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Recursos em espécie no processo do trabalho Prof.ª Carolina Tupinambá Descrição Os recursos trabalhistas em espécie no processo do trabalho. Propósito Conhecer o leque de recursos cabíveis no direito processual do trabalho é importante para se optar pelo melhor caminho a fim de alcançar a decisão favorável ao seu pleito. Preparação Tenha em mãos a Consolidação das Leis do Trabalho e o Código de Processo Civil. Objetivos Módulo 1 Recurso ordinário Reconhecer os principais aspectos concernentes ao recurso ordinário. Módulo 2 Embargos e agravos Analisar as diferentes aplicações de embargos e agravos. Módulo 3 Recursos aos Tribunais Superiores Reconhecer os principais aspectos concernentes ao recurso de revista. Introdução Os recursos em espécie são a maneira pela qual as partes demonstram a sua insatisfação e discordância em relação a uma decisão proferida. Eles podem ser conceituados como remédio jurídico necessário e suficiente para provocar o reexame de determinada decisão. Neste conteúdo, vamos compreender como a causa deve ser levada a uma nova apreciação. Em geral, após uma decisão desfavorável do pleito, é preciso ingressar com o recurso cabível para a modificação pretendida, tenha ela a finalidade de anular a decisão ou apenas reformá-la. O recurso interposto deverá ser apreciado por um órgão diferente e de nível hierárquico superior ao que proferiu a decisão. 1 - Recurso ordinário Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais aspectos concernentes ao recurso ordinário. Aspectos gerais sobre o recurso ordinário Neste vídeo, falaremos sobre o que é o recurso ordinário, apontando suas hipóteses de cabimento e os principais aspectos procedimentais. O recurso ordinário é o meio pelo qual se pode rediscutir amplamente a matéria decidida na 1ª instância, seja de direito, seja de fato. Ele vem previsto no art. 895 da CLT, devendo ser interposto no prazo de 8 dias úteis, tendo o mesmo prazo para as contrarrazões. A Fazenda Pública, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública têm o prazo em dobro, ou seja, 16 dias (CPC/2015, arts. 180, 183 e 186), inclusive para as contrarrazões. Trata-se de recurso que tem efeito meramente devolutivo. No entanto, para que possa obter o efeito suspensivo, o recorrente poderá requerê-lo ao tribunal ou ai relator por meio de simples petição (CPC/2015, art. 1.012, §§3º e 4º e Súmula nº 414, 1, do TST). Hipóteses de cabimento O recurso ordinário é cabível: (i) Das decisões de�nitivas ou terminativas das varas do trabalho; (ii) D d i õ d � i i i i d Em regra, o recurso ordinário tem cabimento das decisões definitivas (com resolução do mérito) ou terminativas (sem resolução do mérito) das Varas do Trabalho. No entanto, ele também é cabível das decisões de competência originária dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), como é o caso, por exemplo, do dissídio coletivo, do mandado de segurança e da ação rescisória. Nesse caso, sendo recurso ordinário de dissídio coletivo, a competência para julgamento é do Tribunal Superior do Trabalho (TST) por meio da Seção de Dissídios Coletivos (SDC). Por outro lado, no caso de mandado de segurança, ação rescisória e demais ações individuais de competência originária do TRT, o julgamento desse recurso é de competência da Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-II) do TST. O que precisa �car claro é que o recurso ordinário caberá das decisões tomadas em primeira instância, sejam elas tomadas pela Vara do Trabalho ou pelo Tribunal Regional. Cabimento do recurso ordinário (MIESSA, 2019, p. 1057). Juízo de retratação Como regra, após proferida a decisão, o juiz não poderá alterá-la, salvo se interpostos os embargos de declaração. No entanto, será possível a ele se retratar em três hipóteses. São elas: (i) Indeferimento da petição inicial. Das decisões de�nitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais em processos de sua competência originária, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos (CLT, art. 895). (ii) Extinção do processo sem resolução do mérito. (iii) Improcedência liminar. Julgamento do mérito diretamente pelo Tribunal O recurso ordinário pode almejar a reforma ou a anulação da decisão impugnada. Reforma Na reforma, invoca-se o erro de julgamento, um erro substancial que parte de uma noção inexata, buscando que seja proferida uma decisão de mérito que substitua a decisão anterior. Anulação Na anulação, visa-se ao erro de procedimento. Sendo provido o recurso, a decisão impugnada será anulada; em regra, se postula o retorno dos autos ao juízo de origem para uma nova decisão. A intenção dessa sistemática é não suprir as instâncias, preservando-se o duplo grau de jurisdição. No entanto, o art. 1.013, parágrafo 3º, do CPC/2015, aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho, alterou sistematicamente a ideologia de supressão de instância ao estabelecer que, se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o Tribunal deverá decidir desde logo o mérito quando: (i) Reformar sentença fundada no art. 485. (ii) Decretar a nulidade da sentença por ela não ser congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir. (iii) Constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo. (iv) Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. Com base nos princípios da economia, celeridade processual, duração razoável do processo e primazia da decisão de mérito, o referido parágrafo passou a permitir que, quando o processo estiver em condições de imediato julgamento e se enquadrar em alguma das hipóteses mencionadas, o Tribunal possa entrar diretamente na análise do mérito da causa, não necessitando retornar ao juízo de origem. É o que se denomina de teoria da causa madura. O Tribunal também poderá julgar o mérito quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, examinando as demais questões, sem que haja necessidade de determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau (art.1.013, §4º; TST-IN nº 39/2016, art. 3º, XXVIII). Recurso ordinário no rito sumaríssimo No rito sumaríssimo, o recurso ordinário é cabível nas mesmas hipóteses e no mesmo prazo do rito ordinário. Difere, porém, quanto ao processamento do recurso, o qual, nos termos do art. 895, §1º, da CLT, terá as seguintes peculiaridades: (i) Recebido no Tribunal, o recurso ordinário será imediatamente distribuído; (ii) O relator precisa liberá-lo no prazo máximo de dez dias, devendo a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento; (iii) Não terá revisor; (iv) Terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se ele entender necessário o parecer, com registro na certidão. (v) Terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento com a indicação su�ciente do processo e parte dispositiva e das razões de decidir do voto prevalente. Ademais, divididos em Turmas, os tribunais regionais poderão designar uma Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo (CLT, art. 895, §2º). (vi) Se a sentença for con�rmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento registrando tal circunstância servirá de acórdão. