoje são válidas e estão presentes na discussão da economia contemporânea.
Economia Política: A escola keynesiana Unidade 4 – Seção 1
J.M. Keynes era um intelectual e empresário que buscava harmonizar o interesse privado com o bem-estar social. Assim, nesta webaula vamos introduzir alguns dos conceitos interpretativos e teóricos do sistema de pensamento keynesiano.
Sem demanda, diversas empresas ficaram sem vender. Sem a realização das vendas, os estoques de produtos cresceram substancialmente, reduzindo os seus preços – ou seja, gerando deflação (que é uma queda persistente e generalizada dos preços). Com as máquinas paralisadas pelo excesso de estoque, não fazia sentido, para as empresas, manter os trabalhadores no plantel de funcionários, culminando em demissão em massa e desemprego. 
As duas principais características da crise de 1929 foram a sua intensidade e duração. Ela só foi superada após a eleição de Franklin Delano Roosevelt e a realização de um conjunto de reformas e medidas governamentais intervencionistas sobre a economia – o New Deal. Somente no início da Segunda Guerra Mundial (1939) a produção dos Estados Unidos superou o nível observado em 1929 (CAMPAGNA, 1987).
O keynesianismo
A crise de 1929 foi o contexto histórico que propiciou a ascensão intelectual de John Maynard Keynes ao centro de debate econômico do período, que trouxe uma nova corrente de pensamento econômico: o keynesianismo. Não parecia claro, para Keynes, no decorrer da crise de 1929, que a economia capitalista tendia, pelo livre jogo das forças de mercado, ao pleno emprego, como preconizava a teoria neoclássica.
Segundo Keynes, as decisões de gasto dos capitalistas são muito diferentes das do restante da sociedade. Enquanto a demanda das famílias estava ligada ao consumo e era relativamente estável, a demanda dos capitalistas estava associada à compra de meios de produção, ou seja, à realização de investimentos, com o objetivo de ampliar a capacidade produtiva e elevar os lucros. 
Porém, a decisão de realizar novos investimentos comprando máquinas e equipamentos e construindo novas instalações depende de prognósticos sobre as possíveis receitas futuras baseadas em expectativas sobre o comportamento futuro da economia. Não havendo bases probabilísticas sólidas sobre como se comportará a demanda, o perfil de consumo e as relações políticas de uma sociedade no longo prazo, o futuro da economia é governado pela incerteza (KEYNES, 1936).
Por conseguinte, diferentemente do que postulava a teoria neoclássica, a economia capitalista não tendia, pela livre força de mercado, ao pleno emprego. Pelo contrário, ela seria apenas uma possibilidade, caso o estado de confiança dos capitalistas fosse positivo.
Assim, em sua interpretação sobre economia, a livre ação dos indivíduos na busca pela maior satisfação de seus interesses privados não geraria, necessariamente, o bem-estar social. Pelo contrário, poderia criar um sério, profundo e duradouro mal-estar. Keynes acreditava ser possível, por meio da razão e persuasão, construir uma sociedade de classes harmônica, apoiada na produção e no emprego, distante do rentismo, por meio da ação política e do Estado (SKIDELSKY, 1999).
O Estado seria uma instituição relativamente autônoma capaz de pairar sobre os interesses de classe e guiar, por meio de critérios técnicos e racionais, a sociedade e a economia em direção ao bem comum. Suas proposições vão na direção de amenizar a instabilidade do capitalismo, harmonizar os conflitos de classes e criar um ambiente favorável à estabilização e ampliação dos investimentos. 
Segundo Keynes, são alguns dos papéis do Estado ao regular a economia:
O keynesianismo, portanto, é um sistema de pensamento que enfatiza a natureza instável do capitalismo e busca amenizá-la mediante a intervenção estatal. Veja como essa teoria se expressa nos planos teórico e político.
 Apresentamos os aspectos gerais da teoria keynesiana. Continue seus estudos e saiba mais sobre essa teoria que rompeu com concepções rígidas do pensamento neoclássico e consolidou uma proposição mais original sobre o modo de funcionamento da economia capitalista.
