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Teratologia: Anomalias Congênitas

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Ana Victória Barbosa – M7 
INTRODUÇÃO 
Teratologia: é o ramo da embriologia e da 
patologia envolvido com a produção, a anatomia 
do desenvolvimento e a classificação de embriões 
e fetos malformados. Um conceito fundamental 
em teratologia é que alguns estágios do 
desenvolvimento embrionário são mais 
vulneráveis a perturbações que outros. 
As causas dos defeitos congênitos são divididas 
em três categorias amplas: 
 Fatores genéticos, como anormalidades 
cromossômicas. 
 Fatores ambientais, como 
fármacos/drogas e vírus. 
 Herança multifatorial (fatores genéticos e 
ambientais agindo em conjunto). 
Teratogenia consiste no fenômeno de 
malformação de bebês em decorrência de 
problemas durante seu desenvolvimento 
intrauterino, os quais podem ser desencadeados 
por diversos fatores, sendo eles uma substância 
ou um organismo, denominados agentes 
teratogênicos. 
TIPOS DE ANOMALIAS 
 Malformações: ocorrem durante a 
formação das estruturas, por exemplo, 
durante a organogênese. Elas podem 
resultar em ausência total ou parcial de 
uma estrutura ou em alterações de sua 
configuração normal. As malformações são 
causadas por fatores ambientais e/ou 
genéticos que agem independentemente 
ou em conjunto. A maioria das 
malformações tem sua origem entre a 
terceira e a oitava semanas de gestação. 
No entanto, algumas combinações 
complexas de defeitos, como aquelas 
observadas em casos de heterotaxia, 
podem ter ocorrido nas primeiras duas 
semanas, quando os eixos embrionários 
estão sendo especificados. 
 Disrupções (rupturas): resultam em 
alterações morfológicas de estruturas já 
formadas causadas por processos 
destrutivos. Acidentes vasculares que 
resultam em defeitos transversais dos 
membros e defeitos produzidos pelas 
bandas amnióticas são exemplos de 
fatores destrutivos que produzem 
disrupções. 
 
 Deformações: resultam de forças 
mecânicas que moldam partes do feto por 
um período de tempo prolongado. Os pés 
tortos, por exemplo, são causados por 
compressão na cavidade amniótica. As 
deformações envolvem frequentemente o 
sistema musculoesquelético e podem ser 
revertidas após o nascimento. 
Ana Victória Barbosa – M7 
 
 Síndrome: é um grupo de anomalias que 
ocorrem juntas e têm uma causa comum 
específica. Esse termo indica que o 
diagnóstico foi feito e que o risco de 
recorrência é conhecido. 
 Associação: é o aparecimento não 
aleatório de duas ou mais anomalias que 
ocorrem com mais frequência juntas do 
que separadamente, mas a causa ainda 
não foi determinada. Um exemplo é a 
associação VACTERL (anomalias vertebrais, 
anais, cardíacas, traqueoesofágicas, renais 
e dos membros). Embora não constituam 
um diagnóstico, as associações são 
importantes porque o reconhecimento de 
um ou mais componentes promove a 
busca por outros do grupo. 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA TERATOLOGIA 
Os fatores que determinam a capacidade de um 
agente provocar defeitos congênitos foram 
definidos e estabelecidos como os princípios da 
teratologia. Eles incluem: 
 A suscetibilidade à teratogênese depende 
do genótipo do concepto e do modo pelo 
qual essa composição genética interage 
com o ambiente. O genoma materno 
também é importante em relação ao 
metabolismo de fármacos, à resistência a 
infecções e a outros processos moleculares 
e bioquímicos que afetam o concepto; 
 A suscetibilidade aos teratógenos varia 
com o estágio do desenvolvimento no 
momento da exposição. O período mais 
sensível à indução de defeitos congênitos é 
entre a terceira e a oitava semanas de 
gestação, o período da embriogênese. 
Cada sistema orgânico pode ter um ou 
mais estágios de suscetibilidade. A fenda 
palatina, por exemplo, pode ser induzida 
no estágio de blastocisto (sexto dia), 
durante a gastrulação (décimo quarto dia), 
no estágio de broto inicial dos membros 
(quinta semana) ou quando as lâminas 
palatais se formam (sétima semana). Além 
disso, enquanto a maioria das anomalias é 
provocada durante a embriogênese, 
também podem ser provocados defeitos 
antes ou depois desse período; nenhum 
estágio de desenvolvimento é 
completamente seguro;
 
