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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA - UNIMEP CURSO DE PRÁTICA PROCESSUAL TRABALHISTA 02S/2012 APRESENTAÇÃO A disciplina de Direito Processual do Trabalho será de grande valia ao aluno do Curso de Direito da UNIMEP, uma vez que terá o objetivo de transmitir noções práticas àqueles que desejam atuar na área trabalhista, pois atualmente o direito processual do trabalho vem se destacando como uma das mais importantes área do saber jurídico. Em grande expansão, o direito trabalhista vem ganhando cada vez mais prestígio e importância dentro do universo jurídico, e, em consequência, os profissionais que atuam nessa área têm buscado cada vez mais o aperfeiçoamento técnico. Os operadores do direito estarão intimamente ligados com uma Justiça especializada, de cunho federal, onde por vezes estarão atuando tanto pelo reclamante, como pela reclamada, utilizando-se subsidiariamente de outras áreas do direito como o processual civil e demais áreas do Direito. Dessa forma, estaremos todos envolvidos para trabalharmos em conjunto unindo os seguimentos essenciais do direito processual trabalhista, bem como traduzir ao aluno de forma simples e clara a importância do direito processual na aplicação dos tramites processuais e recursais em todas as esferas processuais na competência da Justiça Especializada. 2 ESQUEMA GERAL DO PROCESSO TRABALHISTA Para uma melhor elucidação do processo do trabalho, necessário se faz apresentar o cronograma praticado no processo em todas as etapas para facilitar a visão do aluno e também sanar eventuais dúvidas. 01 – Petição Inicial: Importante peça no processo, onde o reclamante fundamenta seu pedido com base no artigo 282 do CPC e 840 da CLT; 02 – Notificação da Parte Contrária: A Reclamada é notificada da audiência, caso não ocorra poderá gerar nulidade processual, com exceções. 03 – Audiência: Procedimento Sumaríssimo: A defesa deve ser apresentada na primeira audiência, com provas necessárias para deslinde dos fatos. 03.I – Audiência: Procedimento Ordinário: A defesa deve ser apresentada na primeira audiência de conciliação, porém haverá uma segunda audiência de produção de provas. OBS.: EM AMBAS AS AUDIÊNCIAS SE A RECLAMADA NÃO COMPARECER REVELIA. SE O RECLAMANTE NÃO COMPARECER ARQUIVAMENTO PODENDO AJUIZAR NOVA AÇÃO. 04 – Prova Oral: Partes e Testemunhas – Contradita da Testemunha – Primeira Oportunidade antes da qualificação. 05 – Encerramento da Instrução: As partes não têm mais provas a produzirem. 06 – Sentença: Ato do Juiz – Fundamentação Arts. 165 3 458 do CPC e Artigo 93, IX da CF/88 – Observação à Súmula 197 do TST. 07 – Notificação das Partes: Notificação das Partes pelo Diário Oficial ou Súmula 197 do TST. 08 – Embargos Declaratórios: Omissão, Contrariedade e Obscuridade – Art. 897-A da CLT e arts 535 a 538 do CPC – Prazo 05 dias. OBS.: SE A EMPRESA NÃO APRESENTA CONDIÇÕES PARA PAGAMENTO DOS VALORES PODERÁ APRESENTAR O RECURSO ORDINÁRIO. A VARA DE ORIGEM IRÁ NEGAR A REMESSA – CABE AGRAVO DE INSTRUMENTO NO PRAZO DE 08 DIAS – ART. 897 B DA CLT. 09 – Recurso Ordinário: Prazo Comum: 08 dias ou parte vencida. Art. 895 CLT. Custas e Preparo para a Reclamada. Em tese, Reclamante se beneficia da Assistência Judiciária. 10 – Contra Razões ao Recurso Ordinário: Prazo 08 dias – Cabe Recurso Adesivo se a outra parte recorrer. 11 – Processo Remetido ao TRT: Procedimento Administrativo. 12 – Acórdão do TRT: Notificação das Partes pelo Diário Oficial. 13 – Embargos Declaratórios: Mesmo procedimento do Item 09. 3 14 – Recurso de Revista: Artigo 896 CLT – Prazo 08 dias – Preparo e Custas pela Reclamada. Observar os critérios da CLT – Recurso Específico e delimitação da matéria. 15 – Contra Razões do Recurso de Revista: Mesmo procedimento do Item 10. 16 – Aceitação da Revista: Caso seja aceito a Revista processo remetido ao TST. 17 – Notificação das Partes: Diário Oficial. 18 – Embargos Declaração/Recurso Extraordinário/Agravo de Instrumento: Em muitas ocasiões a Reclamada apresenta esses recursos, pois no seu entendimento fundamenta os requisitos exigidos para ter sucesso na demanda. 19 – Remessa dos Autos: Após analise de todos os recursos e procedimentos, os autos retornam à Vara de Origem para inicio da fase de execução. 20 – Liquidação de Sentença: Arts 892 e seguintes da CLT – 30 dias de prazo inicial ao Reclamante e 10 dias para a Reclamada. 21 – Homologação dos Cálculos: Após a manifestação das partes, o Juiz homologa os cálculos para futuro pagamento. 22 – Inicio da Execução: Essa é uma das principais fases do processo, onde o Reclamante poderá ter sucesso ou não na demanda, e a empresa, o bloqueio de suas contas. 23 – Penhora: Se não houver o pagamento do débito poderá ocorrer a penhora de bens móveis e imóveis, sempre respeitando o artigo 652 do CPC. 24 – Recurso: Se a parte não concordar com o procedimento adotado, deverá apresentar embargos à penhora ou execução. 25 – Notificação da Parte: A parte contrária será notificada para apresentar impugnação aos Embargos. Devido Processo Legal. 26 – Agravo de Petição: Recurso destinado na fase executória quando a parte não concorda com a decisão da execução – Artigo 897 da CLT – Prazo 08 dias – Não custas e preparo. 27 – Contra Minuta: A parte será notificada para apresentar a contra minuta ao Agravo de Petição. 28 – Remessa dos Autos à Instância Superior – TRT ou TST – Publicação do Acórdão. 29 – Pagamento: Após a solução definitiva dos recursos, a parte vencedora apresentará os cálculos e após hasta pública ou leilão dos bens. 30 – Hipóteses: a) se ninguém aparecer para adquirir o bem, poderá ser adjudicado, se for o caso; b) se houver comprador, adjudicação do bem com a expedição da carta de adjudicação; c) devedor faz a remissão para ficar com o bem. 4 CAPITULO I COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO Todos sabem que o direito está em constante evolução, e, na área trabalhista não é diferente. Uma importante e significativa modificação ocorreu em 2004 com a Emenda Constitucional nº. 45 que ampliou a competência da Justiça do Trabalho preconizada pela Carta Constitucional em seu artigo 114, arts. 650 a 653 da CLT e a Lei n. 8984/95. Hoje a Justiça do Trabalho engloba além da relação de emprego, a relação de trabalho, o exercício do direito de greve, as ações sobre representação sindical, as ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho e as ações de penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos fiscalizadores dentre outras. A competência em razão da matéria ( rationi materie ) no processo do trabalho é delimitada em virtude da natureza da relação jurídica material deduzida em juízo. Tem-se entendido que a determinação da competência material da Justiça do Trabalho é fixada em decorrência da causa de pedir e do pedido. Assim, se o autor da demanda aduz que a relação material é a regida pela CLT e formula pedidos de natureza trabalhista, só há um órgão do Poder Judiciário pátrio que tem competência para processar e julgar a demanda, ou seja, a Justiça do Trabalho. Com o advento da EC 45/2004, a competência da Justiça do Trabalho foi bastante ampliada, de maneira que ela passa agora a processar e julgar as ações oriundas, não apenas da relação de emprego, como também daquelas oriundas da relação de trabalho. (CF. art. 114, I). A incompetência em razão da matéria é de natureza absoluta e, consequentemente, deve ser declarada de oficio pelo juiz, independentemente de provocação das partes do processo. Mas cabe ao réu alegá-la antes de discutir o mérito, ou seja, em sede preliminar (CPC, art. 301, II), sob pena de arcar com as custas de retardamento (CPC, art. 267, § 3.º, segunda parte). 5 A competência do razão do lugar ( ratione loci ), também chamada de competência territorial, é determinada com base na circunscrição geográfica sobre a qual atua o órgão jurisdicional. Geralmente, a competência ratione loci é atribuída às Varas do Trabalho, que são os órgãos de primeira instância da Justiça do Trabalho. A competência territorial das Varas do Trabalho é determinada por lei federal. Cumpre ressaltar que, os Tribunais Regionais do Trabalho têm competência para processar e julgar as causas trabalhistas, originariamente (ex.: dissídio coletivo) ou em grau de recurso (ex.: recurso ordinário), dentro do espaço geográfico, normalmente correspondente a um Estado da Federação. Vale dizer, o TRT tem competência territorial limitada a determinada região, que geralmente coincide com a área de um Estado. Hoje em todo os Estados brasileiros a Justiça do Trabalho está equipada com 24 TRTs no território brasileiro e somente o Estado de São Paulo conta 02 TRT´s sendo um em São Paulo (2a. Região) e Campinas (15a. Região). Na mesma linha, o Tribunal Superior do Trabalho possui competência territorial para processar e julgar originariamente os dissídios coletivos que extrapolam a área geográfica de uma região e, em grau recursal as decisões dos TRTs nos dissídios individuais ou coletivos. Numa palavra, o TST possui competência ratione loci sobre todo o território brasileiro. O regramento da competência em razão do lugar tem previsão expressa na CLT (art. 651), não cabendo, pois, em princípio, a aplicação subsidiária do CPC. A competência territorial das Varas do Trabalho pode ser classificada: a) quanto ao local da prestação de serviço; b) quando se tratar de empregado agente ou comercial, c) de empregado brasileiro que trabalhe no estrangeiro; d) de empresa que promova atividade fora do lugar da celebração do contrato. A) EM RAZÃO DO LOCAL: Regra Básica: Art. 651, caput , CLT – Local da Prestação de Serviços, ainda que tenha sido contratado em outro local. 