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40 Os defeitos do tubo neural (DTN) são tidos como uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Em geral podem ser diagnosticados pré-natalmente, às vezes por ultra-som e, geralmente, por uma elevação de alfa-feto proteína (AFP) no soro materno ou líquido amniótico, ou ainda pela dosagem de ácido fólico e de vitamina B12. Ácido fólico X DTN Um recente e importante achado epidemiológico é que as mães que suplementam sua dieta com ácido fólico na época da concepção têm menor risco de produzir criança com DTN. Este é um exemplo importante de um fator não-genético que contribui para um aglomerado familial da doença. Vários fatores podem causar o DTN. Entre os já conhecidos estão a falta de ácido fólico durante a concepção. Durante a gravidez, o organismo feminino necessita de níveis adequados de folato, assim como de outras vitaminas, para garantir a formação perfeita da nova vida que se inicia. Por isso, é necessário que os níveis estejam satisfatórios antes da concepção. Uma vez instalado o DTN, não há reversão, mesmo que, durante o pré-natal haja a ingestão do ácido fólico. A OMS - Organização Mundial de Saúde, recomenda a ingestão diária é de 0,4 mg. Isso vale para todas as mulheres em idade fértil. No entanto, para aquelas que já tiveram um filho com o problema, a dose indicada para evitar reincidências sobe para 4 miligramas diários. Além disso, o aconselhamento genético também é recomendado para que o médico possa avaliar as chances de um novo caso na família. 41 A ingestão dessa vitamina reduz em até 70% a probabilidade de uma gestação com feto portador de DTN. No Brasil, as farinhas de trigo e milho, além de alguns produtos como biscoitos e massas, já estão recebendo o adicionamento de 150 µg de ácido fólico, desde de junho de 2004, após aprovação da Resolução RDC 344 de 13/12/2002 da ANVISA. Segundo a AACD - Associação de Assistência à Criança Defeituosa, essa dosagem ainda é insuficiente para reduzir de forma satisfatória a ocorrência dos Defeitos do Tubo Neural, mas já é uma conquista. Em países como os EUA, onde os alimentos já são fortificados com essa vitamina, registrou-se uma redução de 50% no índice de crianças nascidas com DTN. Existem pesquisas que apontam que o ácido fólico também pode atuar na prevenção dos casos de outras síndromes, inclusive a de DOWN e de Lábios Leporinos. Folato nos alimentos O folato é encontrado em vegetais verdes e frescos, feijões, nozes, fígado, rins. Em certos alimentos, o folato pode estar ligado a outras substâncias. Nas verduras o ácido fólico está unido de forma inespecífica às fibras de celulose. Tanto o leite humano como o leite de vaca contêm aproximadamente 50µg de folato total por litro ligados as proteínas b-lactoglobulinas (OMS, 1972). 42 O folato se perde rapidamente durante o cozimento. O aquecimento durante o processo de enlatar também pode destruir o folato. Na tabela ao lado, seguem exemplos da quantidade de folato encontrados em alguns alimentos: Conscientização É importante que os profissionais da área da saúde e que atuam diretamente com a saúde da mulher, sejam sensibilizados a levar o conhecimento e a orientação sobre os procedimentos que evitem DTN. Nos centros de indução de ovulação essa consciência é fundamental, mas nem sempre ela existe. Devemos levar ao conhecimento do maior número de mulheres em idade fértil: 1) Informações que propiciem melhora na qualidade de vida e de sua saúde, principalmente a gestacional. 2) Semear a importância da prevenção dos Defeitos do Tubo Neural através de exames laboratoriais, orientação médica apropriada e o uso correto do ácido fólico, através da alimentação e do uso de vitaminas industrializadas. É de suma importância que as mulheres em idade reprodutiva tenham acesso a mais essa informação para que se conscientizem da importância que essa vitamina poderá ter sobre suas vidas. Em alguns países como a Hungria, por exemplo, já se fala do folato na escola como se fala de AIDS aqui no Brasil, conscientizando as adolescentes de que se quiserem engravidar terão que parar com o anticoncepcional e começar a tomar o complexo vitamínico dois meses antes de iniciar a gestação. 43 "Mão da Esperanca" Um fotógrafo, que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 23 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registraria, talvez, o mais eloqüente grito em favor da vida conhecido até hoje. No dia da foto o feto tinha quase 5 meses de gestação. Samuel Alexander Arms nasceu com perfeita saúde no dia 2/12/1999 44 Citogenética é o estudo dos cromossomos e das anomalias cromossômicas. As anomalias cromossômicas são responsáveis por uma porção significativa de doenças genéticas, ocorrendo em aproximadamente um em cada 150 nativivos. Elas são as causas principais tanto de retardo mental quanto de perda de gestação. As anomalias cromossômicas são vistas em 50% e 20% dos abortos espontâneos de primeiro e de segundo trimestre, respectivamente. Portanto, as anomalias cromossômicas são uma causa importante de morbidade e mortalidade. Como em outras áreas médicas, os avanços da citogenética molecular contribuíram muito para uma melhor compreensão do campo da citogenética. Algumas doenças que eram atribuídas a fatores monogênicos, hoje são classificadas como anomalias cromossômicas, graças à genética molecular. Não há confusão entre anomalias cromossômicas numéricas e doenças monogênicas, mas as anomalias cromossômicas estruturais são facilmente confundidas com as doenças monogênicas. 