Economia Política: O pensamento econômico da América Latina
Unidade 4 – Seção 2
Esta webaula tem como objetivo introduzir o pensamento econômico latino-americano por meio dos principais conceitos e interpretações da Comissão Econômica para América Latina e Caribe CEPAL – principalmente aqueles construídos por Raúl Prebisch e Celso Furtado.
Pensamento econômico latino-americano
O pensamento econômico latino-americano pode ser compreendido como o movimento intelectual permanente da sociedade latino-americana por entender-se e encaminhar seus problemas específicos. Sua problemática apoia-se tanto na origem e nas especificidades das formações sociais latino-americanas como na sua diversidade histórica, socioeconômica, política e cultural.
Os estudiosos da América Latina elaboraramteorias econômicas direcionadas ao contexto histórico-econômico específico dessa região.
Comissão Econômica para América Latina e Caribe
As relações socioeconômicas na América Latina foram atravessadas pelas relações do tipo colonial, base para a ascensão e consolidação de uma sociedade heterogênea, desigual e dependente (PINTO, 2012). Assim, no plano econômico, considerando a especificidade e a originalidade da região, a corrente de pensamento estruturado na CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe – foi proeminente na construção de um corpo teórico original, colocando a América Latina no epicentro das análises e formulações intelectuais.
Logo da Comissão Econômica para América Latina e Caribe
Intelectuais como Raúl Prebisch, Celso Furtado, Juan Noyola Vázquez, Regino Botti, Jorge Ahumada, José Medina Echavarría, Aníbal Pinto e Osvaldo Sunkel consolidaram um modelo teórico, a partir das relações assimétricas entre os países capitalistas economicamente avançados (chamados de países centrais, ou centro) e os países subdesenvolvidos (chamados de periféricos, ou periferia).
O sistema de pensamento desenvolvido pela CEPAL se assenta no insucesso dos modelos teóricos “importados” dos países centrais para o entendimento e o encaminhamento das graves questões que assolam o povo latino-americano. Uma vez que ele abstrai a especificidade histórica, geográfica, política, cultural e socioeconômica latino-americana.
Dentre os pontos de destaque do pensamento do CEPAL está o modelo descrito como estrutura centro-periferia. Raúl Prebisch constatou que os países do núcleo (centro) do sistema – os industrializados – tinham maior capacidade de gerar, distribuir e se apropriar do progresso técnico em relação aos países da periferia – os produtores de bens primários.
Devido a incapacidade dos países de origem colonial – caracterizados pelo excedente estrutural de mão de obra e pela produção de bens primários destinados à exportação – em criar, distribuir e se apropriar dos frutos do progresso técnico, os economistas da CEPAL passaram a advogar por políticas públicas que estimulassem a industrialização. Ancorados em um projeto desenvolvimentista, economistas da CEPAL foram ferrenhos defensores da industrialização mediante a intervenção consciente do Estado sobre as relações econômicas internas e internacionais.
Porém, com uma estrutura de mercado incipiente e um padrão de demanda restringido pela baixa incorporação da mão de obra aos núcleos dinâmicos da estrutura produtiva, a industrialização por substituição de importações tendeu a estagnar-se depois que os megaprojetos de investimentos públicos e privados foram realizados.
Consequentemente, na visão de Celso Furtado, este tipo de industrialização não solucionou, mas intensificou a dependência externa e as desigualdades sociais típicas da tradicional divisão internacional do trabalho.
As economias periféricas, inclusive as industrializadas (como o Brasil), mantiveram-se incapazes de criar e distribuir a riqueza derivada dos ganhos do progresso técnico.
Dessa forma, incapazes de consolidar parâmetros políticos, socioeconômicos e culturais próprios, a América Latina, caso não construísse um programa assentado na soberania socioeconômica e na igualdade social, estaria condenada ao subdesenvolvimento, e problemas como a segregação social, a violência, a dependência econômica e a falta de infraestrutura social adequada em áreas como habitação, saúde e moradia não apenas permaneceriam, como se intensificariam. Para os autores cepalinos, portanto, a industrialização deveria incorporar a dimensão social ao crescimento econômico (HADLER, 2009).
