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MANEJO DA AGITAÇÃO PSICOMOTORA - POLIANA (2)

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AGITAÇÃO PSICOMOTORA 
A agitação psicomotora corresponde a um estado de excitação 
mental e aumento da atividade motora, podendo se manifestar por 
fala provocativa e ameaçadora, tensão muscular, hiperatividade, 
impaciência, desconfiança, entre outras 
Esses são pacientes que costumam apresentar baixa capacidade de 
insight com relação à sua morbidade e juízo crítico da realidade 
prejudicado. Dependendo do grau de agitação, esses pacientes 
representam um risco para a integridade física, tanto de profissionais 
de saúde e de outros pacientes, quanto a si próprios 
 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE 
ANAMNSE 
 Início do quadro 
 Primeiro episódio 
 Características da agitação (ansiedade, inquietação física, 
agitação verbal, estado confusional) 
 Presença de alucinações visuais, olfativas ou auditivas? 
 Confusão mental/discurso desconexo? 
 Doenças e tratamentos clínicos? 
 Doenças e tratamentos psiquiátricos? 
 Traumas prévios? 
 Uso de substâncias psicoativas? (álcool, drogas, 
medicamentos) 
 Presença de febre? 
EXAME FÍSICO 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS 
 
MANEJO 
 
MANEJO AMBIENTAL OU ORGANIZACIONAL 
Dentre as medidas para reduzir agressões contra profissionais de 
saúde e garantir a segurança do próprio paciente estão a instituição 
de protocolos gerais de segurança; uso de portas de segurança, 
preferencialmente com detector de metais; sistema de 
comunicação rápido e eficiente entre a equipe, informando a 
entrada de um paciente com história de comportamento violento; 
atendimento precoce; espaço físico reservado, seguro e silencioso; 
distância próxima da porta, tanto para o médico, quanto para o 
paciente; mais de um membro da equipe presente na sala; retirada 
de estímulos ambientais estressantes para o paciente, como um 
próprio membro familiar de relação conflituosa ou membro da 
equipe que se envolveu em seus delírios. 
Uma outra medida, embora conflituosa por violar direitos individuais 
dos pacientes, é a troca de suas roupas por vestimentas hospitalares, 
a fim de procurar e remover objetos que possam servir de arma, 
permitir um exame físico que possa revelar locais de infecção, 
trauma ou outros sinais ou para identificação do paciente em caso 
de fuga. 
 
MANEJO COMPORTAMENTAL OU ATITUDINAL 
É preciso encarar a agressividade do paciente como mais um 
sintoma a ser considerado no quadro clínico e como sinal de 
sofrimento psíquico, não como uma ameaça pessoal. Dessa forma, 
uma atitude empática e acolhedora permite uma melhor 
comunicação do médico com o paciente e, consequentemente, um 
melhor controle da situação 
Antes de qualquer intervenção o médico deve se apresentar ao 
paciente, dizendo seu nome, seu papel profissional naquela situação 
e que está ali para ouvi-lo e ajudá-lo. As intervenções verbais devem 
ser claras e objetivas, nunca confrontando o paciente 
 
 
MANEJO FARMACOLÓGICO 
Na abordagem inicial do paciente, deve-se tentar sempre acalmar o 
paciente com o manejo ambiental e comportamental, porém quando 
nenhuma dessas opções são viáveis ou efetivas, a medicação torna-
se necessária. Assim, o objetivo da medicação é a tranquilização 
rápida sem excessiva (ou mesmo nenhuma) sedação, com 
medicamentos de ação rápida e com mínimos efeitos colaterais. 
Entre as medicações mais utilizadas para o controle da agitação, 
estão os antipsicóticos convencionais (primeira geração), como 
haloperidol e clorpromazina; benzodiazepínicos, como diazepam, 
lorazepam e midazolam; e mais recentemente, antipsicóticos de 
segunda geração, como olanzapina, aripiprazol, ziprasidona e 
risperidona 
 
 
 
 
 
 
MANEJO FÍSICO 
Pode ser feito por: 
1. Isolamento, que corresponde a manutenção do 
paciente em um quarto fechado, onde ele pode se 
movimentar livremente, mas sem a possibilidade de deixar 
o ambiente, devido à porta trancada; 
2. Contenção física, caracterizada pela imobilização do 
paciente por várias pessoas da equipe que o seguram 
firmemente no solo; ou; 
3. Contenção mecânica, caracterizada pelo uso de faixas 
de couro ou tecido, em quatro ou cinco pontos, que fixam 
o paciente ao leito. 
O emprego de isolamento e restrições físicas ou mecânicas são 
práticas ainda comuns, mas extremamente controversas em 
psiquiatria. Além do respeito à dignidade e aos direitos civis do 
paciente, a prática não encontra clara sustentação em evidências 
científicas e está associada à ocorrência de efeitos colaterais graves 
e mesmo óbito. 
Os principais fatores associados à contenção são: lesões por pressão 
e fricção; imobilidade; problemas circulatórios; infecções; 
desconforto do paciente; incontinência; desorientação; agitação ou 
delirium e aumento do risco de extubação. Dá-se o maior agravante 
desse procedimento pelos relatos na literatura de estrangulamento, 
asfixia ou compressão que resultaram em óbito. Acrescenta-se que 
as quedas estão entre as maiores causas de eventos adversos 
relacionados à contenção e são responsáveis por dois a cada cinco 
eventos relacionados à saúde do paciente, isso porque o paciente 
contido apresenta agitação na tentativa de lutar contra as 
contenções, o que aumenta o risco de colapso do músculo e até 
rabdomiólise. 
Assim, quando as intervenções verbais, não verbais e 
medicamentosas descritas anteriormente não são suficientes para o 
controle da situação, pode ser necessário o uso de isolamento, 
contenção física ou contenção mecânica. 
CONTENÇÃO MECÂNICA 
Entende-se por contenção mecânica a fixação do paciente ao leito 
por meio de faixas de couro ou tecido, geralmente aplicadas nos 
membros superiores e inferiores. 
A contenção mecânica deve ser usada apenas quando há risco 
iminente de agitação psicomotora intensa, de auto e 
heteroagressividade e queda ou ferimentos em pacientes com 
rebaixamento do nível de consciência. 
A contenção deve ser realizada por vários membros da equipe (de 
preferência, 5 pessoas), sendo que o médico deve estar presente 
durante todo o procedimento. 
O paciente deve ser continuamente orientado do procedimento que 
está sendo realizado e os motivos que levaram a ele. 
A contenção deve ser mantida pelo menor tempo possível. O 
conforto e segurança do paciente devem ser rigorosamente 
checados, verificando-se a qualidade da perfusão e eventual 
ocorrência de garroteamento e hiperextensão de membros, 
compressão de tórax e de plexo braquial (no caso de uso de 
contenção em tórax). 
O paciente deve ser mantido sob observação contínua pela equipe 
de enfermagem durante o período que for mantido sob contenção 
mecânica. 
Sinais vitais devem ser rigorosamente monitorados. O paciente deve 
ser reavaliado pelo médico assistente a cada 30 minutos, para a 
averiguação da necessidade de manutenção da contenção 
mecânica. 
A retirada da contenção deve ser feita por vários membros da 
equipe. As informações relativas à indicação de contenção mecânica, 
sinais vitais, condições de conforto e segurança e eventuais 
intercorrências durante o procedimento devem ser detalhadamente 
registradas em prontuário. 
 
REFERÊNCIAS 
MANTOVANI, C. et al. Manejo de paciente agitado ou agressivo. 
Revista Brasileira de Psiquiatria. Vol 32, supl II, 2010

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