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 De acordo com o processo do trabalho, assinale a alternativa que indica corretamente hipóteses de cabimento do recurso ordinário em razão de decisão proferida por Tribunal Regional do Trabalho em matéria de competência originaria. A Decisão definitiva das Varas do Trabalho. B Decisão terminativa proferida pelos órgãos colegiados em sede de cumprimento de sentença. C Decisão terminativa proferida em ação rescisória ou em mandado de segurança. D Decisão não terminativa cujo objetivo seja analisar exclusivamente questão processual.Parabéns! A alternativa C está correta. Justificativa: Art. 895 – Cabe recurso ordinário para a instância superior: I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. Súmula 158, TST: AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista (ex-Prejulgado nº 35). Súmula 201, TST: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade. Questão 2 Assinale a alternativa que apresenta o recurso admissível das decisões definitivas e terminativas das varas e dos juízos investidos de jurisdição trabalhista. E Decisão não definitiva proferida em dissídio coletivo para o reexame de matéria de fato ou de prova. A Agravo de petição. B Recurso extraordinário. C Recurso especial. Parabéns! A alternativa E está correta. Justificativa: Art. 895 – Cabe recurso ordinário para a instância superior: I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias. 2 - Embargos e agravos Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as diferentes aplicações de embargos e agravos. Embargos de declaração Competência: embargos de declaração Nos embargos de declaração, a competência para julgamento é do próprio juízo que prolatou a decisão embargada. D Recurso de revista. E Recurso ordinário. É diferente, portanto, dos demais recursos em que os autos são encaminhados para outro juízo, em regra, de grau superior. Desse modo, a competência é do mesmo órgão jurisdicional que proferiu a decisão embargada, e não necessariamente do mesmo magistrado que prolatou a decisão. Prazo para interposição: embargos de declaração Os embargos de declaração fogem à regra dos prazos recursais do processo trabalhista, tendo o prazo de 5 dias úteis para interposição. A Fazenda Pública, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública têm o prazo em dobro, ou seja, 10 dias. Ademais, sua interposição não produz efeito suspensivo, mas gera o efeito de interromper os prazos dos recursos posteriores. No entanto, esse efeito não ocorrerá quando se tratar de embargos de declaração (CLT, art. 897-A, §3º): Hipóteses de cabimento: embargos de declaração (i) Omissão: quando a decisão deixar de apreciar ponto ou questão (ponto controvertido) sobre o qual devia pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento (CPC/2015, art. 1.022, caput). Intempestivos Com irregularidade na representação da parte Ausente de assinatura (ii) Contradição: quando houver incoerência interna na decisão. A contradição poderá ocorrer na fundamentação, no dispositivo ou entre a fundamentação e o dispositivo, bem como entre a ementa e o corpo do acórdão. (iii) Obscuridade: quando a decisão não for clara. Embora esse vício não esteja presente no art. 897-A da CLT, é majoritariamente aceita a sua incidência no processo do trabalho. (iv) Manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso: não é um vício elencado no art. 1.022 do CPC/2015, tendo previsão apenas no processo do trabalho por força do art. 897-A da CLT. Nesse caso, serão cabíveis os embargos de declaração quando houver dois requisitos cumulativos: a) Possuir manifesto equívoco; b) Tratar-se de pressupostos extrínsecos (tempestividade, representação, preparo, depósito recursal e regularidade formal). Embargos de divergência e embargos infringentes Analisando a competência do TST, é possível concluir que ele a possui para julgar duas modalidades de embargos: Os embargos infringentes Os embargos de divergência Embargos de divergência Competência: embargos de divergência A competência para julgar os embargos de divergência é da Subseção de Dissídios Individuais I do TST (SDI-1), nos termos do art. 3°, III, "b", da Lei nº 7.701/1988. Prazo para interposição: embargos de divergência O prazo do recurso é de oito dias úteis, de acordo com o artigo 894, II, da CLT. Hipóteses de cabimento: embargos de divergência Apesar de tal recurso não estar mais presente com essa nomenclatura no Código de Processo Civil, sua previsão na CLT continua mantida tanto no artigo 894 quanto no artigo 232 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. Seu objetivo é estimular o consenso da jurisprudência do Tribunal e sua natureza é extraordinária. Havendo divergência entre Tribunais Regionais diferentes, é cabível o recurso de revista com o objetivo de uni�car o entendimento em âmbito nacional. Ele será adequado quando houver decisões con�itantes entre as turmas do TST. Os embargos de divergência, também denominados embargos para a SDI, têm a finalidade de acabar com a divergência interna do TST (CLT, art. 894, II; Lei nº 7.701/1988, art. 3º, lll, "b"). Embargos infringentes Competência: embargos infringentes A competência para julgamento dos embargos infringentes é da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) no TST. Prazo para interposição: embargos infringentes O prazo é de oito dias úteis, de acordo com o art. 894, I, alínea a, da CLT, e o art. 2°, II, da Lei n° 7. 