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DIREITO CIVIL
INTRODUÇÃO E DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL
1.a. Decreto-Lei nº 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). Fontes do direito. Complexidade do ordenamento jurídico. Diálogo entre as fontes normativas. Direito Civil Constitucional. Eficácia dos tratados internacionais para o Direito Civil.
	 Dia de estudar a LINDB - foco doutrina (conceitos) e lei seca (demais
assuntos).
 Natureza de lei geral da LINDB.
 Vigência da norma e vacatio legis. Vigência da lei no território nacional. Alteração da norma no período de vacatio legis.
 Formas de integração das leis. Cuidado com costume (elementos) e analogia.
 Fontes normativas não estatais (ordenamentos indígenas, por exemplo).
 Retroatividade X irretroatividade. Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
 Leitura das normas de direito internacional privado previstas na LINDB (eficácia da lei no espaço). Aprendam os critérios que definem a aplicação da lei brasileira (local da celebração do casamento, local do domicílio, dentre outros).
 Atenção para as mudanças operadas na LINDB. Tratam-se de normas interpretativas (Lei 13.655/2018) e que serão utilizadas especialmente no direito administrativo, mas como foram incluídas na LINDB podem também ser cobradas em direito civil. As mudanças são polêmicas, e tendem a chamar a atenção dos examinadores.
 Foco na leitura da LINDB.
	INTRODUÇÃO. HISTÓRICO. Código Civil Francês 1804. Primeiro CC da modernidade, afastando-se do Direito Romano. Revolução Francesa. Liberdade, igualdade e fraternidade. Combate ao absolutismo. Individualismo e patrimonialismo (autonomia da vontade e propriedade). Código Alemão de 1896 (BGB). Segundo grande CC moderno. Mesmos valores.
Brasil. 1824. 1ª CF – Imperial, determinava CC, que não foi feito. 1º CC – 1916. Beviláqua. Influenciado pelo Francês e Alemão. Não fazia parte da ordem constitucional, que só se preocupava com D. Público, que não se misturava com D. Privado. Cartas Políticas (organizavam politicamente e administrativamente o Estado). Em caso de omissão do CC, a lacuna era suprida por microssistemas jurídicos (normas que complementavam o CC: Código de Águas, Minas, Estatuto da Mulher Casada).
CF 88. Constitucionalização do Direito Civil / Publicização da Relação Privada / Direito Civil Constitucionalizado. Redefinição do modelo de D. Civil.
	Constitucionalização do Direito Civil
	Publicização do Direito Civil
	Fundamento de validade do Direito Civil está na Constituição Federal. Migração de institutos de Direito Civil para norma constitucional. Sistematicidade. Hermenêutica Constitucional. Neoconstitucionalismo. 
	Prevalência do interesse público sobre o interesse privado. Intervenção estatal. Eficácia horizontal dos direitos fundamentais. (a) agências regulatórias; (b) direito do trabalho; (c) cláusulas gerais e condições gerais de contrato.
Constitucionalização do direito civil: é tanto a inclusão de temas de D. Civil no texto constitucional (CF prolixa; analítica) como a interpretação do D. Civil à luz da CF (filtragem constitucional: compatibilidade material com a CF). O exemplo mais mencionado é a mudança de paradigma decorrente da constitucionalização, de D. Civil patrimonialista para D. Civil personalista, isto é, a publicização do D. Civil à luz da dignidade da pessoa humana. Outro exemplo é a inserção da função social da propriedade na CF, exigindo a conformação do exercício desse direito com interesses coletivos, sociais, ambientais. Outro exemplo é o paradigma do afeto nas relações familiares. Direito à alteração do prenome sem cirurgia/decisão judicial, em interpretação conforme à CF/CADH do princípio da imutabilidade (relativa) do nome (STF + CIDH, OC24), prevalecendo a autonomia privada, identidade e projeto de vida da pessoa.
Sobre a inserção de temas de D. Civil na CF, bem como a aplicação da hermenêutica constitucional a esses temas, deve ser dada interpretação sistemática, máxima efetividade, unitária e conforme aos direitos fundamentais (dignidade, liberdade, autonomia, não discriminação) a essas normas. É o que fundamenta a releitura do casamento “entre homem e mulher”.
Constitucionalização. CF trouxe valores humanistas:
a) Dignidade: superprincípio. Fenômeno da personalização do D. Civil: valorização da pessoa humana em detrimento do patrimônio.
b) solidariedade social e erradicação da pobreza; 
c) liberdade; isonomia e igualdade material.
Para concretizá-los, o CC elegeu como princípios:
a) ETICIDADE: ótica kantiana. Respeito pelo semelhante. Confiança. Boa-fé objetiva.
b) SOCIALIDADE: superação do caráter individualista. Função social do contrato e da propriedade.
c) OPERABILIDADE: (1) simplicidade; (2) efetividade.
Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais. Eficácia horizontal imediata. Reconhecimento da existência e aplicação dos direitos que protegem a pessoa nas relações entre particulares. Um meio de irradiação dos DFs para as relações privadas ou uma ponte infraconstitucional seriam as cláusulas gerais (Generalklausel).
a) Caso da Associação dos Compositores do Brasil: expulsão de membros sem devido processo legal.
b) Caso Air France: estatutos diferentes para trabalhadores franceses e brasileiros, prejudicando estes. Isonomia.
Diálogo das Fontes. Alemanha: Erik Jayme. Brasil: Cláudia Lima Marques. Normas jurídicas não se excluem porque pertencentes a ramos distintos, mas se complementam. Visão unitária do ordenamento jurídico. Possibilidade de aplicar uma norma geral a uma relação privada regida por norma especial, quando a norma geral for mais favorável. Afastamento da norma especial é episódico. Ex.: aplicação concomitante do CC/CDC/CPC. Três diálogos possíveis:
a) Diálogo Sistemático de Coerência: uma lei serve de base conceitual para a outra quando da aplicação simultânea de leis (conceitos de contratos em espécie do CC mesmo sendo um contrato consumerista)
b) Diálogo de Complementaridade (DIRETO) ou Diálogo de Subsidiariedade (INDIRETO): uma norma completa outra durante a aplicação coordenada de duas leis. (cláusulas abusivas em contrato de adesão, CDC, 51 e CC, 424)
c) Diálogos de Influências Recíprocas Sistemáticas: conceitos estruturais de uma lei sofrem influências de outra.
Propriedade de terras indígenas: a propriedade é da União. Os índios têm a posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo. Qual é a natureza jurídica do procedimento demarcatório? DECLARATÓRIO. Reconhece uma relação já existente. 
Súmula 650
Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.
· Exceto se houver esbulho renitente.
Capacidade civil dos indígenas: CC remete ao EI. EI foi editado na década de 50, sob o paradigma da integração, assimilação da cultura indígena pela majoritária. Isso não é aceito pela CF88 (MPF). Prevalece o paradigma do multiculturalismo. CF protege diferentes manifestações culturais. Essa relação de integração é discriminatória, ideia de que a cultura indígena tem que ser absorvida, dominada, pela cultura dominante. A CF consagrou um Estado pluriétnico, multicultural, que protege as peculiaridades culturais e cidadania plena dos indígenas pela mera condição de indígena. Eventualmente pode ocorrer ERRO/COAÇÃO, por não ter compreensão, o que adentra nos vícios no negócio jurídico, e não em função da condição indígena. 
1 - NATUREZA DA LINDB: Lex Legum. Postulado normativo. Normas de aplicação. Normas de sobredireito (e não sobre o comportamento humano), aplicando-se sobre todos os ramos (universal e autônoma ao CC).
2 - ESTRUTURAÇÃO DA LINDB. A) Vigência; B) Obrigatoriedade; C) Integração Normativa ou Colmatação de Lacunas; D) Interpretação das Normas ou Função Social das Normas; E) Aplicação das normas no Tempo ou Direito Intertemporal; F) Aplicação da Lei no Espaço, Direito Espacial ou Direito Internacional; G) Interpretação pelos agentes públicos ou normas sobre segurança jurídica e eficiência na criação e aplicação do direitopúblico (Lei 13.665/18).
3 – VIGÊNCIA NORMATIVA: 
Planos da norma: conclui-se o devido processo legislativo constitucional com a promulgação da norma, ato que lhe confere EXISTÊNCIA e VALIDADE (lei promulgada possui presunção relativa de compatibilidade com o ordenamento, formal e material). Promulgação é o nascimento da lei em sentido amplo, o ato solene que atesta a existência da lei. Publicação é a exigência necessária para entrada em vigor da lei (pois dá publicidade: prazos para a vigência são contados a partir da publicação da lei). O vigor corresponde ao plano de EFICÁCIA (produção de efeitos).
Mas a publicação é suficiente para o vigor normativo? Pela regra geral, não: haverá um lapso temporal no qual a norma será existente e válida, mas não eficaz. Trata-se do vacacio legis (vacância): (a) 45 dias no território nacional e (b) 3 meses para o estrangeiro. São prazos gerais, pois a pode a norma autodeclarar prazo diverso, inclusive prazo diverso para situações diversas e prazo imediato para pequena repercussão social.
· Vacatio se aplica a regulamentos e decretos administrativos? Não, salvo disposição.
Contagem (norma especial): inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente a sua consumação integral. 
· A lei pode se autodeclarar em vigor na data da publicação? Sim, desde que norma de pequena repercussão social. Mas como o conceito é vago muitas normas com repercussão se autodeclaram de vigência imediata.
