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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO DIRETORIA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DOADOR DO FUTURO: Uma proposta de intervenção no Programa Educar para Doar UNINOVE São Paulo 2019 JULIANA VATLAVIC LOBO RA 316106623 WENDY ANDRADE DO NASCIMENTO RA 316106817 DOADOR DO FUTURO: Uma proposta de intervenção no Programa Educar para Doar Projeto de pesquisa de intervenção, apresentado como trabalho de conclusão de curso à UNINOVE- Universidade Nove de Julho como exigência para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Professor Ms. Fábio Martins Leme Marques UNINOVE São Paulo 2019 BANCA EXAMINADORA Avaliado em: / / _____________________________________________________ Orientador: Professor Ms. Fábio Martins Leme Marques ____________________________________________________ 1º Examinador: ____________________________________________________ 2º Examinador: UNINOVE São Paulo 2019 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus que meu deu o dom da vida e é meu guia nos momentos de dúvidas e aflição. A minha querida mãe pelo seu amor incondicional, essa vitória também é dela. Ao meu pai pela educação que me deu e o discernimento da vida. A meus irmãos que sempre estão na torcida me aplaudindo na vitória e ao meu lado nas derrotas. Meus queridos avós materno e paterno pelo acolhimento, dedicação e carinho que sempre que tiveram comigo, meu avô Manoel Jose do Nascimento (in memoriam) agradeço eternamente pelos ensinamentos e a humildade que hoje transcende nossa família. Agradeço ao meu querido esposo pela compreensão e apoio durante esses anos, e é com muito amor que digo obrigada por tudo. Wendy Andrade do Nascimento. Dedico este trabalho primeiramente à Deus e meu Nkisi, que me deram a vida, direcionamento, amparo e força para não desistir. Minha mãe Marilene, meu pai Adailton que nunca desistiram de mim e sempre me apoiaram com muito carinho e compreensão, esta vitória é nossa! Dedico aos meus filhos Ana Dafini, Raul e Romeo, vocês são a razão da minha vida e é por vocês que sigo feliz e cheia da certeza que nosso lugar é um no coração do outro. Amo vocês. Juliana Vatlavic Lobo AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus amigos, pelos conselhos, palavras de apoio e os momentos de enfiar o pé na jaca, cada momento com vocês foi um aprendizado valioso. Obrigada Associação da Medula Óssea por contribuir com a minha jornada acadêmica. Aos mestres que durante esses anos compartilharam seus conhecimentos, meu muito obrigada, não posso deixar de agradecer em especial ao meu orientador Fábio Marques que foi atencioso, compreensivo e contribuiu muito para a realização desse trabalho de conclusão de curso. Por fim, manifesto aqui a minha eterna gratidão à Deus, que me deu força e energia para concluir mais um objetivo de vida. Wendy Andrade do Nascimento Sou grata à tantas pessoas especiais que fizeram parte da colaboração para me manter nesta jornada tão importante, minha mãe, meu pai e tias Arlete e Arlene que sempre estiveram prontos à me auxiliar são a base para esta conquista, agradeço à minhas irmãs Nathalia e Giovanna pela torcida e apoio, e ao meu querido irmão Adailton (in memoriam) que foi impulsionador de tantas coisas que venho realizando, obrigada meu amado irmão por ser sempre uma referência de amor, humanidade e alegria. Sou imensamente grata também à minha sogra Maria Cristina e aos cunhados Rhubia e Matheus, que sempre que foi preciso estiveram dispostos e prontos a ajudar cuidando do nosso pequeno Romeo. Meus queridos filhos eu agradeço à compreensão da distância e agradeço por vocês serem a razão da minha vida, esta conquista é por vocês! Ana, Raul e Romeo vocês são o alicerce da minha motivação. Meus queridos amigos, conquistados no ambiente acadêmico Natan, Wendy, Diego, Michele, Felipe, Karina e Laís o apoio e força que me deram sempre foi excepcional e certa do que digo, vocês são muito especiais e merecem o mundo! Agradeço à generosidade dos professores Peri, Marilaine, Alexandre, Domingos, Fernando Fortes, Ubirajara (Bira), que compartilharam conosco lições de vida e aprendemos. Em especial agradeço ao Professor orientador Fabio Marques por agregar tantos valores à construção deste trabalho e à minha vida particular demonstrando sua generosidade nos conselhos e acolhimento nos momentos difíceis. E ao meu amado companheiro de vida, meu esposo Mauro, você é o primeiro incentivador desta jornada, obrigada por acreditar em mim e por estar sempre por perto meu amor, me fazer crer que eu sou capaz. Você é de fato mais que especial na minha vida, obrigada. Juliana Vatlavic Lobo “Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários.” C.S. Lewis https://www.frasesdobem.com.br/c-s-lewis RESUMO Esse estudo se resume em uma intervenção social por meio de uma proposta de melhoria e acompanhamento dos resultados do Programa Educar para Doar (PED) da Associação da Medula Óssea (AMEO), que tomou para si o compromisso de estimular crianças e adolescentes a serem futuros doadores de sangue. Desde 2012 incentiva escolas públicas e particulares a abordar o tema dentro da sala de aula, para que esses alunos percebam a doação de sangue como ato de cidadania. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) educação para saúde é um fator de promoção e proteção à saúde pública, isso contribui para que haja a conquista dos direitos de cidadania (BRASIL, 1997c). Neste sentido, é fundamental criar um processo contínuo de formação de doadores de sangue. Conscientizar alunos para que sejam capazes de compreender e identificar os fatores de risco à saúde pessoal e coletiva presentes no meio em que vivem. No que se diz a respeito do Programa Educar para Doar o processo contínuo na formação “Doadores de sangue” capacita o aluno a conhecer e utilizar formas de intervenção aos fatores presentes na realidade em que vive, agindo com responsabilidade em relação a saúde coletiva. Gerar doadores fidelizados é dar à sociedade a garantia de estoque nos bancos de sangue e hemocomponentes de qualidade, pressupondo que cultura da doação se torne um ato de solidariedade civil e compromisso social. Esse estudo tem como foco a dificuldade da instituição em acompanhar os resultados das ações que promove e em mensurar a contribuição de seus programas para o alcance da sua Missão. Portanto, esse estudo propõe o desenvolvimento de um processo de controle e incentivo com foco na fidelização dos doadores e promover o conhecimento do impacto da sua atuação na sociedade. Palavras-chave: conscientização, doação de sangue, jovens, saúde pública, fidelização e controle. ABSTRACT This study is summarized in a social intervention through a proposal to improve and follow up on the results of the Bone Marrow Association's Educating to Donate Program (EDP), which has taken on the commitment to stimulate children and adolescents to be future donors. Since 2012, it encourages public and private schools to address the issue within the classroom so that these students perceive blood donation as an act of citizenship. According to the National Curricular Parameters (NCP), health education is a factor for the promotion and protection of public health, which contributes to the achievement of citizenship rights (BRASIL, 1997c). In this sense, it is essential to create a continuous process of training blood donors. To raise students' awarenessso that they are able to understand and identify the risk factors for personal and collective health in the environment in which they live. What is said about the Educate to Donate Program, the continuous process in the "Blood donors" training enables the student to know and use forms of intervention to the factors present in the reality in which he lives, acting with responsibility in relation to collective health. Generating loyal donors is to give society the guarantee of stock in quality blood banks and blood components, assuming that donation culture becomes an act of civil solidarity and social commitment. This study focuses on the institution's difficulty in monitoring the results of the actions it promotes and also on measuring the contribution of its programs to the achievement of its mission. Therefore, this study proposes the development of a control and incentive process with a focus on donor loyalty and promote awareness of the impact of its actions in society. Keywords: awareness, blood donation, youth, public health, loyalty and control. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Perfil do doador de sangue por idade.................................................................12 Gráfico 2: Perfil do doador de sangue por frequência.........................................................13 Gráfico 3: Perfil do doador de sangue por sexo...................................................................13 Gráfico 4: Descrição da Metodológica...............................................................................15 Gráfico 5: Quanto dos entrevistados é doador de sangue....................................................29 Gráfico 6: Faixa etária dos doadores de sangue..................................................................30 Gráfico 7: Índice de pessoas que pretende ser doadoras......................................................30 Gráfico 8: Identificar doadores de repetição.......................................................................31 Gráfico 9: Saber o motivo que levam as pessoas doar sangue.............................................31 Gráfico 10: Percepção dos doadores por que as pessoas não doam sangue...........................32 Gráfico 11: Qual a melhor forma de contactar as pessoas para doar sangue..........................32 Gráfico 12: Melhor forma de promover a importância da Doação de sangue........................33 LISTA DE TABELAS E FIGURAS TABELA 1: Legislações brasileiras e suas alterações referentes aos critérios de sangue e impactos no recrutamento de candidatos à doação de sangue e na segurança transfusional, conforme análise dos pesquisadores..........................................................................................22 FIGURA 1: Ações de Marketing e o CRM............................................................................25 TABELA 2: Cronograma.......................................................................................................27 TABELA 3: Orçamento.........................................................................................................28 TABELA 4: Impedimentos temporários ..................... .........................................................34 TABELA 5: Impedimentos definitivos .................................................................................34 LISTA DE SIGLAS AMEO Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo CLT Consolidação das Leis do Trabalho COLSAN Associação Beneficente de Coleta de Sangue FPS Fundação Pró-Sangue HC Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo MEC Ministério da Educação MS Ministério da Saúde OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público OPAS Organização Pan-Americana de Saúde OMS Organização Mundial da Saúde PCN Parâmetros Curriculares Nacionais PED Programa Educar para Doar SEF Secretaria de Educação Fundamental SES Secretaria Estadual de Saúde SINASAN Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados TMO Transplante de Medula Óssea SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................07 1.1 PROGRAMA EDUCAR PARADOAR (PED) NA PRÁTICA...........................................07 1.1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA.....................................................................................07 1.1.2 CONHECENDO A COMUNIDADE ESCOLAR........................................................08 1.1.3 PREPARAR OS ALUNOS PARA ATUAÇÃO...........................................................08 1.1.4 DIA DE DOAÇÃO NO HEMOCENTRO OU MOBILIZAÇÃO NA ESCOLA..........08 1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................................09 1.3 TEMA E DESCRIÇÃO.......................................................................................................09 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................10 1.5 DELIMITAÇÃO.................................................................................................................10 1.6 BENEFICIÁRIO.................................................................................................................11 1.7 EQUIPE DE EXECUÇÃO..................................................................................................11 1.8 PÚBLICO-ALVO...............................................................................................................11 1.9 APOIO ESTRATÉGICO....................................................................................................11 1.10 FORMULAÇÃO DA PROBLEMÁTICA....................................................................11 1.10.1 MENOS DE 2% DA POPULAÇÃO É DOADORA DE SANGUE..............................12 1.10.2 DOAÇÃO DE SANGUE NO ÂMBITO EDUCACIONAL..........................................13 1.11 PROBLEMÁTICA DA INTERVENÇÃO SOCIAL.....................................................14 1.12 METODOLOGIA.........................................................................................................14 2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................15 2.1 DOAÇÃO DE SANGUE.....................................................................................................16 2.2 HEMOCENTRO.................................................................................................................16 2.3 FIDELIZAÇÃO..................................................................................................................18 2.4 MÍDIAS DIGITAIS............................................................................................................18 2.5 GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE – CRM.....................................20 3 REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................................21 3.1.1 DOAÇÃO DE SANGUE...............................................................................................21 3.1.2 HEMOCENTRO...........................................................................................................23 3.1.3 FIDELIZAÇÃO............................................................................................................23 3.1.4 MÍDIAS DIGITAIS......................................................................................................24 3.1.5 GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE– CRM...............................25 3.2 CRONOGRAMA................................................................................................................27 3.3 ORÇAMENTO...................................................................................................................28 4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA.................................................................................28 4.1 PESQUISA DE CAMPO.....................................................................................................29 4.2 ANALISE DE DADOS.......................................................................................................33 4.3 MODELO PROPOSTO......................................................................................................35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................40 APÊNDICES......................................................................................................................44 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO....................................................................................45 APÊNDICE B FORMULÁRIO DA INTITUIÇÃO DE ENSINO.................................47 APÊNDICE C FORMULÁRIO DO ALUNO.................................................................48 APÊNDICE D TERMO DE AUTORIZAÇÃO DOS PAIS............................................51 APÊNDICE E TERMO DE AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO............................52 APÊNDICE F RELATÓRIO DE ATIVIDADE DO PROGRAMA..............................53 7 1 INTRODUÇÃO A proposta dessa pesquisa é trazer instrumentos que ajude o Programa Educar para Doar (PED) a acompanhar e fidelizar seus doadores de sangue. O programa faz parte do braço educacional da Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo (AMEO), organização sem fins lucrativos, que por sua vez foi fundada em 2003 com a missão de trabalhar para que o programa de transplante de medula óssea no Brasil se torne cada vez mais acessível e tenha o melhores resultados. A AMEO tem sua sede localizada no centro de São Paulo, enquadrada juridicamente como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), administrada por diretores e o conselho fiscal, com apoio técnico da gerência, administrativo, serviço social, serviço gerais, voluntários e estagiários. 1.1 PROGRAMA EDUCAR PARA DOAR (PED) NA PRÁTICA Neste tópico iremos abordar as etapas do projeto em questão, ele acontece nas instituições educacionais de ensino fundamental e médio. O processo de explanação do projeto é adaptado para este público, sendo usado principalmente ferramentas lúdicas. 1.1.1 Apresentação do Tema A primeira etapa da campanha do PED consiste em uma explanação sobre o sangue, seus componentes e derivados, além das funções que eles desempenham no organismo. Aborda- se também nessa etapa, a necessidade de ter um constante fluxo de doação e quais as possíveis aplicações do material coletado. A importância da figura do doador é o ponto mais exaltado nas apresentações, já que ele é o ator que mais contribui para o sucesso do PED, pois, o doador é o protagonista que, literalmente, dá o sangue pelo projeto. São propostas algumas atividades lúdicas que permitam aos alunos vivenciarem situações em que a colaboração do próximo é o fator preponderante para se atingir um objetivo. 