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Resumo Princípios Gerais Dos Materiais Dentários

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1 Liana Domingos Silva - @lianadomingos 
PRINCÍPIOS GERAIS DOS MATERIAIS DENTÁRIOS 
HISTÓRICO 
Os materiais dentários permeiam os manuscritos 
literários desde o início das civilizações: os fenícios 
utilizavam de fios e anéis de ouro para fazer reparos 
dentários a datar de 2500 a.C. Ambroise Paré (1509-
1590) e Pierre Fauchard (1678-1761) também 
descreveram em suas literaturas a utilização de 
materiais, como o chumbo ou a cortiça usada nas 
restaurações por Paré. 
 
ESTRUTURA DA MATÉRIA 
Para um melhor entendimento desses materiais, é 
importante que estudemos o comportamento da menor 
parte que o compõe e as interações destas: as ligações 
interatômicas. Divididas em duas classificações, temos 
as primárias, ligações químicas que compartilham 
elétrons, como as ligações iônicas, covalentes e 
metálicas; e temos as secundarias, nessas não ocorre 
uma doação desse elétron, esse se mantem estável por 
meio de forças polares que vão atrair o átomo gerando 
uma “nuvem carregada”, a exemplo temos a ponte de 
hidrogênio e a força de Van Der Waals. 
 
ADESÃO E UNIÃO 
As forças de união, ou atração, ocorrem quando 
moléculas de um substrato aderem ou são atraídas a 
moléculas de outro substrato. Essas forças se dividem 
em: 
 ADESÃO: quando envolve moléculas 
diferentes, materiais diferentes. 
 COESÃO: quando as moléculas de um 
mesmo tipo, material são atraídas. 
Contudo, existem materiais que não apresentam adesão 
a estrutura dentária. Para esses materiais é necessário 
promover uma UNIÃO MECÂNICA, onde se retém o 
material dentro da estrutura dentaria por retenção. Um 
exemplo de material que necessita dessa união é a 
amalgama. 
Importante destacar que o material usado para 
promover a união é conhecido como adesivo, e o 
material ao qual ele é aplicado é chamado de aderente. 
Ao ser aplicado no material aderente, o adesivo (além 
da força de atração) vai promover microretenções 
dentro da dentina. Essas microretenções vão 
proporcionar uma maior união entre os substratos. 
Fatores como a adesão a um aderente ideal, com uma 
superfície limpa, de composição uniforme e com 
algumas irregularidades, natureza homogênea do 
substrato, contaminação por saliva, troca de fluídos na 
interface dente/adesivo são alguns dos grandes 
desafios a adesão. 
 
ENERGIA DE SUPERFÍCIE 
A superfície é a camada mais externa de um corpo ou 
de um objeto. Podemos ter a superfície de um dente, de 
um preparo cavitário, entre outras. A energia de 
superfície é uma energia que quantifica o trabalho 
necessário para romper as ligações intermoleculares 
resultando numa nova superfície. Essa energia, possui 
o intuito de desestabilizar os átomos para que se 
tornem instáveis e se liguem a essa nova superfície. 
Sua intensidade está diretamente associada a 
capacidade adesiva: quanto maior for a energia, maior 
será essa capacidade. 
Outro conceito associado é a tensão superficial, que 
nada mais é do que a energia de superfície por unidade 
de área (mN/m). 
 
MOLHAMENTO 
O molhamento é a capacidade de um líquido fluir 
facilmente sobre uma superfície e aderir ao solido 
produzindo adesão. Essa propriedade está atrelada a 
energia de superfície: quanto maior a energia de 
superfície, maior a capacidade de molhamento. 
Existem fatores que interferem no molhamento como a 
limpeza da superfície, a impureza dos sólidos, a 
presença de moléculas de água e presença de óxidos. 
Um termo associado a essa capacidade é o ângulo de 
contato, que corresponde ao ângulo formado entre a 
superfície do sólido e a linha tangente que define a 
forma do líquido. Quanto menor o ângulo de contato, 
maior o molhamento. 
QUANTO MENOR O ÂNGULO DE CONTATO, 
MAIOR É O MOLHAMENTO E MAIOR É A 
ADESÃO. 
 
2 Liana Domingos Silva - @lianadomingos 
TIXOTROPIA 
Esse conceito se refere a capacidade que o liquido 
possui de se tornar menos viscoso e mais fluido sob 
pressão. Exemplos de materiais que possuem essa 
característica são os flúores e os gessos odontológicos. 
 
