Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Capítulo Refletindo sobre os tópicosTópicos do capítulo • O álcool comum e o éter têm a mesma fórmula molecular, mas são substâncias diferentes. Indique uma diferença entre eles. • O que você sabe sobre a luz? • Que analogia há, em termos de simetria, entre determinados com- postos orgânicos e as mãos esquerda e direita de uma pessoa? • Quais são os efeitos da talidomida em fetos humanos? Introdução 1a Parte – Isomeria plana ou constitucional 1 Isomeria de cadeia (ou de núcleo) 2 Isomeria de posição 3 Isomeria de compensação (ou metameria) 4 Isomeria de função (ou funcional) 5 Tautomeria 2a Parte – Isomeria espacial 1 Isomeria cis-trans (ou geométrica) 2 Isomeria óptica Leitura – A natureza é quiral Isomeria na Química Orgânica25 Com a mesma fórmula molecular C4H10, podemos rearranjar seus quatro átomos de carbono, formando duas estruturas moleculares diferentes e, consequentemente, duas substâncias distintas. Com a fórmula molecular C20H42 podemos agrupar seus vinte átomos de carbono em 366.319 arranjos ou substâncias diferentes. Este fenômeno na Química é denominado isomeria. Na Bioquímica, as enzimas e os hormônios vegetais e animais têm atividade biológica adequada quando seus átomos estão arrumados em estruturas bem definidas. O grande desafio tecnológico para a obtenção de compostos específicos é criar e produzir o isômero correto e com bom rendimento. E D U A R D O S A N TA LI E S TR A E D U A R D O S A N T A LI E S TR A � A inscrição contida no caminhão do corpo de bombeiros e a imagem dessa inscrição no retrovisor (BOMBEIROS) são assimétricas. Na Química, os compostos assimétricos são distintos e provocam reações diferentes. (BOMBEIROS) R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 593 Capítulo 25 • ISOMERIA NA QUÍMICA ORGÂNICA Existem duas substâncias, que chamaremos de A e B, com a mesma fórmula molecular (C2H6O): • a substância A é um líquido incolor, que ferve a 78,5 °C e apresenta uma certa reatividade química; • a substância B é um gás incolor, que se liquefaz somente a 23,6 °C abaixo de zero e tem reatividade química muito baixa. Como são possíveis diferenças tão grandes, se A e B têm a mesma fór- mula C2H6O? Simplesmente porque esses átomos estão arrumados diferentemente: • a substância A é um álcool: CH3 K CH2 K OH; • a substância B é um éter: CH3 K O K CH3. Dizemos que A e B são isômeros e chamamos esse fenômeno de isomeria. Isômeros são compostos de mesma fórmula molecular que apresentam propriedades diferentes devido a fórmulas estruturais diferentes. A palavra isômero vem do grego — isos, igual; mero, parte. O fenômeno da isomeria, na Química, é semelhante ao da existência de palavras diferentes pela simples permutação de letras como, por exemplo, AMOR e MORA. A isomeria é um fenômeno muito comum na Química Orgânica. Exemplos: • com fórmula C5H12 existem 3 isômeros; • com fórmula C10H22 existem 75 isômeros; • com fórmula C20H42 existem 366.319 isômeros. De um modo amplo, a isomeria pode ser dividida em: • isomeria plana ou constitucional, que depende da localização dos átomos na molécula e que pode ser explicada por fórmulas estruturais planas; • isomeria espacial ou estereoisomeria (do grego stereos, espacial), que depende da orientação dos átomos no espaço e que somente pode ser explicada por fórmulas estruturais espaciais. 1a PARTE: ISOMERIA PLANA OU CONSTITUCIONAL A isomeria plana ocorre quando a diferença entre os isômeros pode ser explicada por fórmulas estruturais planas. Os casos mais comuns de isomeria plana são: • isomeria de cadeia (ou de núcleo); • isomeria de posição; • isomeria de compensação (ou metameria); • isomeria de função (ou funcional); • tautomeria. INTRODUÇÃO Você pode observar A arrumação dos átomos no interior das moléculas é de grande importân- cia. Assim, por exemplo, as enzimas e os hormônios só agem, em nosso organis- mo, quando seus átomos estão arrumados e orientados em estruturas bem de- finidas. A ação benéfica de muitos medicamentos também depende de arruma- ções e orientações específicas dos átomos no interior da molécula. Iguais ou diferentes? C2H6O A B C2H6O R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 594 • Fundamentos da Química 3 Esses isômeros pertencem sempre à mesma função química e diferem entre si pelo fato de a cadeia (ou núcleo) aumentar ou diminuir, havendo uma compensação na quantidade e tamanho das ramifica- ções (veja o 1º e o 3º exemplos). Nesse caso, pode ocorrer também a isomeria entre um composto acíclico e um cíclico, como no 2º exemplo. 