701/1988. Hipóteses de cabimento: embargos infringentes Diferentemente dos embargos de divergência, os infringentes têm natureza ordinária apesar de serem de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Isso ocorre em razão de se tratar de uma espécie de duplo grau interno de jurisdição em casos de dissídios coletivos cuja extensão territorial ultrapasse mais de um TRT, sendo, portanto, de competência originária do TST. Nesse caso, como a decisão é proferida em primeira instância pelo TST, o recurso cabível são os embargos infringentes. Sede do Tribunal Superior do Trabalho em Brasília-DF. O cabimento do recurso será em face de decisão não unânime em dissídio coletivo de competência do TST, sendo de competência originária desse tribunal. A intenção é levar ao colegiado o voto minoritário a fim de ele que o reanalise. Isso pressupõe os seguintes requisitos cumulativos: Dissídio coletivo Competência originária do TST A necessidade de decisão não unânime se justifica porque, considerando que o julgamento do dissídio coletivo e do recurso é feito pela mesma seção, não haverá lógica em admiti-lo quando a decisão for unânime. Da decisão unânime, são cabíveis, em tese, somente os embargos de declaração e o recurso extraordinário, desde que preenchidos os requisitos legais. Os embargos infringentes pressupõem acórdão não unânime proferido pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) nas seguintes hipóteses: Julgamento do dissídio coletivo Extensão ou revisão de sentença normativa Homologação de conciliação Pressupostos recursais: embargos infringentes Como um recurso de natureza ordinária, os embargos infringentes devem preencher todos os pressupostos extrínsecos e intrínsecos típicos de recursos dessa natureza. Porém, quanto à representação, nos termos da Súmula 425 do TST, a capacidade postulatória nos embargos é restrita ao advogado, não se aplicando o jus postulandi por ser de competência do TST. Não é exigido depósito recursal nesse recurso, já que ele é oriundo de um dissídio coletivo com sentença normativa. O depósito só é exigido em sentenças condenatórias (Súmula 161 do TST). Agravo de instrumento Neste vídeo, falaremos sobre os principais aspectos dos agravos de instrumento e de petição no processo do trabalho. Decisão não unânime Competência:agravo de instrumento O agravo de instrumento será apreciado pelo órgão competente para julgar o recurso denegado (trancado) de acordo com o artigo 897, § 4º, da CLT. O agravo deverá ser interposto e processado no órgão recorrido - e somente após ser remetido ao órgão a que caberá julgar o recurso. Nesse tipo de processo, o depósito recursal corresponderá a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretenda destrancar. No caso de gratuidade de justiça, são isentos do depósito recursal: Na hipótese de esse agravo ser interposto em decorrência de denegação de seguimento a recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal, o depósito recursal não é devido, pois, para tal recurso, aplica-se o Código de Processo Civil, e não a CLT. Prazo para interposição: agravo de instrumento De acordo com o art. 775 da CLT, o prazo para interposição do agravo de instrumento é de oito dias úteis. Hipóteses de cabimento: agravo de instrumento Bene�ciários da justiça gratuita Entidades �lantrópicas Empresas em recuperação judicial O agravo de instrumento é usado para destrancar outros recursos denegados por meio de despachos dos juízos. Agravo de petição Competência: agravo de petição O § 3º do art. 897 da CLT define que a competência para processar e julgar agravo de petição depende de quem proferiu a decisão que se busca impugnar. Se a decisão agravada for proferida por um juiz da Vara do Trabalho de primeiro grau, esse agravo deverá ser dirigido ao TRT e julgado por uma de suas Turmas. Prazo para interposição: agravo de petição O prazo para interposição do recurso do agravo de petição trabalhista é de oito dias úteis, sendo o mesmo para contrarrazões. Hipóteses de cabimento: agravo de petição O agravo de petição trabalhista encontra seu fundamento no artigo 897 da CLT, a qual determina que ele será cabível nos processos de execuções trabalhistas em face das decisões proferidas por juiz ou presidente. O agravo de petição trabalhista não depende de depósito recursal. Esse recurso é cabível em face de: Sentença de embargos de execução; Agravo regimental e agravo interno Tanto o agravo interno quanto o regimental decorrem de decisão monocrática e buscam levar ao conhecimento do colegiado a decisão proferida pelo relator. Os dois agravos têm prazo de oito dias úteis. O agravo regimental será cabível quando, mesmo não havendo qualquer outro recurso com previsão legal, ele estiver disciplinado no regimento interno do Tribunal. Exemplo Concessão de efeito suspensivo pelo presidente do TST em recurso ordinário no dissídio coletivo (TST·RI, art. 235, V). Por outro lado, havendo previsão legal, o agravo será interno (arts. 894, § 3°, da CLT e 932 do CPC). A competência dos dois recursos é do órgão colegiado a que o prolator da decisão monocrática integra, como, por exemplo, a Turma do Tribunal. Sentença de embargos de adjudicação ou embargos à arrematação; Sentenças em ações de embargos de terceiros; Incidentes na execução ou decisão que extinga a execução. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 No processo do trabalho, o recurso de agravo de instrumento: Parabéns! A alternativa D está correta. Art. 897 da CLT - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do juiz ou presidente, nas execuções; b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. § 1º - O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. § 2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que A não possui previsão normativa. B pode ser interposto em relação às decisões interlocutórias em geral, desde que proferidas em audiência. C é cabível para atacar sentença sem julgamento do mérito. D é cabível frente à decisão de não recebimento do agravo de petição. E é cabível em relação à decisão que indefere a petição inicial. não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença. Questão 2 Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho: Parabéns! A alternativa D está correta. Art. 855-A, § 1º, da CLT. Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal. A caberá recurso de imediato na fase de cognição. B caberá agravo de petição na fase de execução se garantido o juízo. C caberá agravo de instrumento na fase de execução independentemente de garantia do juízo. D caberá agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no Tribunal. E caberá agravo de petição se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no Tribunal. 