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Recursos em espécie no processo do trabalho
Prof.ª Carolina Tupinambá
Descrição
Os recursos trabalhistas em espécie no processo do trabalho.
Propósito
Conhecer o leque de recursos cabíveis no direito processual do trabalho
é importante para se optar pelo melhor caminho a fim de alcançar a
decisão favorável ao seu pleito.
Preparação
Tenha em mãos a Consolidação das Leis do Trabalho e o Código de
Processo Civil.
Objetivos
Módulo 1
Recurso ordinário
Reconhecer os principais aspectos concernentes ao recurso
ordinário.
Módulo 2
Embargos e agravos
Analisar as diferentes aplicações de embargos e agravos.
Módulo 3
Recursos aos Tribunais Superiores
Reconhecer os principais aspectos concernentes ao recurso de
revista.
Introdução
Os recursos em espécie são a maneira pela qual as partes
demonstram a sua insatisfação e discordância em relação a uma
decisão proferida. Eles podem ser conceituados como remédio
jurídico necessário e suficiente para provocar o reexame de
determinada decisão.
Neste conteúdo, vamos compreender como a causa deve ser
levada a uma nova apreciação. Em geral, após uma decisão
desfavorável do pleito, é preciso ingressar com o recurso cabível
para a modificação pretendida, tenha ela a finalidade de anular a
decisão ou apenas reformá-la. O recurso interposto deverá ser
apreciado por um órgão diferente e de nível hierárquico superior
ao que proferiu a decisão.
1 - Recurso ordinário
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais aspectos concernentes ao
recurso ordinário.

Aspectos gerais sobre o recurso
ordinário
Neste vídeo, falaremos sobre o que é o recurso ordinário, apontando
suas hipóteses de cabimento e os principais aspectos procedimentais.
O recurso ordinário é o meio pelo qual se pode rediscutir amplamente a
matéria decidida na 1ª instância, seja de direito, seja de fato. Ele vem
previsto no art. 895 da CLT, devendo ser interposto no prazo de 8 dias
úteis, tendo o mesmo prazo para as contrarrazões. A Fazenda Pública, o
Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública têm o prazo em
dobro, ou seja, 16 dias (CPC/2015, arts. 180, 183 e 186), inclusive para
as contrarrazões.
Trata-se de recurso que tem efeito meramente devolutivo. No entanto,
para que possa obter o efeito suspensivo, o recorrente poderá requerê-lo
ao tribunal ou ai relator por meio de simples petição (CPC/2015, art.
1.012, §§3º e 4º e Súmula nº 414, 1, do TST).
Hipóteses de cabimento
O recurso ordinário é cabível:
 (i)
Das decisões de�nitivas ou terminativas das varas
do trabalho;
(ii)
D d i õ d � i i i i d
Em regra, o recurso ordinário tem cabimento das decisões definitivas
(com resolução do mérito) ou terminativas (sem resolução do mérito)
das Varas do Trabalho. No entanto, ele também é cabível das decisões
de competência originária dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs),
como é o caso, por exemplo, do dissídio coletivo, do mandado de
segurança e da ação rescisória.
Nesse caso, sendo recurso ordinário de dissídio coletivo, a competência
para julgamento é do Tribunal Superior do Trabalho (TST) por meio da
Seção de Dissídios Coletivos (SDC). Por outro lado, no caso de mandado
de segurança, ação rescisória e demais ações individuais de
competência originária do TRT, o julgamento desse recurso é de
competência da Subseção II Especializada em Dissídios Individuais
(SDI-II) do TST.
O que precisa �car claro é que o recurso ordinário caberá
das decisões tomadas em primeira instância, sejam elas
tomadas pela Vara do Trabalho ou pelo Tribunal Regional.
Cabimento do recurso ordinário (MIESSA, 2019, p. 1057).
Juízo de retratação
Como regra, após proferida a decisão, o juiz não poderá alterá-la, salvo
se interpostos os embargos de declaração. No entanto, será possível a
ele se retratar em três hipóteses. São elas:
(i)
Indeferimento da petição inicial.

Das decisões de�nitivas ou terminativas dos
Tribunais Regionais em processos de sua
competência originária, quer nos dissídios
individuais, quer nos dissídios coletivos (CLT, art.
895).
(ii)
Extinção do processo sem resolução do mérito.
(iii)
Improcedência liminar.
Julgamento do mérito diretamente
pelo Tribunal
O recurso ordinário pode almejar a reforma ou a anulação da decisão
impugnada.

Reforma
Na reforma, invoca-se o erro de julgamento, um erro substancial que
parte de uma noção inexata, buscando que seja proferida uma decisão
de mérito que substitua a decisão anterior.

Anulação
Na anulação, visa-se ao erro de procedimento. Sendo provido o recurso,
a decisão impugnada será anulada; em regra, se postula o retorno dos
autos ao juízo de origem para uma nova decisão.
A intenção dessa sistemática é não suprir as instâncias, preservando-se
o duplo grau de jurisdição. No entanto, o art. 1.013, parágrafo 3º, do
CPC/2015, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho, alterou
sistematicamente a ideologia de supressão de instância ao estabelecer
que, se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o
Tribunal deverá decidir desde logo o mérito quando:
(i)
Reformar sentença fundada no art. 485.
(ii)
Decretar a nulidade da sentença por ela não ser congruente com
os limites do pedido ou da causa de pedir.
(iii)
Constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em
que poderá julgá-lo.
(iv)
Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
Com base nos princípios da economia, celeridade processual, duração
razoável do processo e primazia da decisão de mérito, o referido
parágrafo passou a permitir que, quando o processo estiver em
condições de imediato julgamento e se enquadrar em alguma das
hipóteses mencionadas, o Tribunal possa entrar diretamente na análise
do mérito da causa, não necessitando retornar ao juízo de origem. É o
que se denomina de teoria da causa madura.
O Tribunal também poderá julgar o mérito quando reformar sentença
que reconheça a decadência ou a prescrição, examinando as demais
questões, sem que haja necessidade de determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau (art.1.013, §4º; TST-IN nº 39/2016,
art. 3º, XXVIII).
Recurso ordinário no rito
sumaríssimo
No rito sumaríssimo, o recurso ordinário é cabível nas mesmas
hipóteses e no mesmo prazo do rito ordinário. Difere, porém, quanto ao
processamento do recurso, o qual, nos termos do art. 895, §1º, da CLT,
terá as seguintes peculiaridades:
 (i)
Recebido no Tribunal, o recurso ordinário será
imediatamente distribuído;
 (ii)
O relator precisa liberá-lo no prazo máximo de dez
dias, devendo a Secretaria do Tribunal ou Turma
colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento;
 (iii)
Não terá revisor;
 (iv)
Terá parecer oral do representante do Ministério
Público presente à sessão de julgamento, se ele
entender necessário o parecer, com registro na
certidão.
 (v)
Terá acórdão consistente unicamente na certidão de
julgamento com a indicação su�ciente do processo
e parte dispositiva e das razões de decidir do voto
prevalente.