45 Para se estudar os cromossomos é necessário a confecção de um cariótipo ou cariograma. Para tanto, é necessário seguir alguns procedimentos: (1) o uso de destruidores do fuso, tais como a colchicina e colcemide, que bloqueiam a divisão das células somáticas na metáfase, quando os cromossomos estão mo máximo de condensação e mais fáceis de serem vistos, (2) o uso de uma solução hipotônica, que causa turgência celular, rompimento do núcleo, e uma melhor separação dos cromossomos, além do (3) uso de materiais de coloração, que são absorvidos diferencialmente por cada parte dos cromossomos, produzindo bandas características que ajudam a identificá-los. Os cromossomos são estudados pela coleta de tecido vivo (geralmente sangue), cultura de tecido durante um tempo apropriado (em geral 48 a 72 horas para linfócitos), adição de colcemide para produzir um bloqueio metafásico, separação das células e sua coloração em uma lâmina, rompimento da membrana nuclear com uma solução hipotônica, coloração com um corante nuclear apropriado e fotografia das metáfases dos cromossomos na lâmina. 46 As imagens dos cromossomos são, então, recortadas da foto, e os 22 pares de cromossomos autossômicos são dispostos de acordo com o comprimento, ficando os cromossomos sexuais colocados à direita. Esta disposição ordenada dos cromossomos é chamada de cariótipo. Mais recentemente, analisadores computadorizados de imagens às vezes são usados para representar os cromossomos. Como causa de anomalias cromossômicas tem sido citado: idade avançada dos genitores, genes que se predispõem a não se separarem (não-disjunção cromossômica), doenças auto-imune, radiações e outros fatores. A idade avançada dos genitores tem sido correlacionada não só às anomalias cromossômicas, como também a um aumento de taxa de mutação gênica. Classificação dos cromossomos conforme a posição do centrômero Telocêntrico Acrocêntrico Submetacêntrico Metacêntrico 47 Quando as mulheres completam um ano de idade, suas células germinativas já tiveram todas as mitoses, mas não a meiose.A idade materna não tem influencia no número de divisões celulares que as células germinativas sofrem até o momento da fecundação. Nos homens, as divisões de células germinativas ocorrem em todas as faixas etárias. A população de espermatogônias básicas (células precursoras de espermatozóide) já esta completa na época da puberdade. A partir daí, as células germinativas se dividem, produzindo, de um lado, novas células básicas (espermatogônias) e, de outro, células que após algumas divisões formaram células maduras (espermatozóides). Isto significa que homens com mais idade sofreram, na época da fertilização, mais ciclo de divisão de DNA que os espermatozóides de homens mais jovens. Assim sendo indivíduos mais idosos estão mais sujeitos a acumularem erros de cópia de DNA, pois há uma queda na quantidade ou qualidade das enzimas de reparação do DNA com o envelhecimento e, portanto, uma maior taxa de mutação. O risco de um homem com mais de 45 anos ter um filho com uma mutação nova aumenta de quatro a cinco vezes, em comparação com um de 20-25 anos. Alguns distúrbios monogênicos dominantes, tais como, acondroplasia, síndrome de Marfan e ainda outros são mais freqüentes com o aumento da idade paterna. Já, na síndrome de Down, a idade avançada da mãe tem maior relação com a doença, e mesmo assim a idade avançada do pai está relacionada a pouco mais de 20% dos casos. Acondoplasia Síndrome de Marfan 48 Classificação das anomalias cromossômicas São classificadas em numéricas e estruturais. A anomalias cromossômicas numéricas são classificadas em euploidia e aneuploidia. Uma célula euplóide contém o número de cromossomos múltiplo do número haplóide, que no ser humano é de 23 cromossomos. Os seres humanos apresentam dois conjuntos cromossômicos, um que vem com o espermatozóide e o outro com o óvulo. Então um indivíduo pode ser haplóde (n), diplóide (2n), triplóide (3n), tetraplóide (4n) e poliplóide. Não se conhecem pessoas que sejam totalmente euplóides, mas existem abortos 3n e 4n. As euploidias são raras em animais, mas bastante comuns e importantes mecanismos evolutivos nas plantas. A euploidia pode ocorrer por endomitose, que é a duplicação do material do DNA sem divisão celular ou dupla fecundação (dois espermatozóides e um óvulo). Existem os casos de “quimerismo” e “mosaicismo”, que em ambos os casos o individuo apresenta diferentes populações de células. Indivíduos com mosaicismo apresentam células com 45, 46 e 47 cromossomos, isto se deve a não separação dos cromossomos na mitose do embrião. O quimerismo geralmente ocorre entre irmão gêmeos, pode ocorrer troca de células durante o período gestacional. 