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PANORAMA GERAL DA ÁREA DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS (2)

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REPRESENTAÇÕES DE COMUNIDADES ESCOLARES BILÍNGUES PARA SURDOS SOBRE O PORTUGUÊS, A LIBRAS E A ESCRITA DE SINAIS: AS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E SEUS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS
Decreto nº 5.626, que regulamenta a Lei que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais nº 10.436
Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL  DE 2002.
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
EDUCAÇÃO BILÍNGUE E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA SURDOS
Educação Inclusiva
A Política Nacional de Educação Especial prevê que devem ser sempre discutidas formas de inclusão da comunidade surda. Com isso, não deveria ser de forma diferente para o ensino.
A ideia é matricular as pessoas surdas, nos seus diferentes graus de surdez, no ensino convencional. São feitas as adequações necessárias na escola para receber pessoas com deficiência auditiva.
Com isso, a pessoa surda estaria em um ambiente preparado para ouvintes. As adaptações permitiriam que ali pudesse estudar. Dentro desse sistema regular de ensino o aluno estaria em contato com as demais pessoas e com a cultura ouvinte diretamente.
Ocorre que esse é o ponto que é rebatido nessa política: as pessoas surdas têm necessidades diferentes e uma cultura própria. É insuficiente a inclusão nas escolas preparadas para ouvintes. É preciso que os profissionais tenham condições e estratégias de ensino preparadas para as pessoas com limitações auditivas. (Ausência de profissionais adequados)
Bilinguismo: educação bilíngue
Dentro dessa problemática, surge a proposta de oferecer ambientes de ensino preparados e com outra abordagem: são as escolas bilíngues.
Entendendo a diversidade da comunidade surda, adota a ideia de ser o ensino separado também. É uma escola exclusivamente preparada para pessoas surdas. É um ambiente de formação de identidade surda, com acesso ao conhecimento e à comunicação. Nisso se distingue a educação inclusiva e bilinguismo.
Nas escolas bilíngues brasileiras, ensina-se a LIBRAS como língua primária dos surdos e, concomitantemente, o português oral-escrito. Este, portanto, é a segunda língua que os alunos irão aprender. Com isso, prepara-se os alunos para o convívio com os ouvintes e as dificuldades da realidade. O acesso à educação estará garantido, mas não se excluíra a existência de uma cultura diferente. 
Educação inclusiva e o bilinguismo
Apesar dos avanços adquiridos na educação, ainda falta muito para uma verdadeira inclusão da comunidade surda. A educação inclusiva e o bilinguismo são métodos razoáveis, mas a própria cultura brasileira de aceitação das diferenças ainda não está preparada para uma convivência pacífica. 
A falta de profissionais especializados em libras ou suporte de profissionais especializados em sala de aula leva a pessoa com deficiência, para uma vida adulta sem estudo adequado ou uma profissão para o mercado de trabalho, ou seja, uma desvalorização da pessoa no mercado de trabalho retardando aí a sua evolução.
Instrumentos para a alfabetização e letramento do surdo:
Libras: Começou a ser usada no Brasil na década de 90, e desde então passou a ser reconhecida como uma das línguas oficiais do Brasil em 2002.
A Língua brasileira de Sinais é formada por todos os elementos que dizem respeito à língua oral, preenchendo, assim, os requisitos para ser considerado um instrumento linguístico de grande poder de atuação, além de ser considerada uma língua oficial aqui no Brasil e ser a segunda mais utilizada, perdendo apenas para o português falado.
Para se comunicar através dessa língua, existe uma técnica que ensina os sinais a partir de combinações, movimentos, entre outros, que são realizados no momento da comunicação.
Um dado interessante é notar a diferença de alfabetização entre a população com deficiência auditiva e a população geral. Enquanto 89,5% da população geral, com 5 anos ou mais, era alfabetizada, apenas 75,5% dos deficientes auditivos o eram.
Fonte: Censo 2010 – Tabela 1.3.11 (pg. 139)
O IBGE considera como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece. Foi considerada analfabeta a pessoa que aprendeu a ler e escrever, mas que esqueceu devido a ter passado por um processo de alfabetização que não se consolidou e a que apenas assinava o próprio nome.
Por isso, com esses dados, não é possível dizer se os deficientes auditivos foram alfabetizados em Libras, em português ou não foram alfabetizados.
Oralismo: Tem como principal característica desenvolver a fala do sujeito surdo, pois para os defensores deste método, a fala seria considerada indispensável para comunicação e desenvolvimento integral das crianças com deficiência auditiva.
De acordo com Goldfeld (1997), essa concepção de educação enquadra-se no modelo clínico, destacando a importância da integração dos surdos na comunidade de ouvintes. Para isso ocorrer o sujeito surdo deve aprender a falar por meio de reabilitação da fala em direção à “normalidade” exigida pela sociedade.
Comunicação total: Quando se constatou que os surdos educados por meio da metodologia Oralista não conseguiriam se comunicar ou falar como os ouvintes de maneira satisfatória e que, mesmo com a imposição das práticas oralistas, as pessoas surdas insistiam em se comunicar por meio da língua de sinais, decidiu-se então que os surdos poderiam utilizar toda e qualquer forma de comunicação. Surge, então, o método que ficou conhecido como Comunicação total.