8 Ao final o tema da doação é introduzido: O que é doar? Quem pode doar? Como é a doação? O que fazer com a aflição de doar? Como fariam para convencer o outro a doar? (A apresentação é adaptada conforme a faixa etária dos alunos). 1.1.2 Conhecendo a comunidade escolar Os alunos realizam a pesquisa junto aos professores, funcionários, pais e comunidade em torno, a fim de obter os seguintes dados: porcentagem de pessoas que já necessitou de doação de sangue, para si ou para algum parente, porcentagem de pessoas que já doou sangue bem como sua frequência da doação. Desta forma, mapeia-se o público alvo permitindo uma ação mais efetiva. 1.1.3 Preparar os alunos para sua atuação Após o mapeamento e juntamente com este processo já iniciou -se a conscientização das crianças e adolescentes sobre a importância vital do ato de doar. Institui-se a abordagem do tema “Doação de Sangue” para angariar doadores, elabora-se uma campanha de doação baseada nas informações coletadas na pesquisa inicial e nas sugestões que o grupo de alunos trouxer, como sugestões de desenvolvimento de logotipo, slogan, vídeo, jingle, divulgação e brinde em agradecimento aos doadores, etc. Essa é a base para a divulgação do projeto em feira que será realizada ao termino dessas premissas, com abertura de visitação pública. 1.1.4 Dia de doação no hemocentro ou mobilização na escola O encerramento do programa varia conforme o perfil da instituição educacional, podendo de fato terminar com a feira proposta ou com a doação efetiva, variando pela acessibilidade ao hemocentro, já que a doação de sangue só é viável neste programa através do banco de sangue. Uma maneira é o encerramento em algum evento da escola, onde os alunos 9 fazem vídeo, performance e abordam os participantes para chamar a atenção para a importância de ser doador de sangue. A outra abordagem é convocar pais e professores para um dia de doação, previamente agendado em um hemocentro. Neste dia enquanto os responsáveis fazem a doação de sangue, os alunos são levados para conhecer a estrutura interna do hemocentro e todo o processo da doação de sangue, dessa forma todos participam. 1.2 OBJETIVOS Criar dentro do Programa Educar para Doar, a função administrativa “Controlar” visto que, o programa em questão está incompleto não podendo gerar relatórios comparativos ou demonstrativos da eficácia e eficiência da sua execução. Desta forma perdendo informações importantíssimas para a missão da instituição responsável pelo programa. A função administrativa de controle está relacionada com a maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados através da atividade das pessoas que compõem a organização. O planejamento serve para definir os objetivos, traçar as estratégias para alcança-los e estabelecer os plano de ação. A organização serve para estruturar as pessoas e os recursos de maneira a trabalhar de forma organizada e racional. A direção mostra os rumos e dinamiza as pessoas para que utilizem os recursos da melhor maneira possível. Por fim, o controle serve para que todas as coisas funcionem da maneira certa e no tempo certo. CHIAVENATO, p: 376. 2008. 1.3 TEMA E DESCRIÇÃO Doador do Futuro: Uma proposta de intervenção no Programa Educar para Doar (PED) Planejar um o modelo de cadastro dos participantes e demonstrar a ferramenta adequada para gerar relatórios e informações pertinentes ao alcance da missão da AMEO, tornar o programa completo e multiplicador na conscientização dos cidadãos. 10 As etapas do projeto “Doador do Futuro” estão divididas em: iniciação que consiste na busca de ferramentas adequadas para o cadastro inicial, através de pesquisa de campo com entrevista aos colaboradores responsáveis pelo PED. O planejamento, ou seja, definir a estratégia de ação para alimentar a ferramenta de controle escolhida. Execução, determinar como se dará a coleta de dados e quem fará a introdução efetiva dos dados. Análise e entrega dos resultados será realizada por profissional analista que elaborará os relatórios demonstrativos e os comparativos, dos períodos pré-determinados. 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Através de uma ferramenta digital elaborar um questionário para coletar informações capazes de indicar a preferência do modo de trabalho dos entrevistados.Realizar uma pesquisa de campo com o público alvo (doadores e possíveis doadores) com o objetivo de identificar de maneira confortável, como eles gostariam de serem abordados para realizarem o cadastro de controle e mantê-lo atualizado. Apresentar para a Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo uma ferramenta que atue no desenvolvimento de relacionamento com os participantes do Programa Educar para Doar, desta forma fidelizando os participantes. 1.5 DELIMITAÇÃO Essa intervenção social delimita-se em atuar dentro da comunidade escolar que o Programa Educar para Doar está envolvido. A implantação do projeto Doador do Futuro não deve gerar resultados financeiros para os estudantes envolvidos ou para a AMEO, sendo assim apenas a prestação de trabalho voluntário deve ser aceito. 11 1.6 BENEFICIÁRIO Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo 1.7 EQUIPE DE EXECUÇÃO Juliana Vatlavic Lobo e Wendy Andrade do Nascimento. 1.8 PÚBLICO-ALVO Todos os envolvidos no Programa Educar para Doar: A AMEO, a comunidade escolar envolvida, os familiares do alunos, hemocentros o governo e a sociedade em geral. 1.9 APOIO ESTRATÉGICOS Professor orientador Fabio Martins Lemes Marques 1.10 FORMULAÇÃO DA PROBLEMÁTICA Através do conhecimento da Missão da Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo, ficamos intrigadas com o Programa Educar para Doar, pois observamos que ele não fornece dados de controle das ações realizadas. Desta forma identificamos aí um projeto defasado de etapas, sendo a etapa faltante “Controle”, e desenvolvemos nosso trabalho visando uma ação corretiva deste Programa para torná-lo efetivamente contribuinte para o alcance da Missão da AMEO. 12 1.10.1 Menos de 2% da população é doadora de sangue Segundo o portal do Ministério da Saúde (MS), no Brasil, são feitas cerca de 3,4 milhões de doações de sangue por ano. Dados de 2016 indicam que 1,6% da população brasileira doa sangue, ou seja, 16 pessoas a cada 1000 habitantes. Embora o percentual fique dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda que pelo menos 3% da população seja doadora. No gráfico abaixo podemos ver o perfil dos doadores da Fundação Pró-Sangue (FPS), a maior parte dos doadores está entre os 18 e 39 anos e apenas 29% são doadores de repetição. Sabido que, em geral, as pessoas doam quando tem algum conhecido precisando de sangue ou esporadicamente para ter dispensa do trabalho. Gráfico 1- Perfil do doador de sangue por idade, 2018. Fonte: Adaptado, fundação Pró-Sangue. 13 Gráfico 2 - Perfil do doador de sangue por frequência, 2018.Fonte: Adaptado, fundação Pró-Sangue. Gráfico 3 - Perfil do doador de sangue por sexo, 2018.Fonte: Adaptado, fundação Pró-Sangue. 1.10.2 Doação de sangue no âmbito educacional No Brasil, apesar das transformações econômicas, políticas e sociais, a saúde sempre foi considerada uma preocupação, são essenciais as medidas que assegurem o bem-estar da população. A saúde é direito de todos e dever do Estado (Lei 1988, Art. 196), através das políticas públicas que o Estado tem acesso diretamente ou indiretamente a população. Não é de hoje que as intuições de ensino são instruídas a se preocupar em transmitir muito mais que conhecimentos, é fazer parte da formação de cidadãos, dando ao aluno a capacidade de reflexão sobre a realidade, assuntos transversais no currículo escolar é de suma importância para se construir a base da sociedade, esse entendimento é baseado na cartilha do Ministério da Educação (MEC) e da Secretaria de Educação Fundamental (SEF), que define os 14 temas transversais a ser discutidos no contexto escolar como: ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual, trabalho e consumo. Ainda ressalta que as decisões tomadas pela comunidade escolar só se concretizarão com apoio de todos. (Ministério da Saúde/Secretaria de Educação Fundamental, 1998) Meirelles (2019), entende que é preciso criar uma cultura de doação, levando o tema para mais próximo da realidade dos estudantes, tal como já é feita com outras demandas como: uso racional da água, práticas de sustentabilidade, tipos de poluição ou oficinas de reciclagem. a doação de sangue também deve ser uma preocupação de todo cidadão”. Após análise dessa situação a AMEO resolveu ampliar seu foco de atuação, trabalhando mais intensamente na formação de futuros doadores, ou seja, na conscientização de jovens para que esses assumam um papel de protagonista junto a sociedade, compreendendo entre outras questões sociais a importância de se sentir parte da coletividade, compreendendo a enorme importância que tem o nobre ato de doar sangue. Ensinamentos como: responsabilidade, empatia, generosidade, desprendimento e outros são valores passados por meio do PED e que impacta positivamente nos indicadores relacionados aos programas voltados à saúde pública. 