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APOSTILA - GENETICA - 02 CONTINUAÇÃO

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40 
Os defeitos do tubo neural (DTN) são tidos como uma combinação de 
fatores genéticos e ambientais. Em geral podem ser diagnosticados 
pré-natalmente, às vezes por ultra-som e, geralmente, por uma 
elevação de alfa-feto proteína (AFP) no soro materno ou líquido 
amniótico, ou ainda pela dosagem de ácido fólico e de vitamina B12. 
 
 
 
 
 
 
 
Ácido fólico X DTN 
Um recente e importante achado epidemiológico é que as mães que 
suplementam sua dieta com ácido fólico na época da concepção têm 
menor risco de produzir criança com DTN. Este é um exemplo 
importante de um fator não-genético que contribui para um 
aglomerado familial da doença. 
Vários fatores podem causar o DTN. Entre os já conhecidos estão a 
falta de ácido fólico durante a concepção. 
Durante a gravidez, o organismo feminino necessita de níveis 
adequados de folato, assim como de outras vitaminas, para garantir a 
formação perfeita da nova vida que se inicia. 
Por isso, é necessário que os níveis estejam satisfatórios antes da 
concepção. Uma vez instalado o DTN, não há reversão, mesmo que, 
durante o pré-natal haja a ingestão do ácido fólico. 
A OMS - Organização Mundial de Saúde, recomenda a ingestão diária 
é de 0,4 mg. Isso vale para todas as mulheres em idade fértil. No 
entanto, para aquelas que já tiveram um filho com o problema, a dose 
indicada para evitar reincidências sobe para 4 miligramas diários. 
Além disso, o aconselhamento genético também é recomendado para 
que o médico possa avaliar as chances de um novo caso na família. 
41 
A ingestão dessa vitamina reduz em até 70% a probabilidade de uma 
gestação com feto portador de DTN. No Brasil, as farinhas de trigo e 
milho, além de alguns produtos como biscoitos e massas, já estão 
recebendo o adicionamento de 150 µg de ácido fólico, desde de junho 
de 2004, após aprovação da Resolução RDC 344 de 13/12/2002 da 
ANVISA. 
Segundo a AACD - Associação de Assistência à Criança Defeituosa, 
essa dosagem ainda é insuficiente para reduzir de forma satisfatória a 
ocorrência dos Defeitos do Tubo Neural, mas já é uma conquista. 
Em países como os EUA, onde os alimentos já são fortificados com 
essa vitamina, registrou-se uma redução de 50% no índice de crianças 
nascidas com DTN. 
Existem pesquisas que apontam que o ácido fólico também pode atuar 
na prevenção dos casos de outras síndromes, inclusive a de DOWN e 
de Lábios Leporinos. 
 
 
Folato nos alimentos 
O folato é encontrado em vegetais verdes e frescos, feijões, nozes, 
fígado, rins. Em certos alimentos, o folato pode estar ligado a outras 
substâncias. Nas verduras o ácido fólico está unido de forma 
inespecífica às fibras de celulose. Tanto o leite humano como o leite 
de vaca contêm aproximadamente 50µg de folato total por litro ligados 
as proteínas b-lactoglobulinas (OMS, 1972). 
 
 
 
 
 
 
 
42 
O folato se perde 
rapidamente 
durante o 
cozimento. O 
aquecimento 
durante o processo 
de enlatar também 
pode destruir o 
folato. Na tabela ao 
lado, seguem 
exemplos da 
quantidade de folato 
encontrados em 
alguns alimentos: 
Conscientização 
É importante que os profissionais da área da saúde e que atuam 
diretamente com a saúde da mulher, sejam sensibilizados a levar o 
conhecimento e a orientação sobre os procedimentos que evitem 
DTN. Nos centros de indução de ovulação essa consciência é 
fundamental, mas nem sempre ela existe. Devemos levar ao 
conhecimento do maior número de mulheres em idade fértil: 
1) Informações que propiciem melhora na qualidade de vida e de sua 
saúde, principalmente a gestacional. 
2) Semear a importância da prevenção dos Defeitos do Tubo Neural 
através de exames laboratoriais, orientação médica apropriada e o 
uso correto do ácido fólico, através da alimentação e do uso de 
vitaminas industrializadas. 
É de suma importância que as mulheres em idade reprodutiva tenham 
acesso a mais essa informação para que se conscientizem da 
importância que essa vitamina poderá ter sobre suas vidas. 
Em alguns países como a Hungria, por exemplo, já se fala do folato na 
escola como se fala de AIDS aqui no Brasil, conscientizando as 
adolescentes de que se quiserem engravidar terão que parar com o 
anticoncepcional e começar a tomar o complexo vitamínico dois 
meses antes de iniciar a gestação. 
43 
"Mão da Esperanca" 
Um fotógrafo, que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para 
corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero 
materno num feto de apenas 23 semanas de gestação, numa 
autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina 
fotográfica registraria, talvez, o mais eloqüente grito em favor da vida 
conhecido até hoje. No dia da foto o feto tinha quase 5 meses de 
gestação. 
 