Ana Victória Barbosa – M7 
 As manifestações do desenvolvimento 
anormal dependem da dose e do tempo de 
exposição a um teratógeno; 
 Os teratógenos agem de modo específico 
(mecanismos) nas células e tecidos em 
desenvolvimento, desencadeando a 
embriogênese anormal (patogênese). Os 
mecanismos podem envolver inibição de 
um processo bioquímico ou molecular 
específico; a patogênese pode envolver 
morte celular, diminuição da proliferação 
celular ou outros fenômenos; 
 As manifestações do desenvolvimento 
anormal são morte, malformação, retardo 
no crescimento e distúrbios funcionais. 
 
TIPOS DE AGENTES TERATOGÊNICOS 
Define-se como agente teratogênico qualquer 
substância, organismo, agente físico ou estado de 
deficiência, que estando presente durante a vida 
embrionária ou fetal, produz alteração na 
estrutura ou função da descendência. 
AGENTES INFECCIOSOS 
Os agentes infecciosos que causam defeitos 
congênitos incluem inúmeros vírus. Os defeitos 
congênitos causados pela rubéola durante a 
gravidez (síndrome da rubéola congênita) 
costumavam ser um grande problema, mas o 
desenvolvimento da vacina e a difusão de seu uso 
praticamente eliminaram as malformações 
congênitas por esse motivo.
 
Ana Victória Barbosa – M7 
O citomegalovírus é uma ameaça séria. 
Frequentemente, a mãe não apresenta sintomas, 
mas os efeitos sobre o feto podem ser 
devastadores. A infecção pode causar doenças 
graves no nascimento e, algumas vezes, é fatal. 
Por outro lado, algumas crianças são 
assintomáticas no nascimento; porém, 
desenvolvem anomalias mais tarde, inclusive 
perda auditiva, comprometimento visual e 
retardo mental. 
O herpes-vírus simples (HSV) e o vírus varicela 
podem causar defeitos congênitos. As anomalias 
induzidas por HSV são raras, e, em geral, a infecção 
é transmitida para o feto durante o parto, 
causando doença grave e, algumas vezes, a morte. 
A varicela intrauterina causa cicatrizes na pele, 
hipoplasia dos membros e defeitos nos olhos e no 
sistema nervoso central. A ocorrência de defeitos 
congênitos após a infecção pré-natal com varicela 
não é frequente e depende do momento da 
infecção. Entre recém-nascidos de mulheres 
infectadas antes da décima terceira semana de 
gestação, 0,4% são malformados, enquanto o risco 
aumenta para 2% entre recém-nascidos cujas 
mães foram infectadas entre a décima terceira e a 
vigésima semanas de gestação. 
Um fator complicador introduzido por esses 
agentes infecciosos e por outros é que a maior 
parte deles é pirogênico (causa febre) e que a 
elevação da temperatura corporal (hipertermia), 
causada pelas febres ou possivelmente por 
causas externas, como saunas e banheiras 
quentes, é teratogênica. Caracteristicamente, a 
neurulação é afetada por temperaturas elevadas 
e são produzidos defeitos do tubo neural, como 
anencefalia e espinha bífida. 
A toxoplasmose pode causar defeitos congênitos. 
Carne mal cozida, fezes de animais domésticos, 
principalmente gatos, e solo contaminado com 
fezes podem carregar o parasita protozoário 
Toxoplasma gondii. Uma característica da infecção 
fetal com toxoplasmose são as calcificações 
cerebrais. Outras que podem ser observadas no 
nascimento incluem microcefalia, macrocefalia 
ou hidrocefalia (aumento de líquido 
cerebroespinal). De modo semelhante ao 
citomegalovírus, os recém-nascidos parecem 
normais inicialmente; porém, mais tarde, 
desenvolvem perda visual, perda auditiva, 
convulsões e retardo mental. 
O Treponema pallidum, que causa Sífilis 
congênita, atravessa rapidamente a membrana 
placentária com 6 a 8 semanas de 
desenvolvimento. O feto pode ser infectado 
durante qualquer estágio da doença ou qualquer 
estágio da gravidez. 
Ana Victória Barbosa– M7 
- Infecções maternas primárias (adquiridas 
durante a gravidez) geralmente causam infecção 
fetal séria e defeitos congênitos. Contudo, o 
tratamento adequado da mãe extermina os micro-
organismos, impedindo que atravessem a 
membrana placentária e infectem o feto. 
- Infecções maternas secundárias (adquiridas 
antes da gravidez) raramente causam doença fetal 
e defeitos congênitos. Se a mãe não for tratada, 
natimortos ocorrem em aproximadamente um 
quarto dos casos. Apenas 20% das gestantes não 
tratadas terão um feto normal. 
RADIAÇÃO 
A radiação ionizante mata rapidamente células 
proliferativas; assim, ela é um teratógeno potente, 
provocando praticamente todo tipo de 
malformação congênita, dependendo da dose e 
do estágio de desenvolvimento do concepto no 
momento da exposição. A radiação também é um 
agente mutagênico e pode provocar alterações 
genéticas das células germinativas e 
malformações subsequentes.
 