Ademais, divididos em Turmas, os tribunais regionais poderão designar
uma Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das
sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento
sumaríssimo (CLT, art. 895, §2º).
 (vi)
Se a sentença for con�rmada pelos próprios
fundamentos, a certidão de julgamento registrando
tal circunstância servirá de acórdão.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
De acordo com o processo do trabalho, assinale a alternativa que
indica corretamente hipóteses de cabimento do recurso ordinário
em razão de decisão proferida por Tribunal Regional do Trabalho
em matéria de competência originaria.
A Decisão definitiva das Varas do Trabalho.
B
Decisão terminativa proferida pelos órgãos
colegiados em sede de cumprimento de sentença.
C
Decisão terminativa proferida em ação rescisória ou
em mandado de segurança.
D
Decisão não terminativa cujo objetivo seja analisar
exclusivamente questão processual.Parabéns! A alternativa C está correta.
Justificativa: Art. 895 – Cabe recurso ordinário para a instância
superior:
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no
prazo de 8 (oito) dias; e
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais
Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo
de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios
coletivos.
Súmula 158, TST:
AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é
cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em
face da organização judiciária trabalhista (ex-Prejulgado nº 35).
Súmula 201, TST:
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA (mantida) –
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de
segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o
Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e
interessados apresentarem razões de contrariedade.
Questão 2
Assinale a alternativa que apresenta o recurso admissível das
decisões definitivas e terminativas das varas e dos juízos investidos
de jurisdição trabalhista.
E
Decisão não definitiva proferida em dissídio coletivo
para o reexame de matéria de fato ou de prova.
A Agravo de petição.
B Recurso extraordinário.
C Recurso especial.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Justificativa: Art. 895 – Cabe recurso ordinário para a instância
superior:
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no
prazo de 8 (oito) dias.
2 - Embargos e agravos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as diferentes aplicações de embargos e
agravos.
Embargos de declaração
Competência: embargos de declaração
Nos embargos de declaração, a competência para julgamento é do
próprio juízo que prolatou a decisão embargada.
D Recurso de revista.
E Recurso ordinário.
É diferente, portanto, dos demais recursos em que os
autos são encaminhados para outro juízo, em regra, de
grau superior.
Desse modo, a competência é do mesmo órgão jurisdicional que
proferiu a decisão embargada, e não necessariamente do mesmo
magistrado que prolatou a decisão.
Prazo para interposição: embargos de declaração
Os embargos de declaração fogem à regra dos prazos recursais do
processo trabalhista, tendo o prazo de 5 dias úteis para interposição. A
Fazenda Pública, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública
têm o prazo em dobro, ou seja, 10 dias.
Ademais, sua interposição não produz efeito suspensivo, mas gera o
efeito de interromper os prazos dos recursos posteriores. No entanto,
esse efeito não ocorrerá quando se tratar de embargos de declaração
(CLT, art. 897-A, §3º):
Hipóteses de cabimento: embargos de declaração
(i)
Omissão: quando a decisão deixar de apreciar ponto ou questão
(ponto controvertido) sobre o qual devia pronunciar o juiz de
ofício ou a requerimento (CPC/2015, art. 1.022, caput).
Intempestivos
Com irregularidade na
representação da parte
Ausente de assinatura
(ii)
Contradição: quando houver incoerência interna na decisão.
A contradição poderá ocorrer na fundamentação, no dispositivo
ou entre a fundamentação e o dispositivo, bem como entre a
ementa e o corpo do acórdão.
(iii)
Obscuridade: quando a decisão não for clara. Embora esse vício
não esteja presente no art. 897-A da CLT, é majoritariamente
aceita a sua incidência no processo do trabalho.
(iv)
Manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do
recurso: não é um vício elencado no art. 1.022 do CPC/2015,
tendo previsão apenas no processo do trabalho por força do art.
897-A da CLT.
Nesse caso, serão cabíveis os embargos de declaração quando houver
dois requisitos cumulativos:
 a)
Possuir manifesto equívoco;
 b)
Tratar-se de pressupostos extrínsecos
(tempestividade, representação, preparo, depósito
recursal e regularidade formal).
Embargos de divergência e embargos
infringentes
Analisando a competência do TST, é possível concluir que ele a possui
para julgar duas modalidades de embargos:
Os embargos infringentes
Os embargos de divergência
Embargos de divergência
Competência: embargos de divergência
A competência para julgar os embargos de divergência é da Subseção
de Dissídios Individuais I do TST (SDI-1), nos termos do art. 3°, III, "b",
da Lei nº 7.701/1988.
Prazo para interposição: embargos de divergência
O prazo do recurso é de oito dias úteis, de acordo com o artigo 894, II,
da CLT.
Hipóteses de cabimento: embargos de divergência
Apesar de tal recurso não estar mais presente com essa nomenclatura
no Código de Processo Civil, sua previsão na CLT continua mantida
tanto no artigo 894 quanto no artigo 232 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho. Seu objetivo é estimular o consenso da
jurisprudência do Tribunal e sua natureza é extraordinária.
Havendo divergência entre Tribunais Regionais diferentes,
é cabível o recurso de revista com o objetivo de uni�car o
entendimento em âmbito nacional. Ele será adequado
quando houver decisões con�itantes entre as turmas do
TST.
Os embargos de divergência, também denominados embargos para a
SDI, têm a finalidade de acabar com a divergência interna do TST (CLT,
art. 894, II; Lei nº 7.701/1988, art. 3º, lll, "b").
Embargos infringentes
Competência: embargos infringentes
A competência para julgamento dos embargos infringentes é da Seção
Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) no TST.
Prazo para interposição: embargos infringentes
O prazo é de oito dias úteis, de acordo com o art. 894, I, alínea a, da CLT,
e o art. 2°, II, da Lei n° 7. 701/1988.
Hipóteses de cabimento: embargos infringentes
Diferentemente dos embargos de divergência, os infringentes têm
natureza ordinária apesar de serem de competência do Tribunal
Superior do Trabalho. Isso ocorre em razão de se tratar de uma espécie
de duplo grau interno de jurisdição em casos de dissídios coletivos cuja
extensão territorial ultrapasse mais de um TRT, sendo, portanto, de
competência originária do TST. Nesse caso, como a decisão é proferida
em primeira instância pelo TST, o recurso cabível são os embargos
infringentes.
Sede do Tribunal Superior do Trabalho em Brasília-DF.
O cabimento do recurso será em face de decisão não unânime em
dissídio coletivo de competência do TST, sendo de competência
originária desse tribunal. A intenção é levar ao colegiado o voto
minoritário a fim de ele que o reanalise. Isso pressupõe os seguintes
requisitos cumulativos:
Dissídio coletivo
Competência originária do
TST
A necessidade de decisão não unânime se justifica porque,
considerando que o julgamento do dissídio coletivo e do recurso é feito
pela mesma seção, não haverá lógica em admiti-lo quando a decisão for
unânime. Da decisão unânime, são cabíveis, em tese, somente os
embargos de declaração e o recurso extraordinário, desde que
preenchidos os requisitos legais.