1 ISOMERIA DE CADEIA (OU DE NÚCLEO) Isomeria de cadeia (ou de núcleo) é aquela em que os isômeros têm cadeias (ou núcleos) diferentes. 2o exemplo: C5H10 1o exemplo: C4H10 3o exemplo: C4H8O2 CHCH3CH3 ouCH2CH2CH3 CH3 CH3 H2C H2C CH CH2 CH3 CH2 H2C H2C CH2 CH2 , ou aindaCH2 CH CH3CH2CH2 e CHCH3 COOHCH2CH2CH3 COOH e CH3 2 ISOMERIA DE POSIÇÃO A isomeria de posição ocorre quando os isômeros têm a mesma cadeia carbônica, mas diferem pela posição de ramificações ou de ligações duplas ou triplas. 1o exemplo: C3H8O 2o exemplo: C4H8 CH2 l CH k CH2 k CH3 e CH3 k CH l CH k CH3 3o exemplo: C4H6Cl2 CH2 CH3CH2 OH CH3 CH CH3 OH e Cl CH CH2 CH Cl CHCH CH2 ClCl H2C H2C e Nesse tipo de isomeria, os isômeros também pertencem sempre à mesma função química. ISOMERIA DE COMPENSAÇÃO (OU METAMERIA) A isomeria de compensação (ou metameria) ocorre quando os isômeros diferem pela posição de um heteroátomo na cadeia carbônica. 1o exemplo: C4H10O CH3 k O k CH2 k CH2 k CH3 e CH3 k CH2 k O k CH2 k CH3 Veja que o heteroátomo (no caso, o oxigênio) mudou da posição 2 para a posição 3. Disso sempre resulta um encurtamento da cadeia carbônica de um lado do heteroátomo, com o consequente alonga- mento da cadeia do lado oposto. Veja também que, nesse caso, os dois isômeros pertencem à mesma função (função éter), sendo chamados de metâmeros (do grego: meta, mudança). R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 595 Capítulo 25 • ISOMERIA NA QUÍMICA ORGÂNICA 5 2o exemplo: C4H11N Nesse caso, a isomeria decorre da mudança da posição do heteroátomo nitrogênio. 3o exemplo: C3H6O2 NCH3 CH2 CH2 CH3 H NCH2 CH2 CH3CH3 H e CH2 CH O O CH3 CH3 CCH3 O O e Nesse exemplo, é mais fácil enxergar o alongamento e encurtamento da cadeia carbônica, antes e depois do grupo funcional C O O . 4 ISOMERIA DE FUNÇÃO (OU FUNCIONAL) A isomeria de função (ou funcional) ocorre quando os isômeros pertencem a fun- ções químicas diferentes. Os casos mais comuns de isomeria de função ocorrem entre: • álcoois e éteres; • álcoois aromáticos, éteres aromáticos e fenóis. • aldeídos e cetonas; • ácidos carboxílicos e ésteres. Vamos exemplificar cada um desses casos: 1o exemplo: C2H6O CH3 k CH2 k OH e CH3 k O k CH3 2o exemplo: C7H8O 3o exemplo: C3H6O 4o exemplo: C3H6O2 CH2OH Álcool aromático OCH3 Éter aromático Fenol CH3 OH eCCH2 O H CH3 Aldeído CH3 C O CH3 Cetona eCCH2 O OH CH3 Ácido CCH3 O O CH3 Éster TAUTOMERIA Tautomeria é o caso particular de isomeria funcional em que os dois isômeros ficam em equilíbrio químico dinâmico. Os casos mais comuns de tautomeria ocorrem entre: • aldeído e enol; • cetona e enol. Álcool Éter R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 596 • Fundamentos da Química Consideremos os dois exemplos dados na tabela abaixo: H CC H H O H Aldeído H C H C OH H Enol Tautômeros Equilíbrio aldo-enólico Cetona Enol Tautômeros H C C H HC H HOH H HCC H C H HOH Equilíbrio ceto-enólico 1o exemplo 2o exemplo Equilíbrio entre o etanal ou aldeído acético (CH3K CHO) e um enol. Equilíbrio entre uma cetona e um enol. a) Isômeros são compostos com fórmulas iguais e propriedades , devido a fórmulas diferentes. b) Isômeros planos diferem pela dos átomos na molécula. c) Isômeros espaciais diferem pela espacial dos átomos na molécula. d) Isômeros de cadeia ou núcleo diferem pela ou . e) Isômeros de posição diferem pela posição das ou das ligações ou . f) Isômeros de compensação diferem pela posição de um na cadeia. g) Isômeros de função pertencem a químicas diferentes. h) Tautômeros são isômeros em químico dinâmico. REVISÃO 1 (PUC-RS) Considere as fórmulas das seguintes substâncias: I. CH3 k CH2 k CH3 II. CHCH3 CH3 CH3 III. CH3 k CH2 k CH l CH2 IV. CH3 CH2CH2 CH3 V. CHCH2CH3 CH3 CH3 Pela análise, pode-se afirmar que a fórmula correspon- dente a um isômero do butano é: a) I b) II c) III d) IV e) V 2 (PUC-MG) Analise os compostos a seguir. 1. CH3COCH3 4. CH3CH2COOH 2. CH3COOCH3 5. CH3CH2CH2OH 3. CH3CH2CHO 6. CH3OCH2CH3 São isômeros os pares: a) 1 e 5; 2 e 4 c) 1 e 3; 2 e 4 e) 2 e 4; 3 e 6 b) 2 e 4; 3 e 5 d) 3 e 6; 1 e 5 3 (Mackenzie-SP) Metil-propano CH(H3C CH3) CH3 e butano (H3C K CH2 K CH2 K CH3) são isômeros planos de: a) cadeia. c) função. e) núcleo. b) posição. d) metameria. 