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MATERIAL PACOTE ANTICRIME - PROCESSO PENAL

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PACOTE ANTICRIME 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENGIK JURIS 
2020 
 
 
Esse material complementar tem tudo que você 
precisa saber acerca dos reflexos do Pacote 
Anticrime (Lei 13.964/2019) no Código de 
Processo Penal. Aqui, você encontra o antes e 
depois dos seguintes temas: 1) o Juiz das 
Garantias; 2) investigação criminal especial; 3) o 
novo arquivamento; 4) o ANPP – acordo de não 
persecução penal; 5) destino e utilização de bens 
constritos; 6) a descontaminação do julgado; 7) a 
cadeia de custódia de vestígios; 8) prisões e 
medidas cautelares em geral; 9) prisão em 
flagrante; 10) prisão preventiva; 11) execução 
provisória da pena no Tribunal do Júri; 12) a 
nulidade da decisão carente de fundamentação; 
13) nova hipótese de RESE; e 14) a presença do STJ 
no CPP. 
Instagram: @professorsengik 
WhatsApp: (45) 98836-8836 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
1 
Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O JUIZ DAS GARANTIAS!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 3º-A AO ARTIGO 3º-F DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
A primeira coisa que você deve ter em mente 
é que o Pacote Anticrime veio com uma 
intenção muito clara aqui: adotar o Sistema 
Acusatório de vez no Processo Penal, o que a 
CF já previa desde sempre – logo, nada há de 
novo. 
 
Até a edição da Lei 13964, toda investigação 
criminal era acompanhada por um Juiz, cuja 
função nunca foi investigar nem acusar 
alguém, mas controlar a legalidade da 
apuração do delito e, principalmente, 
garantir os direitos fundamentais daquele 
que estava sendo investigado. Sendo assim, 
os direitos mais nobres do investigado, 
independentemente da infração penal que 
teria praticado, precisavam ser observados – 
quem fazia o papel de “corregedor” das 
atividades policiais e ministeriais era esse 
Magistrado. 
 
Isso tanto é verdade que sempre tivemos 
matérias circunscritas à Cláusula de Reserva 
de Jurisdição, como é o caso da interceptação 
telefônica, meio de obtenção de prova 
regulamentado pela Lei 9296/1996, que 
exige a análise e autorizações prévias por 
parte do Juiz competente, exatamente 
porque é instrumento que atenta contra 
direitos fundamentais do investigado, tais 
como a vida íntima e privada, e o sigilo das 
comunicações. 
 
Contudo, esse Juiz que fazia o papel de 
garantia dos Direitos Fundamentais do 
investigado era também aquele que o julgaria 
na ação penal subsequente. Isso mesmo! Era 
o mesmo Magistrado que atuava nas 
investigações que julgava o acusado logo em 
seguida. Veja-se, inclusive, que as decisões 
em sede de inquérito tornavam o Juiz 
prevento para o processamento e julgamento 
da ação penal posterior. 
 
 
Agora, com o Pacote, as funções do Judiciário 
na persecução penal foram divididas entre 
dois Juízes diferentes – é só isso mesmo, 
portanto, não se assuste. 
Olha só: teremos um Juiz que atuará 
realizando o controle de legalidade das 
investigações, de modo a garantir os direitos 
fundamentais do investigado, e outro Juiz 
que só vai tocar o processo, da citação do 
acusado, passando pela instrução do feito, 
até o julgamento do processo. Ocorre que 
esses Magistrados ganharam nomes 
diferentes em razão do momento em que 
cada um vai atuar na persecução penal: 
 
1) Juiz das garantias – atua durante as 
investigações e sua função primordial 
é garantir a legalidade das diligências 
praticadas pelos órgãos 
investigativos, de modo a garantir os 
Direitos Fundamentais daquele que 
está sendo investigado; 
 
2) Juiz da instrução e julgamento – atua 
no processo penal, ou seja, na fase da 
ação penal; tem várias funções, 
dentre as quais garantir os Direitos 
Fundamentais do acusado, 
providenciar a instrução do feito e, 
ao final, sentenciá-lo. 
 
Como eu disse ates, só dividimos as funções 
entre dois Juízes diversos. Fácil demais. 
 
Mas por quê? Para que o Juiz da ação penal 
não esteja “viciado” pelo que viu ou pelo 
modo como agiu durante as investigações. Do 
modo como ficou, ou seja, com o Juiz das 
garantias, há total separação de funções, de 
forma que o Juiz da instrução chega livre, sem 
amarras, sem nem mesmo conhecer o caso, o 
que diminui muito, diga-se, as tão comuns 
alegações de parcialidade do Poder 
Judiciário. 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
2 
Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
Desta feita, um só Juiz era responsável pelas 
garantias do investigado (e do acusado ao 
longo da ação penal), pela administração do 
processo, pela instrução do feito e pelo 
julgamento do acusado. 
 
Huuuummm... a pergunta que se faz é a 
seguinte: poderia uma pessoa que investigou 
outra ser imparcial ao julgar o investigado? É 
óbvio que não. Ao participar das 
investigações, o Juiz acaba sendo maculado 
pela persecução e, assim, já olhava para o 
acusado como verdadeiro culpado. Juiz não 
pode ser investigador! Juiz não pode ser 
inquisidor! Isso precisava mudar. 
 
 
E quais as funções do Juiz das garantias? 
Simples: são as mesmas competências que o 
Juiz sempre teve durante as investigações 
criminais. 
 
Neste tema, o artigo 3º-B do CPP traz uma 
lista imensa de condutas do Juiz das 
garantias. Porém, não é preciso decorá-las; 
basta lê-las e se lembrar daquilo que cabia 
(deveria) ao Magistrado que acompanhava as 
investigações antes do Pacote. Por exemplo: 
a quem cabia a decretação de interceptação 
telefônica antes do Pacote? Ao Juiz que 
acompanhava as investigações. E a quem 
cabe a decretação agora com o Pacote? Ao 
Juiz das garantias, pois é dele a função de 
acompanhar as investigações. 
 
Outro exemplo: a quem cabe a decretação da 
prisão temporária ou preventiva (nas 
investigações)? Ao Juiz das garantias. Viu? É 
fácil de tudo. Apenas tenha atenção a um 
detalhe importante: o Juiz não poderá agir de 
ofício nas investigações (é preciso que ele 
seja provocado – é por isso que, em nossas 
aulas, sempre o chamamos de “O Inertão”). 
 
Ainda no artigo 3º-B do CPP, há algo que pode 
gerar um problema sério pra gente: é seu §2º, 
onde há a previsão de prorrogação do prazo 
do inquérito policial com investigado preso. 
Estranhamente, essa norma diz que poderá 
haver apenas uma prorrogação pelo prazo de 
até 15 dias. Bom, isso é aparentemente 
incompatível com o que consta no artigo 10 
do próprio CPP, que diz que o prazo do 
inquérito com réu preso é improrrogável e de 
10 dias. Essa esquisitice fez surgir muitas 
interpretações estranhas na doutrina – tem 
gente tentando somar os dois prazos, outros 
falam que o artigo 10 foi derrogado, outros 
que ele foi revogado. Pra mim (e só eu vi 
assim) a situação é bem clara: houve um 
enorme equívoco do legislador, que 
considerou apenas os termos do artigo 66 da 
Lei 5010, que fixa o prazo máximo do 
inquérito com investigado preso na Justiça 
Federal. Nosso legislador se esqueceu 
completamente de que o prazo na Justiça 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
3 
Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
Estadual é outro. Veja que a Lei 5010 diz que 
o prazo é de 15 dias para investigado preso (e 
ela própria tem um lapso, pois não fala da 
situação do investigado solto). Seguindo 
apenas o que diz essa lei, somando-a com o 
artigo 3º-B, ficaria assim: o prazo do inquérito 
com investigado preso na Justiça Federal é de 
15 dias, prorrogável uma única vez por até 15 
dias. Para mim, essa é a melhor forma de se 
entender o que legislador fez aqui: um 
enorme deslize. 
 
E como você faz na sua prova? A Banca lhe 
cobrará transcrição do §2º do artigo 3º-B – 
vai ser “cara X crachá”! Seestiver a letra da 
lei ali, estará certo; do contrário, estará 
errado. Só isso. Então, grave-o: 
 
Se o investigado estiver preso, o juiz das 
garantias poderá, mediante representação 
da autoridade policial e ouvido o Ministério 
Público, prorrogar, uma única vez, a duração 
do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o 
que, se ainda assim a investigação não for 
concluída, a prisão será imediatamente 
relaxada. 
 
De qualquer modo, hoje, entendo que é 
possível conjugar isso tudo mesmo diante da 
falha que enxergo ter havido. Seria um 
remendo e não digo que é o melhor a se 
fazer... mas é possível. Veja a explicação na 
aula, dê um “print” na tela e leia o §2º do 
artigo 3º-B do CPP novamente. 
 
“Mas eu vi que também mudou a disciplina 
do assistente técnico, Professor Sengik?” É 
verdade, porém isso é super simples, pois o 
Pacote apenas trouxe para o CPP o 
regramento que já havia no CPC. 
 
