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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA PROJETO SETENTA Bruna Martins Fraga EXEGESE EM RUTE Curral de Dentro, MG, Brasil Novembro de 2020 SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA PROJETO SETENTA Bruna Martins Fraga EXEGESE EM RUTE Trabalho apresentado em cumprimento às exigências de avaliação da disciplina Panorama do Antigo Testamento II, ministrada pelo Professor Benedito Alecrim para obtenção do título Tecnólogo em Teologia. Curral de Dentro, MG, Brasil Novembro de 2020 2 SUMÁRIO 1. Autoria e Publicação 4 2. Exílio 5 3. Rute nos campos de Boaz 5 4. Um marido para Rute 6 5. Casamento e descendência 7 6. Conclusão 8 7. Bibliografia 9 3 Autoria e Publicação Não há consenso sobre a autoria do livro de Rute e sua data de publicação, Robert Pfeiffer diz que: “O caráter geral do vocabulário hebreu, a sintaxe e o uso de expressões idiomáticas antigas em uso nas melhores obras do Velho Testamento (...) e a pureza clássica do estilo podem ser mencionados em favor de uma data precoce” (Introduction to the Old Testament, pág. 718), no entanto considera que um historiador poderia ter estudado a história que hipoteticamente teria acontecido muitos anos antes e assim tê-la escrito com maestria. Contexto O livro de Rute, é um livro histórico e narra parte da biografia de Rute, uma moabita que adotou Israel como sua pátria. Rute viveu no tempo em que os juízes governavam Israel. A introdução da moabita a Israel se deve à sua sogra Noemi, que havia se mudado com marido e filhos para Moabe, onde ficou viúva e viu os filhos Malom e Quiliom se casarem com Rute e Orfa respectivamente, ambas ficaram viúvas, depois disso Noemi e suas noras decidiram voltar a Israel. Noemi aconselhou as noras a voltarem para casa de seus pais, contudo Rute decidiu acompanhá-la, afirmando sua lealdade a sogra: “(…) Não insistas comigo que te deixe e não mais a acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! Onde morreres morrerei, e ali serei sepultada. Que o Senhor me castigue com todo o rigor, se outra coisa que não a morte me separar de ti" (Rute 1: 16-17, NVI). Rute se tornou extremamente importante para a história de Israel, pois foi antepassada do Rei Davi e consequentemente antepassada de Jesus Cristo. (Mt 1: 1-16). Exílio Em algum do tempo da época em que os juízes governavam Israel houve fome no país. Então Elimeleque, um judeu de Belém Efrata emigrou para Moabe, outro país, com a esposa Noemi e os dois filhos Malom e Quiliom. Em Moabe Noemi ficou viúva e seus filhos casaram-se e após um tempo também morreram, após a morte do marido e dos filhos Noemi e as viúvas dos seus filhos Rute e Orfa decidiram voltar a Israel. Após insistência de Noemif Orfa voltou para a casa de seus pais, porém Rute continuou com Noemi e as duas seguiram viagem até Belém, cidade de Noemi. Ao chegarem em Belém os habitantes reconheceram Noemi, e se espalhou a notícia do regresso da pobre e desamparada viúva. Quando emigrou com sua família para Moabe, Noemi estava fugindo da fome que assolara o país, no entanto quando regressou sua situação não estava melhor do que quando partiu, pois em Moabe perdeu o marido e os filhos. 4 Noemi mudou seu nome para Mara, que significa amarga, já que pensava ter sido castigada por Deus por não ter permanecido em Israel nos tempos de aflições. Para os israelitas daquela época mudar-se de Israel em tempos difíceis era sinônimo de incredulidade, que não confiavam que Deus poderia socorrê-los. Rute nos campos de Boaz O único bem que Noemi e Rute possuíam em Belém eram as terras que a família havia deixado ao partir para Moabe anos antes, contudo elas não tinham como se sustentar, já que não haviam plantado no tempo da semeadura e assim Rute se propôs a conseguir alimento para si e para a sogra colhendo em plantações de outras pessoas. Mulheres que trabalhavam em plantações de terceiros eram submetidas a humilhação, visto que mostravam vulnerabilidade e desamparo, pois o trabalho no campo era tipicamente masculino, e era dever do homem, pai ou marido sustentar a família, assim sendo, uma mulher viúva e sem filhos era desprezada. De acordo com a Lei Mosaica os pobres e estrangeiros poderiam colher os frutos que os trabalhadores deixavam cair no chão ou aqueles que fossem deixados para trás (Lv 19: 9-11), e Rute colhia de acordo com essas regras e aconteceu que em um dos campos que ela colheu pertencia a Boaz, que era da família de Elimeleque, marido de Noemi sua sogra. Boaz foi bondoso para Rute e permitiu que ela colhesse em seus campos e ainda assegurou sua proteção, deu ordens aos trabalhadores para que não a assediassem nem humilhassem. Boaz abençoou Rute, pois havia ouvido que ela permaneceu fiel a sogra e a tinha acompanhado deixando sua família e país por amor a Noemi. Assim Rute continuou a colher nos campos de Boaz, pois este insistiu que ela colhesse apenas em sua propriedade. Ao voltar para casa Rute contou a Noemi onde esteve e o