Samuel Alexander Arms 
nasceu com perfeita 
saúde no dia 2/12/1999 
44 
Citogenética é o estudo dos cromossomos e das anomalias 
cromossômicas. As anomalias cromossômicas são responsáveis por 
uma porção significativa de doenças genéticas, ocorrendo em 
aproximadamente um em cada 150 nativivos. Elas são as causas 
principais tanto de retardo mental quanto de perda de gestação. As 
anomalias cromossômicas são vistas em 50% e 20% dos abortos 
espontâneos de primeiro e de segundo trimestre, respectivamente. 
Portanto, as anomalias cromossômicas são uma causa importante de 
morbidade e mortalidade. 
Como em outras áreas médicas, os avanços da citogenética molecular 
contribuíram muito para uma melhor compreensão do campo da 
citogenética. Algumas doenças que eram atribuídas a fatores 
monogênicos, hoje são classificadas como anomalias cromossômicas, 
graças à genética molecular. Não há confusão entre anomalias 
cromossômicas numéricas e doenças monogênicas, mas as 
anomalias cromossômicas estruturais são facilmente confundidas com 
as doenças monogênicas. 
45 
Para se estudar os cromossomos é necessário a confecção de um 
cariótipo ou cariograma. Para tanto, é necessário seguir alguns 
procedimentos: (1) o uso de destruidores do fuso, tais como a 
colchicina e colcemide, que bloqueiam a divisão das células somáticas 
na metáfase, quando os cromossomos estão mo máximo de 
condensação e mais fáceis de serem vistos, (2) o uso de uma solução 
hipotônica, que causa turgência celular, rompimento do núcleo, e uma 
melhor separação dos cromossomos, além do (3) uso de materiais de 
coloração, que são absorvidos diferencialmente por cada parte dos 
cromossomos, produzindo bandas características que ajudam a 
identificá-los. 
Os cromossomos são estudados pela coleta de tecido vivo 
(geralmente sangue), cultura de tecido durante um tempo apropriado 
(em geral 48 a 72 horas para linfócitos), adição de colcemide para 
produzir um bloqueio metafásico, separação das células e sua 
coloração em uma lâmina, rompimento da membrana nuclear com 
uma solução hipotônica, coloração com um corante nuclear apropriado 
e fotografia das metáfases dos cromossomos na lâmina. 
46 
As imagens dos cromossomos são, então, recortadas da foto, e os 22 
pares de cromossomos autossômicos são dispostos de acordo com o 
comprimento, ficando os cromossomos sexuais colocados à direita. 
Esta disposição ordenada dos cromossomos é chamada de cariótipo. 
Mais recentemente, analisadores computadorizados de imagens às 
vezes são usados para representar os cromossomos. 
Como causa de anomalias cromossômicas tem sido citado: idade 
avançada dos genitores, genes que se predispõem a não se 
separarem (não-disjunção cromossômica), doenças auto-imune, 
radiações e outros fatores. A idade avançada dos genitores tem sido 
correlacionada não só às anomalias cromossômicas, como também a 
um aumento de taxa de mutação gênica. 
Classificação dos cromossomos conforme a posição do centrômero 
Telocêntrico Acrocêntrico Submetacêntrico Metacêntrico 
47 
Quando as mulheres completam um ano de idade, suas células 
germinativas já tiveram todas as mitoses, mas não a meiose.A idade 
materna não tem influencia no número de divisões celulares que as 
células germinativas sofrem até o momento da fecundação. 
Nos homens, as divisões de células germinativas ocorrem em todas 
as faixas etárias. A população de espermatogônias básicas (células 
precursoras de espermatozóide) já esta completa na época da 
puberdade. A partir daí, as células germinativas se dividem, 
produzindo, de um lado, novas células básicas (espermatogônias) e, 
de outro, células que após algumas divisões formaram células 
maduras (espermatozóides). 
Isto significa que homens com mais idade sofreram, na época da 
fertilização, mais ciclo de divisão de DNA que os espermatozóides de 
homens mais jovens. Assim sendo indivíduos mais idosos estão mais 
sujeitos a acumularem erros de cópia de DNA, pois há uma queda na 
quantidade ou qualidade das enzimas de reparação do DNA com o 
envelhecimento e, portanto, uma maior taxa de mutação. O risco de 
um homem com mais de 45 anos ter um filho com uma mutação nova 
aumenta de quatro a cinco vezes, em comparação com um de 20-25 
anos. 
Alguns distúrbios monogênicos dominantes, tais como, acondroplasia, 
síndrome de Marfan e ainda outros são mais freqüentes com o 
aumento da idade paterna. Já, na síndrome de Down, a idade 
avançada da mãe tem maior relação com a doença, e mesmo assim a 
idade avançada do pai está relacionada a pouco mais de 20% dos 
casos. 
Acondoplasia 
Síndrome de 
Marfan 
48 
Classificação das anomalias cromossômicas 
 
São classificadas em numéricas e estruturais. A anomalias 
cromossômicas numéricas são classificadas em euploidia e 
aneuploidia. Uma célula euplóide contém o número de cromossomos 
múltiplo do número haplóide, que no ser humano é de 23 
cromossomos. Os seres humanos apresentam dois conjuntos 
cromossômicos, um que vem com o espermatozóide e o outro com o 
óvulo. Então um indivíduo pode ser haplóde (n), diplóide (2n), triplóide 
(3n), tetraplóide (4n) e poliplóide. Não se conhecem pessoas que 
sejam totalmente euplóides, mas existem abortos 3n e 4n. As 
euploidias são raras em animais, mas bastante comuns e importantes 
mecanismos evolutivos nas plantas. A euploidia pode ocorrer por 
endomitose, que é a duplicação do material do DNA sem divisão 
celular ou dupla fecundação (dois espermatozóides e um óvulo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem os casos de “quimerismo” e “mosaicismo”, que em ambos os 
casos o individuo apresenta diferentes populações de células. 
Indivíduos com mosaicismo apresentam células com 45, 46 e 47 
cromossomos, isto se deve a não separação dos cromossomos na 
mitose do embrião. O quimerismo geralmente ocorre entre irmão 
gêmeos, pode ocorrer troca de células durante o período gestacional. 
 
