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Instituto Federal de Educação, ciência e tecnologia do Espirito Santo- Campus Nova Venécia Curso de Licenciatura em Geografia Biliele Batista de Sousa – 20211Licgeo0300 capital. Cap. XXIV : A assim chamada acumulação primitiva. Nova Venécia - ES 2021 Fichamento : A assim chamada acumulação primitiva Professor : Vinicius Miranda Nova Venécia – ES 2021 Fichamento do cap. XXIV “A assim chamada acumulação primitiva” do livro “O capital” de Karl Marx. Produzido como requisito de nota parcial para a disciplina de Formação do mundo contemporâneo- Julho de 2021. Turma Geo08 CAPÍTULO 24 : A assim Chamada Acumulação Primitiva 1- O segredo da acumulação Primitiva Vimos como o dinheiro é transformado em capital, como por meio do capital é produzido mais-valor, e do mais- valor se obtém mais capital. (pág.959) Marx em sua tese mostra como o capitalismo gira em torno da mercadoria, visto que a força de trabalho é vendida para meios de produção. Para ele este círculo vicioso entre se obter mais valor e capital é intitulado como Acumulação Primitiva. Essa acumulação primitiva desempenha na economia política aproximadamente o mesmo papel do pecado original na teologia. Adão mordeu a maçã e, com isso, o pecado se abateu sobre o gênero humano. Sua origem nos é explicada com uma anedota do passado. Nunca época muito remota, havia, por um lado, uma elite laboriosa, inteligente e sobretudo parcimoniosa e por outro uma súcia de vadios a dissipar tudo o que tinham e ainda mais. (Pág.959) Nesta comparação mostra que a partir do momento que após Eva, Adão mordeu a maçã se originou um castigo sobre a raça humana, pela qual teria que trabalhar para se sustentar e então criar seus meios de sobrevivência. Sobretudo mostra que uma parte de pessoas inteligentes acumularam bens e riquezas e outa parte dos que nada tinham, ofereciam apenas a força de trabalho para então serem vendidas. Todavia Marx cita que “ na história real, como se sabe, o papel principal é desempenhado pela conquista, a subjugação, o assassínio para roubar, em suma, a violência. Já na Economia política, tão branda, imperou sempre o idílio.” Num primeiro momento, dinheiro e mercadoria são tão pouco capital quanto os meios de produção e de subsistência. Eles precisam ser transformados em capital. ( Pág.960) Essa transformação de capital surgiu a partir da separação entre o trabalhador e o seu meio de produção, entretanto foi nesse processo histórico que surgiu os trabalhadores assalariados. “Grandes massas humanas são despojadas súbita violentamente de seus meios de subsistência e lançadas no mercado de trabalho, como proletários absolutamente livres”. (Pág. 963) Marx destaca que a partir desse processo histórico, de extrema violência que surge os trabalhadores assalariados. Logo, a expropriação dos trabalhadores do campo em massa converte seus meios de produção em capital, ou seja estes homens foram subordinados a usar esses meios de produção para a valorização do capital, todavia vendendo sua força de trabalho para sobreviver. Marx, Karl. – “A assim chamada acumulação primitiva” In. O capital. Livro I. Vol II. Capítulo XXIV. 2- Expropriação da terra pertencente à população rural Uma massa de proletários absolutamente livres foi lançada no mercado de trabalho pela dissolução dos séquitos feudais, que como observou corretamente sir James Steuart, “por toda parte inutilmente casas e castelos”. (Pág. 965) Se estabeleceu então uma estrutura econômica da sociedade feudal, criando assim o proletariado, ao expulsar os camponeses das terras onde viviam brutalmente e os lançar no mercado de trabalho. Para o novo feudalismo dinheiro era o maior dos poderes. A manufatura de lã e o aumento dos preços das lãs, os feudais resolveram transformar as terras de lavouras em pastagens de ovelhas (idem- 965) As habitações dos camponeses e os cottages dos trabalhadores foram violentamente demolidos ou abandonados à ruína. “Se consultarmos” – diz Harrison – “os