Os embargos infringentes pressupõem acórdão não unânime proferido
pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) nas seguintes
hipóteses:
Julgamento do dissídio coletivo
Extensão ou revisão de sentença normativa
Homologação de conciliação
Pressupostos recursais: embargos infringentes
Como um recurso de natureza ordinária, os embargos infringentes
devem preencher todos os pressupostos extrínsecos e intrínsecos
típicos de recursos dessa natureza.
Porém, quanto à representação, nos termos da Súmula
425 do TST, a capacidade postulatória nos embargos é
restrita ao advogado, não se aplicando o jus postulandi
por ser de competência do TST.
Não é exigido depósito recursal nesse recurso, já que ele é oriundo de
um dissídio coletivo com sentença normativa. O depósito só é exigido
em sentenças condenatórias (Súmula 161 do TST).
Agravo de instrumento
Neste vídeo, falaremos sobre os principais aspectos dos agravos de
instrumento e de petição no processo do trabalho.
Decisão não unânime
Competência:agravo de instrumento
O agravo de instrumento será apreciado pelo órgão competente para
julgar o recurso denegado (trancado) de acordo com o artigo 897, § 4º,
da CLT. O agravo deverá ser interposto e processado no órgão recorrido -
e somente após ser remetido ao órgão a que caberá julgar o recurso.
Nesse tipo de processo, o depósito recursal corresponderá a 50% do
valor do depósito do recurso ao qual se pretenda destrancar. No caso de
gratuidade de justiça, são isentos do depósito recursal:
Na hipótese de esse agravo ser interposto em decorrência de
denegação de seguimento a recurso extraordinário para o Supremo
Tribunal Federal, o depósito recursal não é devido, pois, para tal recurso,
aplica-se o Código de Processo Civil, e não a CLT.
Prazo para interposição: agravo de instrumento
De acordo com o art. 775 da CLT, o prazo para interposição do agravo
de instrumento é de oito dias úteis.
Hipóteses de cabimento: agravo de instrumento
Bene�ciários da justiça
gratuita
Entidades �lantrópicas
Empresas em recuperação
judicial
O agravo de instrumento é usado para destrancar outros recursos
denegados por meio de despachos dos juízos.
Agravo de petição
Competência: agravo de petição
O § 3º do art. 897 da CLT define que a competência para processar e
julgar agravo de petição depende de quem proferiu a decisão que se
busca impugnar. Se a decisão agravada for proferida por um juiz da Vara
do Trabalho de primeiro grau, esse agravo deverá ser dirigido ao TRT e
julgado por uma de suas Turmas.
Prazo para interposição: agravo de petição
O prazo para interposição do recurso do agravo de petição trabalhista é
de oito dias úteis, sendo o mesmo para contrarrazões.
Hipóteses de cabimento: agravo de petição
O agravo de petição trabalhista encontra seu fundamento no artigo 897
da CLT, a qual determina que ele será cabível nos processos de
execuções trabalhistas em face das decisões proferidas por juiz ou
presidente.
O agravo de petição trabalhista não depende de depósito
recursal.
Esse recurso é cabível em face de:
 Sentença de embargos de execução;
Agravo regimental e agravo interno
Tanto o agravo interno quanto o regimental decorrem de decisão
monocrática e buscam levar ao conhecimento do colegiado a decisão
proferida pelo relator. Os dois agravos têm prazo de oito dias úteis.
O agravo regimental será cabível quando, mesmo não havendo qualquer
outro recurso com previsão legal, ele estiver disciplinado no regimento
interno do Tribunal.
Exemplo
Concessão de efeito suspensivo pelo presidente do TST em recurso
ordinário no dissídio coletivo (TST·RI, art. 235, V). Por outro lado,
havendo previsão legal, o agravo será interno (arts. 894, § 3°, da CLT e
932 do CPC).
A competência dos dois recursos é do órgão colegiado a que o prolator
da decisão monocrática integra, como, por exemplo, a Turma do
Tribunal.
 Sentença de embargos de adjudicação ou
embargos à arrematação;
 Sentenças em ações de embargos de
terceiros;
 Incidentes na execução ou decisão que
extinga a execução.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
No processo do trabalho, o recurso de agravo de instrumento:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Art. 897 da CLT - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
a) de petição, das decisões do juiz ou presidente, nas execuções;
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição
de recursos.
§ 1º - O agravo de petição só será recebido quando o agravante
delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados,
permitida a execução imediata da parte remanescente até o final,
nos próprios autos ou por carta de sentença.
§ 2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que
A não possui previsão normativa.
B
pode ser interposto em relação às decisões
interlocutórias em geral, desde que proferidas em
audiência.
C
é cabível para atacar sentença sem julgamento do
mérito.
D
é cabível frente à decisão de não recebimento do
agravo de petição.
E
é cabível em relação à decisão que indefere a
petição inicial.
não receber agravo de petição não suspende a execução da
sentença.
Questão 2
Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica, nos termos da
Consolidação das Leis do Trabalho:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Art. 855-A, § 1º, da CLT. Da decisão interlocutória que acolher ou
rejeitar o incidente:
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente
instaurado originariamente no tribunal.
A caberá recurso de imediato na fase de cognição.
B
caberá agravo de petição na fase de execução se
garantido o juízo.
C
caberá agravo de instrumento na fase de execução
independentemente de garantia do juízo.
D
caberá agravo interno se proferida pelo relator em
incidente instaurado originariamente no Tribunal.
E
caberá agravo de petição se proferida pelo relator
em incidente instaurado originariamente no Tribunal.
3 - Recursos aos Tribunais Superiores
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais aspectos concernentes ao
recurso de revista.
Recurso de revista
Neste vídeo, falaremos acerca do cabimento do recurso de revista e dos
aspectos relativos ao juízo de admissibilidade.
Conforme já estudamos, os recursos podem ser classificados em
ordinários e extraordinários. O que os diferencia é o direito que buscam
tutelar.
 Recursos ordinários
Os recursos ordinários visam à tutela do direito
subjetivo, de modo que permitem a rediscussão
ampla da matéria, seja de direito, seja de fato. Tais
recursos podem estar fundamentados no mero
inconformismo com a decisão judicial (injustiça da
decisão), citando-se como exemplo na seara
t b lhi t i t di á i
Além disso, a doutrina divide os recursos levando em conta a sua
fundamentação. Um recurso pode ser de fundamentação livre ou
vinculada.
trabalhista os seguintes recursos: ordinário, agravo
de petição, embargos de declaração, agravo
interno, revisão e agravo de instrumento.
 Recursos extraordinários
Os recursos de natureza extraordinária fundam-se
na tutela do direito objetivo, buscando sua exata
aplicação. Por visarem à exata aplicação do direito,
tais recursos impedem a verificação fática,
inclusive o reexame de provas, ficando restritos à
análise de direito (Súmula nº 126 do TST).