49 50 A aneuploidia ocorre quando há falta ou excesso de algum(s) cromossomo(s). As aneuploidias são classificadas em monossomias (2n-1, 2n-2 e etc) ou polissomias (2n+1, 2n+2 e etc). As monossomias geralmente são incompatíveis com a sobrevivência, exceto nos casos de monossomias de cromossomos sexuais, como na síndrome de Turner. As aneuploidias devem-se a não-separação de um (ou mais) cromossomo (s) para as células filhas durante a meiose ou durante a mitose do zigoto. As aneuploidias podem se originar de anomalias ocorridas na meiose (pré-zigótica) ou nas mitoses do zigoto (pós- zigótica). Anomalias Cromossômicas Estruturais As anomalias estruturais ocorrem devido a perdas ou duplicações cromossômicas durante a formação dos gametas e podem ser classificadas como: deleções, duplicações, inversões, translocações Robertsonianas, translocações recíprocas, isocromossomos e cromossomos em anel. Tem sido relatado como agentes causadores das anomalias estruturais cromossômicas: idade avançada dos genitores, radiações, vírus (sarampo), dietas e algumas drogas (cafeína, LSD, talidomida, inseticidas, herbicidas, antibióticos). Quando um cromossomo apresenta a perda de um segmento (gene) três eventos distintos podem ocorrer: 1. As extremidades rompidas podem se unir a um novo cromossomo; 2. As extremidades rompidas não se ligam novamente e o cromossomo acêntrico (sem centrômero) é perdido na próxima divisão celular; 3. Um ou mais segmentos quebrados podem se unir. 51 Classificação das Alterações Cromossômicas Estruturais As alterações podem ser classificadas de duas maneiras: 1- Alterações no número de genes: deleção, duplicações, cromossomos em anel, isocromossomos; 2- Mudanças na localização dos genes: translocação e inversão. Alteração no número de genes Deleções ou Deficiências Deleção resulta em desequilíbrio do cromossomo por perda de um segmento cromossômico. Uma deleção pode ser terminal ou intersticial. Havendo a perda do segmento acêntrico na próxima divisão celular. A deleção do braço curto do cromossomo 5 induz a uma anomalia cromossômica conhecida como miado de gato, Síndrome de Cri du Chat (CDC) ou síndrome 5p- (menos). Os indivíduos portadores desta síndrome ao nascer apresentam choro característico lamentoso, muito similar ao de um pequeno gato em sofrimento. Este sintoma está associado a uma malformação da laringe. Outras malformações características envolvem a cabeça e face. Estima-se que esta síndrome atinja 1 entre 50.000 nascidos vivos. 52 Duplicação A duplicação é a repetição de um segmento cromossômico. Ao contrario da deleção até o momento as duplicação não se demonstram prejudiciais ao individuo portador. Acredita-se que a duplicação contribui para o aumento da variabilidade genética, além de fornecer novas funções aos genes. Cromossomos em anel Os cromossomos em anel são originados após duas deleções terminais do segmento cromossômico, desta forma as duas extremidades livres podem se unir. Os cromossomos em anel podem dividir-se normalmente na meiose e mitose, porém estes são sujeitos a degeneração. O fenótipo dos indivíduos portadores de cromossomos em anel é semelhante a indivíduos com Síndrome de Turner. Isocromossomos São cromossomos que apresentam deficiência total de um dos braços e duplicação completa do outro. Uma hipótese plausível é a que considera a possibilidade de um cromossomo sofrer fratura exatamente junto ao centrômero, pouco antes da anáfase mitótica ou da meiose II. 53 Mudanças na localização dos genes Translocação Ocorrem quando há troca de material genético entre cromossomos não-homólogos. Exige pelo menos uma quebra em cada cromossomo envolvido a translocação. Há dois tipos principais: Translocações Recíprocas Ocorrem quando nenhum material genético é perdido; há apenas a troca recíproca dos segmentos extraídos com a quebra. Geralmente envolve apenas dois cromossomos, e o número total não se altera. Os portadores dessa translocação são fenotipicamente normais, mas há um maior risco de a prole apresentar alterações fenotípicas, devido à produção de gametas anormais. Translocações equilibradas são mais freqüentemente encontradas em casais que tiveram dois ou mais abortamentos espontâneos ou em homens com infertilidade, do que na população geral. Quando ocorre o pareamento dos homólogos na meiose de portadores de translocação recíproca equilibrada, uma estrutura tetravalente é formada. Na anáfase, esses cromossomos podem segregar de várias maneiras, sendo que as formas mais freqüentes são a segregação alternada, adjacente 1 e adjacente 2. Na segregação alternada, ambos os gametas formados são equilibrados, sem perda ou ganho de segmentos. Já nas adjacente 1 e 2, há a produção de gametas não equilibrados. 