4 (Mackenzie-SP) Entre os compostos CHCH2H3C CH3 NH2 CH2 CH2H3C CH2 eNH2 , ocorre isomeria de: a) metameria. c) função. e) tautomeria. b) posição. d) cadeia. 5 (Mackenzie-SP) Dentre os compostos formulados, os que apresentam isomeria de função são: a) HC e O O CH2 CH3 H3C C O O CH3 b) H2C CH CH CH3 CH3 CH2H2C CH CH2 CH3 e c) CH3 OH CH3 HO e d) H2C L CH K CH3 e HC M C K CH3 e) H3C K O K CH3 e H3C K CH2 K OH 6 (Fesp-PE) A propanona e o isopropenol são casos típicos de isomeria: a) de cadeia. d) de posição. b) de tautomeria. e) estereoisomeria. c) de metameria. EXERCÍCIOS R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 597 Capítulo 25 • ISOMERIA NA QUÍMICA ORGÂNICA 1 2a PARTE: ISOMERIA ESPACIAL A isomeria espacial (ou estereoisomeria) é aquela que só pode ser explicada por meio de fórmulas estruturais espaciais. Em outras palavras, isso significa que só iremos observar a diferença existente entre dois isômeros espaciais se fizermos uso de modelos moleculares espaciais. A isomeria espacial divide-se em: • isomeria cis-trans (ou geométrica); • isomeria óptica. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 7 (UFV-MG) Considere os nomes dos hidrocarbonetos a seguir: I. 2,2-dimetilbutano II. 3-metilexano III. 1,2-dimetilciclobutano IV. cicloexano V. hex-1-eno A opção que relaciona corretamente isômeros é: a) IV e V b) II e IV c) I e III d) I e IV e) II e V 8 (Uerj) Na tentativa de conter o tráfico de drogas, a Polí- cia Federal passou a controlar a aquisição de solventes com elevado grau de pureza, como o éter (etóxi-etano) e a acetona (propanona). Hoje, mesmo as universidades só adquirem esses produtos com a devida autorização daquele órgão. A alternativa que apresenta, respectiva- mente, isômeros funcionais dessas substâncias é: a) butanal e propanal. c) butanal e 1-propanol. b) 1-butanol e propanal. d) 1-butanol e 1-propanol. 9 (UFRGS-RS) A creolina, usada como desinfetante, contém cresóis, que são hidróxi-metil-benzenos de fórmula molecular C7H8O. Esses cresóis podem apresentar isomeria: a) de função e cadeia. d) de posição e função. b) de cadeia e tautomeria. e) de função e metameria. c) de cadeia e posição. 10 (Mackenzie-SP) O número máximo de isômeros de fór- mula molecular C5H12 é: a) 6 b) 5 c) 4 d) 3 e) 2 ISOMERIA CIS-TRANS (OU GEOMÉTRICA) Este tipo de isomeria pode ocorrer em dois casos principais, a saber: • em compostos com duplas ligações; • em compostos cíclicos. 1.1. Isomeria cis-trans em compostos com ligações duplas Seja o composto ClCH L CHCl. Usando-se o modelo de bolas, podemos ter as seguintes arruma- ções espaciais: HH ClCl H Cl Cl H C C C C Modelo da molécula trans-1,2-dicloro-eteno.Modelo da molécula cis-1,2-dicloro-eteno. Repare: • na figura da esquerda, os dois átomos de cloro estão no mesmo lado do plano que divide a molécula ao meio; essa é a chamada “forma cis” (cis � “mesmo lado”); • na figura da direita, os dois átomos de cloro estão em lados “opostos” do plano que divide a molécula ao meio; essa é a chamada “forma trans” (trans � “através” ou “transversal”). Os dois compostos dados podem também ser representados abreviadamente do seguinte modo: CC H Cl H Cl Cis-1,2-dicloro-eteno (Molécula polar) CC H Cl Cl H Trans-1,2-dicloro-eteno (Molécula apolar) R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 598 • Fundamentos da Química Note que R1 (assim como R2) pode ser igual ou diferente de R3 e R4. 1.2. Isomeria cis-trans em compostos cíclicos Os compostos cíclicos apresentam um anel ou núcleo que é um polígono plano ou reverso. Conforme as ramificações (ou os substituintes) estejam acima ou abaixo desse polígono, podem surgir casos de isomeria cis-trans (aqui também chamada isomeria baeyeriana, como homenagem ao cientista Adolf von Baeyer). Seja, por exemplo, o composto 1,2-dicloro-ciclo-propano. Ele poderá apresentar as seguintes es- truturas: Generalizando, podemos dizer que irá ocorrer isomeria cis-trans em compostos contendo dupla ligação e que apresentem a estrutura: CC R1 R2 R3 R4 R1 i R2 R3 i R4 em que: e Na primeira figura, os dois átomos de cloro estão no mesmo lado do plano do anel; na segunda figura, um átomo de cloro está acima e o outro está