· A lei pode prever vacância em anos/meses? LC 95/98 exige dias, mas o próprio CC constou ano. STJ/Enunciado 164 da CJF decidiram pela contagem igual LINDB (publicou 11/01/2002 e vigor 11/01/2003.
· Essa eficácia poderá ser absoluta (Código Civil) ou relativa (p. da anualidade do processo eleitoral: vigor na publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência).
· Há quem diferencie vigor e vigência (CESPE não). Vigor é a qualidade da lei em produzir efeitos jurídicos, ainda que a lei tenha sido revogada. Por exemplo, o CC/16 está revogado, mas ele ainda tem vigor porque produz efeitos. A vigência, a seu turno, é o tempo de duração normativa/período de validade. O Código Civil de 1916 não é mais vigente, mas está em vigor.
· Quando se inicia a vacatio em caso de veto parcial? Da sanção, para parte aprovada. Da promulgação pelo legislativo, para parte vetada.
Alteração Do Texto: Pode a norma ser corrigida no vacatio legis? A correção demanda nova publicação, com novo vacatio legis, reiniciado do zero (interrupção). Correção de falhas de grafia? Também interrompe. E se a correção for parcial? Interrupção apenas para o trecho corrigido. Correção a texto de lei em vigor? Lei nova. Caso CPC: Própria norma falou que não interromperia.
O que é eficácia normativa? Aptidão genérica de uma norma produzir efeitos. (a) social: produção concreta de efeitos; (b) técnica: possibilidade de produzir efeitos, mas não necessariamente produz (ex.: ineficácia social); (c) de bloqueio: objeto da norma é bloquear a ocorrência de certas condutas; (d) de programa: visam atingir determinado objetivo; (e) de resguardo: assegurar conduta desejada. Que poderá ser (1) eficácia plena: função eficácia imediatamente concretizada; (2) eficácia limitada: há necessidade de outra norma para realização da eficácia completa; (3) eficácia contida: inicialmente, plena, sendo possível a restrição.
Princípio da continuidade ou permanência: até quando vigorará? Até que outra a torne total (ab-rogação) ou parcialmente (derrogação) ineficaz, por meio da revogação por uma norma que (1) expressamente o declare; (2) seja com ela incompatível; (3) regule inteiramente a matéria. 
Há duas exceções ao princípio da continuidade: (1) leis temporárias: possuem prazo de validade previamente ajustado (2) leis circunstanciais: vigem enquanto durar determinada situação. 
Ainda, pode haver a aplicação da norma revogada pela ultra-atividade (pós-eficácia; pós-atividade), como (a) na sucessão aberta na vigência do CC16 (princípio droit de saisine: aplica-se a lei da época de sua abertura, com a morte). Por isso a Súmula 112 STF determina aplicação da alíquota do ITCMD do momento da morte. (b) em leis temporárias ou circunstanciais (ex.: avaliação da legalidade da destinação de recursos segundo o PPA do período, e não o atual); (c) aplicação em ações não sentenciadas dos procedimentos sumário e especiais revogados no NCPC; (d) direito adquirido à enfiteuse; (e) leis revogadas continuam sendo aplicadas para regular a existência e a validade dos negócios jurídicos de sua época (art. 2.035 CC).
Repristinação: salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Portanto, há duas exceções: (1) disposição expressa; (2) declaração abstrata de inconstitucionalidade** (ex tunc ou ex nunc, neste a depender).
· STF/CLÉVE: “efeito repristinatório é 'o fenômeno da reentrada em vigor da norma aparentemente revogada. Já a repristinação, instituto distinto, substanciaria a reentrada em vigor da norma efetivamente revogada em função da revogação (mas não anulação) da norma revogadora”. É EFEITO: (A) efeito oblíquo ou indireto da decisão em controle concentrado de constitucionalidade; e da (B) reprodução do texto normativo por uma nova lei.
· STF: Norma produzida na CF46, não recepcionada pela CF67 e que se torna compatível com a CF88 não repristina automaticamente, salvo disposição em contrário.
Conflito das leis no tempo: 
	Art. 6º A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que efetuou.
	Todos os seus elementos constitutivos já se verificaram e ele não depende de mais nada, já tendo eficácia plena, é o ato consumado, segundo a lei vigente à época. A lei nova não pode alcançar nem mesmo os seus efeitos futuros.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
	Já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, seja por se ter realizado o termo ou implementado condição necessária.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
Conflitos de normas ou Antinomias: Bobbio busca critérios metajurídicos hierarquiazados para solução de antinomias de 1º grau (quando normas conflitantes encontram-se aparentemente em vigor): (1º) Hierárquico; (2º) Especialidade (é possível que ambas vigorem; lei geral não revoga especial); (3º) Cronológico. 
Mas há antinomias de 2º grau (quando os próprios critérios metajurídicos colidem) para as quais Bobbio sugere meta-regras: (a) especial anterior > geral posterior; (b) superior anterior > inferior posterior; (c) geral superior > especial inferior (com a ressalva da letra de lei de que geral não revoga especial).
	ANTINOMIA SIMPLES OU APARENTE OU DE 1º GRAU
	ANTINOMIA REAL OU DE 2º GRAU
	Existe norma.
Usa-se apenas um dos critérios.
pressupõem a existência de critérios que permitam sua solução. Constatada a existência de antinomias aparentes, cumpre ao operador jurídico conhecer os critérios que podem ser utilizados na solução do impasse ocasionado entre as normas aparentemente incompatíveis, eis que não demonstram verdadeiramente inconsistência do ordenamento jurídico.	
	Há de se criar uma norma, tendo em vista que não há uma que se aplique ao caso.
Demanda método de integração
pressupõem um conflito ou uma colisão entre normas jurídicas, que se excluem reciprocamente, por ser impossível remover a contradição com os critérios existentes no ordenamento jurídico, até mesmo porque esses são conflituosos.
Incidirá mais de um dos critérios ao mesmo tempo, gerando uma contradição. Ex.: lei posterior de caráter geral e uma lei anterior de caráter especial.
	Ex.: Art. 14 do CC (lei nova)e art. 4º da lei 9434/97 (lei especial):
a) CC – É válida disposição gratuita do próprio corpo.
b) Lei Especial – Dependerá de autorização do cônjuge ou parente até 2º grau.
Solução Majoritária: Enunciado 277 CJ: manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da lei 9434 ficou restrita à hipótese de silencio do potencial doador.
Obs.: Ministério da Saúde tem posicionamento contrário.
3 – OBRIGATORIEDADE DAS NORMAS. Princípio da Obrigatoriedade ou eficácia geral: ainda que desconheçam. Em decorrência deste princípio, iura novit curia, salvo direito municipal, estadual, estrangeirou ou consuetudinário (NCPC, 376). É uma presunção relativa, segundo a Teoria da Necessidade Social. Em decorrência dessa exceção, reconhece-se o erro de direito na Lei de Contravenções Penais (isenção da pena, se escusável); no CP é atenuante da pena; no CC há o casamento putativo, nulo ou anulável, cujos efeitos são aproveitados ao de boa-fé e há o erro de direito como uma das hipóteses de erro capaz de gerar a anulabilidade do negócio jurídico, quando o vício de consentimento é substancial, não configure recusa da aplicação da lei, mas desconhecimento, e seja o motivo único ou principal do negócio. Ex. de erro de direito: comprei imóvel para construir e descubro ser área não edificante ou testamento feito por menor de 16.
ou Vigência Sincrônica: vigorar & Sistema da Obrigatoriedade Simultânea em “em todos país”.
4 – FONTES DO DIREITO & INTEGRAÇÃO NORMATIVA. 
FONTES - A ideia de fontes formais do Direito coaduna-se com a teoria positivista de Kelsen de modo que as fontes seriam o fundamento de validade da norma em um sistema jurídico puro, a partir da norma hipotética fundamental (CF). A partir do primado da lei (civil law), o juiz deve aplicar a lei para solução dos conflitos e, nas lacunas, a analogia, costume e princípios gerais do direito (fontes formais, que podem ser estatais ou não estatais). A ideia de fontes materiais diz respeito a interferência dos fenômenos sociais, culturais, religiosos, econômicos, filosóficos etc. na origem do direito.
Lei: assim como a fonte de um rio não é a água que brota, mas o manancial, a lei não representa a origem, porém o resultado da atividade legislativa, isto é, a lei é a manifestação do direito, não sua fonte. Assim, a verdadeira fonte primária é o devido processo legislativo previsto no art. 59 CF. Leis são: gerais e impessoais; imperativas; autorizativas da reparação; trato diferido no tempo (princípio da continuidade); estatais.
a) Classificações:
a. Quanto à imperatividade: pode ser indisponível (cogente, imperativa, de ordem pública, que geram nulidade absoluta) ou disponível (não cogentes, imperativa-relativa, supletivo ou dispositivo)
b. Quanto à intensidade da sanção prevista: mais que perfeitas (duas sanções); perfeitas (uma sanção); menos que perfeitas (não prescrevem nenhum tipo de invalidade do ato, no máximo uma consequência, como separação obrigatória aos que não devem casar); imperfeitas (nenhuma consequência) 
c. Quanto à natureza Jurídica: materiais ou substantivas vs. Processuais ou adjetivas.
d. Quanto à hierarquia: (1) constitucionais; (2) complementares ou ordinárias; (3) leis delegadas; (4) medidas provisórias.
e. Quanto ao alcance: gerais ou especiais.