54 Translocações Robertsonianas(trob) Ocorrem quando dois cromossomos acrocêntricos (13, 14, 15, 21 e 22) perdem seus braços curtos e se unem próximo à região centromérica, formando um único cromossomo derivado. Pode ser monocêntrica ou pseudodicêntrica,dependendo do ponto de quebra dos cromossomos acrocêntricos. Apesar de resultar em um individuo com 45 cromossomos, não há alterações fenotípicas, pois os braços curtos em geral são genes de RNA ribossomal em múltiplas cópias. Mas existe o risco de formar gametas não equilibrados (segregações adjacente 1 e 2) e, como conseqüência, a geração de crianças com alterações genotípicas e fenotípicas. Como exemplo, um genitor portador de trob(14q;21q) pode gerar uma criança com Síndrome de Down (trissomia do 21). Cerca de 4% dos indivíduos com essa síndrome tem um dos pais com a trob(14q;21q). Inversão A inversão é o resultado de duas quebras em um cromossomo, seguida de reinserção do fragmento ausente em seu local original, mas em posição invertida. Existem dois tipos de inversões: - Pericêntrica: quando a inversão inclui o centrômero. Algumas inversões podem causar esterilidade e morte celular; - Paracêntrica: quando a inversão não envolve o centrômero. As inversões são um rearranjo estrutural balanceado, e raramente produzem doença no portador da inversão. 55 Síndrome de Down Histórico A Síndrome de Down foi descrita pela primeira vez na literatura pelo médico inglês John Longden Hayden Down, que na ocasião foi também denominada de idiotia mongoliana, devido às semelhanças físicas dos seus portadores com a raça mongólica. O número de cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 (23 do pai e 23 da mãe), dispondo em pares, somando 23 pares. Lejeune verificou que no caso da Síndrome de Down há um erro na distribuição e, ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos e este cromossomo a mais se ligava ao par 21. Então surgiu o termo Trissomia do 21 que é o resultado da não disjunção primária, que pode ocorrer em ambas as divisões meióticas e em ambos os pais. O processo que ocorre na célula é identificado por um não pareamento dos cromossomos de forma apropriadas para os pólos na fase denominada anáfase, por isso um dos gametas receberá dois cromossomos 21 e o outro nenhum. Como forma de homenagear o Dr. John, o Dr. Jérôme batizou a anomalia com o nome de Síndrome de Down. Registros Antropológicos mostram que o caso mais antigo da Síndrome de Down data do século VII, um crânio saxônico apresentando modificações estruturais vistas com freqüência em crianças com Síndrome de Down. Algumas pessoas acreditam que a Síndrome de Down tenha sido representada no passado em esculturas e pictografias. Os traços faciais de estatuetas esculpidas pela cultura Olmec há quase 3.000 anos foram considerados semelhantes aos de pessoas com Síndrome de Down. Nenhum relatório bem documentado sobre pessoas com Síndrome de Down foi publicado antes do século XIX. Utilizou-se o termo “mongolismo” para descrever a sua aparência. Segundo o Dr. John, os mongois eram considerados seres inferiores. Este preconceituoso termo não mais é utilizado e deve ser evitado. 56 O número de cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 (23 do pai e 23 da mãe), dispondo em pares, somando 23 pares. Lejeune verificou que no caso da Síndrome de Down há um erro na distribuição e, ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos e este cromossomo a mais se ligava ao par 21. Então surgiu o termo Trissomia do 21 que é o resultado da não disjunção primária, que pode ocorrer em ambas as divisões meióticas e em ambos os pais. O processo que ocorre na célula é identificado por um não pareamento dos cromossomos de forma apropriadas para os pólos na fase denominada anáfase, por isso um dos gametas receberá dois cromossomos 21 e o outro nenhum. Como forma de homenagear o Dr. John, o Dr. Jérôme batizou a anomalia com o nome de Síndrome de Down. Registros Antropológicos mostram que o caso mais antigo da Síndrome de Down data do século VII, um crânio saxônico apresentando modificações estruturais vistas com freqüência em crianças com Síndrome de Down. Algumas pessoas acreditam que a Síndrome de Down tenha sido representada no passado em esculturas e pictografias. Os traços faciais de estatuetas esculpidas pela cultura Olmec há quase 3.000 anos foram considerados semelhantes aos de pessoas com Síndrome de Down. Nenhum relatório bem documentado sobre pessoas com Síndrome de Down foi publicado antes do século XIX. Cariótipo de uma menina com Síndrome de Down 57 Tipos de Trissomia do 21 ou Síndrome de Down Há 3 tipos principais de anomalias cromossômicas ou variantes, na síndrome de Down. • trissomia simples (padrão): a pessoa possui 47 cromossomos em todas as células (ocorre em cerca de 95% dos casos de Síndrome de Down). A causa da trissomia simples do cromossomo 21 é a não disjunção cromossômica. • translocação: o cromossomo extra do par 21 fica "grudado" em outro cromossomo. Nese caso embora indivíduo tenha 46 cromossomos, ele é portador da Síndrome de Down (cerca de 3% dos casos de Síndrome de Down). Os casos de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal. • mosáico: a alteração genética compromete apenas parte das células, ou seja, algumas células têm 47 e outras 46 cromossomos (ocorre em cerca de 2% dos casos de Síndrome de Down). Os casos de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal. É