Podemos citar como exemplo de recursos de
natureza extraordinária no processo do trabalho os
recursos de revista e embargos para a SDI.
 Fundamentação livre
Os recursos de fundamentação livre são aqueles
que não se ligam a determinados defeitos ou vícios
das decisões, ou seja, a lei não exige que, no
recurso, seja apontado especificamente
determinado vício, havendo a necessidade apenas
de que a parte não se conforme com a decisão
impugnada. É o que ocorre, por exemplo, no recurso
ordinário.
 Recursos extraordinários
Os recursos de fundamentação vinculada são
aqueles em que a lei exige que o recorrente indique
algum vício específico da decisão impugnada,
como ocorre com o recurso de revista, que está
i l d à d t ã d di ê i d
O recurso de revista é, portanto, um recurso de natureza extraordinária
com fundamentação vinculada, sendo disciplinado no art. 896 da CLT..
Prazo
O recurso de revista observa a regra geral dos recursos trabalhistas,
devendo ser interposto no prazo de 8 dias úteis, tendo o mesmo prazo
para as contrarrazões. A Fazenda Pública, o Ministério Público do
Trabalho e a Defensoria Pública têm o prazo em dobro, ou seja, 16 dias
(CPC/2015, arts. 180, 183 e 186), inclusive para as contrarrazões.
Preparo
O preparo das custas processuais para fins de interposição de recurso
de revista poderá ser alterado em função do resultado do julgamento do
recurso ordinário em dissídios individuais. Assim, nos termos da Súmula
25 do Tribunal Superior do Trabalho:
CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS
DA SUCUMBÊNCIA.
I – A parte vencedora na primeira instância,
se vencida na segunda, estáobrigada,
independentemente de intimação, a pagar as
custas fixadas na sentença originária, das
quais ficará isenta parte então vencida;
II – No caso de inversão do ônus da
sucumbência em segundo grau, sem
acréscimo ou atualização do valor das custas
e se estas já foram devidamente recolhidas,
descabe um novo pagamento pela parte
vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se
sucumbente, reembolsar a quantia;
III – Não caracteriza deserção a hipótese em
que, acrescido o valor da condenação, não
houve fixação ou cálculo do valor devido a
título de custas e tampouco intimação da
vinculado à demonstração de divergência ou de
violação literal de dispositivo de lei federal ou
afronta direta e literal à Constituição Federal.
parte para o preparo do recurso, devendo ser
as custas pagas ao final;
IV – O reembolso das custas à parte
vencedora faz-se necessário mesmo na
hipótese em que a parte vencida for pessoa
isenta do seu pagamento, nos termos do art.
790-A, parágrafo único, da CLT.
(Súmula 25, TST)
No que tange ao depósito recursal, o recurso de revista está sujeito às
mesmas regras do recurso ordinário. O valor do teto desse depósito
como pressuposto de admissibilidade do recurso de revista é o dobro
do fixado para o recurso ordinário.
Sobre o depósito recursal, é relevante conferir o conteúdo do enunciado
de Súmula 128 do TST:
I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, em relação a
cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da
condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso.
II – Garantido o juízo na fase executória, a exigência de depósito para
recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da
CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a
complementação da garantia do juízo.
III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o
depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais quando a
empresa que efetuou o depósito pleiteia sua exclusão da lide.
As pessoas jurídicas de direito público, bem como o Ministério Público
do Trabalho, são isentas de preparo. Também são isentos do
pagamento das custas e do depósito recursal:
Os bene�ciários da justiça gratuita (art. 790-A da CLT)
Destaca-se que o valor do depósito recursal será reduzido pela metade
para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos,
microempreendedores individuais, microempresas e empresas de
pequeno porte, conforme consignado no artigo 899, §9º, da CLT.
A regularidade formal do recurso de revista
O recurso de revista ilustra via recursal opera de forma extremamente
técnica. A Instrução Normativa nº 23/2003 do TST recomenda que
sejam indicadas as folhas dos autos nas quais se encontram:
Ademais, é preciso que a peça recursal explicite:
Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário
que o recorrente: (i) cite a fonte oficial ou repositório em que foi
publicado; e (ii) transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ ou
trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio,
A procuração
O depósito recursal e as
custas
Os documentos que
comprovam a
tempestividade do recurso
 (i) qual trecho da decisão recorrida
consubstancia o prequestionamento da
controvérsia trazida no recurso;
 (ii) qual dispositivo de lei, súmula,
orientação jurisprudencial do TST ou
ementa (com todos os dados que permitam
identi�cá-la) que entra em atrito com a
decisão regional.
demonstrando os conflitos de teses que justifiquem o conhecimento do
recurso.
Rito ordinário Rito sumaríssimo Fase de execuçã
Afrontar a
Constituição
Federal
Afrontar a
Constituição
Federal
Afrontar a
Constituição
Federal
Contrariar súmula
do TST
Contrariar súmula
do TST
Contrariar súmula
vinculante do STF
Contrariar súmula
vinculante do STF
Violar lei federal
Contrariar
orientação
jurisprudencial
Divergência
jurisprudencial
Tabela: Hipóteses de cabimento do recurso de revista.
Adaptada de Miessa, 2019.
* Apenas nas hipóteses de execução fiscal e controvérsias da fase de
execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas
(CNDT), o recurso de revista será cabível quando: violar lei federal, por
divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal (CLT, art.
896, §10).
Competência para julgamento
A competência para julgar o recurso de revista é das Turmas do TST.
Competência para julgamento do recurso de revista.
Pressupostos especí�cos de admissibilidade
O recurso de revista deve preencher todos os pressupostos genéricos
direcionados aos demais recursos, como, por exemplo, cabimento,
tempestividade, representação e preparo, ressaltando-se que, nesse
recurso, não é aplicável o jus postulandi por força da Súmula nº 425 do
TST.
Ele deve conter ainda os pressupostos específicos de admissibilidade:
O prequestionamento
A transcendência
Além disso, o recurso de revista somente será cabível quando invocar a
divergência jurisprudencial ou a violação de lei federal ou da
Constituição Federal.
Prequestionamento
Surge aqui o chamado prequestionamento, que consiste na
obrigatoriedade de que haja decisão prévia acerca do direito objetivo
supostamente violado ou aplicado de forma divergente. Em outras
palavras:
[...] diz-se prequestionada a matéria
ou questão quando na decisão
impugnada haja sido adotada,
explicitamente, tese a respeito.
(Súmula nº 297, 1, TST)
Por tese explícita deve-se entender a tese jurídica apreciada e decidida
pelo tribunal a quo independentemente de haver constado, no acórdão
impugnado, referência ao dispositivo legal. O que se impõe, portanto, é
juízo de valor proferido expressamente pelo tribunal a quo.