Em síntese: antes, o assistente técnico só 
existia na ação penal, mas, hoje, há 
possibilidade do assistente técnico aparecer 
já na fase das investigações e atuar ao lado do 
perito oficial, acompanhando-o (ele não 
precisa aguardar a confecção da perícia 
oficial, mas não pode atrapalhá-la 
(obviamente). Veja a aula que eu tenho um 
exemplo lindo disso. 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
4 
Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
 
“E até quando o Juiz das garantias vai atuar?” 
Ele atua durante as investigações até o 
recebimento da denúncia/queixa, que é 
função dele, diga-se. Então, quando o Juiz das 
garantias receber a petição inicial criminal, 
ele deixa o caso nas mãos do Juiz da 
instrução, que terá o prazo máximo de 10 dias 
para reexaminar as cautelares decretas pelo 
seu colega. Os autos da investigação ficam no 
Juízo das garantias, onde poderão ser 
consultados pelas partes. Isso significa que os 
autos da investigação não serão apensados à 
denúncia/queixa como era antes. Apenas as 
provas irrepetíveis, antecipadas e os meios 
de obtenção de prova vão junto com a 
denúncia/queixa. Atenção ao prazo de 
reexame das cautelares pelo Juiz da 
instrução: no máximo 10 dias – isso cairá em 
nossas provas. 
 
E aquele que atuou como Juiz das garantias 
poderá vir a ser o Juiz da instrução? Nunca. 
Ele estará impedido de agir na ação penal! Se 
a proposta da lei foi a de dividir essas funções, 
jamais uma mesma pessoa poderá fazer 
papel de Juiz das garantias e de Juiz da 
instrução. Mas e se só tiver um Juiz na 
Comarca? Nesse caso, diz o parágrafo único 
do artigo 3º-D do CPP, faremos rodízio de 
Juízes. Que lindo!!! 
 
E o Princípio do Juiz Natural? Nada muda, ele 
segue o mesmo. Podemos dizer que o Juiz 
das garantias é o Juiz natural durante a fase 
investigativa – Juiz escolhido de acordo com 
normas objetivas e prévias fixadas na CF e na 
lei processual penal. 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
Ao Juiz das garantias cabe tudo que disser respeito à análise de legalidade e aos direitos 
fundamentais do investigado. Ele é o juiz natural, escolhido por critérios objetivos, para 
acompanhar as investigações. 
 
O Juiz das garantias não poderá processar e julgar a ação penal – ele está impedido de ser o 
Juiz da instrução e julgamento. 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
A competência do Juiz das garantias termina com o recebimento da inicial (denúncia/queixa). 
Se for o caso, ele a recebe e o feito segue nas mãos do Juiz da instrução, que terá o prazo 
máximo de 10 dias para reexaminar as cautelares decretadas por seu colega. 
 
Os autos da investigação não serão apensados à denúncia/queixa. Eles ficarão no Juízo do 
Juiz das garantias, sendo que as partes podem ter acesso a eles. Apenas as provas irrepetíveis, 
as antecipadas e os meios de obtenção de provas irão apensos à denúncia/queixa. 
 
O prazo do inquérito policial com o investigado preso pode ser prorrogado uma só vez por 
até 15 dias. 
 
O assistente técnico pode aparecer já na fase de investigações. 
 
Adotamos expressamente o sistema acusatório. Logo, o Juiz não tem iniciativa nenhuma 
durante as investigações. Isso é muito importante!!! 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
6 
Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: A INVESTIGAÇÃO ESPECIAL, MAS SÓ NO 
CASO DE USO LETAL DA FORÇA DO ESTADO, TENTADO OU CONSUMADO, 
EM SERVIÇO!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 14-A DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Ao comentar essa alteração trazida pelo 
Pacote Anticrime, vou considerar apenas a 
ótica dos órgãos da segurança pública, pois 
existem vários outros interesses em jogo que 
foram completamente ignorados pela Lei 
13.964. Vamos lá! 
 
Lembre-se de que um integrante de órgão de 
segurança pública é obrigado a agir quando 
se depara com a prática de algum delito – em 
termos penais (artigo 13, §2º, a, do CP) ele é 
considerado garante (garantidor). Sabendo 
disso, pense comigo na seguinte situação: 
depois do serviço, um Policial está 
retornando para casa, dá uma paradinha no 
mercadinho do bairro e é surpreendido por 
um assalto à mão armada quando já está ao 
lado do caixa pronto para efetuar o 
pagamento por suas compras. 
 
Nessa situação, considerando sempre a 
melhor técnica, vai caber ao Policial exercer o 
uso da força do Estado para neutralizar o 
risco aos direitos fundamentais da vítima (por 
exemplo: o direito à vida da caixa da padaria) 
e, se necessário for, poderá ocasionar o óbito 
do assaltante. Se isso acontecer, o Policial 
terá causado a morte do agressor ao 
salvaguardar o direito à vida da vítima – 
legítima defesa de terceiro. 
 
A questão que se coloca aqui é a seguinte: o 
Policial é obrigado, por lei, a exercer o uso da 
força do Estado, mas, ao fazê-lo, será 
investigado e, a depender da situação, 
processado penalmente sem assistência 
específica do próprio Estado que lhe obriga a 
agir? Sim, é isso mesmo. 
 
“Mas as instituições de segurança pública não 
contam com setores jurídicos capazes de 
 
Atento à ausência de assistência jurídica nas 
instituições que fazem uso da força do 
Estado, o Pacote cria espécie de investigação 
especial para o caso em que seus servidores 
a utilizam de modo letal, seja tentado ou 
consumado. Em suma: há procedimento 
investigatório especial para casos de uso 
letal da força em serviço. 
 
Assim, todos os servidores da segurança 
pública (artigo 144 da CF: PM, Bombeiros 
Militares, PC, PF, PRF, PP de todas as esferas 
da federação) e das Forças Armadas em 
missão de garantia de lei e ordem (artigo 142 
da CF), quando exercerem a força letal do 
Estado, seja de forma tentada ou consumada, 
serão investigados por esse procedimento 
especializado. 
 
Mas qual é a especialidade? Simples: nesses 
casos, a investigação será obrigatoriamente 
acompanhada pelo Defensor do investigado - 
é só isso mesmo. A ideia é garantir assistência 
jurídica ao servidor obrigado a exercer a força 
letal do Estado. 
 
Uma vez instaurada a investigação (qualquer 
que seja ela - inquérito policial, inquérito 
policial militar ou procedimento 
investigatório criminal no MP), o investigado 
deve ser citado para que nomeie Defensor 
em 48 horas - (a lei errou ao usar citação, pois 
o correto seria notificação). 
 
Se o investigado não o fizer ou não for 
encontrado, a instituição em que ele é lotado 
é intimada para, também no prazo de 48 
horas, nomeie Defensor para seu servidor. É 
só isso mesmo que muda, de forma que todo 
o resto que você conhece acerca de 
investigações prossegue como antes. Veja 
como é fácil: 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
7Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
assessorar seu pessoal nessas situações?” 
Não contam não. 
 
Isso significa que a atitude do Policial será 
avaliada por profissionais da seara jurídica 
(Juiz e MP) e ele terá de encarar isso sozinho, 
pois será investigado e processado sem a 
assistência jurídica específica. Em outras 
palavras: ele é obrigado a agir e, depois de 
atuar, que se vire para pagar Advogado 
particular ou que jogue dados com a sorte e 
dependa de Defensor dativo ou da 
Defensoria Pública. 
 
Agora, apenas para ilustrar a situação do 
servidor da segurança pública, lembro-lhe do 
edital para concurso da Polícia Civil do Mato 
Grosso do Sul de 2017. O valor da 
remuneração era de R$ 3.888,26 brutos por 
mês - desconte o imposto de renda e saberá 
que ele não terá capital para bancar um bom 
advogado se precisar exercer o uso da força 
letal do Estado a qual está obrigado. Isso é um 
contrassenso e, se considerarmos que a 
Polícia Civil é comandada por Bacharéis em 
Direito, o contrassenso é maior ainda. 
 
 
1) Você sabe que o inquérito policial é 
inquisitivo ou inquisitório e ele segue como 
antes (a presença de Defensor não 
caracteriza, por si só, o contraditório e ampla 
defesa - tire isso da cabeça) – nada mudou; 
 
2) Você sabe que, muitas vezes, diligências 
sigilosas precisam ser realizadas durante as 
investigações e elas permanecem como 
antes, ou seja, em segredo (apenas depois de 
finalizadas e encartadas é que o Defensor do 
investigado terá acesso a elas) – nada mudou 
aqui também. 
 
“Mas, Professor Sengik, não vejo grandes 
mudanças!” Nem eu... o pacote apenas 
trouxe a obrigatoriedade da presença de 
Advogado nas investigações de casos que 
envolvam uso da força letal em serviço. Só 
isso mesmo. 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
No caso de uso letal da força em serviço, seja ato tentado ou consumado, a investigação terá 
de contar, obrigatoriamente, com a presença do Defensor do servidor investigado. 
 
Quem pode fazer uso letal da força do Estado em serviço? Os membros das instituições 
listadas no artigo 144 da CF (PM, Bombeiros Militares, PC, PF, PRF, PP de todas as esferas da 
federação) e artigo 142 da CF (Forças Armadas, mas apenas quando em missão de GLO). 
 
Como funciona? Simples: com a investigação já em andamento, o investigado é citado (de 
acordo com lei) para nomear Defensor no prazo de 48 horas. Se não o fizer, intima-se a 
instituição em que ele está lotado para tanto - no mesmo prazo de 48 horas. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
8 
Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O NOVO ARQUIVAMENTO!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 28 DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Antes do Pacote, o MP deveria requerer 
(fundamentadamente) o arquivamento ao 
Juiz que estava acompanhando as 
investigações. 
 
Se o Magistrado concordasse com as razões 
apresentadas pelo MP, ele homologava o 
arquivamento e as investigações estariam 
arquivadas - por isso, dizia-se que o 
arquivamento era ato judicial (pois era quem 
acabava por determiná-lo) ou ato complexo 
(pois contava com a manifestação de dois 
órgãos distintos – um do MP e outro do 
Judiciário). 
 