 
AGENTES FARMACÊUTICOS E QUÍMICOS 
A participação dos agentes químicos e 
farmacêuticos (medicamentos) na produção de 
anomalias humanas é difícil de avaliar por dois 
motivos: 
(1) a maioria dos estudos é retrospectiva, 
contando com a memória da mãe para o histórico 
de exposições; 
(2) gestantes ingerem muitos medicamentos. 
Por outro lado, relativamente poucas entre as 
muitas substâncias utilizadas durante a gravidez 
foram identificadas como teratogênicas. Um 
exemplo é a talidomida, um medicamento contra 
náuseas e calmante. Em 1961, notou-se, na 
Alemanha Oriental, o aumento súbito da 
frequência de amelia ou de meromelia (ausência 
parcial ou total dos membros), uma anomalia rara 
que em geral era herdada. 
 
Essa observação levou ao exame dos históricos 
pré-natais das crianças afetadas e à descoberta de 
que muitas mães tomaram talidomida no início da 
gravidez. Se o defeito fosse de um tipo mais 
comum, como fenda palatina ou malformação 
cardíaca, a associação ao medicamento poderia 
facilmente não ter sido percebida. 
A descoberta de que um fármaco como a 
talidomida poderia atravessar a placenta e causar 
defeitos congênitos foi revolucionária e levou 
diretamente à ciência da teratologia e à fundação 
da Teratology Society. Hoje em dia, a talidomida 
ainda é prescrita como agente imunomodulador 
no tratamento de pessoas com AIDS e outras 
Ana Victória Barbosa – M7 
doenças imunopatológicas, como hanseníase, 
lúpus eritematoso e doença enxerto versus 
hospedeiro. 
Foi mostrado que a isotretinoína (Roacutan), um 
análogo da vitamina A, causa um padrão 
característico de malformações, conhecido como 
embriopatia da isotretinoína. O fármaco, 
prescrito para o tratamento da acne cística e 
outras dermatoses crônicas, é extremamente 
teratogênico e provoca praticamente todo tipo de 
malformação. 
Os medicamentos opioides, como codeína, 
hidrocodona e oxicodona, são usados no 
tratamento de dor intensa, e tanto seu uso como 
abuso têm aumentado nos últimos anos. Estudos 
epidemiológicos demonstram uma associação 
entre o uso desses medicamentos e defeitos no 
tubo neural, defeitos cardíacos e gastrosquise (um 
defeito na parede abdominal). 
Os agentes anti-hipertensivos que inibem a 
enzima conversora de angiotensina (inibidores da 
ECA) provocam retardo no crescimento, 
disfunções renais, morte fetal e oligoidrâmnio se 
a exposição ocorrer durante o segundo ou o 
terceiro trimestre. Os efeitos da exposição a esses 
compostos durante o primeiro trimestre são 
menos conhecidos. 
DROGAS ILÍCITAS 
No caso de LSD utilizado durante a gestação, 
foram relatadas anomalias dos membros e 
malformações do sistema nervoso central. 
Entretanto, uma revisão de mais de 100 
publicações levou à conclusão de que o uso de LSD 
puro em doses moderadas não é teratogênico e 
não causa danos genéticos. 
O uso de cocaína tem sido associado a trabalho de 
parto prematuro, retardo no crescimento 
intrauterino e aborto espontâneo. 
ÁLCOOL ETÍLICO 
Há uma associação bem documentada entre a 
ingestão materna de álcool etílico e anomalias 
congênitas. Como o etanol pode induzir um 
espectro amplo de defeitos, que variam de 
retardo mental a anomalias estruturais no 
cérebro (microcefalia, holoprosencefalia), na face 
e no coração, utiliza-se o termo distúrbios do 
espectro alcoólico fetal (DEAF) para referir-se a 
quaisquer defeitos relacionados com o álcool. A 
síndrome alcóolica fetal (SAF) representa a 
extremidade mais grave desse espectro e inclui 
defeitos estruturais, deficiência intelectual e de 
crescimento. 
 