49 
50 
A aneuploidia ocorre quando há falta ou excesso de algum(s) 
cromossomo(s). As aneuploidias são classificadas em monossomias 
(2n-1, 2n-2 e etc) ou polissomias (2n+1, 2n+2 e etc). As monossomias 
geralmente são incompatíveis com a sobrevivência, exceto nos casos 
de monossomias de cromossomos sexuais, como na síndrome de 
Turner. 
As aneuploidias devem-se a não-separação de um (ou mais) 
cromossomo (s) para as células filhas durante a meiose ou durante a 
mitose do zigoto. As aneuploidias podem se originar de anomalias 
ocorridas na meiose (pré-zigótica) ou nas mitoses do zigoto (pós-
zigótica). 
 
 
Anomalias Cromossômicas Estruturais 
 
As anomalias estruturais ocorrem devido a perdas ou duplicações 
cromossômicas durante a formação dos gametas e podem ser 
classificadas como: deleções, duplicações, inversões, translocações 
Robertsonianas, translocações recíprocas, isocromossomos e 
cromossomos em anel. 
Tem sido relatado como agentes causadores das anomalias 
estruturais cromossômicas: idade avançada dos genitores, radiações, 
vírus (sarampo), dietas e algumas drogas (cafeína, LSD, talidomida, 
inseticidas, herbicidas, antibióticos). 
 
Quando um cromossomo apresenta a perda de um segmento (gene) 
três eventos distintos podem ocorrer: 
1. As extremidades rompidas podem se unir a um novo cromossomo; 
2. As extremidades rompidas não se ligam novamente e o 
cromossomo acêntrico (sem centrômero) é perdido na próxima divisão 
celular; 
3. Um ou mais segmentos quebrados podem se unir. 
 
51 
Classificação das Alterações Cromossômicas Estruturais 
As alterações podem ser classificadas de duas maneiras: 
1- Alterações no número de genes: deleção, duplicações, 
cromossomos em anel, isocromossomos; 
2- Mudanças na localização dos genes: translocação e inversão. 
 
Alteração no número de genes 
Deleções ou Deficiências 
 Deleção resulta em desequilíbrio do cromossomo por perda de um 
segmento cromossômico. Uma deleção pode ser terminal ou 
intersticial. Havendo a perda do segmento acêntrico na próxima 
divisão celular. 
A deleção do braço curto do cromossomo 5 induz a uma anomalia 
cromossômica conhecida como miado de gato, Síndrome de Cri du 
Chat (CDC) ou síndrome 5p- (menos). 
Os indivíduos portadores desta síndrome ao nascer apresentam choro 
característico lamentoso, muito similar ao de um pequeno gato em 
sofrimento. Este sintoma está associado a uma malformação da 
laringe. Outras malformações características envolvem a cabeça e 
face. Estima-se que esta síndrome atinja 1 entre 50.000 nascidos 
vivos. 
 
 
52 
Duplicação 
A duplicação é a repetição de um 
segmento cromossômico. Ao contrario 
da deleção até o momento as 
duplicação não se demonstram 
prejudiciais ao individuo portador. 
Acredita-se que a duplicação contribui 
para o aumento da variabilidade 
genética, além de fornecer novas 
funções aos genes. 
 
 
Cromossomos em anel 
Os cromossomos em anel são 
originados após duas deleções 
terminais do segmento cromossômico, 
desta forma as duas extremidades 
livres podem se unir. Os cromossomos 
em anel podem dividir-se normalmente 
na meiose e mitose, porém estes são 
sujeitos a degeneração. O fenótipo dos 
indivíduos portadores de cromossomos 
em anel é semelhante a indivíduos com 
Síndrome de Turner. 
 
 
Isocromossomos 
São cromossomos que apresentam 
deficiência total de um dos braços e 
duplicação completa do outro. Uma 
hipótese plausível é a que considera a 
possibilidade de um cromossomo 
sofrer fratura exatamente junto ao 
centrômero, pouco antes da anáfase 
mitótica ou da meiose II. 
53 
Mudanças na localização dos genes 
Translocação 
Ocorrem quando há troca de material genético entre cromossomos 
não-homólogos. Exige pelo menos uma quebra em cada cromossomo 
envolvido a translocação. Há dois tipos principais: 
Translocações Recíprocas 
Ocorrem quando nenhum material genético é perdido; há apenas a 
troca recíproca dos segmentos extraídos com a quebra. Geralmente 
envolve apenas dois cromossomos, e o número total não se altera. Os 
portadores dessa translocação são fenotipicamente normais, mas há 
um maior risco de a prole apresentar alterações fenotípicas, devido à 
produção de gametas anormais. 
Translocações equilibradas são mais freqüentemente encontradas em 
casais que tiveram dois ou mais abortamentos espontâneos ou em 
homens com infertilidade, do que na população geral. Quando ocorre 
o pareamento dos homólogos na meiose de portadores de 
translocação recíproca equilibrada, uma estrutura tetravalente é 
formada. Na anáfase, esses cromossomos podem segregar de várias 
maneiras, sendo que as formas mais freqüentes são a segregação 
alternada, adjacente 1 e adjacente 2. Na segregação alternada, 
ambos os gametas formados são equilibrados, sem perda ou ganho 
de segmentos. Já nas adjacente 1 e 2, há a produção de gametas não 
equilibrados. 
 