Se o Juiz não concordasse com os motivos 
expostos pelo MP, então, remetia os autos ao 
Procurador Geral para que esse definisse o 
destino final das investigações. 
 
O que importa, aqui, é que, de todo modo, 
havia um Juiz no meio do procedimento de 
arquivamento, figura que exercia a função de 
fiscal do Princípio da Obrigatoriedade da 
Ação Penal. Essa fiscalização era encarada 
como função atípica do Judiciário e já tinha 
sido severamente criticada pela Doutrina, 
pois ia contra o Sistema Acusatório, que 
impõe o distanciamento completo e absoluto 
do Magistrado de qualquer atividade que 
integre a acusação. 
 
Se o Juiz, no Sistema Acusatório, precisa ficar 
longe da acusação, como ele poderia 
participar de ato que define seu destino? Não 
pode! Isso deveria caber apenas ao titular da 
ação penal. 
 
Uma das preocupações do Pacote Anticrime 
foi justamente trazer o Sistema Acusatório 
para o CPP. Assim, era preciso afastar o Juiz 
do procedimento de arquivamento, 
mantendo a decisão apenas no âmbito do 
MP, o titular da ação penal. Foi apenas isso 
que a Lei 13.964 fez e ficou muito mais fácil 
pra gente estudar. 
 
Com o pacote, o MP não requer mais o 
arquivamento para o Juiz, já que todo o 
procedimento vai correr dentro do próprio 
MP. De forma bem simplificada, fica assim: 
 
1) O Promotor de Justiça (MPE) ou o 
Procurador da República (MPF) ordena o 
arquivamento da investigação; 
 
2) Isso é comunicado para a vítima, para o 
investigado e Delegado; 
 
3) Os autos da investigação sobem 
automaticamente para revisão por órgão do 
próprio MP, que homologará ou não o 
arquivamento – é o que a lei chama de 
revisão ministerial; 
 
4) Se a instância de revisão ministerial 
homologar a ordem inicial de arquivamento, 
o feito estará arquivado; 
 
5) Se a vítima não concordar com o 
arquivamento, poderá, em 30 dias do 
recebimento da comunicação, submeter a 
matéria a revisão; 
 
6) No caso de ações penais relativas a crimes 
praticados em detrimento da União, Estados 
e Municípios, esses entes serão as vítimas, de 
forma que poderão provocar a revisão da 
decisão de arquivamento através de 
provocação de quem os represente em juízo. 
Super fácil demais. 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
9 
Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
encontrado no Instagram, no perfil: @professorsengik e pelo WhatsApp (45) 98836-8836. 
A pergunta que não quer calar é: depois de 
ordenado o arquivamento, a Autoridade 
Policial poderá proceder a novas pesquisas, 
se de outras provas tiver notícia? Claro que 
sim – se não for caso de coisa julgada. Tudo 
permanece a mesma coisa. Ao ler o artigo 18 
do CPP, apenas desconsidere a menção à 
autoridade judicial. Fica assim: 
 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento 
do inquérito pela autoridade judiciária, por 
falta de base para a denúncia, a autoridade 
policial poderá proceder a novas pesquisas, 
se de outras provas tiver notícia. 
 
BILAU AZUL!!! 
 
O procedimento de arquivamento fica dentro do MP - não vai para o Juiz das Garantias decidir 
nada não (seria uma boa pegadinha de provas). 
 
Ordenado o arquivamento, o MP comunica a vítima, o investigado e a Autoridade Policial. A 
vítima tem 30 dias para pedir a revisão ministerial caso não concorde com o arquivamento. 
Veja que é só a vítima que pode fazer isso (e não o investigado ou o Delegado). Se a vítima for 
União, Estados e Municípios, seu representante judicial poderá pedir a revisão. 
 
A ordem de arquivamento é submetida automaticamente a instância de revisão ministerial 
que o homologará (ou não - mas isso não está na lei). 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
(ANPP)!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 28-A DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Não havia correspondente algum no CPP. 
Porém, o ANPP era previsto em duas 
resoluções do Conselho Nacional do MP 
(Resoluções 181/17 e Res. 183/18), 
questionadas por ADIN, sob alegação de que 
violavam a reserva legal, a competência 
legislativa da União e, ainda, extrapolavam o 
poder regulamentar do CNMP – argumentos 
muito bons e indefensáveis. 
 
 
Tudo mudou, já que o ANPP entrou para o 
Código de Processo Penal em seuartigo 28-A. 
De forma bastante simples, o pacote inseriu 
as resoluções do CNMP no tal artigo 28-A - o 
que faz com que as ADIN’s antes 
mencionadas tenham perdido seus objetos. 
 
Atualmente, no caso de crime com pena 
privativa mínima prevista em abstrato menor 
do que 4 anos (considerando-se as causas de 
aumento e de diminuição), praticado sem 
violência ou grave ameaça e se o MP 
entender por suficiente, poderá propor 
acordo ao investigado, mediante do qual o 
MP deixa de prosseguir com a persecução 
penal desde que o investigado concorde e 
cumpra determinadas condições. Veja que é 
um ato negocial, uma espécie de contrato 
com concessões mútuas, e que tem de ser 
bom para todos os envolvidos. Esse acordo, 
todavia, não poderá ser proposto: 
1) se o crime tiver pena privativa de liberdade 
mínima maior do que 4 anos (considerando-
se as causas de aumento e de diminuição); 
2) crime tiver sido praticado com violência ou 
grave ameaça; 
3) o MP entender que o ANPP não é suficiente 
para a prevenção; 
4) se for cabível transação penal no JECRIM 
(se for IMPO); 
5) o investigado já tiver feito, em outro caso 
e no prazo de 5 anos anteriores, algum ANPP, 
transação penal ou suspensão condicional do 
processo; 
6) se o investigado for reincidente ou for 
criminoso contumaz; 
7) se for caso de crime praticado no âmbito 
de violência doméstica ou familiar, ou 
praticado contra a mulher por razões da 
condição de sexo feminino; 
8) se for caso de arquivamento. 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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Observe que esses requisitos, tanto os 
positivos quanto os negativos, são 
cumulativos. 
 
Se presentes os requisitos acima, o MP senta 
com o investigado, acompanhado de seu 
Defensor (é obrigatória sua presença), e lhe 
propõe o acordo. Eles tecem uma minuta em 
que fixam os deveres das partes e a 
apresentam para análise e homologação pelo 
Juiz das Garantias. O Magistrado, quando for 
verificar os termos do ANPP, chama o 
investigado (sempre com seu Defensor) e o 
ouve para ver se ele entendeu o acordo e se 
quer mesmo firmá-lo com o MP. Veja que o 
MP não participa dessa audiência. Se tudo 
estiver de certo, o Juiz homologa o ANPP e 
remete ao MP para que esse busque a 
correspondente execução junto à Vara de 
Execuções Criminais (VEC ou VEP). É simples 
assim mesmo. Mas pode acontecer do Juiz 
olhar para a minuta e achar que não está boa, 
por exemplo, está dura ou leve demais para o 
investigado. Nesse caso, ele a devolve ao MP 
para, se tiver interesse, retome as 
negociações com o investigado e, depois, 
nova minuta é levada ao Juiz para 
homologação – o MP também poderá, ao 
invés de ajustar o ANPP, continuar com a 
persecução penal. Ainda pode ocorrer do Juiz 
entender que não é caso de ANPP (estão 
ausentes seus requisitos positivos ou 
presente algum negativo). Nessa hipótese, 
ele nega a homologação e devolve os autos 
ao MP para que prossiga com a persecução 
penal (realize novas diligências ou ofereça a 
denúncia). Caso o MP discorde dessa 
negativa, pode recorrer (RESE – artigo 581, 
XXV, do CPP). Viu?! É tudo muito fácil. Não há 
o que temer. 
 
Agora, vamos olhar para as obrigações das 
partes nesse acordo. A obrigação do MP será 
a de não prosseguir com a persecução penal 
e de executar o ANPP junto à VEC para que, 
ao final, se devidamente cumprida a parte do 
investigado, seja-lhe declarada a extinção da 
punibilidade pelo crime que lhe está 
imputando. As obrigações do investigado é 
que podem variar bastante e o CPP as chama 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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de condições ao apresentar rol meramente 
exemplificativo. São elas: 
1) obrigação de reparar o dano ou restituir o 
bem à vítima; 
2) obrigação de renunciar voluntariamente a 
bens e direitos indicados pelo MP como 
instrumentos, produto ou proveito do crime; 
3) prestação de serviços à comunidade ou 
entidade pública; 
4) prestação pecuniária à entidade pública ou 
de interesse social; 
5) qualquer outra condição indicada pelo MP, 
desde que proporcional e compatível com a 
infração penal em questão. Aponto que essas 
condições podem ser estipuladas isoladas ou 
cumulativamente. 
 
Então, depois de negociados os termos do 
acordo, sua homologação pelo Juiz das 
Garantias, sua execução pelo MP na VEC, se 
devidamente cumprido o ANPP, é declarada 
a extinção de punibilidade do investigado – 
decisão é do Juiz da VEC. De outro lado, pode 
ocorrer do investigado não cumprir suas 
condições. Nesse caso, o MP aponta isso ao 
Juiz da Execução, que, após ouvir o 
investigado, decidirá pela rescisão do acordo. 
A partir dessa rescisão, o MP dará sequência 
à persecução penal que estava parado. Veja 
que o MP será obrigado a agir, seja realizando 
novas diligências investigativas, seja 
oferecendo a denúncia. 
 