investidores mais antigos de cada domínio senhorial, vemos inúmeras casas e pequenas propriedades camponesas desapareceram, que o campo alimenta muito menos gente, que muitas cidades estão arruinadas, embora novas floresçam [...] (Pág. 965 -966) Marx recorre a descrição de Harrison para identificar que houve uma destruição total no campo, apesar de que para ele estas crônicas sejam exageradas, mas essa revolução provocou de fato a visão -no trecho citado- para os homens da época. Um novo e terrível impulso ao processo de expropriação violenta das massas populares foi dada no século XVI, pela Reforma e, em consequência dela, pelo roubo colossal dos bens da igreja. O último grande processo de exportação que privou os lavradores da terra foi a assim chamada clearing of estates ( clareamento das propriedades rurais, o que significa, na verdade, varrê-las de seres humanos).(Pág 976) O último processo culminou de modo nos trabalhadores agrícolas a impossibilidade de encontrar espaços para morar e cultivar nos seus solos. 3- Legislação sanguinária contra os expropriados desde o final do séc. XV Leis para a compreensão dos salários Expulsos pela dissolução dos séquitos feudais e pela expropriação violenta e intermitente de suas terras, esse proletariado inteiramente livre não podia ser absorvido pela manufatura emergente com a mesma rapidez com que fora trazido no mundo. (pág. 980) Ou seja, era algo totalmente novo para todos, e boa parte se transformaram em mendigos, vagabundos e etc. Assim a população rural depois de ter sua terra violentamente expropriada, sendo dela expulsa e entregue à vagabundagem, viu-se obrigada a se submeter, por meio de leis grotescas e terroristas, e por sua força de açoites, ferros em brasa e torturas, a uma disciplina necessária ao sistema de trabalho assalariado. (Pág. 983) Leis tratavam-lhes como criminosos, mesmo com condições nada favoráveis todos era obrigados a trabalhar. Leis criadas nesta época, que iniciou com Henrique VII. Havia uma licença para aqueles que não tinha condições físicas e mentais para não trabalhar, os outros se viam obrigados a trabalhar, caso contrário sofriam punições. A burguesia emergente requer e usa a força do Estado para “regular” o salário, isto é, para comprimi-lo dentro dos limites favoráveis à produção de mais-valor, a fim de prolongar a jornada de trabalho e manter o próprio trabalhador num grau normal de dependência. (Pág. 984) Esta legislação diante do trabalho assalariado deu-se por uma necessidade dos trabalhadores por uma busca de exigências, e para isso se fez necessário uma época marcada pela exploração do trabalhador em aumento de jornada de trabalho, mantendo- os submissos ao trabalho. Uma tarifa legal de salários foi estabelecida para a cidade e para o campo, para o trabalho por peça e por dia. Os trabalhadores rurais deviam ser contratados por ano, e os da cidade, “no mercado aberto”.(Pág. 985) Assim foi estabelecido um regulamento salarial pelo Estado. 4- Gênese dos arrendatários capitalistas No que diz respeito a gênese do arrendatário, poderíamos, por assim dizer, tocá- la com a mão, pois se trata de um processo lento, que se arrasta por muitos séculos. (pág. 989) Essa espécie de grandes proprietários fundiários, assim como as formas dearrendatários, ocorreu após a expropriação do povo do campo. Como foi uma época de mudanças, se trata de uma lentidão. O conceito do arrendatário é uma classe que paga em dinheiro ao proprietário da terra, como se fosse um aluguel. Sobretudo o mesmo tem direitos como empregar trabalhadores assalariados, como garantia de obter capital. No século XV, enquanto o camponês independente e o servo agrícola – que trabalha ao mesmo tempo como assalariado e para si mesmo – se enriquecem com seu próprio trabalho, a situação do arrendatário e seu campo de produção continuam medíocres. (Pág.990) Esse processo em si enriquece o arrendatário e por sua vez deixa o homem do campo ainda mais pobre, ou seja essa classe arrendatária enriquecia às custas