54 
Translocações Robertsonianas(trob) 
Ocorrem quando dois cromossomos acrocêntricos (13, 14, 15, 21 e 
22) perdem seus braços curtos e se unem próximo à região 
centromérica, formando um único cromossomo derivado. Pode ser 
monocêntrica ou pseudodicêntrica,dependendo do ponto de quebra 
dos cromossomos acrocêntricos. Apesar de resultar em um individuo 
com 45 cromossomos, não há alterações fenotípicas, pois os braços 
curtos em geral são genes de RNA ribossomal em múltiplas cópias. 
Mas existe o risco de formar gametas não equilibrados (segregações 
adjacente 1 e 2) e, como conseqüência, a geração de crianças com 
alterações genotípicas e fenotípicas. Como exemplo, um genitor 
portador de trob(14q;21q) pode gerar uma criança com Síndrome de 
Down (trissomia do 21). Cerca de 4% dos indivíduos com essa 
síndrome tem um dos pais com a trob(14q;21q). 
 
Inversão 
A inversão é o resultado de duas quebras em um cromossomo, 
seguida de reinserção do fragmento ausente em seu local original, 
mas em posição invertida. Existem dois tipos de inversões: 
- Pericêntrica: quando a inversão inclui o centrômero. Algumas 
inversões podem causar esterilidade e morte celular; 
- Paracêntrica: quando a inversão não envolve o centrômero. 
As inversões são um rearranjo estrutural balanceado, e raramente 
produzem doença no portador da inversão. 
 
55 
Síndrome de Down 
Histórico 
A Síndrome de Down foi descrita 
pela primeira vez na literatura pelo 
médico inglês John Longden 
Hayden Down, que na ocasião foi 
também denominada de idiotia 
mongoliana, devido às semelhanças 
físicas dos seus portadores com a 
raça mongólica. 
O número de cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 
(23 do pai e 23 da mãe), dispondo em pares, somando 23 pares. 
Lejeune verificou que no caso da Síndrome de Down há um erro na 
distribuição e, ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos e 
este cromossomo a mais se ligava ao par 21. Então surgiu o termo 
Trissomia do 21 que é o resultado da não disjunção primária, que 
pode ocorrer em ambas as divisões meióticas e em ambos os pais. O 
processo que ocorre na célula é identificado por um não pareamento 
dos cromossomos de forma apropriadas para os pólos na fase 
denominada anáfase, por isso um dos gametas receberá dois 
cromossomos 21 e o outro nenhum. 
Como forma de homenagear o Dr. John, o Dr. Jérôme batizou a 
anomalia com o nome de Síndrome de Down. 
Registros Antropológicos mostram que o caso mais antigo da 
Síndrome de Down data do século VII, um crânio saxônico 
apresentando modificações estruturais vistas com freqüência em 
crianças com Síndrome de Down. Algumas pessoas acreditam que a 
Síndrome de Down tenha sido representada no passado em 
esculturas e pictografias. Os traços faciais de estatuetas esculpidas 
pela cultura Olmec há quase 3.000 anos foram considerados 
semelhantes aos de pessoas com Síndrome de Down. Nenhum 
relatório bem documentado sobre pessoas com Síndrome de Down foi 
publicado antes do século XIX. 
Utilizou-se o termo “mongolismo” para descrever a sua aparência. 
Segundo o Dr. John, os mongois eram considerados seres inferiores. 
Este preconceituoso termo não mais é utilizado e deve ser evitado. 
56 
O número de cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 
(23 do pai e 23 da mãe), dispondo em pares, somando 23 pares. 
Lejeune verificou que no caso da Síndrome de Down há um erro na 
distribuição e, ao invés de 46, as células recebem 47 cromossomos e 
este cromossomo a mais se ligava ao par 21. Então surgiu o termo 
Trissomia do 21 que é o resultado da não disjunção primária, que 
pode ocorrer em ambas as divisões meióticas e em ambos os pais. O 
processo que ocorre na célula é identificado por um não pareamento 
dos cromossomos de forma apropriadas para os pólos na fase 
denominada anáfase, por isso um dos gametas receberá dois 
cromossomos 21 e o outro nenhum. 
Como forma de homenagear o Dr. John, o Dr. Jérôme batizou a 
anomalia com o nome de Síndrome de Down. 
Registros Antropológicos mostram que o caso mais antigo da 
Síndrome de Down data do século VII, um crânio saxônico 
apresentando modificações estruturais vistas com freqüência em 
crianças com Síndrome de Down. Algumas pessoas acreditam que a 
Síndrome de Down tenha sido representada no passado em 
esculturas e pictografias. Os traços faciais de estatuetas esculpidas 
pela cultura Olmec há quase 3.000 anos foram considerados 
semelhantes aos de pessoas com Síndrome de Down. Nenhum 
relatório bem documentado sobre pessoas com Síndrome de Down foi 
publicado antes do século XIX. 
Cariótipo de uma menina com Síndrome de Down 
57 
Tipos de Trissomia do 21 ou Síndrome de Down 
Há 3 tipos principais de anomalias cromossômicas ou variantes, na 
síndrome de Down. 
 
• trissomia simples (padrão): a pessoa possui 47 cromossomos em 
todas as células (ocorre em cerca de 95% dos casos de Síndrome de 
Down). A causa da trissomia simples do cromossomo 21 é a não 
disjunção cromossômica. 
 
• translocação: o cromossomo extra do par 21 fica "grudado" em outro 
cromossomo. Nese caso embora indivíduo tenha 46 cromossomos, 
ele é portador da Síndrome de Down (cerca de 3% dos casos de 
Síndrome de Down). Os casos de mosaicismo podem originar-se da 
não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um zigoto normal. 
 
• mosáico: a alteração genética compromete apenas parte das 
células, ou seja, algumas células têm 47 e outras 46 cromossomos 
(ocorre em cerca de 2% dos casos de Síndrome de Down). Os casos 
de mosaicismo podem originar-se da não disjunção mitótica nas 
primeiras divisões de um zigoto normal. 
 