Só mais dois detalhes: 1) a vítima não 
participa de nada, mas ela é avisada do ANPP 
e de possível descumprimento por parte do 
investigado; 2) Delegado nem é citado pelo 
CPP nessa parte, logo, não pode propor ANPP 
– ele apenas será avisado de que não poderá 
mais dar continuação ao inquérito policial 
que antes presidia e que é objeto do acordo. 
 
BILAU AZUL!!! 
 
Só o MP, o investigado e seu Defensor participam das negociações, mas cabe ao Juiz das 
Garantias homologar o ANPP. 
 
A vítima não participa de nada, mas é avisada da homologação e possível descumprimento 
posterior do acordo. 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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Delegado não faz parte do ANPP. 
 
O rol de requisitos é CUMULATIVO – grave-os, principalmente o tempo de pena privativa de 
liberdade mínima (inferior a 4 anos). 
 
O rol de condições é meramente EXEMPLIFICATIVO, de modo que é possível fixar outras 
obrigações ao investigado. 
 
O ANPP não é executado no Juízo de Garantias, mas na Vara de Execução Criminal/Penal. 
 
O descumprimento do acordo leva à sua rescisão e o MP volta a ficar livre para tocar a 
persecução penal para frente. 
 
O cumprimento do acordo leva à declaração judicial de extinção de punibilidade. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: BENS PERDIDOS POR FORÇA DE 
CONDENAÇÃO CRIMINAL PODEM SER VENDIDOS JÁ, LOGO, SEM 
DEMORA, DESDE QUE A DECISÃO TENHA TRANSITADO EM JULGADO!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 122 DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
O artigo 122 do CPP dizia que, depois da 
condenação criminal ter transitado em 
julgado, ainda era necessário esperar 90 dias 
para se alienar em leilão público os bens 
perdidos por força dessa decisão 
condenatória. O dinheiro apurado era 
destinado à vítima ou terceiro de boa-fé; o 
sobressalente iria para o Tesouro Nacional. 
 
A questão aqui era: por que esperar esses 90 
dias?! 
 
Realmente, não havia motivos para se 
aguardar 90 dias do transito em julgado da 
condenação criminal para se alienar bens 
perdidos – efeito secundário da decisão 
condenatória. Em razão disso, o atual artigo 
122 do CPP acabou com aquele prazo de 
espera de 90 dias. Hoje, as coisas apreendidas 
serão alienadas diretamente e os termos do 
artigo 133 do CPP, também foi alterado pelo 
Pacote. Simplificadamente, este dispositivo 
nos diz: 
1) A avaliação e venda dos bens perdidos será 
determinada pelo Juiz, de ofício, ou por 
requerimento do interessado,ou por 
requerimento do MP; 
2) A forma de alienação é por leilão público; 
3) O valor apurado é direcionado aos lesado 
ou ao terceiro de boa-fé; 
4) O valor sobressalente vai para os cofres 
públicos, especialmente para o Fundo 
Penitenciário Nacional. 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
Bens perdidos por força de condenação criminal podem ser vendidos já, logo, sem demora, 
desde que a decisão tenha transitado em julgado. 
 
 Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: OBRAS DE ARTE CUJO PERDIMENTO 
TENHA SIDO DECRETADO PODEM SER DESTINADAS A MUSEUS 
PÚBLICOS!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 124 - A DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Ao definir a destinação de bens perdidos por 
força de condenação criminal transitada em 
julgado, o CPP apontava que os instrumentos 
do crime, após inutilizados (retirada de 
potencial lesivo) e se houvesse interesse na 
sua conservação, poderiam ser recolhidos a 
museus criminais. 
 
Porém, o CPP era silente no que toca às obras 
de arte, itens muito usados para lavagem de 
dinheiro e cujo interesse na conservação e 
apresentação pública é muito maior e 
relevante. 
 
Atento à omissão e ao comportamento de 
muitos criminosos, especialmente de 
colarinho-branco, o Pacote oferece nova 
possível destinação a bens perdidos que 
sejam obras de arte ou que tenham relevante 
valor cultural ou artístico. 
 
Agora, se o crime não tiver vítima 
determinada (crime vago, de modo que não 
haverá lesado interessado no bem em si), a 
obra de arte perdida em decorrência de 
condenação criminal poderá ser destinada a 
museus públicos. 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
Obras de arte e bens de relevante valor cultural ou artístico cujo perdimento tenha sido 
decretado em condenação criminal, podem ser destinados a museus públicos. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O MP TAMBÉM PODE PROVOCAR A 
AVALIAÇÃO E VENDA DE BENS PERDIDOS EM RAZÃO DE CONDENAÇÃO 
CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 133 DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Esse artigo 133 do CPP apresentava omissão 
patente: dentre as pessoas que poderiam 
provocar a alienação de bens perdidos por 
força de condenação criminal, NÃO estava o 
MP – titular da ação penal. 
 
Era preciso arrumar isso!!! 
 
Agora, o novo artigo 133 do CPP corrigiu a 
omissão e conferiu, expressamente, ao MP a 
possibilidade de provocar o Juiz para avaliar e 
vender os bens perdidos por força de 
condenação criminal transitada em julgado. 
Como vimos no artigo 122 do CPP, não é mais 
preciso aguardar qualquer prazo: diante do 
transito em julgado, os efeitos secundários da 
condenação criminal, como é o caso do 
perdimento de bens, também se tornam 
definitivos. 
Hoje, as coisas apreendidas serão alienadas 
diretamente e nos termos do artigo 133 do 
CPP: 
1) A avaliação e venda de bens perdidos será 
determinada pelo Juiz, de ofício, ou por 
requerimento do interessado, ou por 
requerimento do MP; 
2) A forma de alienação é por leilão público; 
3) O valor apurado é direcionado aos lesado 
ou ao terceiro de boa-fé; 
4) O valor sobressalente vai para os cofres 
públicos, especialmente para o Fundo 
Penitenciário Nacional. 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
Bens perdidos em razão de condenação criminal podem ser vendidos tão logo essa decisão 
transite em julgado. 
 
A avaliação e venda de bens perdidos será determinada pelo Juiz, que pode agir de ofício ou 
ser provocado pelo interessado ou pelo MP. 
 
A forma de alienação é o leilão público. 
 
Os valores apurados são direcionados ao lesado ou ao terceiro de boa-fé. Não sendo o caso 
ou sobrando dinheiro, os valores vão para o Fundo Penitenciário Nacional. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: POSSO USAR?!?! PODE, DESDE QUE O 
JUIZ AUTORIZE E QUE HAJA INTERESSE PÚBLICO!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 133 – A DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
A pergunta que se faz aqui é: podemos usar 
os bens constritos ao longo da persecução 
penal? Em outras palavras: se um avião foi 
apreendido com 90 quilos de cocaína, ele 
pode ser utilizado por órgão públicos durante 
o desenrolar das investigações e ação penal? 
 
Não havia norma no CPP sobre isso, mas a 
resposta era “sim”. Porém, agora, existe 
regramento normativo que precisará ser 
observado nesse procedimento de custódia 
precária de bens constritos ao longo da 
persecução penal. 
 
O Pacote acrescentou o artigo 133-A ao CPP 
regulamentando o uso de bens apreendidos 
ou sujeitos a qualquer medida assecuratória 
durante a persecução penal. Então, pense 
num barco apreendido com maconha pela 
Polícia Federal durante patrulhamento no Rio 
Paraná. Ele poderá ser utilizado pelos órgãos 
de segurança pública? Com isso em mente, 
vamos ao nosso tema. 
A resposta é bem simples: o barco poderá ser 
utilizado, sim, pelos órgãos de segurança 
pública, desde que haja autorização judicial 
para tanto. Essa autorização de custódia e 
uso do bem, só será expedida se o Juiz 
constatar interesse público no uso. Assim, são 
necessários dois requisitos para que usarmos 
o bem: 
1) Autorização judicial e 
2) Demonstração de interesse público. 
 
Mas quais órgãos poderão pedir a utilização 
do bem ao Juiz? Apesar do caput do artigo 
133-A se referir aos órgãos de segurança 
pública listados no artigo 144 da CF, o melhor 
é dizer que qualquer órgão público pode fazer 
essa solicitação – leia o §2º do artigo 133-A e 
você chegará a mesma conclusão!!! 
O que importa é haver interesse público no 
uso do bem. Todavia, existe critério de 
preferência baseado na meritocracia: o órgão 
de segurança pública que levou à constrição 
do bem tem prioridade. No nosso exemplo do 
barco, se a embarcação fosse solicitada pelo 
Ministério da Saúde para acessar 
comunidades ribeirinhas e pela Polícia 
Federal, essa última teria prioridade na 
concessão de seu uso. 
Detalhe importante é que o bem vai para o 
órgão público livre de qualquer encargo ou 
tributo anterior à sua disponibilização para 
uso. Assim, se for um automóvel repleto de 
multas e dívidas de IPVA, é emitido 
certificado provisório de registro e 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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licenciamento (zerado) e os encargos 
anteriores serão cobrados de seu 
responsável. 
Observe que essa autorização de uso 
transfere a posse e os cuidados do bem, mas 
não a propriedade. Isso significa que se trata 
de decisão precária, que pode ser reformada 
a qualquer tempo e que o órgão público que 
está utilizando da coisa não é seu 
proprietário. Se efetivamente houver 
condenação criminal da pessoa que sofreu a 
constrição do bem, só após o transito em 
julgado dessa condenação, o Juiz poderá 
decretar o perdimento da coisa e determinar 
a transferência definitiva de sua propriedade 
ao órgão público que a está utilizando – 
ressalvados os direitos do lesado ou de 
terceiro de boa-fé. 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
Posso usar o bem apreendido? Pode!!! Desde que haja interesse público e que o Juiz assim 
autorize. 
 