dos trabalhadores assalariados e dos proprietários das terras. A contínua queda no valor dos metais nobres e, por conseguinte, do dinheiro, rendeu frutos de ouro ao arrendatário. Ela reduziu, abstraindo as demais circunstâncias anteriormente expostas, o nível do salário. Uma função deste último foi incorporada ao lucro do arrendatário. (Pág.991) 5- Efeito retroativo da revolução agrícola sobre a indústria. Criação do mercado interno para o capital industrial. O camponês deixado de léu tem de adquirir de seu novo senhor, o capitalista industrial, e sob a forma de salário, o valor desses meios alimentares. O que ocorre com os meios de subsistência também ocorre com as matérias-primas agrícolas locais da indústria. Eles convertem em elemento do capital constante. (Pág. 992) Os trabalhadores do campo juntamente com seus meios de vida foram expropriados de duas terras e a partir disso teria que garantir seus meios de subsistência trabalhando e ademais ganhando salários do capital industrial. Mediante a esses meios de subsistência que era transformados também em mercadoria, ou seja concentra-se no capital industrial por meio do mercado interno. A expropriação e expulsão de uma parte da população rural não só libera trabalhadores para o capital industrial, e com eles seus meios de subsistência e seu material de trabalho, mas cria também o mercado interno. (Pág, 994) 6- Gênese do capitalismo industrial A gênese do capitalista industrial, se deu no inicio da transformação de pequenos artesãos, trabalhadores assalariados de forma que era independentes em pequenos capitalistas, por meio da exploração do trabalho assalariado e da então acumulação primitiva. Final do século XVII na Inglaterra a acumulação primitiva combinara originando o sistema colonial, ao sistema de dívida pública, ao moderno sistema tributário, e ao sistema protecionista. Este sistema se baseia em violência brutal, para assim apoiar a transformação do modo de produção feudal em capitalista, ou seja, a divisão da sociedade antiga para a sociedade nova. Sistema colonial, dívidas públicas, impostos escorchantes, protecionismo, guerras comerciais etc, esses rebentos do período manufatureiro, propriamente dito cresceram gigantescamente durante a infância da grande indústria ( página 1.006-1.007) Nesse processo houve exploração do trabalho infantil, tráfico de escravos e uma tentativa para disfarçar a escravidão transformando-a em exploração do trabalhador assalariado. 7- Tendência histórica da acumulação capitalista A propriedade privada do trabalhador sobre seus meios de produção é o fundamental da pequena empresa, e esta última é uma condição necessária para o desenvolvimento da produção social e da livre individualidade do próprio trabalhador. (Página 1.010) A pequena empresa - pode ser assim chamada - vai crescendo, conquistando um espaço na qual este trabalhador é proprietário privado, estabelecendo uma proporção entre capital e força de trabalho. De uma forma mais resumida esta propriedade privada é fundada no próprio trabalho “ manejadas por ele mesmo : o camponês, da terra que cultiva; o artesão, dos instrumentos que manuseia como um virtuoso.” (idem pág. 1.011) Essa expropriação se consuma por meio do jogo das leis imanentes da própria produção capitalista, por meio da centralização dos capitais. Cada capitalista liquida muitos outros. (Idem pág. 1.012) - “Esta centralização ou à expropriação de muitos outros capitalistas por outros”, desenvolve uma associação de pessoas que buscam conhecimento em áreas econômicas e sociais para uma exploração em meio ao mercado mundial. Marx relata que após o monopólio do capital acabar se tornando um entrave “A centralização dos meios de produção e a socialização do trabalho atingem um grau em que se tornam incompatíveis com seu invólucro capitalista. O entrave é arrebentado. Soa a hora derradeira da propriedade privada capitalista, e os expropriados são expropriados. (pág. 1.013)
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