Traços típicos de uma criança com SAF, lábio superior fino, 
ponte nasal deprimida, nariz curto e face média chata. 
TABAGISMO 
O tabagismo (cigarro) foi relacionado ao aumento 
do risco de fendas orofaciais (fendas palatina e 
labial). Ele também contribui para o retardo do 
crescimento fetal e para o parto prematuro.
 
Ana Victória Barbosa – M7 
 
DISTÚRBIOS MULTIGÊNICOS COMPLEXOS 
Tais distúrbios também são chamados de 
distúrbios multifatoriais ou poligênicos, e são 
causados por interações entre formas variantes de 
genes e fatores ambientais. Uma variante genética 
que tenha pelo menos dois alelos (variação de 
genes) e ocorra em pelo menos 1% da população 
é chamada de polimorfismo. 
De acordo com a hipótese doença comum-
variante comum, distúrbios multigênicos ocorrem 
quando muitos polimorfismos, cada qual com 
efeito modesto e penetrância baixa, são 
coerdados. 
DISTÚRBIOS CITOGENÉTICOS 
Anormalidades cromossômicas ocorrem com 
muito mais frequência do que geralmente se 
imagina. Estima-se que aproximadamente um em 
200 recém-nascidos tenha alguma forma de 
anormalidade cromossômica. Estima-se que, em 
50% dos abortos espontâneos no primeiro 
trimestre, o feto tenha uma anormalidade 
cromossômica. Distúrbios citogenéticos podem 
resultar de alterações no número ou na estrutura 
dos cromossomos e afetar cromossomos 
autossômicos ou sexuais. 
 