3 - Recursos aos Tribunais Superiores Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais aspectos concernentes ao recurso de revista. Recurso de revista Neste vídeo, falaremos acerca do cabimento do recurso de revista e dos aspectos relativos ao juízo de admissibilidade. Conforme já estudamos, os recursos podem ser classificados em ordinários e extraordinários. O que os diferencia é o direito que buscam tutelar. Recursos ordinários Os recursos ordinários visam à tutela do direito subjetivo, de modo que permitem a rediscussão ampla da matéria, seja de direito, seja de fato. Tais recursos podem estar fundamentados no mero inconformismo com a decisão judicial (injustiça da decisão), citando-se como exemplo na seara t b lhi t i t di á i Além disso, a doutrina divide os recursos levando em conta a sua fundamentação. Um recurso pode ser de fundamentação livre ou vinculada. trabalhista os seguintes recursos: ordinário, agravo de petição, embargos de declaração, agravo interno, revisão e agravo de instrumento. Recursos extraordinários Os recursos de natureza extraordinária fundam-se na tutela do direito objetivo, buscando sua exata aplicação. Por visarem à exata aplicação do direito, tais recursos impedem a verificação fática, inclusive o reexame de provas, ficando restritos à análise de direito (Súmula nº 126 do TST). Podemos citar como exemplo de recursos de natureza extraordinária no processo do trabalho os recursos de revista e embargos para a SDI. Fundamentação livre Os recursos de fundamentação livre são aqueles que não se ligam a determinados defeitos ou vícios das decisões, ou seja, a lei não exige que, no recurso, seja apontado especificamente determinado vício, havendo a necessidade apenas de que a parte não se conforme com a decisão impugnada. É o que ocorre, por exemplo, no recurso ordinário. Recursos extraordinários Os recursos de fundamentação vinculada são aqueles em que a lei exige que o recorrente indique algum vício específico da decisão impugnada, como ocorre com o recurso de revista, que está i l d à d t ã d di ê i d O recurso de revista é, portanto, um recurso de natureza extraordinária com fundamentação vinculada, sendo disciplinado no art. 896 da CLT.. Prazo O recurso de revista observa a regra geral dos recursos trabalhistas, devendo ser interposto no prazo de 8 dias úteis, tendo o mesmo prazo para as contrarrazões. A Fazenda Pública, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública têm o prazo em dobro, ou seja, 16 dias (CPC/2015, arts. 180, 183 e 186), inclusive para as contrarrazões. Preparo O preparo das custas processuais para fins de interposição de recurso de revista poderá ser alterado em função do resultado do julgamento do recurso ordinário em dissídios individuais. Assim, nos termos da Súmula 25 do Tribunal Superior do Trabalho: CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. I – A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, estáobrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das quais ficará isenta parte então vencida; II – No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou atualização do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reembolsar a quantia; III – Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da condenação, não houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e tampouco intimação da vinculado à demonstração de divergência ou de violação literal de dispositivo de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. parte para o preparo do recurso, devendo ser as custas pagas ao final; IV – O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo na hipótese em que a parte vencida for pessoa isenta do seu pagamento, nos termos do art. 790-A, parágrafo único, da CLT. (Súmula 25, TST) No que tange ao depósito recursal, o recurso de revista está sujeito às mesmas regras do recurso ordinário. O valor do teto desse depósito como pressuposto de admissibilidade do recurso de revista é o dobro do fixado para o recurso ordinário. Sobre o depósito recursal, é relevante conferir o conteúdo do enunciado de Súmula 128 do TST: I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. II – Garantido o juízo na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. III – Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais quando a empresa que efetuou o depósito pleiteia sua exclusão da lide. As pessoas jurídicas de direito público, bem como o Ministério Público do Trabalho, são isentas de preparo. Também são isentos do pagamento das custas e do depósito recursal: Os bene�ciários da justiça gratuita (art. 790-A da CLT) Destaca-se que o valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, conforme consignado no artigo 899, §9º, da CLT. A regularidade formal do recurso de revista O recurso de revista ilustra via recursal opera de forma extremamente técnica. A Instrução Normativa nº 23/2003 do TST recomenda que sejam indicadas as folhas dos autos nas quais se encontram: Ademais, é preciso que a peça recursal explicite: Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: (i) cite a fonte oficial ou repositório em que foi publicado; e (ii) transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, A procuração O depósito recursal e as custas Os documentos que comprovam a tempestividade do recurso (i) qual trecho da decisão recorrida consubstancia o prequestionamento da controvérsia trazida no recurso; (ii) qual dispositivo de lei, súmula, orientação jurisprudencial do TST ou ementa (com todos os dados que permitam identi�cá-la) que entra em atrito com a decisão regional. demonstrando os conflitos de teses que justifiquem o conhecimento do recurso. Rito ordinário Rito sumaríssimo Fase de execuçã Afrontar a Constituição Federal Afrontar a Constituição Federal Afrontar a Constituição Federal Contrariar súmula do TST Contrariar súmula do TST Contrariar súmula vinculante do STF Contrariar súmula vinculante do STF Violar lei federal Contrariar orientação jurisprudencial Divergência jurisprudencial Tabela: Hipóteses de cabimento do recurso de revista. Adaptada de Miessa, 2019. * Apenas nas hipóteses de execução fiscal e controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), o recurso de revista será cabível quando: violar lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal (CLT, art. 896, §10). Competência para julgamento A competência para julgar o recurso de revista é das Turmas do TST. Competência para julgamento do recurso de revista. Pressupostos especí�cos de admissibilidade O recurso de revista deve preencher todos os pressupostos genéricos direcionados aos demais recursos, como, por exemplo, cabimento, tempestividade, representação e preparo, ressaltando-se que, nesse recurso, não