Isso quer dizer que a matéria estará prequestionada se, por exemplo, o
acórdão impugnado explanar que não existe violação ao princípio do
contraditório sem que haja a necessidade de especificar o art. 5º, LV, da
CF/1988 (OJ nº 118 da SDI-I do TST).
Somente haverá prequestionamento, portanto, se
houver tese jurídica expressamente adotada na
fundamentação do acórdão.
É importante destacar que, com o Novo Código de Processo Civil (CPC),
a tese jurídica poderá estar declarada inclusive no voto vencido, como
se depreende do art. 941, 3º, in verbis:
§3º O voto vencido será
necessariamente declarado e
considerado parte integrante do
acórdão para todos os fins legais,
inclusive de pré-questionamento.
(Código de Processo Civil, art. 941, 3º, in verbis)
Ademais, atenta-se para o fato de que, no momento da interposição do
recurso de revista, o recorrente deve indicar o trecho da decisão
recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia
objeto do recurso de revista, ou seja, o recorrente tem de destacar no
seu recurso o trecho da decisão que diz respeito à sua insurgência (CLT,
art. 896, §1-A), sob pena de não conhecimento.
Desse modo, não há tese jurídica (e, portanto, prequestionamento) se a
decisão do TRT simplesmente adota os fundamentos da decisão de
primeiro grau (OJ nº 151 da SDI-I do TST), uma vez que falta juízo de
valor sobre a matéria.
Pode ocorrer de a parte invocar a matéria no seu recurso principal (por
exemplo, recurso ordinário), mas o tribunal não se manifestar sobre ela.
Nesse caso, sua incumbência é opor embargos declaratórios
objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão
(Súmula nº 297, II, do TST).
Sendo opostos os embargos de declaração, caso o
tribunal, ainda assim, não se pronuncie sobre o tema, a
matéria será considerada prequestionada (Súmula nº
297, III, do TST). Ocorre aqui o chamado
prequestionamento ficto.
O CPC/2015 adota a tese do TST, reconhecendo o prequestionamento
ficto, conforme se observa em seu art. 1.025 (TST-IN nº 39/2016, art. 90,
parágrafo único), in verbis:
Art. 1.025. Consideram-se incluídos
no acórdão os elementos que o
embargante suscitou, para fins de
pré-questionamento, ainda que os
embargos de declaração sejam
inadmitidos ou rejeitados, caso o
tribunal superior considere
existentes erro,omissão,
contradição ou obscuridade.
(TST-IN nº 39/2016, art. 90, parágrafo único)
De qualquer maneira, é de extrema importância atentar para o fato de
que o prequestionamento ficto tem incidência para o Colendo Tribunal
Superior do Trabalho (C. TST) apenas na hipótese de questão jurídica,
mantendo a rigidez do prequestionamento no tocante à matéria de fato,
já que tal matéria deve ser esgotada na instância ordinária. Desse modo,
se o Tribunal Regional for provocado a se manifestar sobre determinado
fato por meio de embargos de declaração e negar a existência de
omissão, não haverá prequestionamento ficto, admitindo-se o recurso
de revista por negativa de prestação jurisdicional, ou seja, por violação
do art. 832 da CLT, do art. 489 do CPC/2015 e do art. 93, IX, da CF/1988
(Súmula nº 459 do TST).
O art. 896, §1º-A, inciso IV, da CLT, acrescentado pela
Lei nº 13.467/2017, trata exatamente dessa hipótese,
isto é, da omissão de pronunciamento do Tribunal
referente à matéria de fato ou de prova.
De acordo com o dispositivo, no caso de suscitar preliminar de nulidade
de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o recorrente deverá
transcrever na peça recursal o trecho dos embargos declaratórios em
que foi pedido o pronunciamento do Tribunal sobre questão veiculada
no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os
embargos quanto ao pedido para cotejo e verificação, de plano, da
ocorrência da omissão.
Em resumo, havendo embargos de declaração para suprir uma omissão
do TRT e caso esse Tribunal não se pronuncie expressamente acerca da
matéria impugnada, as consequências serão as seguintes:
Tratando-se de matéria de direito (questão jurídica),
estará preenchido o prequestionamento �cto, e o TST
poderá examinar a matéria.
Sendo matéria de fato ou prova, haverá a possibilidade
de conhecimento da nulidade da prestação
jurisdicional pelo TST, determinando-se o retorno dos
autos ao TRT para manifestação acerca de tais
matérias.
Consigne ainda que entende o TST que, nascendo a violação na própria
decisão recorrida (por exemplo, julgamento extra petita no TRT), não
será exigível o prequestionamento (OJ nº 119 da SDI-I do TST). Na
seara trabalhista, o prequestionamento é exigido nos recursos de
revista, sendo extraordinário para o STF.
Transcendência
O recurso de revista será analisado se oferecer transcendência em
relação aos reflexos gerais de (CLT, art. 896-A):

Natureza econômica

Natureza política

Natureza social

Natureza jurídica
Isso significa que a causa não pode produzir reflexos apenas para as
partes, mas também ultrapassar (transcender) aquela relação
processual.
Aproxima-se da repercussão geral exigida no recurso
extraordinário para o STF (CPC/2015, art. 1.035, §1º),
sendo um pressuposto intrínseco do recurso de
revista. É o último pressuposto a ser verificado pelo C.
TST.
De acordo com o art. 896-A, §1º, da CLT, são indicadores de
transcendência:
 (i) – econômica:
O elevado valor da causa;
 (ii) – política:
O desrespeito da instância recorrida à
jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do
Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
 (iii) – social:
A postulação, por reclamante-recorrente, de direito
social constitucionalmente assegurado;
A análise da existência ou não da transcendência é exclusiva do TST,
vedando sua verificação pelo presidente do TRT (CLT, art. 896-A, §6º).
Nesse contexto, o art. 896-A, 2º, da CLT, declina que o relator do recurso
de revista, de forma monocrática, poderá denegar seguimento ao
recurso que não demonstrar transcendência, cabendo agravo da
decisão ao colegiado. O prazo do agravo é de 8 dias úteis (TST-IN nº 39,
art. §1º, §2º).
Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será
lavrado um acórdão com fundamentação sucinta que constituirá
decisão irrecorrível no âmbito do Tribunal (CLT, art. 896-A, §4º). Ele
impede, portanto, a interposição dos embargos de divergência para a
SDI.
Esse dispositivo, porém, não obsta a interposição dos embargos de
declaração, já que todas as decisões, inclusive aquela em análise, estão
sujeitas aos embargos. Do mesmo modo, caberá recurso extraordinário
para o STF, desde que estejam presentes seus pressupostos. Por fim, o
art. 896-A, §5º, da CLT declina que será irrecorrível a decisão
monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de
revista, considerar ausente a transcendência da matéria.
Direito intertemporal
O pressuposto recursal da transcendência foi inserido no art. 896-A da
CLT por meio da Medida Provisória nº 2.226, de 4/9/2001. Embora já
estivesse no ordenamento celetista desde 2001, não havia
regulamentação acerca dos indicadores da transcendência, afastando a
necessidade de sua observância até a chegada da Lei nº 13.467/2017, a
qual definiu referidos indicadores.