6 Exceções à Regra: art. 651, § 1, CLT – empregado for agente ou viajante comercial – competência: Da Empresa ou Filial a que o empregado está subordinado, na falta deste, no domicilio do empregado ou localidade mais próxima. Artigo 652, § 3 – CLT: Empresa presta serviços em várias localidades – competência: local onde foi firmado o contrato ou no local da prestação de serviços. A.1) MATÉRIAS QUE PODEM SER TRATADAS: Exceção de Incompetência: Deve ser argüida na primeira oportunidade de se manifestar nos autos, no processo trabalhista, na defesa, sob pena de preclusão. Pode ser feita no corpo da contestação ou em petição separada. Prorrogação da Competência: Por se tratar de competência relativa (em razão do local) se não for argüido a exceção de incompetência na defesa, esta ficará prorrogada, passando a ser válido o Foro em que a reclamação foi proposta. A.2) DISSIDIOS COLETIVOS: Competência é determinada pela região do Tribunal a que o sindicato ou federação está submetido. Ex.: Paraná – 9ª. Região; Campinas – 15ª. Região; Se a empresa possuir filiais em várias regiões: Competência passa a ser do TST em Brasília. Ex.: Banco do Brasil, Petrobrás. Se o sindicato abrange todo o Estado de São Paulo, a Lei n. 9254/96, determinou que a competência será a 2ª. Região e não a 15ª. Região. TRT – 2ª. Região: SP, cidades da Grande SP, cidades da Baixada Santista; TRT – 15ª. Região: Todas as cidades do interior de SP, cidades do Litoral Sul e Norte. A.3) PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA – CONEXÃO E CONTINÊNCIA Causas Conexas: Art. 103, CPC: Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando for comum o objeto ou a causa de pedir; 7 Causas Continentes: Art. 104, CPC: Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma pode ser mais amplo, abrange das outras. Artigo 105, CPC: Havendo conexão ou continência, o Juiz, De Oficio, ou a Requerimento das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Artigo 106, CPC: Correndo em separado ações conexas perante Juízes que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. OBS.: O PEDIDO DE REUNIÃO DAS AÇÕES PODE SER FEITO POR PETIÇÃO ANTES DA AUDIÊNCIA OU NA PRÓPRIA AUDIÊNCIA ORALMENTE. 01. Só pode ocorrer conexão ou continência quando tratar-se de competência relativa (em razão do local), sendo inadmissível nos casos de competência absoluta (em razão da matéria e da pessoa); 02. A conexão e a continência são eventos que influem apenas sobre processos pendentes, no mesmo grau de jurisdição. Encerrado um dos processos, ou proferida a sentença, mesmo que haja interposição de recurso, não se pode aplicar estes institutos. 03. Negada a Fusão dos processos conexos, haverá nulidade da sentença que julgar separadamente apenas uma das ações, se verificar, de fato, o risco de julgamento conflitantes. B) EM RAZÃO DA MATÉRIA: Justiça do Trabalho é competente para dirimir qualquer litígio decorrente da relação de trabalho (arts. 2º e 3º CLT). Assim, não é competente na hipótese de profissional liberal, autônomos - Art. 652, CLT. 01. Acidente do Trabalho, em que se discute o benefício previdenciário, como; auxilio doença, aposentadoria – Não é da competência da Justiça do Trabalho. Salvo se for discutir ESTABILIDADE. 02. Contribuição Previdenciária e IR – Não é da competência da Justiça do Trabalho; salvo as contribuições e impostos decorrentes da sentença art. 114, § 3 º da CLT. O INSS e o IR devem ser descontados do empregado e não pagos pela 8 empresa – art. 46 da Lei 8541/92 e Provimento 01/96 TST. O desconto do INSS deve ser calculado mês a mês. O desconto do IR deve ser calculado sobre o montante e pago de uma única vez. Verificar as decisões recentes do TST. C) EM RAZÃO DA PESSOA: Apenas pessoa física poderá pleitear ação na Justiça do Trabalho, uma vez que o artigo 3º da CLT é bastante claro na sua exposição. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL: Pessoas que trabalham em Embaixada, Consulados, Organizações Oficial. GRÁFICO DE COMPETÊNCIA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 114 EC nº. 45/04 JUSTIÇA DO TRABALHO AÇÕES RELAÇÃO DE TRABALHO: *RELAÇÃO EMPREGADO/EMPREGADOR ART 2º E 3º CLT; *EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE; *REPRESENTAÇÃO SINDICAL; *INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL OU PATRIMONIAL DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO; *PENALIDADES APLICADAS AO EMPREGADOR POR ÓRGÃOS FISCALIZADORES; *MANDADO DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS E HABEAS DATA RELATIVOS À RELAÇÃO DE TRABALHO. 9 CAPÍTULO II ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO A organização da Justiça do Trabalho está preconizada na Constituição Federal em seus artigos 111 a 116 na seguinte forma: Instância Extraordinária SUPREMO TRIBUNAL Instância FEDERAL 15ª Região Extraordinária Recurso Campinas ACÓRDÃO TRIBUNAL SUPERIOR SOMENTE QUANDO FERIR DO TRABALHO 2ª Instância DIREITO CONSTITUCIONAL Recurso ACÓRDÃO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 1ª Instância Recurso ACÓRDÃO VARA DO TRABALHO Início do Processo Reclamação Trabalhista SENTENÇA PRETENSÃO RESISTIDA O gráfico acima demonstra de forma clara e objetiva a organização da Justiça do Trabalho, bem como, o caminho percorrido por uma reclamação trabalhista desde seu momento inicial até o seu término. CAPITULO III FUNÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO A partir da nova Constituição Federal, passou a atuar também como Órgão Agente ou Agente de campo, na defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais indisponíveis dos trabalhadores. Desde 1999, elegeu cinco áreas prioritárias de atuação: erradicação do trabalho infantil e regularização do trabalho do adolescente, combate ao trabalho escravo e regularização do trabalho indígena, combate a todas as formas de discriminação no trabalho, preservação da saúde e segurança do trabalhador, e regularização dos contratos de trabalho. 10 Como órgão interveniente, o MPT desempenha papel de defensor da lei para intervir nos feitos judiciais em curso nos quais haja interesse público a proteger. Emite pareceres em processos de competência da Justiça do Trabalho, participa das Sessões de Julgamento e ingressa com recursos quando houver desrespeito à legislação. É composto por duas Procuradorias: a da Justiça do Trabalho e a da Previdência Social, ambas mantendo subordinação direta ao Ministro do Trabalho. O Ministério Público do Trabalho também atua como árbitro e mediador na solução de conflitos trabalhistas de natureza coletiva, envolvendo trabalhadores e empresas ou as entidades sindicais que os representam. A possibilidade está prevista no artigo 83, inciso XI da Lei Complementar 75/93 e foi regulamentada pela Resolução n° 44 do Conselho Superior do MPT. Além disso, o Ministério Público do Trabalho fiscaliza o direito de greve nas atividades essenciais. A atuação como Órgão Agente envolve o recebimento de denúncias, a instauração de procedimentos investigatórios, inquéritos civis públicos e outras medidas administrativas ou o ajuizamento de ações judiciais, quando comprovada a irregularidade. CAPITULO IV PROCESSO TRABALHISTA No processo trabalhista a pretensão resistida de um direito é tratada como dissídio, que se subdivide em: a) Dissídio Individual: Caracterizado pela forma de exercer o direito de forma pessoal e individual; b) Dissídio Coletivo: Caracterizado pela forma de exercer os direitos de uma coletividade de pessoas ou de uma determinada categoria profissional. No processo trabalhista utiliza-se o termo Reclamante para o autor (a) da ação, e Reclamado (a) para réu. Assim, haverá uma composição processual na seguinte forma : Juiz do Trabalho DISSÍDIO Reclamante (s) Reclamada (o) 11 A petição inicial na área trabalhista tem como sinônimos: Reclamação Trabalhista, Reclamatória Trabalhista, Ação Trabalhista, Ação de Reclamação Trabalhista, etc. CAPITULO V FLUXO DO PROCESSO TRABALHISTA – RITOS PROCESSUAIS RITO ORDINÁRIO RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ARQUIVA O RECLAMANTE PROCESSO DISTRIBUIÇÃO AUDIÊNCIA DE NÃO CITAÇÃO DO CONCILIAÇÃO COMPARECE RECLAMADO RECLAMADO REVELIA HOUVE FIM DO COMPARECEM ACORDO? SIM PROCESSO ARQUIVO NÃO DEFESA DO MÉRITO AUDIÊNCIA DE PRODUÇÃO DE INSTRUÇÃO E PROVAS JULGAMENTO DOCUMENTAIS; ALEGAÇÕES DEPOIMENTOS PESSOAIS; FINAIS TESTEMUNHAS; PERÍCIAS; INSPEÇÃO JUDICIAL. NOVA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO SENTENÇA 12 CAPITULO VI PARTES NO PROCESSO TRABALHISTA Art. 791, CLT: Empregados e Empregadores poderão reclamar pessoalmente na Justiça do Trabalho e acompanhar suas reclamações até o final do processo, prevalecendo Jus Postulandi . Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado ou até mesmo estagiário, quando for audiência de conciliação. Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado. Representação: É a possibilidade de uma pessoa estar no lugar de alguém em Juízo. A representação pode ser legal ou convencional. Legal: Autorização contida em Lei. Ex.: Categoria: Sindicato – Condomínio: Sindico – Herança: Inventariante. Convencional: Lei faculta à parte fazer-se representar. Ex.: empresa – preposto art. 843, § 1º CLT. Obs.: 01 - Preposto deve ser empregado da empresa; 02 – Preposto desconhecer os fatos do processo – Confissão; 03 – Pessoa não pode ser preposto e testemunha ao mesmo tempo; 04 – Se o preposto não for registrado – confissão quanto à anotação da CTPS; 05 – Preposto não pode ser menor de idade; 06 – Há um provimento da OAB que proíbe que o advogado seja ao mesmo tempo, preposto e advogado. 07 – Preposto não pode subscrever recursos; 08 – O advogado não pode indicar ou nomear preposto, sendo este, um ato privativo do representante legal da empresa. ASSISTÊNCIA: A pessoa assistida é quem pratica o ato, em seu nome, só que com auxilio de outra. 13 Trabalhador entre 14/18 anos : deve ser assistido; Procuração Pública; O assistente deve estar em audiência. Art. 843 – CLT: Ações Plúrimas: Vários Autores – Sindicato poderá assisti-los. Ações Coletivas: Sindicato – Representa os Autores. Se o Reclamante não puder comparecer à audiência, o Sindicato poderá ir até a audiência, assistindo-o, e evitando o arquivamento da ação. Todavia, se for requerido o depoimento pessoal deste, há confissão. (art. 843, § 2º CLT). Substituição Processual: Deve estar previsto em Lei; Significa pleitear direito alheio em nome próprio; o que é substituído será o beneficiário do resultado da ação, mas não será parte. Art. 872, § único da CLT: Sindicato poderá pleitear os direitos dos empregados; não precisa de procuração. Súmula 286 TST: Ação de cumprimento de cláusulas do acordo ou convenção coletiva – tem o mesmo efeito da substituição processual. Substituição das Partes: Inter Vivos – arts. 10/448 – sucessão de empresas. A substituição não afeta o processo ou a responsabilidade da empresa. Substituição das Partes: Causa Mortis – Se falecer o preposto – deve substituí-lo; Se falecer o empregado – espólio deve habilitar-se no processo, com a competente documentação. Intervenção de Terceiros: Voluntária: Sindicato; Necessária: Chamamento ao Processo – art. 77 CPC; Denunciação à lide – art. 70, CPC; Nomeação à Autoria – arts. 62 do CPC Obs.: Dificilmente será aceito no processo essas questões. 14 Litisconsórcio: Aplica-se o arts. 46 a 49 do CPC Será Facultativo: Quando entre as pessoas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à Lide. É o caso de um empregado mover ação contra um consórcio de empresas (art. 2º § 2º CLT); Quando os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito. Dois empregados movem ação pleiteando o 13º salário; Quando entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; Quando ocorrer afinidades de questões por um ponto comum de fato ou de direito. É o caso de dois empregados demitidos pleitearem as verbas rescisórias. Será Necessário: Quando a sua formação se der em virtude de Lei. É a situação de um empregado mover ação contra duas empresas solidariamente responsáveis pela obrigação; Quando a cumulação de partes é necessária, dada a natureza da relação jurídica que leva o Juiz a decidir. Ex. art. 455 – CLT. Dos Procuradores: A procuração não precisa ter firma reconhecida – Menor: Procurador Pública. Assistência Judiciária: Prestada pelo Sindicato: art. 790-A isento de Custas. O empregado não precisa ser sindicalizado; É possível pleitear isenção de custas na Justiça do Trabalho; Somente quando a assistência é prestada pelo sindicato, é que o Juiz pode arbitrar honorários ao final do processo. 15 CAPITULO VII RITOS PROCESSUAIS – PETIÇÕES INICIAIS - DEFESAS RITO SUMARÍSSIMO O Rito Sumaríssimo tem previsão legal no artigo 852 A a I da CLT, tem como principal objetivo a celeridade processual e o desafogamento da Justiça Trabalhista. No Rito Sumaríssimo ficam subsumidos os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o valor do salário mínimo vigente à data da reclamação. Tal preceito não se aplica a Administração Pública direta (União, Estados e Municípios, Autarquias e Fundação). Artigo 852 alínea “b” incisos I, II e III da CLT: Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I – O pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; II – Não se fará citação por edital, incumbindo ao autor à correta indicação do nome e endereço do reclamado; III – A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo de 15 (quinze) dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta e Conciliação e Julgamento ELABORAÇÃO DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA A Reclamação Trabalhista é a forma pela qual se inicia o processo trabalhista, pode ser realizada na forma escrita por petição endereçada ao Juiz Federal da Vara do Trabalho, ou na forma verbal, na própria Justiça do Trabalho (Fórum Trabalhista), onde será reduzida a termo. A forma escrita por petição é a mais utilizada. Artigo 840, da CLT: “A reclamação trabalhista poderá ser escrita ou verbal”. A Reclamação Trabalhista quando escrita deve seguir os requisitos próprios: 16 Artigo 840 § 1º. da CLT: “Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida , a qualificação do reclamante e reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou do seu representante”. Quando a Reclamação Trabalhista for verbal: Artigo 840 § 2º. da CLT: “Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior”. É importante salientar que na elaboração da Reclamação Trabalhista, subsidiariamente deve se observar e aplicar o artigo 282 (Valor da Causa) e 283 (Inicial instruída com documentos indispensáveis a propositura da ação) do CPC. CONDIÇÕES E PRESSUPOSTOS DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA A Reclamação Trabalhista como ação deve conter seus elementos constitutivos, partes, objeto e causa de pedir, e assim como no Processo Civil deve ser constar requisitos como: Possibilidade Jurídica do Pedido, Interesse de Agir e Legitimidade de Parte, ou seja, todas as condições da ação. Possibilidade Jurídica do Pedido: No primeiro sentido, o pedido é juridicamente possível quando a pretensão deduzida esteja amparada pelo direito objetivo. Legitimidade das partes: É a titularidade ativa ou passiva da ação, devendo as partes estarem devidamente representadas. Interesse Processual: O interesse processual emerge do trinômio necessidade-utilidade-adequação. O processo deve ser utilizado quando houver necessidade de intercessão do Estado-Juiz para que este possa tutelar o alegado direito pleiteado do Autor. 17 CONSIGNATÓRIA TRABALHISTA No processo trabalhista é permitida a utilização da ação de consignação, ou consignatória trabalhista, o empregador poderá ajuizar ação na Justiça Trabalhista, um exemplo será nos casos em que o empregado não quiser receber um valor que é seu por direito, ou determinada vantagem trabalhista, nesses casos podem ser realizadas a referida ação, importante lembrar que tal ação pode ser ajuizada mesmo sem que seja feita a rescisão trabalhista. A propositura da consignatória elide a mora no processo. Previsão legal art. 334 à 345 do Código Civil e 890 à 900 do CPC. CONTESTAÇÃO DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA A contestação trabalhista pode ser oral em audiência no prazo de 20 minutos, ou na forma escrita. No entanto, diante da aplicação subsidiária processual, na sua maioria é apresentada na forma escrita. Artigo 847 da CLT: “Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para produzir sua defesa, após leitura da reclamação, quando essa não for dispensada por ambas as partes”. Sendo a contestação escrita, essa deve refutar todos os pontos que foram alegados pelo autor (sob pena de serem tomados por verdadeiros os fatos alegados), conter jurisprudência que demonstrem entendimento sobre o assunto e doutrina que aponte ao magistrado uma opinião favorável ao que se defende. PRELIMINARES As preliminares em contestação constituem a defesa indireta e seguem o enunciado do artigo 301 do CPC: Artigo 301 do CPC: “Compete-lhe, porém antes de discutir o mérito, alegar: Inexistência ou Nulidade da Citação; Incompetência Absoluta; Inépcia da Inicial; Perempção; Litispendência; Coisa Julgada; Conexão; Incapacidade da Parte, Defeito de Representação ou Falta de Autorização; Carência da Ação”. 