É importante saber, que no caso da Síndrome de Down por 
translocação, os pais devem submeter-se a um exame genético, pois 
eles podem ser portadores da translocação e têm grandes chances de 
ter outro filho com Síndrome de Down. 
É a anormalidade mais prevalente em seres humanos. Ocorre em, 
aproximadamente, 1:800 nascimentos vivos, a incidência nos zigotos 
é ainda maior, e 60% dos zigotos são eliminados como abortos 
espontâneos. 
A expectativa de vida é de 35 a 40 anos, mas estima-se que 80% dos 
adultos portadores de Síndrome de Down sobrevivam até os 55 anos 
de idade ou mais. 
A taxa de mortalidade nestes pacientes é muito alta, devido a 
alterações cardíacas, infecções do aparelho respiratório e maior 
incidência de leucemia, quando comparada à população normal. 
A taxa de mortalidade em pacientes portadores de síndrome de Down 
é 52 vezes maior que a da população geral, na idade de 0 a 4 anos e 
37 vezes nos primeiros 20 anos de vida. 
58 
Causas 
Um dado que levanta a suspeita é a idade materna, 60% dos casos 
são originados de mulheres com mais de 30 anos. Casos com 
mulheres de menos de 30 anos é de aproximadamente 1:3000; em 
mulheres entre 30 e 35 anos o risco aumenta para 1:600, em 
mulheres com mais de 45 anos, até 1:50. 
Uma explicação do efeito da idade ocorre na ovogênese: na época do 
nascimento de uma criança, os ovócitos encontram-se na prófase I e, 
logo após o nascimento, interrompem a meiose por um período que 
dura de 12 a 50 anos (da menarca à menopausa). Quanto mais longo 
for esse período, por mais tempo permanecem interrompidas as 
meioses dos ovócitos e mais influências ambientais (radiações, 
medicamentos, infecções) podem alterar a segregação dos 
cromossomos originando, em conseqüência, maior número de óvulos 
aneuplóides 
Um fator independente da idade e que possivelmente aumenta a 
ocorrência de zigotos aneuplóides é que, ao ser lançado na tuba, o 
ovócito encontra um meio diferente daquele em que permaneceu 
vários anos; desse modo, ele fica exposto à ação de fatores 
ambientais, tornando-se mais vulnerável à ocorrência de não-
disjunções. 
Dados revelam que 20% dos casos de trissomia do 21 derivada falta 
de segregação ocorrida na gametogênese paterna. Nesse casos, o 
aumento da idade paterna também acarreta aumento na ocorrência 
das aneuploidias, porém esse efeito só é constatado claramente em 
pais com idade superior a 55 anos; como a paternidade nessa idade é 
relativamente rara, esse fato não foi percebido com a mesma 
facilidadecomo nas mulheres com mais de 35 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A idade avançada da mãe e a exposição à elevadas doses de 
radiação parecem ser fatores associados à maior incidência da 
síndrome. 
 
59 
Métodos de Diagnose 
O diagnóstico é feito através do cariótopo, que é a representação do 
conjunto de cromossomos de uma célula. O cariótipo é, geralmente, 
realizado a partir do exame dos leucócitos obtidos de uma pequena 
amostra de sangue periférico. Somente este exame é que realmente 
comprova o cromossoma extra com um número total de 47, como 
resultante de uma trissomia do cromossomo 21. 
Também é possível realizá-lo, antes do nascimento, depois da décima 
primeira semana de vida intra-uterina, utilizando-se tecido fetal. 
No entanto as características fenotípicas, citadas anteriormente 
podem apresentar um forte indicio da doença ,sem o uso do teste. 
Rastreio pré-natal 
• Amniocentese é o método mais usado na detecção de trissomia 21 
nas gravidezes de “alto risco”. É feito retirando-se uma pequena 
quantidade de líquido que envolve o bebê no útero, durante a 
gravidez. 
• Amostra de vilosidades coriônicas (cordocentese). Trata-se duma 
biópsia transvaginal às 10-12 semanas de gestação. Relativamente à 
amniocentese, tem como vantagem a detecção mais precoce das 
anomalias cromossómicas , mas está associada a uma taxa maior de 
abortos (2-5%). Pensa-se que esteja associada a defeitos nos 
membros e das mandíbulas do feto, embora os estudos não sejam 
muito conclusivos. 
• Ecografia Algumas características fetais podem ser indicadores de 
T21, como, por exemplo, o tamanho da fossa posterior, a espessura 
das pregas cutâneas da nuca, as posturas da mão e o comprimento 
dos ossos. Embora esta técnica seja promissora, ainda não oferece 
garantias. 
• Cariótipo das células fetais na circulação materna. Outra técnica que 
promete ter futuro. 
• Análises Bioquímicas: pode ser identificada mais rapidamente 
dosando-se: o aumento da enzima SOD 1 (superóxido desmutase 1) 
ou ainda a diminuição de alfa-fetoproteína no soro materno. 
 