O pensamento econômico latino-americano, e em especial o cepalino, representa, o movimento de entendimento e resolução dos problemas socioeconômicos latino-americanos. Continue seus estudos e saiba mais sobre como esse pensamento compreende as relações econômicas na América Latina.
Economia Política: Neoliberalismo Unidade 4 – Seção 3
Questões acerca do tamanho do Estado, da importância do mercado e das políticas econômicas são recorrentes, assim como as consequências em termos de crescimento econômico e distribuição de renda. Assim, nesta webaula apresentaremos alguns pontos do sistema de pensamento econômico que discute essas questões: o neoliberalismo.
 
A hegemonia do pensamento keynesiano, por sua vez, foi incapaz de combater o desemprego crescente, a estagnação econômica e a aceleração inflacionária (JUDT, 2008). É neste contexto histórico que o pensamento neoliberal ressurge.
O Neoliberalismo
O Neoliberalismo é um conjunto de doutrinas filosóficas, políticas e econômicas que enfatiza o papel do indivíduo e do mercado para a construção de uma sociedade livre e realça os perigos do totalitarismo e da instabilidade correspondente à intervenção do Estado nos assuntos econômicos.
Autores como Friedrich Hayek estiveram nas trincheiras de defesa do livre mercado e da necessidade do Estado mínimo (base do neoliberalismo), sendo Milton Friedman o principal expoente de políticas econômicas austeras e das medidas de redução do papel do Estado sobre a economia.
Friedrich Hayek já denunciava, em meados da década de 1940, questões que envolviam a liberdade individual e a tendência à estagnação econômica relacionada à centralização das atividades econômicas pelo Estado. Assim, Hayek fez uma revisão do pensamento liberal econômico clássico. Nessa nova leitura, ele estava atento às novas exigências do Estado mínimo na sociedade capitalista, que não poderia deixar de lado alguns anseios sociais.
Já para Friedman, o excesso de intervenção governamental foi o causador do desemprego e da estagflação. De acordo com Friedman, as tarifas, as restrições ao comércio internacional, as pesadas taxações, a elevada carga tributária, os impostos sobre a renda, as comissões reguladoras, a fixação de preços e salários, o número excessivo de empresas estatais e o expansionismo e arbitrariedade das políticas monetárias e fiscais reduziram, ao longo do tempo, a eficiência econômica e criaram um perfil de demanda muito acima da capacidade de oferta das empresas, gerando inflação.
Assim como Hayek, Friedman não propunha um Estado ausente, mas um Estado propulsor do livre mercado. Conheça a seguir algumas das funções do Estado segundo esses autores.
Observar, interpretar e fazer cumprir as regras do mercado
O Estado, no plano econômico, deve criar um arcabouço institucional favorável às liberdades econômicas e políticas. Ele seria uma espécie de árbitro, cujo objetivo seria observar, interpretar e fazer cumprir as “regras do jogo” ligadas ao livre mercado mediante a criação de dispositivos garantidores do cumprimento destas “regras”; a adoção de meios estáveis para a mudança das “regras” quando necessárias; e a regulamentação de casos específicos onde a interpretação e aplicação das “regras” fossem insuficientes.
Centrar-se em áreas de interesse comum
Caberia ao Estado centrar-se em áreas de interesse comum (como segurança, educação e saúde); além de alguns casos econômicos onde o sistema de preços não captasse os reais custos e benefício sobre os indivíduos – como, por exemplo, poluição de rios, pedágios e parques públicos (situações conhecidas como falhas de mercado) (FRIEDMAN, 1962, p. 29-44).
As doutrinas neoliberais continuam sendo a base teórica das políticas econômicas adotadas pelos países ao redor do mundo no século XXI. Continue seus estudos e saiba mais sobre o que preconizam essas teorias e a quais criticas estão submetidas.

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