é aplicável o jus postulandi por força da Súmula nº 425 do TST. Ele deve conter ainda os pressupostos específicos de admissibilidade: O prequestionamento A transcendência Além disso, o recurso de revista somente será cabível quando invocar a divergência jurisprudencial ou a violação de lei federal ou da Constituição Federal. Prequestionamento Surge aqui o chamado prequestionamento, que consiste na obrigatoriedade de que haja decisão prévia acerca do direito objetivo supostamente violado ou aplicado de forma divergente. Em outras palavras: [...] diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. (Súmula nº 297, 1, TST) Por tese explícita deve-se entender a tese jurídica apreciada e decidida pelo tribunal a quo independentemente de haver constado, no acórdão impugnado, referência ao dispositivo legal. O que se impõe, portanto, é juízo de valor proferido expressamente pelo tribunal a quo. Isso quer dizer que a matéria estará prequestionada se, por exemplo, o acórdão impugnado explanar que não existe violação ao princípio do contraditório sem que haja a necessidade de especificar o art. 5º, LV, da CF/1988 (OJ nº 118 da SDI-I do TST). Somente haverá prequestionamento, portanto, se houver tese jurídica expressamente adotada na fundamentação do acórdão. É importante destacar que, com o Novo Código de Processo Civil (CPC), a tese jurídica poderá estar declarada inclusive no voto vencido, como se depreende do art. 941, 3º, in verbis: §3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento. (Código de Processo Civil, art. 941, 3º, in verbis) Ademais, atenta-se para o fato de que, no momento da interposição do recurso de revista, o recorrente deve indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista, ou seja, o recorrente tem de destacar no seu recurso o trecho da decisão que diz respeito à sua insurgência (CLT, art. 896, §1-A), sob pena de não conhecimento. Desse modo, não há tese jurídica (e, portanto, prequestionamento) se a decisão do TRT simplesmente adota os fundamentos da decisão de primeiro grau (OJ nº 151 da SDI-I do TST), uma vez que falta juízo de valor sobre a matéria. Pode ocorrer de a parte invocar a matéria no seu recurso principal (por exemplo, recurso ordinário), mas o tribunal não se manifestar sobre ela. Nesse caso, sua incumbência é opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão (Súmula nº 297, II, do TST). Sendo opostos os embargos de declaração, caso o tribunal, ainda assim, não se pronuncie sobre o tema, a matéria será considerada prequestionada (Súmula nº 297, III, do TST). Ocorre aqui o chamado prequestionamento ficto. O CPC/2015 adota a tese do TST, reconhecendo o prequestionamento ficto, conforme se observa em seu art. 1.025 (TST-IN nº 39/2016, art. 90, parágrafo único), in verbis: Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro,omissão, contradição ou obscuridade. (TST-IN nº 39/2016, art. 90, parágrafo único) De qualquer maneira, é de extrema importância atentar para o fato de que o prequestionamento ficto tem incidência para o Colendo Tribunal Superior do Trabalho (C. TST) apenas na hipótese de questão jurídica, mantendo a rigidez do prequestionamento no tocante à matéria de fato, já que tal matéria deve ser esgotada na instância ordinária. Desse modo, se o Tribunal Regional for provocado a se manifestar sobre determinado fato por meio de embargos de declaração e negar a existência de omissão, não haverá prequestionamento ficto, admitindo-se o recurso de revista por negativa de prestação jurisdicional, ou seja, por violação do art. 832 da CLT, do art. 489 do CPC/2015 e do art. 93, IX, da CF/1988 (Súmula nº 459 do TST). O art. 896, §1º-A, inciso IV, da CLT, acrescentado pela Lei nº 13.467/2017, trata exatamente dessa hipótese, isto é, da omissão de pronunciamento do Tribunal referente à matéria de fato ou de prova. De acordo com o dispositivo, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o recorrente deverá transcrever na peça recursal o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do Tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. Em resumo, havendo embargos de declaração para suprir uma omissão do TRT e caso esse Tribunal não se pronuncie expressamente acerca da matéria impugnada, as consequências serão as seguintes: Tratando-se de matéria de direito (questão jurídica), estará preenchido o prequestionamento �cto, e o TST poderá examinar a matéria. Sendo matéria de fato ou prova, haverá a possibilidade de conhecimento da nulidade da prestação jurisdicional pelo TST, determinando-se o retorno dos autos ao TRT para manifestação acerca de tais matérias. Consigne ainda que entende o TST que, nascendo a violação na própria decisão recorrida (por exemplo, julgamento extra petita no TRT), não será exigível o prequestionamento (OJ nº 119 da SDI-I do TST). Na seara trabalhista, o prequestionamento é exigido nos recursos de revista, sendo extraordinário para o STF. Transcendência O recurso de revista será analisado se oferecer transcendência em relação aos reflexos gerais de (CLT, art. 896-A): Natureza econômica Natureza política Natureza social Natureza jurídica Isso significa que a causa não pode produzir reflexos apenas para as partes, mas também ultrapassar (transcender) aquela relação processual. Aproxima-se da repercussão geral exigida no recurso extraordinário para o STF (CPC/2015, art. 1.035, §1º), sendo um pressuposto intrínseco do recurso de revista. É o último pressuposto a ser verificado pelo C. TST. De acordo com o art. 896-A, §1º, da CLT, são indicadores de transcendência: (i) – econômica: O elevado valor da causa; (ii) – política: O desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; (iii) – social: A postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; A análise da existência ou não da transcendência é exclusiva do TST, vedando sua verificação pelo presidente do TRT (CLT, art. 896-A, §6º). Nesse contexto, o art. 896-A, 2º, da CLT, declina que o relator do recurso de revista, de forma monocrática, poderá denegar seguimento ao recurso que não demonstrar transcendência, cabendo agravo da decisão ao colegiado. O prazo do agravo é de 8 dias úteis (TST-IN nº 39, art. §1º, §2º). Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado um acórdão com fundamentação sucinta que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do Tribunal (CLT, art. 896-A, §4º). Ele impede, portanto, a interposição dos embargos de divergência para a SDI. Esse dispositivo, porém, não obsta a interposição dos embargos de declaração, já que todas as decisões, inclusive aquela em análise, estão sujeitas aos embargos. Do mesmo modo, caberá recurso extraordinário para o STF, desde que estejam presentes seus pressupostos. Por fim, o art. 896-A, §5º, da CLT declina que será irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria. Direito intertemporal O pressuposto recursal da transcendência foi inserido no art. 896-A da CLT por meio da Medida Provisória nº 2.226, de 4/9/2001. Embora já estivesse no ordenamento celetista desde 2001, não havia regulamentação acerca dos indicadores da transcendência, afastando a necessidade de sua observância até a chegada da Lei nº 13.467/2017, a qual definiu referidos indicadores. Desse modo, o C. TST, no art. 19 da Instrução Normativa nº 41, estabelece que o exame de transcendência incidirá apenas nos "acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho publicados a partir de 11 de novembro de 2017, excluídas as decisões proferidas em embargos de declaração". (iv) – jurídica: A existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. Vê-se que a Corte Trabalhista excluiu as decisões proferidas nos embargos de declaração. Nesses casos, o C. TST entende que deverá ser observada a data da publicação da sentença ou do acórdão embargado, e não da decisão proferida nos embargos, quando eles não tiverem efeito modificativo. Por outro lado, sendo acolhidos os embargos de declaração com efeito modificativo, entende o Tribunal Superior do Trabalho que deve incidir a norma vigente na data da publicação da decisão dos embargos. Hipóteses de cabimento O recurso de revista serve para impugnar acórdão dos TRTs proferidos em grau de recurso ordinário. Isso significa que o recurso de revista somente caberá depois do julgamento desse recurso, impondo, dessa forma, que a demanda tenha se iniciado na Vara do Trabalho. É por isso que não cabe, como regra, recurso de revista de ação de competência originária dos Tribunais (exemplos: ação rescisória e dissídio coletivo). Da mesma forma, para o C. TST, não é cabível o recurso de revista de decisão proferida em agravo de instrumento (Súmula nº 218 do TST). O recurso de revista será cabível quando estiver demonstrada a: Divergência jurisprudencial Divergência jurisprudencial ou Violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. A divergência jurisprudencial é entendida como a existência de decisões conflitantes, ou seja, na análise de um dispositivo legal embasado em fatos idênticos ou semelhantes, cada tribunal o interpreta de modo diverso. A divergência jurisprudencial a legitimar o recurso de revista, nos termos das alíneas "a" e "b" do art. 896 da CLT, ocorre quando: Os Tribunais Regionais do Trabalho derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou quando contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. Os Tribunais Regionais do Trabalho derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do tribunal regional prolator da decisão recorrida interpretação divergente na forma da alínea “a”. Nesse ponto, é necessário frisar que a divergência deve se dar entre tribunais regionais diferentes, não servindo a divergência existente entre Turmas de um mesmo TRT (OJ nº 111 da SDI-I do TST). Isso ocorre porque o TST tem a função de unificar a jurisprudência nacional em sede de matéria trabalhista, afastando a dissidência entre os Tribunais Regionais. Já a divergência dentrodo mesmo tribunal é resolvida internamente por meio do incidente de uniformização, e não diretamente pelo recurso de revista. Por outro lado, será cabível o recurso de revista quando ele contrariar decisões da SDI (I ou II), assim como as súmulas e as orientações jurisprudenciais e precedentes normativos. Nesse sentido: OJ nº 219 da SDI — I do TST. Recurso de revista ou de embargos fundamentado em orientação jurisprudencial do TST. É válida, para efeito de conhecimento do recurso de revista ou de embargos, a invocação de orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razões recursais, conste o seu número ou conteúdo. (TST, OJ nº 219 da SDI - I) Ademais, pode ocorrer de uma empresa estar sediada em mais de um regional, de modo que uma norma estadual, uma convenção coletiva, um acordo coletivo, uma sentença normativa ou um regulamento de empresa seja interpretado de forma divergente pelos tribunais regionais. Somente terá cabimento o recurso de revista por divergência se a norma extrapolar o âmbito de, pelo menos, um Tribunal Regional (OJ nº 147 da 91-1 do TST). Portanto, o recurso de revista terá cabimento quando houver divergência de interpretação das seguintes normas: Divergências autorizadoras: Decisão recorrida Decisão divergente Decisão do TRT Decisão de outro TRT (pleno ou turma) Decisão do TRT Decisão da SDI Decisão do TRT Súmulas do TST, súmula vinculante do STF e orientações jurisprudenciais do TST Divergência jurisprudencial (MIESSA, 2019, p. 1073). A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, §7º). Já a comprovação da divergência jurisprudencial vem disposta no §8º do art. 896 da CLT, bem como na Súmula nº 337 do TST, in verbis: I. Para comprovação da divergência justi�cadora do recurso, é necessário que o recorrente: a. Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte o�cial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e b. Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à con�guração do dissídio, demonstrando o con�ito de teses que justi�que o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso; II. A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores; III. A mera indicação da data de publicação, em fonte o�cial, de aresto paradigma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos termos do item I, "a", desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o con�ito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a fundamentação do acórdão divergente, uma Por fim, consigne-se que, se a decisão recorrida resolver determinado item do pedido por diversos fundamentos, a jurisprudência transcrita terá de abranger a todos (Súmula nº 23 do TST). Incidente de uniformização trabalhista Os Tribunais são fragmentados em seções especializadas, turmas, câmaras etc. com a finalidade de agilizar a prestação jurisdicional. Contudo, essa fragmentação pode levar a entendimentos conflitantes, ganhando relevância o incidente de uniformização consistente em mecanismo de resolução das divergências jurisprudenciais existentes dentro do Tribunal (interna corporis). vez que só se