60 
O QI é muito variável, e possivelmente está relacionado com tipo da 
anomalia cromossômica, que pode ser: trissomia, translocações ou 
isocromosomo. Há também a influência ambiental sobre o QI. 
QI 0-24 = deficiência mental profunda - 25-40 % dos casos. 
QI 25-50 = deficiência mental severa - 60-70 % dos casos. 
QI acima de 50 = deficiência mental leve. 
A surdez tem sido relatada como uma característica variável que pode 
atingir 3/4 dos casos, levando muitas vezes a subestimação do QI da 
criança. Em torno de uma em cada 25 crianças pode ler com alguma 
compreensão e uma em cada 50 crianças pode escrever. 
61 
Características dos Portadores 
O portador da Síndrome pode apresentar várias: 
• A cabeça é um pouco maior que o normal. A parte posterior da 
cabeça é levemente achatada (braquicefalia) na maioria das crianças, 
o que dá uma aparência arredondada à cabeça. As moleiras 
(fontanela) são, muitas vezes, maiores e demoram mais para se 
fechar. Na linha média onde os ossos do crânio se encontram (linha 
de sutura), há muitas vezes, uma moleira adicional (fontanela falsa). 
Cabelo liso e fino, em algumas crianças, pode haver áreas com falhas 
de cabelo (alopecia parcial), ou, em casos raros, todo o cabelo pode 
ter caído (alopecia total). 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Rosto tem um contorno achatado, devido, principalmente, aos ossos 
faciais pouco desenvolvidos e nariz pequeno. Osso nasal geralmente 
afundado. Em muitas crianças, passagens nasais estreitadas. 
 
 
 
 
 
 
62 
• Olhos tem uma inclinação lateral para cima e a prega epicântica 
(uma prega na qual a pálpebra superior é deslocada para o canto 
interno), semelhante aos orientais. Pálpebras estreitas e levemente 
oblíquas. 
 
 
 
 
 
 
• O abdômen costuma ser saliente e o tecido adiposo é abundante. 
Tórax com formato estranho, sendo que a criança pode apresentar um 
osso peitoral afundado (tórax afunilado) ou o osso peitoral pode estar 
projetado (peito de pomba). Na criança cujo coração é aumentado 
devido à doença cardíaca congênita, o peito pode parecer mais 
globoso do lado do coração. Em conseqüência das anomalias 
cardíacas e de uma baixa resistência às infecções, a longevidade dos 
indivíduos com síndrome de Down costuma ser reduzida. 
63 
• A boca é pequena. Algumas crianças mantêm a boca aberta e a 
língua pode projetar-se um pouco. À medida que a criança com 
síndrome de Down fica mais velha, a língua pode ficar com estrias. No 
inverno, os lábios tornam-se rachados. O céu da boca (palato) é mais 
estreito do que na criança "normal". A erupção dos dentes de leite é 
geralmente atrasada. Às vezes um ou mais dentes estão ausentes e 
alguns dentes podem ter um formato um pouco diferente. Mandíbulas 
pequenas, o que leva, muitas vezes, a sobreposição dos dentes. A 
cárie dentária é observada com menor frequencia quando comparada 
com crianças “normais”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Orelhas pequenas e de implantação baixa, a borda superior da 
orelha ( hélix ) é muitas vezes dobrada. A estrutura da orelha é 
ocasionalmente, alterada. Os canais do ouvido são estreitos. 
 
64 
• As mãos e os pés tendem a ser pequenos e grossos, dedos dos pés 
geralmente curtos e o quinto dedo muitas vezes levemente curvado 
para dentro, falta de uma falange no dedo mínimo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Prega única nas palmas (prega simiesca). Na maioria das crianças, 
há um espaço grande entre o dedão e o segundo dedo, com uma 
dobra entre eles na sola do pé, enfraquecimento geral dos ligamentos 
articulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Pescoço de aparência larga e grossa com pele redundante na nuca 
No bebê, dobras soltas de pele são observadas, muitas vezes, em 
ambos os lados da parte posterior do pescoço, os quais se tornam 
menos evidentes, podendo desaparecer, à medida que a criança 
cresce. 
65 
66 
• Nos homens o pênis é pequeno e há criptorquidismo, nas mulheres 
os lábios e o clitóris são pouco desenvolvidos. Os meninos são 
estéreis, e as meninas ovulam, embora os períodos não sejam 
regulares. 
 
•É preciso enfatizar que nem toda criança com síndrome de Down 
exibe todas as características anteriormente citadas. Além disso, 
algumas características são mais acentuadas em algumas crianças do 
que em outras. 
Além das deficiências físicas, mentais e/ou sistêmicas, estes 
pacientes, apresentam com certa freqüência: anomalias cardíacas 
(40%), problemas visuais (50%), problemas auditivos (50%), 
comprometimento do sistema imunológico, hipotireoidismo, risco de 
desenvolvimento de epilepsia e da doença de Alzheimer. 
Síndrome de Edwards ou Trissomia do 18 
Descrita em 1960 por John H. Edwards, a trissomia do 18 apresenta 
trissomia regular sem mosaicismo, isto é, cariótipo 47, XX ou XY, +18. 
Pode haver uma translocação envolvendo todo ou a maior parte do 
cromossomo 18, capaz de ser original ou herdada de um genitor 
portador balanceado. A trissomia também pode estar presente na 
forma de mosaico, com uma expressão variável mas geralmente mais 
leve. Ainda não se identificou a “região crítica” da trissomia do 18, mas 
a trissomia parcial de todo o braço longo produz o fenótipo típico da 
trissomia do 18. 
 
A incidência populacional é de aproximadamente 1:8.000 nativivos e a 
proporção entre indivíduos de sexo feminino e masculino é de 4F :1M. 
Abortos espontâneos ocorrem em 95 % dos fetos, 30 % das crianças 
morrem durante os 2 primeiros meses e 90 % durante o primeiro ano 
de vida. O grau de deficiência mental é muito mais significativo do que 
na síndrome de Down. 
 
A Trissomia do 18 está associada à idade materna, pois grande parte 
dos casos são originados de mulheres com mais de 35 anos de idade. 
67 
Características da síndrome: crânio muito alongado na regiãooccipital, pescoço é curto, boca pequena e triangular, genitais externos 
são anômalos, calcanhares proeminentes (pés em cadeira de 
balanço), contratura em flexões da articulação dos dedos, os dedos 
2 e 5 superpõem os dígitos 3 e 4, dedo indicador maior do que os 
outros, orelhas mal formadas e com implantação baixa, anomalias 
cardíacas, renais, genitais, que geralmente são a causa morte. 
 