Espécies de normas: primeiramente, é preciso compreender que no panorama pós-positivista eleito pela Constituição de 1988, houve uma valorização dos princípios, que ganham status de normas jurídicas, o que se compreende à luz dos modelos de Dworkin e Alexy que revelam uma distinção qualitativa (estrutural) entre princípios e regras (diferentemente da distinção quantitativa de Karl Larenz e Canaris, segundo a qual princípios só são mais abstratos).
	Dworkin
	Alexy
	Importância dos princípios ao lado das regras, subdividindo-os em:
1 – Políticas: diretrizes ou metas de melhoria social ou econômica 
2 – Princípios em sentido estrito: padrão relacionado à exigência de justiça, moral e equidade, aplicável em casos concretos.
Regras são aplicadas segundo o tudo ou nada (subsunção) enquanto princípios possuem uma dimensão de peso (sobreposição do princípio de maior peso, sem redução do de menor peso)
	Enxerga o direito em três níveis: Princípios, Regras e Procedimentos. 
Princípios são mandamentos de otimização ponderados pela proporcionalidade, com escopo de maximizar os direitos fundamentais no caso concreto segundo as possibilidades normativas e fáticas.
Adota a ponderação, mas considera o modelo de Dworkin simplório, pois não considera o valor variável dos princípios prima facie.
Postulados hermenêuticos são modelos de raciocínio visando à aplicação (topoi, da tópica) dos princípios e regras. Também existem postulados aplicativos que são uma espécie de norma de segundo grau, dando ao intérprete uma diretriz metódica de significação de outra norma.
INTEGRAÇÃO - Subsunção (Escola da Exegese Francesa) é insuficiente em face das lacunas legais (que são antinomias reais). Lacunas são da Lei, não do Direito (dogma da completude). São espécies de lacuna:
a) Normativa: ausência de norma 
b) Ontológica: há norma com ineficácia social/desligada da realidade social
c) Axiológica: há norma cuja aplicação se revela injusta ou insatisfatória
d) Antinomia: há mais de uma norma conflitante
Juiz não pode se esquivar de julgar (vedação ao non liquet ou Princípio da indeclinabilidade). Métodos de integração normativa (colmatação ou autointegração): Analogia Costumes Princípios gerais do Direito.
	ANALOGIA
		COSTUMES
	PRINCÍPIOS G D
	Fatos de igual natureza devem ser julgados de igual maneira
Ubi eadem est legis ratio, ubi eadem legis dispositio
Espécies:
1-Legal: aplica uma norma que já existe
2-Jurídica: aplica um conjunto de normas para se extrair elementos (colmatação sistemática)
É vedada in malam partem no Direto Penal; É vedada nos negócios jurídicos benéficos, fiança, renúncia e aval (interpretação restritiva)
	Prática reiterada (objetivo) entendida como obrigatória (subjetivo)
Espécies:
Secundum legem: previsto em lei (é subsunção, não colmatação)
Praeter legem: na falta da lei, mas complementar à lei (ex.: cheque pré-datado ser aceito, mesmo sendo o cheque pagamento a vista)
Contra legem: contrário a lei (não admitido pela doutrina majoritária) 
Costumes e Desuso NUNCA revogam a lei.
	Diferenciam-se dos princípios normativos. Os PGD são meramente informativos.
São regras ESTÁTICAS carecedoras de concreção e que têm como função principal auxiliar o juiz no preenchimento de lacunas.
Seriam como microrracionalidades dentro de sistemas, como “vulnerabilidade do trabalhador”.
A enumeração é preferencial? Tradicionalmente (civil law – origem germânica), pautado na primazia da lei/princípio da legalidade dava-se preferência à analogia. Mas há a crítica ao dogma da preferência, pois não vivenciamos mais uma forma pura de civil law ante a normatividade dos princípios e dos precedentes e da constitucionalização do direito civil, repersonificado, despatrimonializado e repersonalizado com centro na dignidade humana e em combate ao individualismo possessivo oitocentista da codificação anterior, em especial pela eficácia horizontal dos direitos fundamentais sendo o CC02 erigido sobre novos paradigmas:
· Operabilidade: estabelecer soluções normativas de modo a facilitar sua interpretação e aplicação pelo operador do direito
· Eticidade: tábua axiológica baseada em valores de ética, probidade e boa-fé
· Boa fé objetiva: dever de conduta, padrão de comportamento, e não como boa-fé subjetiva, por intenção ou boa intenção
· Socialidade: superação do modelo individualista do CC 16, consagração da função social dos direitos subjetivos, tais como da posse, propriedade, contratos, empresa e família
· Somente depois e se estiver em conformidade, buscaremos o que está disposto no contrato e ainda sim o analisando segundo esses paradigmas. 
· Inversão: normas de ordem pública e princípios normativos são cláusulas gerais
Analogia vs. Interpretaçãoextensiva: analogia é forma de integração quando diante de uma lacuna. Interpretação extensiva é uma interpretação para ampliar o alcance da lei, que nada tem a ver com lacuna.
E a equidade? A equidade consiste na justiça do caso concreto. Não é arrolada expressamente como método de integração, mas, subsidiária, excepcional e expressamente autorizada por lei pode ser utilizada, como (a) redução da cláusula penal abusiva ou quando obrigação tiver sido parcialmente cumprida (CC, 413); (b) excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano (CC, 944); (c) demandas trabalhistas, de forma geral, para equivalência material das prestações. Existem a equidade legal ou judicial (quando juiz estiver diante de conceitos indeterminados deverá buscar os valores constitucionais).
	O dever de garantia do emitente do cheque, previsto no art. 15 da Lei nº 7.357/85, não pode ser afastado com fundamento nos costumes e no princípio da boa-fé objetiva.
JULGAMENTO COM BASE NO COSTUME E NO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. DISPOSITIVO LEGAL EXPRESSO. INTERPRETAÇÃO. CHEQUES EMPRESTADOS A TERCEIRO. FATO INCONTROVERSO. RESPONSABILIDADE DO EMITENTE PELO PAGAMENTO. JULGAMENTO: CPC/73.
2. O propósito recursal é dizer sobre a possibilidade de julgamento com base no costume e no princípio da boa-fé, ante a existência de previsão legislativa em sentido diverso, bem como sobre a responsabilidade do emitente pelo pagamento dos cheques por ele emprestados a terceiro.
4. Na ausência de lacuna, não cabe ao julgador se valer de um costume para afastar a aplicação da lei, sob pena de ofensa ao art. 4º da LINDB, conquanto ele possa lhe servir de parâmetro interpretativo quanto ao sentido e alcance do texto normativo.
5. A boa-fé objetiva é princípio fundamental do ordenamento jurídico, com conteúdo valorativo e nítida força normativa, o qual não se confunde com os princípios gerais do direito, mencionados no art. 4º da LINDB, que têm caráter informativo e universal, e finalidade meramente integrativa, servindo ao preenchimento de eventual lacuna normativa. 
6. Na trilha da literalidade indireta, fundada na boa-fé objetiva, é possível admitir a inclusão de terceiro no polo passivo da ação monitória para exigir-lhe o pagamento do cheque, quando ele, inequivocamente, assumiu, perante o beneficiário, a obrigação a que corresponde o título. 
8. Do ponto de vista do princípio da abstração, igualmente, a boa-fé objetiva funciona como baliza, de modo a permitir que o beneficiário, com base no negócio jurídico subjacente, do qual participou, exija o pagamento, por meio da ação monitória, do terceiro que, embora não tenha firmado na cártula - seja como emitente, endossante, ou avalista - a obrigação de pagar, a ela está vinculado pela causa que deu origem ao título.
9. A flexibilização das normas de regência, à luz do princípio da boa-fé objetiva, não tem o condão de excluir o dever de garantia do emitente do cheque, previsto no art. 15 da lei 7.357/85, sob pena de se comprometer a segurança na tutela do crédito, pilar fundamental das relações jurídicas desse jaez.
10. Hipótese em que, a despeito da nobre intenção do recorrido, deve ser condenado ao pagamento da quantia inscrita nos cheques por ele emitidos, sem prejuízo de posterior ação de regresso contra o interessado para reaver o valor que eventualmente venha a despender.
11. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1787274/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/04/2019, DJe 26/04/2019)
	CESPE:
“A intepretação corretiva, na qual o juiz corrige a lei, não é admitida, salvo erro material”
“fonte autêntica de interpretação deriva do legislador. Doutrina e jurisprudência não são fontes autênticas”
“a aplicaçao de costumes não depende de expressa previsão legal, bastando a lei ser omissa (acp)”
A lindb não prevê a equidade. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei, segundo o cpc
“o fato de um juiz, à míngua de previsão legal, concluir que o companheiro participante de plano de previdencia privada faz jus à pensão por morte, ainda que não esteja expressamente inscrito no instrumento de adesão, caracteriza utilização da integração da norma lacunosa por meio da analogia”
5 – APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO OU DIREITO INTERTEMPORAL: sucessão de normas no tempo. A LINDB adota o critério das disposições transitórias (legislador expressa) e o princípio da irretroatividade normativa, sendo a retroatividade a exceção, pois são protegidos:
	Art. 6º A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que efetuou.
	Todos os seus elementos constitutivos já se verificaram e ele não depende de mais nada, já tendo eficácia plena, é o ato consumado, segundo a lei vigente à época. A lei nova não pode alcançar nem mesmo os seus efeitos futuros.
	Súmula Vinculante 1
Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela Lei Complementar 110/2001.
