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SCAPS - SITUAÇÃO PROBLEMA

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SCAPS: SITUAÇÃO PROBLEMA – PROVA ORAL
Um dos maiores feitos da humanidade foi a ampliação do tempo de vida, que se fez acompanhar da melhora substancial dos parâmetros de saúde das populações, ainda que essas conquistas estejam longe de se distribuir de forma equitativa nos diferentes países e contextos socioeconômicos. 
Este fenômeno, do alongamento do tempo de vida, ocorreu inicialmente em países desenvolvidos, porém, mais recentemente, é nos países em desenvolvimento que o envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada.
Estudo aponta que o país mais envelhecido em 2020 é o Japão, com 28,4% da população idosa, seguido da Itália: 23,3%. No Brasil, o número de idosos (≥ 60 anos de idade) passou de 3 milhões em 1960, para 7 milhões em 1975, e 14 milhões em 2002 (um aumento de 500% em quarenta anos) e deverá alcançar 32 milhões em 2020. Em países como a Bélgica, por exemplo, foram necessários cem anos para que a população idosa dobrasse de tamanho. Um dos resultados dessa dinâmica é a demanda crescente por serviços de saúde (SANTOS, 2020).
Além disso, o estudo revela as principais causas de mortalidade da pessoa idosa no Brasil, como as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que são caracterizadas por afecções que vêm mudando o panorama epidemiológico, como revela o gráfico abaixo.
* As doenças crônicas não transmissíveis constituem o maior problema global de saúde e estão relacionadas com número elevado de mortes prematuras e perda de qualidade de vida com alto grau de limitação e incapacidade, além de impactos econômicos para as famílias, as comunidades e a sociedade em geral. 
* As DCNT atingem indivíduos de todas as camadas socioeconômicas e de maneira mais intensa aqueles pertencentes a grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixas escolaridade e renda.
As DCNT constituem um relevante problema de saúde pública, pois resultam em incapacidades para atividades cotidianas e, consequentemente, diminuição da qualidade de vida. Dentre as doenças, segundo a literatura científica, a maioria dos óbitos é decorrente das doenças do aparelho circulatório, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas, respectivamente. Estudos nacionais, e internacionais, conduzidos na Espanha, evidenciaram que a hipertensão arterial foi a doença mais frequente no seguimento dos idosos (BARBOSA et al., 2020).
* Os custos diretos correspondem aos gastos com assistência médica, medicamentos, internações, exames, procedimentos, fisioterapia e reabilitação. Os custos indiretos estão ligados a perdas na produção e na renda, à perda de produtividade e de empregos e em razão de absenteísmos. Os custos intangíveis são difíceis de estimar e referem-se a renda familiar, cuidados informais e outros.
* DCNT caracterizam-se por apresentarem: Etiologia múltipla; Muitos fatores de risco; Longo período de latência; Origem não infecciosa; Associação com incapacidades; História natural prolongada; Longo curso assintomático; São muito influenciadas pelas condições de vida e não unicamente resultado das escolhas dos indivíduos; Necessitam de abordagem sistemática para o tratamento, exigindo novas estratégias dos serviços de saúde.
* OMS inclui como DCNT: a) Doenças circulatórias: cérebro vasculares e cardiovasculares; b) Neoplasias; c) Respiratórias crônicas (enfisema e bronquite); d) Diabetes mellitus. 
* Esse conjunto de doenças compartilham os mesmos fatores de risco, possibilitando uma abordagem comum.
	Já em relação às diferenças entre os sexos, estudo internacional realizado na Espanha verificou as morbidades mais frequentes em homens, sendo a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças cardíacas, isquemia e câncer; enquanto que para as mulheres a demência, depressão, asma, dislipidemia e hipertensão arterial. Além disso, o estudo evidenciou que a população idosa sofre com dupla carga de doenças crônicas como infectocontagiosas (SOUZA NETO et al., 2019).
* O envelhecimento populacional e a redução das causas de morte por desnutrição, doenças infecciosas e parasitárias, maternoinfantis, além do crescimento acelerado das mortes por doenças crônicas e causas externas vêm delineando um novo cenário para a atuação da política pública.