 
 
68 
Síndrome de Patau ou Trissomia do 13 
Reconhecida em 1960 por Klaus Patau observando um caso de 
malformações múltiplas em um neonato, sendo trissômico para o 
cromossomo 13. Tem como causa a não disjunção dos cromossomos 
durante a anáfase 1 da mitose, gerando gametas com 24 cromátides. 
Cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não-
balanceada. 
A sua incidência foi estimada em cerca de 1 caso para 6000 
nascimentos. Aproximadamente 45% dos afetados falecem após 1 
mês de vida; 70%, aos 6 meses e somente menos de 5% dos casos 
sobrevivem mais de 3 anos. A maior sobrevida relatada na literatura foi 
a de 10 anos de idade. 
Assim como a maioria das outras trissomias, associa-se à idade 
materna avançada, por estarem mais propícias a ocorrência da não 
disjunção dos cromossomos. A idade da mãe é superior a 35 anos em 
40% dos casos. 
A trissomia tem origem do óvulo feminino, pelo fato da fêmea maturar 
geralmente apenas um ovócito, em antagonismo com o macho, que 
matura milhões de espermatozóides. Gametas masculinos portadores 
de alterações numéricas cromossômicas tem menor viabilidade que 
gametas normais, sendo mínimas as possibilidades de um gameta 
masculino com 24 cromátides fecundar um óvulo. 
 
Características da síndrome: lábio e palato fendidos (lábio leporino), 
polidactilia (hexadactilia), calcanhares proeminentes (pés em cadeira 
de balanço), os dedos 2 e 5 superpõem os dígitos 3 e 4, contratura 
em flexões da articulação dos dedos, orelhas mal formadas e com 
implantação baixa, anomalias cardíacas, renais, esqueléticas e outras. 
69 
Síndrome de Turner monossomia do X 
A síndrome de Turner é bastante rara e ao contrário da síndrome de 
Klinefelter afeta apenas indivíduos de sexo feminino e não possui 
cromatina sexual, É uma síndrome monossomica, ou seja, em exames 
de seu cariótipo revelam a presença de 45 cromossomos, sendo que 
do par dos sexuais há apenas um X. Sendo seu cariótipo 
representado por 45, X ou 45, X0. 
A incidência populacional é de 1 : 2.500 - 3.000 entre os nascimentos 
femininos. Apenas 1 em cada 50 zigotos com esta síndrome chega ao 
nascimento. 
As meninas com esta Síndrome são identificadas ao nascimento, ou 
antes, da puberdade por suas características fenotípicas distintivas. 
 
Características da síndrome: pescoço alado, pele frouxa devido à 
escassez de tecidos subcutâneos, o que lhe dá aparência senil, baixa 
estatura (em torno de 145 cm), linha posterior de implantação dos 
cabelos baixa (na nuca), amenorréia, gônadas em fita e sem folículos 
primordiais, ausência de caracteres sexuais secundários, pêlos 
pubianos reduzidos ou ausentes, desenvolvimento pequeno e 
amplamente espaçados da mamas ou mamas ausentes, pelve 
andróide e perda de audição. 
No recém nascido, há freqüentemente edemas nas mãos e no dorso 
dos pés, que leva a suspeitar da anomalia. 
70 
71 
A expectativa de vida é normal, exceto quando houver coarctação 
(diminuição do calibre) da aorta ou distúrbio renal. Não há retardo 
mental, variando o QI entre 70 e 100. Há déficit de percepção espacial 
e visual-motor, tais como dificuldade em entender mapas, geometria e 
aritmética. 
A personalidade é caracterizada por docilidade, imaturidade, 
comportamento infantil, não-agressivo, pensamento concreto, atitudes 
moralistas e falta de originalidade. Os problemas psicológicos se 
agravam na puberdade, quando as portadoras da síndrome percebem 
que são diferentes de suas colegas. O tratamento com estrógenos 
melhora muito a condição das pacientes com síndrome de Turner. 
 
Tratamento 
Em decorrência da disgenesia ovariana, a única fonte de estrógeno 
para essas pessoas são as supra-renais; como a taxa desses 
hormônios é baixa, as pacientes devem receber aplicações de 
estrógenos para estimular o desenvolvimento dos caracteres sexuais 
secundários e o aparecimento da menstruação. Usualmente esse 
tratamento tem início aos 16 anos para evitar que os estrógenos 
aplicados retardem ainda mais o crescimento. 
Síndrome de Klinefelter ( 47,XXY) 
O Dr. Harry F. Klinefelter ao trabalhar no projeto de consumo de 
oxigênio na glândula adrenal em conjunto com o Dr. Howard Means 
atendeu um paciente com um caso raro no qual um homem 
desenvolveu seios (Ginecomastia). 
Ao estudar este caso, o Dr. Klinefelter relatou nos seu exames 
infertilidade, liberação de hormônio Gonadotropina (GnRH), um 
elevado nível de liberação de Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e 
Hormônio Luteneizante (LH). 
Com estes resultados foi publicado no Jornal de Metabolismo e 
Endocrinologia Clínica (1942), um artigo intitulado “Síndrome 
caracterizada por Ginecomastia, aspermatogênese e aumento da 
excreção de Hormônio Folículo Estimulante”, tendo como autores, 
Klinefelter H G, Reifestein E C Jr., e Albright F.. 
Desde então, a literatura só chama esta condição de síndrome de 
Klinefelter (SK). 
72 
A SK é causada por uma variação cromossômica envolvendo o 
cromossomo sexual. Este cromossomo sexual extra (X) causa uma 
mudança característica nos meninos. Todos os homens possuem um 
cromossomo X e um Y, mas ocasionalmente uma variação irá resultar 
em um homem com um X a mais, esta síndrome é muitas vezes 
escrita como 47 XXY. Existem outras variações menos comuns como: 
48 XXYY; 48 XXXY; 49 XXXXY; e mosaico 46 XY/47 XXY, este é o 
cariótipo mais comum, ocorre em cerca de 15% provavelmente em 
conseqüência da perda de um cromossomo X num concepto XXY 
durante uma divisão pós-zigótica inicial. 
Metade dos casos resulta de erros na meiose I paterna, um terço de 
erros na meiose I materna e os demais de erros na meiose II ou de um 
erro mitótico pós-zigótico levando a mosaico. A idade da mãe é 
elevada nos casos associados a erros na meiose I materna, mas não 
nos outros casos (JACOBS et al., 1988). 
Até 1960 o diagnóstico era feito através de exame histológico dos 
testículos que, mesmo após a puberdade, revelava ausência de 
células germinativas nos canais seminíferos. Atualmente a 
identificação dos Klinefelter é assegurada pelo cariótipo e pela 
pesquisa da cromatina sexual, através de um exame feito com uma 
amostra de sangue. 
As estatísticas mostram que a cada 1000 nascimentos é encontrado 
um menino com a síndrome. 
 