abaixo do plano do anel. As duas estruturas não podem ser superpostas — trata-se, então, de dois isômeros diferentes: o primeiro é o cis e o segun- do, o trans. Modelo da molécula trans-1,2-dicloro-ciclo-propano. H H H H C C C Cl Cl H H H H C C C Cl Cl Modelo da molécula cis-1,2-dicloro-ciclo-propano. a) A isomeria espacial ou só é explicada por fórmulas estruturais , pois a diferença entre os isômeros reside na dos átomos no espaço. b) A isomeria geométrica ou aparece em compostos com ligações e em compostos . REVISÃO EXERCÍCIOS 11 (UFRGS-RS) Assinale, entre os seguintes compostos, o que pode apresentar isomeria espacial. a) H2C L CHCl d) CHCl L CHCl b) CH2ClBr e) CH2Cl K CH2Br c) CH2Cl K CH2Cl 12 (Unisinos-RS) As fórmulas de quatro compostos orgâni- cos são: I. H2C L CHCH3 III. (H3C)2HC K CH3 II. ClHC L CHCl IV. CClH CClHH2C O(s) que apresenta(m) isomeria geométrica ou cis-trans é(são): a) I, II, III e IV. c) apenas I e II. e) apenas II e IV. b) apenas III. d) apenas II e III. 13 (Vunesp) Apresenta isomeria geométrica: a) 2-penteno d) tetrabromoetileno b) 1,2-butadieno e) 1,2-dimetilbenzeno c) propeno 14 Indique qual dos seguintes compostos não apresenta isomerismo geométrico (cis-trans): a) buteno-2 d) 1-cloropropeno b) 1,2-dicloroeteno e) 2-metilbuteno-2 c) penteno-2 15 (PUC-SP) O hidrocarboneto acíclico mais simples que apresenta isomeria cis-trans é o: a) eteno d) buteno-2 b) propeno e) penteno-1 c) buteno-1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 599 Capítulo 25 • ISOMERIA NA QUÍMICA ORGÂNICA 2 ISOMERIA ÓPTICA 2.1. Introdução A luz comum (ou natural) é formada por ondas elétricas e ondas magnéticas que vibram em planos perpendiculares entre si. Além disso, esses planos giram em torno do próprio eixo de propaga- ção da luz. Esquematicamente temos: Na chamada luz polarizada, os planos de vibração não giram. Daí as representações: Eixo de propagaçãodo raio luminoso Plano de vibração da onda elétrica Plano de vibração da onda magnética Rotação dos planos 90º A maneira mais simples de polarizar um raio luminoso é usando o material denominado polaroide, empregado em óculos de sol, em câmeras fotográficas etc. São usados também os chamados prismas de Nicol, fabricados com CaCO3.2.2. Substâncias opticamente ativas Certas substâncias desviam, ou melhor, giram o plano de polarização da luz polarizada, como indicamos na figura ao lado. Essas substâncias são denominadas substâncias opticamente ati- vas (dizemos também que elas têm atividade óptica). E como podemos constatar esse desvio da luz polarizada? Com o auxílio de um aparelho denominado polarímetro, cujo esque- ma mostramos a seguir: Representação da luz polarizada (Onde indicamos os planos que estão fixos.) Representação da luz natural (Onde indi- camos os planos que estão girando.) Plano original de vibração Novo plano de vibração Desvio Fonte de luz (I) Polarizador (II) Tubo com a amostra (III) Analisador (IV) Observador Luz natural Luz polarizada Luz polarizada e desviada pela amostra Desvio da luz polarizada R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 600 • Fundamentos da Química No polarímetro, mostrado na página anterior, existem: • a fonte de luz (I), normalmente de luz monocromática (por exemplo, uma lâmpada de sódio, que produz luz amarela); • o polarizador (II), que é um prisma de Nicol, que polariza a luz; • o tubo com a amostra (III), onde fica a solução da substância a ser analisada; • o analisador (IV), que é um segundo prisma de Nicol, utilizado para medir a rotação (desvio) que o plano da luz polarizada sofre quando essa luz atravessa a substância em análise. Um exemplo clássico de substância opticamente ativa é o ácido lático. Existem dois tipos de ácido lático: um que desvia o plano de polarização para a direita e o outro que o desvia para a esquerda. Surgiram desse fato as expressões antípodas ópticos ou enantiomorfos (do grego enantios, oposto; morpho, for- ma). A substância que desvia o plano da luz polarizada para a direita chama-se dextrogira (do latim dexter, direito); a que o desvia para a esquerda chama-se levogira (do latim laevus, esquerdo). De um modo geral, podemos dizer que: A atividade óptica de uma substância é devida à assimetria existente na disposição dos átomos no interior de sua molécula. CH3 COOHC H OH Ácido lático + α – α