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Transtornos Mentais no Ciclo Gravídico Puerperal

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Transtornos Mentais no Ciclo Gravídico Puerperal 
INTRODUÇÃO 
- 13% das mulheres tornam-se vulneráveis às doenças 
mentais durante o ciclo gravídico-puerperal 
- Transtorno de humor/afeto é a principal alteração 
- Tipo: depressão pós-parto 
GESTAÇÃO: avaliar as condições da mulher 
- Preocupação com a saúde do concepto 
- Preferência pelo sexo da criança: condições culturais 
e de desigualdade de gênero 
- Mudanças: físicas (hormonais e anatômicas) e sociais 
(papeis e função na família e na sociedade) 
- Expectativas com o futuro: maternidade, família, 
emprego, condições econômicas 
- Responsabilidades sociais: demandas causadas pela 
necessidade de reestruturação e reajuste profissional e 
social 
- Crise: gravidez indesejada, não planejada, abandono 
parental 
Demandas emocionais trimestre a trimestre 
- 1o trimestre: percepção da gravidez, adaptação, 
rejeição, angústia espiritual 
- Sentimentos de ambivalência 
- Ideia de abortamento: gravidez não desejada ou não 
planejada; abandono ou baixo apoio do companheiro 
- Medo de abortamento: desejo de ser mãe e medo de 
perder o filho 
- Alterações fisiológicas interferem na qualidade de 
vida: êmese gravídica, hipersonia, desejos alimentares 
ou perversão alimentar, alterações do apetite e do 
peso (aumento do apetite e do peso; náuseas e 
vômitos e perda de peso, desnutrição e desidratação) 
- Oscilações de humor 
- 2º trimestre: início da formação do vínculo mãe-filho 
- Fase importante para a aceitação da gravidez 
- Percepção dos movimentos fetais: feto pode ser 
concretamente percebido; forma de comunicação fetal 
- Alterações corporais são facilmente percebidas pela 
própria mulher e pelos outros 
- Ambivalência tende a desaparecer: fase mais estável 
emocionalmente 
- Personificação/identificação da criança pela mulher e 
pelas pessoas de sua rede social 
- 3º trimestre: é comum o aumento da ansiedade à 
medida que o parto se aproxima 
- Preocupações com o futuro: mudanças na rotina pela 
chegada do filho 
- Ansiedade piora se a gestação se prolonga após a DPP 
- Instalação e fortificação dos medos: de ter um filho 
doente ou com deformidades, de alterações na vagina, 
da dor do parto, de ser maltratada pela equipe 
obstétrica, de não conseguir amamentar, de morrer no 
parto 
- Redução da libido pode ocorrer ou desinteresse pelo 
sexo 
Parto 
- Momento crítico; passagem de um estado para outro 
- Processo irreversível: precisa ser enfrentado de 
qualquer forma 
- Muitas mulheres temem não dar tempo chegar ao 
hospital 
- Medo da dor 
- O risco de depressão pós-parto é menor quando as 
condições do parto são mais humanizadas 
 
Puerpério 
- Período: começa após o parto, até 6 semanas 
- As primeiras 24h constituem um período de 
recuperação da fadiga do parto 
- Mulher torna-se mais sensível, muitas vezes confusa. 
Ansiedade e depressão são comuns 
- Os primeiros dias são carregados de emoções 
intensas e variadas 
- A mulher encontra-se na fase de maior risco de 
transtornos mentais em relação a outras fases da vida 
PUERPÉRIO: alteração do humor 
- Piora ou só surge após o 14º dia de pós parto: pode 
tornar-se séria e necessitar de tratamento 
medicamentoso 
- Mulher com tendência à doença mental: psicose 
puerperal, geralmente grave 
- Demandas do puerpério pelas responsabilidades com 
um filho, impossibilidade de sono e repouso regulares, 
incertezas e desequilíbrios familiares (se houver), e até 
mesmo a amamentação: aumentam a tensão, a 
tristeza e o estresse emocional 
- Isso pode ser superior ao prazer e a alegria da chegada 
do filho 
- Em pós parto de cesariana tende a ser pior 
Transtornos de humor/afeto no pós-parto: 
classificação 
- Síndrome da Tristeza Pós Parto (blues ou melancolia 
puerperal) 
- Depressão Puerperal ou Depressão Pós Parto 
- Psicose Puerperal 
Etiologia 
 