* A elaboração de ações e orientações sobre alimentação saudável, prática de atividade física, saúde sexual, prevenção de quedas, e violência, estabelecimento de vínculos afetivos saudáveis entre outros, contribuem para a manutenção da capacidade funcional das pessoas pelo maior tempo possível, além de impactar na mortalidade. Um dos principais desafios apresentados aos profissionais e gestores públicos, é a inclusão do tema nas agendas técnica e política, a criação de indicadores de saúde que qualifiquem o acompanhamento longitudinal, assim como o registro deste acompanhamento nos sistemas oficiais.
	Estudo epidemiológico que refere essa dupla carga de doença revela que dentre as inúmeras afecções que acomete a pessoa idosa está o H1N1 em que leva a números crescentes de mortalidade, como revela os informes do boletim epidemiológico (BRASIL, 2019).
* O modo de transmissão do vírus Influenza A em humanos, incluindo o H1N1 de origem suína, ocorre principalmente através da disseminação de gotículas e, possivelmente, de pequenas partículas de gotículas, expelidas quando as pessoas tossem. Há também o potencial para transmissão através de contato com fômites contaminados com materiais respiratórios ou gastrintestinais.
* Vacina contra o vírus Influenza H1N1, além de medidas preventivas gerais como lavar (higienizar) com frequência as mãos, usar lenço descartável para higiene nasal, encobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, evitar aglomerações em locais fechados. 
* Fatores de risco para as doenças infectocontagiosas: falta de saneamento básico, pobreza, baixa escolaridade (e, consequentemente, baixo acesso à informação), residir em áreas endêmicas, entre outros.
Evidencia-se por meio dos dados supracitados que a população idosa está vinculada a uma dupla carga de doença e que o momento refere a uma transição epidemiológica. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 5.570 municípios brasileiros em 2018, 531 cidades possuem Índice de Envelhecimento (IE) acima de 100, sendo, portanto, municípios envelhecidos. E apresentando destaque para o Município de Santana no Amapá (AP), que apresenta uma população de 119.610 mil/Hab, e com uma população idosa de 15%. E que a taxa de mortalidade infantil está 17,94/1000 nascidos vivos; A expectativa de vida é de 68 anos, e que a taxa de mortalidade de pessoas idosas está dividida por doenças infectocontagiosas 35% e 24% DCNT.
No que tange aos serviços de saúde ofertados no município, observa no gráfico a distribuição e o impacto que o aumento dos serviços ocasionou a população idosa.
	O município de Santana é composto por diversos bairros e distritos. No bairro Catavento reside a família Alves, composta por 6 pessoas: Regina, 41 anos, que tem três filhos: Karina 17 anos, Ketlyn 13 anos, e Breno 5 anos. Os pais de Regina residem com a família há 6 meses devido a dificuldades financeiras e necessidades de maiores cuidados. Dona Genésia tem 74 anos e Seu Tácio tem 78 anos, ambos hipertensos, e Regina é a única filha do casal.
	Os idosos possuem, ambos, suas respectivas cadernetas e são acompanhados pela Equipe da UBS que fica a quase 1km da casa deles. Dona Genésia apresenta problemas de memória e Seu Tácio tem uma pinta nas costas aguardando avaliação do especialista. Durante as visitas, o médico percebe as condições precárias de higiene dos idosos. 
Certo dia, seu Tácio apresenta febre alta, dor torácica e muita tosse e Regina oferece analgésicos e chás caseiros, informado ao mesmo que a vizinha, Dona Francisca, apresentou sintomas parecidos e que tal chá resolveria a situação (educação popular). Os sintomas pioram em três dias e Tácio sente cansaço, dor de cabeça, além de apresentar diarréia.
* Todas as pessoas, mesmo as mais oprimidas e marginalizadas, têmuma busca criativa de melhoria de suas vidas, acumulando saberes e experiências, os quais necessitam ser valorizados e considerados no fazer educativo.
* É instrumento para uma abordagem mais integral na assistência à saúde, pois agrega dimensões políticas, econômicas e culturais nas soluções construídas e fortalece o protagonismo social das pessoas envolvidas.
* Ela coloca o trabalho cotidiano em saúde à serviço do fortalecimento da democracia, da justiça e da solidariedade social.