Substância dextrogira (d) (�) Substância levogira (l) (�) Há objetos simétricos, como uma bola, um copo etc. Outros são assimétricos e formam pares “opostos”, como acontece com: • um par de sapatos — não podemos calçar o sapato do pé direito no pé esquerdo ou vice- -versa; • um par de luvas — não podemos vestir a luva da mão direita na mão esquerda ou vice- -versa; etc É interessante notar que esses pares assimétricos se assemelham ao par objeto-ima- gem num espelho. É o caso, por exemplo, de nossas mãos direita e esquerda, como mos- tramos abaixo. Conceituação de assimetria A imagem da mão direita em um espelho tem a mesma forma da mão esquerda. A luva da mão direita não se encaixa na mão esquerda. Esse tipo de assimetria é chamado de assimetria quiral, palavra que vem do grego cheir, que significa mão. A propósito, esse ter- mo originou, na língua portuguesa, várias pala- vras, como quiromancia (leitura das mãos) e cirurgia (intervenção com as mãos). E D U A R D O S A N TA LI E S TR A E D U A R D O S A N TA LI E S TR A / C ID R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 601 Capítulo 25 • ISOMERIA NA QUÍMICA ORGÂNICA 2.3. Compostos com um carbono assimétrico (ou quiral) Carbono assimétrico (ou quiral) é o átomo de carbono que está ligado a quatro grupos diferentes entre si. Consideremos o caso do ácido lático. O carbono central é assimétrico (costuma-se indicar os carbonos assimétricos com um asterisco), pois a ele estão ligados quatro radicais diferentes: H, CH3, OH e COOH. Lembrando a estrutura tetraédrica do carbono, temos: Você poderá perceber que, se tentarmos “encaixar” uma molécula na outra, nunca haverá coincidência de todos os radicais. São, pois, moléculas diferentes (para visualizar melhor esse fato, o leitor poderá montar os mo- delos usando bolinhas de isopor coloridas espetadas em palitos de fósforos): • das duas moléculas ao lado, a de cima representa o ácido lático dextrogiro, e nós escrevemos ácido d-lático ou ácido (�) lático; • a de baixo é o ácido lático levogiro, e nós escrevemos ácido l-lático ou ácido (�) lático. Os dois ácidos láticos têm todas as propriedades físicas iguais, exceto o desvio do plano da luz polarizada (tem rotações específicas opostas). CH3 COOHC* H OH Ácido lático H OH CH3 COOH Espelho H OH CH3 COOH Modelo da molécula de ácido lático dextrogiro e sua imagem refletida num espelho plano (ácido lático levogiro). Abreviadamente: Par de enantiomorfos ou antípodas ópticosCH3 COOHC H OH CH3HOOC C H OH Espelho plano Completando o que explicamos acima, diremos ainda que racêmico ou mistura racêmica é a mistura do isômero dextrogiro com seu antípoda levogiro, na proporção de 50% de cada um. O racêmico não desvia o plano da luz polarizada (isto é, tem [α]D 20 °C � zero), pois o desvio provo- cado por uma molécula é sempre neutralizado pelo desvio provocado por outra. Dizemos então que o racêmico não tem atividade óptica ou que é opticamente inativo; com mais propriedade, dizemos que o racêmico é inativo por compensação externa, já que o efeito produzido por uma molécula é compen- sado externamente, ou seja, por outra molécula. No exemplo do ácido lático, o racêmico é representado por ácido (d) (l) lático ou ácido (�) (�) lático. É curioso notar que o racêmico tem propriedades físicas diferentes dos enantiomorfos. O ácido lático racêmico, por exemplo, tem ponto de fusão igual a 16,8 °C, enquanto os enantiomorfos, como já vimos na tabela acima, têm ponto de fusão igual a 52,8 °C. H OH COOH CH3 H OH CH3 COOH Ponto de fusão (°C) Densidade (g/mL) Rotação específica [α]2D0 °C Fórmula estrutural plana do ácido lático. A B Ácido (�) lático 52,8 1,2485 �2,6° Ácido (�) lático 52,8 1,2485 �2,6° R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 602 • Fundamentos da Química 2.4. Compostos com vários carbonos assimétricos diferentes Consideremos o exemplo do ácido α-hidróxi-β-metil-succínico. Temos, nessa substância, dois carbonos assimétricos conside- rados diferentes entre si porque os grupos ligados ao carbono 2 não são todos iguais aos radicais ligados ao carbono 3. Esse composto tem quatro isômeros opticamente ativos e dis- tintos entre si, que podem ser representados esquematicamente do seguinte modo: Repare que a diferença entre os quatro compostos é indicada pelas posições dos grupos OH e CH3, que estão ora à esquerda, ora à direita da fórmula. Os isômeros A e B são antípodas ópticos; um será dextrogiro e o outro levogiro, com desvios iguais em valor absoluto. O mesmo podemos dizer entre C e D. Temos também duas misturas racêmicas: A � B e C � D. Nesse caso, usamos ainda o termo diastereoisômeros para indicar os isômeros ópticos que não são enantiomorfos entre si — é o caso dos pares: A e C; A e D; B e C; e B e D. Generalizando nossas conclusões, podemos dizer que, havendo 1, 2, 3, ... n carbonos assimé- tricos diferentes, teremos 21, 22, 23, ... 