Pedagogia Surda: Esta metodologia surge com o fim de apresentar um novo caminho para a educação do sujeito surdo. Surge com a finalidade de mostrar um novo caminho para a educação do surdo, pois ela é uma metodologia que atende de uma forma satisfatória as especificidades do surdo, de forma a considerar todos os aspectos culturais deste sujeito.
Linguagem visual e o surdo
A comunicação visual abrange um universo amplo de modos de expressão que envolve as artes visuais: pintura escultura, desenho, gravuras, desenho industrial, incluímos a arte gráficas, cinema, fotografia, televisão, vídeo, computação, que resultam dos avanços tecnológicos e das transformações estéticas da modernidade. Representam, portanto, uma nova formaonde a criança se expressa, comunica-se e atribui sentido as sensações, pensamentos e sentimentos. As artes visuais foram entendidas como passa-tempo, conotações decorativas e também reforço de aprendizagem de vários conteúdos.
 Tal concepção implica a consideração da arte como elemento articulador na formação da pessoa com deficiência, que carregam consigo os fatores biológicos, sociais e culturais, psíquicos e o histórico. Assume-se, com essa visão da arte o sujeito participante de uma realidade contextualizada, onde esta pode ser elemento importante na sua constituição, interação e formação do ser humano. BUENO 200, p19. 
Neste contexto a comunicação visual na área da deficiência, assume o papel de atividade prazerosa, uma visão enfatizadora considerada unicamente como um meio de inclusão, desconsiderando-se a possibilidade, e a sua potencialidade, de ser um instrumento importante na construção do conhecimento da pessoa deficiente.
 A pessoa surda dessa forma poderá encarar sua diferença como um desafio, numa atitude de busca de soluções e não como sendo constituída também pelas diferenças no modo de pensar, de ser, de agir. 
O foco principal destas abordagens estará nas possibilidades da produção artística e na importância da arte nas possibilidades da produção artística e na importância da arte visual como linguagem e na sua relação dialógica.
Ao discutir o olhar sobre a escola regular, Lacerda(29), focalizando a experiência de inclusão de um aluno surdo, analisou entrevistas de alunos, professores e intérpretes envolvidos e observou que um dos maiores desafios da educação do surdo ainda está centrado na viabilização do direito a essa educação bilíngue. Segundo a autora, os principais problemas encontrados estão relacionados ao desconhecimento sobre a surdez e sobre a educação do surdo, às dificuldades de relação professor/intérprete, às incertezas em relação a papeis, às dificuldades de adaptação curricular, às estratégias de aula, à exclusão do surdo de atividades e à negligência desses aspectos –pela inclusão ser considerada um bem em si.
O Letramento envolvendo alunos surdos - isso requer dos educadores levar em consideração a perspectiva bilíngue do surdo e sua relação não sonora com a escrita relações de contato entre a Libras e o português - grande parte das crianças surdas, nesse primeiro momento de contato com a escrita, guiarem-se pela configuração da mão do sinal para estabelecer associações com as letras que devem compor a palavra.
Silva e Bolsanello(32)também refletem sobre o processo de aquisição da escrita por alunos surdos, embora desenvolvam, para isso, uma pesquisa bibliográfica dividida em duas diferentes perspectivas: a primeira, coloca que o surdo deve aprender a escrita do português tendo a língua de sinais como base; a segunda, fundamentada na neuropsicologia cognitiva, aponta que o SignWriting, ou seja, a escrita de sinais, deve ser a primeira língua escrita de aprendizes sinalizadores. Segundo as autoras, a escrita de sinais é posta como sistema simbólico com muitos significados, maximizadora do desenvolvimento, tanto das funções psicológicas superiores como da escrita alfabética, e, por essa razão, as duas visões deveriam ser concebidas de forma complementar.
Com respeito à linguagem visual e o surdo, a partir da observação dos artigos encontrados, podemos afirmar que todos os trabalhos(39, 40, 41)ressaltam a importância do uso de recursos imagéticos como forma de aproveitar as peculiaridades da subjetividade dos surdos em seu modo de se relacionarem com o mundo, em consonância à sua língua visogestual e a sua cultura, usando estratégias que desenvolvam seu letramento e potencializem sua escrita, no contato com a língua portuguesa.
Nery e Batista (39) afirmam a importância do uso de material predominantemente visual em contato com a Libras, já que a criança surda tem necessidades de referências da linguagem visual para ter a possibilidade de construir significados.
https://www.usf.edu.br/ic_2016/pdf/pos/educacao/ALFABETIZACAO-E-LETRAMENTO-DO-SUJEITO-SURDO-USO-DOS-INSTRUMENTOS-ESPECIFICOS.pdf
https://direitodiario.com.br/educacao-inclusiva-e-o-bilinguismo/
https://desculpenaoouvi.com.br/afinal-quantos-surdos-existem-no-brasil-spoiler-ninguem-sabe/

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