1.11 PROBLEMÁTICA DA INTERVENÇÃO SOCIAL Não há uma base de dados dos doadores de sangue via PED. A ausência de um controle administrativo capaz de gerar dados de acompanhamento, impede o conhecimento dos resultados efetivos tornando o Programa Educar para Doar obsoleto diante do reflexo esperado pelo hemocentros, pacientes e principalmente pela AMEO já que não atende a sua missão. 1.12 METODOLOGIA O presente estudo, de natureza exploratória direta extensiva, utiliza abordagem quantitativa, valendo-se do método de observação direta extensiva (Marconi & Lakatos, 2017), no qual foram utilizados métodos conforme descritos na Figura 4 abaixo: 15 Gráfico 4 - Descrição da Metodológica. Fonte: Elaborado pelos autores (2019) A amostra deste estudo foi composta por respostas dadas pela comunidade escolar através de um questionário online, via Facebook e WhatsApp. A metodologia abrange todos os itens a serem abordados durante o estudo ao que se refere ao fazer: como? com quê? onde? quanto? Para se alcançar os resultados dessa pesquisa será realizado um levantamento teórico científico através de livros, artigos e publicações em sites conceituados. Além disto será utilizada a observação direta extensiva, através da técnica de questionário serão formuladas perguntas que devem ser respondidas pelo público alvo à distância sem a presença do autor. Para o perfeito andamento do trabalho de conclusão de curso será utilizado materiais de consumo e permanente. (Marconi & Lakatos, 2003) 2 REFERENCIAL TEÓRICO Para a construção de um Trabalho de Conclusão de Curso com base cientifica se faz necessário a pesquisa, estudo e utilização de títulos de conceituados autores, dando base solida e concreta às informações expostas. Revisão bibliográfica • Doação de sangue, hemocentro, fidelização, mídias digitais e gestão de relacionamento com o cliente. Implementação da pesquisa de campo •Desenvolvimento do questionário; •A amostra será coletada via redes sociais Facebook e WhatsApp. •Aplicação do questionário para se obter a melhor forma de fidelizá-los. Analise dos dados coletados e resultado •Através dos dados bibliográficos e dados da amostra de campo, será possível identificar a melhor ferramenta de a ser aplicada no Programa Educar para Doar. 16 2.1 DOAÇÃO DE SANGUE No Brasil em 1942, foi inaugurado o primeiro Banco de Sangue no Instituto Fernandes Figueira, na cidade do Rio de Janeiro. Tendo em vista obter sangue para este hospital aos hospitais frentes de batalha (JUNQUEIRA, et al. 2005). Para a Associação Beneficente de Coleta de Sangue - COLSAN (2018), o sangue é um tecido líquido insubstituível composto por plasma, hemácias, leucócitos e plaquetas, ao circular pelo corpo ele desempenha as seguintesfunções: levar oxigênio e nutrientes a todos os órgãos e defender o organismo de infecções. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Mato Grosso concorda com a definição apresentada pela COLSAN, ou seja, o sangue é um tecido vivo e regenerável, sendo vital para a vida, transportando os nutrientes essenciais para todos os tecidos e órgãos do corpo. Segundo o site HemOnc Today, James Blundell foi inovador e pioneiro no que se diz a respeito da transfusão sanguínea, ele foi um dos primeiros médicos a testar a transfusão do sangue entre humanos, revolucionando a sociedade médica e cirúrgica. O sangue é primordial para as pessoas em tratamento de câncer, doenças hematológicas que recebem frequentemente transfusões, cirurgias eletivas e atendimentos de urgência, sem o Sangue essas pessoas não podem viver. Na Portaria 2.712/2013 art. 30 (BRASIL, 2013), que define o regulamento técnico dos procedimentos hemoterápicos, consta, sobre a doação de sangue que deve ser voluntária sem gerar nenhum tipo de remuneração ou gratificação por esse ato. 2.2 HEMOCENTRO O Programa Qualidade do Sangue (PQS) desenvolvido pelo Ministério da Saúde (MS), visa regulamentar a cadeia produtiva de sangue e hemoderivados que diariamente circulam todo o Brasil. O PQS determina quais são as boas práticas que devem ser adotadas nos setores de coleta, armazenamento e utilização de sangue, a exigência de tais procedimentos visa garantir a autossuficiência na oferta de sangue e derivados, seja para atender casos de emergência ou tratamentos que dependam de transfusão sanguínea. A Resolução de Diretoria Colegiada - RDC n°. 151/2001, tem o objetivo de apresentar suas definições acerca dos hemocentros [..Entidade de âmbito central, de natureza pública, 17 localizada preferencialmente na capital e referência no Estado na área de Hemoterapia e (ou) Hematologia ligada à rede de serviços de saúde...], os hemocentros devem prestar serviço de assistências as áreas afins e apoio técnico à Secretaria de Saúde na formulação da Política de Sangue e Hemoderivados no Estado, de acordo com o Sistema Nacional de Sangue e Hemoderivados - SINASAN e o Plano Nacional de Sangue e Hemoderivados - PLANASHE e em articulação com as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica. O programa do Ministério da Saúde também monitora a procedência do material coletado e estocado nos diversos bancos de sangue espalhados pelo Brasil. A fim de dar continuidade a essa política de controle, o MS não vem poupando esforços no que se refere a investimentos em pesquisas, estudos e adequação de todos os recursos técnicos disponíveis, além da capacitação profissional do material humano especialmente treinado para atender as demandas do setor regulamentado pelo Programa de Qualidade do Sangue. O MS há quase 30 anos vem demonstrando forte preocupação com as práticas e procedimentos adotados pelos hemocentros, com a criação da Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados - PRO-SANGUE, criado pela Portaria Ministerial nº 07/80, de 30 de abril, essa preocupação geradora de ações com resultados positivos e são consequência de uma parceria bem sucedida com as entidades que coletam, manipulam e/ou armazenam sangue e derivados. Os hemocentros, normalmente. estabelecem parceria com uma ou mais entidades de ensino superior, essa integração é bastante proveitosa no que se refere à contribuição que essas instituições podem oferecer àqueles que buscam uma formação profissional especializada. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão governamental competente para gerir o PQS, cuja coordenação fica a cargo da gerência geral de sangue e hemoderivados. A organização dos hemocentros nos Estados é incumbência das Secretarias Estaduais de Saúde (SES), que por meio da vigilância sanitária, dos bancos de sangue e coordenadorias gerenciam o PQS. Por fim, existem as entidades que estão incumbidas da execução das atividades relacionadas a hemoterapia e hematologias, esse conjunto de órgãos forma um complexo emaranhado de entidades públicas e privadas com e sem fins lucrativos. 18 2.3 FIDELIZAÇÃO O conceito de fidelização está baseado em compromisso. Segundo Gordon (2002) “fidelização é processo pela qual um cliente torna-se fiel[...]” (apud Marketing de Relacionamento para Organizações de Saúde, 2007, p. 180). No segmento dos bancos de sangue as relações de confiança entre prestador e usuário colaboram para o aumento da satisfação do cliente e a lealdade desta para com a instituição, fazendo com que percebam a qualidade do serviço prestado. Segundo Bogmann, a fidelização de clientes envolve o processo de marketing de relacionamento, onde existe uma preocupação e acompanhamento acerca dos clientes, qualidade do serviço prestado e pós marketing atuando como facilitador do alcance da fidelização. A fidelização de doadores de sangue depende de diversos fatores, os quais devem ser conhecidos e trabalhados com toda a equipe envolvida de modo a proporcionar segurança e satisfação dos mesmos. Os conceitos da área do marketing e administração destacam que, para a fidelização de doadores de sangue faz-se necessário uma mudança na abordagem no acolhimento e na técnica utilizada no atendimento do mesmo. Assim, o desafio não é só deixá- los satisfeitos, mas conquistar, neste caso, doadores fidelizados (GLYNN et al.,2006). 