Um cariótipo é uma representação 
fotográfica de uma distribuição de metáfase 
marcada com coloração em que os 
cromossomos estão arranjados em ordem de 
tamanho decrescente. 
Ana Victória Barbosa – M7 
ANORMALIDADES NUMÉRICAS 
Nos seres humanos, a contagem normal de 
cromossomos é 46. Todo múltiplo exato do 
número haploide (n) é denominado euploide. 
Números cromossômicos como 3n e 4n são 
denominados poliploides. A poliploidia 
geralmente causa aborto espontâneo. Qualquer 
número que não seja um múltiplo exato de n é 
denominado aneuploide. A principal causa de 
aneuploidia é a não disjunção dos pares de 
cromossomos homólogos na primeira divisão 
meiótica ou a não separação das cromátides irmãs 
durante a segunda divisão meiótica. Ou na mitose, 
quando se produz duas células aneuploides. 
Como resultado, o par cromossômico ou as 
cromátides passam para uma célula-filha 
enquanto a outra célula-filha não recebe nenhum. 
Quando ocorre a não disjunção no momento da 
meiose, os gametas formados têm um 
cromossomo extra (n+1) ou um cromossomo a 
menos (n-1). A fertilização desses gametas por 
gametas normais resultaria em dois tipos de 
zigotos: trissômicos, com um cromossomo extra 
(2n+1), ou monossômicos (2n-1). 
A monossomia envolvendo cromossomos 
autossômicos é incompatível com a vida, 
enquanto trissomias autossômicas são, e 
monossomias envolvendo autossomos são 
compatíveis com a vida. 
ANORMALIDADES ESTRUTURAIS 
Geralmente resultam de uma quebra 
cromossômica seguida por perda ou rearranjo do 
material. Padrões de rearranjo depois da quebra: 
 Translocação: implica na transferência de 
uma parte de um cromossomo para outro 
cromossomo. O processo geralmente é 
recíproco. Quando todos os fragmentos 
quebrados são trocados, a translocação 
recíproca não é prejudicial ao portador, 
que tem o número normal de 
cromossomos e o complemento inteiro do 
material genético. 
Um padrão especial de translocação 
envolvendo dois cromossomosacrocêntricos é denominado tipo fusão 
cêntrica ou translocação robertsoniana. As 
quebras ocorrem tipicamente próximas ao 
centrômero, afetando os braços curtos de 
ambos os cromossomos. A transferência 
Ana Victória Barbosa – M7 
dos segmentos leva a um cromossomo 
muito grande e outro extremamente 
pequeno. Os fragmentos curtos são 
perdidos, e o portador possui 45 
cromossomos. Como os braços curtos de 
todos os cromossomos acrocêntricos 
carregam genes altamente redundantes 
(p.ex., genes de RNA ribossômico), tal 
perda é compatível com a sobrevida. 
Entretanto, surgem dificuldades durante a 
gametogênese, resultando na formação de 
gametas desequilibrados que poderiam 
levar a uma prole anormal. 
 Isocromossomos: resultam quando um 
centrômero se divide horizontalmente em 
vez de verticalmente. Um dos dois braços 
é perdido e o braço remanescente é 
duplicado, resultando em dois braços 
curtos ou dois braços longos. 
 Deleção: envolve a perda de uma porção 
do cromossomo. Uma única quebra pode 
deletar um seguimento terminal. 
 Inversões: ocorrem quando há duas 
quebras intersticiais em um cromossomo, 
e o segmento se reunifica depois de uma 
reviravolta completa. 
 Cromossomo em anel: uma variante de 
deleção. Depois da perda de segmentos de 
cada terminal do cromossomo, os braços 
se unem formando um anel.
DISTÚRBIOS GENÉTICOS ENVOLVENDO 
CROMOSSOMOS AUTOSSOMOS 
Três trissomias autossômicas (21,18 e 13). A causa 
comum desse erro numérico é a não disjunção 
meiótica dos cromossomos, que resulta em um 
gameta com 24 cromossomos em vez de 23 e 
subsequentemente em um zigoto com 47 
cromossomos. 
TRISSOMIA DO PAR 21 (SÍNDROME DE DOWN) 
A síndrome de Down é o mais comum dos 
distúrbios cromossômicos. Cerca de 95% das 
pessoas afetadas, possuem trissomia do par 21, de 
forma que sua contagem cromossômica é de 47. 
Essa síndrome é causada pela não disjunção 
meiótica. A idade materna tem forte influência na 
incidência da síndrome de Down. A correlação 
com a idade materna sugere que, na maioria dos 
casos, a não disjunção meiótica do par 21 ocorre o 
óvulo. Na verdade, em 95% dos casos, o 
cromossomo extra vem da mãe. 
Ana Victória Barbosa – M7 
 Aspectos clínicos: perfil facial achatado, 
fissuras palpebrais oblíquas; pregas 
epicânticas; protusão da língua; 
clinodactilia do quinto dedo da mão; 
anormalidades no trato gastrointestinal. A 
síndrome de Down é umas das principais 
causas de retardo mental grave. 
Temperamento gentil e tímido. 
Aproximadamente 40% possuem doença 
cardíaca congênita. 
 