Quem pode pedir essa autorização? Qualquer órgão público, mas há prioridade paraórgão 
de segurança pública que levou à constrição do bem. 
 
O bem vem livre de encargos, multas ou tributos para as mãos do órgão público. 
 
Após a condenação criminal transitar em julgado, se o Juiz decretar o perdimento do bem, 
poderá transferir sua propriedade para o órgão que está o utilizando. 
 
Bzo prati!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: A DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO!!! 
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ARTIGO 157, §5º, DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Não havia norma correspondente antes do 
Pacote Anticrime. Porém, esse tema não é 
novo. Ele apareceu no que deveria ter sido o 
parágrafo §4º do artigo 157 do CPP conforme 
projeto de lei que alterou o assunto em 2008. 
Contudo, esse tal §4º foi vetado em razão da 
celeridade e economia processual. Ainda 
havia outro motivo não declarado: a 
descontaminação poderia abrir a 
possibilidade do acusado escolher, 
indiretamente, o Juiz da causa – o que 
ofenderia o Princípio do Juiz Natural. 
 
De todo modo, não existia descontaminação 
do julgado no CPP. 
 
 
 
 
 
Agora, tudo mudou e HÁ 
DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO. Isso 
significa que o Juiz que tomar conhecimento 
do conteúdo de prova declarada inadmissível 
por ser ilícita tem de deixar o processo. Ele 
não poderá proferir sentença ou acórdão, 
pois estará contaminado pelo conteúdo 
ilícito, de modo que é necessário 
“descontaminar o feito”. 
 
Todo o restante do artigo 157 segue o 
mesmo. Desse modo, a definição de prova 
ilícita, direta ou por derivação, fonte 
independente, rompimento do nexo causal, 
bem como o procedimento de 
desentranhamento, prosseguem como antes 
e são importantes para nossas provas. 
 
Então, no fim das contas, fica assim: 
 
1) Apontada a ilicitude da prova, ou de ofício, 
o Juiz vai analisá-la (e ele pode fazer isso de 
ofício); 
2) Concluindo pela ilicitude, o Juiz decide pelo 
desentranhamento da prova ilícita, que, 
nesse ato, é declarada inadmissível; 
3) Aguarda-se o prazo e trâmite de possíveis 
recursos – enquanto isso, a prova fica em 
cartório esperando; 
4) Confirmada a ilicitude, a prova já 
desentranhada, em regra, será inutilizada, 
sendo facultado às partes acompanhar o 
incidente, e o Juiz que decidiu pela ilicitude 
deixará o feito – ele não poderá proferir 
sentença ou acórdão, pois está 
psicologicamente contaminado pela 
informação contida na prova ilícita (eis a 
descontaminação do julgado). 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
HÁ DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO – isso vai despencar em provas futuras. 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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O Juiz que conhecer do conteúdo de prova declarada inadmissível (art. 157, caput e §1º) não 
poderá decidir o feito – proferir sentença ou acórdão. 
 
Somente a PROVA ILÍCITA afasta o Juiz da causa - a ilegítima não (ela segue a disciplina das 
nulidades processuais). 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: A CADEIA DE CUSTÓDIA DOS VESTÍGIOS!!! 
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ARTIGOS 158 - A ao 158 - F DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Existia, sim, alguma preocupação do CPP no 
que toca à cadeia de custódia. Ela é notada, 
por exemplo, no art. 6º, bem como no art. 
169 do código. Veja: 
 
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da 
prática da infração penal, a autoridade 
policial deverá: 
 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que 
não se alterem o estado e conservação das 
coisas, até a chegada dos peritos criminais. 
 
Art. 169. Para o efeito de exame do local 
onde houver sido praticada a infração, a 
autoridade providenciará imediatamente 
para que não se altere o estado das coisas até 
a chegada dos peritos, que poderão instruir 
seus laudos com fotografias, desenhos ou 
esquemas elucidativos. 
 
Ademais, o tema era tratado em atos da 
Secretaria Nacional de Segurança Pública 
(SENASP), como as POPs de 2013 
(Procedimento Operacional Padrão) e 
Portaria 82 de 2014, ambas há muito 
adotadas por qualquer setor pericial sério do 
nosso país. 
 
Porém, não havia norma específica sobre o 
tema, que foi trazido expressamente para o 
CPP atual com a notável preocupação de 
garantir a autenticidade da prova pericial. 
 
Aqui, muita coisa que não precisava ser tema 
de lei foi acrescentada ao CPP. Nosso 
legislador mais uma vez escolheu ser prolixo. 
Esses temas todos que foram trazidos ao 
código deveriam ter ficado em atos 
normativos secundários, como 
regulamentos, POP’s e portarias, pois não são 
assuntos substancialmente jurídicos, mas 
matérias e conceitos periciais. De qualquer 
modo, agora, você terá de conhecê-los, mas 
não se assuste, pois é tudo muito simples e 
descritivo. 
 
A ideia do Pacote foi uniformizar o 
tratamento de vestígios para garantir a 
autenticidade da prova pericial. Assim, o CPP 
passa a definir toda a cadeia de custódia de 
um determinado vestígio, desde o momento 
em que é encontrado, passando por seu 
isolamento, transporte, guarda, perícia... até 
o descarte, de modo que toda sua história 
fique registrada – o registro é cronológico do 
vestígio. É justamente esse histórico que 
permite atestar a verdade da prova pericial – 
ou, diante de desrespeitos técnicos, averiguar 
sua violação. 
 
Para tanto, o CPP atual estabelece que todo 
setor de criminalística deve contar com uma 
Central de Custódia, fechada a sete chaves, 
que será responsável por registrar a história 
de cada um dos vestígios que nela dê entrada. 
É preciso lembrar que o responsável inicial 
pelo vestígio, até que este vá parar na tal 
central, é o servidor público que o encontrar, 
sendo dele a obrigação de preservá-lo 
inicialmente. Então, por exemplo, no caso de 
um feminicídio em residência, se o primeiro 
servidor a chegar ao local for um Guarda 
Municipal da Patrulha Maria da Penha, cabe 
a ele o isolamento e preservação dos 
vestígios, que serão coletados depois pelos 
peritos (preferencialmente, peritos oficiais) 
e encaminhados para referida Central de 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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Custódia, que realizará o registro cronológico 
da vida desse objeto a partir de então. 
Quando, depois, for realizada a perícia sobre 
um vestígio específico, nesse momento, o 
perito é o responsável pelo objeto, 
exatamente porque, nesse momento, tem 
sua guarda (nada mais óbvio). Porém, 
terminada a perícia, o objeto retorna à 
Central de Custódia, que segue por ele 
responsável. 
 
Ademais, o código, agora, traz o conceito de 
vestígio: é todo objeto ou material bruto, 
visível ou latente, constado ou recolhido, 
que se relaciona à infração penal – isso vai 
cair em nossos concursos, portanto, releia! 
 
Só para fechar o tema, seguem comentários 
breves sobre cada um dos artigos em 
questão. 
 
O artigo 158-A inaugura o tema pra gente. Ele 
despencará em provas, pois diz coisas 
importantes: 
1) define cadeia de custodia: é o conjunto de 
todos os procedimento utilizados para 
manter e documentas a história cronológica 
do vestígio coletado em locais ou em vítimas 
de crimes, para rastrear sua posso e 
manuseio a partir de seu reconhecimento até 
o descarte; 
2) diz quando ela se inicia: a cadeia de 
custódia tem início na preservação do local 
do crime oucom procedimentos policiais ou 
periciais nos quais sejam detectadas a 
existência de vestígio; 
3) diz quem é o responsável inicial por 
qualquer elemento que possa vir a ser 
considerado vestígio: o agente público que 
reconhecer um elemento como de potencial 
interesse para a produção da prova pericial 
fica responsável por sua preservação; 
4) define o que é vestígio: vestígio é todo 
objeto material ou bruto, visível ou latente, 
constatado ou recolhido, que se relaciona à 
infração penal. 
Repito: isso tudo é importante para nossos 
concursos! 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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O art. 158-B vem com norma descritiva e 
conteúdo que sequer é normativo de 
verdade, já que trata de conceitos técnicos 
relacionados às ciências periciais. De 
qualquer modo, são pontos bons para 
questões simples, em que a Banca apenas vai 
copiar e colar os conceitos, mas trocando-os 
para tentar confundir o candidato. Esteja 
atento(a), porém, saiba que basta incluir o 
artigo em suas revisões de lei seca que você 
se sairá muito bem. Portanto, leia-o já! 
 
O art. 158-C traz outra norma desnecessária. 
Ele diz que os vestígios serão coletados 
PREFERENCIALMENTE por perito oficial 
(oooohhhhh!!!) e encaminhados à Central de 
Custódia. Para a prática das carreiras 
policiais, o que importa está no seu §2º: é 
proibida a entrada em locais isolados (leia-se: 
locais de crimes devidamente isolados para 
sua preservação), bem como a remoção de 
quaisquer vestígios de locais de crime antes 
da liberação por parte do perito responsável, 
sendo tipificada como fraude processual a 
sua realização. Assim, atenção a esse ponto! 
 