	SÚMULA N. 205 STJ
A Lei n. 8.009/1990 (bem de família legal) aplica-se a penhora realizada antes de sua vigência (pois a penhora não constitui ato jurídico perfeito, mas mero início da execução, sem gerar direito adquirido de hasta pública).
	RETROATIVIDADE MOTIVADA DE NORMAS DE ORDEM PÚBLICA: aplicação de função social e boa-fé aos contratos anteriores ao CC02 (2.035).
Parágrafo único do art. 2035. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
· PREVALECE A COISA JULGADA DO ÍNDICE DE CORREÇÃO em face da ordem pública de nova definição pelo STF. A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não cabe ao juízo da execução alterar os parâmetros do título judicial, ainda que o objetivo seja adequá-los a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no regime da repercussão geral. Só haverá possibilidade de alteração quando a coisa julgada for desconstituída.
· NÃO HÁ DIREITO ADQUIRIDO A MANUTENÇÃO DOS TERMOS ORIGINAIS DAS CLÁUSULAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA (ADI 493). Mas obviamente não se aplica a parcelas já consumadas (vencidas), só a pendentes e futuros.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
	Já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, seja por se ter realizado o termo ou implementado condição necessária. É o caso da aposentadoria.
Obs: a condição suspensiva impede a aquisição e exercício do direito; o termo a quo impede apenas o exercício, mas não a aquisição.
	STF: NÃO HÁ D. ADQUIRIDO EM FACE DE NORMA CONSTITUCIONAL, pois o poder constituinte originário é ilimitado e incondicionado (salvo limites ideológicos, sociais, metajurídicos).
STF: NÃO HÁ d. adquirido ao nº de inscrição de OAB cancelado e nova inscrição.
	CESPE
“HÁ DIREITO ADQUIRIDO QUANDO JÁ TIVEREM SIDO PRATICADOS TODOS OS ATOS OU REALIZADOS TODOS OS FATOS EXIGIDOS PELA LEI PARA A OBTENÇÃO DO DIREITO PRETENDIDO. NESSE CONTEXTO, É CORRETO AFIRMAR QUE NEM TODO DIREITO ADQUIRIDO SURGE DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA, A EXEMPLO DO DIREITO DE APROPRIAR-SE DE COISA SEM DONO”
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
	SÚMULA N. 301 STJ (virou lei) – Relativização da coisa julgada pelo DNA, fato novo a ensejar rescisória
Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa.
· Obs: aplica-se somente ao 1º exame. Se der negativo, não há presunção se negar 2º exame.
· STJnegou, após 15 anos de negativa, recurso do pai para exame (comportamento contraditório)
DIREITO À ANCESTRALIDADE/ORIGEM GENÉTICA
Embora haja uma diminuição na tendência de flexibilização da coisa julgada, pois a técnica de DNA hoje está disponível, não havendo escusa para demorar anos além do prazo decadencial para rescisão, tudo isso deve ser interpretado à luz dos direitos fundamentais de segurança jurídica e identidade, isto é o direito de buscar sua origem genérica ou ancestralidade, o que não necessariamente vai gerar o reconhecimento de filiação.
ENUNCIADO 109 CJF – A RESTRIÇÃO DA COISA JULGADA ORIUNDA DAS DEMANDAS REPUTADAS IMPROCEDENTES POR INSUFICIÊNCIA DE PROVA NÃO DEVE PREVALECER PARA INIBIR A BUSCA DA IDENTIDADE GENÉTICA PELO INVESTIGANDO.
	NCPC: é possível rescindir apenas um capítulo da decisão. É possível rescisão de decisão proferida em procedimento de jurisdição voluntária. Termo inicial do prazo decadencial da rescisão é o transito em julgado da última decisão proferida no processo.
	
a) Lei nova não se aplica aos fatos pretéritos
b) Tem efeito imediato, logo a lei nova se aplica aos fatos pendentes, especificamente nas partes posteriores (respeitando o ato-direito-coisa, incluindo o negócio jurídico sujeito a termo ou sob condição suspensiva)
c) Lei nova se aplica aos fatos futuros
A retroatividade poderá ser:
a) MÁXIMA: se atingir ato-direito-direito adquirido
b) MÉDIA: se atingir efeitos pendentes do ato jurídico perfeito verificado antes dela
c) MÍNIMA: se afetar somente efeitos dos atos anteriores produzidos após a data que entrou em vigor.
Justa: preserva o ato-direito-coisa ou Injusta: os lesa.
Obs.: em algumas searas a retroatividade é possível, como no Penal, benéfica.
6 – EFICÁCIA DA LEI NO ESPAÇO OU DIREITO ESPACIAL. Soberania + Globalização = Princípio da Territorialidade Moderada, Temperada ou Mitigada: “no território brasileiro aplicar-se-á, em regra, a lei brasileira, e, excepcionalmente, a norma estrangeira (desde que de acordo com a ordem pública, bons costumes e soberania nacional). Outrossim, excepcionalmente, a lei brasileira aplicar-se-á ao território estrangeiro (extraterritorialidade).”. Território nacional pode ser real (inclui Mar Territorial – 12 milhas) ou ficto (embaixadas, consulados e navios de guerra e aeronaves de guerra onde quer que se encontrem; navios mercantes brasileiros em águas territoriais ou em alto-mar; navios estrangeiros, menos os de guerra, em águas territoriais; aeronaves no espaço aéreo do Estado). 
	LEI DO DOMICÍLIO: (1) personalidade, nome, capacidade e direitos de família; (2) bens móveis; (3) penhor; (4) sucessões seguem a lei do domicílio do defunto, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens (a) qualidade de ser herdeiro segundo o último domicílio do de cujus; (b) capacidade para suceder segundo o domicílio do herdeiro; (c) se o imóvel estiver no Brasil, se aplicará em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros ou de quem os represente, a lei brasileira, se a lei do de cujus não lhes for mais favorável. (5) competência da autoridade judiciária brasileira ao réu domiciliado no brasil.
ESTATUTO PESSOAL SEGUE A LEI DO DOMICÍLIO (e não da nacionalidade): nome, começo e fim da personalidade, capacidade e direitos de família. Com a ressalva de normas nacionais de ordem pública: aplicação da lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes (impedimentos impedientes ou causas suspensivas aplica-se a lei do domicílio dos nubentes) e formalidades da celebração (lex loci celebrationis). Regime de bens/Invalidades do matrimônio: lei do domicílio, salvo, se diverso, o primeiro domicílio conjugal. 
	Possibilidade de mudança de regime de bens (art. 1.639 CC). Art. 7º § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
	Casamento no estrangeiro/consular (art. 18): § 2º o casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. O casamento de brasileiros no estrangeiro poderá ser realizado pelas autoridades consulares brasileiras, assim como o registro de nascimento e óbito, tratando-se de ato notarial nacional, plenamente válido no Brasil.
	Divórcio no estrangeiro: Art. 7º § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
· STJ (2011): A EC 66/2010 retirou os prazos mínimos para separação, divórcio e conversão da separação em divórcio no Brasil. Assim, o prazo do § 6º está superado, em uma interpretação conforme à CF.
· Desde a Lei 12.874 é possível o divórcio extrajudicial no âmbito internacional
· Súmula 381-STF: Não se homologa sentença de divórcio obtida por procuração, em país de que os cônjuges não eram nacionais. Outrossim, o Provimento 53/2016 do CNJ possibilita a averbação direta, por Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais, da sentença estrangeira de divórcio consensual, simples ou puro, no assento de casamento, independentemente de homologação judicial. E ainda o art. 961 § 5º NCPC que dispensa homologação de sentença estrangeira de divórcio consensual para que produza efeitos no brasil.
	Como ocorre a sucessão do domiciliado no estrangeiro com bens no Brasil?
COMPETÊNCIA: Caso possua bens no Brasil, inventário e partilha tramitarão no Brasil (art. 12, § 1º LINDB + 23, II NCPC). Trata-se de competência nacional exclusiva (absoluta). Assim, sequer há como o STJ homologar eventual decisão estrangeira sobre o tema. O NCPC também prevê como exclusiva a competência brasileira para partilha de bens (a dissolução da união/casamento pode ser no estrangeiro, a partilha não). Descabe a eleição de foro internacional.
LEI APLICÁVEL: Princípio do Prélévement. A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
	E se o falecido for domiciliado no Brasil e o imóvel estiver situado no estrangeiro? Embora haja a regra do art. 10 da LINDB (domicílio), o STJ entendeu que esta regra de conexão não é absoluta, podendo ser afastada por outros elementos de conectividade, como situação da coisa, eleição de foro e ordem pública.
BENS (qualificar e regular as relações) SEGUEM A LEI DA SITUAÇÃO DO BEM (lex rei sitae ou Princípio da Territorialidade), salvo (a) bens móveis transportados (coisa in transitu), aos quais se aplicam as normas do domicílio do proprietário e (b) o penhor, regulado pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontra a coisa apenhada.
· Qualificar um bem é classificá-lo com móvel ou imóvel.
· Regular relações a eles concernentes diz respeito a coisas como posse e propriedade.
OBRIGAÇÕES INTERNACIONAIS SEGUEM A LEI DO PAÍS EM QUE SE CONSTITUÍREM (locus regit actum). Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada (ex.: outorga uxória; forma pública se 30x SM), admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. Obrigações internacionais entre ausentes (e-mail): A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente (o art. 435 CC regula obrigaçõesnacionais entre ausentes, cujo contrato é formado no local em que proposto).