2n isômeros ópticos diferentes entre si e, consequentemente, 2n : 2 � 2n � 1 misturas racêmicas diferentes entre si. 2.5. Compostos com dois carbonos assimétricos iguais Consideremos agora o exemplo do ácido tartárico (ácido di-hidróxi-succínico): Ácido α-hidróxi-β-metil-succínico C* H OH COOHHOOC C* H CH3 1 2 3 4 C* OH OH CH3 COOH COOH H C*H A Espelho plano Espelho plano C* H HCH3 COOH COOH HOHO C* B C* HCH3 CH3 COOH COOH H C* C C* H H COOH COOH C* D Ácido tártaricoC* H OH COOHHOOC C* H OH 1 2 3 4 Nesse exemplo, ao contrário do que se verifica nos compostos com vários carbonos assimétricos diferentes, os carbonos assimétricos 2e 3 são iguais ou equivalentes entre si, pois ambos estão ligados aos mesmos grupos. Nesse caso, existem dois isômeros com atividade óptica e enantiomorfos entre si: o ácido d-tartárico e o ácido lllll-tartárico. Misturados em partes iguais, eles formarão o racêmico, o qual, como sempre, é opticamente inativo (inativo por compensação externa). No entanto, existe ainda um isômero que por si só não tem atividade óptica (é inativo por compensação interna): o ácido mesotartárico. A tabela seguinte nos dá algumas propriedades físicas dos ácidos tartáricos: d 170 1,76 139 �12° l 170 1,76 139 �12° dl 206 1,69 21 0 Meso 140 1,67 125 0 Ácido Ponto de fusão Densidade Solubilidade Poder rotatório (°C) (g/mL) (em g/100 de H2O) específico [α]D20 °C R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 603 Capítulo 25 • ISOMERIA NA QUÍMICA ORGÂNICA a) Substâncias opticamente ativas são as que ou o plano de vibração da luz . b) Antípodas ópticos ou são que desviam o plano da luz polarizada de ângulos , porém em opostos. c) Carbono assimétrico ou é o que está ligado a grupos entre si. d) Um composto com n carbonos assimétricos, diferentes entre si, dá origem a isômeros ópticos dife- rentes e a misturas racêmicas diferentes entre si. REVISÃO EXERCÍCIOS 16 (Mackenzie-SP) O composto que apresenta isômeros ópticos é: a) H3C CH2 CH2 CH2 OH d) H3C CH3C Cl Cl b) H3C CH CH2 Cl Cl e) CC H H Cl Cl c) H2C CH2 CH2CH ClCl 17 (Unifor-CE) A molécula de anfetamina apresenta isomeria óptica, possuindo portanto um car- bono com quatro diferentes substituintes. Na anfetamina, esse átomo de carbono está representado pelo: a) C1 b) C6 c) C7 d) C8 e) C9 18 (UCS-RS) Um composto orgânico é representado pela se- guinte estrutura: CH2 CH NH2 CH3 12 3 4 5 6 7 8 9 Para que esse composto adquira assimetria molecular, os dois radicais R podem ser substituídos por: a) dois radicais metil. b) dois radicais etil. c) um radical metil e outro etil. d) um radical metil e outro n-propil. e) um radical etil e outro n-propil. 19 (Feevale-RS) A alternativa que contém o número de isômeros ópticos ativos existentes no 3-metil-2-pentanol é a: a) 1 b) 2 c) 4 d) 6 e) 8 H3C C R COOH R EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 20 (UFPI) A sensação de “suor frio”, sentida pelas pessoas que praticam certas atividades (alpinismo, paraquedismo etc.) ou frequentam parques de diversões, surge devido à liberação do hormônio adrenalina pelas glândulas su- prarrenais para o sangue. Considere a molécula da adrenalina representada abaixo: De acordo com a estrutura, é correto afirmar que: a) os carbonos “d” e “g” são assimétricos. b) somente o carbono “g” é assimétrico. c) os carbonos “a”, “b”, e “d” são assimétricos. d) os carbonos “g” e “h” são assimétricos. e) não existem átomos assimétricos. 