A mesma coisa vale para o art. 158-D – sua 
matéria também não era para estar na lei, 
mas, agora, está. Quanto a ele, apenas tenha 
atenção ao lacre do recipiente usado para 
guardar o vestígio, pois teremos perguntas a 
respeito da sua destinação. Quando um 
recipiente tiver seu lacre rompido (o que 
pode se dar pelo perito responsável ou por 
pessoa autorizada), posteriormente, outro 
lacre deve ser usado para isolar o vestígio e o 
lacre antigo não é descartado; ele é 
acondicionado no interior do novo recipiente 
- prevejo questões dizendo que o lacre velho 
seria descartado, o que estará errado. 
Obviamente, todo esse trâmite precisa ser 
registrado cronologicamente pela Central de 
Custódia, pois toda história do vestígio tem 
de ser anotada para controle e posterior 
consulta se questionada a autenticidade da 
prova pericial. 
 
O art. 158-E define que todo órgão pericial, 
agora, tem de contar com Central de 
Custódia. O artigo vai além e até trata da 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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estruturação dessa central. Veja: toda central 
de custódia deve possuir os serviços de 
protocolo, com local para conferência, 
recepção, devolução de materiais e 
documentos, possibilitando a seleção, a 
classificação e a distribuição de materiais, 
devendo ser um espaço seguro e apresentar 
condições ambientais que não interfiram nas 
características do vestígio (os caras acham 
que estão na Dinamarca kkkkk). De qualquer 
forma, esse artigo é todo bom para provas de 
concursos e OAB. Ele ainda diz que a entrada 
e saída do vestígio devem ser protocoladas, 
informando o inquérito a que se relaciona. 
Todas as pessoas que tiverem acesso ao 
vestígio deverão ser identificadas e o acesso 
registrado com data e hora. Se o vestígio 
tramitar entre setores ou órgãos, tudo deve 
ser registrado, consignando-se a identificação 
do responsável pela tramitação, a destinação, 
a data e horário da ação. EM SUMA: A 
CENTRAL DE CUSTÓDIA REGISTRARÁ 
TUDO!!! Grave isso que você não errará 
questão alguma. 
 
O art. 158-F é bem bobinho e diz que o 
vestígio, após terminada a perícia, vai para 
a... Central de Custódia (óbvio). Se não 
houver espaço, o Diretor da tal central 
requererá o armazenamento noutro local, o 
que poderá ser determinado pela Autoridade 
Policial ou pelo Juiz. Super simples!!! 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
Cadeia de custódia é o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e 
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, 
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
 
A cadeia de custódia tem início na preservação do local de crime ou com procedimentos 
policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. 
 
Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se 
relaciona à infração penal. 
 
O primeiro responsável pelo possível vestígio é o agente público que primeiro identificar sua 
potencial utilidade na persecução penal. 
 
É proibido o ingresso em local isolado para preservação de vestígios até que seja liberado 
pelos peritos. 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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Todo órgão de criminalística tem de contar com Central de Custódia. 
 
A Central de Custódia é o Big Brother o livro 1984 de George Orwell: ela vê tudo; nada passa 
por ela sem que ela fique sabendo; ela zela pelo vestígio e registra toda sua vida 
CRONOLOGICAMENTE – grave assim que você não errará questão alguma. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O REFLEXO DO SISTEMA ACUSATÓRIO 
NAS MEDIDAS CAUTELARES!!! JUIZ NÃO PODE PIORAR A SITUAÇÃO DE 
OFÍCIO, MAS PODE MELHORÁ-LA. 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 282, §2º AO § 6 º, DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Desde a reforma de 2011, as medidas 
cautelares pessoais diversas da prisão foram 
inseridas no CPP. Elas estão listadas no artigo 
319 do código, dentre as quais temos, por 
exemplo: comparecimento periódico em 
juízo, proibição de acesso ou frequência a 
determinados lugares, suspensão do 
exercício de função pública e monitoração 
eletrônica. Elas podem ser aplicadas isolada 
ou cumulativamente e devem ser preferidas 
à prisão. Logo, a prisão preventiva (e a prisão 
temporária), desde 2011, passou a ser vista 
como a última alternativa – só deve ser 
decretada a prisão provisória se as medidas 
cautelares do artigo 319 do CPP não forem 
suficientes e/ou adequadas ao caso concreto. 
Isso é assim porque a regra tem de ser a 
liberdade – Princípio da Presunção de 
Inocência. 
 
Antes do Pacote Anticrime, porém, o Juiz 
poderia decretar medidas cautelares 
(qualquer delas – prisionais ou não) de ofício 
na fase de ação penal. Era assim: 
 
MOMENTO CAUTELAR SEMPRE 
FIXADA PELO JUIZ 
 
NO IP 
- via representação 
do Delegado; 
- via requerimento 
do MP. 
 
NO PROCESSO (AP) 
- via requerimento 
das partes (não 
mais do Delegado); 
- ou de ofício. 
 
Quando a cautelar era provocada, a regra da 
lei era que o Juiz intimasse a parte contrária 
para se manifestar e não havia prazo fixado 
em norma para essa manifestação – na 
prática, essa intimação jamais acontecia (o 
 
Quase nada mudou!!! O regramento básico 
segue o mesmo. Contudo, agora, adotou-se o 
Sistema Acusatório com maior seriedade, de 
modo que o Juiz passa a só pode decretar 
medida cautelar (qualquer delas) se 
provocado para tanto. Ele não pode agir de 
ofício para piorar a situação do 
investigado/acusado. Entretanto, o Juiz 
poderá agir de ofício para melhorá-la,por 
exemplo, para revogar cautelar antes 
decretada ou substituí-la por alguma mais 
branda. 
 
Vou falar com outros termos para que você 
entenda e fixe a matéria, pois isso virá em 
nossas provas: agora, a decretação de 
medidas cautelares efetivamente respeita o 
Sistema Acusatório, de modo que o Juiz não 
poderá fixar qualquer medida cautelar de 
ofício, nem durante as investigações nem ao 
longo do próprio processo. Desse modo, 
apesar da decretação ser judicial, é preciso 
que o Juiz seja provocado. Na investigação, a 
provocação caberá ao MP e à Autoridade 
Policial. No processo, ela será realizada pela 
“parte” (MP, assistente de acusação, 
querelante). Então, nosso quadrinho fica 
assim: 
 
MOMENTO CAUTELAR SEMPRE 
FIXADA PELO JUIZ 
 
NO IP 
- via representação 
do Delegado; 
- via requerimento 
do MP. 
 
 
NO PROCESSO (AP) 
- via requerimento 
das partes (não 
mais do Delegado) – 
e elas são: MP, 
assistente de 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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§3º do artigo 292 do CPP sempre quase que 
letra morta... e vai continuar assim, apesar da 
modificação que você verá do outro lado do 
quadro). 
 
Ademais, a cautelar sempre foi precária, ou 
seja, poderia ser revogada ou substituída e 
decretada novamente... tudo a depender da 
necessidade fática do caso. 
 
Assim, a prisão preventiva já tinha caráter 
subsidiário e precário desde 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
acusação ou 
querelante. 
 
ATENÇÃO: não há 
mais decretação de 
ofício pelo Juiz. 
 
O Pacote ainda trouxe algo de todo inútil. Ele 
acrescentou os 5 dias de prazo para que a 
parte contrária se manifeste diante do 
requerimento de decretação da cautelar. 
Veja: ele só acrescentou o tal prazo, pois a 
manifestação já existia, mas dificilmente era 
usada, em especial na fase das investigações. 
Ela era quase letra morta e isso não deve 
mudar, pois sempre estamos diante de casos 
de urgência ou de perigo de ineficácia da 
medida, o que excepciona tal oitiva da parte 
contrária. 
 
O §4º do artigo 282 do CPP trata da 
substituição de medidas cautelares diante do 
descumprimento de outras anteriormente 
fixadas e, ainda, da possibilidade de 
decretação de prisão preventiva diante desse 
descumprimento, mas sempre como a última 
alternativa. Assim, organizando nosso texto, 
diante do descumprimento injustificado de 
medidas cautelares decretadas, o Juiz pode: 
1) substituir a medida anterior por outra; 
2) impor outras medidas cumulativamente; 
ou, 
3) se nenhuma dessas saídas for suficiente, 
decretar a prisão preventiva (a ultima ratio). 
Isso já era assim! Porém, antes, o Juiz poderia 
fazer isso tudo de ofício, o que não pode 
mais, seja na investigação seja no processo. 
Hoje, no processo, o Juiz terá de ser 
provocado pelo MP, assistente de acusação 
ou pelo querelante. 
 
O §5º do artigo 282 do CPP vem recordar que 
as cautelares seguem a cláusula jurídica rebus 
sic stantibus, que nos diz que a medida 
cautelar só subsiste enquanto presentes os 
requisitos concretos que a fundamentaram. 
Alterado o quadro concreto, ela perde sua 
razão de existir, seu fundamento, e deve ser 
revogada ou substituída por outra menos 
gravosa, o que, agora sim, o Juiz pode fazer 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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de ofício. Completando nosso quadrinho fica 
assim: 
 
MOMENTO CAUTELAR SEMPRE 
FIXADA PELO JUIZ 
 
NO IP 
- via representação 
do Delegado; 
- via requerimento 
do MP. 
 
 
NO PROCESSO (AP) 
- via requerimento 
das partes (não 
mais do Delegado) – 
e elas são MP, 
assistente de 
acusação ou 
querelante. 
 
ATENÇÃO: não há 
mais decretação de 
ofício pelo Juiz. 
 
Se alterada a situação fática que ensejou a 
decretação da medica cautelar de modo 
que ela não mais se justifique, o Juiz, de 
ofício, poderá revogá-la ou substituí-la por 
outra menos gravosa. 
 