publicam o dispositivo e a ementa dos acórdãos; IV. É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial justi�cadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório o�cial na internet, desde que o recorrente: (a) transcreva o trecho divergente; (b) aponte o sítio de onde foi extraído; e (c) decline o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. V. A existência do código de autenticidade na cópia, em formato PDF, do inteiro teor do aresto paradigma, juntada aos autos, torna- a equivalente ao documento original e também supre a ausência de indicação da fonte o�cial de publicação. Nesse contexto, estabelecia o art. 896, §3º, da CLT que: "§3º Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência e aplicarão, nas causas da competência da Justiça do Trabalho, no que couber, o incidente de uniformização de jurisprudência previsto nos termos do Capítulo I do Título IX do Livro I da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil)." Poderia ocorrer, no entanto, de o Tribunal Regional não realizar espontaneamente tal uniformização. Nesse caso, ganhavam relevância os 4º e 5º do art. 896 da CLT inseridos pela Lei nº 13.015/2014. Explicando melhor: antes dessa lei, o incidente de uniformização já era aplicável ao processo do trabalho, de modo que o art. 896, 3º, da CLT contemplava a obrigatoriedade de os Tribunais Regionais uniformizarem seu entendimento, mas, como não existia um controle superior, a uniformização passava a ser uma "faculdade" dos tribunais. Contudo, após o advento da referida lei, criou-se um mecanismo de imposição da uniformização, além de se dar origem a um incidente de uniformização diferenciado denominado incidente de uniformização trabalhista. Assim, estabelecia o art. 896, §§ 4º e 5º, da CLT: §4º Ao constatar, de ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, a existência de decisões atuais e conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema objeto de recurso de revista, o Tribunal Superior do Trabalho determinará o retorno dos autos à Corte de origem, a fim de que proceda à uniformização da jurisprudência. §5º A providência a que se refere o 40 deverá ser determinada pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho, ao emitir juízo de admissibilidade sobre o recurso de revista, ou pelo ministro relator, mediante decisões irrecorríveis. (CLT, art. 896, §§ 4º e 5º) Caso o TRT não fizesse a uniformização espontaneamente, o TST, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público do Trabalho, poderia determinar o retorno dos autos à origem para que se procedesse à uniformização quando existissem decisões atuais e conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema objeto de recurso de revista (CLT, art. 896, §4º). Criou-se, assim, um mecanismo de controle pelo C. TST, impondo a efetivação do §3º do art. 896 da CLT. No retorno dos autos ao Tribunal regional, a sedimentação do entendimento poderia ocorrer de duas formas: Súmulas Quando o entendimento decorrer da maioria absoluta dos membros que integram o Tribunal. Tese jurídica prevalente Quando o entendimento decorrer da maioria simples dos membros que integram o Tribunal. Após a sedimentação, o §6º do art. 896 declinava que: §6º Após o julgamento do incidente a que se refere o 30, unicamente a súmula regional ou a tese jurídica prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho servirá como paradigma para viabilizar o conhecimento do recurso de revista por divergência. (CLT, art. 896, §6º) O referido dispositivo buscava restringir o cabimento do recurso de revista, obstando a utilização de acórdãos regionais para demonstrar a divergência quando o tema já estivesse pacificado em súmula regional ou tese jurídica prevalente. Era, pois, um pressuposto de admissibilidade do recurso de revista. Embora essa sistemática tivesse sido criada em 2014 pela Lei nº 13.015/2014, o legislador, depois de três anos, simplesmente revogou os §§3º a 6º do art. 896 da CLT, eliminando esse mecanismo de controle exercido pelo TST, bem como o referido pressuposto para o cabimento do recurso de revista. Conquanto a Lei nº 13.467/2017 tenha revogado o incidente de uniformização de jurisprudência trabalhista,ela evidentemente não afastou o dever de os Tribunais uniformizarem sua jurisprudência, incidindo, subsidiariamente ao processo trabalho, o art. 926 do CPC/2015, o qual incumbiu os Tribunais de uniformizar "sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente", como advertiu o TST no art. 18, caput, da IN nº 41/2018. O mecanismo para implementar a uniformização precisa estar contemplado no regimento interno do Tribunal, o que vem previsto no art. 926, §1º, do CPC/2015, de modo que o incidente de uniformização de jurisprudência deve observar especialmente as diretrizes dos arts. 926, §2º, e 927, §1º a 5º, ambos do CPC/2015. Direito intertemporal A Lei nº 13.467/2017 revogou os §§3º a 6º do art. 896 da CLT que versavam sobre o incidente de uniformização trabalhista. Tais regras estavam ligadas, portanto, aos recursos. Na hipótese de recursos, o direito intertemporal é aplicado da seguinte forma: todos os pressupostos recursais, inclusive o cabimento, serão analisados à luz da lei velha (vigente na data da publicação da decisão), mas os trâmites processuais posteriores de processamento e julgamento seguirão a lei nova em decorrência da aplicação imediata da norma. Desse modo, como o incidente de uniformização é trâmite processual, a revogação promovida pela Lei nº 13.467/2017 deveria ter aplicação imediata. No entanto, o C. TST adotou duas sistemáticas diferentes acerca da aplicação dessa lei no presente caso: 1. Se o incidente de uniformização foi suscitado ou iniciado antes da vigência da Violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal Além da divergência jurisprudencial, o recurso de revista será cabível quando a decisão do tribunal regional for proferida em violação literal à disposição de lei federal ou afrontar direta e literalmente a Constituição Federal. No processo do trabalho, o recurso de revista poderá abranger legislação infraconstitucional e norma constitucional. Ele difere, portanto, do processo civil, em que o recurso é bifurcado, já que as violações à legislação infraconstitucional são remetidas ao STJ por meio do recurso especial, enquanto as afrontas à Constituição Federal são encaminhadas ao STF por intermédio do recurso extraordinário. Lei nº 13.467/2017 no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho ou por iniciativa de decisão do Tribunal Superior do Trabalho, continuam a ser observados os dispositivos que eram vigentes na data da interposição do recurso, ou seja, os §§3º a 6º do art. 896 serão aplicados, tendo e�cácia obrigatória a tese jurídica prevalente ou a súmula criada em decorrência do incidente (TST-IN nº 41, art. 18, §§1º e 3º ); A sistemática idealizada pelo C. TST é que, já tendo sido iniciado ou suscitado o incidente, ele não perde seu objeto com a chegada da Lei nº 13.467/2017, devendo ser julgado. 