que havia acontecido. Um marido para Rute O relacionamento de Rute e Noemi tornou-se maternal, uma preocupava-se com a outra. Rute provia o sustento para Noemi e esta preocupava-se com o futuro da jovem viúva, e então decidiu procurar-lhe um marido, assim ficaria tranquila quando viesse a morrer, pois a filha postiça seria protegida e amada pelo marido. Havia em Israel uma lei a respeito da viuvez de uma mulher sem filhos. A lei dizia que o irmão ou o parente mais próximo do esposo de uma viúva deveria casar-se com ela, afim de ampará-la e suprir suas necessidades e de acordo com essa mesma lei o primeiro filho do 5 novo casal seria considerado descendente do primeiro marido da mulher que havia ficado viúva e assim nenhum homem ficaria sem descendência em Israel. Esse mesmo homem deveria comprar os bens do falecido e deixá-lo de herança ao filho que levaria seu nome adiante. Rute era viúva de um israelita e o único irmão deste também havia falecido, então era dever do parente mais próximo de seu marido se casar com ela e garantir a posteridade de seu primeiro marido. Um homem de nome desconhecido e Boaz eram parentes próximos do falecido marido de Noemi e portanto poderiam ser o resgatador de Noemi e Rute, ao comprar as terras da família enlutada e casar-se com Rute. O primeiro homem ao saber que teria que casar-se com a moabita Rute desistiu de resgatá-las, ao passo que Boaz manteve o interesse em tornar-se o resgatador da família de Elimeleque. Ao contrário do que Noemi pensara quando retornou sem família a Israel, Deus não a havia abandonado ou a estava castigando por ter emigrado para outro país, mesmo após anos num país estrangeiro onde perdera marido e filhos, o Eterno não havia se esquecido dela, mas provou o seu amor e cuidado através de Boaz, que mesmo não sendo o familiar mais próximo as estendeu as mãos e resgatou-as, renovando-lhes as esperanças. Boaz era um homem temente a Deus, justo e benevolente, alguém respeitável entre a comunidade ao ponto de ser querido até por seus empregados. Boaz demonstrou bondade a Rute, quando ela ainda desconhecida estava respigando em sua plantação, concedeu-lhe honra ao convidá-la para tomar refeições e enviar comida também a Noemi. Na noite em que se debulhava a cevada no campo, seguindo conselho de Noemi Rute deitou-se aos pés de Boaz depois que ele adormeceu. O plano de Noemi era arriscado, pois Rute poderia ser desonrada ou difamada na comunidade, contudo Boaz ao notar a presença de Rute comprometeu-se a ser o seu resgatador e providenciou para que ninguém mais a visse ali. De acordo com os costumes e leis da época Boaz foi até os portões da cidade, pois ali se resolvia questões legais na presença de testemunhas que posteriormente serviriam de prova das decisões tomadas, chamou também o parentemais próximo de Elimeleque, para que este anunciasse se seria ou não o resgatador de Noemi e Rute. O homem negou a se responsabilizar pelas mulheres, então coube a Boaz fazê-lo. Casamento e descendência Era o interesse de toda a comunidade que viúvas sem filhos fossem resgatadas o mais rápido possível, dessa forma a nação cresceria e tornar-se-ia cada vez mais próspera. 6 Boaz adquiriu as terras de Noemi e casou-se com Rute e tiveram um filho a quem nomearam Obede, que foi avô do Rei Davi. Toda a cidade se alegrou por Deus ter mudado a sorte de Noemi e Rute. E ouvia-se que as duas mulheres haviam alcançado o favor do Senhor e lhes desejavam vida-longa e próspera e abençoavam o menino. 7 Conclusão Noemi e Rute se entregaram completamente a Deus, confiaram Nele e provaram seu cuidado e proteção, o Senhor não as deixou desamparadas e vulneráveis, mas agiu de acordo com seus desígnios e propósitos, por que confiaram em Deus Noemi e Rute alcançaram honra e prosperidade e tudo cooperou para o bem dessas mulheres e os seus nomes até hoje são conhecidos e suas histórias admiradas. A narrativa do livro de Rute não só revela uma história de e ousadia de duas mulheres, mas acima de tudo evidencia o amor e compaixão de Deus para com todos. A graça de Deus alcançou uma moabita, que abandonou seus ídolos pagãos e renunciou os costumes e tradições de seu povo para adorar o único Deus e servi-lo fielmente. Todas as pessoas podem ser alcançadas pelo amor do Senhor, que não faz distinção entre judeu ou não judeu, mas por todos se doou integralmente em Jesus, que nos justificou e nos resgatou. Jesus Cristo é o resgatador de todo aquele que confia em Deus, através de seu sacrifício na cruz nos comprou e redimiu e agora somos filhos de Deus. 8 Bibliografia Bíblia Sagrada: Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013. BIBLE hub, 2020.BIBLE Hub. Glassport (PA): Online Parallel Bible Project, 2020, disponível em: https://biblehub.com/. Acessado em: 06 Nov de 2020. Pr Patrick Antonio Rosa, 2020. Comentário de Moody, 2020, disponível em: https://files.comunidades.net/pastorpatrick/rute_moody.pdf. Acessado em: 05 Nov de 2020. 9
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