	Contratos podem eleger o foro (art. 63 CPC), mas podem eleger a lei aplicável? O art. 9º da LINDB (locus regit actum) é de ordem pública? Para doutrina majoritária, não pode eleger al lei aplicável, pois é norma cogente, logo é inviável a eleição da lei aplicável. Mas há posicionamento minoritário pela interpretação sistemática/histórica da eleição de foro para abranger a eleição da norma aplicável.
PESSOAS JURÍDICAS INTERNACIONAIS: Obedecem a lei do Estado em que se constituírem, mas a abertura de filiais, agências ou estabelecimentos no Brasil demanda prévio registro dos atos constitutivo e aprovação do Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei nacional. Governos estrangeiros e organizações estrangeiras não podem adquirir no Brasil bens suscetíveis de desapropriação (somente a propriedade dos prédios necessários à sede de representantes diplomáticos e agentes consulares).
COMPETÊNCIA DO JUÍZO NACIONAL: (a) réu domiciliado em nosso país ou aqui houver de ser cumprida a obrigação; (b) verse a lide sobre imóvel situado no país, ou, por fim, na necessidade de exequatur.
TERRITORIALIDADE DA PROVA: A prova dos fatos ocorridos no estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quando aos ônus e meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
LEI ESTRANGEIRA E JUIZ BRASILEIRO: juiz pode exigir prova do texto e da vigência, e, quando a aplicar, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar qualquer remissão por ela feita a outra lei.
LEX DAMNI: Lei do local onde se manifesto o ato ilícito aplica-se a obrigação de indenizar.
SENTENÇAS ESTRANGEIRAS, CARTAS ROGATÓRIAS, DIVÓRCIOS E LAUDOS PERICIAIS ESTRANGEIROS PODEM SER CUMPRIDOS NO BRASIL? Requisitos (art. 15LINDB): (a) proferida por juiz competente; (b) partes citadas ou revelia; (c) passado em julgado (o art. 963, III, NCPC, exige apenas que a decisão seja eficaz no país em que foi proferida, de modo que o STJ afastou a exigência de trânsito em julgado, bastando a possibilidade de execução provisória) e revestida das formalidades necessárias para execução no lugar em que proferida; (d) traduzida por intérprete autorizado; (e) homologada pelo STJ, que efetuará o juízo de delibação (superficial, que não entra no mérito, salvo filtragem constitucional quanto à soberania nacional, ordem pública e bons costumes) e conferirá o exequatur (cumpra-se). Então será a Justiça Federal competente (art. 109, X). NCPC: (a) é possível a homologação parcial de decisão estrangeira (art. 961, § 20); (b) sentença estrangeira de divórcio consensual não depende de homologação do STJ.
	Súmula 420-STF (ainda não cancelada): Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.
MERCOSUL – Protocolo de Las Lenãs: procedimento mais simplificado, em que basta a autoridade central do país de origem encaminham por carta rogatória o ato para chancela do STJ.
Laudo arbitral: doutrina: poderá ser homologado diretamente no Brasil, independentemente do judiciário do local do laudo.
Estado de pessoas: precisa de homologação (revogado parágrafo único que dispensava).
Decisões estrangeiras prolatadas por órgãos administrativos, com força de decisão judicial, podem ser homologadas.
STF (2018): para fins de citação o exequatur pode ser monocrático (confirmado pela Corte Especial).
INTERPRETAÇÃO PELOS AGENTES PÚBLICOS: Normas sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do Direito Público. 
	MPF se manifestou pelo veto integral do projeto de Lei. (1) modificação da competência para tratar de políticas públicas: do gestor público para os órgãos de controle; (2) usurpação de competências do TC e do MP como órgãos controladores; (3) utilização da termos vagos; (4) excesso de casuísmo ao administrador em violação à isonomia dos administrados.
1 – Decisão administrativa, controladora e judicial não decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. Análise econômica do Direito. Reação retrógada à força normativa dos princípios, da judicialização da política e do ativismo judicial. Contraditória pois usa conceitos indeterminados. Diálogo com o dever de fundamentação (CF) e motivação (CPC, 489) ante o pragmatismo jurídico.
2 – Motivação deverá demonstrar necessidade e adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.
3 – Decisão que acarrete invalidação deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas e as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas anormais ou excessivos.
4 – Interpretação das normas sobre gestão pública deverão observar o primado da realidade (obstáculos e dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo; circunstâncias práticas que impõe, limitam ou condicionam a ação do agente) sem prejuízo dos direitos dos administrados. Reação ao afastamento desses condicionamentos pelos TC em razão do prévio conhecimento, que exigia prévio preparo. 
5 – Para aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e gravidade da infração; os danos e as circunstâncias e antecedentes bem como dosimetria das demais sanções da mesma natureza ao mesmo fato.
6 – Orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo dos interesses gerais. NCPC é muito mais claro no art. 927 § 3
º ao permitir a modulação de efeitos no interesse social e no da segurança jurídica.
7 – Revisão de ato já completado deverá levar em conta as orientações gerais da época, vedado que com base na mudança de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. Princípio da irretroatividade em caso de situações jurídicas perfeitas constituídas de boa-fé e coerentes ao ordenamento vigente (mas é perigoso não haver ressalva quanto a inconstitucionalidade e irregularidades graves).
8 – TACs - Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão público e, quando for o caso, após a realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, CELEBRAR COMPROMISSO com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial, que não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral.
9 – Decisão poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos. Para prevenir e regular, poderá ser celebrado compromisso processual.
10 - O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro (o art. 37 § 6º da CF prevê responsabilidade subjetiva – culpa, que inclui culpa leve e levíssima, sendo que o erro grosseiro é a culpa grave – e regressiva).
· Magistrado é agente público? Não (Para Hely Lopes é agente político), o CPC e a LOMAN prevê que o juiz responderá civil e regressivamente no caso de dolo ou fraude. Só se aplica quando o magistrado atua na função atípica de administrar, como gestor público. O mesmo vale para MP, DP e ADVP.
· Responsabilidade do parecerista: (a) Facultativo (pode discordar): NÃO RESPONSABILIZADA, MAS pode ser responsabilizado no caso de culpa ou errogrosseiro (b) Obrigatório (pode discordar, com base em novo parecer): NÃO RESPONSABILIZADA, MAS pode ser responsabilizado no caso de culpa ou erro grosseiro; (c) Vinculante (administrador não pode discordar do parecer): responde solidariamente com o administrador pela prática do ato, não sendo necessário demonstrar culpa ou erro grosseiro
11 – Possibilidade de consulta pública.
12 - As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas, que terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade que se destinam.
2.a. Hermenêutica jurídica. A constitucionalização do Direito Civil e a influência dos direitos humanos. Abertura do sistema: princípios, cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados. A tese de estado de coisas inconstitucional.
	 Hermenêutica e interpretação. Métodos tradicionais de interpretação.
 Saibam o que é o fenômeno da constitucionalização do direito civil e diálogo de fontes (CC, CF, CDC etc). Saibam como esse fenômeno é possível (força normativa e irradiante da CF), princípios e clausulas abertas (especialmente em contratos e nova configuração do direito de propriedade).
 Operabilidade, eticidade e sociabilidade – virada principiológica quando comparado ao CC/1916.
 Estado de coisas inconstitucional – saber o conceito e aplicação em virtude da crise do sistema penitenciário. Atuação do poder judiciário.
 Aplicação de direitos fundamentais e humanos ao direito privado (eficácia horizontal dos direitos fundamentais). Distinção entre direitos humanos, fundamentais e da personalidade. Aplicação de tratados internacionais de direitos humanos ao direito privado.
	ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL: 
Introdução: superação do in claris cessat interpretativo. Interpretação é fenômeno imbricado ao da aplicação normativa.
LINDB: Interpretação deve levar em conta os fins sociais a que se destina (teleológica) e a função social (socialidade) da norma.
Teoria: prevalece a Teoria Objetiva da Interpretação ou da livre pesquisa do direito na qual se busca a mens legis e não a voluntas legilatoris (vontade história do legislador).
Classificações:
A) Quanto aos agentes: (a) autêntica ou legislativa; (b) judicial ou jurisprudencial; (c) doutrinária.
a. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS É FONTE DOUTRINÁRIA, E NÃO AUTÊNTICA CONTEXTUAL. Contextual é na mesma lei pelo legislador.
B) Quanto aos elementos utilizados:
	Gramatical ou literal: interprete analisa cada termo do texto normativo, observando-os individual e conjuntamente
	Lógica: raciocínios lógicos, por fatos emotivos, políticos, históricos e ideológicos
	Sistemática: examina de acordo com o sistema em que se insere a norma, sua relação com as demais leis, pelo contexto do sistema legislativo
	Histórica: momento histórico em que foi criada ou evolução histórica do instituto e exposições de motivos
	Sociológica ou teleológica: Art. 5º da LINDB – fins sociais e exigências do bem comum
	Ontológica: busca a ratio legis (razão normativa)
	Comentários:
Estes elementos se somam, não se excluem, de modo que o resultado interpretativo poderá ser: (a) ampliativo/extensivo do alcance da norma (DFs); (b) declarativo nos termos da criação parlamentar; (c) restritivo ou limitador (negócios jurídicos benéficos; normas que veiculam sanções ou privilégios; renúncia; fiança e transação).