importante saber, que no caso da Síndrome de Down por translocação, os pais devem submeter-se a um exame genético, pois eles podem ser portadores da translocação e têm grandes chances de ter outro filho com Síndrome de Down. É a anormalidade mais prevalente em seres humanos. Ocorre em, aproximadamente, 1:800 nascimentos vivos, a incidência nos zigotos é ainda maior, e 60% dos zigotos são eliminados como abortos espontâneos. A expectativa de vida é de 35 a 40 anos, mas estima-se que 80% dos adultos portadores de Síndrome de Down sobrevivam até os 55 anos de idade ou mais. A taxa de mortalidade nestes pacientes é muito alta, devido a alterações cardíacas, infecções do aparelho respiratório e maior incidência de leucemia, quando comparada à população normal. A taxa de mortalidade em pacientes portadores de síndrome de Down é 52 vezes maior que a da população geral, na idade de 0 a 4 anos e 37 vezes nos primeiros 20 anos de vida. 58 Causas Um dado que levanta a suspeita é a idade materna, 60% dos casos são originados de mulheres com mais de 30 anos. Casos com mulheres de menos de 30 anos é de aproximadamente 1:3000; em mulheres entre 30 e 35 anos o risco aumenta para 1:600, em mulheres com mais de 45 anos, até 1:50. Uma explicação do efeito da idade ocorre na ovogênese: na época do nascimento de uma criança, os ovócitos encontram-se na prófase I e, logo após o nascimento, interrompem a meiose por um período que dura de 12 a 50 anos (da menarca à menopausa). Quanto mais longo for esse período, por mais tempo permanecem interrompidas as meioses dos ovócitos e mais influências ambientais (radiações, medicamentos, infecções) podem alterar a segregação dos cromossomos originando, em conseqüência, maior número de óvulos aneuplóides Um fator independente da idade e que possivelmente aumenta a ocorrência de zigotos aneuplóides é que, ao ser lançado na tuba, o ovócito encontra um meio diferente daquele em que permaneceu vários anos; desse modo, ele fica exposto à ação de fatores ambientais, tornando-se mais vulnerável à ocorrência de não- disjunções. Dados revelam que 20% dos casos de trissomia do 21 derivada falta de segregação ocorrida na gametogênese paterna. Nesse casos, o aumento da idade paterna também acarreta aumento na ocorrência das aneuploidias, porém esse efeito só é constatado claramente em pais com idade superior a 55 anos; como a paternidade nessa idade é relativamente rara, esse fato não foi percebido com a mesma facilidadecomo nas mulheres com mais de 35 anos. A idade avançada da mãe e a exposição à elevadas doses de radiação parecem ser fatores associados à maior incidência da síndrome. 59 Métodos de Diagnose O diagnóstico é feito através do cariótopo, que é a representação do conjunto de cromossomos de uma célula. O cariótipo é, geralmente, realizado a partir do exame dos leucócitos obtidos de uma pequena amostra de sangue periférico. Somente este exame é que realmente comprova o cromossoma extra com um número total de 47, como resultante de uma trissomia do cromossomo 21. Também é possível realizá-lo, antes do nascimento, depois da décima primeira semana de vida intra-uterina, utilizando-se tecido fetal. No entanto as características fenotípicas, citadas anteriormente podem apresentar um forte indicio da doença ,sem o uso do teste. Rastreio pré-natal • Amniocentese é o método mais usado na detecção de trissomia 21 nas gravidezes de “alto risco”. É feito retirando-se uma pequena quantidade de líquido que envolve o bebê no útero, durante a gravidez. • Amostra de vilosidades coriônicas (cordocentese). Trata-se duma biópsia transvaginal às 10-12 semanas de gestação. Relativamente à amniocentese, tem como vantagem a detecção mais precoce das anomalias cromossómicas , mas está associada a uma taxa maior de abortos (2-5%). Pensa-se que esteja associada a defeitos nos membros e das mandíbulas do feto, embora os estudos não sejam muito conclusivos. • Ecografia Algumas características fetais podem ser indicadores de T21, como, por exemplo, o tamanho da fossa posterior, a espessura das pregas cutâneas da nuca, as posturas da mão e o comprimento dos ossos. Embora esta técnica seja promissora, ainda não oferece garantias. • Cariótipo das células fetais na circulação materna. Outra técnica que promete ter futuro. • Análises Bioquímicas: pode ser identificada mais rapidamente dosando-se: o aumento da enzima SOD 1 (superóxido desmutase 1) ou ainda a diminuição de alfa-fetoproteína no soro materno. 60 O QI é muito variável, e possivelmente está relacionado com tipo da anomalia cromossômica, que pode ser: trissomia, translocações ou isocromosomo. Há também a influência ambiental sobre o QI. QI 0-24 = deficiência mental profunda - 25-40 % dos casos. QI 25-50 = deficiência mental severa - 60-70 % dos casos. QI acima de 50 = deficiência mental leve. A surdez tem sido relatada como uma característica variável que pode atingir 3/4 dos casos, levando muitas vezes a subestimação do QI da criança. Em torno de uma em cada 25 crianças pode ler com alguma compreensão e uma em cada 50 crianças pode escrever. 