18 É comum em preliminar alguns profissionais pleitearem Justiça Gratuita, porém a técnica correta é que se faça isso no pedido, onde o momento é mais oportuno. Ressaltando que para pessoa jurídica, a Justiça do Trabalho não tem reconhecido o pedido. MÉRITO No mérito a Reclamada deve impugnar a matéria alegada pelo Reclamante que em tese constituem o seu direito, tem-se dessa forma a defesa direta onde procura demonstrar que o alegado não evidencia a verdade dos fatos. Salientando que na defesa trabalhista todos os pontos devem ser impugnados para que não ocorra nenhuma aplicação condenatória no pedido que não foi impugnado. Algumas formas de impugnar o mérito da reclamação trabalhista: 1) Defesa Absoluta – Negam-se os fatos e suas conseqüências; 2) Defesa Parcial – Admitem-se os fatos, mas negam-se as conseqüências; 3) Defesa artigo 333, II, CPC: Admitem-se os fatos, aceitam-se as conseqüências, mas por fatos impeditivos, extintivos ou modificativos. CAPÍTULO VIII PROVAS NO PROCESSO TRABALHISTA A inserção de provas no processo tem limitações, as ilícitas são vedadas pelas Constituição Federal em seu artigo 5º inciso LVI. Há previsão da matéria também no Código de Processo Civil: Artigo 332 CPC: “Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa”. TIPOS DE PROVAS E PRINCÍPIOS PROBATÓRIOS No processo trabalhista os fatos poderão ser provados com documentos, testemunhas, perícia e através de depoimento pessoal das partes e, outras provas necessários para a comprovação dos fatos, observando os princípios probatórios. 19 a) Princípio do contraditório e ampla defesa: As partes têm o direito de se manifestar reciprocramente sobre as provas apresentadas. Trata-se de um princípio constitucional explícito que deve ser observado em qualquer processo. As partes também devem ter igualdade de oportunidade para apresentar suas provas nos momentos processuais próprios. b) Princípio da necessidade da prova: As alegações das partes em juízo não são suficientes para demonstrar a verdade ou não de determinado fato. É necessário que a parte faça prova de suas alegações, pois os fatos não provados são inexistentes no processo. c) Princípio da unidade da prova: A prova deve ser examinada no seu conjunto, formando um todo unitário, em função do que não se deve apreciar a prova isoladamente. A confissão, por exemplo, deve ser analisada em seu conjunto, e não de forma isolada em cada uma de suas partes. d) Princípio da proibição da prova obtida ilicitamente: As partes têm o dever de agir com lealdade em todos os atos processuais, mormente na produção de prova. O princípio da licitude da prova encontra residência no art. 5º, LVI, da CF, segundo o qual “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilicitos”. e) Princípio do livre convencimento ou persuasão racional: Esse princípio está consagrado no artigo 131 do CPC, onde menciona que o magistrado por utilizar o seu raciocínio jurídico diante dos fatos processuais apresentados. f) Princípio da oralidade: As provas devem ser realizadas, preferencialmente, na audiência de instrução e julgamento, ou seja, oralmente e na presença do Juiz. g) Princípio da imediação: É o Juiz, como mediador, do processo, nos termos do artigo 765 da CLT, quem colhe, direta e indiretamente as provas nos autos. h) Princípio da aquisição processual: A prova produzida, independentemente de quem a produziu, é adquirida pelo processo, dele não podendo mais ser retirada ou desentranhada. i) Princípio in dubio pro misero : Consiste na possibilidade de o Juiz, em caso de dúvida razoável, interpretar a prova em benefício do empregado, geralmente autor da reclamação trabalhista. ÔNUS DE PROVAR O ônus probandi no direito trabalhista é preceituado na CLT: 20 Artigo 818 da CLT: “A prova das alegações incumbe à parte que as fizer”. Artigo 333,I do CPC: Portanto, como no Processo Civil aquele que alegar o fato, o ônus da prova deverá ser realizado pelo Autor. Momento da produção da prova: Prova documental pré existente: escrita, com a inicial art. 787 CLT; Com a defesa – art. 845 CLT. Prova Oral e Novos Documentos – Na instrução do processo – art. 845 CLT. Obs.: Não é admissível juntar documentos depois da inicial e contestação, salvo se forem novos; Súmula 263 do TST – É admitido conceder prazo de 10 dias, para juntada dos documentos indispensáveis à propositura da ação. Ex: Instrumento Coletivo. Objeto da Prova Oral, Escrita, Pericial. 01 - Prova do pagamento do salário deve ser feito por escrito, não se admitindo por meio de testemunha (art. 464 CLT); 02 – Acordo de prorrogação de jornada – provado por documento escrito, pois se tácito não tem valor (art. 59 CLT); 03 – Empregado com mais de um ano – rescisão – homologada pelo sindicato – se não ocorrer ficará sem valor (arts. 477 e 500 CLT). PROVA PERICIAL: Art. 195, § 2º CLT – Obrigatória para provar a insalubridade e a periculosidade. Não se aplica pena de confissão, pois trata-se matéria de direito. FATOS NOTÓRIOS E INCONTROVERSOS Não precisam ser provados – art. 334, CPC; A circunstância de o fato encontrar certa publicidade na imprensa não basta para tê-lo como notório, de maneira a dispensar a prova; 21 A falta de impugnação do fato pelo réu na contestação, o torna incontroverso; Há fatos que se presumem verdadeiros, mas que admitem prova em contrário. Ex: anotação na CTPS, Certidão de Oficial de Justiça; Deve ser provado na vigência de regulamento interno da empresa, bem como que o mesmo foi entregue ao empregado; Art. 130, CPC – Caberá ao Juiz determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as inúteis. PROVA ORAL: Depoimento das partes, testemunhas, informantes e peritos. Deve ser realizada na audiência; Declaração feita em Cartório, tem valor relativo, pois não foi produzida sob o crivo do contraditório; A audiência pode ser gravada, com o consentimento das partes; Interrogatório das partes: de Oficio e a requerimento Art. 848 CLT; As perguntas devem ser direcionadas ao Juiz; Art. 344 CPC – proibido a parte ouvir o depoimento da outra; Confissão real (parte admite o fato) e ficta (parte não comparece para depor; preposto desconhece os fatos); Advogado só pode confessar, se tiver poderes específicos na procuração; Art. 350 CPC – reclamação plurima – a confissão de um não vale para os demais litisconsortes, só atingido o que confessar; Art. 352 CPC – confissão só pode ser revogada, se há erro, dolo, coação. Devendo ser feita por ação anulatória – se ainda não foi sentenciada e por ação rescisória – após o trânsito em julgado. A parte poderá se recusar a depor (art. 347 CPC e 144 CC – se a recusa é valida não há confissão) – Quando se trata de fato alheio a profissão; Fatos criminosos que lhes são imputados; Fatos que deve guardar sigilo por profissão); Art. 353 CPC – Confissão extrajudicial – não tem valor absoluto e sim relativo, pois não foi produzida em Juízo; A confissão deve ser analisada em seu todo, não sendo viável extrair parte da mesma; Confissão do menor (14/18 anos) – válida se assistido pelo representante legal; Surdo, mudo e estrangeiro: art. 819 CLT – necessário intérprete. 22 PROVA TESTEMUNHAL: Testemunhas são terceiros estranhos à lide, que tem por fim produzir a prova oral; Os depoimentos das testemunhas podem estar sujeitos; Às injunções da percepção sensorial; Ao senso critico Ao grau de irritabilidade; A idade, saúde, instrução, memória da pessoa. O depoimento de uma única testemunha, tem valor no processo; Testemunhas que souberam do fato por terceiros, tem pouco valor; Art. 822 CLT – A pessoa que comparece para depor, não pode ter o dia de trabalho descontado; Art. 823 CLT – Se a testemunha for funcionário público ou militar, seu comparecimento deve ser requisitado ao seu superior; Número máximo de testemunhas: Rito Sumaríssimo máximo 02; Rito Ordinário 03; Inquérito Judicial 06 Art. 765 CLT – Testemunha do Juízo; Rol de testemunhas: Não há necessidade; Poderá ocorrer a substituição das testemunhas desde que devidamente comprovadas nos termos do artigo 408 do CPC e 825 CLT; Súmula 357 TST – Não há impedimento da testemunha que moveu ação contra a empresa. Não é suspeita. PROVA DOCUMENTAL: impresso, Fotografias, Fitas, Mapas, Xérox Prova Pré Constituída: elaborada para ser utilizada no Process. Prova Causal: Elaborada para outros fins. Docs. Forma Especial: Escritura Pública; Não exigem Forma: Recibo de Pagamento Provas Escritas: Art. 59 – Compensação de Horas; Art. 135 – Pagamento de Férias; Art. 464 – Pagamento de Salário; Art. 477 – Rescisão homologada. 