21 (UCDB-MS) Os α-aminoácidos são moléculas naturais que contêm um grupo amina e um grupo carboxílico ligados ao mesmo átomo de carbono. Na grande maioria dos aminoácidos esse átomo de carbono é quiral. Qual das Ch N Ci H H HO H Cg H H HOH OH H e f a b c d estruturas abaixo representa um α-aminoácido com as características citadas acima? a) CH NH2 OH CCH2 O b) OH CCH NH2 CH2 O c) CCH CH3 NH2 CH2 O d) H CCH NH2 CH2 O NH2 H3C OH C CH3 C O e) R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 604 • Fundamentos da Química 22 (Unifor-CE) O composto CH3CH(OH)CH(NH2)COOH têm molécula com dois carbonos assimétricos. São possíveis quatro estereoisômeros: C NH2 OH COOH CH3 H C H (I) C NH2 HHO COOH CH3 H C (II) C H HHO COOH CH3 H2N C (III) C H H OH COOH CH3 H2N C (IV) É assim que são enantiômeros (imagens especulares, um do outro) os compostos representados por: a) I e II c) I e IV e) III e IV b) I e III d) II e III 23 (PUC-MG) O composto HOOC COOHCH Cl CH Cl apresenta isômeros opticamente ativos em número de: a) 2 c) 6 e) 10 b) 4 d) 8 LEITURA A NATUREZA É QUIRAL Os alimentos que ingerimos (pão, carne etc.), bem como a celulose dos tecidos e do papel que utilizamos, são formados por várias substâncias que contêm carbonos assimétricos (quirais). As proteínas que formam nossos te- cidos e as enzimas e os hormônios que con- trolam nosso organismo são, quase sempre, substâncias quirais. Em nosso organismo, ocorrem sucessões enormes de reações bioquímicas, nas quais cada substância deve se “encaixar”, com precisão, na molécula (reagente) seguinte, dando origem a etapas bem definidas da reação global. No esquema a seguir, procuramos ilustrar essa ideia, mostrando como um isômero óptico consegue se “encaixar” em uma enzima, enquanto seu antípoda óptico não. Do que acabamos de expor, uma consequên- cia importante é que muitos medicamentos quirais devem conter apenas o antípoda adequado para ter efeitos benéficos em nosso organismo. Nos me- dicamentos naturais existe, em geral, somente um dos enantiomorfos. Nos medicamentos sintéticos, porém, a tendência é existir a mistura racêmica, pois são difíceis as reações estereoespecíficas (isto é, as que nos levam a apenas um dos isômeros) e, além disso, a separação dos isômeros também é uma operação cara e complicada. Um episódio muito doloroso envolvendo subs- tâncias quirais foi o provocado pela talidomida. Esse medicamento foi lançado na Europa, na dé- cada de 1960, como tranquilizante e sonífero. In- felizmente, várias gestantes que o utilizaram tive- ram bebês com mãos, braços, pés e pernas atrofiadas (efeito teratogênico). Posteriormente, verificou-se que apenas a (�) talidomida é teratogênica, enquanto a (�) talidomida é a que tem efeito tranquilizante. O uso desse medicamen- to, porém, continua sendo contraindicado para gestantes, pois há o risco de um isômero se trans- formar no outro, em nosso organismo. C Este isômero se encaixa. C Este não consegue se encaixar. Encaixe impossível. A partir de fatos como esse, a indústria far- macêutica passou a aprimorar a produção de medicamentos quirais. Atualmente, cerca de dois terços dos medicamentos em desen- volvimento são quirais, e os que já foram lan- çados são responsáveis por vendas da ordem de bilhões de dólares por ano, no mundo todo. Talidomida N N H O O Carbono quiral O O R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 605 Capítulo 25 • ISOMERIA NA QUÍMICA ORGÂNICA 26 (UFC-CE) O aroma dos perfumes, geralmente, resulta de misturas de compostos químicos. Moléculas com estru- turas químicas semelhantes não possuem necessariamente aromas similares. Nerol e geraniol, por exemplo, cujas estruturas são representadas abaixo, são constituintes naturais de perfumes e exalam diferentes aromas. Questões sobre a leitura 24 (UFRGS-RS) Na natureza existem produtos que, pela mo- dificação da disposição relativa dos ligantes de um centro quiral (carbono assimétrico), apresentam propriedades organolépticas diferentes. Um exemplo é observado no limoneno, encontrado em óleos essenciais, onde um dos isômeros apresenta sabor de laranja e o outro, de limão. Pode-se afirmar que estes compostos são isômeros: a) geométricos. c) de posição. e) de função. b) ópticos. d) de cadeia. 25 (UFSM-RS) Compostos orgânicos, mesmo tendo a fórmula estrutural igual, podem apresentar propriedades diferentes (isômeros) ou podem ser isolados de fontes diferentes, o que ocorre com o ácido lático, representado a seguir. É correto afirmar que as estruturas I e II são: a) enantiômeras. d) mesoisômeras. b) diastereoisômeras. e) o mesmo composto. c) tautômeras. H3C OH H COOH CH3HO H COOH l (+) ácido lático produzido no músculo humano (acúmulo causa cãibras) d (–) ácido lático isolado do soro do leite DESAFIO Com relação às moléculas acima representadas, é corre- to afirmar que nerol e geraniol sãoisômeros: a) óticos. d) geométricos. b) de posição. e) de função. c) de compensação. 