2.4 MÍDIAS DIGITAIS Segundo Mayer e Cukier (2013) o mundo está diante de uma nova era, dominada basicamente pela capacidade de processamento de informações, esse novo modelo de comunicação firma-se como um aliado para solucionar alguns problemas, especialmente, àqueles oriundos da comunicação ineficiente ou da falta dela. O ritmo com que essa nova era se apresenta, mostra-se como um desafio de adequação à maneira como normalmente interagimos na sociedade, pois o tempo e a forma de produção, publicação, consumo e obsolescência de um conteúdo é algo diferente de tudo que se conhecia. O uso de mídias digitais como e-mails, sites, blogs, podcast, redes sociais entre outras, tornou mais dinâmico e verdadeiramente democrático o acesso às informações. A popularização dessas ferramentas deu origem a um tipo de público bastante crítico e que não só 19 consome informações como também produz conteúdo para os mais segmentos e nos mais variados formatos: textos, áudios, imagens, vídeos e misto. Uma vez que finquem seus pés numa escola ou numa comunidade, seja física ou eletrônica, os sites de ‘rede social’ se espalham à velocidade de uma infecção’ virulenta ao extremo. (BAUMAN, 2010, p.08) As pessoas que compõem esse público, que em sua maioria é formada por jovens, são popularmente conhecidas como internautas, esses indivíduos caracterizam-se pelo frequente acesso à rede mundial de computadores (internet), que pode ser utilizada como canal de comunicação, fonte de pesquisa, opção de entretenimento e/ou forma de integração social. Em se tratando especificamente de propagação de conteúdo, os internautas, são hoje, os grandes responsáveis pela enorme velocidade e capilaridade com que as informações se espalham pelo mundo, sejam elas boas ou ruins, verdadeiras ou falsas. Segundo Oliveira (2015), o monitoramento digital é um meio de realizar pesquisas nas plataformas online, se utilizando de palavras chaves, com base nessa análise surgem ideias que permitem colocar em prática ações mais eficientes e diversificada para o alcance do objetivo da pesquisa. O monitoramento das ações veiculadas nas Mídias Digitais é de suma importância para se entender toda a dinâmica do ambiente virtual. Para Ciribeli (2011) o monitoramento das Mídias Digitais, quando bem executado, torna-se um aliado indispensável para o sucesso das publicações, tal acompanhamento visa segmentar a população de internautas segundo seus interessese comportamentos no ambiente virtual, dessa forma é possível direcionar mais assertivamente os conteúdos de acordo com seus respectivos públicos. É notório o enorme poder que a internet exerce sobre a vida moderna, se uma notícia fosse compartilhada apenas entre as pessoas que utilizam o Facebook, certamente, em alguns minutos esse seria o assunto mais comentado na web. O Facebook, empresa que não existia há uma década, recebe mais de 10 milhões de fotos a cada hora. Os usuários do Facebook clicam no botão “curtir” ou deixam comentário cerca de três bilhões de vezes por dia, criando uma trilha digital que a empresa pode usar para descobrir mais sobre as preferências dos usuários. (MAYER; CUKIER, 2013, p.05) 20 Ainda existem outras Mídias Digitas como YouTube, Twitter e outras, que também exercem grande influência sobre seus seguidores e cujo poder de alcance não podem ser desprezados. 2.5 GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE - CRM Desde a década de 70 já se fabricava softwares voltados para o gerenciamento das relações, com a finalidade de incrementar qualidade, velocidade, reduzir tempo e custos nas interações com consumidores. As empresas estavam entusiasmadas com a inovação, o que gerou alta demanda por tecnologias mercadológicas integradas e automação dos esforços de vendas e marketing, a indústria de softwares lançou, em meados dos anos 90, o CRM, Customer Relashionship Management, ferramenta de gestão de relacionamento com o cliente. Com a descoberta do novo nicho de mercado, o CRM se tornou lucrativo aos seus fabricantes. Com isso, desenvolveram toda a sua estratégia de venda dos produtos, baseando-se nos benefícios que esses poderiam gerar, ou seja, a concretização do marketing de relacionamento. (MADRUGA, Roberto. 2010) A gestão do relacionamento com os clientes é uma abordagem destinada a entender e a influenciar o comportamento dos clientes por meio de comunicações significativas para melhorar as vendas, a retenção, a lealdade e a lucratividade deles. (Swif apud Zambon, 2016). Segundo Kotler e Keller (2013), é uma ferramenta adotada pelas empresas (CRM, do inglês Customer Relationship Management) como prática de gerenciamento dos seus negócios, tornando-o mais eficiente e, portanto, proporcionando geração de valor ao produto ou serviço e com maior competitividade no mercado. 21 3 REVISÃO DA LITERATURA Neste capítulo iremos destacar a opinião de mais autores sobre os temas abordados e que baseiam nosso trabalho. Desta forma indicando a base cientifica estudada, a fim de embasar as conclusões finais e abordagem de pesquisa de campo. 3.1.1 Doação de Sangue Em 1979, a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia era presidida por Celso Carlos de Campos Guerra, estimulou e liderou diversos colegas de São Paulo a extinção da doação remunerada de sangue no Brasil. Em junho de 1980 para conseguir esse feito sem desabastecer os bancos de sangue, Celso teve o apoio de todos os hemoterapeutas do País e contou com a ajuda da comunidade médica e órgãos de classe. Naquela ocasião, a estratégia para a obtenção do doador altruísta, era a anúncios em TV, rádios e jornais, como já faria os países desenvolvidos, como forma de conseguir o chamado doador de reposição (familiares e amigos dos pacientes) que eram sensibilizados e conscientizados para o ato de doar. Contudo o que parecia impossível aconteceu sem qualquer desabastecimento, que era o principal temor dos organizadores da campanha. O Brasil, que naquela época tinha 80% de doação remunerada, passou a ter exclusivamente doadores voluntários. (JUNQUEIRA, et al. 2005). De acordo com o parágrafo 2º da Portaria nº 2.712 de 2013 que regulamenta os procedimentos técnicos em hemoterapia, diz que: “A manutenção de toda a cadeia produtiva do sangue depende dos valores voluntários e altruístas da sociedade para o ato da doação...”. No Brasil, cerca de 1,6% da população doa sangue – 16 a cada mil habitantes. Embora o percentual fique dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de pelo menos 1% da população – o Ministério da Saúde tem trabalhado para aumentar o número de doadores (Ministério da Saúde,2018). O Manual de Orientações para Promoção da Doação Voluntária de Sangue apresenta a seguinte observação. O ato de captar e fidelizar doadores voluntários no Brasil é uma luta árdua, pois é necessário a utilização de técnicas que sejam informativas, conscienciais tanto nos aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos para despertar no cidadão a questão da 22 responsabilidade social mais do que solidariedade, um ato de compromisso civil. (BRASIL, 2015). Tabela 1 - Legislações brasileiras e suas alterações referentes aos critérios de doação de sangue e impactos no recrutamento de candidatos à doação de sangue e na segurança transfusional, conforme análise dos pesquisadores. Fonte: adaptado de (Dupilar, et al., 2018) Legislação/Ano Inclusão/Alteração Impacto para a Captação de Doadores de Sangue* Impacto para a segurança do receptor de sangue/sangue doado* Lei 1.075/1950 (BRASIL, 1950) Inclusão da doação voluntária de sangue Sensibilização social e promoção do altruísmo na população Aumento de candidatos à doação de sangue aos receptores de hemocomponentes Decreto 53.988/1964 (BRASIL, 1964) Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue Reconhecimento dos atuais doadores e divulgação para o recrutamento de novos candidatos à doação de sangue. Aumento de candidatos à doação de sangue aos receptores de hemocomponentes Lei 7.649/1988 (BRASIL, 1988b) Obrigatoriedade do cadastramento dos doadores de sangue e realização dos exames laboratoriais. Hepatite B, Doença de Chagas, Malária e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Com o cadastro, podem-se ter doadores de repetição, podendo contatá-los e incluir a rastreabilidade dos exames. Diminuição da transmissão de doenças hemotransmissíveis, através da doação remunerada Lei 10.205/2001 (BRASIL, 2001) Obrigatoriedade da testagem individual de cada amostra ou unidade testada, independente de quantas vezes já foram realizadas doações. Detecção de doadores que, em doações anteriores, estavam em Janela Imunológica. Diminuição da transmissão de doenças hemotransmissíveis, através da doação remunerada. RDC 153/2004 (BRASIL, 2004) RDC 153/2004 (BRASIL, 2004) Determinação da idade mínima para doação de sangue: 18 anos completos e, no máximo, 65 anos, 11 meses e 29 dias. Hemocentros conseguem se manter organizados e realizar coletas e triagem, somente de doadores dentro da faixa etária estabelecida. Evitar a coleta de sangue de pessoas fora da faixa etária estabelecida, de forma que não haja reações adversas durante a doação sangue. Portaria 1.353/2011 (BRASIL, 2011) Alteração da idade mínima para doação de sangue, 16 e 17 anos, com consentimento formal do responsável; e 67 anos, 11 meses e 29 dias. Os jovens se tornam exemplo para os cidadãos, sendo assim um ciclo para a captação de doadores do futuro. Maior amplitude da faixa etária, levando ao aumento no número de pessoas podendo salvar vidas e tendo capacidade de doar. Portaria 2.712/2013 (BRASIL, 2013) Alteração da idade máxima para 69 anos, 11 meses e 29 dias. Idosos se tornam exemplo para os jovens, sendo assim um ciclo para a captação de doadores do futuro. Maior