Desse modo, o C. TST, no art. 19 da Instrução Normativa nº 41,
estabelece que o exame de transcendência incidirá apenas nos
"acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho publicados
a partir de 11 de novembro de 2017, excluídas as decisões proferidas
em embargos de declaração".
 (iv) – jurídica:
A existência de questão nova em torno da
interpretação da legislação trabalhista.
Vê-se que a Corte Trabalhista excluiu as decisões
proferidas nos embargos de declaração. Nesses casos,
o C. TST entende que deverá ser observada a data da
publicação da sentença ou do acórdão embargado, e
não da decisão proferida nos embargos, quando eles
não tiverem efeito modificativo.
Por outro lado, sendo acolhidos os embargos de declaração com efeito
modificativo, entende o Tribunal Superior do Trabalho que deve incidir a
norma vigente na data da publicação da decisão dos embargos.
Hipóteses de cabimento
O recurso de revista serve para impugnar acórdão dos TRTs proferidos
em grau de recurso ordinário. Isso significa que o recurso de revista
somente caberá depois do julgamento desse recurso, impondo, dessa
forma, que a demanda tenha se iniciado na Vara do Trabalho.
É por isso que não cabe, como regra, recurso de revista de ação de
competência originária dos Tribunais (exemplos: ação rescisória e
dissídio coletivo). Da mesma forma, para o C. TST, não é cabível o
recurso de revista de decisão proferida em agravo de instrumento
(Súmula nº 218 do TST).
O recurso de revista será cabível quando estiver demonstrada a:
Divergência jurisprudencial
 Divergência jurisprudencial ou
 Violação literal de disposição de lei federal
ou afronta direta e literal à Constituição
Federal.
A divergência jurisprudencial é entendida como a existência de decisões
conflitantes, ou seja, na análise de um dispositivo legal embasado em
fatos idênticos ou semelhantes, cada tribunal o interpreta de modo
diverso. A divergência jurisprudencial a legitimar o recurso de revista,
nos termos das alíneas "a" e "b" do art. 896 da CLT, ocorre quando:
Os Tribunais Regionais do Trabalho derem ao mesmo
dispositivo de lei federal interpretação diversa da
que lhe houver dado outro Tribunal Regional do
Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de
Dissídios Individuais do Tribunal Superior do
Trabalho, ou quando contrariarem súmula de
jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula
vinculante do Supremo Tribunal Federal.
Os Tribunais Regionais do Trabalho derem ao mesmo
dispositivo de lei estadual, convenção coletiva de
trabalho, acordo coletivo, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância
obrigatória em área territorial que exceda a
jurisdição do tribunal regional prolator da decisão
recorrida interpretação divergente na forma da alínea
“a”.
Nesse ponto, é necessário frisar que a divergência deve se dar entre
tribunais regionais diferentes, não servindo a divergência existente
entre Turmas de um mesmo TRT (OJ nº 111 da SDI-I do TST). Isso
ocorre porque o TST tem a função de unificar a jurisprudência nacional
em sede de matéria trabalhista, afastando a dissidência entre os
Tribunais Regionais.
Já a divergência dentrodo mesmo tribunal é resolvida internamente por
meio do incidente de uniformização, e não diretamente pelo recurso de
revista. Por outro lado, será cabível o recurso de revista quando ele
contrariar decisões da SDI (I ou II), assim como as súmulas e as
orientações jurisprudenciais e precedentes normativos. Nesse sentido:
OJ nº 219 da SDI — I do TST.
Recurso de revista ou de embargos
fundamentado em orientação
jurisprudencial do TST.
É válida, para efeito de
conhecimento do recurso de revista
ou de embargos, a invocação de
orientação jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho, desde
que, das razões recursais, conste o
seu número ou conteúdo.
(TST, OJ nº 219 da SDI - I)
Ademais, pode ocorrer de uma empresa estar sediada em mais de um
regional, de modo que uma norma estadual, uma convenção coletiva,
um acordo coletivo, uma sentença normativa ou um regulamento de
empresa seja interpretado de forma divergente pelos tribunais regionais.
Somente terá cabimento o recurso de revista por
divergência se a norma extrapolar o âmbito de, pelo
menos, um Tribunal Regional (OJ nº 147 da 91-1 do TST).
Portanto, o recurso de revista terá cabimento quando houver divergência
de interpretação das seguintes normas:
Divergências autorizadoras:
Decisão recorrida Decisão divergente
Decisão do TRT Decisão de outro TRT (pleno ou turma)
Decisão do TRT Decisão da SDI
Decisão do TRT
Súmulas do TST, súmula vinculante do
STF e orientações jurisprudenciais do
TST
Divergência jurisprudencial (MIESSA, 2019, p. 1073).
A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se
considerando como tal a ultrapassada por súmula ou superada por
iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (CLT,
art. 896, §7º). Já a comprovação da divergência jurisprudencial vem
disposta no §8º do art. 896 da CLT, bem como na Súmula nº 337 do
TST, in verbis:
 I. Para comprovação da divergência
justi�cadora do recurso, é necessário que o
recorrente:
a. Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão
paradigma ou cite a fonte o�cial ou o repositório
autorizado em que foi publicado; e
b. Transcreva, nas razões recursais, as ementas
e/ou trechos dos acórdãos trazidos à con�guração
do dissídio, demonstrando o con�ito de teses que
justi�que o conhecimento do recurso, ainda que os
acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a
ser juntados com o recurso;
 II. A concessão de registro de publicação
como repositório autorizado de
jurisprudência do TST torna válidas todas
as suas edições anteriores;
 III. A mera indicação da data de publicação,
em fonte o�cial, de aresto paradigma é
inválida para comprovação de divergência
jurisprudencial, nos termos do item I, "a",
desta súmula, quando a parte pretende
demonstrar o con�ito de teses mediante a
transcrição de trechos que integram a
fundamentação do acórdão divergente, uma
Por fim, consigne-se que, se a decisão recorrida resolver determinado
item do pedido por diversos fundamentos, a jurisprudência transcrita
terá de abranger a todos (Súmula nº 23 do TST).
Incidente de uniformização trabalhista
Os Tribunais são fragmentados em seções especializadas, turmas,
câmaras etc. com a finalidade de agilizar a prestação jurisdicional.
Contudo, essa fragmentação pode levar a entendimentos conflitantes,
ganhando relevância o incidente de uniformização consistente em
mecanismo de resolução das divergências jurisprudenciais existentes
dentro do Tribunal (interna corporis).
vez que só se publicam o dispositivo e a
ementa dos acórdãos;
 IV. É válida para a comprovação da
divergência jurisprudencial justi�cadora do
recurso a indicação de aresto extraído de
repositório o�cial na internet, desde que o
recorrente: (a) transcreva o trecho
divergente; (b) aponte o sítio de onde foi
extraído; e (c) decline o número do
processo, o órgão prolator do acórdão e a
data da respectiva publicação no Diário
Eletrônico da Justiça do Trabalho.