Blues ou melancolia puerperal 
- Acomete os primeiros dias, atingindo pico no 4-5º dia 
- Regride espontaneamente em no máximo 2 semanas 
- Sintomas: choro fácil, labilidade de humor, 
irritabilidade, impaciência, hostilidade para com 
familiares e acompanhantes, inclusive para com o 
recém-nascido 
- Não há necessidade de tratamento farmacológico 
- Educação em saúde e comunicação terapêutica 
podem promover o equilíbrio emocional da mulher 
puérpera 
DEPRESSÃO PÓS-PARTO: fatores relacionados 
 
 
- Apesar da ocorrência desse transtorno, a avaliação de 
depressão no período puerperal é difícil devido à 
fronteira imprecisa entre as formas clínicas, as 
subclínicas e as não- patológicas. Os limites entre o 
fisiológico e o patológico podem ser estreitos, o que 
pode gerar dúvidas. 
- As manifestações surgem a partir das quatro 
primeiras semanas de pós-parto, tornando-se mais 
intensas até os seis primeiros meses 
- Em adolescentes: 16-44%; duas vezes maior que nas 
adultas 
- Tratamento farmacológico, psicoterapia e 
antidepressivos 
Sintomas 
- Labilidade afetiva; 
- Choro fácil 
- Irritabilidade 
- Desânimo 
- Alteração do sono 
- Ideias de suicídio 
- Redução do nível de funcionamento mental 
- Ideias obsessivas ou supervalorizadas 
PSICOSE PUERPERAL 
- Início mais abrupto, geralmente nas 2 semanas após 
parto 
- Confusão mental, que cursa com delírios que 
envolvem os filhos ou o companheiro 
- Alucinações 
- Sintomas depressivos, maníacos ou mistos 
- Risco de infanticídio e suicídio 
- O risco de infanticídio e suicídio pode ser evitado com 
o diagnóstico precoce 
- Tratamento: psicoterapia, tratamento psicossocial, 
farmacológico, eletroconvulsoterapia (muito raro) 
- Fármacos: antidepressivos, estabilizadores de humor, 
anticonvulsivantes, antipsicóticos, benzodiazepínicos 
CUIDADOS GERAIS: para alterações emocionais 
- Escuta terapêutica 
- Comunicação terapêutica 
- Formação de vínculo 
- Apoio emocional 
- Ações de educação em saúde 
Cuidados gerais no parto 
- Humanização 
- Uso de métodos não farmacológicas para o manejo da 
dor e do desconforto 
- Permitir acompanhante 
- Empatia 
- Uso de Boas Práticas para o Parto (ver manual da 
OMS/MINISTÉRIO) 
- Evitar manobras e intervenções iatrogênicas 
A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA COLABORA PARA AS 
ALTERAÇÕES PSÍQUICAS NO PÓS-PARTO 
- Assistência desumana à parturiente: nascimento 
violento e mal assistido produz traumas emocionais 
para a mulher e a criança 
Cuidados gerais no puerpério 
- No puerpério imediato, monitorizar reações maternas 
- Estimular a formação de vínculo materno permitindo 
o contato pele-a-pele imediato 
- No puerpério tardio, ou ainda no alojamento 
conjunto, tranquilizar e dar suporte principalmente 
para a amamentação, que é um ato estressante 
- Se a mulher faz uso de fármacos, adequar a 
possibilidade de aleitamento materno 
- No puerpério tardio, após alta, realizar visitas 
domiciliares, solicitar e marcar consultas na atenção 
básica 
- Reduzir o estresse das primeiras semanas com 
orientações, palavras de estímulo, monitorização 
 Formar vínculo e valorizar a maternidade da mulher 
- Atender a família como unidade do cuidado 
- Ao identificar doença mental, encaminhar para 
consulta especializada 
ATENÇÃO: mulher em situação de abortamento exige 
cuidados especiais quanto à saúde mental 
- Em aborto provocado: vergonha, desconfiança, 
tristeza, desesperança, culpa 
- Em aborto espontâneo: tristeza profunda, 
inconformismo 
- Evitar juízos de valor: referentes a opiniões religiosas 
e culturais 
- Não discriminar se o abortamento foi provocado ou 
espontâneo: a assistência deve ser a mesma

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