amplitude da faixa etária, levando ao aumento no número de pessoas podendo salvar vidas e tendo capacidade de doar. Portaria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) n° 2.265/2014 (BRASIL, 2014) Torna pública a decisão de incorporar o procedimento do teste de ácido nucleico (NAT), em amostras de sangue do doador. Redução da Janela Imunológica para o doador e minimizar doações “soropositivas” em doações pregressas. Reduçãoda Janela Imunológica para o receptor e diminuição da transmissão de doenças hemotransmissíveis, através da doação. Portaria GM//MS n°158 002/2016 (BRASIL, 2016) Critério para triagem clínica de candidatos a doação de sangue para vírus Zika e Chikungunya. Diminuição de doadores no período da epidemia. Aumento no período da inaptidão. Com os critérios, diminui o risco da transmissão do vírus pela transfusão de sangue. Nota técnica Conjunta nº 011/2017 (BRASIL, 2017a) Critério para triagem clínica de candidatos à doação de sangue para o vírus da febre amarela. Diminuição de doadores no período da epidemia. Aumento no período da inaptidão. Com o acréscimo dos critérios, diminui o risco da transmissão do vírus pela transfusão de sangue. Portaria de Consolidação no 5 (BRASIL, 2017b) Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde no âmbito nacional junto à Hemoterapia Sem alterações, visto que a portaria apenas consolidou as ações da captação de doação de sangue junto ao Sistema Único de Saúde Sem alterações, visto que a portaria apenas consolidou as ações da segurança do receptor de sangue junto ao Sistema Único de Saúde 23 3.1.2 Hemocentro O banco de sangue de São Paulo fundado em 1948 é pioneiro na prestação de serviço de Hemoterapia e Imuno-hematologia. Sendo uma das principais referências em medicina transfusional privada do país. De acordo com dados do MS (Ministério da Saúde, 2018), o Brasil coleta aproximadamente 3,5 milhões de bolsas de sangue por ano, esse número representa algo em torno de 1,9% da população brasileira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) entende que esse quantitativo está dentro do parâmetro de 1% a 3%, mas admite que ainda é preciso melhorar. “Todos os hospitais, sejam públicos ou privados, precisam do suporte dos bancos de sangue. Os Hemocentros têm papel fundamental no atendimento a pacientes da rede SUS, vítimas de traumas, leucemia, queimaduras, anemia profunda e hemofilia”, afirma o (Conselho Regional de Medicina, 2018) Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados (SINASAN), é responsável por regulamentar toda as estruturas que fazem a coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados. (Brasil, s.d.) 3.1.3 Fidelização Fidelizar clientes não é uma tarefa fácil, em um mercado tradicional por exemplo a fidelização é um elemento de extrema relevância para o fortalecimento dos negócios de uma empresa. Em se tratando de um mercado convencional a empresas poderiam utilizar de inúmeros artifícios para conquistar e reter sua clientela, mas quando falamos de um mercado onde o “cliente” é o principal fornecedor que também é um consumidor em potencial, mas cujo produto ele não deseja consumir, temos então um fator agravante nessa estratégia de fidelização. Neste caso não é possível utilizar artifícios, subterfúgios e estratégias comuns que normalmente são utilizadas pelo marketing para divulgar produtos “comuns” e assim fidelizar os clientes, neste tipo de “mercado” somente a sensibilização do cliente/ consumidor/ cliente 24 pode ajudar na fidelização dos “fornecedores”, já que os possíveis consumidores não desejam ser fiéis ao produto fornecido por um hemocentro. A fidelização é um processo natural, nasce da boa experiência do cliente ao adquirir um produto ou contratar um serviço, no caso da doação não temos a figura do comprador nem do vendedor, portanto, a fidelização desse “cliente” torna-se mais delicada. 3.1.4 Mídias Digitais Para que haja melhor compreensão acerca das estratégias de comunicação ligadas a internet e que serão abordadas ao longo desse trabalho alguns conceitos, mesmo porque há aqueles que, embora, pareçam modernos, são conceitos já conhecidos muito antes do massivo uso da web. De acordo com Kotler (2011) existe um tipo de marketing chamado de Marketing Social, cujo foco é influenciar o comportamento humano a fim de trazer melhorias na qualidade de vida, evitando acidentes, protegendo o meio ambiente, divulgando boas práticas de saúde, enfim contribuindo com a sociedade. Valdez et al (2011) acredita que o aumento do quantitativo de doadores voluntários é o grande desafio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPS), mas acredita também que canais de comunicação social se tornem boas alternativas de propagação da informação, do conhecimento, e da divulgação e engajamento, tudo para promover a conscientização da população e impulsionar para o ato que almejamos. A parceria do Ministério da Saúde com o Facebook é bem interessante, pois através do cadastro da rede social passa a receber notificações acerca dos Hemocentros mais próximos do endereço cadastrado, assim podendo o usuário da rede social participar dos eventos e se tornar voluntário nas ações propostas pelo Ministério da Saúde. Além de informativo se torna interativo e consciencial, fazendo a diferença na ferramenta de captação de doadores voluntários. 25 3.1.5 Gestão de Relacionamento com o Cliente – CRM Segundo Stone (2001) CRM não se trata nem de um conceito nem de um projeto, ao contrário, é uma estratégia de negócios que visa entender, antecipar e administrar as necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma organização. O CRM é uma ferramenta que proporciona às empresas uma melhor integração com seus clientes, onde os frutos dessa relação mais próxima podem ser percebidos nos resultados financeiros da companhia já que tal procedimento facilita a fidelização por conta da melhoria nos atendimentos. O sistema de CRM ajuda as empresas a crescer e se organizar com seus clientes, melhorando o relacionamento de cada cliente cadastrado nessa ferramenta. Estabelece um relacionamento mais próximo com o cliente, é uma das premissas para fidelizá-lo, mas para que isso aconteça é preciso desenvolver ações que despertem seu interesse, e a eficiência dessas ações dependerão do nível de intimidade e de conhecimento de seu consumidor, saber quais são seus hábitos, quais são as suas necessidades, quais são as suas preferências, entre outras características importantes para entender sua personalidade. Segundo Baptista (2011) essas informações devem ser capturadas, processadas e analisadas, desde o momento em que o cliente entra em contato com os canais de relacionamento como a central de atendimento (SAC). Figura 1 - Ações de Marketing e o CRM. Fonte: adaptado de (Baptista, 2011) A Gestão de Relacionamento, que tecnicamente pode ser entendida como um conjunto de dados, práticas, procedimentos, estratégias e tecnologias com foco no cliente podendo ser usado por qualquer empresa independente do seu porte ou ramo de negócio, visa proporcionar vantagens que geram grande valor à empresa como um todo, sendo essas vantagens: CRM MKT 26 • A possibilidade de análise das interações com os clientes; • A antecipação das necessidades de cada cliente; • A otimização do uso de recursos; • Planejamento das atividades; • Promover com mais eficiência as campanhas de captação e retenção de clientes; O CRM armazena os dados dos clientes e todas as informações necessárias para montar o seu perfil e assim estabelecer uma política de atendimento mais eficaz, isso faz dessa ferramenta um dos mais importantes dispositivos para se estabelecer um planejamento estratégico adequado. O sucesso de uma política de fidelização de clientes depende também do nível da estrutura de comunicação bem como da capacidade de organização que essa empresa tem em relação ao tratamento de dados. Por ser um “mercado” que normalmente já apresenta grande procura, muitas vezes essa demanda apresenta-se sem qualquer planejamento por conta do caráter emergencial, isso sem falarmos da sazonalidadeonde temos um aumento exponencial de demanda. Devido à complexidade que envolve o mercado hematológico e suas peculiaridades o controle de clientes, insumos e recursos precisa ser gerenciada de maneira muito organizada. Abaixo estão todos os sistemas de gestão: • Financeira, gerenciar os recursos financeiros para aquisição de insumos e pagamento de pessoal; • Logística, para gerenciar entrega e coleta de material, além do armazenamento e controle de estoque e de validade dos “produtos”.; • Recursos humanos, gerir os profissionais que trabalham em diversos setores da cadeia, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnico em análise clínica, pessoal coleta e entrega de material, limpeza e conservação entre outros; • Suprimentos, controle de materiais a serem adquiridos e descartados de maneira segura. E por fim gestão de clientes, o monitoramento dos clientes neste caso, hora fornecedores e hora consumidores é algo que requer muita precisão, pois as informações se misturam por causa da peculiaridade do consumidor/fornecedor. É através deste monitoramento que irá definir o momento da nova doação. 