 V. A existência do código de autenticidade
na cópia, em formato PDF, do inteiro teor do
aresto paradigma, juntada aos autos, torna-
a equivalente ao documento original e
também supre a ausência de indicação da
fonte o�cial de publicação.
Nesse contexto, estabelecia o art. 896, §3º, da CLT que:
"§3º Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à
uniformização de sua jurisprudência e aplicarão, nas causas da
competência da Justiça do Trabalho, no que couber, o incidente de
uniformização de jurisprudência previsto nos termos do Capítulo I do
Título IX do Livro I da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Processo Civil)."
Poderia ocorrer, no entanto, de o Tribunal Regional não realizar
espontaneamente tal uniformização. Nesse caso, ganhavam relevância
os 4º e 5º do art. 896 da CLT inseridos pela Lei nº 13.015/2014.
Explicando melhor: antes dessa lei, o incidente de uniformização já era
aplicável ao processo do trabalho, de modo que o art. 896, 3º, da CLT
contemplava a obrigatoriedade de os Tribunais Regionais uniformizarem
seu entendimento, mas, como não existia um controle superior, a
uniformização passava a ser uma "faculdade" dos tribunais.
Contudo, após o advento da referida lei, criou-se um mecanismo de
imposição da uniformização, além de se dar origem a um incidente de
uniformização diferenciado denominado incidente de uniformização
trabalhista. Assim, estabelecia o art. 896, §§ 4º e 5º, da CLT:
§4º Ao constatar, de ofício ou mediante
provocação de qualquer das partes ou do
Ministério Público do Trabalho, a existência
de decisões atuais e conflitantes no âmbito
do mesmo Tribunal Regional do Trabalho
sobre o tema objeto de recurso de revista, o
Tribunal Superior do Trabalho determinará o
retorno dos autos à Corte de origem, a fim de
que proceda à uniformização da
jurisprudência.
§5º A providência a que se refere o 40 deverá
ser determinada pelo presidente do Tribunal
Regional do Trabalho, ao emitir juízo de
admissibilidade sobre o recurso de revista, ou
pelo ministro relator, mediante decisões
irrecorríveis.
(CLT, art. 896, §§ 4º e 5º)
Caso o TRT não fizesse a uniformização espontaneamente, o TST, de
ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público do Trabalho,
poderia determinar o retorno dos autos à origem para que se
procedesse à uniformização quando existissem decisões atuais e
conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre
o tema objeto de recurso de revista (CLT, art. 896, §4º). Criou-se, assim,
um mecanismo de controle pelo C. TST, impondo a efetivação do §3º do
art. 896 da CLT.
No retorno dos autos ao Tribunal regional, a sedimentação do
entendimento poderia ocorrer de duas formas:
Súmulas
Quando o entendimento decorrer da maioria absoluta dos membros que
integram o Tribunal.
Tese jurídica prevalente
Quando o entendimento decorrer da maioria simples dos membros que
integram o Tribunal.
Após a sedimentação, o §6º do art. 896 declinava que:
§6º Após o julgamento do incidente
a que se refere o 30, unicamente a
súmula regional ou a tese jurídica
prevalecente no Tribunal Regional
do Trabalho e não conflitante com
súmula ou orientação
jurisprudencial do Tribunal Superior
do Trabalho servirá como paradigma
para viabilizar o conhecimento do
recurso de revista por divergência.
(CLT, art. 896, §6º)
O referido dispositivo buscava restringir o cabimento do recurso de
revista, obstando a utilização de acórdãos regionais para demonstrar a
divergência quando o tema já estivesse pacificado em súmula regional
ou tese jurídica prevalente.
Era, pois, um pressuposto de admissibilidade do
recurso de revista. Embora essa sistemática tivesse
sido criada em 2014 pela Lei nº 13.015/2014, o
legislador, depois de três anos, simplesmente revogou
os §§3º a 6º do art. 896 da CLT, eliminando esse
mecanismo de controle exercido pelo TST, bem como o
referido pressuposto para o cabimento do recurso de
revista.
Conquanto a Lei nº 13.467/2017 tenha revogado o incidente de
uniformização de jurisprudência trabalhista,ela evidentemente não
afastou o dever de os Tribunais uniformizarem sua jurisprudência,
incidindo, subsidiariamente ao processo trabalho, o art. 926 do
CPC/2015, o qual incumbiu os Tribunais de uniformizar "sua
jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente", como advertiu o
TST no art. 18, caput, da IN nº 41/2018.
O mecanismo para implementar a uniformização precisa estar
contemplado no regimento interno do Tribunal, o que vem previsto no
art. 926, §1º, do CPC/2015, de modo que o incidente de uniformização
de jurisprudência deve observar especialmente as diretrizes dos arts.
926, §2º, e 927, §1º a 5º, ambos do CPC/2015.
Direito intertemporal
A Lei nº 13.467/2017 revogou os §§3º a 6º do art. 896 da CLT que
versavam sobre o incidente de uniformização trabalhista. Tais regras
estavam ligadas, portanto, aos recursos. Na hipótese de recursos, o
direito intertemporal é aplicado da seguinte forma: todos os
pressupostos recursais, inclusive o cabimento, serão analisados à luz
da lei velha (vigente na data da publicação da decisão), mas os trâmites
processuais posteriores de processamento e julgamento seguirão a lei
nova em decorrência da aplicação imediata da norma. Desse modo,
como o incidente de uniformização é trâmite processual, a revogação
promovida pela Lei nº 13.467/2017 deveria ter aplicação imediata. No
entanto, o C. TST adotou duas sistemáticas diferentes acerca da
aplicação dessa lei no presente caso:
 1. Se o incidente de uniformização foi
suscitado ou iniciado antes da vigência da
Violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e
literal à Constituição Federal
Além da divergência jurisprudencial, o recurso de revista será cabível
quando a decisão do tribunal regional for proferida em violação literal à
disposição de lei federal ou afrontar direta e literalmente a Constituição
Federal.
No processo do trabalho, o recurso de revista poderá abranger
legislação infraconstitucional e norma constitucional. Ele difere,
portanto, do processo civil, em que o recurso é bifurcado, já que as
violações à legislação infraconstitucional são remetidas ao STJ por
meio do recurso especial, enquanto as afrontas à Constituição Federal
são encaminhadas ao STF por intermédio do recurso extraordinário.
Lei nº 13.467/2017 no âmbito dos Tribunais
Regionais do Trabalho ou por iniciativa de
decisão do Tribunal Superior do Trabalho,
continuam a ser observados os dispositivos
que eram vigentes na data da interposição
do recurso, ou seja, os §§3º a 6º do art. 896
serão aplicados, tendo e�cácia obrigatória
a tese jurídica prevalente ou a súmula
criada em decorrência do incidente (TST-IN
nº 41, art. 18, §§1º e 3º ); A sistemática
idealizada pelo C. TST é que, já tendo sido
iniciado ou suscitado o incidente, ele não
perde seu objeto com a chegada da Lei nº
13.467/2017, devendo ser julgado.