61 Características dos Portadores O portador da Síndrome pode apresentar várias: • A cabeça é um pouco maior que o normal. A parte posterior da cabeça é levemente achatada (braquicefalia) na maioria das crianças, o que dá uma aparência arredondada à cabeça. As moleiras (fontanela) são, muitas vezes, maiores e demoram mais para se fechar. Na linha média onde os ossos do crânio se encontram (linha de sutura), há muitas vezes, uma moleira adicional (fontanela falsa). Cabelo liso e fino, em algumas crianças, pode haver áreas com falhas de cabelo (alopecia parcial), ou, em casos raros, todo o cabelo pode ter caído (alopecia total). • Rosto tem um contorno achatado, devido, principalmente, aos ossos faciais pouco desenvolvidos e nariz pequeno. Osso nasal geralmente afundado. Em muitas crianças, passagens nasais estreitadas. 62 • Olhos tem uma inclinação lateral para cima e a prega epicântica (uma prega na qual a pálpebra superior é deslocada para o canto interno), semelhante aos orientais. Pálpebras estreitas e levemente oblíquas. • O abdômen costuma ser saliente e o tecido adiposo é abundante. Tórax com formato estranho, sendo que a criança pode apresentar um osso peitoral afundado (tórax afunilado) ou o osso peitoral pode estar projetado (peito de pomba). Na criança cujo coração é aumentado devido à doença cardíaca congênita, o peito pode parecer mais globoso do lado do coração. Em conseqüência das anomalias cardíacas e de uma baixa resistência às infecções, a longevidade dos indivíduos com síndrome de Down costuma ser reduzida. 63 • A boca é pequena. Algumas crianças mantêm a boca aberta e a língua pode projetar-se um pouco. À medida que a criança com síndrome de Down fica mais velha, a língua pode ficar com estrias. No inverno, os lábios tornam-se rachados. O céu da boca (palato) é mais estreito do que na criança "normal". A erupção dos dentes de leite é geralmente atrasada. Às vezes um ou mais dentes estão ausentes e alguns dentes podem ter um formato um pouco diferente. Mandíbulas pequenas, o que leva, muitas vezes, a sobreposição dos dentes. A cárie dentária é observada com menor frequencia quando comparada com crianças “normais”. • Orelhas pequenas e de implantação baixa, a borda superior da orelha ( hélix ) é muitas vezes dobrada. A estrutura da orelha é ocasionalmente, alterada. Os canais do ouvido são estreitos. 64 • As mãos e os pés tendem a ser pequenos e grossos, dedos dos pés geralmente curtos e o quinto dedo muitas vezes levemente curvado para dentro, falta de uma falange no dedo mínimo. • Prega única nas palmas (prega simiesca). Na maioria das crianças, há um espaço grande entre o dedão e o segundo dedo, com uma dobra entre eles na sola do pé, enfraquecimento geral dos ligamentos articulares. • Pescoço de aparência larga e grossa com pele redundante na nuca No bebê, dobras soltas de pele são observadas, muitas vezes, em ambos os lados da parte posterior do pescoço, os quais se tornam menos evidentes, podendo desaparecer, à medida que a criança cresce. 65 66 • Nos homens o pênis é pequeno e há criptorquidismo, nas mulheres os lábios e o clitóris são pouco desenvolvidos. Os meninos são estéreis, e as meninas ovulam, embora os períodos não sejam regulares. •É preciso enfatizar que nem toda criança com síndrome de Down exibe todas as características anteriormente citadas. Além disso, algumas características são mais acentuadas em algumas crianças do que em outras. Além das deficiências físicas, mentais e/ou sistêmicas, estes pacientes, apresentam com certa freqüência: anomalias cardíacas (40%), problemas visuais (50%), problemas auditivos (50%), comprometimento do sistema imunológico, hipotireoidismo, risco de desenvolvimento de epilepsia e da doença de Alzheimer. Síndrome de Edwards ou Trissomia do 18 Descrita em 1960 por John H. Edwards, a trissomia do 18 apresenta trissomia regular sem mosaicismo, isto é, cariótipo 47, XX ou XY, +18. Pode haver uma translocação envolvendo todo ou a maior parte do cromossomo 18, capaz de ser original ou herdada de um genitor portador balanceado. A trissomia também pode estar presente na forma de mosaico, com uma expressão variável mas geralmente mais leve. Ainda não se identificou a “região crítica” da trissomia do 18, mas a trissomia parcial de todo o braço longo produz o fenótipo típico da trissomia do 18. A incidência populacional é de aproximadamente 1:8.000 nativivos e a proporção entre indivíduos de sexo feminino e masculino é de 4F :1M. Abortos espontâneos ocorrem em 95 % dos fetos, 30 % das crianças morrem durante os 2 primeiros meses e 90 % durante o primeiro ano de vida. O grau de deficiência mental é muito mais significativo do que na síndrome de Down. A Trissomia do 18 está associada à idade materna, pois grande parte dos casos são originados de mulheres com mais de 35 anos de idade. 67 Características da síndrome: crânio muito alongado na regiãooccipital, pescoço é curto, boca pequena e triangular, genitais externos são anômalos, calcanhares proeminentes (pés em cadeira de balanço), contratura em flexões da articulação dos dedos, os dedos 2 e 5 superpõem os dígitos 3 e 4, dedo indicador maior do que os outros, orelhas mal formadas e com implantação baixa, anomalias cardíacas, renais, genitais, que geralmente são a causa morte. 