27 Estratégias de fidelização, marketing social e a criação de vantagens competitivas aliadas à responsabilidade civil formam uma rede eficaz de captação de clientes fiéis. 3.2 CRONOGRAMA É uma ferramenta muito importante para a organização das tarefas a serem realizadas, indica o tempo ideal para executar uma ação e pode ser usada para controlar o andamento ou ausência de execução de uma tarefa. Trata-se de uma tabela onde ficam registrados por priorização as tarefas a serem realizadas, deixando claro para os envolvidos no projeto em que estágio se encontram na execução e qual o prazo para se cumprir determinada ação. Descrição Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun 1) Identificação da linha de pesquisa, proposta de intervenção social junto à organização. X 3) Desenvolvimento dos objetivos, localização e identificação das fontes para o referencial teórico X X X 4) Revisão da literatura. X X X X X 5) Escolha da ferramenta digital para aplicar a pesquisa de campo e desenvolvimento do questionário. X 6) Aplicação da pesquisa de campo, análise e interpretação dos dados coletados. X 7) Considerações finais X 8) Entrega e apresentação do trabalho de conclusão de curso. X Tabela 2 – Cronograma. Fonte: Elaborado pelos autores (2019) 28 3.3 ORÇAMENTO O custo material e financeiro utilizado para dissertação desse trabalho de intervenção social foi integralmente próprio. Especificação Quantidade/unidade Valor R$ Material de consumo Impressões 8 R$ 55,20 Transporte da equipe de execução - R$ 300,00 Plano de telefonia móvel 1 R$ 49,90 Material bibliográfico - R$ 287,10 Subtotal 9 R$ 692,20 Material permanente Notebook 1 R$ 3.200 Pen drive 1 R$ 49,00 Celular 1 R$ 799,00 Subtotal 4 R$ 4.048 Total 13 R$ 4.740,20 Tabela 3 – Orçamento. Fonte: Elaborado pelos autores (2019) 4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA Tendo como objetivo de identificar qual a melhor forma de fidelizar os doadores de sangue, foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário (Apêndice A), desenvolvido pelo próprio pesquisador, com um total de 30 questões. O questionário foi disponibilizado na rede social Facebook e WhatsApp do dia 29 de abril até 01 de maio de 2019, como a coleta de dados foi conduzida à distância, evitando assim a possibilidade de alterar as opiniões dos entrevistados. Os dados recolhidos dos questionários serão inseridos em uma planilha do software Microsoft Office Excel para análise e interpretação dos dados, as respostas serão 29 cruzadas com o objetivo da pesquisa. As amostragens serão a fonte de estudos do trabalho para posterior apresentação dos resultados em forma de melhorias na empresa. 4.1 PESQUISA DE CAMPO A seguir serão apresentados os dados aplicados em formato de questionário nas redes sociais, usando a técnica de observação direta extensiva, cujo questionário é instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador (Marconi & Lakatos, 2017). Gráfico 5 - Quanto dos entrevistados são doadores de sangue. Fonte: dados da pesquisa O objetivo da primeira questão é identificar o público doador de sangue, para se ter uma estimativa da porcentagem dos doadores e não doadores. Outro ponto é identificar as pessoas que não são doadoras e compreendê-las. 30 Gráfico 6 - Faixa etária dos doadores de sangue. Fonte: dados da pesquisa Na segunda questão tem como finalidade classificar pela faixa etária os doadores de sangue. Lembrando que esse gráfico corresponde à 40% da amostra total. Gráfico 7 - Índice de pessoas que pretende ser doadoras. Fonte: dados da pesquisa A terceira questão, tem como finalidade saber a porcentagem das pessoas que não são doadoras (gráfico 5), mas pretendem ser. Lembrando que esse gráfico corresponde à 60% da amostra. 31 Gráfico 8 - Identificar doadores de repetição. Fonte: dados da pesquisa Essa questão, serviu como base para identificar a frequência da doação no período de dois anos. Gráfico 9 - Saber o motivo que levam as pessoas doar sangue. Fonte: dados da pesquisa Logo a questão 10 é para identificar os motivos que levam as pessoas a ir doar sangue, a sair da sua zona de conforto para ajudar ao próximo. 32 Figura 10 - Percepção dos doadores por que as pessoas não doam sangue. Fonte: dados da pesquisa Por outra lado a questão 11, teve como foco identificar qual o maior motivo que leva as pessoas a não doar sangue. Gráfico 11 - Qual a melhor forma de contactar as pessoas para doarem sangue. Fonte: dados da pesquisa O objetivo dessa pergunta detectar qual o meio mais eficiente de lembrar as pessoas de ir doar sangue. 33 Gráfico 12 - Melhor forma de promover a importância da Doação de sangue. Fonte: dados da pesquisa Por último essa questão tem como intenção, saber como as pessoas se engajariam para divulgar a importância da doação de sangue. 4.2 ANÁLISE DOS DADOS Por intermédio de um questionário foi possível fazer a coleta de dados via redes sociais, deste modo não expondo os pesquisados à influência do autor e possibilitando atingir um grande número de pessoas de diversas localizações geográficas, a fim de identificar a melhor ferramenta para fidelizá-los e construir um meio de comunicação efetivamente prático e eficiente. (Lakatos & Marconi, 2017) Das 131 amostras coletadas identificamos que apenas 40% são doadores de sangue, em sua maioria adultos na faixa etária entre 20 e 49 anos, o que reflete a parcela da população adulta ativa, evidenciando um comportamento atípico para a idade. Os jovens entre 16 e 19 anos não representa nenhuma parcela da amostra coletada. Isto pode estar relacionado à falta de campanhas de conscientização ativas para esta faixa etária, ou até mesmo a vulnerabilidade desta faixa etária aos fatores de risco, o qual envolve os impeditivos para doação de sangue, de acordo com o Ministério da Saúde (2018),” há situações temporárias e impeditivas para a doação de sangue”. Como mostram as tabelas 4 e 5: 34 Tabela 4 – Impedimentos temporários. Fonte:http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de- sangue Tabela 5 - Impedimentos definitivos. Fonte: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue Já a população de maior idade (acima de 50 anos) apresentam uma parcela significativa de doadores, porém há fatores como medicamentos que podem ser um dos impeditivos à doação. Tais dados diferem o perfil dos doadores Fundação Pró-Sangue (gráfico 1), em que mostra a maior parte de seus doadores estão na faixa etária de 18 e 19 anos. Outro fato importante é que 60% da amostra não são doadores, porém 74% dos 60% pretendem ser 35 doadores e a falta de informação está vinculado a essa parcela da população, conforme dados apresentados no gráfico 7. Foi observado que 68% dos doadores de sangue (gráfico 08) são de repetição, o doador pode ser classificado em doador de 1ª vez (quando ele doa uma única vez naquele serviço), duas ou mais vezes no período de 12 meses é doador de repetição e aquele doador que doa no intervalo de 12 meses ou mais, é doador esporádico. Quanto à motivação para doar sangue, constata-se que os principais motivos é para atender a necessidade de um familiar ou amigo, que precisou receber sangue e consequentemente precisa repor o estoque do mesmo. Mesmo estando na era da informação digital, a desinformação impera como justificativa para a não doação, isso nos remete a pensar em que ponto da vida dessa pessoa a informação deveria chegar? É questão de informação ou de cultura? Os gráficos 11 e 12 tem um ponto de vista bem peculiar a esse respeito, as pessoas responderam que preferem ser contatadas via campanha nas redes sociais, mas por outro lado quando se fala de promover a importância de doar sangue elas preferem usar a ferramenta digital WhatsApp. Identificamos então, através da pesquisa nos moldes do método quantitativo, que, existe uma grande parcela de cidadãos que estão dispostos a se tornarem doadores e outra parcela que são doadores e a relação da problemática com esses públicos é, a falta de um controle efetivo para monitorar, informar e atrair essas pessoas para o objetivo da Associação AMEO, sendo assim se faz necessário, a implantação de uma ação corretiva no planejamento estratégico do projeto Educar para Doar, visando desenvolver esse controle e monitoramento. 4.3 MODELO PROPOSTO Todo projeto para ser bem-sucedido deve ser precedido de um planejamento, esse por sua vez deve ser composto por etapas essenciais à sua execução para que gere ou alcance seus resultados e conquiste o objetivo traçado. À priore, após um estudo sobre o Programa Educar para Doar, percebemos que os resultados efetivamente alcançados não estavam sendo levados em consideração do ponto de vista da contribuição do mesmo para com o total alcançado de doadores, vimos então uma oportunidade de colocarmos em prática as técnicas de Planejamento Estratégico que aprendemos no decorrer da nossa graduação. 