Por fim, o §6º do artigo 282 do CPP apenas 
reafirma o caráter subsidiário da prisão 
preventiva (a ultima ratio) e a necessidade 
imperiosa de que as decisões judiciais sejam 
fundamentadas, sob pena de nulidade (artigo 
564, V, do CPP). 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
O Juiz não pode agir de ofício para piorar a situação do investigado/acusado. 
 
O Juiz não pode decretar medidas cautelares de ofício em nenhuma das fases da persecução 
penal – nem na investigação nem no processo (AP). 
 
Quando provocado, ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o 
Juiz deve intimar a parte contrária para que se manifeste no prazo de 5 dias. 
 
Diante do descumprimento imotivado de medida cautelar anteriormente fixada, o Juiz 
poderá: 
1) Substituir a medida; 
2) Impor outras medidas cumulativamente; ou, 
3) Se nenhuma dessas saídas for suficiente, decretar a prisão preventiva. MAS NÃO PODERÁ 
AGIR DE OFÍCIO. 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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O Juiz só poderá agir de ofício para revogar a medida cautelar anteriormente decretada ou 
para substituí-la por medida mais branda. 
 
De resto, é tudo a mesma coisa. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: SENTENÇA NÃO! VAMOS USAR 
CONDENAÇÃO!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGOS 283, CAPUT, DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
O artigo 283 do CPP usava termo equivocado, 
pois parcial. Ele dizia que somente se 
aceitaria prisão pena decorrente de sentença 
penal condenatória com trânsito em julgado 
– essa expressão não era a mais correta, já 
que, ao utilizá-la, esquecia-se do acórdão 
penal condenatório, que é a condenação em 
segunda instância (simplificadamente). 
 
 
O artigo 283 do CPP foi corrigido. Onde ele 
dizia sentença penal condenatória com 
trânsito em julgado, passou a dizer 
condenação penal com trânsito em julgado, 
expressão mais ampla e que congloba todo e 
qualquer tipo de decisão final condenatória, 
seja sentença ou acórdão penal. 
 
Aqui, reforço algo pra ti: não há, como regra, 
prisão decorrente de decisão condenatória 
antes que essa transite em julgado. É preciso 
aguardar a sentença penal condenatória ou o 
acórdão penal condenatório transitar em 
julgado para se falar em prisão pena. Antes 
disso, porém, é possível a decretação de 
prisão preventiva, se estiverem presentes 
seus requisitos. 
 
Portanto, a regra é não haver execução 
provisória da pena – a não ser no caso 
específico (e um tanto quanto inexplicável) 
de sentença condenatória de crime doloso 
contra a vida cuja pena privativa de liberdade 
concreta tenha sido fixada em patamar igual 
ou superior a 15 anos (artigo 492 do CPP). 
 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
A regra é: venha a condenação criminal de uma sentença ou de um acórdão penal (tanto faz), 
é preciso aguardar que a decisão transite em julgado para se falar em prisão pena. Antes 
disso, porém, é possível a prisão preventiva, se estiverem presentes seus requisitos. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: OLHA A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA NO 
CÓDIGO!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGOS 287 DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
O artigo 287 do CPP trazia a possibilidade de 
se prender alguém sem aapresentação 
imediata do mandado de prisão contra ele 
decretada. Isso sempre pode ser feito, desde 
que em casos extraordinários, pois a 
apresentação do mandado é a regra, e desde 
que se trate de crime inafiançável. Uma vez 
realizada a prisão, é necessário apresentar o 
preso ao Juiz que expediu o referido 
mandado. 
 
 
 
 
Nada mudou! Segue a possibilidade de se 
prender sem o mandado, sempre em casos 
extraordinários e de crimes inafiançáveis. 
Apenas se acrescentou que o preso deve ser 
imediatamente encaminhado ao Juiz que 
decretou sua prisão para que seja realizada já 
a audiência de custódia. Só perfumaria, pois 
essa audiência, nos termos da Resolução 213 
do CNJ, deve ocorrer em qualquer 
modalidade prisional (de cunho penal). 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
No caso de cumprimento de ordem de prisão sem exposição de correspondente mandado (só 
em crimes inafiançáveis), o preso deve ser imediatamente encaminhado ao Juiz para que 
seja realizada a audiência de custódia já. 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: PRENDEU EM FLAGRANTE? ARTIGO 310 
NELE JÁ, LOGO, SEM DEMORA, NA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA!!! 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 310, CAPUT E § 1º AO § 4º, DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Isso era super simples e... continua super 
simples. Para que você possa compreender 
bem o tema, é importante ler o artigo 310 do 
CPP em conjunto com a Resolução 213/2015 
do CNJ. Assim, você passa a ter o regramento 
quase completo da prisão em flagrante e da 
audiência de custódia a ser realizada em 
seguida. 
 
Em suma, a ordem das coisas era essa: 
1) O sujeito era preso em flagrante, 
conduzido até a Delegacia, quando era 
ouvido, com 2 testemunhas (pelo menos) e, 
se fosse o caso, lavrado o auto de prisão em 
flagrante pelo Delegado - devidamente 
auxiliado pelo Escrivão; 
2) Esse auto era enviado ao Juiz que, em até 
24h, precisava realizar audiência de custódia 
para verificar se as garantias constitucionais 
do preso tinham sido observadas durante a 
prisão e lavratura do respectivo auto e, 
também, para que fosse determinado o 
destino do sujeito, que nada mais era do que 
aplicação imediata do art. 310 do CPP; 
3) Esses “destinos” eram arrolados nos 
incisos do referido artigo: liberdade 
provisória (com ou sem fiança), medidas 
cautelares pessoais diversas da prisão, prisão 
preventiva. Se o preso tivesse agido 
acobertado por excludente de ilicitude 
(legítima defesa, por exemplo), ele seguiria 
solto, sob o compromisso de 
comparecimento aos atos processuais. 
 
Isso era básico! A fase do item 1 acima é a 
chamada fase administrativa da prisão em 
flagrante. Já, os itens 2 e 3 correspondem à 
fase judicial, que era extraída do artigo 310 
do CPP e da Resolução 213/2015 do CNJ. 
Nessa última etapa, resumidamente, temos a 
análise do respeito às garantias fundamentais 
do preso durante sua prisão e sua destinação 
 
Bom, se você era meu aluno ou minha aluna, 
já tinha aula específica sobre a audiência de 
custódia logo depois do tema prisões. Assim, 
para você, pouca coisa mudou - apenas 
acrescentaram essa audiência no CPP e 
vedaram a liberdade provisória para certas 
situações. Vamos ver isso tudo já! 
 
A princípio, pegaram a Resolução 213/2015 
do CNJ (que trata da audiência de custódia) e 
a colocaram, em parte, aqui, no artigo 310 do 
CPP, que teve seu caput estendido e 
parágrafos acrescentados sobre esse tema - 
§§ 3º, 4º e 5º. Então, fica assim: artigo 310, 
caput e §§ 3º, 4º e 5º, do CPP tratam da fase 
judicial da prisão em flagrante, ou seja, a 
análise do caso concreto pelo Juiz (os itens 2 
e 3 que você viu do lado de lá desse 
quadrinho). 
 
Na extensão do caput, o Pacote incluiu a 
audiência de custódia especificamente para 
a hipótese de prisão em flagrante. Essa 
audiência judicial segue sendo a mesma da 
Resolução 213/CNJ, de modo que visa a 
verificar a legalidade da prisão e as garantias 
do preso, bem como determinar sua 
destinação pelo Juiz (agora, Juiz das 
Garantias). Ela deve ser realizada em até 24h 
após a realização da prisão e contará com a 
presença do preso, de sua defesa e do MP. 
 
O §3º acrescentado ao artigo 310 do CPP 
chama atenção ao fato de que a autoridade 
que, sem motivo, acabar causando a não 
realização da audiência nesse prazo citado no 
caput, responderá administrativa, civil e 
penalmente pela omissão. 
 
O §4º do artigo 310 do CPP diz que, se depois 
daquele prazo inicial, ainda transcorrerem 24 
horas sem a realização da referida audiência, 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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(definir para onde ele vai agora que a 
situação de flagrante já se encerrou). Só isso. 
esse simples decurso imotivado de tempo já 
torna a prisão ilegal. 
Prisão ilegal, como você deve saber, precisa 
ser relaxada (artigo 310, I, do CPP). Caberá ao 
Magistrado relaxar essa prisão ou... e aqui é 
importante, se for caso, já decretar a prisão 
preventiva do sujeito, situação em que a 
alegada ilegalidade restará prejudicada. Isso 
significa que, nesse caso de atraso 
injustificado por mais de 24h, a decretação 
da preventiva sana a ilegalidade da prisão 
em flagrante por excesso de prazo – simples 
introdução de regra jurisprudencial há muito 
existente no país. 
 
Num segundo momento, quanto aos destinos 
possíveis que o Juiz pode dar ao preso, nada 
mudou. Eles seguem sendo: 
1) Liberdade provisória, com ou sem fiança; 
2) Medidas cautelares diversas da prisão; 
3) Prisão preventiva (como última alternativa 
– lembre-se de que prisão é a medida 
cautelar mais extrema e, portanto, 
subsidiária às demais). 
 
Porém, tivemos um pequeno acréscimo que 
virá em nossas provas certamente. É que o 
pacote trouxe a vedação em abstrato da 
liberdade provisória para algumas pessoas 
(você precisa prestar atenção, pois essa 
alteração cairá em concursos até que seja 
declarada inconstitucional - há grande 
probabilidade desta declaração acontecer 
um dia). Grave que, de acordo com o §2º do 
artigo 310 do CPP, é vedada a liberdade 
provisória de reincidentes, integrantes de 
organização criminosa armada ou milícia, 
pessoas presas portando arma de fogo de 
uso restrito. 
 