68 Síndrome de Patau ou Trissomia do 13 Reconhecida em 1960 por Klaus Patau observando um caso de malformações múltiplas em um neonato, sendo trissômico para o cromossomo 13. Tem como causa a não disjunção dos cromossomos durante a anáfase 1 da mitose, gerando gametas com 24 cromátides. Cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não- balanceada. A sua incidência foi estimada em cerca de 1 caso para 6000 nascimentos. Aproximadamente 45% dos afetados falecem após 1 mês de vida; 70%, aos 6 meses e somente menos de 5% dos casos sobrevivem mais de 3 anos. A maior sobrevida relatada na literatura foi a de 10 anos de idade. Assim como a maioria das outras trissomias, associa-se à idade materna avançada, por estarem mais propícias a ocorrência da não disjunção dos cromossomos. A idade da mãe é superior a 35 anos em 40% dos casos. A trissomia tem origem do óvulo feminino, pelo fato da fêmea maturar geralmente apenas um ovócito, em antagonismo com o macho, que matura milhões de espermatozóides. Gametas masculinos portadores de alterações numéricas cromossômicas tem menor viabilidade que gametas normais, sendo mínimas as possibilidades de um gameta masculino com 24 cromátides fecundar um óvulo. Características da síndrome: lábio e palato fendidos (lábio leporino), polidactilia (hexadactilia), calcanhares proeminentes (pés em cadeira de balanço), os dedos 2 e 5 superpõem os dígitos 3 e 4, contratura em flexões da articulação dos dedos, orelhas mal formadas e com implantação baixa, anomalias cardíacas, renais, esqueléticas e outras. 69 Síndrome de Turner monossomia do X A síndrome de Turner é bastante rara e ao contrário da síndrome de Klinefelter afeta apenas indivíduos de sexo feminino e não possui cromatina sexual, É uma síndrome monossomica, ou seja, em exames de seu cariótipo revelam a presença de 45 cromossomos, sendo que do par dos sexuais há apenas um X. Sendo seu cariótipo representado por 45, X ou 45, X0. A incidência populacional é de 1 : 2.500 - 3.000 entre os nascimentos femininos. Apenas 1 em cada 50 zigotos com esta síndrome chega ao nascimento. As meninas com esta Síndrome são identificadas ao nascimento, ou antes, da puberdade por suas características fenotípicas distintivas. Características da síndrome: pescoço alado, pele frouxa devido à escassez de tecidos subcutâneos, o que lhe dá aparência senil, baixa estatura (em torno de 145 cm), linha posterior de implantação dos cabelos baixa (na nuca), amenorréia, gônadas em fita e sem folículos primordiais, ausência de caracteres sexuais secundários, pêlos pubianos reduzidos ou ausentes, desenvolvimento pequeno e amplamente espaçados da mamas ou mamas ausentes, pelve andróide e perda de audição. No recém nascido, há freqüentemente edemas nas mãos e no dorso dos pés, que leva a suspeitar da anomalia. 70 71 A expectativa de vida é normal, exceto quando houver coarctação (diminuição do calibre) da aorta ou distúrbio renal. Não há retardo mental, variando o QI entre 70 e 100. Há déficit de percepção espacial e visual-motor, tais como dificuldade em entender mapas, geometria e aritmética. A personalidade é caracterizada por docilidade, imaturidade, comportamento infantil, não-agressivo, pensamento concreto, atitudes moralistas e falta de originalidade. Os problemas psicológicos se agravam na puberdade, quando as portadoras da síndrome percebem que são diferentes de suas colegas. O tratamento com estrógenos melhora muito a condição das pacientes com síndrome de Turner. Tratamento Em decorrência da disgenesia ovariana, a única fonte de estrógeno para essas pessoas são as supra-renais; como a taxa desses hormônios é baixa, as pacientes devem receber aplicações de estrógenos para estimular o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e o aparecimento da menstruação. Usualmente esse tratamento tem início aos 16 anos para evitar que os estrógenos aplicados retardem ainda mais o crescimento. Síndrome de Klinefelter ( 47,XXY) O Dr. Harry F. Klinefelter ao trabalhar no projeto de consumo de oxigênio na glândula adrenal em conjunto com o Dr. Howard Means atendeu um paciente com um caso raro no qual um homem desenvolveu seios (Ginecomastia). Ao estudar este caso, o Dr. Klinefelter relatou nos seu exames infertilidade, liberação de hormônio Gonadotropina (GnRH), um elevado nível de liberação de Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteneizante (LH). Com estes resultados foi publicado no Jornal de Metabolismo e Endocrinologia Clínica (1942), um artigo intitulado “Síndrome caracterizada por Ginecomastia, aspermatogênese e aumento da excreção de Hormônio Folículo Estimulante”, tendo como autores, Klinefelter H G, Reifestein E C Jr., e Albright F.. Desde então, a literatura só chama esta condição de síndrome de Klinefelter (SK). 