36 Planejamento estratégico é o processo de estruturar e esclarecer os cursos de ação da empresa e os objetivos que deve alcançar. Há diversos componentes nesse processo intelectual, principalmente: • A missão, que é a razão de ser da organização, e que reflete seus valores, sua vocação e suas competências. • O desempenho da organização – os resultados efetivamente alcançados. • Os desafios e oportunidades do ambiente. • Os pontos fortes e fracos dos sistemas internos da organização. • As competências dos planejadores – seu conhecimento de técnicas, suas atitudes em relação ao futuro, seu interesse em planejar. (MAXIMIANO, 2011. p. 131) Em 1930, Walter Shewhart criou um conceito para aprimoramento contínuo da qualidade, ele foi nomeado de PDCA (Plan “planejar”, Do “fazer”, Check “controlar” e Action “agir”), trata-se de um ciclo capaz de fornecer informações capazes de, continuamente, proporcionar melhoras nos processos, consequentemente nos resultados também. (MAXIMIANO, 2011) O ciclo PDCA é composto por quatro processos administrativos, sendo eles essenciais na aplicação de qualquer projeto, pois se trata de método desenvolvido através de pesquisas, e a falta ou viés em um dos processos pode se tornar um grande problema, afetando o andamento geral do projeto, formando gargalos ou tornando o projeto obsoleto diante da missão da organização em que está sendo desenvolvido. O projeto Doador do Futuro consiste em uma ação corretiva do PED e desenvolvimento via mídias digitais. O Programa já faz uso das ferramentas administrativas, Planejar e Fazer, porém, não apresenta nenhum processo de controle efetivo, que demonstre o retorno que o programa tem em relação ao objetivo da AMEO, nem tampouco qual a porcentagem de aderência ou transformação do doador esporádico em doador contínuo/frequente De acordo com Oliveira (2018) A etapa CONTROLE do PDCA é muito importante pois é através dela que se pode ter uma noção do quanto se conseguiu alcançar com a estratégia ou processo escolhido para determinada ação dentro do projeto. Fazer com que esse controle de fato exista e cumpra sua função é necessário seguir algumas fases. A primeira delas é: Estabelecer padrões de medida, onde padrão é o elemento que permite a comparação e com isso a definição do tempo e qualidade do que se está avaliando. Segundo é Medida dos desempenhos, que significa basicamente avaliar o que foi medido e controlado, através dos critérios quantidade, tempo, qualidade. Assim, tendo base para uma comparação entre períodos 37 para se investigar o porquê de possíveis déficits ou quedas no retorno. Em seguida é necessário realizar a Comparação do Realizado com o Esperado, e é neste momento que se visualiza o efetivo retorno em relação às expectativas do projeto, podendo essa avaliação apresentar essas situações: Resultado nas fronteiras do esperado, quer dizer que não deve se preocupar. Resultado que excede um pouco a fronteira depois do esperado, quer dizer que deve continuar com o planejado, mas com pequenos ajustes para redirecionar os resultados para o ideal a ser alcançado. Resultado que excede muito do esperado, quer dizer que deve interromper o projeto imediatamente até que o motivo de tal desvio seja identificado, analisado e eliminado. Com toda essa análise e levantamento de dados, teremos base para a realização de uma Ação Corretiva, onde o principal objetivo é eliminar os desvios identificados e reforçar os pontos positivos. O benefício mais significativo para a empresa é a diminuição dos custos e otimização de tempo evitando desperdícios. Para a implantação do Doador de Futuro é necessário inicialmente criar um sistema de cadastro unificado onde a comunidade escolar irá preencher com seus dados pessoais, dados dos alunos participantes das ações do PED e com os dados dos responsáveis para que a AMEO possa posteriormente realizar a divulgação das campanhas e eventos realizados pela mesma. Desenvolveremos também um questionário para os responsáveis dos alunos onde além de cadastro de dados pessoais estaremos enviando também Termo de Autorização do Uso da imagem e áudio das crianças, a fim de evitar possíveis problemas judiciais. Apêndice B, C, D e E. Criaremos também um relatório que os profissionais que estiverem aplicando a ação de captação de doadores via PED, preencham com a finalidade de registrar não apenas quem participou, mas também qual foi a porcentagem de retorno com as doações realizadas pelos familiares e comunidade escolar a partir da implantação do programa PED, desta forma fornecendo relatórios precisos da efetividade do trabalho. Apêndice F. 38 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto Doador do Futuro, é um trabalho baseado no alcance da Missão da AMEO (Associação de Medula Óssea do Estado de São Paulo), onde, com o olhar direcionadopara o alcance dos objetivos da empresa, procuramos desenvolver processos que trouxessem resultados relevantes para a empresa. A Missão da AMEO é trabalhar para que o programa de transplante de medula óssea seja acessível e tenha o melhor resultado, por isso escolhemos um programa que a associação usa para captar doadores, fidelizá-los e difundir informação e instaurar uma modificação na cultura de solidariedade nesta geração de pessoas, neste caso o PED (Programa Educar para Doar) que faz de forma recorrente ações de conscientização sobre o tema em instituições de ensino, e estudamos toda sua estrutura e execução, pudemos identificar uma defasagem, e assim desenvolvemos o projeto Doador do Futuro. Este projeto visa desenvolver e implantar através das mídias sociais, processos administrativos capazes de identificar no PED sua viabilidade, mensurar seus resultados e promover análise eficaz para encontrar vieses e gargalos para corrigi-los ou eliminá-los. Através do Ciclo PDCA, pode-se obter um grande resultado de análise de dados, pois identifica exatamente onde está o erro. Além de ser essencial para a empresa ter um planejamento estratégico eficiente, identificamos a ausência de processos administrativos no Programa, o que pode trazer grandes complicações para a associação, tanto financeiramente como judicialmente. A busca pelas informações e confirmações científicas, nos trouxe uma visão mais ampla e aumentou nosso conhecimento e diferenciou nossa visão, passamos a olhar a problemática do PED de maneira holística e nossa intenção que era implantar processos para aumentar o alcance aos doadores, para a tomada de medidas protetivas que antes não existia, acoplamos ao projeto Doador do Futuro todos os nossos insights, e desenvolvemos o projeto tomando todos os cuidados com a integridade financeira e jurídica da AMEO. Desenvolver o projeto foi gratificante, pois só em pensar do impacto positivo que terá dentro da dinâmica da empresa, nos faz sentir felizes e cumpridoras do que nos propusemos, primeiro ao buscar essa graduação e depois como seres humanos contribuintes de uma causa tão nobre e merecedora de atenção especial. Nosso objetivo foi alcançado, as pesquisas e cadastro que desenvolvemos são capazes de fornecer informações valiosas para o PED se posicionar como colaborador da Missão da AMEO, além de fornecer proteção legal com a validação dos termos anexados. Sem deixar de observar a diminuição dos gastos, e otimização de tempo, pois com as mídias digitais a 39 divulgação, acesso e mobilização fica mais ampla, não enfrenta barreiras físicas ou de ordem natural, como a chuva e o sol quente. Porém ainda há muito que se pesquisar e desenvolver dentro da instituição, pois a Missão ainda não foi atingida. Afirmamos o que aprendemos com esses semestres todos de dedicação, obstáculos superados e de vez em quando desespero, o planejamento é de fato essencial para o sucesso de uma organização, pois ao se cumprir o ciclo completo PDCA os objetivos da empresa sempre estarão atualizados de acordo com as necessidades que forem surgindo ao longo da vida da organização e até para a vida pessoal de cada um de nós. A relevância deste Trabalho de Conclusão de Curso é nítida, pois possibilita a identificação de problemas no PED, visa redução de custos com a possibilidade de corrigir processo e eliminar fatores e processos deficientes, prevê a blindagem jurídica da associação já que determina o uso de meios legais para a divulgação e uso de imagens e vídeos, e apresenta para os stakeholders que é possível, com apoio das mídias digitais, desenvolver ferramentas de mobilização em massa para além de alcançar o status da Missão, também demonstrar para quem precisa que juntos somos uma corrente do bem que dá certo! 40 Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO DA MEDULA ÓSSEA DO ESTADO DE SÃO PAULO. dados institucionais da AMEO. Disponível em http://ameo.org.br/associacao-da-medula-ossea/institucional/>. Acesso em 20 fevereiro 2018. BAPTISTA, J. R. Marketing de relacionamento e CRM. 1 ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2011. BAUMAN, Zygmunt. tradução Carlos Alberto Medeiros. 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