23 CAPÍTULO IX INCIDENTE DE FALSIDADE Art. 380 e ss. CPC Falsidade: Assinatura do documento; Conteúdo do documento. Exame Grafotécnico: Tem possibilidade de identificar se a assinatura foi aposta com o documento em branco ou já impresso, desde que a assinatura transponha o texto. Pessoas que realizam muito esforço físico com o braço fica difícil realizar o exame grafotécnico. INCIDENTE DE FALSIDADE: Nos próprios autos – antes de encerrar a instrução em autos apartados – findo a instrução Deve ser argüido – Na Contestação – Prazo de 10 dias da juntada do documento. INCIDENTE SUSPENDE O FEITO Ao Final: Juiz Declara a falsidade ou autenticidade do documento – Xérox: Não é possível fazer a perícia. Se o processo estiver no Tribunal – incidente deve ser argüido perante o Juiz Relator do processo do Tribunal. EXIBIÇAO DE DOCUMENTOS Art. 355 e seguintes do CPC. Se a parte que o detém se recusar, o Juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar. Documentos Obrigatórios : Recibo de Pagamento; Depósito do FGTS; Cartão de Ponto; Cópia da Ficha de Registro do Empregado. Documento Facultativo: Controle interno da Portaria 24 PERICIA – PEDIDO NA INICIAL Art. 195, § 2º CLT: Obrigatória na hipótese de Periculosidade e da Insalubridade; Perito deve ser: Medido do Trabalho, Engenheiro do Trabalho. Perícia Facultativa: Conferência de Cálculos; Grafotécnica; doença profissional equiparada a acidente de trabalho para efeito de indenização; Ex.: surdez – deve-se provar se a surdez é proveniente do trabalho pro meio de perícia. Indicação de Assistente Técnico e Quesitos. Inspeção Judicial – art. 440 e ss. do CPC Requerimento da Parte ou Oficio CAPITULO X AUDIÊNCIA A audiência é o ato processual no qual as partes (Reclamante e Reclamada) apresentam seus direitos, provas e argumentos ao Juiz, o qual após análise de todo conjunto probatório formará sua convicção sobre o dissídio e aplicará a sentença. Na audiência trabalhista a presença do Advogado é dispensável: Artigo 791 da CLT: “Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final”. Nos casos de empregados autônomos a representação por Advogado em juízo é obrigatória, isso ocorre devido a Emenda Constitucional nº. 45 que ampliou a competência da Justiça Trabalhista como visto anteriormente. Lembrando que o Advogado é indispensável à administração da justiça nos termos do artigo 133 da Constituição Federal, sendo assim, é importante que em todo ato processual as partes estejam acompanhadas de um Advogado. 25 PREPARAÇÃO PARA AUDIÊNCIA É fundamental que o Advogado se prepare para audiência, isso pode ser feito de várias formas, como por exemplo: Durante o curso do processo extraia cópias das peças principais e faça um arquivo pessoal, grife os pontos controversos, marque as páginas principais do seu arquivo que poderão ser utilizadas, estude a legislação pertinente à matéria, na data marcada para audiência procure chegar com 30 minutos de antecedência, o mesmo para cliente e testemunhas, oriente o cliente e as testemunhas sobre o processo, se houver possibilidade identifique o Advogado da parte contrária e tente uma negociação prévia, mas lembre-se que está defendendo o seu cliente, essas são algumas dicas práticas que podem ser utilizadas e trazem grandes benefícios. Posição na Sala de Audiência Juiz do Trabalho Escrevente Testemunha Advogado Advogado Reclamada Reclamante POSTURA ÉTICO PROFISSIONAL Na audiência procure controlar seu estado emocional, tenha o máximo de atenção, fixe os olhos em quem estiver com a palavra, se precisar interromper utilize a palavra “Pela Ordem” e anote todas as informações que sejam necessárias. Nessa mesma seara, deve-se lembrar que na audiência nada há de pessoal, mas de profissional, os profissionais devem ter em mente que a sala de audiência é uma sala de justiça e não de guerra. Artigo 44 do Código de Ética: “Deve o advogado tratar o público, os colegas, as autoridades e os funcionários do Juízo com respeito, discrição e independência, exigindo igual tratamento e zelando pelas prerrogativas a que tem direito”. 26 Artigo 45 do Código de Ética: “Impõe-se ao advogado lhanheza, emprego de linguagem escorreita e polida, esmero e disciplina na execução dos seus serviços”. Artigo 31 § 2º. do Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil: “Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão”. CONTRADITA DA TESTEMUNHA Nos moldes do artigo 414 § 1º do CPC, a testemunha pode ser contraditada como é feito no processo civil: Artigo 414 § 1º do CPC: “É licito à parte contraditar a testemunha, argüindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição”. A contradita deve ser realizada no momento em que o Juiz for iniciar a sua inquirição, ou na qualificação da testemunha, por precaução, a contradita deve ser solicitada quando o Juiz chamar a testemunha para entrar na sala. Comparecimento das Partes: Art. 843 CLT – As partes devem comparecer à audiência. Consequências do não comparecimento: (art. 844 CLT). Ausência Injustificada do Reclamante: arquivamento da ação; Ausência Justificada de uma das partes: redesignada a audiência, desde que devidamente comprovada; Ausência injustificada do reclamado: confissão e revelia. 01 – A Ausência, mesmo que justificada, do advogado não enseja na redesignação da audiência, pois considera-se que a própria parte, por ter o jus postulandi poderá se defender; 02 – Se só o advogado comparecer, com a contestação, sem a presença do reclamado, este poderá apresentar a contestação, mas poderá ocorrer a confissão quanto à matéria de fato; 27 03 – No procedimento ordinário; se as partes não comparecerem na Segunda Audiência, deverá ser aplicada pena de confissão, proibindo-o inclusive de produzir outras provas; 04 – A confissão quanto à matéria de fato, admite prova em contrário para elidi-la? Súmula 74 do TST – Se junto com a contestação há prova documental capaz de elidir a confissão é admitido, todavia, deve ser prova pré constituída, ou seja, se não tiver na contestação não poderá utilizar-se de outras, que serão produzidas posteriormente, como testemunhas, para elidi-las. CAPÍTULO XI FASE DECISÓRIA Encerrada a instrução – Memoriais – Oral 10 Minutos Requisitos da Sentença: relatório, fundamento, decisão. Só o decisório transita em julgado. A decisão pode ser: citra petita : aquém do pedido: 2 hs extras analisando uma só; Ultra petita : além do pedido: pediu 01 e ganhou 02; Extra Petita : Fora do pedido: Não pediu horas extras e ganhou. Intimação da Sentença: Na própria audiência – Procedimento Sumaríssimo; Súmula 197 TST – Sentença em Cartório; Diário Oficial – Após o primeiro dia útil. Sentença e Termos de Conciliação Conciliação Pré-Decisória O Juiz fará uma segunda proposta conciliatória, não havendo acordo o juiz prolatará a sentença. (art. 850) Acordo – termo de conciliação Art. 831 . A decisão será proferida depois de rejeitadas pelas partes a proposta de conciliação. 28 Parágrafo único . No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. (alterado pela L-010.035-2000) Decisão irrecorrível TST Súmula nº 259 - Res. 7/1986, DJ 31.10.1986 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Rescisória Trabalhista - Termo de Conciliação Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do Art. 831 da Consolidação das Leis do Trabalho. Questão: Qual a classificação da sentença que decreta a inexistência da relação empregatícia? Elementos componentes da Sentença – Lei denomina de Requisitos Quanto ao processo do trabalho, dispõe o art. 832 da CLT que da decisão deverão constar: o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão. O art. 458 do CPC diz que são requisitos essenciais da sentença: o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem. Estrutura da sentença Assim, a estrutura da sentença deverá conter: Relatório Que consiste num resumo do processo, da inicial, da contestação e das principais ocorrências no processo. 29 Fundamentação Com a qual o juiz irá decidir e motivar sua decisão. Dispositivo Resumo do que foi deferido, ex: que julga procedente ou procedente em parte o pedido Relatório Nome das Partes: litisconsortes – denominação de todos Registro do objeto da lide resumo do pedido e da resposta principais ocorrências processuais, como: provas propostas de conciliação razões finais (demonstra que o juiz examinou todas as questões discutidas nos autos) Procedimento Sumaríssimo Art. 852-I da CLT dispensado o relatório a sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência Fundamentação Base intelectual da sentença - Razões de decidir do magistrado Objeto de exame na fundamentação: Pressupostos processuais de constituição e desenvolvimento Condições da ação: possibilidade jurídica do pedido legitimação das partes interesse processual Prejudiciais de Mérito Prescrição e Decadência 30 Mérito Pedido Lide Objeto litigioso Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões , sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes. (artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal) A motivação da decisão é a expressão do Estado democrático. Justifica a decisão, permitindo-se controle racional, político e jurídico. A motivação controla a atuação do juiz no processo, pois: permite auferir da imparcialidade e legitimidade do juiz mediante fatos concretos. Permite às partes constatarem se foram ou não efetivamente ouvidas, ou seja, se o juiz levou em consideração todas as teses jurídicas, o material probatório e as alegações feitas durante a fase instrutória. Nenhum poder, nem mesmo o jurisdicional, pode ou deve ser exercido sem controle. Dispositivo Também chamado conclusão ou decisum – designa a parte final da sentença. Deve guardar rigorosa sintonia com as demais partes da sentença. Onde haverá o acolhimento ou rejeição das pretensões das partes, ou extinção do processo sem julgamento do mérito. Quanto à forma, poderá ser: Direto ou Indireto Direto: é descrito na conclusão a forma detalhada a condenação. Indireto: na conclusão o juiz reporta-se ao pedido formulado na inicial. Requisitos complementares da sentença – art. 832 Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as condições para o seu cumprimento. (§ 1º.) A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida. (§ 2º.) 31 As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada porte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso. (§ 3º.) Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o § 3º deste artigo. (§ 4º.) O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejudicará os créditos da União. (§ 5º.) O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a manifestação da União nas decisões homologatórias de acordos em que o montante da parcela indenizatória envolvida ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão jurídico. (§ 6º.) Despesas Processuais A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte vencida. Despesas: Custas processuais Honorários de perito e assistente técnico Honorários advocatícios Emolumentos Responsabilidade pelo Recolhimento das Contribuições Previdenciárias As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado , inclusive o limite de responsabilidade de cada porte pelo recolhimento da contribuição previdenciária , se for o caso. (§ 3º.) Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que trata o § 3º deste artigo. (§ 4º.) O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejudicará os créditos da União. (§ 5º.) Súmula nº 368 - TST - Descontos Previdenciários e Fiscais - Competência - Responsabilidade pelo Pagamento - Forma de Cálculo I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário-de-contribuição. II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de 32 condenação judicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre o valor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculado ao final, nos termos da Lei nº 8.541/1992, art. 46 e Provimento da CGJT nº 01/1996. (ex-OJ nº 32 - Inserida em 14.03.1994 e OJ nº 228 - Inserida em 20.06.2001) III - Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, § 4º, do Decreto n º 3.048/99 que regulamentou a Lei nº 8.212/91 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição. (ex-OJ nº 32 - Inserida em 14.03.1994 e OJ 228 - Inserida em 20.06.2001) Valor da condenação O valor da condenação decorre da faculdade que é dada ao juízo de arbitrar um quantum para efeito de recolhimento de custas processuais na forma art. 789, § 2º, da CLT e do depósito recursal. O valor da causa é fixado com esteio no art. 258 do CPC, sendo requisito da peça postulatória, conforme reza o art. 282, IV, do CPC. Publicação da Sentença Determina o artigo 851 da CLT § 2º que tem o juiz prazo de 48 horas para redigir a sentença, contado da audiência de julgamento Súmula 197 TST – O prazo para recurso da parte que intimada não comparecer à audiência de prosseguimento para a prolação da sentença conta-se da data de sua publicação. Erros Erros evidentes ou enganos de escrita serão corrigidos a requerimento dos interessados (art. 833 da CLT). Os meros erros materiais na sentença podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento das partes ( artigo 897-A, parágrafo único, acrescido pela Lei 9957/2000). Julgamento Citra, Ultra e Extra Petita É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do Reclamante, de natureza diversa da pedida, bem como condenar a Reclamada em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. (Art. 460 CPC) O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.( Art. 128 CPC). 33 Mesmo que omissa a petição inicial ou a sentença, os juros de mora e correção monetária são devidos (Súmula 211 do TST) Reformável Anulável Ultra petita – além do pleiteado Citra petita – sem manifestação sobre o pedido Extra petita – fora do pleiteado Exceções Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável (art. 496 da CLT) Julgamento de culpa recíproca (484 da CLT) Período de estabilidade já exaurido, e não houve o pedido de salários relativos ao período (Súmula 396 do TST) Súmula 211 TST Juros de Mora e Correção Monetária - Liquidação da Sentença Trabalhista Os juros da mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. Quanto à parte incontroversa não paga em primeira audiência. “..o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador.... sob pena de pagá-las acrescida de 50%. (art. 467 da CLT) Antiga redação: ... sob pena de ser , quanto a essa parte, condenado a pagá-la em dobro. Intimação da Sentença Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se- á pela forma estabelecida no § 1º do Art. 841. (art. 852 da CLT) A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. (§ 1º do art. 841 da CLT) O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para a prolação da sentença, conta-se de sua publicação. (TST Súmula 197) Quando não juntada a ata, ao processo, em 48 (quarenta e oito) horas contadas da audiência de julgamento (Art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para 34 recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença. (TST Súmula nº 30) Vícios da Sentença Faltar relatório ou fundamentação – art. 93, IX, CF e art. 458 do CPC. Proferida em processo que houve cerceamento de defesa – art. 5º, LV, CF. Decidir além, fora ou aquém do pedido – art. 460 do CPC. Proferida por juiz absolutamente incompetente, impedido ou suspeito – art. 485, II, do CPC. Resultar de dolo da parte vencedora ou colusão entre as partes – art. 485, III do CPC Resultar de processo que existiu vício de citação – art. 247 do CPC. Violar literal dispositivo de lei – art. 485, VI, CPC Proferida em processo em que o Ministério Público deveria necessariamente intervir – art. 87, do CPC e não foi intimado para tanto – art. 246, do CPC. For condicional, determinando sua eficácia apenas na ocorrência de evento futuro e incerto – art. 460, parágrafo único, do CPC. For fundada em prova obtida por meio ilícito – art. 5º., LVI, da CF. 35 DA COISA JULGADA Torna imutável a decisão do processo e obriga à todos o seu cumprimento. Decisões interlocutórias, despachos, fundamentação da sentença: não transitam em julgado; Apenas a decisão transitada em julgada. Portanto, se na fundamentação é reconhecido o direito à horas extras, por exemplo: Na decisão não consta a condenação – Embargos Declaratórios, executar a sentença. Só a ação rescisória pode desconstituir a coisa julgada. Coisa Julgada Formal: Não aprecia o mérito da matéria do artigo 267 do CPC – admite nova ação; Coisa Julgada Material: Julga o Mérito/Objeto da Ação – Não se admite ingressar com nova ação. Ex.: Se já foi condenado por furto, não é mais necessário fazer esta prova na Justiça do Trabalho para reconhecer a justa causa; 01 – Se é absolvido no criminal, é necessário se fazer prova na trabalhista para reconhecer a justa causa; 02 – Se o delito foi praticado em legitima defesa, estado de necessidade, obediência hierárquica, cumprimento do dever legal, não se aplica justa causa; 03 – Se o empregado é demitido pro roubo ou furto e ao final do processo não se consegue comprovar sua responsabilidade pelo fato, pode gerar danos morais contra a empresa. CAPITULO XII RECURSOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO – ARTIGO 893 DA CLT Em primeira instância o processo é finalizado com a sentença, quando o Reclamante ou a Reclamada não concordarem com o teor da sentença podem recorrer à Instância Superior conforme visto anteriormente, essa possibilidade decorre do princípio do Duplo Grau de Jurisdição. 36 Artigo 899 da CLT: “Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas nesse Título, permitida a execução provisória até a penhora”. Efeito Devolutivo: Faz com que a matéria seja submetida ao Tribunal Superior, mas, como, não tem efeito suspensivo é possível a execução provisória da decisão até a penhora, através de carta de sentença (cópia do processo). RECURSO ORDINÁRIO O Artigo 895 da CLT disciplina que cabe Recurso Ordinário das decisões definitivas . No sentido jurídico, decisões definitivas são aquelas que põem termo ao processo , são as decisões que encerram a prestação jurisdicional com exame de mérito , ou seja, apreciando as questões meritórias ou de fundo. Desta forma, é correta a afirmação de que o artigo 895 CLT usa terminologia inadequada para expressar a hipótese de cabimento de Recurso Ordinário, uma vez que das decisões terminativas , aquelas que põem termo ao processo sem examinar o mérito , também cabe Recurso Ordinário. Exemplos: indeferimento da petição inicial (inépcia ou vício); exceção de incompetência material (dano moral) ou funcional (funcionário público); arquivamento da reclamação trabalhista em decorrência do não comparecimento do reclamante. Na hipótese de sentença proferida em sede de exceção de incompetência material ou funcional , acolhida a exceção, a decisão judicial, além de por fim ao processo, sem exame do mérito , também desloca a competência da Justiça do Trabalho para outro Juízo competente . A decisão, nessa hipótese, tem caráter nitidamente terminativo do processo no âmbito da Justiça do Trabalho e admite ser enfrentada via recurso ordinário. Por outro lado não cabe Recurso Ordinário da decisões não terminativas do feito , isto é, das decisões cujo feito continua tramitando perante a Justiça do Trabalho . A decisão judicial que acolhe a exceção de incompetência territorial ou de exceção não desloca a competência da Justiça do Trabalho para outro Juízo. Exemplos: decisão proferida em exceção de incompetência territorial ou exceção de suspeição . É o que disciplina o art. 799, § 2º da CLT: 37 - Art. 799, § 2º - Das decisões proferidas sobre exceção de suspeição ou incompetência, não caberá recurso . São decisões interlocutórias que só poderão ser atacadas quando for proferida decisão final. Súmula 214 do TST Também é importante ressaltar que o Recurso Ordinário é o meio adequado para impugnar as decisões definitivas ou terminativas na Justiça do Trabalho proferidas pelas Varas nos procedimentos ordinários e pelos Tribunais em decisões proferidas em ação de sua competência originária . Se o procedimento for sumário, com valor de alçada igual ou inferior a dois salários mínimos, só caberá recurso ordinário da sentença se versar sobre matéria constitucional . É o que disciplina a Lei 5584/70 em seu artigo 2º: ...