TRISSOMIA DO PAR 18 (SÍNDROME DE EDWARDS) 
É a segunda trissomia autossômica mais 
frequente. As manifestações da SE são 
decorrentes do material genético adicional do 
cromossomo 18, ocorrendo três alterações mais 
importantes: 
1. Trissomia 18 (47, + 18) – 90 % dos casos de 
trissomia 18 são o resultado de não disjunção 
meiótica. 
2. Translocação envolvendo o cromossomo 18. 
3. Mosaicismo por trissomia do 18 (47, + 18/46). 
A maioria dos casos de trissomia 18 com 
diagnóstico pré-natal morrem no útero e 50 % das 
crianças afetadas morrem nas primeiras duas 
semanas de vida e apenas 5 a 10 % sobrevivem ao 
primeiro ano. No entanto, a sobrevivência até a 
idade escolar é possível, sendo a deficiência 
intelectual grave é aparente em sobreviventes 
com mais de um ano de idade. Síndrome de 
Edwards é incompatível com a vida. 
O diagnóstico da SE é usualmente confirmado por 
meio do estudo cromossômico pelo exame de 
cariótipo, com detecção de trissomia completa ou 
parcial do cromossomo 18. 
 Aspectos clínicos: Deficiência mental; 
retardo do crescimento; occipúcio 
proeminente; esterno curto; defeito do 
septo ventricular; micrognatia; orelhas 
malformadas e de baixa implantação, 
dedos flexionados, unhas hipoplásicas; 
planta dos pés arqueadas. 
 
TRISSOMIA DO PAR 13 (SÍNDROME DE PATAU) 
A síndrome de Patau é uma anomalia 
cromossômica causada pela trissomia do 
cromossomo 13, sendo também conhecida como 
Trissomia do Cromossomo 13. 
É a terceira trissomia mais comum dos 
cromossomos autossômicos; essa síndrome é uma 
das principais causas de aborto espontâneo, cerca 
de 67% dos fetos são abortados espontaneamente 
ou apresentam morte intrauterina. 
Daqueles que chegam vivos ao nascimento, 50% 
acabam indo a óbito na primeira semana de vida e 
somente 9% alcançam o primeiro ano e somente 
menos de 5% dos casos sobrevivem mais de 3 
anos. Na literatura, a maior sobrevida relatada de 
um paciente acometido por essa síndrome foi de 
10 anos de idade. 
Ana Victória Barbosa – M7 
Assim como as trissomias citadas anteriormente, 
tal síndrome está fortemente associada à idade 
materna avançada, uma vez que com o avançar da 
idade as mulheres tornam-se mais propensas a 
ocorrência de não disjunção dos cromossomos. 
Estudos mostram que em se tratando de Síndrome 
de Patau, a idade materna é superior a 35 anos em 
40% dos casos. As teorias genéticas a respeito da 
gênese da síndrome remontam a três hipóteses: 
1. Mosaicismo da trissomia do 13 
2. Translocação do 13 
3. Trissomia completa do 13 
Normalmente, o diagnóstico sindrômico é 
realizado durante a assistência pré-natal, através 
de ultrassonografia morfológica realizada entre 16 
e 23 semanas de gestação. A taxa de detecção 
ultrassonográfica desta trissomia é de 90%. 
 Aspectos clínicos: Deficiência mental; 
malformações graves do sistema nervoso 
central; testa inclinada; orelhas 
malformadas, defeitos do couro cabeludo; 
microftalmia; fenda labial e/ou fenda 
palatina bilateral; polidactilia; 
proeminência posterior dos calcanhares. 
 