 2. Caso o recurso de revista ou o agravo de
instrumento no âmbito do TST esteja
concluso com o relator e ainda não tenha
sido julgado até a entrada em vigor da Lei
nº 13.467/17, não se aplicam as disposições
dos §§3º a 6º do art. 896 da CLT.
Na seara laboral, porém, primeiramente se exaure toda a jurisdição
trabalhista e, somente após, caso persista a violação à Constituição
Federal, é admitido o recurso extraordinário ao STF. Nessa hipótese, o
recorrente tem indicar expressamente o dispositivo de lei ou da
Constituição tido como violado (Súmula nº 221 do TST). Não se exige,
porém, que a parte utilize as expressões "contrariar", "ferir", "violar" etc.
(OJ nº 257 da SDI-I do TST).
É importante destacar que, na violação de norma
constitucional, o recorrente precisa demonstrar a
afronta direta ao comando legal, vedando-se a ofensa
indireta ou reflexa da norma constitucional.
A ofensa indireta ou reflexa ocorre quando o recorrente tem de invocar
uma norma infraconstitucional para chegar à norma constitucional.
Nesse caso, não será admitido o recurso de revista, bem como o
extraordinário (Súmula nº 636 do STF).
Portanto, caso ocorra a violação reflexa da norma constitucional, o
recorrente deverá invocar o dispositivo infraconstitucional tido por
violado para que seu recurso seja cabível, sendo insuficiente (ou
desnecessária) a indicação do dispositivo constitucional.
Rito sumaríssimo
Nas causas sujeitas ao rito sumaríssimo, somente se admite o recurso
de revista por:
Contrariedade à súmula do
TST
Contrariedade à súmula
vinculante do STF
Desse modo, não caberá recurso de revista no rito sumaríssimo quando:
Fase de execução
Na fase de execução, o cabimento do recurso de revista é ainda mais
restrito, sendo admitido apenas quando houver ofensa direta e literal de
norma da Constituição Federal (CLT, art. 896, §2º). A Súmula nº 266 do
TST aponta para a mesma direção:
Súmula nº 266 do TST. Recurso de
revista. Admissibilidade. Execução
de sentença. A admissibilidade do
recurso de revista interposto de
Violação direta da
Constituição da República
(CLT, art. 896, §9º).
 Violar lei federal;
 Houver divergência jurisprudencial;
 Contrariar orientação jurisprudencial do
TST (Súmula 442 do TST).
acórdão proferido em agravo de
petição, na liquidação de sentença
ou em processo incidente na
execução, inclusive os embargos de
terceiro, depende de demonstração
inequívoca de violência direta à
Constituição Federal.
(TST, Súmula nº 266)
Essa é a regra. No entanto, é importante observar que a Lei nº
13.015/2014 ampliou o cabimento do recurso de revista na fase de
execução em duas hipóteses:
Nesses dois casos, o recurso de revista será cabível:
Por violação à lei federal
Divergência jurisprudencial
 Execução �scal;
 Controvérsias da fase de execução que
envolvam a Certidão Negativa de Débitos
Trabalhistas (CNDT).
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Aponte a alternativa correta em relação ao requisito de
transcendência que, nos termos da CLT, deve ser identificado no
recurso de revista.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Art. 896 - A § 2º Poderá o relator monocraticamente denegar
seguimento ao recurso de revista que não demonstrar
transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado.
Questão 2
Assinale a alternativa que trata corretamente do sistema recursal
trabalhista nos termos da CLT.
A
Os indicadores de transcendência de natureza
econômica, política, social ou jurídica são taxativos.
B
Em relação ao recurso que o relator considerou não
ter transcendência, o recorrente poderá realizar
sustentação oral sobre a questão da transcendência
durante quinze minutos em sessão.
C
Os indicadores de transcendência de natureza
econômica, política, social ou jurídica são
cumulativos.
D
Poderá o relator monocraticamente denegar
seguimento ao recurso de revista que não
demonstrar transcendência, cabendo agravo dessa
decisão para o colegiado.
E
Quanto à transcendência social, o recorrente não
poderá postular direito social já garantido pela
Constituição Federal.
No Tribunal Superior do Trabalho, o ministro relator
denegará seguimento aos embargos se a decisão
Parabéns! A alternativa C está correta.
Art. 896 CLT - Cabe recurso de revista para Turma do Tribunal
Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso
ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, quando: [...]
A recorrida estiver em discordância com súmula da
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou
do Supremo Tribunal Federal.
B
No Tribunal Superior do Trabalho, cabem embargos
de decisão unânime de julgamento que conciliar,
julgar ou homologar conciliação em dissídios
coletivos que excedam a competência territorial dos
Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever
as sentenças normativas do Tribunal Superior do
Trabalho.
C
Cabe recurso de revista para Turma do Tribunal
Superior do Trabalho das decisões proferidas em
grau de recurso ordinário, em dissídio individual,
pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando
proferidas comviolação literal de disposição de lei
federal ou afronta direta e literal à Constituição
Federal.
D
Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais
do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de
sentença, exceto em processo incidente de
embargos de terceiro, não caberá recurso de revista,
salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma
da Constituição Federal.
E
A decisão firmada em recurso repetitivo será
aplicada aos casos em que se demonstrar que a
situação de fato ou de direito é distinta das
presentes no processo julgado sob o rito dos
recursos repetitivos.
b) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou
afronta direta e literal à Constituição Federal.
Considerações �nais
O conteúdo trazido neste material orienta acerca da identificação e
aplicação dos recursos existentes no direito processual do trabalho. Os
recursos trabalhistas apresentam uma função importantíssima, cujo
objetivo é que a parte possa obter o reexame da matéria já debatida por
determinado órgão judicial. Isso possibilita que a decisão prolatada seja
revista (e possivelmente reformada) dentro da mesma relação
processual por um órgão hierarquicamente superior.
Podcast
Neste podcast, vamos abordar os recursos cabíveis aos Tribunais
Superiores no processo do trabalho, explicando o prequestionamento e
a transcendência no recurso de revista.
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Explore +
Para entender mais sobre os assuntos tratados aqui, sugerimos os
seguintes vídeos, ambos disponíveis no YouTube:
Live Embargos à execução, apresentado por Élisson Miessa e
Carolina Tupinambá.
Jurisprudência do STF em matéria de execução, apresentado por
Antonio Umberto e Carolina Tupinambá.
Referências
BEZERRA LEITE, C. H. Curso de Direito Processual do trabalho.16. ed.
São Paulo: Saraiva. 2018.
MIESSA, E. Processo do trabalho. 7. ed. São Paulo: Juspodvim, 2019.
TEIXEIRA FILHO, M. A. Sistema dos recursos trabalhistas. São Paulo:
LTr, 1991.
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