Ex.: interpretação restritiva no STJ: se o contrato de seguro só protege de roubo e furto, descabe para estelionato; o fiador só responde pelos termos do ajuste original.
DIREITO CIVIL. 
1 - Direito objetivo (norma agendi): normas jurídicas que disciplinam a conduta humana mediante sanções (de fora pra dentro; do Estado para a pessoa). Direito subjetivo (facultas agendi): permissão para que o sujeito pratique determinada conduta ou que este exija do Estado que a aludida conduta seja observada (de dentro para fora, do Sujeito para o Estado). Natureza do direito subjetivo: (a) Teoria da vontade (Savigny): é o poder da vontade reconhecido pela ordem jurídica (problema: e os que não expressam vontade, como interditados/nascituro?); (b) Teoria do interesse (Ihering): é o interesse protegido por meio de uma ação judicial (problema: e se esse interesse não é protegido pela ordem jurídica?); (c) teoria mista (Jellinek): é o poder da vontade reconhecido pelo Estado, cujo objeto é um bem ou interesse (reúne os problemas kk). Conclusão: direito objeto e subjetivo coexistem na dependência e em razão do outro.
· Direito Potestativo: direito-poder ou possibilidade de ingressar na esfera jurídica de outra pessoa e submetê-la a uma determinada conduta. Submetem-se a decadência. Contrapõem-se aos direitos subjetivos que se submetem à prescrição.
	TRF4 “Os prazos previstos expressamente na lei para o exercício das pretensões que se ajuízam mediante ações constitutivas, positivas ou negativas, são de decadência, na medida em que as pretensões constitutivas se caracterizam como direitos potestativos”.
	DPPR “Os direitos potestativos dão origem as ações de natureza constitutiva ou desconstitutiva que não estão sujeitas a prazos prescricionais, podendo tais ações, no entanto, sujeitarem-se a prazos decadenciais”
	O próprio Miguel Reale, redator da parte geral do CC, aduz não haver real diferença entre prescrição e decadência, e defende que elas se definem positivamente, por onde foram colocadas no CC 02. Trata-se de uma posição alinhada ao princípio da operabilidade, evitando dificuldades interpretativas do CC.
· Ônus é a faculdade conferida a um sujeito de direito para praticar esta ou aquela conduta cuja inação pode ensejar efeito jurídico desfavorável.
· Obrigação é a relação jurídica (vontade) na qual pessoas estabelecem entre si regras de conduta denominadas prestações cujo inadimplemento enseja a possibilidade de utilização do patrimônio do inadimplente para garantir o crédito.
2 – Confluência do Direito Público e do Direito Privado, segundo o qual o ordenamento é um corpo único, sistematizado e autopoético (autodeterminado, Luhmman), dividido em ramos apenas por questões didáticas. Isso resulta da crescente intervenção estatal (dirigismo) decorrente do Estado social, pois o Estado assistencialista deve intervir nas relações privadas, publicizando-as com normatização constitucional (civilização da Constituição de Canotilho). No entanto, permanece a autonomia e liberdade particular, no entanto, condicionadas aos princípios do Estado Democrático de Direito.
3 – CC 16 vs. CC 02. CC 16: Patrimonialista possessivo, agrário, conservador e individualista, seguindo a lógica do iluminismo sob influência do Código Napoleônico (1804) e Código Civil Alemão (1896), criado sob a égide de uma sociedade colonial, patriarcal, rural e escravagista. CC 02: Preocupação principiológica, elegendo a eticidade, operabilidade e sociabilidade como pilares, promovendo a despatrimonialização e uma repersonificação do direito civil, tendo o ser humano papel central e a propriedade função social. Trata-se de influência da normatividade dos princípios e dos precedentes e da constitucionalização do direito civil, repersonificado, despatrimonializado e repersonalizado com centro na dignidade humana e em combate ao individualismo possessivo oitocentista da codificação anterior, em especial pela eficácia irradiante e horizontal dos direitos fundamentais sendo o CC02 (STF: direito de reintegração de associado excluído sem defesa e contraditório) erigido sobre novos paradigmas:
· Operabilidade: estabelecer soluções normativas de modo a facilitar sua interpretação e aplicação pelo operador do direito
· Eticidade: tábua axiológica baseada em valores de ética, probidade e boa-fé e equidade. Manifesta-se pela boa-fé objetiva nas relações patrimoniais e pela socioafetividade nas relações existenciais.
· Boa fé objetiva: dever de conduta, padrão de comportamento, e não como boa-fé subjetiva, por intenção ou boa intenção (estado psicológico). 
	Funções da boa-féobjetiva:
1) Interpretativa (CC, 113)
2) Integrativa (CC, 422): deveres anexos. O descumprimento de dever anexo é denominado violação positiva do contrato ou adimplemento fraco.
3) Restritiva ou limitadora: possibilidade de revisão do contrato sob a ótica da boa-fé.
4) Controle (CC, 187: ato ilícito)
5) Reativa (ou dentro da integrativa): meio de defesa.
a.	Supressio (-) e Surrectio (+): prática reiterada que gera justa expectativa e não mais sê-lo quebra a boa-fé
b.	Venire contra factum proprium: vedação a comportamentos contraditórios
c.	Tu quoque (quem viola que viola uma regra dela não pode se beneficiar – aquele que simula furto do veículo para receber seguro)
d.	Duty to mitigate the loss (dever do credor de evitar o agravamento do próprio prejuízo – juros acumulando sem avisar o devedor) - STJ: cláusula stop loss: dever de informação de instituição financeira.
	Socioafetividade
Relações de família construídas pela via do afeto, da desbiologização, igualdade, do caráter democrático e plural.
· Socialidade: superação do modelo individualista do CC 16 pelo modelo transindividual do CC02, consagração da função social dos direitos subjetivos, tais como da posse, propriedade, contratos, empresa e família
· Somente depois e se estiver em conformidade, buscaremos o que está disposto no contrato e ainda sim o analisando segundo esses paradigmas. 
· Inversão: normas de ordem pública e princípios normativos são cláusulas gerais
8.a. Direito à liberdade de expressão e direitos da personalidade. Direito à privacidade e à intimidade. Direito à imagem. Direito ao esquecimento. O discurso de ódio (hate speech).
	 Direitos da personalidade também merecem destaque. Constitucionalização do direito civil. Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Transexualidade e alteração de nome. Direito ao nome e direito autoral (diferença entre direito autoral e institutos similares). Relação entre direitos da personalidade, direitos fundamentais e direitos humanos. Direitos da personalidade e pessoa jurídica (inclusive de direito público). Ainda nesta temática, saber do recente julgado do STF sobre a mudança de nome sem necessidade de cirurgia de mudança de sexo (RE 670422/RS)
 Direito ao esquecimento- saber o que é e as duas decisões do STJ sobre o tema (uma aplicando e outra não – caso do programa linha direta).
5.a. As pessoas naturais. Direitos da personalidade. A dignidade humana e seus corolários no âmbito do Direito Civil. Teoria do mínimo existencial. O direito ao nome. Hipóteses de mutabilidade do nome civil. Nome social.
3.a. Capacidade civil. Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência).A proteção dos interesses dos incapazes e o papel do Ministério Público. Aspectos materiais e processuais. Interdição, tutela e curatela.
	 Distinção entre personalidade, capacidade e legitimidade. Capacidade de fato X capacidade de direito.
 Início da vida e direitos assegurados ao nascituro. Teoria natalista X concepcionista (importante para provas discursivas e oral).
 Casos de incapacidade civil absoluta e relativa previstos no Código. Atenção para a peculiaridade em relação ao ébrio e ao indígena. Emancipação: legal, voluntária e judicial (foco na emancipação legal que costuma cair, especialmente o casamento). Capacidade das pessoas com deficiência (deficiência, por si só, não gera incapacidade). Tomada de decisão apoiada. Atuação do MP na defesa de pessoas incapazes. Alteração do regramento das incapacidades em virtude do Estatuto das Pessoas com Deficiência (e sua
relação com os direitos políticos).
 Fim da personalidade. Morte presumida e comoriência (requisitos para a configuração da comoriência, bem como a importância do instituto). 
 Estado Civil - tema não muito cobrado - atenção apenas para casamento entre pessoas do mesmo sexo e a igualdade de direitos conferidos à companheira.
 Direito ao nome e casos de mutação, especialmente em havendo alteração de sexo.
PERSONALIDADE JURÍDICA: 
a) Subjetivo (tradicionalmente usado): aptidão genérica para titularizar direitos e deveres na ordem jurídica. Quem a possui, PF e PJ, é sujeito de direito (art. 1º CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil).
a. Visão tradicional: PJ é condição para capacidade de direito que é condição para capacidade de exercício.
b. Visão moderna (Cristiano Chaves): personalidade é atributo que confere a alguém aptidão para ser titular de relações jurídicas existenciais, diferindo-se da capacidade, que é a titularização de relações jurídicas patrimoniais.
c. ≠ Legitimidade para atos negociais: para prática de determinados negócios (outorga uxória); falta de legitimação do tutor para adquirir bens do tutelado.
d. Ordenamento prevê situações em que uma entidade não personificada é autorizada e legitimada para certos atos processuais e negociais. Assim, não tem personalidade jurídica, mas tem legitimidade:
i. Condomínio edilício processual e negocial (pode adjudicar em hasta pública)
ii. Espólio direitos atinentes àquela universidade patrimonial. Inclusive alienar bens dessa herança, mediante autorização judicial
iii. Fundos de investimento não personificados
iv. Sociedades não personificadas
v. Massa Falida 
vi. Entes públicos como o MP, que é autorizado a prática de atos processuais e extraprocessuais (TAC): representar, mesmo sem PJ própria, legitimamente
b) Objetivo (valor-conteúdo-qualifica os direitos contidos na expressão): conjunto de características e atributos da pessoa humana (direitos da personalidade).