* O saber popular não pode ser destituído de validez e importância.
	A família ficou muito preocupada, pois Tácio não conseguia sair da cama nem para fumar, normalmente fumava de 5 a 15 cigarros por dia. Regina, muito aflita com a situação, acompanha o pai até a UBS. O médico atende, e imediatamente repara que no rosto e braços de Tácio há marcas de arranhões, equimoses nos braços e hematoma periorbital à D.
* O Estatuto do Idoso considera violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico Notificação Compulsória seja suspeita ou confirmação. 
* Possibilidade de queda: 1 a cada três idosos tem histórico de uma queda ao ano; sexo masculino e no período noturno; orientações quanto à casa segura. 
	Ao realizar o exame físico de Tácio o médico constata: Peso: 67 kg, Estatura: 1,60 m, REG, tremor, cefaleia intensa, descorado ++/4+, desidratado +++/4+, pele ressecada e com turgor diminuído, T 39,1ºC, FR 22 ipm, FC 105 bpm, PA: 140x80mmHg. 
Orientado em tempo e espaço, apresenta crânio simétrico, cabelos oleosos e com sujidade, edema palpebral em ambos os olhos, pupilas isocóricas e fotorreagentes, nariz com secreção amarelada e sem desvio de septo, refere ausência de paladar, pavilhão auricular com sujidade e cerume, halitose, língua saburrosa e dentes cariados, traqueia móvel, tireoide preservada, linfonodos cervicais e submandibulares palpáveis, presença de discreta estase jugular, BRNF 2T s/s, ictus cordis palpável, tórax com expansibilidade diminuída bilateralmente, ausculta pulmonar com roncos e estertores difusos, abdome plano, RHA + e hiperativos, percussão com som timpânico em QIE e maciço QSD, indolor a palpação profunda, DB negativo e sem visceromegalias, pulsos periféricos finos e regular perfusão periférica.
Diurese presente, segundo informações de aspecto amarelo concentrado e evacuação presentes - diarreia líquida, 8 episódios hoje. Apresenta força motora grau 2 em MMSS e MMII, sensibilidade tátil preservada, deambulação e marcha não-preservadas. E assim, categoriza seu Tácio com um idoso pré-frágil.
* A Avaliação Multidimensional do Idoso permite o reconhecimento das demandas biopsicossociais do indivíduo, ou seja, o diagnóstico de suas condições de saúde agudas e/ou crônicas.
* A avaliação multidimensional da pessoa idosa na Atenção Básica consiste de etapas processuais e complementares com a aplicação de questionários e testes (possibilidade de utilizar escalas e testes que permitem quantificar o grau de incapacidade).
* Pontuação de 6 a 10 na avaliação do AMPI-AB Idoso pré-frágil Maior risco de fragilização e perda funcional, cuidados de baixa e média complexidade, UBS + Atenção Especializada. 
* Necessidade de reaplicação do AMPI-AB após 6 meses. 
* Por mais que sua pontuação seja menor que 11 pontos, pelo fato do paciente apresentar alteração de marcha ele está incluso nos critérios para encaminhamento para URSI.
	Assim, o médico de imediato encaminha seu Tácio ao serviço hospitalar. Chegando na unidade, os familiares são informados que não tem vaga e ficará no corredor a espera de uma vaga. 
A situação fica cada vez mais grave e seu Tácio precisa ser encaminhado à UTI. Chegando à UTI, o médico realiza de imediato uma traqueostomia no paciente, e insere um dreno de tórax. Lembrando que seu Tácio não fez qualquer tipo de exame radiológico, e que estava em ar ambiente. 
	Após 05 dias internado, seu Tácio vai a óbito e a família é informada pelo setor administrativo do hospital. Dona Genésia, após a morte do esposo, se isola e não sai mais de casa, nem mesmo para regar suas plantas no quintal de casa. E depois de 15 dias, Genésia não sai mais da cama, ficando dependente dos cuidadores. A família solicita uma visita do Médico da ESF/UBS e o mesmo apenas refere “É só esperar”.
* Ausência de implementação do Método Clínico Centrado na Pessoa/Família.

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