PROPRIEDADES MECÂNICAS 
São as medidas de resistência de um material à 
deformação, ao crescimento de trincas ou à fratura sob 
uma força ou uma pressão aplicada e tensões 
induzidas. 
 TENSÃO: força aplicada por unidade de área 
(T= F/A) 
 RESISTÊNCIA: é a tensão máxima capaz de 
não causar uma fratura 
 DEFORMAÇÃO: é a alteração da forma de 
um objeto, comparado ao formato inicial, 
devido a tensão a que este foi submetido; essa 
deformação pode ser: 
1. ELÁSTICA: a deformação é 
recuperada instantaneamente 
quando uma força externa ou a 
pressão aplicada é reduzida ou 
eliminada; é uma deformação 
reversível; 
2. PLÁSTICA: a deformação é 
irreversível, permanece quando a 
força aplicada é reduzida ou 
eliminada; é uma deformação 
permanente. 
Cada força aplicada possui uma tensão correspondente: 
força de tração possui tensão de tração. 
Podemos demonstrar, por meio de gráfico, a relação 
entre tensão e deformação utilizando alguns pontos de 
observação: 
 Limite de proporcionalidade: é o limite entre 
a deformação elástica e a plástica; 
 RESILIÊNCIA: é quantidade de energia 
elástica absorvida em uma unidade de volume 
de uma estrutura quando esta é tensionada até 
o limite de proporcionalidade; no gráfico, 
corresponde a ÁREA 1 (tensão de tração X 
deformação elástica); 
 Ponto de fratura: ponto onde o dano ao 
material é irreversível; 
 DUCTIBILIDADE: capacidade do material 
de deformar-se plasticamente ou antes de sua 
ruptura; no gráfico, corresponde a ÁREA 2 
(tensão de tração X deformação plástica); 
 TENACIDADE: capacidade de o material 
absorver energia elástica antes de sua ruptura; 
é mensurada pela área total sob a curva de 
tensão de tração versus a deformação. 
 Módulo de elasticidade é a descrição da rigidez 
de um material, é a relação entre a tração e a 
deformação, mensurada pelo módulo de Young 
(E=T/D) 
 Dureza é a resistência de um material ao desgaste 
e sua capacidade para abrasonar a estrutura denta 
antagonista. O material restaurador deve ter uma 
dureza similar à do dente. 
 CREEP é a deformação plástica que ocorre num 
material, sob tensão constante ou quase constante, 
em função do tempo. Está relacionada a 
infiltração, devido a degradação marginal do 
material. Causa recorrente de cáries secundárias. 
 Condutividade térmica é a capacidades de as 
moléculas transmitirem energia térmica, calor 
através de interações das vibrações de elétrons e 
interações atômicas. Sua medição é feita por meio 
de um coeficiente de condutibilidade térmica, o K. 
Materiais com alto K são materiais condutores, 
como a amalgama, já materiais com baixo K são 
materiais considerados isolantes, de proteção, 
como o cimento de hidróxido. 
 O coeficiente de expansão térmica linear é a 
mudança em comprimento por unidade do 
comprimento original de um material, quando a 
temperatura é aumentada em 1°. 
 O galvanismo é a eletricidade desenvolvida pelas 
ações químicas ou pelo contato de dois materiais 
diferentes, com um líquido interposto. Na cavidade 
oral, ocorre em razão da presença de saliva, 
causando um choque em dentes com restauração 
de amalgama ao mastigar um pedaço de papel 
laminado. 
 
PROPRIEDADES BIOLÓGICAS 
Trata da biocompatibilidade, que é a habilidade de um 
material em interagir com o organismo e desencadear 
respostar biológicas apropriadas em uma dada 
aplicação. 
Na Odontologia, a inserção de um material no 
organismo, ou cavidade dental, cria uma interface que 
precisa exibir estabilidade biológica e estrutural 
durante a vida do dispositivo implantado. A dinâmica 
 
3 Liana Domingos Silva - @lianadomingos 
criada nessa interface irá determinar a reposta 
biológica ao material. 
A obtenção do sucesso de materiais dentários está 
relacionada à três fatores principais: 1) as propriedades 
do material, 2) o desenho do dispositivo e 3) a 
biocompatibilidadede seus componentes. 
Ademais, a própria biocompatibilidade de um material 
também depende de diversos fatores, como a natureza 
química e física de seus componentes, a duração da 
exposição, as características da superfície, entre outros. 
Existem também, alguns pré-requisitos do material 
biocompatível: não causar danos à polpa e aos tecidos 
moles, não conter substâncias tóxicas que causem 
problemas de natureza sistêmica, não apresentar 
potencial carcinogênico e não possuir agentes que 
induzam resposta biológica. 
 
. 
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