Entes não humanos no aspecto subjetivo e objetivo da personalidade jurídica:
a) Subjetivo: a lei atribui personalidade jurídica (subjetiva) às pessoas jurídicas, o que significa que possuem aptidão genérica para atos da vida civil e autonomia patrimonial (cabe eventual desconsideração, se houver abuso). Para os entes despersonalizados, só há legitimação especial para certos atos e seu patrimônio é coletivo (não precisa de desconsideração). Problema da visão tradicional: positivismo exacerbado, pois é a lei quem atribui, e não a situação fática.
b) Objetivo: Art. 52 CC: Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção (não a titularidade) dos direitos da personalidade: Imagem, nome, reputação, credibilidade, o que possibilita a reparação por dano moral (Súmula 227 STJ)
a. Crítica: é, na verdade, um dano patrimonial ilíquido.
b. Pessoas Jurídicas de Direito Público: NÃO têm direito à indenização por dano moral. Inversão dos DFs. Súmula 227 é uma solução pragmática à recomposição de danos patrimoniais ilíquidos. Questão de credibilidade mercadológica e reputação negocial não se verifica na PJ de D. Público.
PESSOAS NATURAIS. É o ente dotado de estrutura e de complexidade biopsicológica, com personalidade jurídica e capacidade de direito. 
Métodos artificiais: Não precisa ser biologicamente criado, pois pode ser artificialmente criado, por meio de fertilização in vitro (proveta) fora do aparelho reprodutor feminino ou inseminação artificial (in vivo), que podem ser (a) homóloga: material genérico do próprio casal; (b) heteróloga; (a) inter-vivos ou pós-mortem. O ato volitivo do casal, substitutivo do vínculo biológico, será o fato gerador do parentesco (por isso o doador anônimo não possui vínculo), inclusive com presunção de paternidade (CC, 1597), denominado parentesco por outra origem.
	O fruto do método artificial de criação tem direito ao conhecimento de sua origem genética?
Há um direito fundamental ao conhecimento da origem genética, sendo o habeas genoma um remédio apto a tal finalidade, ante o direito constitucional ao conhecimento da ancestralidade.
Reconhecendo, o STJ acolheu a legitimidade dos netos para ajuizar ação declaratória de relação avoenga e herança, considerado o falecimento do pai que não buscou em vida o reconhecimento da filiação. Não é direito alheio em nome próprio, mas direito personalíssimo dos netos.
No ECA (48), reconhece-se o direito do adotado de conhecer sua origem biológicae obter acesso irrestrito ao processo de adoção após os 18 anos, bem como ao menor, assegurada orientação psicológica.
SIM, MAS:
No entanto, não se deve confundir o direito à origem genética com reconhecimento de filiação, não devendo impor uma paternidade indesejada ao doador de material genético. Há posição contrária de Rolf Madaleno, que defende a paternidade alimentar do doador.
Início da personalidade (subjetiva): A personalidade civil (subjetiva) da pessoa começa do nascimento com vida (Teoria Natalista); mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (já concebido; possível titular de direitos). 
Mas o que é nascimento com vida? Instante em que se principia o aparelho cardiorrespiratório (exame de docimasia hidrostática de Galeno). NÃO se perquire a viabilidade; corte do cordão umbilical; forma humana; concepção natural; saído totalmente do ventre; registrado. Após o nascimento, deve ser procedido o registro no prazo de 15 dias ou 3 meses. O registro de PN é ato meramente declaratório (de PJ é constitutivo, com a inscrição do ato constitutivo)
	Índios, enquanto não integrados, não estão obrigados ao registro do nascimento, que poderá ser feito em livro próprio sob cuidados do órgão federal de assistência (FUNAI).
	Lei 13.484/2017: nas certidões de nascimento deve haver a data do assento, data do nascimento e naturalidade, que pode ser o município do nascimento ou de residência da mãe, desde que localizado em território nascimento, sendo que essa opção caberá ao declarante no ato de registro do nascimento.
	NATIMORTO:
a) Se nascer morto, tem registro especial de natimorto
b) Se nascer vivo e falecer, registro de nascimento e óbito
O NASCITURO: A vida intrauterina é o traço distintivo entre o nascituro e o embrião laboratorial (excedentário).
TEORIAS ACERCA DO MOMENTO DA AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE:
	Teoria Natalista (Vicente Ráo- CC): Sustenta que a personalidade jurídica somente seria adquirida a partir do nascimento com vida, de maneira que, em essência, o nascituro não seria considerado pessoa, gozando apenas de expectativa de direito. Essa natalista é radical, dizendo que nascituro SÓ tem expectativa de direitos patrimoniais e extrapatrimoniais. Não teria nem direitos da personalidade - apenas a expectativa deles;
	Teoria da Personalidade Condicional (Serpa Lopes): É mais avançada que a natalista. Para esta, o nascituro, desde a concepção, titularizaria determinados direitos personalíssimos (ex.: vida, dignidade, integridade física etc.), mas apenas consolidaria outros direitos PATRIMONIAIS com o nascimento com vida, cuja aquisição ficaria CONDICIONADA ao nascimento com vida. Essa teoria é muito aplicada pela jurisprudência, mas que nos conduz a um certo inconveniente, na medida em que, para esta teoria, o nascituro teria duas personalidades: uma formal (adquirida na concepção para o gozo dos expatrimoniais) e uma material (para o gozo de direitos materiais, que dependeria do nascimento com vida).
	Teoria Concepcionista (Beviláqua): Finalmente, a terceira teoria sustenta que o nascituro teria personalidade jurídica plena, desde a concepção, inclusive quanto a direitos patrimoniais/materiais. Para esta, não precisaria nascer com vida. Nos últimos anos, esta teoria vem ganhando força, a exemplo do reconhecimento do direito aos alimentos gravídicos e da própria possibilidade de sofrer dano moral; Admite-se que pais possam ser indenizados (seguro obrigatório DPVAT) quando há morte do nascituro envolvendo veículo automotor.
a. Teoria Natalista (CC): entre a concepção e o nascimento com vida, o nascituro é ente despersonalizado, com legitimidade para certas relações (donatário). É mera expectativa de direito. O concepturo (ser ainda não implantado no ventre – embrião in vitro) é bem jurídico, de modo que, se não for aproveitado, pode ser utilizado para fins de pesquisa de células-tronco (ADI 3510-DF)
	Crítica: se o nascituro não é pessoa, é coisa? Teoria distante do surgimento de novas técnicas de reprodução assistida e proteção dos direitos do embrião, isto é, de uma proteção ampla dos direitos da personalidade, tendência do D. Civil pós-moderno.
b. Teoria Concepcionista: personalidade inicia-se com a concepção (nidação: adesão do óvulo fecundado ao útero). Nascimento com vida é condição suspensiva para a plena aquisição de direitos patrimoniais, mas os direitos extrapatrimoniais já estão plenamente adquiridos.
	Enunciado 1 CJF: A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos de personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.
	É a que prevalece na doutrina, com duas visões:
a) Visão radical: inicio da personalidade com a concepção, adquirindo de forma definitiva todo e qualquer tipo de direito (personalidade e patrimoniais). Assim, caso o nascituro não nasça com vida, o objeto da doação será transferido aos herdeiros do nascituro.
b) Visão moderada (Stolze; Chaves; Berenice; Diniz): tanto a concepção quanto o nascimento tem importância, pois a personalidade pode ser dividida em formal e material. Personalidade formal é a aptidão para ser titular de direitos da personalidade, adquirida com a concepção. Já a personalidade material é para titularidade de direitos patrimoniais, adquirida com o nascimento com vida. Assim, caso o nascituro não nasça com vida, a doação poderá ser desfeita. Já foi adotada pelo STJ (Resp 1.415.727/SC)
c. Teoria da personalidade condicional: nascituro tem personalidade sob condição suspensiva. O ser concebido já pode titularizar direitos extrapatrimoniais (personalidade formal). Até o nascimento, os direitos patrimoniais ficam sob condição suspensiva. Nascimento opera efeitos ex tunc da personalidade material.
	Crítica: apegada a questões patrimoniais. Direitos da personalidade não podem estar sujeitos à condição, termo ou encargo. Mera expectativa de direito/direitos eventuais sob condição suspensiva, e não direitos efetivos (crítica cursinho, mas Livro aduz a titularização de direito extrapatrimoniais).
	CONSENSO: Os direitos PATRIMONIAIS só são adquiridos e plenamente exercitáveis no momento do nascimento com vida.