Ademais, ainda quanto à liberdade 
provisória, permanece a regra de que, se o 
preso tiver agido acobertado por qualquer 
das excludentes de ilicitude (legítima defesa, 
estado de necessidade, estrito cumprimento 
de dever legal ou exercício regular de direito), 
ele seguirá livre, desde que se comprometa a 
comparecer aos atos processuais, sob pena 
de revogação – nada mudou nesse ponto. 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
O pacote anticrime trouxe a audiência de custódia para o CPP e a regulamentou apenas na 
prisão em flagrante. Porém, até pela dicção do novo art. 287 do CPP, que trata de 
cumprimento de ordem de prisão sem apresentação de mandado, fica claro que a audiência 
deve ser realizada em qualquer modalidade prisional penal, conforme nos diz a Resolução 
213/2015 do CNJ – ela segue vigente e complementa o tema nas omissões do CPP, diga-se. 
 
Participam da audiência de custódia: o Juiz (claro), o MP, o preso e seu Defensor. 
 
A audiência de custódia deve ser realizada em até 24h após a realização prisão. 
 
Se a audiência, imotivadamente, não for realizada, o causador dessa omissão responde civil, 
administrativa e penalmente. 
 
Se o atraso imotivado ultrapassar outras 24h, a prisão é consideradailegal e deve ser relaxada. 
Nesse caso, pode-se decretar a prisão preventiva do sujeito, quando, então, a alegação de 
excesso de prazo fica esvaziada/prejudicada. 
 
Diante do preso que lhe é apresentado, o Juiz vai definir seu destino, que pode ser: 
1) liberdade provisória (com ou sem fiança) – salvo se reincidente, integrante de organização 
criminosa armada ou milícia, pessoa presa portando arma de fogo de uso restrito, casos em 
que a liberdade provisória está vedada a princípio; 
2) medidas cautelares diversas da prisão – que são aquelas lá do art. 319 do CPP; 
3) prisão preventiva (como última alternativa – lembre-se de que prisão é a medida cautelar 
mais extrema e, portanto, subsidiária às demais). 
 
Bzo pra ti!!! 
 
 
 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O REFLEXO DO SISTEMA ACUSATÓRIO 
SOBRE A PRISÃO PREVENTIVA!!! JUIZ NÃO PODE PIORAR A SITUAÇÃO DE 
OFÍCIO, MAS PODE MELHORÁ-LA. 
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME 
ARTIGO 311; 312, CAPUT e §2º, E 313, §2º DO CPP. 
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ 
 
Grande parte do que foi dito com relação à 
decretação das medidas cautelares, pode ser 
repetido aqui. 
 
Com a inserção das medidas cautelares 
pessoais diversas da prisão no CPP em 2011, 
a prisão preventiva acabou se tornando a 
última opção, já que é a medida cautelar mais 
constritiva de todas. Dessa forma, somente 
se as demais medidas não foram adequadas 
e suficientes, seja isolada ou 
cumulativamente, é que tem espaço a prisão 
preventiva - a regra tem de ser a liberdade, a 
prisão, exceção – Princípio da Presunção de 
Inocência. 
 
Antes do pacote, porém, o Juiz poderia 
decretar a prisão preventiva de ofício. Era 
assim: 
 
MOMENTO 
 
PREVENTIVA 
SEMPRE FIXADA 
PELO JUIZ 
NO IP - via representação 
do Delegado; 
- via requerimento 
do MP. 
NO PROCESSO (AP) - via requerimento 
das partes (não 
mais do Delegado); 
- ou de ofício!!! 
 
Portanto, antes do Pacote Anticrime, o Juiz 
poderia decretar a prisão preventiva de ofício 
durante a ação penal (mas não podia durante 
as investigações, quando precisava ser 
provocado). 
Ademais, sendo a prisão preventiva uma 
medida cautelar, sempre foi precária, ou seja, 
deveria ser revogada se os pressupostos 
 
Nesse ponto do curso, você já leu o que foi 
alterado lá no artigo 282 do CPP quanto ao 
que se refere à atual falta de legitimidade do 
Juiz decretar medidas cautelares de ofício. 
Assim, você já sabe que Juiz não pode 
decretar medidas cautelares de ofício, seja na 
fase de investigações ou durante o processo. 
 
Considerando que a prisão preventiva é uma 
das espécies de medidas cautelares pessoais, 
na verdade, a mais rigorosa delas, fica fácil 
concluir, sem nem mesmo ler o novo artigo 
311, que o Juiz não pode decretar prisão 
preventiva de ofício. Ele terá de ser 
provocado. A questão que fica é: quem 
poderá provocar o Juiz?! A resposta é 
simples: os mesmos que podem provocá-lo 
para a decretação das demais medidas 
cautelares. Fica assim: 
 
MOMENTO PRISÃO 
PREVENTIVA - 
SEMPRE FIXADA 
PELO JUIZ 
NO IP - via representação 
do Delegado; 
- via requerimento 
do MP. 
 
NO PROCESSO (AP) 
- via requerimento 
das partes (não 
mais do Delegado, 
que só atua no 
inquérito) – e elas 
são MP, assistente 
de acusação ou 
querelante. 
 
O artigo 312, caput, já nos apresentava os 
pressupostos cautelares da preventiva. Isso 
segue quase do mesmo jeito. Ele apenas 
reforçou o periculum libertatis, 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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cautelares deixarem de existir no caso 
concreto. 
Assim, a prisão preventiva já tinha caráter 
subsidiário e precário portanto. 
 
 
 
 
 
 
 
acrescentando-lhe o “perigo gerado pelo 
estado de liberdade do imputado”. Com toda 
honestidade, o Legislador demonstrou 
desconhecer que o perigo da liberdade do 
sujeito já estava no CPP, mas com outros 
termos. Trata-se de equívoco, mas que, de 
qualquer forma, vai cair em provas. Assim, 
para a decretação da preventiva, o Juiz deve 
analisar se estão presentes os pressupostos 
da cautelar: 
 
1) Periculum libertatis: GOP, GOE, CIC ou ALP 
e perigo gerado pelo estado de liberdade do 
imputado (bizarro); 
2) Fumus comissi delicti: existência de crime e 
indício suficiente de autoria. 
 
Mas quando será admitida a prisão 
preventiva? Nas chamadas hipóteses de 
incidência da preventiva, que estão, 
basicamente, no artigo 313 e seguem do 
mesmo jeitinho. Nada mudou aqui de 
verdade - as hipóteses continuam as mesmas, 
quais sejam: 
 
a) crime doloso com pena privativa de 
liberdade máxima em abstrato maior do que 
4 anos; 
b) reincidente em crime doloso; 
c) se o crime envolver violência doméstica e 
familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência; 
 
Então, a princípio, para a decretação da 
prisão preventiva, alguém tem de requerê-la 
ao Juiz que analisará se, no caso concreto, 
estão presentes os itens 1 + 2 
(cumulativamente) e alguma das hipóteses 
acima (alternativamente). Por exemplo: pode 
ser 1+2+a ou 1+2+b. 
 
Obviamente, sendo caso de decisão judicial, 
é necessário que a decretação seja motivada 
e fundamentada na situação em concreto, 
sob pena de nulidade. Isso sempre foi assim 
e, hoje, consta expressamente no artigo 312, 
§2º, artigo 313, §2º, e artigo 315, §§ 1º e 2º 
do CPP. 
 PACOTE ANTICRIME – CPP 
 
 
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Nesse momento, quero lhe chamar a atenção 
para o artigo 313, §2º, eis que ele deixa 
expresso que a prisão preventiva é instituto 
específico, com regras próprias e que não se 
confunde com consequência de outros 
acontecimentos que podem ocorrer na 
persecução penal. Em outras palavras, a 
prisão preventiva não é automática!!! Ela 
não decorre automaticamente da 
condenação penal sem trânsito em julgado, 
ou do início de uma investigação criminal, ou 
do oferecimento ou recebimento da 
denúncia/queixa. Mais uma vez: para a 
decretação da prisão preventiva, o que 
importa é a presença dos dois pressupostos 
cautelares e de alguma hipótese de 
incidência. Sem isso, não há preventiva, que 
precisa ser decretada com fundamento em 
dados do caso concreto. 
 
Quanto aos artigos 315 e 316 do CPP, vou 
trabalhá-los contigo no próximo card. 
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!! 
 
O Juiz não pode agir de ofício para piorar a situação do investigado/acusado, logo, não pode 
decretar a prisão preventiva de ofício, já que ela é a medida cautelar pessoal mais constritiva 
que existe. 
 
O Juiz não pode decretar prisão preventiva de ofício em nenhuma das fases da persecução 
penal – nem na investigação nem no processo. 
 
A prisão preventiva não é automática! A medida precisa ser decretada, sempre com base em 
dados do caso concreto. Logo, ela não é decorrência da condenação penal sem trânsito em 
julgado, do início das investigações ou do oferecimento ou recebimento de denúncia ou 
queixa. 
Quando provocado, o Juiz buscará, no feito (investigação criminal ou processo penal), 
identificar os pressupostos cautelares (ambos) e alguma hipótese legal de incidência da prisão 
preventiva. 
 
As hipóteses legais da preventiva não mudaram e seguem, basicamente, no artigo 313 do 
CPP. 
 
Os pressupostos cautelares estão no artigo 312 do CPP e são: periculum libertatis (traduzido 
pelo CPP em GOP/GOE/CIC/ALP) e fumus comissi delicti (prova da materialidade e indícios 
suficientes de autoria). Sempre foi assim. Agora, o pacote acrescentou algo inútil, um 
verdadeiro

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