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Contenção mecânica O QUE É CONTENÇÃO FÍSICA? Qualquer meio físico ou mecânico, material ou equipamento no corpo do paciente que ele não possa remover facilmente. Esses dispositivos limitam o movimento de um indivíduo, com a função principal de protegê-lo e também proteger as pessoas ao seu redor. Trata -se de uma medida terapêutica que só deve ser empregada quando todas as outras medidas (Agressividade e agitação psicomotora) para o paciente agitado tiverem falhado. EPIDEMIOLOGIA A contenção física é utilizada em 3,8 a 26% de todos os transtornos mentais observados no hospital. Os diagnósticos mais relacionados à necessidade de contenção incluem transtornos psicóticos, uso ou abuso de substâncias, transtornos do humor, transtornos da personalidade e comorbidade entre psicose e abuso de substâncias. Quanto mais intensa a agitação, maior a chance de necessidade de restrições físicas. Outros fatores relacionados ao risco de contenção são idade mais jovem, angústia pelo confinamento, sentimento de vitimização e humilhação - História de violência - Pacientes violentos - Tentativa de fuga - Violência dirigida à equipe de enfermagem - Autoflagelação e comportamento suicida - Hostilidade na admissão. TÉCNICA A intervenção/restrição física só deve ser considerada se todas as técnicas de desescalada verbal tiverem falhado. Os serviços devem identificar e promover as melhores práticas na prevenção, na redução e, quando possível, na eliminação da intervenção física/contenção. Se a intervenção física for inevitável, ela não deve ser usada por períodos prolongados e deve ser suspensa o quanto antes. A dignidade dos pacientes deve ser respeitada durante a intervenção física, e as razões para utilizar a intervenção devem ser explicadas tanto quanto possível. Todo o pessoal envolvido na intervenção física/contenção deve ser treinado em uma técnica padronizada. O médico ou outro funcionário deve informar o paciente, sua família e/ou acompanhantes acerca da necessidade de restrições físicas. Restrições são usadas somente com prescrição médica e por um período limitado, em princípio, não superior a 2 horas. O procedimento é feito pela equipe de atendimento (5 membros, porém mais 2 podem ser necessários em alguns casos), com cada profissional assumindo a responsabilidade por um único membro. Quem supervisiona o procedimento de restrição é responsável por proteger a cabeça e as vias aéreas do paciente e por verificar seus sinais vitais durante a sua realização. - Os seguintes mecanismos de restrição podem ser utilizados: Quatro pontos: esse mecanismo envolve a contenção dos antebraços e tornozelos, isto é, no final de todos os 4 membros, com o paciente deitado na cama (evitando-se a contenção de macas), com a cabeça erguida e os membros superiores ao lado do tronco, tomando o cuidado de não interromper o fluxo sanguíneo para as extremidades. Cinco pontos: consiste na contenção das extremidades dos membros, mais o peito. Para a restrição de peito, um lençol ou uma faixa podem ser empregados. As restrições devem ser colocadas perpendicularmente ao tronco, não devendo ser posicionadas sob as axilas, o que poderia prejudicar o plexo braquial. Nas mulheres, deve-se ter cuidado com os seios, usando uma faixa que seja larga o suficiente para cobri- los ou colocando-a logo abaixo Nove pontos: no caso de agitação intensa, quando todas as outras técnicas falharam, as restrições devem ser colocadas nas extremidades de todos os 4 membros, bem como nos braços, nas coxas e no peito. A monitoração dos sinais vitais, do fluxo sanguíneo e do estado do membro contido (dor, calor, inchaço ou ferimento) deve começar logo após a colocação das restrições – a cada 15 minutos, durante 60 minutos, e depois, a cada 30 minutos, durante 4 horas ou até o paciente despertar. Todo o procedimento deve ser registrado no prontuário do paciente, incluindo sua justificativa e acompanhamento. MATERIAIS Quanto aos tipos de materiais, as restrições mais simples e menos dispendiosas são faixas de tecido, de preferência macias e confortáveis. Não se recomendam ataduras ou qualquer dispositivo utilizado por autoridades policiais, como algemas. Restrições feitas de couro, tecido ou lona também podem ser empregadas, desde que sejam confortáveis e não prejudiquem o paciente. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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