72 A SK é causada por uma variação cromossômica envolvendo o cromossomo sexual. Este cromossomo sexual extra (X) causa uma mudança característica nos meninos. Todos os homens possuem um cromossomo X e um Y, mas ocasionalmente uma variação irá resultar em um homem com um X a mais, esta síndrome é muitas vezes escrita como 47 XXY. Existem outras variações menos comuns como: 48 XXYY; 48 XXXY; 49 XXXXY; e mosaico 46 XY/47 XXY, este é o cariótipo mais comum, ocorre em cerca de 15% provavelmente em conseqüência da perda de um cromossomo X num concepto XXY durante uma divisão pós-zigótica inicial. Metade dos casos resulta de erros na meiose I paterna, um terço de erros na meiose I materna e os demais de erros na meiose II ou de um erro mitótico pós-zigótico levando a mosaico. A idade da mãe é elevada nos casos associados a erros na meiose I materna, mas não nos outros casos (JACOBS et al., 1988). Até 1960 o diagnóstico era feito através de exame histológico dos testículos que, mesmo após a puberdade, revelava ausência de células germinativas nos canais seminíferos. Atualmente a identificação dos Klinefelter é assegurada pelo cariótipo e pela pesquisa da cromatina sexual, através de um exame feito com uma amostra de sangue. As estatísticas mostram que a cada 1000 nascimentos é encontrado um menino com a síndrome. Características da síndrome: testículos pequenos, ausência de espermatozóides, ginecomastia, alta excreção urinária de gonadotrofinas. Possuem inteligência normal, ou um ligeiro retardo (QI acima de 60). Outras características muitas vezes presentes são: estatura elevada e magros, com braços relativamente longos; pênis pequeno; testículos pouco desenvolvidos devido à esclerose e hialinização dos túbulos seminíferos ; pouca pilosidade no púbis; níveis elevados de LH e FSH, podem apresentar uma diminuição no crescimento de barba; ginecomastia (crescimento das mamas), devido aos níveis de estrogênio (hormônio feminino) mais elevados do que os de testosterona (hormônio masculino). Em alguns casos tornam-se necessária à remoção cirúrgica; problemas no desenvolvimento da personalidade provavelmente em decorrência de uma dificuldade para falar que contribuem para problemas sociais e/ou aprendizagem. 73 Tratamento Deve ser feito o acompanhamento periodico do nível de testosterona (hormônio sexual masculino) no sangue, para verificar sua normalidade. Caso o nível de testosterona encontre-se baixo isso irá resultar na diminuição das mudanças sexuais que ocorrem durante a puberdade. Para controle écomum a aplicação de uma vez ao mês uma injeção de Depotestosterona, uma forma sintética de testosterona. A dose necessita ser aumentada gradualmente e ser aplicada mais freqüentemente quando o menino torna-se mais velho. Ginecomastia Estatura elevada Passam pela escola primária com alguma dificuldade e incluem pacientes com distúrbios neurológicos, meninos desajustados, delinqüentes juvenis etc. Tanto quanto os XYY apresentam distúrbios de comportamento, desvios de personalidade e reações neuróticas e psicóticas. O alcoolismo e outros comportamentos anti-sociais, incluindo a agressividade, depressão e períodos de mania, são constantemente relatados. No entanto, estes distúrbios raramente são suficientemente severos para levá-los à prisão ou à internação hospitalar. Podem apresentar dislexia, que é a incapacidade de compreensão do que se lê, devida a lesão de sistema nervoso central. 74 Trissomia do X (47,XXX) Como sugere o nome, a anomalia confere ao portador um ou mais cromossomos X extra. Existem três tipos principais de ocorrência desta anomalia: • 47,XXX. é a mais comum (1:1000-2000); • 48;XXXX, possuem um retardamento mental mais acentuado; • 49,XXXXX, possuem as mesmas características dos triplo e tetra X. Porém como são penta X, possuem um retardamento mental mais acentuado ,pois quanto maior o numero de X maior será o retardamento mental. Nas células 47, XXX, dois dos cromossomos X são inativados e de replicação tardia. Quase todos os casos resultam de erros na meiose materna. A trissomia do X e as síndromes mais raras de tetrassomias do X (48,XXXX) e pentassomia do X (49,XXXXX) são os equivalentes na mulher da síndrome de Klinefelter masculina. Os estudos de acompanhamento mostraram que as mulheres XXX sofrem as alterações da puberdade numa idade apropriada, mas há relatos de puberdade precoce em certas pacientes. Algumas deram à luz crianças, e estas são praticamente todas cromossomicamente normais. Há déficit significativo do desempenho em testes de QI, e cerca de 70% dos pacientes têm problemas do aprendizado graves. A síndrome de tetrassomia do X está associada a atraso mais grave do desenvolvimento físico e mental, e a síndrome de pentassomia do X, assim como o XXXXY, geralmente inclui grande retardo do desenvolvimento com múltiplos defeitos físicos que lembram a síndrome de Down. Características do Portador: As mulheres com trissomia do X, embora de estatura geralmente acima da média, não são fenotipicamente anormais. Apresentam genitália e mama subdesenvolvidas; certo retardamento mental (algumas são normais, outras retardadas e ou anomalias de caráter sexual secundário); são férteis. Cariótipo
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