2. Caso o recurso de revista ou o agravo de instrumento no âmbito do TST esteja concluso com o relator e ainda não tenha sido julgado até a entrada em vigor da Lei nº 13.467/17, não se aplicam as disposições dos §§3º a 6º do art. 896 da CLT. Na seara laboral, porém, primeiramente se exaure toda a jurisdição trabalhista e, somente após, caso persista a violação à Constituição Federal, é admitido o recurso extraordinário ao STF. Nessa hipótese, o recorrente tem indicar expressamente o dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado (Súmula nº 221 do TST). Não se exige, porém, que a parte utilize as expressões "contrariar", "ferir", "violar" etc. (OJ nº 257 da SDI-I do TST). É importante destacar que, na violação de norma constitucional, o recorrente precisa demonstrar a afronta direta ao comando legal, vedando-se a ofensa indireta ou reflexa da norma constitucional. A ofensa indireta ou reflexa ocorre quando o recorrente tem de invocar uma norma infraconstitucional para chegar à norma constitucional. Nesse caso, não será admitido o recurso de revista, bem como o extraordinário (Súmula nº 636 do STF). Portanto, caso ocorra a violação reflexa da norma constitucional, o recorrente deverá invocar o dispositivo infraconstitucional tido por violado para que seu recurso seja cabível, sendo insuficiente (ou desnecessária) a indicação do dispositivo constitucional. Rito sumaríssimo Nas causas sujeitas ao rito sumaríssimo, somente se admite o recurso de revista por: Contrariedade à súmula do TST Contrariedade à súmula vinculante do STF Desse modo, não caberá recurso de revista no rito sumaríssimo quando: Fase de execução Na fase de execução, o cabimento do recurso de revista é ainda mais restrito, sendo admitido apenas quando houver ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal (CLT, art. 896, §2º). A Súmula nº 266 do TST aponta para a mesma direção: Súmula nº 266 do TST. Recurso de revista. Admissibilidade. Execução de sentença. A admissibilidade do recurso de revista interposto de Violação direta da Constituição da República (CLT, art. 896, §9º). Violar lei federal; Houver divergência jurisprudencial; Contrariar orientação jurisprudencial do TST (Súmula 442 do TST). acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal. (TST, Súmula nº 266) Essa é a regra. No entanto, é importante observar que a Lei nº 13.015/2014 ampliou o cabimento do recurso de revista na fase de execução em duas hipóteses: Nesses dois casos, o recurso de revista será cabível: Por violação à lei federal Divergência jurisprudencial Execução �scal; Controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT). Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Aponte a alternativa correta em relação ao requisito de transcendência que, nos termos da CLT, deve ser identificado no recurso de revista. Parabéns! A alternativa D está correta. Art. 896 - A § 2º Poderá o relator monocraticamente denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado. Questão 2 Assinale a alternativa que trata corretamente do sistema recursal trabalhista nos termos da CLT. A Os indicadores de transcendência de natureza econômica, política, social ou jurídica são taxativos. B Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência durante quinze minutos em sessão. C Os indicadores de transcendência de natureza econômica, política, social ou jurídica são cumulativos. D Poderá o relator monocraticamente denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo dessa decisão para o colegiado. E Quanto à transcendência social, o recorrente não poderá postular direito social já garantido pela Constituição Federal. No Tribunal Superior do Trabalho, o ministro relator denegará seguimento aos embargos se a decisão Parabéns! A alternativa C está correta. Art. 896 CLT - Cabe recurso de revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: [...] A recorrida estiver em discordância com súmula da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. B No Tribunal Superior do Trabalho, cabem embargos de decisão unânime de julgamento que conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho. C Cabe recurso de revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando proferidas comviolação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. D Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, exceto em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá recurso de revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. E A decisão firmada em recurso repetitivo será aplicada aos casos em que se demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes no processo julgado sob o rito dos recursos repetitivos. b) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. Considerações �nais O conteúdo trazido neste material orienta acerca da identificação e aplicação dos recursos existentes no direito processual do trabalho. Os recursos trabalhistas apresentam uma função importantíssima, cujo objetivo é que a parte possa obter o reexame da matéria já debatida por determinado órgão judicial. Isso possibilita que a decisão prolatada seja revista (e possivelmente reformada) dentro da mesma relação processual por um órgão hierarquicamente superior. Podcast Neste podcast, vamos abordar os recursos cabíveis aos Tribunais Superiores no processo do trabalho, explicando o prequestionamento e a transcendência no recurso de revista. Explore + Para entender mais sobre os assuntos tratados aqui, sugerimos os seguintes vídeos, ambos disponíveis no YouTube: Live Embargos à execução, apresentado por Élisson Miessa e Carolina Tupinambá. Jurisprudência do STF em matéria de execução, apresentado por Antonio Umberto e Carolina Tupinambá. Referências BEZERRA LEITE, C. H. Curso de Direito Processual do trabalho.16. ed. São Paulo: Saraiva. 2018. MIESSA, E. Processo do trabalho. 7. ed. São Paulo: Juspodvim, 2019. TEIXEIRA FILHO, M. A. Sistema dos recursos trabalhistas. São Paulo: LTr, 1991. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()