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direitos fundamentais da criança e do adolescente • Antes do ECA, houve dois diplomas normativos que tratavam de situações relacionadas às crianças e adolescentes: o Código Melo Matos (1927) o Código de Menores (1979) ▪ Adotava a doutrina da situação irregular • Com a Constituição Federal de 1988, o regime jurídico no que se refere à criança e ao adolescente mudou totalmente de perspectiva. o Anteriormente não era possível em direito da criança e do adolescente o Essa noção só veio com o art. 227, que diz que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos • O ECA seguiu o caminho constitucional e criou uma série de previsões sobre todos os aspectos de crianças e adolescentes • Novidade do ECA se refere à chamada “doutrina da proteção integral” o Conjunto de mecanismos voltados à proteção integral, ou seja, de todos os aspectos, relacionados às crianças e adolescentes • CF/88 e ECA também previu absoluta prioridade às crianças e adolescentes • Conceito de criança e adolescente: o Criança: pessoa entre 0 e 12 anos de idade incompletos o Adolescente: pessoa entre 12 anos e 18 anos incompletos • Reflexos da diferenciação entre crianças e adolescentes: o Colocação em família substituta ▪ Durante esse processo, crianças e adolescentes devem ser ouvidos. No que diz respeito à criança, a sua opinião será considerada. O adolescente, por sua vez, precisa consentir para a colocação em família substituta o Idade mínima para o trabalho Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. ▪ Idade mínima necessária para iniciar a vida no trabalho é 14 anos, como aprendiz ▪ Idade de 16 anos como empregado regular ▪ Em qualquer caso, proibido o trabalho noturno, insalubre ou perigoso ▪ Crianças e adolescentes entre 12 e 14 anos não podem trabalhar o Prática por ato infracional ▪ Crianças: aplicadas medida de proteção ▪ Adolescentes: aplicadas medidas socioeducativas • As disposições do ECA serão aplicadas excepcionalmente às pessoas entre 18 e 21 anos nas seguintes situações: o Em razão da prática de ato infracional ▪ Quando o ato é praticado enquanto a pessoa ainda era menor de 18 anos o Na esfera cível ▪ Aplicado nos casos de adoção ▪ Se já existia guarda legal ou tutela anteriormente, mas o processo de adoção só é iniciado após os 18 anos de idade do adotando, serão utilizadas as disposições do ECA • Competência legislativa: o Art. 24, CF: compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre a proteção à infância e à juventude • Crianças e adolescentes são sujeitos de direitos. ECA traz 5 capítulos sobre esses direitos: o Direito à vida e à saúde o Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade o Direito à convivência familiar e comunitária o Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer o Direito à profissionalização e à proteção no trabalho • Direito à vida e à saúde o Efetivação de políticas sociais públicas que permitam o desenvolvimento sadio em condições dignas de existência o Art. 8º: situações relativas à gestante. Finalidade protetiva – viabilizar o nascimento da criança ▪ Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal • Inclui-se as mães que desejam entregar seu filho à adoção ou que cumprem medida privativa de liberdade o Lei 13. 257/2016: Estatuto da Primeira Infância – período até o 6 anos de vida da criança Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. o O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade o Art. 10, ECA: medidas para evitar a troca de identidade dos bebês ▪ Descumprimento dessas medidas é crime (art. 228 e 229 do ECA) o Proteção a crianças e adolescentes portadores de deficiência: ▪ Poder público deve fornecer gratuitamente as próteses e órteses a fim de atender as necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação de crianças e adolescentes portadoras de deficiência o Casos de suspeita de maus tratos ou tratamento cruel ou degradante: responsáveis pelo estabelecimento de atenção à saúde devem comunicar ao Conselho Tutelar, a fim de que as medidas cabíveis sejam tomadas • Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade o Mudança de paradigma: crianças e adolescentes como sujeitos de direitos o Direito à liberdade (art. 16, ECA) ▪ Ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais • Objetivo protetivo, não impeditivo ▪ Opinião e expressão ▪ Crença e culto religioso ▪ Brincar, praticar esportes e divertir-se ▪ Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação ▪ Participar da vida política, na forma da lei ▪ Buscar refúgio, auxílio e orientação o Direito ao respeito (art. 17, ECA) ▪ Inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral ▪ Preservação da imagem, identidade, autonomia, valores, ideias e crenças, espaços e objetos pessoais o Direito à dignidade (art. 18, ECA) ▪ Dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente ▪ Contra qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor o Lei 13.010/2014 – Lei da palmada/Lei Menino Bernardo ▪ É proibido educar e criar crianças e adolescentes com uso de castigo físico, tratamento cruel ou degradante ▪ Quem deve observar essa disposição: os pais, os componentes da família extensa, os executores de medida socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e adolescentes • Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer o Direito à educação para o pleno desenvolvimento de sua pessoa, além do preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Assegurando-lhes: ▪ Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola ▪ Direito de ser respeitado por seus educadores ▪ Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores ▪ Direito de organização e participação em entidades estudantis ▪ Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência o É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico e participar da definição das propostas educacionais o Deveres do Estado assegurar: ▪ Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram acesso na idade própria ▪ Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio • CF fala de progressiva universalização ▪ Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino ▪ Atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 5 anos de idade ▪ Acesso aos níveis mais elevados do ensino, pesquisa e criação artística, segundo a capacidade de cada um ▪ Oferta de ensino noturnoregular adequado às condições do adolescente trabalhador ▪ Atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde o Acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo o O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente ▪ Entendimento dos tribunais superiores: não é possível opor a reserva do possível ao mínimo existencial o Incumbência dos pais ou responsável ▪ Obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino ▪ Caso não façam: crime de abandono intelectual (art. 246, CP) o Comunicação ao Conselho Tutelar ▪ Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: • Maus tratos envolvendo seus alunos • Reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares • Elevados níveis de repetência ▪ Não comunicação: falta administrativa – art. 245, ECA o Esporte, cultura e lazer: cabe ao município promover as condições necessárias para a realização desses direitos, com o apoio dos estados e da União • Direito à profissionalização e à proteção no trabalho o Refere-se somente aos adolescentes, pois o regime jurídico brasileiro proíbe o trabalho infantil e o trabalho de adolescentes dos 12 aos 14 anos o Menor de 16 anos: só como menor aprendiz ▪ Revogação tácita do art. 60 do ECA: menor de 14 anos não pode trabalhar, nem como menor aprendiz – o que prevalece são as disposições constitucionais o Dos 16 aos 18: pode trabalhar como empregado regular o Entretanto, em ambas as situações, é proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre o Aprendizagem: formação técnico-profissional do adolescente que deve ser realizada de acordo com a legislação da educação em vigor (LDBE – lei 9394/96). Deve obedecer aos seguintes princípios: ▪ Garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular ▪ Atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente ▪ Horário especial para o exercício das atividades o Vedações legais: ▪ Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não- governamental, é vedado trabalho: • Noturno (entre 22h e 5h) • Perigoso, insalubre e penoso • Realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social • Realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola
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