DISTÚRBIOS GENÉTICOS ENVOLVENDO 
CROMOSSOMOS SEXUAIS 
Uma serie de cariótipos anormais envolvendo 
cromossomos sexuais, desde 45,X a 49, XXXXY, são 
compatíveis com a vida. 
A trissomia dos cromossomos sexuais é um 
distúrbio comum. Contudo, uma vez que não 
existem achados físicos característicos em recém-
nascidos ou crianças, o distúrbio geralmente não é 
detectado até a puberdade. Estudos da cromatina 
sexual têm detectado alguns tipos de trissomia 
porque duas massas de cromatina sexual são 
encontradas nos núcleos de mulheres XXX 
(trissomia X) e os núcleos de homens 
XXY(síndrome de Klinefelter) contêm uma massa 
de cromatina sexual. 
47,XXX - Feminino - 1 em 1.000 - Aspecto normal; 
geralmente fértil; 15% a 25% apresentam 
deficiência mental leve. 
47,XYY- Masculino 1 em 1.000 - Aspecto normal; 
geralmente alto; exibe comportamento agressivo 
com frequência. 
47,XXY- Masculino 1 em 1.000 - Síndrome de 
Klinefelter. Aspectos clínicos: testículos 
pequenos, hialinização dos túbulos seminíferos; 
aspermatogênese (falta de produção de 
espermatozoides); infértil; geralmente altos com 
membros inferiores desproporcionalmente 
longos. A inteligência abaixo da dos irmãos 
normais. Aproximadamente 40% desses homens 
têm ginecomastia. 
 
Ana Victória Barbosa – M7 
SÍNDROME DE TURNER 
A síndrome de Turner, caracterizada por 
hipogonadismo primário em mulheres fenotípicas, 
resulta da monossomia parcial ou completa do 
braço curto do cromossomo X. 
Com métodos citogenéticos de rotina, observa-se 
que todo o cromossomo X está ausente em 57% 
das pacientes, resultando em um cariótipo 45,X. 
Essas pacientes são as mais gravemente afetadas, 
e com frequência é possível fazer o diagnóstico ao 
nascimento ou precocemente na infância. 
Aspectos Clínicos: incluem retardo do 
crescimento significativo, levando a uma estatura 
muito baixa (abaixo do terceiro percentil); inchaço 
nucal devido à distensão dos canais linfáticos (na 
lactente) que é visto como pescoço alado em 
crianças mais velhas; linha de implante capilar 
posterior baixa; cubitus valgus (alteração do 
ângulo normal do cotovelo, com deslocação do 
antebraço para fora); tórax em escudo com 
distância aumentada entre os mamilos; arco 
palatino altoe estreito; linfedema das mãos e dos 
pés; e uma variedade de malformações 
congênitas, como rim em ferradura, valva aórtica 
bicúspide e coarctação da aorta. 
As anormalidades cardiovasculares são a causa 
mais comum de óbito na infância. Na 
adolescência, as meninas afetadas não 
desenvolvem características sexuais secundárias 
normais; os órgãos genitais permanecem infantis, 
o desenvolvimento das mamas é mínimo e há 
pouco pelo pubiano. A maioria das pacientes tem 
amenorreia primária, e o exame morfológico 
revela transformação dos ovários em faixas 
brancas de estroma fibroso desprovido de 
folículos. O status mental dessas pacientes 
geralmente é normal, porém defeitos sutis no 
processamento de informações não verbais e 
visuais-espaciais foram observados. A reposição 
hormonal é recomendada. 
 
O erro da gametogênese (não disjunção) que 
causa a monossomia do X (síndrome de Turner), 
quando pode ser rastreado, ocorre no gameta 
paterno (espermatozoide) em aproximadamente 
75% dos casos; é o cromossomo X paterno que 
geralmente está ausente. 
O fenótipo da síndrome de Turner é feminino. As 
características sexuais secundárias não se 
desenvolvem em 90% das mulheres afetadas e a 
reposição hormonal é necessária. Fenótipo refere-
se a características morfológicas de uma pessoa, 
determinadas pelo genótipo e pelo ambiente em 
que é expresso. A anormalidade cromossômica da 
monossomia do X é a anormalidade citogenética 
mais comum observada em fetos abortados 
espontaneamente, representa aproximadamente 
18% de todos os abortos causados por 
anormalidades cromossômicas. 
Ana Victória Barbosa – M7

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