	Art. 130. Ao titular do direito eventual (COMO O NASCITURO, por seu curador), nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
DIREITOS TITULARIZADOS PELO NASCITURO:
	Enunciado 1 CJF: A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos de personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.
c) É titular de direitos personalíssimos (vida, integridade física, proteção pré-natal, este previsto no art. 7º ECA: “que permitam o nascimento”). Por isso, o aborto é tipificado, com as seguintes exceções: (a) aborto necessário/terapêutico; (b) aborto sentimental/humanitário; (c) aborto de feto anencefálico; (d) 1ª Turma STF (HC): até o 3º mês (proporcionalidade).
a. STJ: Morte de nascituro gera direito ao DPVAT aos genitores, aplicando-se o conceito dano-morte.
d) Pode receber doação, aceita pelo seu representante (curador), sem prejuízo do ITCMD, mas o gozo do direito de propriedade ficará condicionado ao nascimento com vida. Se houver irmãos, será adiantamento da herança.
a. Com isso, poderá ter obrigação (dívida fiscal da doação)
e) Pode ser beneficiado por legado ou herança (art. 1.798)
f) Pode ser-lhe nomeado curador para defesa de seus interesses (somente previsão no CPC antigo, 877/878)
g) STF (2002): direito à realização de exame de DNA para efeito de aferição de sua paternidade
h) Alimentos gravídicos (Lei 11.804/08). Após o nascimento, são convertidos em pensão alimentícia, de forma automática. A norma impossibilitou o exame de DNA, pela possibilidade de aborto; e retirou a responsabilidade objetiva da mãe na hipótese de não ser confirmada a paternidade.
i) Para tutelar os alimentos do nascituro, TST reconhece a estabilidade à gestante (mesmo no desconhecimento; mesmo se por tempo determinado; reintegração só no período da estabilidade)
j) STJ (adotando a teoria concepcionista):DANOS MORAIS igual dos filhos vivos. (Morte do pai; Rafinha Bastos), porque, em alguns casos, o dano é in re ipsa. 
NATIMORTO.
Antes de morrer, já tinha direitos (art. 2º). Enunciado 1 CJF:A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade. Tais como nome, imagem e sepultura.
ESTADO DA PESSOA FÍSICA: qualificação da pessoa a partir de suas projeções, individualizando cada pessoa. Como atributos da personalidade, são indisponíveis, indivisíveis e imprescritíveis. Ações relacionadas são ações de Estado, que demandam a intervenção do MP. A revelia nestas ações é desacompanhada de efeitos (CPC, 345, II: direitos indisponíveis), salvo a desnecessidade de intimação do revel para os atos subsequentes.
a) Estado individual: características físicas: sexo, díade e capacidade
b) Estado familiar: parentesco consanguíneo, afetivo ou por afinidade
c) Estado político: nacional (brasileiro nato ou naturalizado) ou estrangeiro. Não se confunde com cidadão (titulo de eleitor).
d) Estado sexual: superação da imutabilidade do registro civil. Possibilidade de alteração do prenome sem necessidade de submissão à tratamento cirúrgico.
Obs.: união estável e separação de fato não modificam o estado civil.
PERSONALIDADE JURÍDICA DOS ANIMAIS: Os Códigos Civis mais modernos do mundo (Argentina, Hungria, Rep. Tcheca) reconhecem que o animal não é coisa nem ser humano, mas categoria jurídica intermediária. A Constituição Peruana confere personalidade jurídica à Pacha Mama. No entanto, no Brasil, os animais são bens móveis semoventes (art. 82 CC). Mesmo nas decisões recentes que autorizam guarda compartilhada, são classificados como bens.
CAPACIDADE
Medida jurídica da personalidade subjetiva[footnoteRef:1], divida em: (a) capacidade de direito ou de gozo; (b) capacidade de fato, atividade ou de exercício. [1: APTIDÃO GENÉRICA PARA SER SUJEITO DE DIREITO] 
a) Capacidade de direito: capacidade genérica, adquirida junto com a personalidade (art. 1º), de modo que toda pessoa é capaz de adquirir direitos e deveres na ordem jurídica (por isso um menor de idade pode ser proprietário)
	Qual a diferença entre capacidade de direito e personalidade jurídica?
a) Orlando Gomes: se confundem. Por isso que toda pessoa tem capacidade de direito. O que não se confunde é personalidade jurídica e capacidade de fato.
b) Cristiano Chaves: personalidade está ligada a relações jurídicas existenciais e capacidade de direito a relações patrimoniais.
	No CC02 falava-se em direitos e obrigações, qual a diferença entre dever e obrigação? Dever é mais amplo, incluindo o (a) dever jurídico: abstrato, genérico, impondo-se a todos em contrapartida de um direito subjetivo decorre da norma; (c) obrigação em sentido estrito: específico e individualizado decorrente de uma relação jurídica obrigacional decorre da vontade.
b) Capacidade de fato ou de exercício ou civil: é a capacidade para exercer pessoalmente os atos da vida civil (CAPAZES x INCAPAZES). Traduz autodeterminação e discernimento físico e psíquico.
a. Absolutamente incapaz: até 16 anos SÓ.
c) Capacidade plena: Capacidade de Direito + Capacidade de Fato. 
DISTINÇÃO: LEGITIMAÇÃO: pertinência subjetiva para prática de determinado ato. Mesmo com capacidade plena, pode carecer de autorização/legitimação/capacidade específica, negocial ou privada para determinado ato (plus na capacidade). Não se confunde com legitimidade (pressuposto processual)
a. Venia conjugal (1657): cujas espécies são (a) outorga uxória (mulher) e (b) outorga marital (marido). Ressalva: separação absoluta (convencional) ou no regime de participação final nos aquestos, caso haja dispensa no pacto antinupcial. Quais atos demandam? (a) alienar ou gravar de ônus real bens imóveis; (b) pleitear, como autor ou réu, ações acerca dos bens imóveis; (c) prestar fiança ou aval; (d) fazer doação não remuneratória de bens comuns. Juiz pode suprir negativa injustificada. Consequência: anulável no prazo decadencial de 2 anos após o término da relação conjugal. Convalidação: expressa ou tácita.
	Exige-se para união estável? Divergência. (1º) Sendo exceção, demanda interpretação restritiva; (2º) impõe-se, porque há publicidade e regime de bens de comunhão parcial. STJ (2014): será desnecessária mesmo que a união esteja formalizada por escritura pública, mas será necessária se averbada no Registro do Imóvel. 
O NCPC exigiu autorização do companheiro (salvo separação absoluta) para ação sobre direito real imobiliário e citação de ambos os companheiros em causas de direito real imobiliário (salvo separação absoluta) e causas sobre/com efeitos sobre ambos.
b. Venda do ascendente para descendente (496): anulável, salvo expresso consentimento do cônjuge/descendentes. Dispensado o cônjuge se separação obrigatória e participação final nos aquestos (interpretação sistemática do art. 1656). Consequência: anulável, em prazo decadencial de 2 anos após a conclusão do contrato (caducou S 494 STJ). Obs.: para doação não é necessária autorização, mas será considerada antecipação.
c. Falta de legitimação do tutor para adquirir bens do tutelado.
TEORIA DAS INCAPACIDADES. Atinge a capacidade de fato/de exercício. É restrição a ser interpretada de forma restritiva. Não se confunde: (i) vulnerabilidade (desequilíbrio material das prestações); (ii) restrição voluntária de direitos (cláusula de inalienabilidade). Decorrem: (a) critério objetivo (cronológico, etário ou idade); (b) critério subjetivo (psicológico ou psíquico). 
A INCAPACIDADE SUBJETIVA é verificada por um processo de interdição que visa a curatela extraordinária (pessoas não são ruas para serem interditadas; curatela expressa o dever de proteção; extraordinária porque é atípica e excepcional, conforme EPD, porque PCD tem direto ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições) que afeta apenas atos de natureza patrimonial e negocial (não alcança sexualidade, matrimonio, privacidade, educação, saúde, trabalho e voto). Enunciado 637 CJF: possibilidade de “outorga ao curador de poderes de representação para alguns atos da vida civil, inclusive de natureza existencial, a serem especificados na sentença, desde que comprovadamente necessários para a proteção do curatelado em sua dignidade”.
· NÃO HÁ MAIS INTERDIÇÃO ABSOLUTA, sempre relativa: apenas menores de 16 são absolutamente incapazes.
Processo de interdição: procedimento especial de jurisdição voluntária, na Vara da Família do foro do domicílio do interditando, com fim de caracterizar uma incapacidade relativa, mediante prolação de sentença (não cabe de forma incidental). Legitimidade ativa concorrente (sem preferência) e disjuntiva (não demanda litisconsórcio necessário): cônjuge/companheiro; parentes; tutores; representante de entidade em que abrigado e Ministério Público que tem legitimidade subsidiária (só pode se nenhum legitimado tiver feito ou se todos forem incapazes) (CPC, 747). E o próprio interditando? EPD permitiu (1768,CC), mas CPC revogou (Didier defende interpretação histórica inclusiva). Possível tutela provisória de urgência satisfativa/antecipada: nomeação de curador provisório. Citação por Oficial de Justiça para entrevista com o juiz do interditando (juiz pode mandar OJ certificar). Impugnação do interditando: 15 dias (familiares poderão ser assistentes litisconsorciais). Perícia médica obrigatória. Sentença deve ser registrada para efeitos erga omnes; publicada no site do TJ e na imprensa local. INTERVENÇÃO DO MP POR SER AÇÃO SOBRE O ESTADO DA PESSOA, sob pena de nulidade absoluta. Sentença é declaratória ou constitutiva? Há divergência: declaratória ex tunc pois apenas declara incapacidade existente; constitutiva negativa da incapacidade, antes plena. Apelação (só efeito devolutivo). Restabelecido o curatelado: levantamento de interdição (paralelismo das formas: Judicial), em rol não exaustivo (STJ).
Curatela: EPD permite curatela compartilhada. Autoridade do curador se estende para pessoas e bens dos filhos do curatelado (curatela estendida ou

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