Características da síndrome: testículos pequenos, ausência de 
espermatozóides, ginecomastia, alta excreção urinária de 
gonadotrofinas. Possuem inteligência normal, ou um ligeiro retardo (QI 
acima de 60). 
 
Outras características muitas vezes presentes são: estatura elevada e 
magros, com braços relativamente longos; pênis pequeno; testículos 
pouco desenvolvidos devido à esclerose e hialinização dos túbulos 
seminíferos ; pouca pilosidade no púbis; níveis elevados de LH e FSH, 
podem apresentar uma diminuição no crescimento de barba; 
ginecomastia (crescimento das mamas), devido aos níveis de 
estrogênio (hormônio feminino) mais elevados do que os de 
testosterona (hormônio masculino). Em alguns casos tornam-se 
necessária à remoção cirúrgica; problemas no desenvolvimento da 
personalidade provavelmente em decorrência de uma dificuldade para 
falar que contribuem para problemas sociais e/ou aprendizagem. 
73 
Tratamento 
Deve ser feito o acompanhamento periodico do nível de testosterona 
(hormônio sexual masculino) no sangue, para verificar sua 
normalidade. Caso o nível de testosterona encontre-se baixo isso irá 
resultar na diminuição das mudanças sexuais que ocorrem durante a 
puberdade. 
Para controle écomum a aplicação de uma vez ao mês uma injeção 
de Depotestosterona, uma forma sintética de testosterona. A dose 
necessita ser aumentada gradualmente e ser aplicada mais 
freqüentemente quando o menino torna-se mais velho. 
 
 
Ginecomastia 
 
 
Estatura elevada 
Passam pela escola primária com alguma dificuldade e incluem 
pacientes com distúrbios neurológicos, meninos desajustados, 
delinqüentes juvenis etc. Tanto quanto os XYY apresentam distúrbios 
de comportamento, desvios de personalidade e reações neuróticas e 
psicóticas. 
O alcoolismo e outros comportamentos anti-sociais, incluindo a 
agressividade, depressão e períodos de mania, são constantemente 
relatados. No entanto, estes distúrbios raramente são suficientemente 
severos para levá-los à prisão ou à internação hospitalar. Podem 
apresentar dislexia, que é a incapacidade de compreensão do que se 
lê, devida a lesão de sistema nervoso central. 
74 
Trissomia do X (47,XXX) 
Como sugere o nome, a anomalia confere ao portador um ou mais 
cromossomos X extra. Existem três tipos principais de ocorrência 
desta anomalia: 
• 47,XXX. é a mais comum (1:1000-2000); 
• 48;XXXX, possuem um retardamento mental mais acentuado; 
• 49,XXXXX, possuem as mesmas características dos triplo e tetra X. 
Porém como são penta X, possuem um retardamento mental mais 
acentuado ,pois quanto maior o numero de X maior será o 
retardamento mental. 
Nas células 47, XXX, dois dos cromossomos X são inativados e de 
replicação tardia. Quase todos os casos resultam de erros na meiose 
materna. 
A trissomia do X e as síndromes mais raras de tetrassomias do X 
(48,XXXX) e pentassomia do X (49,XXXXX) são os equivalentes na 
mulher da síndrome de Klinefelter masculina. 
Os estudos de acompanhamento mostraram que as mulheres XXX 
sofrem as alterações da puberdade numa idade apropriada, mas há 
relatos de puberdade precoce em certas pacientes. Algumas deram à 
luz crianças, e estas são praticamente todas cromossomicamente 
normais. Há déficit significativo do desempenho em testes de QI, e 
cerca de 70% dos pacientes têm problemas do aprendizado graves. 
A síndrome de tetrassomia do X está associada a atraso mais grave 
do desenvolvimento físico e mental, e a síndrome de pentassomia do 
X, assim como o XXXXY, geralmente inclui grande retardo do 
desenvolvimento com múltiplos defeitos físicos que lembram a 
síndrome de Down. 
 
 
 
 
 
 
 
Características do Portador: 
As mulheres com trissomia do X, embora de estatura geralmente 
acima da média, não são fenotipicamente anormais. Apresentam 
genitália e mama subdesenvolvidas; certo retardamento mental 
(algumas são normais, outras retardadas e ou anomalias de caráter 
sexual secundário); são férteis. 
Cariótipo

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