§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de duas vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato. ... § 4º Salvo de versarem sobre matéria constitucional nenhum recurso (CLT, art. 893) caberá das sentenças proferidas nos dissídios de alçada a que se refere o parágrafo anterior. – (art. 102, III da Constituição Federal. ) No que se refere às reclamações trabalhistas reguladas pela Lei 9.957/00, de 12.01.2000 , que instituiu o procedimento sumaríssimo , as hipóteses de admissibilidade de recurso ordinário estão disciplinadas através do § 1º e Incisos II, III, IV, § 2º do artigo 895 da CLT, que foram acrescentados pela referida lei. Não cabe recurso ordinário nos acordos homologados pela Justiça do Trabalho. É o que se extrai da dicção legal do art. 831, Parágrafo Único da CLT. O acordo judicial homologado nos autos do processo trabalhista somente pode ser atacado em sede de ação rescisória . É o que disciplina o Súmula 259 do TST - “Só por ação rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no parágrafo Único do art. 831 da CLT.” O Regimento Interno do TST , ao se referir ao recurso ordinário, em seu artigo 224 , assim disciplina: 38 “Cabe recurso ordinário para o Tribunal das decisões definitivas proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em processos de sua competência originária, no prazo legal, contado da publicação do acórdão ou de sua conclusão no órgão oficial”. O art. 225 do regimento estipula as hipóteses de admissibilidade do recurso ordinário: I - ação anulatória; I - ação cautelar; III - ação declaratória; IV - agravo regimental; V - ação rescisória; VI - dissídio coletivo; VII - habeas corpus; VIII - habeas data; e IX - mandado de segurança Cabe, igualmente, recurso ordinário da decisão que conclui pelo arquivamento do processo, em decorrência da ausência do reclamante (art. 844, CLT). 2. PÚBLICAÇÃO DA DECISÃO – INICIO DO PRAZO DE RECURSO O TST posicionou-se que o aviamento de recurso antes de publicado a decisão no órgão oficial acarreta o desconhecimento do recurso, por intempestividade, nesse sentido publicou a Orientação Jurisprudencial: “é extemporâneo recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado” (OJ SDI-1, N.357). 3. RECURSO SE DIRIGE AO DISPOSITIVO DA DECISÃO O ato decisório judicial possui três elementos estruturais: o relatório, a fundamentação e o dispositivo (artigo 458, CPC e artigo 832 da CLT); Apenas o dispositivo pode ser objeto de ataque do recurso, pois que só esse elemento componente da sentença é capaz de atingir o status da coisa julgada 39 (CPC, artigos 469 e 470 do CPC). O relatório e a fundamentação em nada possuem de decisório. 4. DIFERENÇA ENTRE NEGAR SEGUIMENTO E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO Usualmente há confusão entre os termos, o que não pode ocorrer, pois são figuras/situações distintas. Negar seguimento – significa inadmitir o recurso. Negar o seu regular prosseguimento ao Tribunal. Significa trancá-lo ou rejeitá-lo por inobservância de um dos pressupostos cruciais (tempestividade, preparo, lesividade). Acarreta a não discussão de qualquer matéria relacionada ao mérito. Negar provimento – significa que o recurso foi admitido e teve o seguimento para o tribunal que examinou o seu mérito e o julgou improcedente , ou negou provimento ao recurso. Só pode ser negado provimento a um recurso se o mesmo foi admitido, processado e enviado para o tribunal competente. 5. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE O recurso ordinário passa, necessariamente, pelo crivo de dois juízos de admissibilidade. Pela sistemática adotada pelo art. 900 da CLT , “interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver o recorrente.” O recurso ordinário passa pelo exame de dois juízos de admissibilidade: 1º exame – o primeiro exame de admissibilidade é chamado “ad quo” é feito pelo juiz da Vara do Trabalho, após a notificação do recorrido para apresentação de suas contra-razões recursais. Após o decurso de prazo , impugnado ou não o recurso ordinário, o Juiz dará seguimento ou trancará o recurso , após analisar os pressupostos recursais objetivos (tempestividade, preparo, lesividade). 40 O primeiro exame de admissibilidade é de cognição incompleta , ou de conhecimento incompleto, posto que se limita a verificar se o recurso se enquadra nos pressupostos processuais . O primeiro exame apenas observa a existência dos pressupostos recursais, sem examinar o mérito do recurso . 2º exame – o segundo exame de admissibilidade é chamado “ad quem” é de cognição completa , porquanto, além de analisar a existência ou não dos pressupostos processuais, examinará o mérito do recurso . O segundo juízo de admissibilidade é exercido pelo relator do recurso que, além de examinar a observar os pressupostos recursais, elaborará relatório do processo, examinando o mérito do recurso. Pergunta: O primeiro juízo de admissibilidade dá seguimento ao recurso ordinário, reputando-o tempestivo. O segundo juízo de admissibilidade pode inadmiti-lo, por achá-lo intempestivo? Sim. 6. NATUREZA INTELOCUTÓRIA DO DESPACHO DE ADMISSIBILIDADE. A CLT chama de “ despacho” às decisões do juiz que, como resultado do juízo de admissibilidade, denegam a interposição ao recurso. De despacho realmente não se tratam, e sim de verdadeiras decisões interlocutórias, atraindo a impugnação pela via de recurso de agravo de instrumento (artigo 897, b. CLT). 7. NATUREZA INTELOCUTÓRIA DA DECISÃO DO TRIBUNAL REGIONAL QUE DECLAROU VÍNCULO DE EMPREGO. “Tem natureza interlocutória a decisão do tribunal Regional que declara a existência do vínculo de emprego entre as partes e determinou o retorno aos autos à Vara do Trabalho de origem, paga julgamento do restante do mérito” (Carlos Zangrando). 8. DESISTÊNCIA E RENÚNCIA DOS RECURSOS De acordo com o disposto no artigo 501 do CPC, “O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. Já com relação a desistência da ação, se esta já foi contestada, o autor somente poderá desistir se o réu concordar ( art. 267, § 4º do CPC). 41 A renúncia ocorre quando a parte deixa de recorrer . 9. PROCEDIMENTO O recurso ordinário desenvolve-se perante a Vara do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho. 10. EFEITOS Pela sistemática adotada pelo art. 889 da CLT , como regra, os recursos ordinários são recebidos apenas no efeito devolutivo , propiciando às partes a execução provisória do julgado, por meio da extração de carta de sentença. Se for dado efeito suspensivo ao recurso ordinário pela Vara do Trabalho, a critério da parte interessada, poderá haver a interposição de Medida Cautelar (Súmula 414, TST) . Portanto, interposto recurso, e preenchidos os seus pressupostos genéricos e específicos, a competência originária para processar e julgar a ação cautelar destinada à obtenção de efeito suspensivo será do Tribunal ad quem (artigo 800, CPC), se o recurso não tiver sido distribuído no tribunal, em geral o regimento interno da competência ao Presidente ou Vice. Se houver relator a competência é dele. O juiz poderá conferir efeito suspensivo ao recurso ordinário em ação civil pública, a fim de evitar dano irreparável à parte ( Artigo 14, Lei n.7.347/85) . Se for denegado seguimento ao recurso ordinário, caberá à parte interessada a interposição de agravo de instrumento na forma prevista no art. 897, “b” da CLT . 11. PROFUNDIDADE DO EFEITO DEVOLUTIVO DEVOLUTIBILIDADE Os recursos devolvem ao órgão competente o conhecimento da matéria impugnada, sendo que o Tribunal apreciará todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro ( tantum devolutum quantum appellatum – CPC, art.515) Súmula Nº 393 do TST 42 Recurso ordinário. Efeito devolutivo em profundidade. Art. 515, § 1º, do CPC. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 340 da SDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.05. O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 515 do CPC, transfere automaticamente ao Tribunal a apreciação de fundamento da defesa não examinado pela sentença, ainda que não renovado em contra-razões. Não se aplica, todavia, ao caso de pedido não apreciado na sentença. EXTENSÃO Analisando no plano de extensão, o efeito devolutivo determina exatamente o que se submeterá ao julgamento do órgão ad quem. Falando dos limites da extensão do efeito devolutivo, isto é, da matéria impugnada, Manoel Caetano Ferreira Filho salienta que o recurso permite ao Tribunal examinar: todas as questões resolvidas na sentença; todas as questões suscitadas e debatidas no processo, que poderiam ser decididas na sentença, mas não foram; as questões relativas às matérias de ordem público, mesmo que já tenham sido objeto de anterior decisão interlocutória. Se na decisão recorrida consta condenação nas pretensões A, B, C e D, e o recurso impugna apenas a condenação nas pretensões A, B e D, esta será a extensão do que será objeto de conhecimento e julgamento pelo tribunal ad quem. A extensão do efeito devolutivo determina o objetivo litigioso, a questão principal do procedimento recursal. Trata-se de sua dimensão horizontal que: determina os limites horizontais do julgamento do recurso; delimita o que será objeto de conhecimento pelo Tribunal ad quem . Relaciona-se ao objetivo litigioso do recurso, ou seja, o mérito”(Carlos Zangrando). PROFUNDIDADE No plano da profundidade, também chamado efeito translativo, o efeito devolutivo determina as questões que devem ser examinadas pelo órgão ad quem, para decidir o objeto litigioso do recurso. Trata-se de dimensão vertical do efeito devolutivo, que: 43 Determina os limites verticais do julgamento do recurso; Determina, dentro da matéria impugnada, o alcance da atividade do órgão ad quem. Relaciona-se ao objeto de conhecimento do recurso, às questões que devem ser examinadas pelo órgão ad quem ”(Carlos Zangrando). 12. EFEITO DESOBSTRUTIVO OU REMISSIVO (artigo 515, § 3º, CPC, “causa madura”) As alterações promovidas no Código de Processo Civil pela Lei 10.352/01, que acresceu o § 3º ao art. 515, dirigidas à hipótese de reforma da sentença terminativa estabeleceram a possibilidade de complementação do julgamento deficiente pelo Tribunal exigindo dois requisitos essenciais: a) versar a causa exclusivamente matéria de direito; b) questão de fato que independa da obtenção de informações probatórias; b) estiver em condições de imediato julgamento. A regra que se extrai dos preceitos normativos em exame é a de que esgotada a prestação jurisdicional de mérito não há possibilidade de determinação ao órgão inferior para novo julgamento, ainda que sobre questão não inteiramente decidida (art.515, caput, in fine ). O Juízo recursal está autorizado não apenas a reavaliar a questão impugnada, mas, também, a ir adiante, e tratar de matéria não debatida antes, qual seja, o mérito do processo (Carlos Zangrando) 13. INOVAÇÃO RECURSAL “O direito processual brasileiro não admite qualquer ampliação do objeto litigioso após o saneamento do processo (CPC, art.264), salvo quando se trata de direito superveniente (CPC, art.303, I), ou de fatos constitutivos, modificativos e extintivos do direito, ocorridos depois da propositura da demanda (CPC, art.462), bem como veda a alegação de novas exceções depois de oferecida a resposta do réu (CPC, art. 326). Essa restrição se deve ao princípio da estabilidade objetiva da demanda, o qual exige que a petição inicial e a contestação sejam completas, claras, exaustivas, expressas e determinadas , devendo inserir todas causas próximas e remotas de defesa , sob cominação de preclusão. Há , contudo, exceção no que concerne à prescrição, a qual pode ser argüida até no recurso ordinário, inclusive da tribuna (CC, art.193 e Súmula 153, C.TST). 44 Portanto, não pode o recorrente, em grau recursal, alterar os fatos anteriormente alegados, ao seu alvitre, exceto no caso de fato ou direito superveniente à sentença. Poderá, entretanto, o recorrente, de forma excepcional, suscitar no recurso questões de fato, não propostas no juízo inferior, mas somente se provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior (artigo 517 do CPC). Oportunidade em que se impõe intimar a parte adversa para se manifestar, em respeito ao contraditório”(Carlos Zangrando). 14. PRAZO O prazo para interposição do recurso ordinário , bem como para apresentação das contra- razões é de oito dias na forma dos artigos 897 e 900 da CLT , respectivamente. A exceção à regra está prevista para as pessoas jurídicas de direito público (União, Distrito Federal, Estado, Município), e autarquias e fundações de direito público que não explorem atividade econômica, cujo prazo para recorrer é em dobro (Decreto 799/69) . 15. RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO PELAS PARTES O jus postulandi permanece íntegro e consagrado nos artigos 791 e 839 da CLT , corroborados pelos enunciados 219 e 319 do Tribunal Superior do Trabalho . Com efeito, o jus postulandi continua a existir, facultando-se as partes, qualquer delas, a postular na Justiça do Trabalho, sem advogado. O efeito lógico decorrente do jus postulandi seria de que essa postulação se estendesse até a última instância . No entanto, de forma paradoxal, os Tribunais não permitem a interposição de qualquer recurso, sem que seja através de advogado devidamente habilitado . A argumentação é a de que a interposição de recurso demanda um conhecimento técnico jurídico acurado. 16. PRESCRIÇÃO Quanto à natureza jurídica, a prescrição era tradicionalmente considerada uma exceção , isto é, uma matéria de defesa do réu, preliminar ao mérito propriamente dito (CPC, art. 269, 45 IV). Como tal, era vedado ao juiz pronunciá-la de ofício, pois dependia de iniciativa da parte interessada, ao contrário do que ocorre com as chamadas objeções , que são matérias das quais o juiz deve conhecer de ofício (CPC, art. 267, § 3º). Isso até a vigência da Lei 11.280/2006. O instituto da prescrição sofreu uma sensível modificação a partir da reforma introduzida pela Lei 11.280/2006, que deu nova redação ao § 5° do art. 219 do CPC, e também revogou o art. 194 do Código Civil. Basicamente, o legislador alterou o sistema de pronunciamento da prescrição, que antes exigia a alegação da parte interessada e, a partir de então, passa à esfera das matérias que podem (ou devem) ser enfrentadas pelo juiz, de ofício. Com efeito, dispõe o atual § 5° do art. 219 do CPC que " o juiz pronunciará, de ofício, a prescrição ". Nada obstante a alteração acima, o TST ainda mantém a Súmula 153 do TST, que assim discorre sobre prescrição: “Não se conhece de prescrição não argüida na instância ordinária”. Instância Ordinária – até a fase do julgamento do recurso ordinário . Assim, em razão da manutenção da Súmula 153 pelo C.TST, em sede trabalhista, a prescrição poderá ser argüida em qualquer grau, por ser matéria de ordem pública, contudo, desde que em instância ordinária (art. 193, CC, e Súmula 153, TST). 17. RECURSO ORDINÁRIO VOLUNTÁRIO: Quando o recurso é interposto pela própria parte (necessariamente vencida no todo ou em parte), diz-se ser o mesmo voluntário , pois que espontaneamente proposto. 18. RECURSO ORDINÁRIO POR IMPOSIÇÃO LEGAL ( EX OFFICIO OU REMESSA OBRIGATÓRIA): Visando o resguardo de determinados interesses públicos (da União, dos Estados, Municípios e respectivas autarquias), o Decreto-lei n. 779/69 instituiu no processo do trabalho o chamado recurso por imposição legal , a ser suscitado pelo próprio juízo prolator da decisão que condena o Poder Público, ainda que não haja recurso das partes. 46 A apreciação da sentença recorrida pelo TRT, em tais casos, constitui-se em condição sine qua non para o seu trânsito em julgado. 19. RECURSO ORDINÁRIO E PROCURAÇÃO A Súmula 164 do TST disciplina o regramento a esse respeito. - 1ª hipótese – advogado que assina tão-somente o recurso ordinário não tem procuração nos autos e não compareceu a qualquer ato de audiência. Não conhecimento do recurso, por inexistente. - 2ª hipótese – advogado que assina o recurso ordinário não tem procuração nos autos mas compareceu a todos os atos de audiência e assinou as petições – hipótese do mandato tácito. O mandato se afeiçoou pelo comportamento das partes. Automaticamente está reconhecido na condição de representante. 20. SUSTENTAÇÃO ORAL NOS TRIBUNAIS O advogado tem o direito de sustentar oralmente as suas razões de recurso ordinário perante os Tribunais Trabalhistas. 21. CONTAGEM DE PRAZO Contar-se-ão os prazos processuais trabalhistas de forma a excluir o dia do início e incluir o do vencimento. Se este cair em dia não útil, terminará no primeiro dia útil subseqüente ( artigo 775, CLT). A maioria das questões quanto à contagem do prazo recursal se encontra resolvida pela jurisprudência: Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento (CLT, art.851, §2º), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença (Súmula 30, TST); O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em prosseguimento para prolação da sentença conta-se de sua publicação (Súmula 197, TST); 47 Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem nos subseqüente (Súmula 385, TST); A contagem qüinqüídio para apresentação dos originais de recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subseqüente ao término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei n. 9.800/99 e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu antes do termo final do prazo (Sumula 387, II, TST); Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação, pois a parte, ao interpor o recurso,
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