27 (PUC-RJ) A substituição de um hidrogênio por uma etila no carbono secundário do butano resulta em um isômero de cadeia do: a) 2-metil-butano. d) pentano. b) 2-metil-pentano. e) hexano. c) 3-metil-pentano. 28 (Fuvest-SP) Quantos isômeros estruturais e geométricos, considerando também os cíclicos, são previstos com a fórmula C3H5Cl? a) 2 d) 5 b) 3 e) 7 c) 4 29 (UCS-RS) Funções orgânicas oxigenadas possuem vasto campo de aplicação em indústrias químicas e farmacêu- ticas. O composto C3H8O é um exemplo disso. Em relação a esse composto, o número máximo de fun- ções e de isômeros que ele possui, respectivamente, é: a) três e dois. d) dois e dois. b) três e dois geométricos. e) dois e três. c) três e três. OH OH Nerol Geraniol 30 (UFRGS-RS) Durante um exercício físico, grande parte da energia necessária para a movimentação dos músculos provém da conversão anaeróbica da glicose em ácido láctico, cuja a fórmula se encontra abaixo. Sobre esse composto, podemos afirmar que ele: a) contém somente átomos de carbono que apresentam geometria tetraédrica. b) apresenta isomeria geométrica. c) pode existir em duas configurações espaciais diferentes. d) é um composto cíclico saturado. e) é um ácido β-hidróxi-carboxílico. 31 (UFPE) A fexofenadina é um anti-histamínico não sedati- vo que surgiu como um substituto para um outro medi- camento que causava fortes efeitos colaterais. Esse com- posto apresenta a seguinte estrutura molecular: CH OH CH3 COOH Pode-se afirmar que esse composto possui: a) dois carbonos quirais (assimétricos) e um grupo funcio- nal ácido carboxílico. b) um carbono quiral (assimétrico) e um grupo funcio- nal fenol. c) dois carbonos quirais (assimétricos) e dois grupos fun- cionais álcoois. d) um carbono quiral (assimétrico) e um grupo funcio- nal amina. e) três carbonos quirais (assimétricos) e três grupos fun- cionais aromáticos. OH OH H N CH3 CH3 COOH (I) (II) Capítulo Refletindo sobre os tópicosTópicos do capítulo • Como são fabricados os detergentes? • Você já ouviu falar no inseticida BHC? Você sabe como ele é produzido? • Que substância química é usada para produzir a chama dos maçaricos? • Que relação há entre a degradação da borracha e a deterioração de frutas e legumes? • Como ocorre a carbonificação, processo que produz carvão a partir da madeira? 1 Introdução 2 Reações de substituição 3 Reações de adição 4 Reações de eliminação 5 Reações do tipo ácido-base 6 Reações de oxirredução 7 Outras reações orgânicas Leitura – Os doze princípios da Química Verde Reações orgânicas26 As leis gerais da Química continuam valendo na Química Orgânica: ácidos reagem com bases; oxidantes reagem com redutores; moléculas polares reagem, em geral, mais facilmente que as apolares, e assim por diante. Na Química Orgânica, em particular, fatores como o comprimento e a energia das ligações, o ângulo entre ligações vizinhas, a geometria das moléculas etc., tornam as reações orgânicas, em geral, mais lentas e difíceis que as reações inorgânicas. Outro problema a ser considerado é o fato de que em muitas reações orgânicas são produzidas, além do composto desejado, subprodutos não desejáveis, em geral tóxicos, que causam problemas ambientais e reduzem o rendimento econômico. Daí a importância no desenvolvimento de novas reações orgânicas que formem produtos específicos e com a maior pureza possível. Atualmente, por meio da Química Fina, produzimos diversos compostos especiais de alto valor agregado, como, por exemplo: medicamentos, tecidos especiais e novos tipos de plástico. A pesquisa e o desenvolvimento destes compostos são um dos principais focos de interesse das universidades, empresas e governos em todo o mundo. � Mais de 50% do oxigênio do planeta tem origem na fotossíntese do fitoplâncton marinho. � Cientista em laboratório moderno de Bioquímica. � A importância da pesquisa. Antigo laboratório (1920). H U LT O N A R C H IV E -G E TT Y IM A G E S A LE X IS R O S E N FE LD / S P L- S TO C K P H O TO S G E O FF T O M P K IN S O N / S P L- S TO C K P H O TO S
Compartilhar